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FÍSICA MODERNA I

Roteiro para Revisão II - TUDO FOI RESOLVIDO!

Labor omnia vincit1 .


Virglio, Geórgicas, I, 145

1. Efeito Fotoelétrico. Indique quais os aspectos do efeito fotoelétrico que não podem ser
explicados em termos da teoria ondulatória (clássica) da luz.

SOLUÇÃO

1. A energia cinética dos fotoelétrons ejetados independe da intensidade da luz;

2. Classicamente, o EF deveria ocorrer para qualquer freqüência da luz incidente; o


experimento, no entanto, mostra que há um limiar de freqüência - isto é, uma freqüência
caracterı́stica ν0 - abaixo do qual o EF não ocorre, independentemente da intensidade da luz.

3. Deveria haver um intervalo de tempo mensurável entre o instante em que a luz começa
a incidir sobre a superfı́cie e a ejeção dos fotoelétrons. Contudo, nenhum retardamento é
observado.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
2. Uma placa de potássio é colocada a 1 m de uma fonte luminosa pouco intensa, cuja
potência é de 1 W. Suponha que um fotoelétron ejetado possa ter coletado sua energia em
uma área circular da placa, cujo raio r é um raio atômico (1 Å). A energia necessária para
remover um elétron da superfı́cie do potássio é de cerca de 2.1 eV. Quanto tempo levaria o
elétron para absorver essa quantidade de energia da fonte luminosa?

SOLUÇÃO

A área do alvo é dada por πr2 = π × 10−20 m2 . A área de uma esfera com 1 m de raio,
centrada na fonte, é 4πre2 = 4π m2 . Se a fonte irradia uniformemente em todas as direções
(i.e., se a energia está uniformemente distribuı́da sobre frentes de onda esféricas que se afastam
da fonte, de acordo com a teoria clássica) a taxa R segundo a qual a energia incide sobre o
alvo é:

πr2
R = 1W × 2
= 2.5 × 10−21 J/s
4πre
1
O trabalho tudo vence!

1
Supondo que toda essa potência seja absorvida, pode-se calcular o tempo necessário para
que um elétron adquira energia suficiente para escapar. Esse valor é obtido calculando-se
a razão: (energia necessária para remover um elétron da superfı́cie/taxa segundo a qual a
energia incide sobre o alvo), ou seja

3.4 × 10−19 J
t= = 140 s ' 2 min.
2.5 × 10−21 J/s
Lembremo-nos de que é possı́vel estimar tempos menores. Nenhum, porém, que possa
comparar-se com o limite superior de 10−9 segundos fixado pelas primeiras experiências.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

3. Quais são as principais suposições de Einstein para a explicação do Efeito Fotoelétrico?

SOLUÇÃO

1. Supôs a existência de pacotes de energia inicialmente localizados em um pequeno vol-


ume do espaço, e que permanecem localizados à medida que se afasta da fonte com velocidade
c; sua energia seria dada por E = hν, onde ν é a freqüência;

2. Supôs que no processo fotoelétrico o fóton seja completamente absorvido por um elétron
no fotocátodo.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

4. (a) A energia necessária para que um elétron seja removido do sódio é 2.3 eV. O sódio
apresenta efeito fotoelétrico para a luz amarela, com λ = 5890 Å? Qual é o comprimento de
onda de corte para a emissão fotoelétrica do sódio?

SOLUÇÃO

Como K = hν − W , o comprimento de corte será dado por:

W 2.3 × 1.602 × 10−19 J.s


0 = hν0 − W ou ν0 = = = 5.56 × 1014 s−1 .
h 6.626 × 10−34 J.s
Isso corresponde ao comprimento de onda (de corte)

c 3 × 108 m/s
λ0 = = = 5 395Å.
ν0 5.56 × 1014 1/s

2
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
5. O limiar fotoelétrico para o tungstênio é de 2300 Å. Determine a energia dos elétrons
ejetados da superfı́cie por luz ultravioleta de comprimento de onda λ = 1900 Å.
SOLUÇÃO
Nesse caso, temos de calcular primeiramente a função de trabalho para o material. Sabe-
mos que

c 3 × 108 m/s
W = hν0 = h = 6.626 × 10−3 J.s = 8.64261 × 10−19 J.
λ0 2.3 × 103 × 10−10 m
Ora, a energia cinética dos elétrons ejetados deve ser dada por:
µ ¶
c
K = hν − W = h −W
λ
3 × 108 m/s
= 6.626 × 10−34 J.s − 8.64261 × 10−19 J. = 1.8195 × 10−19 J = 1.13573 eV.
1.9 × 10−7 m

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
6. (Only for masters!)Um fóton de energia hν colide com um elétron estacionário de
massa de repouso m. Mostre que não é fisicamente possı́vel para o fóton transferir toda a sua
energia ao elétron.
SOLUÇÃO
O problema deve ser resolvido relativisticamente. Admitamos que o fóton transfira toda a
sua energia ao elétron. A conservação de momento exige que


hν + mc2 = mγc2 , com = mγβc,
c
onde, como sabemos

v
β= e γ = (1 − β 2 )−1/2 .
c
A velocidade do elétron, depois da colisão, nesse caso, deve ser v. Eliminando-se hν da
equação de conservação, obtém-se:

γβ = γ − 1, (1)
cuja única solução é β = 0 ou γ = 1. Isto é uma contradição.

