Você está na página 1de 32

PLANO NACIONAL DE ABASTECIMENTO – PNA/ABRACEN.

PROGRAMA BRASILEIRO DE MODERNIZAÇÃO DO MERCADO


HORTIGRANJEIRO – PROHORT/CONAB.
C

Profo. Marden Manuel Rodrigues Marques

✓ Apresentar o Plano Nacional de Abastecimento – PNA/ABRACEN,


contextualizando todo o histórico do abastecimento no Brasil;

✓ Apresentar o Programa Brasileiro de Modernização do Mercado


Hortigranjeiro – PROHORT/CONAB, levando em discussão as metas
e objetivos a serem alcançados.

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja


capaz de:

✓ Entender a importância das políticas públicas para a manutenção do


abastecimento de alimentos;

✓ Desenvolva, por meio do seu conhecimento, ações estratégicas


para a modernização dos diferentes mercados de hortigranjeiros.

✓ A leitura da aula anterior é fundamental para o entendimento do


Plano Nacional de abastecimento e do Programa Nacional de
Modernização do Mercado de Hortigranjeiros. Portanto, leia esse
material somente após a leitura do Sistema CEASA Brasileiro,
contido na aula 2.
PLANO NACIONAL DE ABASTECIMENTO – PNA/ABRACEN

Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento (ABRACEN)

Com o fim do SINAC, as centrais de abastecimento deixaram de ter o seu


principal órgão norteador, o que tornou as ações técnicas e operacionais
deficientes.

A Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento (ABRACEN) foi


criada em 1987, e possui como principal missão manter a união das centrais de
abastecimento do Brasil, promovendo, com isso, a continuidade do processo de
comercialização de hortigranjeiros. Atualmente, a ABRACEN é o único elo de
ligação entre as centrais de abastecimento do país, que são constituídas nos mais
diversos modelos societários, existindo, inclusive, em algumas centrais, áreas
com gestão compartilhada entre os governos federal e estadual. Mantém inclusive
uma ligação com outras centrais de parte do continente e do mundo, já que é
associada a Federação Latino-americana de Mercados de Abastecimentos
(FLAMA) e a World Union of Wholesale Markets (WUWM).

Desde a sua criação, a ABRACEN busca o seu reconhecimento junto ao


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), conseguindo em
2005, através desse ministério a criação do Programa Brasileiro de Modernização
do Mercado Hortigranjeiro (PROHORT), instituído no âmbito da Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB).

Plano Nacional de Abastecimento (PNA)

1. O que é o Plano Nacional de Abastecimento (PNA)?

A demanda de criação de um Plano Nacional de Abastecimento (PNA)


surgiu do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tendo em
vista repercussões ocorridas a partir das movimentações realizadas pelas centrais
de abastecimento do país, representadas pela ABRACEN e pelos comerciantes
das CEASAS, representados pela BRASTECE.
Ocorreu, portanto, uma mobilização por parte das principais centrais de
abastecimento brasileiras, no intuito de formatar uma proposta técnica que
abrangesse os principais aspectos relevantes ao projeto de recuperação e
retomada dos entrepostos, segurança alimentar, boas práticas de pós-colheita,
retomada da visão sistêmica do sistema, estrutura física.

2. Como e quando isso aconteceu?

O diagnóstico apresentado pela CONAB, em 2009, revela que os 72


entrepostos públicos brasileiros ocupam uma área total de mais de 13 milhões de
metros quadrados. Nesse espaço, estão instaladas 11 mil empresas e 22 mil
produtores rurais. Em 2011 foram comercializados 18 milhões de toneladas no
atacado de frutas, legumes e verduras, totalizando R$ 21 bilhões, o que ainda
representa uma parcela muito significativa do volume total comercializado, e
comprova que as centrais ainda cumprem o seu papel no abastecimento.

3. Quais são as propostas do Plano Nacional de Abastecimento?

Embora possua números muito expressivos, existe a necessidade de um


órgão capaz de articular as ações entre as centrais de abastecimento, criando
diretrizes macro estratégicas para a sustentabilidade do abastecimento nacional.
Essa necessidade é o embrião do Plano Nacional de Abastecimento (PNA),
formado por um conjunto de propostas de ações governamentais a serem
adotadas, visando a promoção e o desenvolvimento do abastecimento e da
segurança alimentar e nutricional no país. Para isso, uma das propostas é a
criação da Secretaria Nacional de Abastecimento, vinculada ao MAPA, sendo
esta, responsável por gerir a Política Nacional de Abastecimento, estabelecendo
planos estratégicos, diretrizes, ações, metas e investimentos essenciais para a
modernização do setor. Essas propostas atribuem as centrais de abastecimento
o papel de parceira desse processo, sendo a elas atribuídos direitos e deveres. A
função da secretaria seria atuar em parceria com o Programa Brasileiro de
Modernizado do Mercado Hortigranjeiro (PROHORT) da CONAB, também
vinculado ao MAPA.
3.1. A reestruturação da concepção sistêmica do abastecimento
alimentar no Brasil.

A cadeia de produção e distribuição de produtos hortícolas in natura é


muito complexa e de comercialização extremamente complicada,
consequentemente, inúmeros conflitos são gerados, a partir, principalmente, da
falta de confiança. Portanto, uma das primeiras ações da Secretaria Nacional de
Abastecimento seria a adoção de uma linguagem comum de qualidade,
fundamentada em normas de classificação e de rastreabilidade, que promoveriam
maior transparência e confiabilidade. A promoção de uma equiparação nacional
de classificação e atributos de qualidade para frutas e olerícolas criaria uma
linguagem única e permitiria uma melhor apresentação comercial dos gêneros,
melhorando o comércio, facilitando a distribuição e minimizando as perdas e os
desperdícios, principalmente, nas centrais de abastecimento.

3.2. Política pública para os produtos perecíveis.

Um produto vegetal alcança o seu melhor em qualidade até o momento da


colheita. A partir desse ponto a qualidade começa a diminuir e até o seu consumo
é uma corrida contra o tempo.

O Brasil é o décimo maior consumidor de frutas e hortaliças e a terceira


maior potência mundial em produção, ficando atrás apenas da China e da Índia.
No entanto, os sistemas de produção de frutas e hortaliças, mesmo com os
avanços tecnológicos alcançados até hoje, ainda apresentam muitos gargalos de
ordem técnica e econômica, além da ausência de políticas públicas para o setor.
Portanto, o produtor de frutas e hortaliças enfrenta problemas na produção e não
possui informações completas de mercado, o que ocasiona sérias dificuldades de
comercialização.

O Plano Nacional de Abastecimento promoveria a capacitação e


profissionalização da agricultura familiar, através da criação de um serviço de
assistência técnica voltado para pós-colheita, acondicionamento e transporte de
produtos in natura, além da valorização dos circuitos locais e regionais de
produção.
3.3. Guia de boas práticas para mercados atacadistas brasileiros.

No Brasil, o setor atacadista de produtos hortícolas demanda de orientação


aos usuários das centrais de abastecimento, com o objetivo de atender as
exigências para o fornecimento de alimentos seguros para o consumidor final.

