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Autoestima » per JUDY CHILD, SRC autoestima é um estado psico- Jégico e emocional que rege nossa reagio as experiéncias que temos no mundo. A verdadeira autoestima no permite nem uma inflagao do ego nem uma falsa humildade. E 0 estado equilibrado de conseiéncia entre esses dois extremos; 0 estado equilibrado de neutralidade que atingiu a maturidade. Uma das formas de melhor nos compre- endermos no que diz respeito & autoestima €contemplando os érés fortes atributos do principio espiritual do Amor. Perda&o O primeiro desses trés atributos é 0 perdaa. A barreira mais forte para o perdio é a culpa. ‘Todos j passamos pela experiéncia da culpa em algum momento de nossas Vidas, e sabemos que ela é, muitas vezes, um esti mulo muito forte que nos leva a uma auto- anilise. No entanto, a culpa pode também ser uma emogio debilitante que pode solapar nossa autoconfianca. E importante lembrar que a autoanilise muitas vezes nos surpre- ende, revelando-nos no s6 nossos pontos fortes, mas também nossas fraquezas. a onosacrvz vERio2ei0 Quando nos perdemos em sentimentos de culpa, muitas vezes nos colocamos na defensiva e passamos a criticar os outros, talvez numa tentativa equivocada de trazer «um pouco de equilibrio para a situagio. ‘Mas o verdadeiro perdao ~ tanto ands ‘mesmos quanto aos outros ~ pode curar definitivamente as feridas que todos temos como parte natural da vida. Enquanto contempla a natureza do perdio, pense em alguma situagio em sua vida em que vocé sinta intuitivamente que precisa de perdio. Talvez alguém que tenha Ihe feito algo que vocé acha que nio deva esquecer. Ou talvez, ache que tenha feito algo pelo que nao consegue se perdoar. Intelectualmente, vocé pode ter consciéncia de que quer perdoar, mas nao consegue mudar seus sentimentos ou comportamento. E importante também que vocé se perdoe por nao ser capaz de perdoar. Normalmente somos duros com nés mesmos ¢ com os outros por no sermos “suficientemente espiritualizados’. Saiba que o processo de crescimento é muito revelador, e vocé no pode dar o segundo passo antes de ter dado © primeiro. Peca a0 seu Eu Interior que Ihe dé uma maior compreensio ¢, depois, ouca a voz ainda ténue que vem de dentro. O Eu Interior nao recrimina, nio € vingativo nem indiferente. Ele vé a situagio com clareza e se dispde a agir em prol de todas as pessoas envolvidas. Muitas vezes isso pode significar abrir mao de um relacio- namento. Em outros casos, vai significar permitir-se amar novamente e fazer 0 possivel para resgatar aquele relacionamento. O mais importante: se vocé esta apren~ dendo a se perdoar, lembre-se de que vocé ¢sté aprendendo a compreender sua verda~ deira responsabilidade num relacionamento ‘ou numa situagio. Normalmente, somos implacaveis com relago a nés mesmos porque assumimos uma responsabilidade exagerada pelo qute aconteceu ou pelo que esti acontecendo. Da mesma forma, temos a tendéncia a ter dificuldade de perdoar os ‘outros atribuindo a eles uma excessiva responsabilidade, ou seja, estamos culpan- do-os. Encontrar uma perspectiva equili- brada na questo envolvendo aspectos de responsabilidade e perdio leva tempo, reflexdo permanente e vontade de consi- derar novas ideias. ‘A verdadeira autoestima provém de saber {que nossa compreensio do: eu-mesmo se aprofunda com a experiéncia, Estamos aprendendo a confiar em nosso proprio comprometimento pessoal com relacio a0 crescimento espiritual, Isso significa que ja Provamos a nés mesmo que conseguimos mudar, que nossa consciéncia esté evoluindo A medida que enfrentamos os desafios de nossa situagio individual. Confianga segundo atributo do Amor que contribui para a autoestima € a confiansa. A primeira barreira para a confianca é 0 medo. Todos jé percebemos