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As origens da profissão de Tradutor Público e Intérprete Comercial no Brasil

(1808-1943)

The origins of the Public Translator and Commercial Interpreter profession in


Brazil (1808-1943)

Luiz Eduardo Oliveira*

*
Luiz Eduardo Oliveira, 37, é Professor de Literatura Inglesa da Universidade Federal de Sergipe, Mestre em Teoria
Literária pela Unicamp e doutorando em História da Educação na PUC-SP.
1. No Tempo do Rei1

A vinda do Príncipe Regente D. João e sua Corte para o Rio de Janeiro, em 1808, significou, em
muitos aspectos, especialmente naqueles relacionados à estrutura e funcionamento do Estado, a
aplicação e desenvolvimento, na Colônia que quase de um dia para o outro passava à condição de
sede do governo português, das diretrizes estabelecidas pelas Reformas Pombalinas, com as quais o
gabinete de D. José I, representado pela figura de Sebastião José de Carvalho e Melo, depois
Marquês de Pombal, buscou modernizar o Reino de Portugal, colocando-o em condições políticas e
econômicas que lhe permitissem competir com as nações estrangeiras.
O avultado número de medidas legislativas já nos primeiros anos de seu governo no Brasil é um
eloqüente atestado de tal orientação, que se fazia representar pelo interesse de Sua Alteza Real – ou
do gabinete em seu nome – em prover seu rico domínio não só com as instituições e
estabelecimentos necessários, para os quais boa parte dos cargos já estava ocupada pela burocracia
portuguesa, mas também com o pessoal qualificado para assumir novos postos, ou “lugares”, como
então se dizia, tanto administrativos quanto técnicos, políticos, educacionais, judiciários,
eclesiásticos e comerciais, na tentativa de forjar e controlar, como no Reino, a classe de pessoas – os
“vassalos” – que comporiam a “Sociedade Civil” local, tão necessária para a manutenção da
Monarquia quanto aquelas instituições e estabelecimentos.
A manutenção da Monarquia, com efeito, era o que mais importava num momento em que a Europa
estava em guerra. No Monitor n. 317, de 1807, Napoleão Bonaparte já havia mandado publicar
oficialmente que a queda da Casa de Bragança permaneceria como uma nova prova de que a ruína, a
quem se ligasse com a Inglaterra, era inevitável (apud Braga, 1902). Um exército comandado pelo
General Junot invadiu Lisboa em novembro do mesmo ano, quando D. João, sua família e demais
cortesãos, além de seus pertences, já se encontravam em alto mar, dirigindo-se para o Brasil com
uma frota protegida pela esquadra inglesa.
Nesse conturbado contexto, um dos postos mais estratégicos e necessários para a própria
sobrevivência da Coroa Portuguesa era o de Intérprete e Tradutor. Cargo de suma importância no

1
O título do tópico acima refere-se ao período durante o qual o Brasil foi governado por D. João. Com a morte do rei D.
José I, em 1777, ascendeu ao trono sua filha D. Maria I, iniciando o período que a historiografia política portuguesa
denominou de “viradeira”, pela perseguição promovida contra Pombal e seus protegidos. Com seu afastamento do trono,
em 1792, devido ao seu estado de saúde mental, o Príncipe Regente D. João assumiu o poder, tendo sua posição
oficializada somente pelo Decreto de 15 de julho de 1799. Falecendo D. Maria, “a louca”, em 1816, subiu ao trono,
agora como D. João VI, seu filho, sendo aclamado Rei de Portugal, do Brasil – que havia sido elevado à categoria de
Reino com a Carta de Lei de 16 de dezembro de 1815 – e Algarves em 1818.