O setor alimentício brasileiro vem passando por significativas mudanças


na relação com o consumidor. Ele está ciente de seus direitos e por isso, tornou-
se mais exigente em informações sobre o que está comprando, como foi
produzido, sobre a qualidade e valor justo cobrado. Parte dessas demandas
podem ser atendidas com a elaboração de um Guia de Boas Práticas (GBP) que
serviria para capacitar todos os agentes envolvidos na operacionalização dos
entrepostos, sejam eles gerentes e operadores de mercado de empresas,
produtores rurais e carregadores. Este material também forneceria subsídios aos
gestores das CEASAS, tendo em vista a necessidade de implantação de uma
padronizada política de abastecimento alimentar à população brasileira.

3.4. Processo de adequação de embalagens no comércio de


hortigranjeiros no Brasil e o surgimento dos Bancos de Caixas
Plásticas nas CEASAS.

As primeiras discussões sobre a formação do sistema brasileiro de


abastecimento para o mercado de hortigranjeiros surgiram na década de 1950.
Naquele momento, o mercado nacional era disperso, fragmentado e
desorganizado, gerando assim um grande problema na cadeia produtiva, no
momento da comercialização. Esta condição adversa não só contribuía para a
redução da qualidade do alimento, mas também para o aumento do preço final no
varejo, tendo em vista o elevado nível de perdas, acarretando assim grande
desestímulo tanto à produção quanto ao consumo destes produtos.

Segundo estudos da EMBRAPA, a comercialização de produtos hortícolas


no Brasil ocorre com a utilização de embalagens confeccionadas de materiais
diversos, na maioria das vezes potencializando: perdas, contaminação dos
produtos, falta de qualidade, aumento dos custos operacionais e o não
atendimentos às exigências legais. Além dos problemas citados, existe nas
centrais de abastecimento e no seu entorno o comércio inadequado de caixas de
madeira usadas, quebradas e com alto poder de contaminação.

Segundo Julioti (2010), a função primordial da embalagem é conter e


proteger o produto. Com a modernização das atividades produtivas e comerciais,
as embalagens promoveram outras características desejáveis, exigindo assim a
participação do Estado na determinação de normas técnicas a serem adotadas e
na própria fiscalização.

Em novembro de 2002, foi promulgada pela Secretaria de Apoio Rural e


Cooperativismo (SARC/MAPA), pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), e pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) a Instrução Normativa nº 9, que, dentre outras
exigências, citava que produtos de origem hortícola necessariamente deveriam
ser comercializados em embalagens de único uso (descartáveis) ou plásticas
desde que higienizadas. Em 2007, o Decreto Federal 6.268 instituiu a
classificação de produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos econômicos,
incumbindo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como
órgão fiscalizador.

Infelizmente, após quase duas décadas de promulgação da Instrução


Normativa Conjunta no 9, o seu atendimento não ocorre em todas as centrais de
abastecimento. Sendo assim, o PNA tem a proposição de desenvolver políticas
específicas destinada ao fomento, convencimento e esclarecimento de todos os
agentes envolvidos na cadeia, fomentando à adequação das embalagens
utilizadas nas CEASAS brasileiras, a partir da observância da legislação vigente,
criando assim a padronização nacional de embalagens e fomentando à instalação
de unidades de bancos de caixas nas CEASAS brasileiras.
3.5. Marco regulatório do comércio internacional, defesa vegetal e
relações institucionais.

No mundo, as exigências por alimentos mais seguros, ambientalmente e


socialmente sustentáveis aumentam a cada dia. Agricultores familiares, que são
responsáveis por cerca de 70% do abastecimento não conseguem, com
facilidade, atender as imposições fitossanitárias, sanitárias e tributárias de
controle, além da rastreabilidade e da certificação de qualidade dos produtos.
Essas exigências são impostas pelo mercado interno, mas principalmente para
aqueles que pretendem exportar a sua produção.

De acordo com o Plano Nacional de Abastecimento, as centrais de


abastecimento deveriam funcionar como facilitadoras de atendimento as
exigências legais, em todos os níveis de governo e em todas as operações que
envolvam movimentação e comercialização de alimentos. Para tanto, o PNA
apresenta alguns procedimentos a serem adotados:

➢ Levantamento das exigências legais que devem ser obedecidas pelos


produtos hortícolas frescos e identificar que órgãos são responsáveis pela
fiscalização de seu cumprimento;
➢ Pesquisa das certificações existentes do processo de pós-colheita e o que
deve ser obedecido dentro das centrais de abastecimento, especialmente
para o Programa de Produção Integrada do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento;
➢ Articulação com os órgãos de fiscalização para a instalação de centros de
despacho fitossanitário, sanitário e tributário nas centrais de
abastecimento e a simplificação e a automação dos procedimentos;
➢ Criação de EADIs (entrepostos aduaneiros) especializados em frutas e
hortaliças frescas, próximos ou dentro das centrais de abastecimento,
permitindo ao exportador que resolva ali toda a burocracia de exportação
e ao importador o desembaraço aduaneiro próximo ao local de venda;
➢ Transformação dos melhores permissionários das centrais de
abastecimento em exportadores. O importador precisa da garantia de
fornecimento e do mix dos produtos, tarefa melhor desempenhada pelo
permissionário, que recebe a produção de diferentes produtores e regiões
e pode garantir o fornecimento e a qualidade do produto e a melhor
colocação de cada produto em seu nicho de mercado.

3.6. Prática para a redução de perdas na cadeia alimentar.

As perdas de alimentos no mundo causam enormes prejuízos desde o


campo até o consumidor. Estas perdas variam em função da região geográfica,
do nível tecnológico empregado e da educação do consumidor (ZARO, 2018). No
mundo, todos os anos, são perdidos ou desperdiçados aproximadamente 1,3
bilhões de toneladas de alimentos, o que equivale a um terço da produção, e que
representa uma perda irrecuperável de 750 bilhões de dólares (FAO, 2013). Em
termos de extensão de área cultivada, seria o equivalente aos territórios do
Canadá e da Índia juntos. Vale ressaltar, que os produtos hortícolas são
responsáveis pelo maior percentual desse total, cerca de 45%.

A perda e o desperdício de alimentos estão presentes em todas as etapas


da cadeia de produção, no entanto, destacam-se as etapas de colheita,
embalagem, transporte, armazenamento e comercialização, devido ao manuseio
inadequado no campo, a classificação não padronizada, o transporte e a
comercialização de produtos a granel, as embalagens impróprias, os veículos
supercarregados, as estradas deficientes, excesso de “toque” nos produtos, por
parte dos consumidores, e o acúmulo de produtos nas gôndolas de exposição no
varejo. Diante desses fatores alguns estudos apontam que a maioria dessas
perdas ou desperdícios ocorrem nas centrais de abastecimento, onde ocorre a
convergência de uma significativa parcela da produção de produtos hortícolas
frescos.

