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Zaha Hadid, a arquiteta que mudou o curso do campo profissional

Escrito por Patrick Lynch | Traduzido por Romullo Baratto

31 de Outubro de 2020 Compartilhar

Zaha Hadid completaria hoje 70 anos e desde que ganhou o Prêmio Pritzker – primeira mulher a ser
laureada com a honraria – sua carreira seguiu uma trajetória meteórica, com muitas importantes obras
construídas e em fase de projeto em todo o mundo. O trabalho de seu escritório sempre buscou
expandir os limites da arquitetura através de formas contínuas e singulares que criam contrastes
espaciais.
"O uso obsessivo da projeção isométrica e da perspectiva conduziu à ideia de
que o espaço em si mesmo poderia ser deformado e distorcido para ganhar
em dinamismo e complexidade sem perder coerência e continuidade. Apesar
de seu caráter abstrato, este trabalho sempre se volta à realidade
arquitetônica e à vida real." – Zaha Hadid
Antes do prêmio, Hadid era mais conhecida pelos seus extraordinários esboços-pinturas de obras não
construídas, particularmente pelo projeto vencedor do concurso “The Peak” em 1982 e pela Cardiff Bay
Opera House em 1994. As formas projetadas por Zaha eram tão revolucionárias que muitos
questionavam se poderiam ser realmente construídas – por essas supostas “incertezas” a Opera
House foi finalmente rejeitada. De fato, antes de 1994, o único projeto construído pela arquiteta foi o
desconstrutivista Corpo de Bombeiros de Vitra.
Seus dois prêmios Stirling consecutivos, pelo Museu MAXXI em 2010 e pela Evelyn Grace Academy em
2011, são apenas a ponta do iceberg. Nos últimos anos, a arquiteta teve uma série de projetos
aclamados pela crítica, incluindo: Casa de Ópera Guangzhou de 2010 (segundo Jonathan Glancey
do The Guardian, um descendente direto da Casa de Ópera Cardiff Bay); o Centro Aquático dos Jogos
Olímpicos de Londres 2012, certamente um dos ” projetos-estrela” dos Jogos Olímpicos de Londres
2012; o Museu Riverside, vencedor do European Museum Academy Micheletti Award 2012 e, o recém
terminado Galaxy Soho, em Pequim.
Conhecida por suas formas orgânicas e experimentais e sendo uma das mais destacadas figuras da
arquitetura contemporânea, seu escritório tem recebido encomendas de diversas escalas, desde obras
culturais e corporativas até projetos residenciais, somando mais de 950 projetos em 44 países. 
No dia 31 de março de 2016, publicamos com pesar a nota de falecimento de Zaha Hadid. A notícia,
bastante inesperada, atingiu o mundo da arquitetura com surpresa. Personalidade de fundamental
importância na luta pela valorização do trabalho das arquitetas em todo mundo, a ausência de Zaha já é
sentida.

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