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Galerinha do Direito Previdenciário da Unifor,

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Hoje, inauguramos o estudo do Direito Constitucional Previdenciário.

Aqui também começa a matéria da prova.

Acabou a moleza!!! A partir de agora é para valer!!!

https://agencia-estoque.panthermedia.net/m/imagens-royalty-free/11628357/juventude-dos-desenhos-animados-que-acaba/

Bora. Ânimo!

Vamos estudar, hoje, o caput do art. 194 da Constituição, que traz o “conceito”
de Seguridade Social, e fazer uma análise comparativa entre os três setores que
a formam.

Podem verificar que o art. 194 tem, também, um parágrafo único, que vem a
disciplinar os “objetivos” da Seguridade Social. Mas esta matéria fica para a
próxima aula.

Pois bem.
A partir da Constituição, podemos entender a Seguridade como “um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade”, para
efetivação dos direitos relativos à Saúde, Previdência e Assistência Social.

Por “conjunto integrado de ações”, é possível deduzir que são várias as ações no
campo da Seguridade, principalmente na forma de prestação de serviços e de
pagamento de benefícios em dinheiro.

Quanto à iniciativa ser tanto dos Poderes Públicos e da sociedade, significa dizer
que a Seguridade se manifesta tanto por meio de serviços públicos quanto por
ações da iniciativa privada.

Ou seja, tanto existe a Saúde pública quanto a privada, inclusive esta última
podendo ter fins lucrativos.

É só ler o art. 199 e lembrar-se dos hospitais privados de Fortaleza para


reconhecer a verdade desta informação.

https://noolhardigital.com.br/2020/05/28/hospital-monte-klinikum-abre-vagas-em-fortaleza/

http://www.hospitalsaomateus.com.br/album_fotos.php
https://www.al.ce.gov.br/index.php/ultimas-noticias/item/17865-17-06-2013-ls02

Da mesma forma a Previdência, que também pode ser pública ou privada. E a


Previdência privada também pode se manifestar na forma de atividade
empresarial, com fins lucrativos.

Hoje, todos os Bancos privados e estatais fornecem planos de Previdência


privada a seus clientes.

A Previdência privada, na Constituição, é regulada pelo art. 202.

E quanto à Assistência? Também é possível o exercício da atividade empresarial


no campo da Assistência? Pode se obter lucro com prestação de serviços
assistenciais pelo particular?

https://pt.pngtree.com/freepng/cartoon-character-financial-expression-man-thinking-about-money-clapping-child_3902834.html

Claro que não!!! A finalidade lucrativa é incompatível com a atividade


assistencial!

Afinal, se a Assistência Social visa a proteção à população carente, como seria


possível a prestação de serviços filantrópicos e se ganhar dinheiro ao mesmo
tempo?

Não tem sentido. É naturalmente impossível.


Então, como a Constituição vai incentivar a prestação de serviços assistenciais
pela iniciativa privada?

http://umpoucomaisdebia.blogspot.com/2016/10/desenho-o-fantastico-mundo-de-bob.html

Isso. Por meio de incentivo fiscal.

Já que é logicamente impossível a obtenção de lucro com a filantropia, o


proveito que se alcança é a imunidade tributária.

E isto fica bem claro com a leitura do §7º do art. 195 da Constituição, que
imuniza do pagamento das contribuições sociais as entidades beneficentes de
caráter assistencial.

Ok?

Outro ponto em comum entre os três setores da Seguridade Social é que todos
eles se enquadram na condição de direitos sociais. São, portanto, direitos
fundamentais de segunda geração.

Querem uma prova: é só analisar o que diz o art. 6º da Constituição, que elenca
os direitos sociais e que inclui, aí, todas as áreas da Seguridade.

Olhem aí:

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição”.

A crítica que se faz é à referência à assistência “aos desamparados”.

Ora, é óbvio que a assistência é aos desamparados. Não existe assistência aos
ricos.
Estamos diante de um pleonasmo. E grave!

É o mesmo que dizer:

http://lbcomunica.blogspot.com/2013/08/o-jeito-pleonasmo-de-ser.html

Enfim, vimos até agora os pontos em comum entre os três setores da Seguridade
Social.

Tratemos, agora, das diferenças. E são muitas.

A partir de agora, faremos um paralelo para comprovar que as três áreas da


Seguridade, apesar de seus pontos em comum, são independentes e autônomas
entre si.