Com o objetivo de combater as perdas e desperdícios de alimentos, o PNA


possui como proposições:

➢ Criação de código comercial para comercialização de produtos perecíveis


frescos;

➢ Melhoria de infraestrutura e capacitação da mão de obra, na produção;

➢ Adequação dos veículos utilizados no transporte e obediência a lei vigente;


➢ Melhoria na infraestrutura de transporte, armazenamento e exposição, nas
CEASAS;

➢ Atendimento às exigências legais (classificação, rotulagem e embalagem);

➢ Conscientização da população, a partir de programas escolares


específicos.

3.7. Segurança alimentar e políticas sociais.

Muito ligado ao tema anterior, a segurança alimentar e nutricional é parte


fundamental entre as políticas públicas a serem executadas pelas centrais de
abastecimento.

A Segurança Alimentar e Nutricional, enquanto estratégia ou conjunto de


ações, deve ser intersetorial e participativa, e consiste na realização do direito de
todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade
suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo
como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a
diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente
sustentáveis. Um dos principais instrumentos de combate ao desperdício de
alimentos e, principalmente, de fomento as políticas públicas sociais de embate a
insegurança alimentar e vulnerabilidade social é o Banco de Alimentos.

Por definição Bancos de Alimentos são estruturas físicas e/ou logísticas


que ofertam o serviço de captação e/ou recepção e distribuição gratuita de
gêneros alimentícios oriundos de doações dos setores privados e/ou públicos, que
seriam desperdiçados, e destiná-los às instituições sociais que atendem um
público em situação de alta vulnerabilidade social.

Como integrante da estrutura operacional do Sistema Nacional de


Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), os Bancos de Alimentos
compõem o conjunto de equipamentos públicos de segurança alimentar e
nutricional, que têm como princípio norteador a promoção do Direito
Humano à Alimentação Adequada.
Ao longo de sua existência as centrais de abastecimento utilizaram
diversos mecanismos de combate ao desperdício de alimentos e a insegurança
alimentar e vulnerabilidade social: Desperdício Zero, Panela Cheia, Sopão e o
próprio Banco de Alimentos são alguns dos exemplos. Portanto, o PNA propõe,
em parceria com o governo federal, a consolidação dessas iniciativas através da
participação em políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Brasil Sem
Miséria, Restaurantes Populares, Cozinha Comunitária, Horta Urbana, Horta
Comunitária etc.

Portanto, a implantação de Bancos de Alimentos em todas as unidades,


aproximaria as centrais das questões socioassistenciais, atendendo instituições e
famílias em insegurança alimentar e vulnerabilidade social, com alimentos que
seriam desperdiçados. Com isso, o Projeto de Modernização das Centrais de
Abastecimento seria automaticamente iniciado e o atendimento as normas de
segurança alimentar e nutricional cada vez mais atendidas.

3.8. O papel da educação nutricional no PNA Alimentar.

A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no Brasil é uma ação estratégica


para a obtenção da Segurança Alimentar e Nutricional e da garantia do Direito
Humano à Alimentação Adequada (DHAA). É um importante instrumento no
fortalecimento dos conceitos que permeiam a moderna temática de políticas
públicas, e que nos últimos anos foi traçada como meta de governo, configurando-
se como estratégia fundamental para o enfrentamento das problemáticas
brasileiras referentes à má nutrição, como o excesso de peso e a obesidade,
permitindo refletir sobre toda a cadeia produtiva – produção, abastecimento e
acesso a alimentos adequados e saudáveis.

A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é um campo de conhecimento


e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e
multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos
alimentares saudáveis, no contexto da realização do Direito Humano à
Alimentação Adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional.
Segundo o Decreto Nº 7.272, de 25 de agosto de 2010, a EAN é uma diretriz da
Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), e desde então,
vem sendo trabalhada em uma perspectiva mais ampliada em diferentes campos
de ação, no escopo do sistema alimentar, e articulada a outras políticas públicas.

3.9. Política nacional de integração das assistências técnicas rurais e


a centrais de abastecimento.

As perdas no campo estão diretamente relacionadas ao nível de


tecnificação utilizada pelo produtor. Em produções familiares, onde a colheita é
realizada de forma empírica e artesanal, ou seja, a partir da avaliação visual do
agricultor ou funcionário, a perda é muito maior quando comparada as colheitas
realizadas de forma objetiva, de acordo com a demanda de mercado. Portanto, o
PNA visa a criação de um serviço nacional de assistência técnica, voltada à cadeia
intermediária entre produtores e centrais de abastecimento, objetivando
aperfeiçoar processos de controle de qualidade, rastreabilidade e diminuição de
perdas. São objetivos do PNA:

➢ Capacitação de produtores;
➢ Promoção e valorização dos circuitos locais e regionais de produção;
➢ Minimização das perdas com a incorporação de novas tecnologias;
➢ Garantia da qualidade e segurança dos alimentos, da produção ao
consumo.

3.10. Caracterização nacional dos atributos de qualidade das frutas,


legumes e verduras.

Produtos hortícolas são vegetais frescos definidos como: frutas, hortaliças


(de flor, folha, raízes, bulbos, tubérculos, rizomas e frutos), embalado ou não,
destinado à comercialização para o consumo, após os procedimentos de colheita
e pós-colheita, cujo estado de apresentação mantém as características de
identidade e qualidade do produto vegetal fresco. No entanto, são sensíveis ao
manuseio, principalmente por sua alta concentração de água. Essa elevada
concentração de água, além de interferir em sua resistência a injúrias causadas
por contato, também interfere diretamente em sua conservação, sendo muito
limitado o espaço de tempo entre a colheita e o consumo.
No Brasil atualmente ocorrem diferentes níveis de caracterização para os
produtos hortícolas comercializados nas CEASAS, sendo que aqueles com maior
valor agregado (importados, subtropicais e submetidos à cadeia de frios)
apresentam grande número de caracterizações. O PNA apresenta como proposta
a realização de pesquisas nos principais mercados atacadistas brasileiros, para
verificar os atributos de qualidade que mais influenciam no valor comercial das
dos produtos hortícolas produzidas, comercializadas e consumidas no Brasil. Este
trabalho iria avaliar o nível de caracterização dos produtos segundo o mercado, e
forneceria subsídios para elaboração de estratégias que propiciam melhoria
comercial na apresentação dos produtos.

3.11. Proposta para recuperação das centrais de abastecimento.

Desde a extinção do SINAC, ocorrida na década de 1980, boa parte das


CEASAS brasileiras passou apresentar uma série de deficiências estruturais,
técnicas e operacionais. Tais deficiências implicaram, em maior ou menor grau,
na obsolescência das estruturas físicas de comercialização e apoio, bem como na
precarização dos métodos de gestão empresarial e dos serviços de informação e
assistência técnica aos produtores, vendedores e consumidores. Apesar de
algumas poucas terem até evoluído, muitas regrediram, outras estagnaram e
algumas fecharam. Esta situação dificulta a competitividade no moderno mercado,
e traz consigo grande potencial de ineficiência. Portanto, o PNA tem como
proposta a implementação do programa de reestruturação das centrais de
abastecimento, criado e gerenciado pelo próprio poder público, com objetivo de
reestruturar institucional e fisicamente os entrepostos, além de capitalizar as
CEASAS, permitindo a transformação desses mercados em centros eficientes de
consolidação e distribuição de produtos.

