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Jornal Interno da Saúde

(O Jornal Interno da Saúde é um documento interno do SMS desenvolvido com o objetivo de levar aos
colegas de trabalho informações úteis sobre o tema da Saúde. As informações aqui contidas não se
destinam a prescrever medicamentos e nem induzir os colegas a automedicação. Quem deve avaliar o
estado clínico e medicar é o Médico Especialista. Portanto, ao sentirem que as coisas não estão bem
procurem logo um Médico. Somente ele poderá avaliar seu estado clínico e prescrever o medicamento ou o
exame necessário)

Assunto da Semana: Bronquite Crônica


Sinônimos: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, DPOC.
O que é?
Doença definida quando há presença de tosse com muco (catarro) na maioria dos dias do mês,
em 3 meses do ano, por dois anos sucessivos, sem outra doença que explique a tosse. Quase
todos os casos da doença ocorrem pelo efeito nocivo do fumo nos pulmões por vários anos, o que
determina uma inflamação da mucosa dos brônquios (tubos que espalham o ar dentro dos
pulmões).
Como se desenvolve?
A bronquite crônica surge, na maioria dos casos, após 20 a 30 anos de exposição das vias aéreas
(brônquios) a irritantes como o fumo, poluição do ar e outras fontes.
Esses fazem com que ocorram modificações na mucosa dos brônquios. A mucosa é o
revestimento interno destes tubos que dão passagem ao ar. Quando há inflamação, a produção
de muco aumenta consideravelmente. Além disso, o fluxo de ar nos brônquios afetados pela
doença fica prejudicado. Todas estas alterações determinam os sintomas e sinais da doença.
O que se sente?
 tosse;
 expectoração de muco (catarro);
 encurtamento da respiração (falta de ar);
 febre pode ocorrer quando a pessoa com bronquite crônica estiver com uma infecção
respiratória associada;
 chiado no peito (sibilância) pode ocorrer nas exacerbações (crises) da doença;
 inchaço nos pés e nas pernas pode ocorrer pela piora nas condições de trabalho do coração,
em decorrência de uma bronquite muito grave.
Como o médico faz o diagnóstico?
Os dados referidos pelo paciente são os mais importantes para o diagnóstico da doença.
O relato de tabagismo de longa data, associado à tosse crônica com produção de muco, torna o
diagnóstico muito provável.
O exame físico também poderá ajudar.
Além disso, o médico poderá solicitar uma radiografia do tórax que costuma demonstrar
alterações compatíveis com a bronquite crônica, além de excluir outras doenças.
O exame de sangue também pode auxiliar na confirmação do diagnóstico, sendo a gasometria
arterial o principal. Ela mostra como estão os níveis de oxigênio no corpo do paciente -
normalmente reduzido. Outro exame que avalia a função pulmonar é a espirometria, no qual se
realiza a seguinte manobra: com a boca conectada ao tubo do aparelho, o paciente enche
totalmente os pulmões de ar e depois assopra vigorosamente até esvaziar os pulmões. Este
exame mostrará como está a capacidade pulmonar e os fluxos de ar desta pessoa.
Como se trata?

NAVARRO/2004
Jornal Interno da Saúde

Uma medida importante para iniciar o tratamento é eliminar os irritantes, como o fumo ou poeiras
tóxicas inaladas.
Parar de fumar para aquelas pessoas com uma bronquite crônica bem estabelecida, não fará com
que a doença melhore, mas, certamente, ajudará a desacelerar sua progressão.
Alguns pacientes podem beneficiar-se com o tratamento com corticóides, que são medicamentos
utilizados na tentativa de controlar a inflamação crônica dos brônquios e, assim, minimizar os
sintomas da doença.
Outra classe de medicação importante são os broncodilatadores. Eles podem melhorar o fluxo de
ar nesta doença, aliviando a falta de ar e a sibilância. Podem ser utilizados através de
nebulizações, turbohaler (dispositivo semelhante às bombinhas que dispensa uma boa
coordenação motora do usuário), nebulímetros, cápsulas para a inalação, comprimidos ou
xaropes. Os nebulímetros são os sprays (bombinhas) e têm a vantagem de poderem ser utilizados
tanto em casa quanto fora, além de apresentarem menor freqüência de efeitos indesejáveis. São
também mais práticos, pois os pacientes podem carregá-los na bolsa ou no bolso.
A maioria das pessoas poderá se beneficiar com os exercícios da terapia de reabilitação, que
fazem com que os pacientes sejam capazes de utilizar a sua energia mais eficientemente ou de
uma forma em que haja menor gasto de oxigênio.
A oxigenioterapia (uso de oxigênio em casa) também poderá melhorar os sintomas dos doentes,
além de aumentar a expectativa de vida.
Como se previne?
Entre 80% e 90% dos casos de bronquite crônica, resultam do tabagismo.
Assim, a principal medida preventiva é não fumar. O médico deverá oferecer ao seu paciente
auxílio neste sentido, podendo ou não usar medicações auxiliares. A reposição de nicotina seja
por gomas, adesivos ou outros recursos podem ser utilizados.
Há também a bupropiona, um medicamento que vem sendo utilizado com sucesso, que tem o
efeito de diminuir os sintomas de abstinência ao fumo.
Na bronquite crônica, é importante a vacinação anual contra o vírus causador da gripe, uma vez
que esta pode piorar a doença. Com este mesmo objetivo, está indicado também o uso da vacina
contra o pneumococo, que é a principal bactéria causadora de infecções respiratórias, entre elas,
a pneumonia. Deve ser feita uma única vez e, em casos isolados, poderá ser repetida depois de
cinco anos.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Qual é a causa do pigarro na bronquite crônica?
Qual a importância da realização da espirometria para a pessoa com bronquite crônica?
Com que freqüência devemos realizar uma radiografia do tórax?
Quando deve ser empregado o oxigênio domiciliar?
Quando deve ser iniciada a chamada reabilitação pulmonar?
As injeções mensais de corticóide podem ajudar no tratamento?

NAVARRO/2004

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