3
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

7. Descreva, em poucas palavras2 , ou faça um desenho esquemático3 mostrando em que


consiste o Efeito Compton. Qual é o resultado que não pode ser explicado se os raios-X
incidentes forem encarados como uma onda eletromagnética clássica?

SOLUÇÃO

Um feixe de raios X de comprimento de onda λ incide sobre um alvo de grafite. A


intensidade dos raios X espalhados é medida como função do seu comprimento de onda, para
vários ângulos de espalhamento. Embora o feixe incidente consista de um único comprimento
de onda (λ), os raios X espalhados têm máximos de intensidade em dois comprimentos de
onda (um deles é λ e o outro é λ0 > λ). A presença de λ0 não pode ser explicada se os raios
X incidentes forem encarados como uma onda eletromagnética clássica.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

8. No Efeito Compton ocorre considerar duas equações para a conservação do momento


(a colisão ocorre no plano) e uma equação para a conservação da energia. Usando-as, obtenha
a equação para o Efeito Compton, isto é, obtenha a expressão para ∆λ = λ0 − λ. Defina, a
partir daı́, o comprimento de Compton.

SOLUÇÃO

O problema deve ser resolvido relativisticamente. O fóton, de energia E0 e momento p0


incide sobre um elétron livre e em repouso, cuja energia de repouso é, por certo, m0 c2 . O
fóton é espalhado de um ângulo θ e se afasta com energia total E1 e momento p1 ., enquanto
que o elétron recua, formando um ângulo φ com o eixo da colisão, com energia cinética K e
momento p.
A conservação do momento requer que:

p0 = p1 cos θ + p cos φ e p1 sin θ = p sin φ, (2)

respectivamente ao longo dos eixos x e y. Elevando-as ao quadrado e somando as duas


expressões acima se pode encontrar:

p20 + p21 − 2p0 p1 cos θ = p2 . (3)

A conservação da energia relativı́stica total requer que:


2
Lembrando-se sempre do adágio: “O sábio manifesta-se com poucas palavras!”
3
Segundo um pensamento atribuı́do a Confúcio: “Uma imagem vale mais que mil palavras.”

4
E0 + m0 c2 = E1 + K + m0 c2 , ou E0 − E1 = K.

Como p = E/c, podemos escrever a equação acima como

c(p0 − p1 ) = K. (4)
Por outro lado, como E = K + m0 c2 (valia 0.5 ponto na primeira prova!), pode-se escrever
a relação geral E 2 = c2 p2 + (m0 c2 )2 na forma
K
(K + m0 c2 )2 = c2 p2 + (m0 c2 )2 =⇒ + 2Km0 c2 = p2 . (5)
c2
Substituindo p2 de (3) e K de (4) na expressão acima, obtemos:

(p0 − p1 )2 + 2m0 c(p0 − p1 ) = p20 + p21 − 2p0 p1 cos θ (6)


ou, ainda,
1 1 1
m0 c(p0 − p1 ) = p0 p1 (1 − cos θ) ou − = (1 − cos θ). (7)
p1 p0 m0 c
Como p = h/λ, podemos reescrever a expressão acima na forma final

∆λ = λ0 − λ = λC (1 − cos θ), (8)


com
h
λC = = 0.0243 Å. (9)
m0 c
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
9. Considere um feixe de raios-X, com λ = 1 Å, e também um feixe de raios γ vindo de
uma fonte de Cs137 , com λ = 1.88 × 10−2 Å. Se a radiação espalhada pelos elétrons livres é
observada a 90◦ do feixe incidente: (a) Qual é o deslocamento Compton em cada caso? (b)
Que energia cinética é cedida ao elétron em cada caso? (c) Que percentagem da energia do
fóton incidente é perdida na colisão em cada caso?

SOLUÇÃO

a)Para θ = 90◦ temos:

h 6.63 × 10−34 J.s


∆λ = (1 − cos θ) = × (1 − cos 90◦ )
m0 c 9.11 ×−31 kg × 3.00 × 108 m/s
= 2.43 × 10−12 m = 0.0243 Å.