As principais ações previstas seriam:

➢ O estabelecimento de padrões mínimos de infraestrutura;


➢ A criação de um fundo e programa de financiamento;
➢ A avaliação da qualidade dos serviços prestados por cada central;
➢ O estabelecimento de programas individualizados de recuperação dos
entrepostos.
3.12. As feiras livres e os mercados municipais como ferramentas de
integração da cadeia do abastecimento nacional.

Para a agricultura familiar a feira livre tem uma grande importância


econômica, que está relacionada diretamente a economia local. Neste caso, o
comércio da produção é feito no varejo, impossibilitando a comercialização de
grandes volumes de um único produto. O mercado municipal, também relacionado
diretamente com a produção e economia local, funciona como um dos principais
meios de comercialização no atacado, direcionado a varejistas locais e regionais,
ou atacadistas que irão comercializar nas centrais de abastecimento.
Historicamente as feiras livres e os mercados municipais se consolidaram como
importante canal de comercialização para o pequeno produtor rural. Com raras
exceções, essas importantes ferramentas encontram-se, em todo o país, bastante
depreciadas, inclusive com sensíveis alterações em suas propostas iniciais,
dificultando assim o acesso desta produção ao mercado.

O PNA apresenta como propostas para a integração das feiras livres e dos
mercados municipais na cadeia do abastecimento as seguintes considerações:

➢ A realização do mapeamento e diagnóstico nacional das principais feiras


livres e mercados municipais do país;
➢ O desenvolvimento e implantação de políticas públicas que fortaleçam
tanto o pequeno produtor rural, com a melhoria de sua renda quanto ao
consumidor final, que contará com produtos de qualidade e preços mais
acessíveis.

3.13. A evolução da estrutura física, cadeia de frios, logística e


eficiência energética.

A degradação física do sistema de abastecimento passa, muito


diretamente, pela falta de manutenção. A conservação das centrais de
abastecimento é uma questão bastante peculiar, pois possui características
mistas de um complexo industrial, uma cidade ou um shopping. No entanto,
mesmo diante das dificuldades, as centrais de abastecimento empregam mais de
200 mil pessoas e abastecem boa parte da população brasileira. Com base
nessas informações e atentando para a segurança alimentar e nutricional da
população, novos incentivos deveriam ser criados visando a modernização do
sistema, não se restringindo apenas as centrais de abastecimento, mas
abrangendo desde a produção até o consumidor final. Outro fator a ser levado em
consideração é a criação de um sistema de rastreabilidade, com o objetivo de
garantir a qualidade dos hortigranjeiros que chegam à mesa do consumidor.
Abaixo são apresentadas algumas ações que estão para serem realizadas nos
entrepostos das CEASAS, mas necessitam de investimento governamental:

➢ Substituição dos telhados existentes nas CEASAS por telhas modernas


como “Zipadas”;
➢ Substituição das Testeiras de Concreto nos pavilhões antigos por Painéis
Metálicos, tendo em vista o melhor custo-benefício;
➢ Colocação de Painéis Solares em cima dos telhados nos pavilhões, com
objetivo de economizar energia elétrica;
➢ Colocação de telhas transparentes nas coberturas dos pavilhões afim de
servir como claraboias;
➢ Construção de Estacionamentos Verticais;
➢ Raspagem e repintura de toda a estrutura metálica dos pavilhões;
➢ Adequação dos banheiros públicos, para melhor padrão de higiene e
adequação às normas de acessibilidade;
➢ Troca do piso das áreas de comercialização não-permanentes,
adequando-os às mais severas condições de tráfego;
➢ Reestruturação dos módulos dos mercados livres a fim de se poder
programar a paletização;
➢ Recapeamento Asfáltico;
➢ Revitalização das tubulações de água e esgoto.

A logística, principalmente no que se refere a cadeia de frios, é uma área


bastante carente de investimentos em tecnologia. O transporte por aeronaves não
é o mais indicado, uma vez que os aeroportos quebram a cadeia de frio,
ocasionando perda de qualidade das frutas. Por sua vez, o transporte rodoviário,
devido às condições das estradas, também não oferece condições favoráveis para
FLVs, ocasionando variações inaceitáveis de temperatura, também ocasionando
prejuízos financeiros decorrentes da perda de qualidade. Por último, porém não
menos importante, a indisponibilidade de armazéns ou áreas refrigeradas licitáveis
para que a cadeia do frio não seja quebrada.

Outro fator limitante nas centrais de abastecimento está relacionado a


eficiência energética. Mesmo sendo uma área em que o retorno do capital
investido é rápido e facilmente mensurado, as centrais de abastecimento, até o
momento, nunca passaram por investimento em energia sustentável.

3.14. Rastreabilidade da cadeia produtiva de produtos hortícolas.

De acordo com a Instrução Normativa Conjunta INC n o 02, de 07 de


fevereiro de 2018, rastreabilidade é o conjunto de procedimentos que permite
detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo da
cadeia produtiva, mediante elementos informativos e documentais registrados.

Podemos extrair dessa definição dois objetivos principais que resumem o


que é rastreabilidade. Primeiramente é ter conhecimento sobre a origem do
produto vegetal em questão, e posteriormente saber todos os caminhos que ele
seguiu para chegar onde está, seja em um centro de distribuição ou na gôndola
do supermercado. Portanto, é de interesse de toda a cadeia envolvida no comércio
de produtos vegetais frescos, desde o produtor, passando pelos intermediários e
finalizando com o consumidor.

O PNA propõe para o tema as seguintes considerações:

➢ Criação de cadastramento nacional de produtores, gerenciado pelo MAPA;


➢ Criação de sistema de codificação nacional de circulação de produtos nas
CEASAS;
➢ Utilização de rotulagem nas caixas padronizadas.

3.15. Desenvolvimento de índice geral de preços de hortigranjeiros


aplicado ao mercado atacadista brasileiro.

Dada a importância do mercado de hortifrutigranjeiros no país, o


desenvolvimento e compartilhamento de recursos tecnológicos capazes de
aprimorar a gestão, elevar a eficiência e logística nos entrepostos, acrescer
segurança, capacitar agentes e difundir informações e conhecimentos são
fundamentais para a evolução das CEASAS. O processo de informatização das
centrais de abastecimento é uma das principais ferramentas para a criação do
Cadastro Nacional de Produtores, que gerenciaria a rastreabilidade da produção,
baseada em codificação, além de importante ferramenta para a obtenção de
vantagens comerciais e ampliação do comércio. Também é fundamental para o
desenvolvimento do Índice Geral de Preços de Hortigranjeiros no âmbito do
mercado atacadista: o IGP-HORT Brasil, com metodologia que poderia ser
replicada em todos os entrepostos do país, divulgando a variação média dos
preços específicos do setor, e possibilitando a produtores e comerciantes
informações mercadológicas e estratégicas para a condução dos seus negócios.
Portanto, o IGP-HORT Brasil deverá ser uma ação conduzida por um órgão
centralizador, de forma que todas as centrais poderão participar, a partir de suas
experiências. São propostas metodológicas do PNA para a implantação do IGP-HORT
Brasil:

➢ As análises que instituirão o cálculo do IGP-HORT BRASIL adotarão


técnicas estatísticas que contemplam as mais usadas metodologias de
cálculo de índices de preços, tais como Laspeyres e Laspeyres Modificado.
➢ O índice de preços de Laspeyres trata-se de uma média ponderada de
relativos, tendo os fatores de ponderação calculados a partir de preços e
de quantidades da época básica ou de referência. Por conseguinte, o
índice de preços de Laspeyres para um conjunto de produtos, em um
período t, é uma média aritmética ponderada dos preços relativos dessas
mercadorias, utilizando como fatores de ponderação, os valores
monetários de cada mercadoria vendida na época básica.
➢ O desenvolvimento e validação da metodologia utilizada ficará a cargo de
equipe de técnicos e consultores externos. A presença destes agentes
exógenos traz boas perspectivas, visto que a intenção é a junção da
experiência mercadológica dos técnicos das CEASAS com a visão técnica
e acadêmica dos consultores. Dessa forma, espera-se que o indicador
desenvolvido consiga refletir de forma eficiente todas as principais
variáveis que atuam no processo de comercialização.

A proposta de desenvolvimento deste indicador é que ele seja criado a


partir de um módulo básico, com metodologia que poderá ser replicada em todos
os mercados atacadistas brasileiros, devendo, pois, serem realizadas as
adequações e ponderações necessárias relativas às especificidades
apresentadas de cada Ceasa. Dessa forma, surgirão ao longo do tempo diversos
índices de comercialização em todo o país, porém, todos com uma mesma
metodologia de cálculo, o que facilitará e validará seus acompanhamentos e
avaliações temporais.

Observação: A metodologia do índice de Laspeyres propõe que os números-


índices sejam calculados pela média aritmética ponderada das variações de cada
produto.

3.16. Estudo conjuntural de mercados das CEASAS nacional.

Como informado anteriormente, as CEASAS foram criadas em um


momento onde o abastecimento de hortifrutigranjeiros era desorganizado e
disperso, o que ocasionava diversos problemas na cadeia produtiva,
principalmente no momento da comercialização. Com isso, alguns resultados
importantes foram observados a partir da criação das CEASAS, como a
contribuição no combate à elevação dos preços dos gêneros alimentícios, na
organização do mercado e na formação das cadeias produtivas.

Os mercados ou entrepostos atacadistas são espaços econômicos ou


sociais diversificados que reúnem vendedores e compradores, produtores,
comerciantes, consumidores, prestadores de serviço, agentes públicos e
informais em uma intensa relação comercial e social.

O PNA destaca como de grande importância para o tema a criação do


Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), criado pela lei
11.346 de 15 setembro de 2006, com o objetivo de assegurar o direito humano à
alimentação adequada. Sendo assim, o PNA traz como proposta a produção de
uma conjuntura nacional que aborde o comportamento do comércio atacadista nas
centrais de abastecimento nacionais para que o governo federal tenha subsídios
para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas com o objetivo de
organizar e equilibrar o sistema de abastecimento brasileiro. O desafio para o
presente trabalho está na dificuldade atual de se congregar e padronizar os dados
de um setor que foi totalmente desarticulado em 1986. Situação que levou muitas
CEASAS à obsolescência da estrutura física e a uma falta de norma nas coletas
das informações de mercado, como, por exemplo, preço, volume ofertado e
procedência dos produtos.

3.17. Desenvolvimento e homogeneização do processo de obtenção,


tratamento e divulgação das informações de mercado, integrando
mobilidade e redes sociais.

O Brasil é reconhecido mundialmente como um dos países que mais


investem em tecnologia na agropecuária. Até pouco tempo atrás, a maior parte
dos investimentos eram em qualidade e produtividade de produção, no entanto,
as inovações tecnológicas em banco de dados, comércio virtual, redes sociais
estão cada vez mais influentes nesses investimentos. O termo “Agricultura 4.0” é
uma prova disso, pois trata-se de um conjunto de tecnologias digitais integradas
e conectadas por meio de softwares, sistemas e equipamentos. Essa integração
é capaz de otimizar a produção agrícola em todas as suas etapas.

A ascensão da tecnologia e a facilidade de comprar pelas redes socias tem


atraído cada vez mais o consumidor brasileiro. Estima-se que em 2019, o
faturamento das vendas deste segmento chegue a 80 bilhões de reais,
representando um crescimento de 16% com relação a 2018.

O PNA sugere a adoção e integração por todo o conjunto das centrais de


abastecimento do país ao Sistema de Informações dos Mercados de
Abastecimento do Brasil – SIMAB/PROHORT. Esse banco de dados estatísticos
é alimentado, exclusivamente, pelas centrais de abastecimento do país. É
hospedado na CONAB e disponibilizado o acesso a todo o conjunto da sociedade
civil brasileira. A base de dados já é uma realidade, abrigando a maioria das
centrais do país. É possível visualizar mais de 75% da comercialização de
hortigranjeiros que é realizada nesses entrepostos. Estima-se que em torno de
40% a 50% do que é produzido nesses tipos de culturas no país, perpassam pelas
CEASAS. Dessa forma, é significativo e ótimo referencial os dados prospectados
por esse banco de dados. O PNA pretende alcançar 100% de integração dos
mercados atacadistas de hortigranjeiros, aumentando o nível de confiança e
assertividade das informações do setor. Por meio do endereço
WWW.CEASA.GOV.BR OU WWW.PROHORT.GOV.BR o cidadão conseguirá
visualizar o Portal PROHORT e, assim, acessar diversas informações do
mercado, além da base de dados estatísticos.

Seguem abaixo um resumo das propostas do PNA:

➢ Estender o alcance da ferramenta a todas as Unidades da Federação que


abriguem entrepostos de abastecimento, em versão tecnológica atualizada
(versão 2.0);
➢ Capacitação dos agentes das CEASAS nacionais para a captação,
inserção, operação e análise de dados;
➢ Disponibilização de metodologia padrão para a comunicabilidade e
entendimento nacional e internacional da comercialização de produtos
oriundos do campo e comercializados pelas Centrais de Abastecimento do
país;
➢ Integração e interação do sistema com os demais órgãos apoiadores,
fiscalizadores, entidades de pesquisa e fomento e outros que possam
ajudar ou se beneficiar das informações do Sistema SIMAB/PROHORT;
➢ Formalização dessa base de dados como ferramenta oficial dos governos
federal, estaduais, distrital e municipais para pesquisa e referenciamento
nas operações de aquisição governamentais.

3.18. Inovação, tecnologia e governança como indutores da


modernização da gestão.

Por se tratar de empresas constituídas nos mais diversos modelos


societários (administradas pelo governo federal, estadual, autarquias,
organizações de interesse público e iniciativa privada), as ações de estruturação
e gestão são distintas, não proporcionando, em alguns casos, em benefícios
esperados.