E vamos comprovar estas diferenças por meio de cinco tópicos:

1. Objetivos, que diz respeito às finalidades de cada área;


2. Clientela, ou seja, o público para que a área é destinada;
3. Organização administrativa, que trata dos órgãos ou entidades
administrativas que têm por função institucional a prestação de serviços
em cada área;
4. Legislação, pois cada área integrante da Seguridade Social dispõe de uma
lei específica;
5. Tipo de prestação, ou seja, se a área (a) paga benefício em dinheiro ou se
(b) presta serviços.
Então vamos lá.

Primeiro, a Saúde. Trata-se da área da Seguridade Social cujo objetivo é o


tratamento de doenças e de acidentes. Isto fica bem claro quando nos
lembramos do funcionamento e das atividades dos hospitais públicos que
conhecemos (IJF, HGF, César Cals etc.).

Mas atentem: nem só de políticas de tratamento vive a Saúde. Também há, aqui,
políticas de prevenção.

Afinal, uma política de prevenção bem executada propicia a redução de gastos


públicos com o tratamento de doenças e acidentes.

Este cenário fica muito claro quando nos deparamos com políticas –
eminentemente preventivas – de combate ao fumo.

Eu lembro de que, quando criança, assistíamos na televisão propagandas de


cigarro e de estímulo ao fumo.

Clássicas são as propagandas da Hollywood, que marcaram aquela geração (mas


que nada tinham a ver com cigarro).

Para quem não é da época, conheçam; para quem é da época, relembrem:

https://www.youtube.com/watch?v=eQqfwUZ2omI

Pois hoje já não mais passam propagandas de cigarro. Simplesmente foram


proibidas.

Esse é o exemplo mais claro de políticas preventivas no campo da Saúde.

Quanto à clientela, a da Saúde é a mais ampla possível.

Afinal, somos todos potenciais beneficiários da Saúde. Esta não escolhe a cor, a
raça, a idade, o gênero, o time de futebol... Nada!

Ou seja, não existem critérios condicionantes ao usufruto das políticas públicas


na área da Saúde.

Tecnicamente, diz-se, sobre isso, que a Saúde é universal. Ou seja, a


universalidade é a principal característica da Saúde. Esta é para todos!

Pelo menos, é o que diz a Constituição, no art. 196: “A saúde é direito de todos e
dever do Estado”.
http://quasebom.blogspot.com/2010/12/frases-homersimpsianas-homer-simpson.html

Teoricamente, meu caro Watson. Teoricamente.

Quanto à organização administrativa responsável pela prestação de


serviços no campo da Saúde, lembremo-nos que se trata de uma das matérias
cuja competência federativa é comum.

Ou seja, todos os entes federativos são responsáveis pela prestação de serviços


na Saúde.

É o que diz a Constituição, logo no inc. II do art. 23.

Entretanto, no que se refere à Saúde, a atuação dos entes federativos não é


exercida separadamente. Ao contrário, há uma união entre eles, de tal forma
que atuam em conjunto e sem as fronteiras que frequentemente os separam.

É essa feição que forma o SUS – Sistema Único de Saúde. Por isso que o sistema
é único: a atuação dos entes federativos se faz em conjunto, e não
separadamente.

Tal conjuntura proíbe, por exemplo, que haja uma conduta isolada de um único
ente federativo.

Um hospital público, por exemplo, do Estado não funciona só com recursos


estaduais. Há de haver recursos federais lá também.

Sacaram?

E assim caminha o SUS.

Quanto à questão legislativa, a Saúde dispõe de uma leizinha só para ela: a


Lei nº 8.080/1990.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
Este Lei restringe sua regulamentação à Saúde, e nada fala sobre Previdência ou
Assistência Social.

Por fim, quanto ao tipo de prestação, a Saúde resume suas atividades à


prestação de serviços.

E não paga benefícios em dinheiro. Nunca. Nunca!!!

https://pt.pngtree.com/freepng/shouting-the-throat_2918575.html

Falemos agora sobre as características da Previdência Social.

Quanto à sua finalidade, já falamos diversas vezes: é a proteção ao trabalhador


em situação de incapacidade para o trabalho.

Já disse várias vezes isso.


https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/bordoes-inesqueciveis-dos-desenhos-animados/

E isto já dá um indicativo de quem seja a clientela da Previdência Social: o


trabalhador.