2
Brasil que acabava de abrir seus portos às “nações amigas”, principalmente à inglesa, eram
requeridas do Intérprete ou Tradutor habilidades lingüísticas – principalmente o entendimento
auricular e a fala – que não correspondiam ao modo como as línguas eram oficialmente ensinadas no
período, uma vez que seus objetivos, de acordo com a legislação referente à matéria, restringiam-se
aos conhecimentos gramaticais necessários à prática da tradução ou da versão2.
A primeira referência legislativa a respeito desse tipo de profissão, em Portugal, está num Alvará
com força de lei de 4 de janeiro de 1754, regulamentando os ordenados dos Secretários de Estado e
seus Oficiais. Entre os “Officiaes Maiores”, estava o “Official de Linguas”, que receberia um
honroso ordenado anual de um conto de réis (Portugal, 1830). Como se vê, tanto o ordenado como a
instituição a que pertencia denunciam a importância do cargo, bem como seu estatuto “oficial”, uma
vez que tratava de assuntos do Estado português, em suas relações políticas e comerciais com as
nações estrangeiras.
Algum tempo depois, nos estatutos da Academia Real dos Guardas Marinhas, aprovados pela Lei de
1.º de abril de 1796, foi criada no Título VIII a figura do “Traductor de Linguas”, cuja obrigação,
conforme o art. 2.º, seria traduzir “todos aquelles Papeis, que dirigirem ao Conselho, em qualquer
dos Idiomas apontados no Artigo Primeiro deste Titulo; entender dos mesmos, e entender-se de viva
voz com os Estrangeiros”. A escolha para um cargo de tal envergadura teria como critérios
habilidades não só lingüísticas, mas também intelectuais, comprovadas pelo grau de instrução do
candidato, ou do indicado, nas “bellas letras”:

Art. 1.º Para Traductor de Linguas do Meu Conselho do Almirantado se escolherá huma pessoa, que seja
instruida nas Bellas Letras, e que possua perfeitamente os Idiomas Francez, Inglez, Italiano, e Hespanhol; e que
dos Idiomas Dinamarquez, Sueco, e Hollandez tenha a noção que baste para os entender e depois referir no
Conselho o seu conteudo (Portugal, 1828).

No Brasil, a primeira nomeação de Intérprete saiu com o Decreto de 10 de novembro de 1808,


assinado por D. Fernando José de Portugal, depois Conde de Aguiar, que ocupava a pasta dos
Negócios do Brasil. Considerando “indispensavel hum Interprete para as visitas dos navios
Estrangeiros que entrão neste Porto” – o do Rio de Janeiro –, a lei nomeava Ildefonso José da Costa,
pela sua “conveniente aptidão”, com o ordenado anual de 400.000 réis (Brasil, 1836).
2
O documento legal que criou as primeiras cadeiras públicas de inglês e francês no Brasil foi a Decisão n. 29, de 14 de
julho de 1809. Para uma análise da referida lei, conferir Oliveira (2003).

3
Apesar da honra de ter uma nomeação oficial, e de ocupar um cargo público que representava a
Coroa Portuguesa, o estatuto de Ildefonso José da Costa, primeiro Intérprete Comercial do Brasil,
não era tão importante quanto o do Oficial de Línguas da Secretaria de Estado, ou o do Tradutor de
Línguas do Conselho do Almirantado, o que se nota pela grande diferença de ordenados, levando-se
em conta que um Oficial de Línguas, cinqüenta anos antes, recebia anualmente um conto de réis.
Mesmo assim, essa primeira nomeação de Intérprete de visita de navios estrangeiros fixava um
ordenado maior do que o das demais, para portos menos importantes do que aquele da Corte.
Dois anos depois saíram duas outras nomeações: a de Ignácio José Aprígio da Fonseca Galvão, por
Carta Régia de 29 de janeiro enviada ao Conde dos Arcos, concedendo-lhe 26.000 réis de
gratificação mensal para assumir o lugar de “interprete de linguas” na Secretaria do Governo da
Bahia, onde já era Oficial Maior, e a de José Maria Pinto, pelo Decreto de 31 de maio, assinado pelo
Conde de Aguiar, com o qual obteve o ordenado de 100.000 réis anuais para ocupar o lugar de
Intérprete nas visitas dos navios estrangeiros do Porto da Ilha de Santa Catarina (Brasil, 1891a).
Em 1812, o Governo fixou um aumento de vencimentos para tal função, como se vê pelo Decreto de
nomeação de Carlos Mathias Pereira, de 6 de novembro, assinado pelo Conde das Galvêas,
responsável pela pasta da Marinha, pelo qual tornou-se “Interprete das fallas” na Fortaleza de Santa
Cruz com o ordenado de 500.000 réis anuais, “pagos mensalmente pela Thesouraria Geral das
Tropas” (Brasil, 1891b).
Dois anos mais tarde foi a vez da Intendência Geral da Polícia criar o seu lugar de “Interprete de
linguas estrangeiras”, o que ocorreu com a Decisão n. 4, de 3 de fevereiro, assinada pelo Marquês de
Aguiar. O nomeado, Eusébio Querino Procópio Ricão Salgado, receberia o ordenado anual de
apenas 150.000 réis pelos cofres da mesma repartição, e não serviria somente nela, mas também nos
“processos e dilligencias” envolvendo estrangeiros (Brasil, 1891c).
Ainda em 1814 saíram as nomeações de duas outras repartições. A primeira, de 20 de junho, criou
por Decreto o lugar de Oficial de Línguas na Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da
Guerra, obtendo o cargo o Padre Luiz Antonio de Souza, Professor de Língua Latina3. A segunda
saiu com o Decreto de 20 de setembro, criando o ofício de “Interprete da Lingua Ingleza” na
Alfândega da Corte. O nomeado, Dyonisio de Azevedo Peçanha, seria o primeiro a obter
vitaliciedade do cargo, uma prerrogativa reservada a poucos servidores públicos, tais como Juizes de

