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Unidade Curricular

HIDRÁULICA II

Luís Tecedeiro Gab. C 2.18 - ext. 1728


luistecedeiro@dec.isel.ipl.pt http://pwp.net.ipl.pt/dec.isel/luistecedeiro
ESCOAMENTOS EM
MEIOS POROSOS
Noções Gerais – Água na Terra
Noções Gerais – Água na Terra
Percentagem
Volume aproximado de água,
Reservatórios aproximada
em Km3 de água
da água total
Oceanos 1 320 000 000 96.1
Glaciares 29 000 000 2.13
Água subterrânea 8 300 000 0.61
Lagos 125 000 0.009
Mares interiores 105 000 0.008
Humidade do Solo 67 000 0.005
Atmosfera 13 000 0.001
Rios 1 250 0.0001
Volume de água total 1 360 000 000 100%
Noções Gerais
Ciclo Hidrológico
Noções Gerais – Infiltração
Noções Gerais – Água no Solo
Água Subterrânea - Reservatórios

Aquífero (reservatório de água subterrânea)


Toda a formação geológica com capacidade de armazenar e
transmitir a água e cuja exploração seja economicamente
rentável.
a) freático ou livre - Formação geológica
permeável e parcialmente saturada de água. É limitado na
base por uma camada impermeável. O nível superior da
água no aquífero está à pressão atmosférica.
b) cativo ou confinado - Formação geológica
permeável e completamente saturada de água. É limitado
no topo e na base por camadas impermeáveis. A pressão da
água no aquífero é superior à pressão atmosférica.
Água Subterrânea - Aquíferos
Água Subterrânea - Aquíferos
Água Subterrânea - Não Aquíferos

Aquitardo - Formação geológica semipermeável que


pode armazenar água mas que a transmite lentamente, não
sendo rentável o seu aproveitamento a partir de poços ou
furos.
Aquicludo - Formação geológica que pode
armazenar água mas não a transmite (a água não circula
ou circula muito lentamente – argila).
Aquifugo - Formação geológica impermeável que não
armazena nem transmite água (calcário não carsificado
nem fracturado ou granito sem fracturas).
Água Subterrânea - Aquíferos
Água Subterrânea - Aquíferos
Água Subterrânea - Aquíferos
Furos nos aquíferos confinado e livre:
- no furo do aquífero confinado a água subirá acima do
tecto do aquífero devido à pressão exercida pelo peso
das camadas confinantes sobrejacentes. A altura a que a
água sobe chama-se nível piezométrico e o furo é
artesiano. Se a água atingir a superfície do terreno sob a
forma de repuxo então o furo artesiano é repuxante.

- no furo do aquífero livre o nível da água não sobe e


corresponde ao nível da água no aquífero pois a água
está à mesma pressão que a pressão atmosférica. O nível
da água designa-se por nível freático.
Água Subterrânea - Aquíferos
O nível da água nos aquíferos varia com:
- a precipitação ocorrida;
- a extracção de água subterrânea;
- os efeitos de maré nos aquíferos costeiros;
- a variação súbita da pressão atmosférica,
principalmente no Inverno;
- as alterações do regime de escoamento de rios
influentes (que recarregam os aquíferos);
- a evapotranspiração, etc.
Porosidade e Permeabilidade
Porosidade e Permeabilidade

Tipo de rocha Porosidade (%) Permeabilidade (m/dia)

Cascalheira 30 > 1000


Areia 35 10 a 5
Argila 45 < 0.001
Tipos de Aquíferos

Porosos - onde a água circula através de poros


(areias limpas, arenitos, conglomerados);
Fracturados e/ou Fissurados - onde a
água circula através de fracturas ou pequenas
fissuras. (granitos, gabros, filões de quartzo);
Cársicos – onde a água circula em condutas que
resultaram do alargamento de diaclases por
dissolução. As formações são os calcários e
dolomitos.
Tipos de Aquíferos
Porosidade
A porosidade do solo (n) é
expressa em percentagem, e é
definida como o volume de vazios
(Vv) dividido pelo volume total (V)
de uma amostra de solo.

O volume total (V) é


composto pelo volume de
vazios (Vv) e pelo volume
dos sólidos (Vs).

A porosidade tem influência na permeabilidade de solos.


Porosidade
Índice de Vazios
O Índice de vazios (e) é definido como o quociente entre
o volume de vazios (Vv) e o volume ocupado pelas
partículas sólidas (Vs) de uma amostra de solo.
É uma grandeza adimensional.

O volume de vazios (Vv) pode estar preenchido com água


(quando o solo está saturado), com ar (quando o solo
está totalmente seco) ou com ambos.
Porosidade Efectiva
A porosidade efectiva (ne) é a relação entre
o volume de água drenado por gravidade (Ve)
e o volume total de uma amostra totalmente
saturada (V).