5
O resultado acima independe do comprimento de onda incidente.

b) A equação (4) pode ser posta na forma:


hc hc hc
= 0 +K = + K, (10)
λ λ λ + ∆λ
de modo que
h c ∆λ
K= . (11)
λ(λ + ∆λ)
Assim, para raios X, com λ = 1.00Å, e raios γ, com λ = 0.0188 Å, teremos:

Kx = 4.73 × 10−17 J = 0.295 keV e Kγ = 5.98 × 10−14 J = 378 keV.

c) A energia do fóton de raios X incidente é

hc
Ex = hν = = 1.99 × 10−18 J = 12.4 keV.
λ
A energia perdida pelo fóton é igual à energia ganha pelo elétron, ou seja, 0.295 keV, de forma
que a perda percentual de energia é

0.295 keV
× 100% = 2.4%.
12.4 keV
O mesmo tipo de cálculo feito para o fóton dos raios γ, fornece, respectivamente os resultados:

378 keV
Eγ = 660 keV e × 100% = 57%.
660 keV
Assim, os fótons mais energéticos (aqueles que têm menores comprimentos de onda) sofrem
uma maior perda percentual de energia no espalhamento Compton. Issso corresponde ao fato
de os fótons de menores comprimentos de onda sofrerem um maior aumento percentual em
seu comprimento de onda ao serem espalhados. Isso se depreende da expressão para a perda
relativa de energia, dada simplesmente por

K h c ∆λ/λ(λ + ∆λ ∆λ
= = (12)
E h c/λ λ + ∆λ.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

6
10. Obtenha a relação

à !
θ hν
cot = 1 + tan φ
2 m0 c2

entre as direções de movimento do fóton espalhado e do elétron envolvidos no Efeito Compton.

SOLUÇÃO

Podemos usar a equação (2) para escrever

p0 − p1 cos θ = p cos φ e p1 sin θ = p sin φ.

Dividindo a segunda pela primeira obtemos diretamente

p1 sin θ 2p1 sin 2θ cos 2θ


tan φ = = .
p0 − p1 cos θ (p0 − p1 ) + 2p1 sin2 2θ

Usando a primeira forma das equações (7) e a relação 1−cos θ = 2 sin2 θ/2, podemos escrever

2p1 sin 2θ cos 2θ 1 θ


tan φ = = p0 cot
( pm0 0pc1 )(2 sin2 2θ ) + 2p1 sin2 θ
2
1 + m0 c 2

Como p0 /m0 c = (hν/c)/(m0 c) = hν/(m0 c2 ), vem:

à !
θ hν
cot = 1 + tan φ. Q.E.D.
2 m0 c2
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

11. Obtenha uma relação entre a energia cinética K de recuo dos elétrons e a energia E
do fóton incidente no Efeito Compton. Uma forma para essa relação é

³ ´
K
2hν
m0 c2
sin2 ( 2θ )
= ³ ´
E 1 + m2hν 2 sin2 ( 2θ )
0c

SOLUÇÃO

7
Podemos usar diretamente a equação (12) com (8) para escrever:

K (h/m0 c)(1 − cos θ)


= .
E h/p + (h/m0 c)(1 − cos θ)

Sabemos que 1 − cos θ = 2 sin2 θ/2. Assim, é fácil mostrar que

K 2 sin2 2θ sin2 2θ
= m0 c2
= 2
E hν
+ 2 sin2 θ
2
( m2hν
0c
) + sin2 θ
2
³ ´
2hν
m0 c2
sin2 ( 2θ )
= ³ ´ Q.E.D.
1 + m2hν0c
2 sin2 ( 2θ )

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

12. Sempre naquele estilo econômico, diga em que consiste o modelo atômico de Thomson
e quais são as suas principais imperfeições.

SOLUÇÃO

Fica por conta do leitor.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

13. Suponha a existência de um elétron de carga −e dentro de uma região esférica


com densidade de carga positiva uniforme ρ (um modelo do átomo de hidrogênio segundo
Thomson). (a) Mostre que seu movimento, se ele ter energia cinética, pode ser de oscilações
harmônicas simples em torno do centro da esfera (nesse caso a força teria a forma F = −ka,
se o elétron estiver a uma distância a do centro da esfera). (b) Suponha que a carga positiva
total tenha um valor igual em módulo à carga de um eletrón ( o átomo é neutro) e suponhamos
que esteja distribuı́da sobre uma esfera de raio R = 1Å. Ache a constante de força k e a
freqüência do movimento do elétron.