3
A lei não dispunha sobre o ordenado.

4
Direito, Amanuenses e Professores, pois além de receber o ordenado anual de 400.000 réis, deveria
ter a “mercê da serventia vitalicia delle” (Brasil, 1891c).
Dois outros lugares de Intérprete foram criados em 1820, ano em que se tornou reconhecido por lei
o ofício de Tradutor da Praça do Comércio. O Decreto de 13 de janeiro, assinado por Thomaz
Antonio de Villanova, Conselheiro, Ministro e Secretário dos Negócios do Reino e interinamente
encarregado dos da Guerra e Estrangeiros, fixou o ordenado do Intérprete da Comissão Mista
Brasileira e Inglesa estabelecida na Corte em 300.000 réis anuais, nomeando para tal função Carlos
Mathias Pereira (Brasil, 1889). Em 17 de junho, com a Decisão n. 41, da Mesa do Desembargo do
Paço, a requerimento do mesmo Carlos Mathias Pereira, foi criado na Praça do Comércio da Corte o
ofício de Tradutor das línguas estrangeiras, com a taxa de 1.200 réis por uma folha de duas páginas,
“que é metade do que se percebe nos consulados”:

Tendo crescido o commercio estrangeiro neste Porto com a abertura e franqueza de todos os deste Reino, são
frequentes as occasiões de um interprete de linguas estrangeiras autorizado pelo publico para as traducções dos
muitos documentos que se apresentão no Commercio, e ainda na Alfandega, não sendo bastante o que existe
das linguas ingleza e franceza (Brasil, 1889).4

Um decreto de 22 de agosto do mesmo ano marcou o ordenado do ofício de Intérprete da Visita da


Saúde no porto da Corte: 200.000 réis anuais, “pagos a quartéis na forma do estylo” pelos cofres da
Provedoria da Saúde5. No ano seguinte, começou a desenhar-se uma tendência que tomaria corpo
durante os anos do governo de D. Pedro I: a extinção dos lugares de Intérprete e Tradutor de
algumas repartições públicas. Por Decreto de 3 de dezembro, assinado por Francisco José Vieira,
Conselheiro, Ministro e Secretário dos Negócios do Reino e Estrangeiros, foi extinto o lugar de
Oficial de Línguas na Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, por haver na repartição
“Officiaes sufficientemente habilitados e capazes” do desempenho das funções relativas àquele
cargo:

E por isso convindo nas actuaes circumstancias aliviar o Thesouro Publico de toda e qualquer despeza menos
necessaria, quando alias o dito padre [Luiz Antonio de Souza] percebe o ordenado de Professor da Lingua
Latina, em cuja cadeira requer ser aposentado: Hei por bem dispensa-lo do referido emprego de Official de
Linguas, cessando o ordenado, que por elle percebia (Brasil, 1887a).

4
De acordo com a lei, o “supplicante” – Carlos Mathias Pereira –, “além destas linguas, sabe bem o allemão, hollandez,
dinamarquez, e sueco” (Brasil, 1889).
5
O decreto não trazia nomeação.