É esta porosidade que é utilizada para calcular os volumes


armazenados que podem ser extraídos po bombagem
Porosidade Efectiva
Lei de Darcy - Permeabilidade
Escoamento em regime laminar

Ve = C J
Ve – Velocidade efectiva
J – Perda de carga unitária
C – coeficiente de proporcionalidade, dado por:

C = D3 / (32 )
 – peso específico
D – diâmetro da zona de escoamento
 – viscosidade dinâmica
Lei de Darcy - Permeabilidade
Utilizando a velocidade aparente:

dQ = V dA
V – velocidade aparente;
dQ – caudal escoado;
dA – área elementar (total) do meio poroso
atravessada pelo caudal elementar.

ne = Ae / A
ne – porosidade efectiva
Ae – área da secção efectivamente disponível
para o escoamento
A – área total da secção do meio poroso
Lei de Darcy - Permeabilidade
Da equação da continuidade:

Ve Ae = V A
Ve – velocidade efectiva;

V = Ve Ae / A = ne Ve = ne C J

V=KJ (Lei de Darcy)


K – coeficiente de permeabilidade ou
condutividade hidráulica; K = ne C
Permeabilidade
Permeabilidade intrínseca, k:

k=K/=K/g
k = 0,0015 D210
(Hazen, 1892) Válida para areias em que:
=> 0,1 mm < D10 < 3 mm;
=> D60 / D10 < 5
D10 – diâmetro eficaz, tamanho da malha que
deixa apenas passar 10% da areia
peneirada, em peso.
Valores da Permeabilidade
Determinação da
Permeabilidade
K = V / J = (Q/A) / [(y1–y2)/L]
Validade da Lei de Darcy
Escoamento em regime laminar
Validade da Lei de Darcy
Escoamento em regime laminar

1 < Re < 10
Exemplo:
Para água a 10ºC:  = 10-6 m2/s
e partículas com d = 1 mm
com Re = 1
e K = 10-3 m/s
Temos:
V = 1 x 10-6 / 10-3 = 10-3 m/s = 1 mm/s = 86,4 m/dia
J = V / K = 10-3 m/s / 10-3 m/s = 1
Validade da Lei de Darcy
Hipóteses simplificativas de Dupuit (1863):
a) A perda de carga unitária é igual à perda de
carga piezométrica => velocidades muito
baixas;
b) As partículas líquidas na mesma vertical
têm a mesma cota piezométrica e têm todas a
mesma velocidade;
c) Os comprimentos das trajectórias entre
duas equipotenciais são iguais à sua projecção
horizontal => fluxo aproximadamente
horizontal.
Aplicação da Lei de Darcy
Movimentos unidireccionais
e radiais

Galerias e trincheiras
Aplicação da Lei de Darcy
Galerias e trincheiras
Aplicação da Lei de Darcy
Galerias e trincheiras
V = K dy/dx
q = K y dy/dx
em que:
q – caudal por
metro de largura
q dx = K y dy

Integrando entre x1 e x2, onde as alturas são y1 e y2,


temos:
2q (x2 – x1) = K (y22 – y12)
Aplicação da Lei de Darcy
Galerias e trincheiras
Para x1 = 0 e x2 = L
2q L = K (H02 – h02)
Para x1 = x e x2 = L
2q (L – x) = K (H02 – y2)
Dividindo membro a membro:
L / (L – x) = (H02 – h02) / (H02 – y2)

y2 = H02 + (x – L) (H02 – h02) /L


Curva de depressão da superfície freática
Aplicação da Lei de Darcy
Movimentos unidireccionais
e radiais

Poço freático
Aplicação da Lei de Darcy
Poço freático
Aplicação da Lei de Darcy
Poço freático
V = K dy/dr
Q = 2 K r y dy/dr
em que:
Q – caudal
Q 1/r dr = 2  K y dy

Integrando entre r1 e r2, onde as alturas


são y1 e y2, temos:
Q ln(r2 / r1) = K (y22 – y12)
Aplicação da Lei de Darcy
Poço freático
Para r1 = r0 e r2 = R
Q ln(R/r0) = K (H02 – h02)
Para r1 = r e r2 = R
Q ln(R/r) = K (H02 – y2)

Dividindo membro a membro:


ln(R/r0) / ln(R/r) = (H02 – h02) / (H02 – y2)

y2 = H02 - (H02 – h02) ln(R/r) / ln(R/r0)


Curva de depressão da superfície freática
Aplicação da Lei de Darcy
Movimentos unidireccionais
e radiais

Poço atravessando um
manto cativo
Aplicação da Lei de Darcy
Poço atravessando um manto cativo
Aplicação da Lei de Darcy
Poço atravessando um manto cativo

V = K dy/dr
Q = 2 e K r dy/dr
em que:
Q – caudal
Q 1/r dr = 2  e K dy

Integrando entre r1 e r2, onde as alturas


são y1 e y2, temos:
Q ln(r2 / r1) = 2 e K (y2 – y1)
Aplicação da Lei de Darcy
Poço atravessando um manto cativo

Para r1 = r0 e r2 = R
Q ln(R/r0) = 2eK (H0 – h0)
Rebaixamento ( H0 – h0 )
proporcional a Q

Para r1 = r e r2 = R

Q ln(R/r) = 2eK (H0 – y)

Curva de depressão da linha piezométrica


Aplicação da Lei de Darcy
Movimentos unidireccionais
e radiais

Poço atingindo o topo de


um manto cativo de
grande espessura
Aplicação da Lei de Darcy
Poço atingindo o topo de um manto
cativo de grande espessura
Aplicação da Lei de Darcy
Poço atingindo o topo de um manto
cativo de grande espessura
V = K dy/dr
Q = 2 r2 K dy/dr
Q 1/r2 dr = 2  K dy
Superfície da semi-
esfera = 2  r2

Integrando entre r1 e r2, onde as alturas são y1 e


y2, temos:
Q (1/r1 – 1/r2) = 2  K (y2 – y1)
Aplicação da Lei de Darcy
Poço atingindo o topo de um manto cativo de
grande espessura

Para r1 = r0 e r2 = R
Q (1/r0 – 1/R) = 2K (H0 – h0)

Para r1 = r e r2 = R

Q (1/r – 1/R) = 2K (H0 – y)

Curva de depressão da linha piezométrica

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