SOLUÇÃO

Suponhamos que o elétron esteja a uma distância a do centro, com a menor do que o raio
da esfera. Da lei de Gauss, sabemos que podemos calcular a força que atua sobre o elétron
usando a lei de Coulomb

µ ¶
1 4 3 e ρea
F =− πa ρ 2
=− ,
4π²0 3 a 3²0

8
onde (4/3)πa3 ρ é a carga positiva total em uma esfera de raio a. Portanto, podemos escrever
F = −ka, onde a constante k = ρe/3²0 . Se o elétron, inicialmente em repouso em a, é
deixado livre, sem velocidade inicial, essa força vai produzir movimento harmônico simples ao
longo de um diâmetro da esfera, pois ela está sempre dirigida para o centro e tem módulo
proporcional à distância ao centro.
(b) Temos

e
ρ= 4 .
3
πr03

Assim

ρe e e e2
k= = 4 03 = 03
= 2.3 × 102 N/m.
3²0 3
πr 3² 0 4π²0 r

A freqüência do movimento harmônico simples é dada por:

s s
1 k 1 2.3 × 102 N/m
ν= = −31
= 2.5 × 1015 s−1 .
2π m 2π 9.11 × 10 kg

Como (em analogia com a radiação emitida por elétrons oscilando em uma antena) a radiação
emitida pelo átomo terá esta mesma freqüência, ela corresponderá a um comprimento de onda

c 3.0 × 108 m/s


λ= = 2 −1
= 1.2 × 10−7 m = 1200 Å,
ν 2.5 × 10 15 s
que está na região do ultravioleta longı́nquo do espectro eletromagnético. Pode-se mostrar que
um elétron que se move em uma órbita circular estável de qualquer raio dentro do átomo de
Thomson gira com essa mesma freqüência, e, portanto, irradia com essa freqüência também.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

14. Mostre que o número de partı́culas α espalhadas em um ângulo Θ ou maior no


espalhamento de Rutherford é dado por

µ ¶2 Ã !2 µ ¶
1 zZe2 2 Θ
πIρt cot ,
4π²0 M v2 2

onde I é o número de partı́culas α incidentes sobre uma folha de espessura t contendo ρ


núcleos por centı́metro cúbico.

9
SOLUÇÃO

Em sala de aula – é verdade que com a presença de poucos estudantes4 , devido ao elevado
número de faltas – ficou demonstrado, com todos os detalhes, que o número de partı́culas α
espalhadas entre os ângulos Θ e Θ + dΘ era dado por:

µ ¶2 Ã !2
1 zZe2 Iρt2π sin Θ
N (Θ)dΘ = dΘ.
4π²0 2M v 2 sin4 Θ/2

O que se pede agora é que calculemos o número de partı́culas espalhadas com ângulos que
variam entre Θ e valores maiores, isto é, até π. Esse número deve ser dado simplesmente
integrando-se a expressão anterior na forma abaixo:

Z π
N (> Θ) = N (Θ)dΘ.
Θ

A informação necessária é a integral, i.e.,

Z π
sin x
dx = 2 cot2 (x/2).
Θ sin4 (x/2)

Assim
Z πµ ¶ Ã !2
1 2 zZe2 Iρt2π sin Θ
N (> Θ) = dΘ
Θ 4π²0 2M v 2 sin4 Θ/2
µ ¶2 Ã !2 µ ¶
1 zZe2 Θ
= πIρt cot2 .
4π²0 M v2 2
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

15. Átomo de Bohr. Enuncie os Postulados de Bohr.

SOLUÇÃO

Fica por conta do leitor.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

16. Encontre, fazendo as passagens matemáticas necessárias, a expressão para os nı́veis


de energia do átomo de hidrogênio.
4
Obviamente, os melhores!

10
SOLUÇÃO

Usamos a condição de estabilidade mecânica do elétron, i.e., (força coulombiana que atua
sobre o elétron ) = ( força centrı́peta que mantém o elétron em sua órbita circular), ou seja

1 Ze2 v2
=m , (13)
4π²0 r r
onde v é a velocidade do elétron em sua órbita e r é raio dessa órbita. A quantização do
momento angular - um dos postulados de Bohr que foram enunciados na questão anterior pelo
estudante diligente - assevera que

nh̄
mvr = nh̄, n = 1, 2, 3, ... ou v= . (14)
mr
Usando a expressão acima para v na (13) obtém-se

n2 h̄2
rn = 4π²0 , n = 1, 2, 3, ...,
mZe2
e, usando o valor de rn obtido em (14) vem:

nh̄ 1 Ze2
vn = = , n = 1, 2, 3, ... .
mrn 4π²0 nh̄
Por fim, a energia potencial é dada por

Ze2 1
V =− = −2 mvn2 = −2K.
4π²0 r 2
Assim, a energia total será E = K + V = −K, ou seja

mZ 2 e4 1
En = − , n = 1, 2, 3, ... .
(4π²0 )2 2h̄2 n2

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

17. Calcule a energia de ligação do átomo de hidrogênio.

SOLUÇÃO

11
A energia de ligação do átomo de hidrogênio (a energia que liga o elétron ao núcleo) é
numericamente igual à energia do menor estado ( o estado fundamental). Assim:

µ ¶2
1 me4
Elig = E1 = − = −13.6 eV
4π²0 2h̄2
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

18. Estime a temperatura de um gás contendo átomos de hidrogênio para o qual serão
observadas linhas da série de Balmer para ao espectro de absorção.

