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Estudos de caso.

Todos os pacientes serao ficticiamente nomeados com nomes de flores

Paciente – Violeta

Paciente adentra o consultório aparentando uma total falta de cuidados consigo mesmo, em sua voz o
tom é de quase de imploração por ajuda.

Seu relato, menciona que precisa imensamente de ajuda, que o nome do psicanalista foi indicado por
uma colega que o conhecia.

Violeta antes de qualquer outra fala, implora: me ajuda por favor, não sei mais o que fazer, não tenho
forças, queria mesmo era morrer.

Histórico – Violeta - mulher 54 anos separada, 2 filhos adultos, 1 de 32 e outro de 30 anos que moram
com o pai, desde a separação.

Violeta é psicóloga – no momento não esta trabalhando, esta em crise de depressão profunda há mais
de 3 anos, desde então, perdeu seus pacientes, vendeu seu apartamento por sugestão de um cunhado
– aplicou o dinheiro do qual tira uma parte dos lucros para seu sustento pessoal – enquanto a mãe –
aposentada de 81 anos, a sustenta nas necessidades básicas.

Anteriormente – estava morando com LIRIO, homem de cultura e grau de instrução muito inferior ao
seu. Lirio é trabalhador da área da mecânica de automóvel. Trabalha e sustenta a casa simples, na qual
Violeta foi morar junto un tempo atrás.

O relacionamento sexual é bom, mas Violeta nao aprecia o fato de Lirio beber muito, também o
considera desleixado com sua aparencia fisica e com os cuidados da higiene.

Perguntado sobre o que lhe atraiu em Lirio – Violeta menciona que ele era bonzinho e cuidava dela.

As mobilias e eletrodomesticos da casa de Violeta sao levadas para a casa de Lirio, ele permite que ela
fique o dia todo deitada, “vivenciando sua depressao”. Não exige nada dela, e ainda lhe da carinho,
presentes e deixa aparecer a satisfação em te-la por perto – mulher mais culta e melhor cuidada que
ele.

O relacionamento transcorre por quase 3 ANOS, até que Lirio nao demonstra ser mais o mesmo, sai
muitas vezes para rodas de samba, cobra que violeta cozinhe para ele, demonstra cansaço diante da
falta de vontade dela.

Em uma ocasião, a mae de violeta visita a filha e assustada com o estado de abandono que a encontra, –
leva ela embora sem previas combinaçoes e desde entao passa a viver com a mae. Lirio, cujo
relacionamento era desaprovado pela mae, manteve contato por telefone de forma semanal no inicio,
depois mensal até desaparecer de sua vida sem que tenham finalizado a relação..
Perfil da mae de violeta – Margarida é mulher dura, esta com problemas de audiçao. Ao longo da vida
foi quem sustentou a casa, pois seu marido, pai de violeta era depressivo, e nao ajudava muito. Quando
violeta tinha 6 anos o pai faleceu.

Violeta era muito mais apegada ao pai depressivo do que a mae, a qual descrevia com mutia raiva e
agressividade. Relatava que a mae era mandona, nao sabia falar baixo, criticava e cobrava tudo.. que
nada do que ela fazia era bom. Relata que a mae é desastrada quebra suas coisas delicadas, estraga
tudo. Margarida ainda dirige, mas ja demanda cuidados pos estar surda e andar distraida

A relacao de Margarida e Violeta é de amor e ódio por parte de violeta. Embora a mãe tenha sido o seu
socorro, violeta nao é capaz de uma fala de gratidão. Seu maior lamento é nao ter autonomia financeira
para se livrar dessa mae.

Violeta culpa a mae pela morte do pai – perguntada sobre a razao dessa culpa – menciona que ela deve
ter sido ruim para ele como é para ela.

Violeta aborda a relaçao com a mae em todas as sessoes, e a culpa de todos os seus problemas.

Em seus relatos, Violeta mencionou que por volta dos 5 ou 6 anos, seu pai morreu, mas que ela não foi
informada dessa morte, e que passou anos a espera do retorno do pai, que diziam estava viajando.