A inovação e a tecnologia dentro das organizações são recursos


estratégicos capazes de gerar vantagens competitivas e diferenciais de mercado.
Assim como as boas práticas de governança, têm o objetivo de aumentar a
transparência perante a sociedade e atrair novos investimentos.
Neste contexto, a inovação e a tecnologia da informação devem ser
ferramentas que aprimorem eficácia e competitividade ao setor. Para tal, é
relevante a eliminação de etapas na evolução dos negócios, reduzindo
disparidades e atuando no acesso às informações e conhecimentos. Assim,
contribui-se para uma oferta equilibrada à demanda de alimentos saudáveis e a
preços justos.

Com relação ao tema, o PNA possui como propostas o desenvolvimento e


compartilhamento de recursos tecnológicos capazes de aprimorar a gestão, elevar
a eficiência e logística nos entrepostos, acrescer segurança, capacitar agentes e
difundir informações e conhecimentos.

3.19. Cooperação internacional entre os mercados atacadistas.

No mundo todo, existe uma preocupação com o crescimento da população.


Demorou cerca de 20 mil anos para os humanos chegarem a uma população
global de um bilhão de habitantes. Mas, em duzentos anos, multiplicamos isso por
sete. Atualmente, acrescentamos um bilhão a mais de pessoas no mundo a cada
12 anos. De acordo com as estimativas, em 2030, a Terra abrigará 8,6 bilhões de
habitantes, em 2050, 9,8 bilhões, e em 2100, a previsão é de 11,2 bilhões de
habitantes no mundo. Se essas estimativas estiverem corretas haverá uma maior
pressão sobre os recursos naturais, como água, madeira, minério e alimentos.

No passado, diversos países da Europa refizeram as suas políticas de


abastecimento para que a população não sofresse com as possíveis altas do
preço ou até mesmo a falta desses produtos. Programas para produção alimentar
e reestruturação dos mercados atacadistas, e até varejistas foram fundamentais
para evitar a fome nesses países. Sendo assim, a experiência que alguns países
já possuem nas articulações de políticas públicas voltadas para o setor de
abastecimento e segurança alimentar, além do emprego de novas tecnologias,
denota a grande importância do Brasil em constituir uma agenda de cooperação
técnica internacional para o setor.
Com isso, espera-se que sejam modernizadas as políticas e legislações
de abastecimento, e que sejam criadas estratégias e ferramentas que atendam
aos mercados brasileiros, e aumentem as exportações e importações de produtos
e tecnologias, através do conhecimento da política nacional de abastecimento de
cada país, principalmente relacionadas a produção, distribuição, segurança
alimentar e nutricional, incentivo a qualidade, gerenciamento de resíduos, cadeia
agroalimentar, cadeia de frios, logística de perecíveis e linhas de investimento.

Concluindo o tema, o PNA traz como proposta o desenvolvimento e


compartilhamento de recursos tecnológicos capazes de aprimorar a gestão, elevar
a eficiência e logística nos entrepostos, acrescer segurança, capacitar agentes e
difundir informações e conhecimentos.

3.20. Universidade corporativa e educação a distância para capacitação


dos agentes.

Uma das mais bem sucedidas experiência sobre o tema no Brasil começou
com a criação do Departamento de Centrais de Abastecimento (DECEN), em 1974
e do Centro de Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos (CDRH),
em 1977, ambos na CEASA Minas Gerais. O DECEN, através do CDRH exercia
a coordenação do sistema nacional, treinando e capacitando os colaboradores e
agentes do setor, com uma estreita colaboração técnica da FAO. Com a extinção
do SINAC, em 1988, e transferência pela COBAL de sua participação acionária
nas Centrais de Abastecimento para o Governo Federal essa ação foi extinta,
perdendo-se, portanto, a perspectiva sistêmica criada pelo SINAC, que baseava-
se no modelo espanhol (MERCASA), que previa o estabelecimento de uma rede
de informações técnicas entre todas as unidades atacadistas regionais, para servir
como ponto de referência aos negócios entre produtores e distribuidores,
proporcionando o melhor ponto de equilíbrio entre a oferta, a demanda e o preço.

O Plano Nacional de Abastecimento propõe a criação de parcerias com


universidades e centros de formação específica para o desenvolvimento de cursos
voltados para a operacionalização de centrais de abastecimento, que devem
atender a todos os agentes envolvidos no processo de comercialização ocorrido
em uma CEASA.
3.21. Gestão ambiental e práticas de sustentabilidade em centrais de
abastecimento.

Num contexto global, a dinâmica da economia, tem proporcionado o


aumento do consumo e a aceleração do processo de urbanização, em decorrência
do crescimento populacional. As concentrações urbanas, cada vez mais
numerosas, as variedades de atividade comerciais e industriais, a demanda por
insumos e principalmente o modo de consumo são incompatíveis com a
recuperação natural e reposição dos bens e serviços ambientais. Ou seja, a alta
produção de resíduos têm causado um agravamento no equilíbrio ambiental.

Assim, como diversos setores, as centrais de abastecimento promovem


sérios impactos ambientais. Elas são empresas estatais ou de capital misto, com
o objetivo de promover, desenvolver, regular, dinamizar e organizar a
comercialização de hortigranjeiro no atacado, e responsáveis pelos resíduos
gerados na comercialização de seus usuários (SILVA, 2019). A convergência
diária de grandes volumes de produtos hortigranjeiros, que possuem um alto grau
de perecibilidade, associada a facilidade de perda, aumentam os desafios e a
necessidade de investimentos para a ampliação dos serviços de gerenciamento
dos resíduos sólidos.

Em 02 de agosto de 2010 foi sancionada a Lei Federal nº 12.305,


instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que dispõe sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos,
às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis. Deste modo, cada município deve elaborar seu plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, seguindo as exigências da gestão integrada,
não geração, redução, reutilização, reciclagem, coleta seletiva, logística reversa,
tratamento e disposição final adequada (SILVA, 2019).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) define resíduo sólido


como: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe a proceder
ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como
gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água. (BRASIL, 2010,
p.116).

Como proposição, o Plano Nacional de Abastecimento (PNA) sugere a


criação de um grupo de trabalho para direcionar a gestão e sustentabilidade em
CEASAS, com os seguintes eixos temáticos:

➢ Uso racional dos recursos naturais e bens públicos;


➢ Gestão adequada dos resíduos gerados;
➢ Sensibilização e capacitação dos servidores;
➢ Licitações sustentáveis.

3.22. Integração do PNA e outras políticas existentes como forma de


dar agilidade à gestão das CEASAS.

O tema Abastecimento no Brasil é da maior relevância, uma vez que o país


é um grande produtor de praticamente todos os gêneros de produtos provenientes
da agricultura, sendo que estes itens têm alcançado constantes avanços nas
exportações brasileiras de produtos alimentícios industrializados ou in natura, no
caso das frutas, legumes e verduras. Portanto, estabelecer uma política nacional
para o abastecimento é de extrema importância para que os agentes que atuam
neste cenário encontrem as diretrizes fundamentais para suas ações, visando, em
curto prazo, um entendimento prático das questões relativas ao tema e, em longo
prazo, uma homogeneização de procedimentos e condutas para que obtenhamos
uma linguagem que tenha um padrão capaz de unificar tais condutas em todo o
território nacional.
PROGRAMA BRASILEIRO DE MODERNIZAÇÃO DO MERCADO
HORTIGRANJEIRO – PROHORT

O Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro


(PROHORT), é fruto dos anseios do setor e da reivindicação das próprias
CEASAS. Foi instituído pelo Governo Federal por meio da Portaria nº 171, de
29/03/2005, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e
ampliado em suas funções pela Portaria nº 339, de 11/04/2014, também do
MAPA.

