FICHA
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Parede Exterior - Deficiente tratamento do suporte durante a aplicação
FISSURAÇÃO PRECOCE EM REVESTIMENTO EXTERIOR COM ARGAMASSA PRÉ-DOSEADA
(“MONOMASSA”)
DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA
Numa moradia unifamiliar, em fase final de acabamentos, com paredes
exteriores de tijolo revestidas a argamassa pigmentada pré-doseada
(produto pré-doseado em fábrica, constituído por ligantes, agregados,
adjuvantes e cargas leves, normalmente designado por “monomassa”,
aplicado por projecção e em camada única entre 15 a 20 mm), foram
observadas diversas fissuras, com orientação variada e em grande
número. Este tipo de anomalia era bem visível em alguns dos paramentos.
A aplicação do revestimento tinha ocorrido nos 6 meses anteriores à
inspecção.
CAUSAS DA PATOLOGIA
Dos ensaios de arrancamento, verificou-se que a tensão de aderência
era muito inferior ao exigido (considerando aceitável > 0.3 N/mm2); os
baixos valores de resultados de ultra-sons reforçavam a existência de
fissuração e eventual falta de aderência; os ensaios à compressão em
pastilhas resultantes do ensaio pull-off demonstraram bons valores de
resistência do produto, na ordem dos 5 MPa; os valores dos ensaios
com o tubo de Karsten demonstravam que o suporte apresentava muito
pouca absorção (são valores correntes na ordem dos 10 m3). Pelos
resultados anteriores e contacto com o aplicador, verificou-se que a
causa para a falta de aderência esteve relacionada com a pulverização
de um produto hidrofugante no suporte, antes da aplicação do
revestimento, reduzindo a aderência.
PALAVRAS-CHAVE Monomassa, Rebocos Pré-Doseados, Fissuração, Aderência, Tratamento do Suporte ou Aplicação
AUTORES Eng.ª Inês Flores-Colen / Prof. Jorge de Brito e Outros
SONDAGENS E MEDIDAS
Realizaram-se ensaios de arrancamento por tracção (pull-off), com 3
a 5 pastilhas quadradas por cada zona de ensaio; a maioria das pastilhas
destacava-se apenas com a colocação da máquina de ensaio; o valor
médio da tensão de aderência foi inferior a 0.1 N/mm2, sendo a rotura
do tipo adesiva. As pastilhas resultantes do ensaio foram aproveitadas
para ensaios em laboratório. Adicionalmente, fizeram-se ensaios de
ultra-sons; a velocidade média de propagação das ondas calculada foi
cerca de 1536 m/s em zonas fissuradas e cerca de 2253 m/s em zonas
consideradas visivelmente boas. Foram também realizadas leituras da
quantidade de água absorvida aos 5, 10, 15, 30 e 60 minutos com um
tubo de Karsten aplicado no suporte de tijolo; a quantidade absorvida
no final do ensaio (aos 60 minutos) foi de cerca de 3 m3.
SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO
A incidência do tipo de anomalia e a causa justificam a renovação integral
do paramento, recorrendo à extracção do revestimento existente, ao
adequado tratamento do suporte (limpeza e remoção do produto
hidofugante aplicado) para repor adequadas condições de aderência e
à aplicação de uma nova camada do mesmo produto.
Nota: os hidrofugos de superfície são produtos que conferem características
hidrofugantes ao revestimento (reduzem a sua capilaridade, geralmente
através da obstrução dos capilares mais finos); é importante saber qual
o método de aplicação destes produtos (consoante as fichas técnicas):
podem ser introduzidos, sob a forma de adjuvantes, durante a preparação
da monomassa (hidrófugos de massa) ou aplicados no revestimento à
trincha, a rolo ou com o pulverizador (hidrófugos de impregnação).
REVISOR Prof.ª Helena Corvacho