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Manual para Prevencao de Incursao em Pista No Aerodromo Edicao 1 Abr
Manual para Prevencao de Incursao em Pista No Aerodromo Edicao 1 Abr
Prevenção de Incursão
em Pista no Aeródromo
MANUAL para Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
1. Introdução 7
2. Objetivo 9
3. Entendendo a Incursão em Pista 10
Presença incorreta 10
Área protegida 11
Exemplos 13
4. Fatores Contribuintes 15
Comunicações 16
Infraestrutura do aeródromo 18
Consciência situacional 19
5. Classificação da Severidade 20
6. Runway Incursion Severity Calculator – RISC 24
7. Runway Safety Team – RST 27
Composição 28
Presidente 28
Secretário 29
Membros 29
Reuniões 29
Reuniões ordinárias 30
Reuniões extraordinárias 30
8. Reporte 31
Cultura de reporte 31
Cultura justa 31
Cultura de aprendizado 31
9. Identificação de Hot Spots 32
10. Melhores Práticas 33
Procedimentos 33
Auxílios visuais 33
Motoristas 34
Apêndice A – Orientações para o Preenchimento do Formulário
para Registro de Ocorrência de Incursão em Pista 36
Apêndice B – Exemplo de Cálculo de Severidade
de uma Incursão Utilizando o RISC 38
Apêndice C – Treinamento de Motoristas
que Acessam a Área de Manobras 41
Apêndice D – Bibliografia 43
1. INTRODUÇÃO
Com uma emenda ao Doc 4444 PANS-ATM, a OACI padronizou em 2004 a definição
de incursão em pista, o que tornou possível a elaboração de um banco de dados
internacionais que permitisse avaliar e comparar adequadamente a situação de cada
país e o planejamento de medidas preventivas de forma abrangente.
Nos Estados Unidos, a FAA possui um programa chamado Runway Safety dedicado
a tomar ações integradas de conscientização, de treinamento, de investimento em
infraestrutura e em novas tecnologias direcionadas para aumentar cada vez mais a
segurança operacional na pista de pouso e decolagem nos aeroportos americanos.
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2. OBJETIVO
O objetivo principal deste manual é apresentar o assunto de prevenção de incursão
em pista para os operadores de aeródromo. Ele foi elaborado para:
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
É necessário que ocorram os dois ao mesmo tempo para que a ocorrência seja
classificada como uma incursão em pista. Por isso, o operador de aeródromo deve
treinar seu pessoal operacional a ser capaz de identificar corretamente esses dois
parâmetros envolvidos numa incursão em pista.
Buscando uma definição clara do que seja uma incursão em pista, o RST do aeroporto
de Schiphol (Amsterdã) oferece algumas diretrizes, dentre elas a seguinte: incursão
em pista é um evento que depende de uma decisão que resulta num movimento real
de uma situação correta para outra incorreta.1
Área protegida
O outro parâmetro de uma incursão em pista é a área protegida. A área protegida é
delimitada por uma superfície imaginária que envolve a pista de pouso e decolagem,
semelhantemente à faixa de pista.
Para fins de ilustração, considera-se uma pista de pouso e decolagem com as seguintes
características:
1 Se o motorista, ao receber a autorização da TWR, fizesse a varredura visual da pista antes de cruzar a posição
de espera e alertasse o controlador sobre a presença de uma aeronave na cabeceira tal, não ocorreria uma incursão
em pista.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
A Figura 1 abaixo mostra como a área protegida (em amarelo) deve ser definida para
essa pista de pouso e decolagem.
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RESA SWY SWY RESA
CWY
Faixa de pista
Área protegida
33
RESA SWY SWY RESA
90 m
CWY
Tabela C-2 do RBAC 154
Faixa de pista
Área protegida
33
SWY SWY
90 m
Os limites da área protegida devem ser sinalizados na parte gramada, para que os
motoristas e pedestres saibam onde ela termina.
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DICA: A sinalização dos limites de área protegida pode ser feita utilizando-se
tubos de PVC.
ATENÇÃO! Não pode ser utilizada uma estrutura que não seja frangível.