5
Em contrapartida, o ofício de Tradutor Jurado – hoje Juramentado – e Intérprete da Nação – hoje
Comercial –, lugar criado pelo Governo a requerimento do Intérprete Carlos Mathias Pereira,
tornou-se objeto especial de legislação, uma vez que, não recebendo ordenado do Governo, cujo
Tesouro precisava ser poupado, recebia seus vencimentos das partes interessadas. É o que sugere o
Decreto de 9 de dezembro de 1823, assinado pelo Ministro do Império e Desembargador do Paço
João Severiano Maciel da Costa, criando o lugar de “Traductor Jurado da Praça e Interprete da
Nação”, “para a traducção dos differentes papéis relativos ao commercio”, “sem ordenado algum,
mas percebendo das partes pelas referidas traducções, a quantia de 1$200 por meia folha”. O
nomeado para tal ofício foi Eugênio Gildmester, “pelo preciso conhecimento que tem das linguas
principais da Europa” (Brasil, 1887b).
A tendência que então se desenhava, no entanto, não impediu que fosse criado, pela Decisão n. 123,
de 16 de agosto daquele mesmo ano de 1823, um outro lugar de Intérprete na Intendência Geral da
Polícia, dessa vez especificamente “das Linguas Franceza e Ingleza”, com o ordenado anual de
300.000 réis, nem que no ano seguinte, pela Decisão n. 33, de 28 de janeiro, tomada sobre
representação do Auditor da Marinha, fosse criado o lugar de Intérprete da Auditoria, com o
ordenado mensal de 30.000 réis, e nomeado para o cargo Jorge da Villa Nova Ribeiro (Brasil,
1887c).
Em 1825, as Alfândegas de duas províncias criaram lugares de Intérprete. O Decreto de 29 de
agosto instituiu provisoriamente os postos de Intérprete e Guarda-Livros na Alfândega da Província
da Bahia com o ordenado anual de 600.000 réis. O documento, assinado por Mariano José Pereira da
Fonseca, Ministro da Fazenda e Presidente do Tesouro Público, nomeava para o ofício Euzébio
Vanério (Brasil, 1885)6. No final do ano, saiu a Decisão n. 282, de 19 de dezembro, mandando
nomear provisoriamente, a pedido da Junta da Fazenda Pública da Província de Pernambuco, um
Intérprete da Língua Inglesa na Alfândega da mesma província, com o ordenado anual de 400.000
réis (Brasil, 1885).

6
Baiano ligado à vida de Sergipe, Euzébio Vanério foi um dos primeiros a utilizar, no Brasil, o método lancasteriano,
oferecendo a D. Pedro I, nesse mesmo ano de 1825, uma Memória concernente ao ensino mútuo. Ainda durante o
reinado de D. João VI, havia oferecido ao rei uma tradução do Sistema lancasteriano acerca da educação da mocidade,
solicitando uma gratificação para estudar o método em Londres. Foi também Professor de Inglês e Escrituração
Mercantil em São Cristóvão, capital da recém independente província de Sergipe, onde mantinha um curso auxiliado
pela esposa e a neta (Nunes, 1984).

6
Como já foi dito, os lugares de Intérprete e Tradutor foram aos poucos suprimidos de algumas
repartições, pelos motivos alegados no Decreto de 3 de dezembro de 1821: corte de despesas e
presença de pessoas competentes para exercer suas atividades. Assim, a profissão acabou
restringindo-se ao âmbito das Alfândegas e Praças do Comércio, onde os Tradutores e Intérpretes,
públicos e particulares, passaram a abrir seus escritórios, como se vê nos muitos anúncios de jornais
ou dos Almanaques Laemmert da década de 40.
Um decreto de 21 de março de 1828 extinguiu o lugar de Tradutor do Conselho do Almirantado
criado pela Lei de 26 de outubro de 1796. Em 14 de julho do ano anterior, havia sido nomeado José
Veríssimo dos Santos, obrigado a ser dispensado por não se fazer mais necessário, segundo a lei
(Brasil, 1878). Em 1830, foi a vez da Decisão n. 6, de 4 de janeiro, suprimir o lugar de Intérprete da
Auditoria da Marinha. Exercia o cargo Jorge de Villa Nova Ribeiro, com a gratificação mensal de
30.000 réis (Brasil, 1876). Em 1837, finalmente, o Decreto A, de 5 de junho, suprimiu os lugares de
Intérprete, Contínuo e Meirinho da Comissão Mista Brasileira e Inglesa da Corte (Brasil, 1861).

2. No Tempo do Imperador

Na medida em que os lugares de Intérprete e Tradutor eram extintos de algumas repartições, a


profissão consolidava-se em âmbito portuário e comercial. Este foi o caso, por exemplo, dos
Intérpretes da Inspeção de Saúde do Porto do Rio de Janeiro, que, juntamente com o Cirurgião
Diretor da mesma repartição, tiveram suas gratificações elevadas a 1.200.000 réis, conforme o
Decreto de 26 de setembro de 1836 (Brasil, 1861). Dois anos antes, tinha sido mandado observar,
em todas as províncias do Império, o regulamento para as Alfândegas baixado com o Decreto de 20
de setembro (Brasil, 1866).
Mas foi em 1851, durante o forte predomínio, no Governo, da “trindade saquarema”7, que os
Intérpretes do Comércio da Praça do Rio de Janeiro tiveram pela primeira vez um Regulamento,
baixado com o Decreto n. 863, de 17 de novembro, assinado pelo Ministro da Justiça Euzébio de
Queiroz. De acordo com o art. 1.º, eles seriam nomeados pelo Tribunal do Comércio da Capital do
Império, não podendo exceder o número de três para cada língua, “podendo cada hum delles servir