Mas tem um detalhe: para que o trabalhador seja efetivamente protegido pela
Previdência Social e faça jus a algum benefício previdenciário, é preciso que,
antes de mais nada, este trabalhador esteja em situação de regularidade perante
a Previdência.

E, para isso, ele deve estar pagando sua contribuição previdenciária mensal e
regularmente.

Enquanto estiver pagando sua contribuição, ele ostente a condição de segurado


da Previdência e é por ela protegido.

Por outro lado, se o trabalhador está em situação irregular, na informalidade e


sem pagar as contribuições previdenciárias, não há proteção!

E se acontecer com ele algum dos infortúnios que, a priori, ensejariam a


proteção previdenciária, o INSS vai...

https://www.canstockphoto.com.br/gr%C3%A1fico-illustration-vetorial-m%C3%A3os-46477918.html
Isso. Lavar as mãos. Estará se lixando para este trabalhador que não contribui.

Então, o principal foco de preocupação da Previdência Social é o trabalhador.


Mas o trabalhador contribuinte.

Mais: há duas situações em que a proteção previdenciária vai se redirecionar da


figura do trabalhador para sua família: a morte e a prisão deste trabalhador.

Afinal, a Previdência entende que o trabalhador é o provedor da família. É ele


quem põe o pão na mesa da família.

E o que aconteceria com esta família se o seu principal provedor bater as botas
ou for para o xilindró?

Ficaria ao relento? Ao léu? A mercê da sorte?

Não!!! A família passa a ser sustentada pela Previdência Social

Isto quer dizer que a clientela da Previdência é formada pelo trabalhador


(contribuinte) e sua família.

No que se refere à organização administrativa, o grande responsável pelo


exercício da função institucional no campo da Previdência é nosso querido,
amado e idolatrado... INSS.

https://www.vandal.com.br/camisetas/estampa-picapauaplausos
No que se refere à questão legislativa, a Previdência também tem uma
leizinha exclusiva: a Lei nº 8.213/1991, que é justamente a Lei que estudaremos
no terceiro período e que regulamente os benefícios previdenciários.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213compilado.htm

Já no que tange ao tipo de prestação, a Previdência tem por principal


finalidade o pagamento de benefícios em dinheiro. Salvo uma única exceção,
que veremos lá na frente (reabilitação profissional), o INSS nada faz além de
pagar benefícios em dinheiro.

https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2018/02/28/reforma-previdencia-aposentadoria-guardar-dinheiro-motivos.htm?cpVersion=newsstand

Doravante, tratemos da Assistência Social.

Trata-se de um conjunto de serviços e benefícios destinados à proteção da


população carente.

Significa o conjunto de políticas públicas que visam garantir, àqueles que não
têm meio de assegurar seu auto-sustento apropriado, a tal “dignidade da pessoa
humana” enquadrada pela Constituição como fundamento da República
Federativa do Brasil (art. 1º, inc. III).

Assim, somente pela ajuda estatal é que se garantiria a dignidade desta galera.

Por extensão, a clientela da Assistência Social é justamente a parcela da


população brasileira que se enquadra na condição de carente, necessitada e
desfavorecida.
http://oarroto-noticias.blogspot.com/2009/11/golpe-na-camara-usou-pessoas-carentes.html?m=0 http://metodistagoianialeste.com.br/distribuicao-das-cestas-de-hortifruti-entre-pessoas-carentes/

Quanto à organização administrativa, a Assistência Social se estrutura de


forma semelhante ao SUS, na Saúde. Trata-se do SUAS – Sistema Único de
Assistência Social.

Assim, há atuação conjunta de todos os entes federativos nos exercícios de


atividades inerentes à Assistência Social, atuando como se fossem um único
organismo administrativo.

Já no que diz respeito à legislação, também a Assistência Social dispõe de um


diploma legislativo que lhe é exclusivo: A LOAS – Lei Orgânica da Assistência
Social (Lei nº 8.742/1993).

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm

Por fim, no que se refere ao tipo de prestação, a Assistência não só presta


serviços – como a Saúde – nem só paga benefícios em dinheiro – como a
Previdência.

A Assistência faz os dois: tanto presta serviços assistenciais como paga


benefícios em dinheiro.

Pronto. Acabamos por hoje.


https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/bordoes-inesqueciveis-dos-desenhos-animados/

Próxima aula: os objetivos da Seguridade Social, matéria que vocês encontram


no parágrafo único do art. 194.

Até lá.

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