Exemplos
As incursões em pista podem ser divididas em vários cenários de ocorrência,
tais como:
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
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4. FATORES CONTRIBUINTES
Normalmente, as incursões em pista têm múltiplos fatores contribuintes e podem
envolver pilotos, controladores de tráfego aéreo, motoristas ou pedestres. Alguns
desvios que podem contribuir para incursões em pista de pouso e decolagem incluem:
De acordo com vários estudos, a maioria dos fatores contribuintes de uma incursão
em pista envolvendo um motorista são:
DICA: A maneira como uma incursão em pista é registrada e analisada é tão importante
quanto a maneira como as informações sobre a ocorrência são coletadas.
“não solicitou autorização da TWR” para entrar na pista não captura a natureza
do desvio dele. Uma descrição melhor poderia ser: “motorista inexperiente entra
na pista sem obter autorização da TWR.”
• as circunstâncias nas quais o desvio foi cometido devem ser detalhadas, tais
como as tarefas que o indivíduo estava realizando no momento e as condições
relevantes do ambiente, e as condições latentes presentes na organização
(layout do aeródromo complexo, sinalizações verticais e horizontais inadequadas
e sobrecarga de trabalho). Por isso, identificar as circunstâncias nas quais
determinados tipos de desvios são prováveis de acontecer (operações noturnas,
controlador trabalhando em mais de uma posição de controle, etc.) ajudam na
proposição de medidas mitigadoras mais eficazes.
Comunicações
Algumas condições latentes durante as comunicações com motoristas são:
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No Brasil, o desafio é o entendimento das comunicações em inglês pelos motoristas
e a necessidade de expandir o escopo de competência dos motoristas para
compreender as comunicações entre pilotos e controladores nos momentos de
decolagem e aproximação.
Para acomodar veículos que são equipados somente com rádios UHF, frequência
acoplada (coupling) deveria ser empregada para garantir que todas as comunicações
UHF associadas com as operações na pista sejam simultaneamente transmitidas na
frequência VHF apropriada (e vice-versa).
DICA: Deve-se atentar para o indicativo dos veículos, de modo que não haja
possibilidade de dois veículos acessarem a área de manobras com a mesma
denominação. As melhores práticas recomendam que sejam atribuídos indicativos
fixos para cada veículo, de acordo com a principal função na qual ele é empregado.
2 De acordo com a ICA 63-21, as autorizações condicionais somente devem ser emitidas em condições
excepcionais, e não como regra.
3 Esse método pode ser aplicado em treinamentos de atualizações em que a turma seria dividida em duplas com
cada uma avaliando suas próprias transmissões e depois apresentando ao restante da turma suas análises.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Infraestrutura do aeródromo
Uma infraestrutura de aeródromo inadequada ou complexa aumenta significativamente
a probabilidade de uma incursão em pista. Muitos estudos têm demonstrado que a
frequência de incursões em pista relaciona-se com o número de cruzamentos de pista
de pouso e decolagem e com as características físicas da infraestrutura do aeródromo.
Os principais fatores contribuintes são:
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a) a complexidade das características físicas do aeroporto, incluindo vias de serviço
e pistas de táxi próximas à pista de pouso e decolagem;
b) espaçamento insuficiente entre pistas de pouso e decolagem paralelas;
c) pistas de táxi de acesso à pista que intersectam a pista de pouso e decolagem
com ângulos diferentes de noventa graus (90°); e
d) inexistência de pistas de táxi que ofereçam circulação completa na área de
movimento sem cruzar a pista de pouso e decolagem.
O Alerta aos Operadores de Aeródromo nº 1/2016 traz mais critérios de projetos de nova
infraestrutura da área de manobras considerando a prevenção de incursão em pista.
Consciência situacional
Consciência situacional diz respeito ao conhecimento de onde estamos e para
onde queremos ir, ao mesmo tempo em que se conhece as condições do tráfego na
vizinhança.
Recomenda-se que:
b) colocar na posição solo da TWR fotos dos hot spots para manter os controladores
cientes da visão que um piloto ou motorista perdido tem nessa região.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
5. CLASSIFICAÇÃO DA SEVERIDADE
A classificação de severidade das incursões em
pistas é muito importante para a tomada de decisão
de ações preventivas para redução da probabilidade
de ocorrência de mais incursões em pista.
As figuras abaixo ilustram situações para uma melhor visualização dos tipos de
severidade de ocorrências de incursão em pista que podem ocorrer.