SOLUÇÃO

A distribuição de probabilidade de Boltzmann (grande Ludwig5 !) mostra que a razão entre


o número n2 de átomos no primeiro estado excitado ( energia E2 = −13.6/4 = −3.39 eV )
e o número n1 de átomos no estado fundamental (energia E1 = −13.6 eV), em uma amostra
suficientemente grande, em equilı́brio a uma temperatura T, é dada por:

n2 e−E2 /kB T 5
= −E1 /k T = e(−1.18×10 K)/T .
n1 e B

Assim, uma fração significativa de átomos de hidrogênio estará no primeiro estado excitado
somente quando a temperatura for da ordem de 105 K. Onde entra a série de Balmer? Somente
quando os átomos absorvem a partir desse estado eles podem produzir linhas da série de
Balmer, que são, de fato, observadas no gás hidrogênio de algumas atmosferas estelares.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
19. Explique como a correção para a massa nuclear finita do átomo de hidrogênio permite
distinguir linhas espectrais deslocadas que levaram à descoberta do deutério em 1932.
SOLUÇÃO
O espectro seria idêntico se não fosse a correção para a massa nuclear finita. A constante
de Rydberg para um átomo cujo núcleo possua massa infinita é dada por:

µ ¶2
1 me4
R∞ = .
4π²0 4πh̄3 c
A constante de Rydberg corrigida para massa finita é dada por
µ
RHM = R∞ ,
m
5
Meu xará!

12
pois no lugar da massa do elétron m usamos a massa reduzida do sistema elétron + núcleo,
isto é, usamos µ = m M/(m + M , onde M é a massa do núcleo. No caso em baila, temos
para o hidrogênio (M = massa de um próton)

R∞ 109737 cm−1
RH = m = 1 = 109678 cm−1 ,
1+ M 1 + 1836

e para o deutério (M = massa de dois prótons)

R∞ 109737 cm−1
RD = m = 1 = 109707 cm−1 .
1+ M 1 + 2×1836

Assim, RD > RH (uma miséria) mostrando que as linhas espectrais do deutério são deslocadas
para comprimentos de onda ligeiramente menores se comparados aos do hidrogênio.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

20. Enuncie o Princı́pio de Correspondência.

SOLUÇÃO

Enuncie.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

21. Compare a atração gravitacional entre um elétron e um próton no estado fundamental


de um átomo de hidrogênio com a atração coulombiana entre eles. Temos razão ao ignorar a
força gravitacional?

SOLUÇÃO

Sabemos que 1/4π²0 = 9.0 × 109 J. m/C2 e que G = 6.67 × 10−11 N m2 /kg2 . A razão
entre os módulos das as duas forças é:

Fg GmM 6.67 × 10−11 × 9.11 × 10−31 × 1.67 × 10−27


= 1 2 = 9 × (1.602 × 10−19 )2
= 4.4 × 10−40 !
Fe 4π²0
e 9.0 × 10

Temos razão (nem sempre estamos enganados)!

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

13
22. Quais são a energia, o momento e o comprimento de onda de um fóton emitido por
um átomo de hidrogênio ao fazer uma transição direta de um estado excitado com n = 10
para o estado fundamental? Obtenha a velocidade de recuo do átomo de hidrogênio neste
processo.

SOLUÇÃO

a) Energia

µ ¶
1 1
∆E = E10 − E1 = −13.6 2
− 2 = 13.5 eV.
10 1
b) Momento
∆E 13.5 × 1.602 × 10−19 J
p= = 8
= 7.21 × 10−27 kg m/s.
c 3 × 10 m/s
c) Comprimento de onda

h 6.63 × 10−34 J.s


λ= = = 9.2 × 10−8 m.
p 7.21 × 10−27 kg m/s
d) A velocidade de recuo. Ora, o momento de recuo é dado por p = hν/c. Se fizermos
v = p/mH deveremos ter a resposta pedida, sendo mH = (massa do átomo). Assim,

7.21 × 10−27 kg m/s


vrecuo = = 4.3 m/s.
1.67 × 10−27 kg

É bem grande!

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

23. No estado fundamental do átomo de hidrogênio, segundo o modelo de Bohr, quais


são (a) o número quântico, (b) o raio da órbita, (c) o momento angular, (d) o momento, (e)
a velocidade angular, (f) a velocidade linear, (g) a força sobre o elétron, (h) a aceleração do
elétron, (i) a energia cinética, (j) a energia potencial e (k) a energia total? Como variam as
grandezas (b) e (k) em função do número quântico?