O PROHORT tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento e


modernização do setor hortigranjeiro nacional, proporcionando maior interação
entre os diversos agentes governamentais envolvidos e os integrantes da cadeia
de produção e distribuição, além de buscar a melhoria e a ampliação das funções
dos mercados atacadistas. O Programa tem, entre suas principais ferramentas, os
sistemas de informações, que trazem dados da comercialização de produtos
hortigranjeiros nas principais Centrais de Abastecimento (CEASAS) do país. Essa
plataforma possibilita o acompanhamento de preços, análises de mercado,
consulta de séries históricas, identificação das regiões produtoras, entre outros
estudos técnicos, como já vem sendo demonstrado pelo Boletim Hortigranjeiro,
publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).

Ações do PROHORT

1. Desenvolver e integrar bancos de dados.

A primeira reivindicação do conjunto das CEASAS foi montar um banco de


dados que reunisse as informações de todas elas, ou seja, a reunião de todos os
dados coletados nas portarias das CEASAS e nos mercados.

Na portaria das Centrais, são obtidos os dados de quantidade e a origem


dos produtos ofertados. Essas informações são agregadas as cotações no
atacado, em preços médios mensais, coletados em pesquisas, segundo
metodologia consagrada pelo Sistema de Informação de Mercado Agrícola
(SIMA), uma rede de coleta e distribuição de informações de preços, também
relegada a segundo plano pelo MAPA. Materializando essa ideia, foi criado o
Sistema de Informações dos Mercados de Abastecimento do Brasil (SIMAB).
A CEASA Minas Gerais fez a doação do software “Detecweb” que atende
plenamente às necessidades do banco de dados nacional e possibilita a inserção
das informações via internet. Por sua vez, a CONAB desenvolveu um software
recuperador de dados (extração de relatórios), chamado BI (Business Inteligence),
que está hospedado em servidor próprio. Podemos dizer que esse trabalho foi o
que mais evoluiu nessa fase do PROHORT.

2. Modernizar os processos de gestão.

É interessante esclarecer que não é interesse do Governo Federal interferir


na administração das CEASAS, como no passado. Essa é uma página virada e
sem retorno. As CEASAS são estaduais, municipais ou privadas. Algumas foram
fundidas com outras empresas estaduais ou passaram a ser um simples setor de
uma empresa. Provisoriamente, apenas duas CEASAS são federais, Minas Gerais
e São Paulo (CEAGESP). No entanto, não existe interesse em mantê-las e, sim,
privatizá-las ou retorná-las para os respectivos Estados. O que o Governo Federal
pretende é assessorar nos aspectos técnico e operacionais, priorizando as ações
de comercialização dos produtos hortícolas em todo o canal, desde a produção,
passando pelo atacado e chegando ao varejo.

3. Estimular a agregação de tecnologia à produção.

Possibilitar o acesso dos produtores aos avanços da pesquisa e das


modernas técnicas de comercialização significa levar as conquistas da pesquisa,
principalmente, na tecnologia de influência direta, ou seja, na fase “da porteira
para fora” (área de comercialização, qualidade, conservação, tratos pós-colheita,
etc.), através de assistência técnica e capacitação especializada que seja eficaz,
além de eficiente. Paralelamente, passar a utilizar o SIMAB como uma importante
ferramenta de planejamento da comercialização e, como consequência, da
produção (produção planejada). Identicamente, aperfeiçoar as ofertas, reduzindo
os “passeios” dos produtos (buscar o ótimo: produção direta para o varejo).
Incentivar inovações de padronização, classificação, embalagem, rastreamento e
combate ao uso exagerado de agrotóxicos, inclusive com mecanismos que
possam verificar quantidades de resíduos. Ou seja, fornecer um produto dentro
de padrões de qualidade e de sanidade.
4. Modernizar os serviços de apoio.

Significa estender os serviços, atualmente prestados pelas CEASAS


apenas aos espaços físicos, para o extramuro.

A grande ferramenta seria o SIMAB, que possibilitaria uma melhor


transparência de mercado, ampliando os horizontes de todos os seus clientes
(produtores, atacadistas e varejistas), descobrindo novas oportunidades de
mercado, tanto para compra como para venda. Também se refere a modernização
da logística, da apresentação do produto em embalagens mais adequadas, que
ajudem na conservação dos produtos, ao invés de disseminadoras de pragas.
Visa, ainda, possibilitar a lavagem e higienização das embalagens plásticas.

5. Estimular a integração com as universidades.

As CEASAS e seus mercados atacadistas são considerados verdadeiros


laboratórios, onde são detectados os problemas da produção, da comercialização,
dos tratos culturais, da visão de mercado, das embalagens, do manuseio, da
qualidade do produto e dos cuidados na pós-colheita. É preciso buscar apoio das
universidades e órgãos de pesquisa e fomento. Quem se lembra de alguma tese
de estudo técnico acadêmico realizado dentro das CEASAS nos últimos anos?
Não procurem, são raríssimos. Da mesma forma, parcerias diversas na busca da
regularidade do abastecimento, garantindo a segurança alimentar e,
consequentemente, nutricional de toda a população do país.

6. Adequar e modernizar a infraestrutura.

A CONAB possui recursos para ampliar, reformar ou construir CEASAS. A


principal pretensão é assessorar na modernização da infraestrutura. Esse
assessoramento significa investir os recursos obtidos de outras fontes de maneira
adequada, como por exemplo: evitar que os mercados atacadistas (CEASAS) e
mercados varejistas sejam construídos ou ampliados equivocadamente,
ocasionando problemas futuros em sua operação. Amplamente dominada pelos
especialistas brasileiros, a tecnologia em projetos, construção e operação de
mercados públicos, reconhecida até por outros países, infelizmente muitas vezes,
não é utilizada no Brasil.
7. Ampliar as funções das centrais de abastecimento.

O que houve, desde 1988, foi a redução das funções das CEASAS,
provocada unicamente por questões gerenciais.

As CEASAS podem ser divididas em parte “física” e de “inteligência”. A


parte de “inteligência de mercado” foi sendo, em grande parte delas,
gradativamente desativada. Para que a “inteligência” da CEASA funcione bem,
tudo o que se refere a comercialização de frutas e hortaliças no Estado tem que
ter a participação dela. Desde 1988, com o desmonte do SINAC, as CEASAS vêm
perdendo, sistematicamente, as suas funções próprias. Na maioria delas, essas
funções foram reduzidas àquelas próprias de condomínio: administrar espaço com
o objetivo de autossuficiência financeira. É obrigação de todas participar na
elaboração das políticas públicas para o setor em conjunto com os órgãos ligados
a agricultura, pecuária e abastecimento. Identicamente, através do CONSEA,
podem ser abertas outras possibilidades de parcerias com o Ministério da Saúde
e outros ministérios.