1 1
1 1
2400 m
1
Ponto de espera
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
c) Ação evasiva ou corretiva: deve ser considerado que quando uma aeronave
executa uma manobra evasiva para evitar uma colisão, a intensidade desta
manobra é decisiva para a classificação da severidade. Isso não se limita a uma
ação brusca, guinada, decolagem abortada, rotação antecipada na decolagem ou
arremetida. Quanto mais severa a manobra, maior será a severidade da incursão
em pista. Por exemplo: uma decolagem abortada após a aeronave ter percorrido
300 m será mais severa do que em que tenha percorrido apenas uma distância de
30 m, considerando a inércia adquirida com a aceleração de decolagem. Nesse
caso, a ação evasiva do procedimento para abortar a decolagem no primeiro
caso é mais brusca do que no segundo.
d) Tempo disponível para reação: deve ser considerado que trajetórias de colisão
que permitem ao piloto pouco tempo de reação tendem a ser mais severas do
que trajetórias de colisão em que o piloto tem um tempo relativamente amplo
para reagir. É o caso, por exemplo, de ocorrências envolvendo arremetidas. A
velocidade da aproximação da aeronave e a distância para a pista em que a
arremetida for iniciada devem ser consideradas na classificação de severidade.
Isso significa que uma ocorrência envolvendo uma aeronave pesada que aborte
um pouso próximo da cabeceira da pista será mais severa do que envolvendo
uma aeronave leve iniciando uma arremetida a uma milha de distância.
e) Condições meteorológicas e da aderência da pista: deve ser considerado que
condições que degradam a qualidade da informação visual disponível ao piloto
e ao controlador (operações em baixa visibilidade, por exemplo) aumentam
as variáveis para piloto e controlador, e assim, podem aumentar a severidade
da incursão. Do mesmo modo, as condições funcionais do pavimento que
reduzem a capacidade de frenagem de aeronaves e veículos devem também ser
consideradas, tais como pistas molhadas ou contaminadas.
Para uma classificação prévia, sem a utilização do Runway Incursion Severity Calculation
– RISC, a Tabela 4 pode servir como guia para a compreensão da severidade da incursão.4
4 Esta tabela foi desenvolvida pelo FAA e modificada pelo aeroporto de Schiphol, sendo adaptada neste
manual.
22
Tabela 4 – Guia para entender a severidade da incursão
Separação
Separação
decresce, mas
decresce Separação
há tempo e Pequena ou
e participantes decresce
distância nenhuma
adotam ações e há potencial
suficientes chance de
extremas para por de colisão
para evitar colisão
pouco evitar uma significativo
a potencial
colisão
colisão
Fatores A B C D
Muito pouco
Nenhum tempo Tempo suficiente. Não é um fator
tempo disponível
disponível para Tempo suficiente relevante.
Tempo para reação.
reação. para executar Tempo
disponível Quase insuficiente
Reação imediata suavemente suficiente para
para reação para tomar
foi exigida dos uma ação não considerar várias
uma ação de
envolvidos. planejada. alternativas.
emergência.
Essencial.
Ação corretiva
Crítico. Ação requerida Aconselhável.
não foi necessária
Ação evasiva radical (ou deveria ter Ação foi tomada
Ação evasiva e, provavelmente,
foi a única forma de sido tomada) para reduzir a
não alteraria a
evitar uma colisão. para garantir a severidade.
severidade.
segurança.
Provavelmente
É provável que
Condições Influência não exerceu
Ruim. tenha sido um
meteorológicas mínima sobre nenhuma
Foi um fator relevante fator, mas não
e da aderência o desempenho influência sobre o
para a severidade. de primordial
da pista operacional. evento, mas deve
importância.
ser analisada.
A aeronave ou veículo
se locomovendo Aeronave ou Aeronave ou
a uma velocidade veículo estavam veículo estavam
Velocidade da Potencial para
suficiente para reduzir se movendo se movendo
aeronave ou considerável dano
o tempo de reação. com velocidade lentamente. A
veículo e lesão.
Consequências suficiente para velocidade não é
potencialmente ser um fator. um fator.
catastróficas.