SOLUÇÃO

As respostas podem ser encontradas no problema número 16, fazendo n = 1 para o


estado fundamental. Lembre-se de que para n = 1, r1 = a0 = 4π²0 h̄2 /(me2 ) (raio de Bohr)
= 5.29 × 10−11 m.

14
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

24. (a) Usando a fórmula de Bohr, calcule os três maiores comprimentos de onda da série
de Balmer. (b) Entre quais limites de comprimentos de onda está a série de Balmer?

SOLUÇÃO

A série de Balmer é escrita na forma:

µ ¶
1 1 1
= RH 2 − 2 , m = 3, 4, 5, ... .
λ 2 m
Os três primeiros comprimentos (são os três maiores) são dados por:

µ ¶
1 1 1
= RH 2 − 2 = (6565Å)−1 vermelho
λ1 2 3
µ ¶
1 1 1
= RH 2 − 2 = (4863Å)−1 azul − verde
λ2 2 4
µ ¶
1 1 1
= RH 2 − 2 = (4342Å)−1 violeta
λ3 2 5

O limite inferior pode ser calculado na forma


µ ¶
1 1 1
= RH 2 − 2 = (3647Å)−1 ,
λ∞ 2 ∞
e está localizado no ultravioleta.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

25. Considere um corpo girando livremente em torno de um eixo fixo. Aplique as regras
de quantização de Bohr-Sommerfeld, e mostre que os valores possı́veis para a energia total
são:

h̄2 n2
En = , n = 0, 1, 2, ...,
2I
onde I é o momento de inércia em torno do eixo de rotação.

SOLUÇÃO

15
Um corpo girando em torno de um eixo fixo tem energia cinética rotacional dada por

1 2 L2
E = Iω = ,
2 2I
onde ω é a velocidade angular do movimento e L = Iω é o momento angular. Basta considerar
o postulado de Bohr, para o qual L = nh̄, e teremos o que se pede, i. e.,

h̄2 n2
En = , n = 0, 1, 2, .... .
2I
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

26. Suponha que o momento angular da Terra (cuja massa é de 6.0 × 1024 kg) devido a
seu movimento em torno do Sol (órbita de raio= 1.5 × 1011 m) seja quantizado segundo a
relação de Bohr L = nh/(2π). Qual é o valor do número quântico n? Poderı́amos detectar
tal quantização?

SOLUÇÃO

Sabemos que L = mvr = nh̄. No caso em baila, devemos considerar a velocidade orbital
da terra (média) que sabemos ser v = 3 × 104 m/s. Teremos (no SI):

mvr 6.0 × 1024 × 3 × 104 × 1.5 × 1011


n= = ≈ 1074 ,
h̄ 1.05 × 10−34

que é um número quântico muito grande. A resposta, como se espera, é NÃO!.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

27. Em que consiste a hipótese de de Broglie?

SOLUÇÃO

Descubra!.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

28. (a) Qual é o comprimento de onda de de Broglie de uma bola de masa m = 1.0 kg
movendo-se a v = 10 m/s? (b) e de um elétron cuja energia cinética é de 100 eV?

SOLUÇÃO

16
a) No caso de uma bola

h h 6.6 × 10−34 J.s


λbola = = = = 6.6 × 10−35 m. (15)
p m×v 1.0 kg × 10 m/s

b) No caso do elétron, sabemos que p = 2mK e, portanto,

h h 6.6 × 10−34 J s
λel = =√ =q = 1.2×10−10 m = 1.2Å.
p 2mK −31 −19
2 × 9.1 × 10 kg × 100 eV × 1.6 × 10 J/eV
(16)
.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

29. (For Masters!. Mostre que para associar uma onde de de Broglie com a propagação
de fótons, os fótons devem viajar à velocidade da luz c e sua massa de repouso deve ser zero.

SOLUÇÃO

O comprimento de onda de de Broglie associado a uma partı́cula de massa de repouso m


é dado por
h h 1 v
λ= = , com γ=√ e β= . (17)
p mγv 1 − β2 c
Para um fóton que tivesse massa de repouso m, deveria ser
c hc hc
λ= = = . (18)
ν hν m γ c2
Igualando as duas equações
h hc
= =⇒ v = c. (19)
mγ v m γ c2
Ora, nesse caso γ → ∞ e teremos massa não infinita γ m somente se m = 0.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

30. Um critério que distingue se uma dada configuração é clássica ou quântica pode ser
estabelecido por meio do comprimento de de Broglie λ nos seguintes termos. Se L for uma
escala de comprimento tı́pica da configuração em baila, pode-se afirmar que é clássica se

λ¿L

17
e que é quântica se

λ À L.