O que já foi feito, com ajuda das CEASAS?

1. Criação do portal www.ceasa.gov.br.

Nesse portal, existem ações sobre o PROHORT, os preços e ofertas


diárias dos produtos comercializados nos principais mercados atacadistas.
Informações técnicas sobre os produtos, notícias, principais publicações sobre o
assunto hortigranjeiro, acervo técnico, relação dos estados participantes e o “fale
conosco”, além de “links” com os principais sítios de mercados e órgãos do setor
agrícola.
Atividades Finais

1. No Plano Nacional de Abastecimento existem 22 propostas relacionadas


as melhorias, modernizações e reestruturação das centrais de
abastecimento. Correlacione as propostas a seguir com os textos
apresentados.
1. Rastreabilidade da cadeia produtiva de produtos hortícolas.
2. Integração do PNA e outras políticas existentes como forma de dar
agilidade à gestão das CEASAS.
3. Cooperação internacional entre os mercados atacadistas.
4. Universidade corporativa e educação a distância para capacitação dos
agentes.
5. Política pública para os produtos perecíveis.
6. A evolução da estrutura física, cadeia de frios, logística e eficiência
energética.

Capacitação e profissionalização da agricultura familiar, através da


criação de um serviço de assistência técnica voltado para pós-colheita,
acondicionamento e transporte de produtos in natura.

Troca do piso das áreas de comercialização não-permanentes,


adequando-os às mais severas condições de tráfego;

Desenvolvimento de cursos voltados para a operacionalização de


centrais de abastecimento, que devem atender a todos os agentes envolvidos
no processo de comercialização ocorrido em uma CEASA.
Estabelecer uma política de abastecimento com objetivo de se obter
uma linguagem que tenha um padrão capaz de unificar as condutas das
centrais de abastecimento em todo o território nacional.

É importante para o Brasil, uma vez que alguns países já possuem


experiência nas articulações de políticas públicas voltadas para o setor de
abastecimento e segurança alimentar, além do emprego de novas tecnologias.

Criação de sistema de codificação nacional de circulação de produtos


nas CEASAS.
2. De acordo com a ABRACEN o que já foi feito no PROHORT com a ajuda
das CEASAS:

a. Aviso de tentativas fraudes em produtos hortigranjeiros nas centrais


de abastecimento.
b. Preços e ofertas diárias dos produtos comercializados nos principais
mercados atacadistas.
c. Programa de rádio das centrais de abastecimento, com as principais
ofertas do dia.
d. Registro dos permissionários inadimplentes com fornecedores.

e. Todas as alternativas estão incorretas.

3. Entre as opções abaixo, assinale com “F” as opções falsas e com “V” as
opções verdadeiras.
O Plano Nacional de Abastecimento é uma proposta técnica que
abrange os principais aspectos relevantes ao projeto de recuperação e
retomada dos entrepostos, segurança alimentar, boas práticas de pós-colheita,
retomada da visão sistêmica do sistema e estrutura física.
As feiras livres e os mercados municipais nunca se consolidaram como
importantes canais de comercialização para o pequeno produtor rural.
A sigla SIMA significa Sistema Municipal de Atacado.

O PROHORT possui a função de financiar o desenvolvimento e


modernização da produção de hortaliças no Brasil.

A função primordial da embalagem é conter e proteger o produto.

A ABRACEN é o único elo de ligação entre as centrais de abastecimento


do país.

GABARITO

1. Sequência: 5; 6; 4; 2; 3; 1.
2. Alternativa “b”.
3. Sequência: V; F; F; F; V e; V.
REFERÊNCIAS

ABRACEN. Plano Nacional de Abastecimento, sob a ótica das centrais de


abastecimento do Brasil. Disponível em: www.abracen.org.br/.../PNA-2013-
ultima-versao-Newton-e-Pechetoll-1. Acesso em: 15 de janeiro de 2020.

ABRACEN. Sugestões das centrais de abastecimento ao Plano Nacional de


Abastecimento: Plano de modernização das centrais de abastecimento.
Disponível em: http://abracen.org.br/wp-content/uploads/2013/11/PNA-2013-
ultima-versao-Newton-e-Pechetoll-1-_5_-_1_.pdf. Acesso em: 15 de janeiro de
2020.

ABRACEN. Plano Nacional de Abastecimento. Disponível em:


https://abracen.org.br/wp-content/uploads/2013/11/PNAABRACEN.pdf. Acesso
em: 15 de janeiro de 2020.

BELIK, W. Muito além da porteira: mudanças nas formas de coordenação da


cadeia agroalimentar no Brasil. Campinas: UNICAMP, 2001.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional


de Resíduos Sólidos, altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 2010. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso
em: 15 jan. 2020.

CUNHA, A. R. A. A.; BELIK, W. A produção agrícola e a atuação das centrais


de abastecimento no Brasil. Segurança Alimentar e Nutricional, 19, 46-59.
https://doi.org/10.20396/san.v19i1.8634668.

CUNHA, A. R. A. A. O sistema atacadista alimentar brasileiro: origens,


destinos. 2010. 158 f. Tese (Doutorado em Economia). Instituto de Economia.
Universidade Estadual de Campinas. Campinas. (tese de doutoramento). 2010.

GOMES JUNIOR, N. N.; PINTO, H. S.; LEDA, L. C. Alimento e comida: sistema


de abastecimento e consumo alimentar urbano. Guaju, Matinhos, v.2, n.1, p.
61-76, jan./jun. 2016.

PROHORT/CONAB. Programa Brasileiro de Modernização do Mercado


Hortigranjeiro - PROHORT/CONAB.Abracen.org.br/wpcontent/uploads/2013/11/
PROHORTCONAB.pdf prohort@conab.gov.br.

SILVA, L. L. F. Gestão ambiental na Central de Abastecimento do Estado do


Pará (CEASA). 2019. 45 f. TCC (Graduação em Agronomia). Universidade
Federal Rural da Amazônia, Belém, 2019.
PROHORT

O Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) foi


instituído pelo Governo Federal por meio da Portaria nº 171, de 29/03/2005, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e ampliado em suas
funções pela Portaria nº 339, de 11/04/2014, também do Mapa.O Prohort tem por
finalidade contribuir para o desenvolvimento e modernização do setor hortigranjeiro
nacional, proporcionando maior interação entre os diversos agentes governamentais
envolvidos e os integrantes da cadeia de produção e distribuição, além de buscar a
melhoria e a ampliação das funções dos mercados atacadistas.
O Programa tem, entre suas principais ferramentas, os sistemas de informações,
que trazem dados da comercialização de produtos hortigranjeiros nas principais
Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. Essa plataforma possibilita o
acompanhamento de preços, análises de mercado, consulta de séries históricas,
identificação das regiões produtoras, entre outros estudos técnicos, como já vem
sendo demonstrado pelo Boletim Hortigranjeiro, publicado mensalmente pela Conab.

Você também pode gostar