Aeronave ou Aeronave ou
Aeronave ou veículo
veículo se veículo se Aeronave ou
Proximidade se aproximando
aproximando aproximando um veículo não se
da aeronave ou rapidamente. Por
rapidamente e do outro, com aproximaram de
veículo pouco não houve
chegando perto da ampla distância aeronave.
colisão.
aeronave. para o desvio.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
• visibilidade;
• tipo da aeronave (peso ou características de performance);
• características da manobra executada para evitar uma colisão (incluindo o tempo
disponível para a reação do piloto);
• características e condições da pista de pouso e decolagem (largura, reporte de
“pista escorregadia”); e
• grau de controle ou descontrole em que estava a situação (tipo de erro cometido
pelo controlador ou piloto, se todas as partes estavam na frequência, se o
controlador estava ciente de todas as partes envolvidas).
O princípio por trás do modelo é que cada um desses fatores críticos exerce uma
influência sobre a variedade de resultados que podem acontecer nas reações dos
pilotos. Se as condições de tempo e de pista forem ótimas, a probabilidade de o
resultado ser o mesmo é maior do que se as condições fossem ruins.
Vale lembrar que o peso atribuído a um fator não significa uma ponderação do nível de
“severidade” dele, mas sim representa o nível de variabilidade que o fator introduz no
resultado final da severidade da incursão em pista. Isso significa que cada fator tem o
potencial de tornar a classificação da severidade da incursão em pista maior do que ela
seria se tivesse sido utilizado somente o critério da distância mínima (closest proximity).
24
ATENÇÃO! A distância mínima (closest proximity) é a distância entre a aeronave e o
veículo (ou outra aeronave) no momento final do conflito, definido quando ambas as
partes pararam ou quando todas as partes estão cientes da situação e já possuem
o controle da aeronave em velocidade de táxi ou menor. Quando a distância foi
diminuída por uma manobra intencional, a distância mínima a ser computada é aquela
que resultou até o momento das ações não intencionais dos envolvidos.
Momento final
do conflito
Ponto de
interseção
X
Y
Viatura
OPS B 727
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Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
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7. RUNWAY SAFETY TEAM – RST
ATENÇÃO! Para que um RST seja efetivo é necessário que todas as partes interessadas
trabalhem de forma colaborativa.
DICA: Essas estratégias devem ser desenvolvidas com base em ocorrências locais
ou combinadas com informações colhidas em outros lugares. É importante que sejam
feitas perguntas como: “o que” pode dar errado, “onde”, “por que” e “quando”.
A OACI recomenda no Runway Safety Team Handbook (2ª ed.) um escopo mais
amplo de atuação do RST. Além de incursão em pista, o RST pode tratar outros
assuntos tais como:
• aderência da pista;
• colisão no solo;
• excursão de pista;
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Composição
A composição do RST deve conter no mínimo representantes das seguintes áreas:
Os pilotos da aviação geral também devem participar de alguma maneira do RST. Para
aqueles que estão baseados no aeroporto, é possível que seja mais fácil a participação
no RST. De qualquer maneira, as mídias sociais podem ser uma boa ferramenta para
alcançá-los também.
Presidente
São atribuições do Presidente do RST:
• Representar o RST junto ao superintendente do aeroporto;
• Garantir que as reuniões do RST ocorram num ambiente colaborativo e de acordo
com o regimento interno;
• Programar o calendário das reuniões ordinárias;
• Convocar as reuniões ordinárias e extraordinárias;
• Garantir que as deliberações do RST sejam divulgadas aos interessados;
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• Garantir que as ações e deliberações do RST sejam devidamente documentadas
e arquivadas;
• Servir de ponto de contato com órgãos externos.
Secretário
São atribuições do Secretário do RST:
• Preparar a pauta da reunião ordinária e extraordinária para distribuição,
juntamente com o material auxiliar, a todos os membros do RST, com a
antecedência mínima razoável, conforme determinado no regimento interno do
RST;
• Preparar e colher assinaturas nas atas das reuniões ordinárias e
extraordinárias;
• Remeter à ANAC cópia dos formulários de registro de ocorrência de incursão em
pista preenchidos, para o cálculo da severidade;
• Enviar à ANAC os relatórios de avaliação da ocorrência das incursões em pista;
• Gerir a documentação das atividades do RST.
Membros
São atribuições dos membros do RST:
• Propor assuntos a serem tratados nas reuniões ordinárias ou extraordinárias;
• Monitorar as atividades do RST com vistas a propor melhorias em alguma
atividade desempenhada pelo RST ou identificar deficiências no cumprimento do
regimento interno do RST;
• Tomar conhecimento da pauta da reunião e analisar o material recebido em
anexo, para auxiliar nas decisões do RST;
• Compartilhar informações necessárias para a identificação dos fatores
contribuintes e das causas da ocorrência de incursão em pista;
• Convidar especialistas para falar na reunião sobre assuntos que precisam de
uma melhor compreensão pelos demais membros para auxiliar a discussão
técnica do RST;
• Contribuir com relatórios, estudos e informações do SGSO de sua organização
relativos a assuntos de interesse do RST;
• Divulgar para suas respectivas organizações os relatórios, decisões e
recomendações do RST.