Usando esses critérios diga qual ‘fı́sica’ é relevante nos casos que seguem.

(a) Um elétron atômico. Para comprimento tı́pico use o raio de Bohr. Para energia tı́pica use
um Rydberg (descubra quanto vale!);

SOLUÇÃO

a) No caso de um elétron, podemos considerar como dimensão tı́pica L = r1 = a0 =


5.29 × 10−11 m. Se a energia é, tipicamente, 1 Rydberg, ela vale 13.6 eV. Nesse caso, o
comprimento de onda de de Broglie será

h 6.6 × 10−34 Js
λ= √ =q = 3.3 × 10−10 m.
2×m×K 2 × 9.1 × 10−31 kg × 13.6 eV × 1.6 × 10−19 J/eV
(20)
Portanto, λ ' 6L e a configuração é quântica.
(b) Um próton em um núcleo. Para o tamanho do núcleo, use 1 fermi. Para energia use ' 10
MeV;

b) Nesse caso, L = 10−15 m = 1 fermi e, por outro lado, usando p = 2mK, podemos
obter

6.6 × 10−34 J s
p= q = 9 × 10−15 m = 9fermi > L.
2 × 1.7 × 10−27 kg × 100 × 106 eV × 1.6 × 10−19 J/eV
(21)
Portanto, esta configuração também é quântica.
(c) Um elétron em um tubo de vácuo operando a 10kV;

c) Podemos admitir que L = 1 m, como comprimento tı́pico do tubo de raios catódicos.


Ora, um eléton operando a 10 kV tem uma energia
√ cinética, K, de 10 keV = 10 × 103 eV ×
1.6 × 10−19 J/eV. Assim, o seu momento é p = 2 m K ' 5.4 × 10−23 , ou seja,
h
λ= ' 10−11 m, (22)
p

18
que, de fato, mostra-nos tratar-se de uma configuração clássica, pois λ ¿ L, mesmo que
o tubo de raios catódicos fosse muitas vezes menor (i.e., L fosse menor do que aquele que
estimamos).
(d) Um gás de elétrons cuja densidade é de 1020 elétrons por cm3 a uma temperatura de 300K.
Ora, um gás de elétrons ( gás de Fermi) desse tipo tem um volume por partı́cula dado por
V 1
v= = = 10−20 cm−3 . (23)
N N/V
Isso significa que o comprimento tı́pico que estamos procurando deve ser da ordem de L '
v 1/3 ' 2 × 10−7 cm = 20Å.
Por outro lado, se a temperatura é de 300 K, significa que a energia média de cada uma
das partı́culas do gás é da ordem de K = kB T ' 4.0 × 10−21 J. Ora, isso nos permite calcular
h
λ= √ ' 7.6 × 10−9 m = 76Å. (24)
2mK
Nesse caso, mais uma vez, temos uma configuração quântica, pois λ À L. De fato, nesse
regime, o gás de Fermi vem tratado como um gás degenerado!

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

31. Descreva, em estilo conciso e com objetividade, os resultados do experimento de


Davisson e Germer.
SOLUÇÃO
Descreva.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

32. Considere o pacote abaixo

Z ∞
ψ(x, t) = g(k)ei(kx−ω(k)t) dk,
−∞

com

2
g(k) = e−a(k−k0 ) .

Desenvolvendo ω(k) em torno de k0 , obtenha a forma explı́cita para ψ(x, t). Calcule as
larguras dos pacotes definidos por |g(k)|2 (∆k ) e por |ψ(x, 0)|2 (∆x) e mostre que

∆k∆x ≥ O(1).

19
SOLUÇÃO

Este problema está feito no caderno do aluno freqüente, pois feito com detalhes - quase que
tediosos! -, em sala de aula. Não somente uma vez; foi revisado na aula subseqënte.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

33. Considere uma partı́cula com energia E = p2 /2m movendo-se em uma dimensão
(ao longo de x). A incerteza em sua localização é ∆x. Mostre que se ∆x∆p > h̄, então
∆E∆t > h̄, onde (p/m)∆t = ∆x.

SOLUÇÃO

Sendo E = p2 /2m podemos escrever, imediatamente, que ∆E = 2p∆p/m = (p/m)∆p.


Por outro lado, como ∆x = (p/m)∆t, podemos fazer:
p m
∆x ∆p = ∆t ∆E = ∆E ∆t > h̄, (25)
m p
como queremos demonstrar.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

34. O tamanho de um átomo é de aproximadamente 10−8 cm. Para localizar um elétron


dentro do átomo, deve-se usar radiação eletromagnética de comprimento de onda não maior
do que, digamos, 10−9 cm. (a) Qual é a energia do fóton com tal comprimento de onda (em
eV, please!)? (b) Qual é a incerteza no momento do elétron se estivermos incertos sobre a
sua posição em 10−9 cm?