Violeta menciona que nunca houve a confirmação expontanea da morte do pai, só após adentrar a
adolescencia ela concluiu que isso deva ter ocorrido – este é seu relato.

Menciona que a mãe é o homem da casa, sempre foi, mesmo quando o pai era vivo. Trabalhou e
manteve toda a questao financeira, mas que é rude e não da carinho. A outra Irma mais velha, tambem
atua na mesma linha de grosseria da mae.

Relata que na infancia para poder andar em um caminhao que achava lindo, permitia que o motorista
lhe tocasse nas partes intimas.

Perguntada se a mae nao se apercebia, Violeta menciona com raiva que a mae nunca estava presente
para saber disso.

Cresceu mais na casa dos tios, onde havia condicoes financeiras melhores.

Violeta se forma em psicologia e tem varios namoros, considera-se promiscua, sai com qualquer rapaz
que a deseja, aceita fazer tudo que lhe propoem. Violeta casa-se, o marido não é carinhoso, e nem
sexualmente ativo como ela gostaria, com o passar dos anos tem dois filhos com ele. Menciona que
apos o Nascimento do primeiro filho teve a primeira crise de depressão, e não quis cuidar do filho.
Sentiu-se sem forças e esta condiçao continuou por muito tempo.

O relacionamento dela com o filho mais velho nunca foi bom, o filho é fragil, depressivo e dependente
assim como ela mesmo.

Depois de algum tempo com a depressao , se recuperou, atuou como psicóloga, uma boa e movimentda
clinica, envolveu-se em uma nova modalidade de terapia com dança, na qual procurou desenvolver uma
tese de mestrado, porém relata que sua mentora nao lhe previniu de todas as possiveis questões e foi
reprovada no momento da defesa da tese.
A reprovaçao a fez sentir-se “incompetente”ingenua, e até mesmo “burra”. Este foi o motivo que levou
a nova crise de depressao, associado a uma relação extra conjugal que tinha com um colega de um
grupo de terapia, e que foi descoberta pelo marido, levando tambem ao fim do casamento. Após estes
episódios, passou a somente se relacionar com pessoas que considerava inferiores a ela, em todas os
aspectos; finaneiro, intellectual, social etc..

Com todas estas descrição do historico, Violeta chegou para terapia em um processo de extrema
fragilidade egoica, falta de animo para a vida. Estava medicada por um psiquiatra, com antidepressivos
e ansioliticos e uma porção de remédios coadjuvantes. Suas unicas forças eram para tentar conseguir
aposentadoria já que acreditava-se invalida para um dia voltar a trabalhar.

Seu comportamento, ficava na cama até as 5 da tarde quando conseguia alguma energia para levantar,
tomar banho e comer. Ai conseguia ter um pouco de paz enquanto a mae via novelas, ia tarde para a
cama e no dia seguinte tudo igual.

A mae lavava, passava e cozinhava para ela, mas seu discurso era de que a mae era descuidada e
relaxada. Qualquer atividade que cabia a ela era vista com imenso cansaço… algo que nao daria conta.

Nessa condição violeta inicia sua terapia – e cria um vínculo de dependencia com o analista. Em período
de férias e final de ano, Violeta entrava em crises de ansiedade pelo ausencia das sessões de terapia.

Ao Longo do processo terapeutico quais interpretações o analista pode fazer, que pontuaçoes pode
aplicar, a quais insights ele pode levar Violeta? Qual é o caminho de cura?

O pai era ainda o pai imaginário, o perfeito em tudo aquele que ela queria para si, nao houve tempo de
transforma-lo em pai simbólico , aquele que frustra, castra..

A mae – era a bruxa ma, responsavel por tudo até pela morte do pai.

Como voce atuaria na clinica para ajudar violeta? Que pontuaçoes faria, qual abordagem, quais os
achados psicanaliticos possiveis no relato dado? Analisem com a maxima riqueza de detalhes.

Supervisores – façam suas analises – mas com a intencao de compararem com seus analisandos. Depois
que eles analisarem – voces irão pontuar as faltas, as falhas e colocarem vossa visão

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