Reuniões
A programação das reuniões do RST depende da situação e do ambiente do aeroporto.
Por exemplo, se grandes obras estão sendo planejadas, ou perigos e incidentes na
pista estão em crescimento, então o RST provavelmente precisará se reunir com
mais frequência. Por outro lado, se as operações estão normais, com poucos perigos
identificados, então as reuniões podem ser realizadas com uma frequência menor.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Reuniões ordinárias
O RST pode se reunir ordinariamente uma vez a cada 6 meses, em hora e lugar
designados pelo presidente ou por seu substituto.
Um dos itens da pauta da reunião ordinária será a avaliação dos auxílios visuais do
aeroporto, com a utilização de uma planta exibindo todas as placas, sinalizações
horizontais e luzes. É recomendável que parte dessa avaliação seja feita com uma
visita da equipe do RST a toda a área de manobras, para verificação do estado dos
auxílios visuais, com participação indispensável de representante dos pilotos e da
aviação geral.
Reuniões extraordinárias
A reunião extraordinária é convocada para tratar de assuntos específicos e que
demandam uma análise rápida do RST. Por exemplo, a reunião extraordinária pode
ser convocada sempre que ocorrer uma incursão em pista de severidade A ou B,
para investigar as causas e os fatores contribuintes do incidente. Para as incursões
de severidade C e D, não há necessidade de convocação de reunião extraordinária
especifica para análise da ocorrência. Essas podem ser analisadas na próxima reunião,
seja ordinária ou extraordinária.
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8. REPORTE
O reporte de incursão em pista ou de outros
eventos que afetam a segurança operacional da
pista deve ser incentivado para todo o pessoal
operacional, inclusive para os pilotos. Deve-
se implementar uma maneira fácil e rápida de
efetuar o reporte de incursão em pista, capaz
de estimular pilotos e pessoal operacional a realizarem a atividade. Além disso, o
procedimento deve proporcionar retorno (feedback) a quem reporta.
DICA: Mais uma vez aqui as mídias sociais podem ser utilizadas como ferramentas
para facilitar a manifestação dos pilotos e o feedback para eles.
Cultura de reporte
Cinco características comuns a programas de reportes bem sucedidos:
Cultura justa
• A organização precisa definir e divulgar claramente o que considera
comportamentos aceitáveis e inaceitáveis;
• A organização precisa estimular o reporte de ocorrência de violações de safety
pelo pessoal operacional;
• Aqueles que violaram as regras intencionalmente precisam ser punidos para não
estimular um ambiente de comportamentos inadequados e desestimular aqueles
que seguem as regras.
Cultura de aprendizado
• A organização tem indicadores de segurança operacional e busca mudanças com
base nesses indicadores;
• Aprende com os erros cometidos;
• O conjunto de informações sobre ocorrências passadas compõe a memória da
organização, que deve ser constantemente relembrada aos seus membros;
• Lições aprendidas e informações críticas de segurança são disseminadas e
assimiladas.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Um hot spot é uma localização na área de manobras com uma história ou um risco
de colisão ou de incursão em pista. Por isso, nesses locais é necessária uma atenção
maior por parte dos pilotos e motoristas. Geralmente, ele é consequência de uma
interseção complexa ou confusa entre pistas de táxi ou pista de táxi e pista de pouso
e decolagem.
O hot spot possui uma história ou um potencial para incursão em pista ou incidentes
aeronáuticos devido a uma variedade de causas, tais como: layout do aeroporto;
fluxo do tráfego; sinalização horizontal, vertical e luzes; consciência situacional; e
treinamento. Recomenda-se que se identifique o hot spot no aeroporto, atribua-se
uma designação sequencial a ele (HS 1, HS 2, etc.) e que ele seja exibido na carta de
movimento de solo (GMC), ou no RMK do ROTAER, ou no AIP Brasil, com uma breve
descrição dele.