SOLUÇÃO

a) Ora, sabemos que E = hν = h c/λ e, portanto, no SI, temos

c 3 × 108
E=h = 6.6 × 10−34 × ' 2 × 10−14 J. (26)
λ 10−11
A conversão em eV fica por conta do leitor!
b) Basta calcular ∆p = h̄/∆x, considerando que ∆x = 10−9 .

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

35. A energia de um oscilador harmônico linear é

p2 1
E= + Cx2 .
2m 2
20
Mostre, usando a relação de incerteza (no seu valor mı́nimo h̄/2 ), que a energia mı́nima do
oscilador é dada por E0 = hν/2, where

s
1 C
ν= .
2π m

SOLUÇÃO

A relação de incerteza mı́nima se escreve na forma ∆x∆p ≥ h̄/2. As quantidades hxi e


hpi devem anular-se para uma partı́cula oscilante. Assim, calcular ∆x e ∆p significa calcular
hx2 i e hp2 i. Por outro lado, a energia total pode ser escrita na forma:

(∆p)2 1 h̄2 1
E= + C(∆x)2 = 2
+ C∆x2 . (27)
2m 2 28 m ∆x 2
O mı́nimo a energia vem para

à !1/2
dE −h̄2 2 h̄2
= + C∆x = 0 =⇒ (∆x) = . (28)
d(∆x) 4m∆x3 4mC
Para este valor de ∆x a energia total é mı́nima e se torna:

s s
1 C 1 1 C
E = h̄ = h ν, com ν= .
2 m 2 2π m
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

36. Num certo experimento com fenda dupla, com um detector apropriado, se uma fenda
estiver fechada, a amplitude
s
1 −y2 /2 i(ωt−ay)
ψ1 = e e
2
é medida. Se a outra fenda estiver fechada, a amplitude

s
1 −y2 /2 i(ωt−ay−by)
ψ1 = e e
2
será medida. Qual será o padrão de intensidade ao longo de y quando ambas as fendas
estiverem abertas?

SOLUÇÃO

21
Antes de mais nada convém reconhecer que as amplitudes podem ser escritas na forma:

ψ1 = |ψ|eiθ1 e ψ2 = |ψ2 |eiθ2 , (29)


onde

θ1 = ωt − ay e θ2 = ωt − ay − by = θ1 − by. (30)
Para cada uma das fendas abertas (quando a outra está fechada) as intensidades das ondas
são dadas por

I1 = |ψ1 |2 e I2 = |ψ2 |2 . (31)


Com as duas fendas abertas, para um valor comum da posição e do tempo, as duas amplitudes
se sobrepõem e formam a amplitude resultante

ψ = ψ1 + ψ2 . (32)
A intensidade resultante correspondente pode ser escrita na forma

I = |ψ|2 = |ψ1 + ψ2 |2 = (ψ1 + ψ2 )(ψ1 + ψ2 )∗


h i
= |psi1 |2 + |ψ2 |2 + |ψ1 ψ2 | ei(θ1 −θ2 ) + ei(θ1 −θ2 )
q
= I1 + I2 + 2 I1 I2 cos(θ1 − θ2 )
= I1 + I2 + ∆, (33)
2
onde ∆ é o termo de interferência. Como, em nosso caso, θ1 −θ2 = by e I1 = I2 = (1/2)e−y ,
vem:

2
I = e−y cos by. (34)

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

37. Um elétron está localizado no espaço com uma incerteza ∆x = 10−6 m. Sua veloci-
dade é de, aproximadamente, 106 m/s. Deseja-se medir o seu momento com uma precisão de
1 parte em 103 . É possı́vel? Explique.

SOLUÇÃO

Se a velocidade do elétron é de 106 m/s, uma precisão de 1 parte em 103 corresponde a


∆v = 10−3 × 106 m/d. Assim, o momento do elétron, com essa precisão, pode ser conhecido
com a incerteza

∆p = m∆v = 9.1 × 10−31 kg × 103 m/s = 9.1 × 1028 kgm/s. (35)

22
Por outro lado, o Princı́pio de Incerteza prevê que com a precisão que se tem em x, tenhamos
por preciso (máxima) em p a quantidade

h̄ 1.05 × 10−34
∆p = = ' 0.5 × 10−28 kgm/s. (36)
2 ∆x 2 × 10−6
A conclusão fica por conta do leitor!

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

38. Descanse!

SOLUÇÃO

Livro-texto recomendado: Fı́sica Quântica, R. Eisberg e R. Resnick, Editora Campus, Rio de


Janeiro, 1979.

23

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