7
Algumas das principais realizações legislativas do Período Imperial ocorreram durante o gabinete de 29 de setembro de
1848, um dos de mais longa duração da Monarquia, caracterizado pela política centralizadora da “trindade saquarema” –
Euzébio de Queiroz na pasta da Justiça, Paulino José Soares de Souza na dos Negócios Estrangeiros e Joaquim José
Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí, na da Fazenda –, que conseguiu contornar dois problemas fundamentais para
a sobrevivência do próprio Estado: o problema do tráfico de escravos e o da estrutura agrária.

7
para diversas” (art. 3.º). O art. 5.º estabelecia, embora de modo sumário e reticente, a formação
necessária para ser intérprete: as mesmas qualidades requeridas para ser Comerciante, “e
conhecimento pratico das linguas estrangeiras”, o que seria provado com um atestado da Direção da
Praça do Comércio (§ 3.º). Não podiam ser Intérpretes, segundo os parágrafos 1.º e 2.º,
respectivamente, as mulheres e os destituídos de seus ofícios por efeito de sentença (Brasil, 1852).
O art. 26 estabelecia os emolumentos que os Intérpretes deveriam cobrar por cada certidão passada,
ou tradução feita, ou ato praticado. De cada “meia folha” de tradução ou certidão, conforme o § 1.º,
continuariam sendo cobrados mil e duzentos réis. Se, no entanto, a tradução fosse ordenada em
conseqüência de procedimento oficial, os emolumentos seriam cobrados somente no final, havendo
condenação. Para verificação da exatidão de outras traduções (§ 2.º), seriam cobrados quatro mil réis
por exame. Durando o exame mais de um dia, o juiz poderia decretar aos intérpretes uma diária de
no mínimo três mil réis. Para verterem verbalmente e em língua nacional resposta ou depoimento,
cobrariam mil e duzentos réis de cada interrogatório, ou pela inquirição de cada testemunha ou
informante (§ 3.º). Finalmente, para examinarem a exatidão das traduções dos corretores de navios
(§ 4.º), venceriam quatro mil réis sendo o exame judicial, e mil e duzentos caso fosse extrajudicial e
por ordem do Inspetor da Alfândega (Brasil, 1852).
As demais peças legislativas referentes à profissão de Intérprete ou Tradutor durante o Império
tiveram como referência, seja para fazer extensiva a sua aplicação, seja para modificá-lo, o
Regulamento acima comentado, que pode ser tido como a legislação principal referente à matéria
durante todo o século XIX. No ano seguinte, o Decreto n. 1.002, de 26 de junho, mandava observá-
lo na Praça do Comércio de Pernambuco (Brasil, 1853), e em 1877 fazia extensiva a sua disposição
para os Intérpretes do Comércio da Praça da província do Ceará (Brasil, 1877). Em 1860, o número
de Intérpretes do Comércio da Praça do Rio de Janeiro foi elevado a quatro para cada uma das
línguas: inglesa, francesa, italiana e espanhola (Brasil, 1860).
Dois anos mais tarde, o Decreto n. 2.923, de 14 de maio, assinado pelo Ministro da Justiça Francisco
de Paula Sayão Lobato, revogou o art. 26 do Decreto n. 863, de 17 de novembro de 1851,
estabelecendo novos valores para cada uma das previsões de seus quatro parágrafos. Assim, no caso
do § 1.º, os emolumentos seriam pagos no valor de dois mil réis. No do § 2.º, seis mil réis por
exame, podendo o juiz decretar uma diária de quatro mil e quinhentos réis, caso o exame durasse
mais de um dia. No caso do § 3.º, o valor seria de mil e quatrocentos réis, e no do § 4.º, seis mil réis