DICA: Uma vez que o operador de aeródromo tenha identificado os hot spots, recomenda-
se a elaboração de estratégias para eliminar o perigo ou para gerenciar e mitigar os
riscos associados a eles, quando não for possível eliminá-los imediatamente.
ATENÇÃO: A publicação dos hot spots no AIP é fundamental para elevar o nível de
consciência situacional dos pilotos nesses pontos.
Hot Spot
HS1
Pilotos devem se assegurar de que
possuem autorização para cruzar a pista
15/33 antes de procederem para o pátio 5
32
10. MELHORES PRÁTICAS
Procedimentos
a) A vistoria da pista de pouso e decolagem realizada no sentido oposto ao dos
movimentos (pouso e decolagem) predominantes das aeronaves no momento
é desejável para que os motoristas sejam capazes de monitorar a ocupação da
pista enquanto executam os procedimentos de vistoria da pista.
b) Os pontos “cegos” da vista da TWR devem ser identificados e evitados pelos
motoristas ao se deslocarem na área de manobras. Por isso, recomenda-se
que o operador de aeródromo defina meios de identificar essas regiões (uso
de sinalizações, por exemplo) e desenvolva procedimentos para mitigar o risco
produzido pela visão comprometida da TWR nessas regiões (como o uso de
câmeras e disponibilização das imagens à TWR).
Auxílios visuais
a) As sinalizações horizontais de instrução obrigatória e a melhorada de eixo de
pista de táxi fazem parte do pacote de sinalizações que ajudam na prevenção de
incursão em pista. A Figura 9 exibe um exemplo dessas sinalizações pintadas.
33
MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Motoristas
a) O treinamento dos motoristas que terão
acesso à área de manobras deve abordar os
seguintes assuntos:
[1] comunicações:
I- fraseologia;
II- padrão aceitável de clareza e cadência de voz para comunicação via
rádio; e
III- uso do equipamento de rádio.
[2] auxílios visuais:
I- sinalizações horizontais;
II- sinalizações verticais; e
III- luzes.
[3] vias de serviço:
I- rotas de veículos que devem ser preferencialmente utilizadas durante a
movimentação na área de manobras.
[4] prevenção de incursão em pista:
I- a definição de incursão em pista;
II- as sinalizações que identificam os limites da área protegida nas áreas
gramadas;
III- apresentação de exemplos de ocorrências de incursão em pista; e
IV- como fazer registro de uma ocorrência de incursão em pista.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
36
Este item não é obriga-
tório. O anonimato deve
sempre ser preservado. A
investigação dos fatores
contribuintes não tem fins
disciplinares.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Momento final
do conflito
Viatura
OPS
EMB 110
A partir de agora será utilizado o RISC para o cálculo da severidade dessa ocorrência.
A tela abaixo exibe a janela inicial do RISC:
38
Os dados das condições meteorológicas e da pista são inseridos, e em seguida o
cenário é escolhido.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
Cenário escolhido:
40
APÊNDICE C – TREINAMENTO DE MOTORISTAS QUE
ACESSAM A ÁREA DE MANOBRAS
A movimentação de veículos na área de movimento do aeroporto é reconhecida como
uma atividade de alto risco e, por isso, é necessário que sejam adotadas medidas
formais de controle para gerenciar esse risco. Uma das medidas mais eficazes para
controle desse risco é a institucionalização de um programa robusto de treinamento
para os motoristas que acessam a área de manobras.
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MANUAL para
Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo
DICA: Antes de atuar na área de manobras é desejável que o motorista tenha passado
por um período de experiência assistida em direção no pátio e nas vias de serviço da
área operacional.
ATENÇÃO! Todos os motoristas devem passar por reciclagem com uma periodicidade
definida pelo operador de aeródromo.
42
APÊNDICE D – BIBLIOGRAFIA
EUROCONTROL
European Action Plan for the Prevention of Runway Incursion, Ed. 2, 2013.
DISSERTAÇÕES
SIMÃO, Alexander Coelho. Mitigando Incursões em Pista com o SMS. 2012. 165f.
Dissertação de Mestrado Profissional – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São
José dos Campos.
SITES ÚTEIS
www.canso.org/safety
www.faa.gov
www.caa.co.uk
www.eurocontrol.int
http://www.icao.int/safety/RunwaySafety/Pages/default.aspx
http://cfapp.icao.int/tools/RSP_ikit/story.html
43