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LIST A DE E X E R C Í C I O S
— CÁLCULO VETORIAL —
Prof. Carine Rebello
Até agora nos cursos de Cálculo só tratamos de funções cujas imagens estavam em R. Essas
funções são chamadas de funções com valores reais ou funções escalares. Vamos tratar a
seguir das funções cujos valores são vetores do R 2 ou R3. Um exemplo de uma função
vetorial é a velocidade, num instante t, de um objeto que se move no espaço.
Uma vez que as três componentes de r(t) são determinadas univocamente para cada t em D
podemos escrever r(t) = f(t) i + g(t) j + h(t) k. onde f, g e h são funções escalares de
domínio D e são chamadas de funções componentes de r(t).
Se D R, então r(t) é uma função com valores vetoriais com domínio D se e somente se
existem funções escalares f, g e h tais que r(t) = f(t) i + g(t) j + h(t) k para todo t em D
Observações:
As mesmas definições valem para r(t) em R2.
O domínio da função r(t) corresponde à intersecção dos domínios das funções
escalares componentes f, g e h.
Exemplos:
1) O movimento de uma partícula P sobre uma circunferência de raio 1 pode ser expresso
pela função vetorial r ( t ) cos t i sent j , onde a variável t representa o tempo e
P(cost, sent) dá a posição da partícula em movimento.
Neste caso o domínio da função vetorial é R e as funções escalares componentes são
f(t) = cost e g(t) = sent
2
2) r(t) = cost i – 3t j
3) r(t) = ln( t – 1) i + et j + t k
Dada uma função vetorial r(t) = f(t) i + g(t) j + h(t) k. Para cada valor de t obtemos um
vetor r(t). Não faremos distinção entre o vetor r(t) e seu vetor posição OP, sendo P o ponto
terminal de OP.
z
P
r(t)
O y
x
x
3
Dada a função r(t) = f(t) i + g(t) j + h(t) k, os pontos terminais dos vetores r(t)
definem uma curva C no espaço (ou no plano se r(t) = f(t) i + g(t) j ).
O gráfico de C consiste em todos os pontos (f(t), g(t), h(t)) em um sistema
coordenado XYZ.
As equações x = f(t); y = g(t) e z = h(t) são chamadas de equações paramétricas de
C.
O gráfico da função vetorial é portanto o gráfico das equações paramétricas.
É usual escrever as equações paramétricas como x = x(t); y = y(t) e z = z(t).
A orientação da curva C é determinada pelos valores crescentes de t
1) r(t) = (1 t) i + 3t j + 2t k
O gráfico da função é uma curva no espaço cujas equações paramétricas são
x ( t ) 1 t
y( t ) 3t
z ( t ) 2t
Como já foi visto estas equações são as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto
(1,0,0) e tem a direção do vetor ( 1, 3,2 )
Relembremos da Geometria Analítica que as equações paramétricas da reta r que passa por
Po(xo, yo, zo) e tem a direção do vetor v = ( a, b, c ) são dadas por
x x 0 at
y y 0 bt
z z ct
0
x x 0 at
O mesmo vale se a reta está no plano XY
y y 0 bt
Como foi visto, esta função vetorial pode representar o movimento de uma partícula P
sobre uma circunferência de raio 1 e P(cost, sent) dá a posição da partícula em movimento.
De uma maneira geral a função vetorial r(t) = acost i + asent j tem como gráfico a
circunferência de centro na origem e raio a.
A função vetorial r(t) = acost i + bsent j (a b) tem como gráfico a elipse de
x2 y2
equações 1
a2 b2
4) Seja r(t) = acost i + asent j + bt k ; para t 0. Trace a curva C determinada por r(t) e
indique a sua orientação
x ( t ) a co s t
lim r ( t ) lim f ( t ) i g ( t ) j h ( t ) k
t a t a t a t a
desde que f(t), g(t) e h(t) tenham limites quando t tende a a
2 2
1. lim cos t, sen t ,
t / 4 2 2
sent sent
2. lim t i j lim t i lim j j
t 0 t t 0 t 0 t
6
1
2. r(t) = t2 i + et j + t k r´(t) = 2t i + et j + k.
2 t
r(t+h) r(t)
r(t+h)
r(t)
A representação gráfica acima é para o caso em que h > 0. Observemos que o vetor
r(t+h) r(t) aponta na direção do parâmetro t crescente. No caso de h < 0 o vetor apontaria
na direção oposta.
Quando h 0, a reta secante aproxima-se da reta tangente no ponto terminal de r(t).
r(t h) r(t )
Concluímos então, que o limite r ( t ) lim , se existir e não for nulo, é
h 0 h
um vetor que é tangente à curva C na ponta de r(t) e aponta na direção do parâmetro
crescente.
C
r´(t)
r(t)
7
Seja P um ponto sobre o gráfico de uma função vetorial r(t) e seja r(to) o raio vetor
que parte da origem até P. Se r´(to) existir e não for nula, então chamamos de r´(to)
o vetor tangente ao gráfico de r(t) em r(to) e chamamos a reta que passa por P e que
é paralela ao vetor tangente de reta tangente ao gráfico de r(t) em r(to).
Observação: Representaremos r´(t) sempre por um vetor com ponto inicial P sobre a
curva C, que é o gráfico da função vetorial r(t).
Exemplos:
a} r(t) = t2 i + (2 lnt) j; to = 1
Solução: r´(t) = 2t i (1/t) j r´(to) = r´(1) = 2 i j . Por outro lado r(to) = r(1) = i + 2 j
paramétricas
y 3 t
z 1 3t
2) Considere r ( t ) t 3i t 3 j ; t > 0.
8
Solução:
x ( t ) t
3
Observações:
r( t ) é o módulo da velocidade no ponto e corresponde à taxa de variação do
comprimento de arco em relação ao tempo e é chamada simplesmente velocidade
r´(t) = v(t) é chamada de velocidade vetorial.
Representamos r´´(t) graficamente por um vetor com ponto inicial em P. Na maioria
dos casos r´´(t) aponta para o lado côncavo de C.
Solução:
a) v(t) = r´(t) = 2 2 sent i + 2 2 cost j e a(t) = r´´(t) = 2 2 cost i 2 2 sent j
v( t) ( 2 2 ) 2 sen 2 t ( 2 2 ) 2 cos 2 t 2 2
e a( /4) = 2i 2j
Regras de Derivação
Se u(t) e v(t) são funções vetoriais diferenciáveis e f(t) uma função escalar, então:
i) Dt ( u(t) + v(t)) = u´(t) + v´(t)
ii) Dt ( fu(t) ) = f(t)u´(t) + f ´(t)u(t)
iii) Dt ( u(t) . v(t)) = u(t).v´(t) + u´(t).v(t)
iv) Dt ( u(t) v(t)) = u(t) v´(t) + u´(t) v(t)
Observação: No caso ii) se f(t) é uma constante, então Dt ( f(t) u(t) ) = f(t) u´(t)
1
2 2 3 1
Exemplo: (2i 2 tj 3t k )dt [2ti t j t k ]0 2i j k
0
Referências Bibliográficas:
1. O Cálculo com Geometria Analítica – Swokowski vol 2
2. Cálculo – Um novo horizonte – Anton vol2
3. Cálculo C – Diva Fleming