8
sendo o exame judicial, e dois mil réis sendo extrajudicial ou por ordem do Inspetor da Alfândega
(Brasil, 1862).
Como se vê, os Intérpretes da Praça do Comércio não tinham ordenado ou gratificações fixas, como
os das repartições que ainda mantiveram o cargo, mas percebiam emolumentos por cada serviço
prestado. Talvez por essa razão não houvesse qualquer tipo de incompatibilidade entre as funções de
Intérprete e de outros serviços portuários ou comerciais, como as de Despachantes Gerais e
Caixeiros destes, tal como declarava a Decisão n. 528, de 10 de dezembro de 1877, endereçada ao
Presidente da província do Ceará (Brasil, 1877).
O próprio Governo parecia disposto a manter tal prática, na medida em que evitava fazer qualquer
tipo de nomeação de Intérprete ou Tradutor, como sugere a Decisão n. 94, de 20 de fevereiro de
1878, endereçada ao Presidente da província do Rio Grande do Sul, em resposta a uma petição de
nomeação de Intérprete e Tradutor da Vila de S. João do Monte Negro, mediante gratificação. No
documento, o legislador afirmava que, tendo sido até o presente gratuito o trabalho dos Intérpretes
ad hoc, conviria que os Juízes e autoridades policiais empregassem esforços para que tal prática
fosse mantida, indeferindo assim a petição, “por não haver logar de interprete e traductor creado por
lei para a Justiça civil e criminal, ou para a Policia, nem quantia contemplada na Lei do orçamento
com applicação a tal serviço” (Brasil, 1879).

3. No Tempo do Presidente

O quadro acima descrito não foi alterado nas primeiras décadas do período republicano, sendo
necessário esperar até os anos do Estado Novo, regime estabelecido pela Constituição de 1937,
consagradora da ditadura de Getúlio Vargas, para que a profissão fosse novamente regulamentada, o
que só veio ocorrer com o Decreto n. 13.609, de 21 de outubro de 1943, assinado pelo Ministro de
Estado do Trabalho, Indústria e Comércio Alexandre Marcondes Filho, estabelecendo novo
Regulamento para o ofício de Tradutor Público – ou Juramentado – e Intérprete Comercial no
território da República.
O documento, que até hoje regulamenta a profissão, a despeito de algumas Instruções Normativas
publicadas nos anos posteriores8, alterando ou interpretando a disposição de um ou outro artigo,
manteve muitas das características assumidas pelo ofício de Tradutor e Intérprete no século XIX, o

8
Como a Instrução Normativa n. 48, de 6 de março de 1996, ou a de n. 84, de 29 de fevereiro de 2000.

9
que pode ser notado no Capítulo III, art. 17, dedicado às funções dos Tradutores Públicos e
Intérpretes Comerciais:
a) passar certidões, fazer traduções em língua vernácula de todos os livros, documentos e mais
papéis escritos em qualquer língua estrangeira, que tiverem de ser apresentados em Juízo ou em
qualquer repartição pública federal, estadual ou municipal, ou qualquer entidade mantida, orientada
ou fiscalizada pelos poderes públicos;
b) intervir, quando nomeados judicialmente ou pela repartição competente, nos exames a que se
tenha de proceder para a verificação da exatidão de qualquer tradução que tenha sido argüida de
menos conforme com o original, errada ou dolosa;
c) interpretar e verter verbalmente em língua vulgar, quando também para isso forem nomeados
judicialmente, as respostas ou depoimentos dados em Juízo por estrangeiros que não falarem o
idioma do país e no mesmo Juízo tenham de ser interrogados como interessados, testemunhas ou
informantes;
d) examinar a falta de exatidão com que for impugnada qualquer tradução feita por corretores de
navios, dos manifestos e documentos que as embarcações estrangeiras tiverem de apresentar para
despacho nas Alfândegas, assim como qualquer tradução feita em razão de suas funções por
ocupantes de cargos públicos de tradutores e intérpretes (Brasil, 1944).9
Por outro lado, alguns direitos e deveres da profissão foram pela primeira vez declarados. Conforme
o art. 20, por exemplo, os Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais têm jurisdição em todo o
território do Estado em que forem nomeados, ou no Distrito Federal, se nomeados pelo Presidente
da República, tendo fé pública em todo o país as traduções por eles feitas e as certidões por eles
passadas. O art. 23 estabelece a obrigatoriedade no desempenho de suas funções, proibindo que os
Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais, sem causa justificada e sob pena de suspensão, se
recusem aos exames ou diligências judiciais ou administrativas para que tenham sido intimados, não
lhes sendo igualmente permitido recusar qualquer tradução, desde que esta se apresente no idioma
em que estejam legalmente habilitados, o que é válido também para seus prepostos (Brasil, 1944).
A principal novidade do Regulamento, no entanto, diz respeito ao provimento do ofício, objeto do
Capítulo I, que pela primeira vez instituiu, para o ingresso na profissão, além dos requisitos do art.
3.º – ter mais de 21 anos, ser brasileiro nato ou naturalizado, não ser condenado por crime, não ser

9
Como se pode facilmente inferir da alínea acima, os lugares de Intérprete das Alfândegas dos Estados foram
suprimidos.

10
comerciante falido, ter residência fixa na Praça em que quer exercer suas funções e estar quitado
com o serviço militar –, o concurso de provas (art. 1.º).
Este consiste, de acordo com o art. 5.º, numa prova escrita constando de versão, para o idioma
estrangeiro, de um trecho de 30 ou mais linhas, sorteado no momento, de prosa em vernáculo, de
“bom autor”, e tradução para o vernáculo de um trecho igual, preferencialmente de cartas rogatórias,
procurações, cartas partidas, passaportes, escrituras notariais, testamentos, certificados de
incorporação de sociedades anônimas e seus estatutos; numa prova oral, de leitura, tradução e
versão; e numa palestra, com argüição no idioma estrangeiro e no vernáculo, que permitão verificar
se o candidato possui o necessário conhecimento e compreensão das sutilezas e dificuldades de cada
uma das línguas (Brasil, 1944).
O art. 9º manda que a Comissão examinadora seja presidida pelo Chefe Geral da repartição, que por
sua vez designará o Secretário, sendo composta de mais de duas pessoas idôneas que conheçam bem
o vernáculo e o idioma do ofício que se pretenda prover, preferindo-se, sempre que possível,
Professores do idioma em concurso (Brasil, 1944).
Uma outra diferença marcante da legislação republicana em relação à imperial diz respeito às
nomeações. Se antes a centralização do governo de D. Pedro II fazia com que todos os atos
dependessem da chancela ministerial, que representava um de seus tentáculos, agora tais atos são de
competência estadual, mediante as Juntas Comerciais ou órgãos encarregados do registro do
Comércio (art. 1.º), à exceção do Distrito Federal (§ único), onde o processamento dos pedidos é
feito pelo Departamento Nacional da Indústria e Comércio, permanecendo as nomeações e
demissões a cargo do Presidente da República (Brasil, 1944).
Tal descentralização é ainda reforçada pelo art. 35, que incumbe às Juntas Comerciais ou órgãos
correspondentes a organizarão das tabelas de emolumentos devidos aos Tradutores,
independentemente das custas que lhes possam caber como auxiliares dos trabalhos da Justiça, bem
como dos que deveriam ser pagos pelos respectivos candidatos aos examinadores dos concursos,
submetendo tal ato à aprovação do Governo do Estado ou do Ministro de Estado do Trabalho,
Indústria e Comércio, conforme o caso. O Presidente, bem como o Secretário da Comissão
examinadora, não tem direito a nenhum tipo de remuneração.

4. Considerações Gerais

11
A profissão de Intérprete Comercial e Tradutor Público, embora encontre suas origens na própria
formação do Estado moderno, que nela tem um agente de suma importância em suas relações
diplomáticas e comerciais, vai ser regulamentada, no contexto português, somente no final do século
XVIII, mais especificamente em 1796, no Conselho do Almirantado da Academia Real de Marinha,
órgão que, dentre outras atribuições, cuidava das transações portuárias do Governo Português.
Com a vinda do Príncipe Regente D. João e sua Corte, em 1808, a nomeação de Intérpretes e
Tradutores se fez necessária também no Brasil, o mais rico de seus domínios, principalmente num
momento em que, tendo franqueado seus portos às “nações amigas” – desnecessário dizer que a
mais “amiga” de todas era a Inglaterra, que protegia Portugal de um inimigo comum: a França de
Napoleão –, se via na obrigação de entrar em contato com falantes de línguas estranhas, tanto em
negociações legais quanto ilegais, como o contrabando de ouro, prata, diamantes e escravos.
No entanto, a maioria dos cargos, distribuídos inicialmente pelas Secretarias de Estado, de Polícia e
de órgãos especiais, como a Comissão Mista Brasileira e Inglesa, existiu somente durante o Período
Joanino, sendo alguns deles suprimidos no decorrer do governo de D. Pedro I. A partir da década de
trinta, a profissão restringiu-se ao âmbito das Alfândegas e Praças do Comércio das várias
províncias do Império, onde os Intérpretes, públicos e particulares, passaram a abrir seus escritórios.
Uma personagem de importância nesse processo parece ter sido Carlos Mathias Pereira, nomeado
“Interprete das fallas” na Fortaleza de Santa Cruz com um Decreto de 6 de novembro de 1812 e
Intérprete da Comissão Mista em 17 de junho de 1820. Foi um requerimento seu que motivou a
criação, na Praça do Comércio da Corte, do ofício de Tradutor das Línguas Estrangeiras, com
emolumentos mais baixos do que aqueles auferidos pelos Intérpretes dos Consulados, contratados
pelos governos estrangeiros. Afamado por “saber bem” francês, inglês, alemão, holandês,
dinamarquês e sueco, Carlos Mathias Pereira foi o primeiro a ocupar o cargo.
Um problema que perdurou durante o século XIX diz respeito ao tipo de formação necessária ao
ocupante de um lugar de Intérprete ou Tradutor. Até 1851, os cargos eram nomeados pelo Governo
sem qualquer requisito exigido do pretendente, bastando para sua aquisição um “notório saber”,
atestado por sua popularidade ou boa indicação. Com o Decreto n. 863, de 17 de novembro daquele
ano, a formação necessária para ser intérprete foi pela primeira vez estipulada, ainda que de modo
reticente: 1) os pretendentes deveriam ter as mesmas qualidades requeridas para ser Comerciante –
isto é, deveriam ter estudado na “Aula de Comércio”, para cujo ingresso, conforme o Decreto n.
456, de 6 de julho de 1846, era exigida a tradução da língua francesa ou inglesa (Brasil, 1847) –; 2)

12
“e conhecimento pratico das linguas estrangeiras”, o que seria provado com um atestado da Direção
da Praça do Comércio.
Assim, ainda que a profissão de Intérprete tenha sido regulamentada no Brasil do século XIX, sua
formação não foi objeto de legislação específica. A única exigência material, e isso depois de 1851,
era a apresentação do diploma de conclusão do Curso Comercial, de três anos. O “conhecimento
pratico” das línguas estrangeiras, no entanto, dependia apenas de um atestado da Praça do Comércio,
o qual poderia ser adquirido mais facilmente por influência do que por capacidade. As peças
legislativas não fazem qualquer referencia ao critério de seleção dos possíveis candidatos, ou ao
modo como eram avaliadas suas habilidades.
O problema foi parcialmente resolvido no período republicano, quando o Regulamento baixado com
o Decreto n. 13.609, de 21 de outubro de 1943, deixando de exigir a habilitação de Comerciante do
candidato – ou candidata, embora a lei não faça referência às mulheres, permitindo-lhes ou
proibindo-lhes o exercício da profissão10 –, instituiu o concurso de provas como meio eficaz de
verificar sua capacidade.
Tal medida, porém, ao corrigir o problema do critério de seleção dos pleiteantes, deixou de resolver
uma questão de suma importância para a própria sobrevivência da profissão: a da formação
necessária do Tradutor Público e Intérprete Comercial. Hoje, mais do que nunca, num momento em
que alguns cursos de pós-graduação ligados à área de Letras Modernas ou Lingüística Aplicada
consolidam a Tradução como um campo de estudos, é preciso que se exija do candidato a tão
importante cargo uma formação acadêmica específica, ou o diploma de um curso de pós-graduação
ligado à área, e não somente a condição de ser maior de 21 anos, para habilitá-lo ao concurso
público.

Luiz Eduardo Oliveira, 37, é Professor de Literatura Inglesa da Universidade Federal de Sergipe,
Mestre em Teoria Literária pela Unicamp e doutorando em História da Educação na PUC-SP.

Resumo

Este artigo pretende investigar o processo de institucionalização da profissão de Tradutor Público e Intérprete Comercial
no Brasil, propondo uma periodização que busca identificar os principais marcos históricos de tal processo, desde a

10
Uma das exigências do candidato é ter o atestado de reservista militar, o que sugere uma restrição da profissão aos
homens.

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chegada do Príncipe Regente D. João e sua Corte, em 1808, até 1943, quando a profissão foi pela última vez
regulamentada no país.
Palavras-chave: intérprete comercial, língua vivas, profissões, tradutor público.

Abstract

This article intends to investigate the process of institutionalization of the Public Translator and Commercial Interpreter
profession in Brazil, proposing a periodization which tries to identify the main historical marks of such a process, since
the arrival of the Prince Regent D. João and his Court, in 1808, until 1943, when the profession is for the last time
regulated in the country.
Keywords: commercial interpreter, modern languages, professions, public translator.

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