por experiéncia propria como 0 medo tende a solapar a autoconfianga ¢ a distorcer nossas percepgdes. Por outro lado, a confianga nos da grandes reservas de forca interior ¢ de verdadeiros insights para tratar das circunstancias da vida, A confianga ¢ um estado de ser que tem suas rafzes nos nossos compromissos mais profundos com as realidades espirituais. E a base de nosso relacionamento com 0 mundo que nos cerca e, o que é mais importante, com nosso Bu Interior. Se ja tivemos experién- na vida, especialmente na infincia, em que acreditamos que nossa confianga foi quebrada ou traida, vamos precisar aprender a confiar novamente. A ferida esta dentro de ‘és, portanto, precisamos nos voltar “para dentro de nds mesmos” para nos curarmos. Caso contririo, o medo passa a ser uma resposta habitual que sutilmente envenena 0 que pensamos, sentimos e fazemos. Enquanto contempla a natureza da confianga, pense sobre 0 que vocé mais autoconhecimento a 6 deseja na vida neste momento ou, talvez, no que vocé valoriza mais. Sinta 0 amor irradiando de seu corasio para esse desejo. Gradativamente, permita que o amor encha todo o seu ser e decida se desapegar de quaisquer medos que possa ter de perder o que vocé tanto valoriza, tendo ou nio consciéncia desses medos. Nova- mente, pega ao seu Eu Interior para ter uma maior compreensio, pois ele sabe como ajuda-lo a se livrar dos medos que foram gerados por suas proprias experi cias individuais de vida. ‘Muitas vezes, o Eu Interior pode exigir {que vocé converse sobre seus medos com ‘um amigo de confianga ou com alguém de sua familia. © medo normalmente comesa quando nos sentimos isolados, desprotegi- dos, mal amados ou incompreendidos. Conversar sobre nossos medos com alguém ‘em quem confiamos muitas vezes cura, simplesmente porque, entio, nao nos sentimos mais tao sozinhos. A medida que se engaja neste processo de fortalecer a confianga se libertando do medo, é importante lembrar que vocé é responsivel por suas escolhas. Se fazemos escolhas baseadas no medo, tendemos a recriar as circunsténcias que geraram 0 medo em primeiro lugar. Por outro lado, se decidimos confiar na voz ainda ténue dentro de n6s, vamos gradativamente aprender a fazer escolhas que criam condi: Ges harmoniosas em nossas vidas pessoais no mundo que nos cerca. Compaix&o O terceiro atributo do amor que contribui para a autoestima ¢ a compaixdo.Uma das barreiras mais fortes para a compaixio éa_ intolerancia ou a tendéncia de recriminar. E muito importante lembrar que, cada vez que recriminamos alguém ou nos sentimos superiores a uma outra pessoa, estamos criando condigdes em nossa vida interior que weRko 2010 contribuem para a perda de autoestima. Isso porque sabemos em nosso corasio que também temos aspectos dificeis em nossas personalidades e em nossa conduta, que fazem com que nos sintamos vulneriveis aos julgamentos dos outros. Tronicamente, a intolerancia é uma atitude que muitas vezes nos faz sentir fortes poderosos nos relacionamentos com 0 mundo que nos cerca. No entanto, isso é uma ilusio, pois a intolerancia nos separa do nosso Eu Interior, que € a verdadeira fonte de nossa forga e de nossa capacidade de agir em favor no s6 de nossos préprios interesses, mas também em favor dos interesses dos outros. Enquanto contempla a natureza da compaixio, pense numa situagao ou num problema em sua vida atual que faz com que vocé sinta raiva, citime ou frustragao. Muitas vezes, simplesmente ignorariamos ou daria~ ‘mos as costas para o problema, se pudésse- mos. Mas é bem provivel que estejamos enfrentando o desafio de mudar nossa atitude em relagdo a situagao de forma a assumir uma postura construtiva. Ajuda comegar a ser o mais honesto possfvel com nés mesmos sobre a verdadeira natureza e a extensio de nossos sentimentos. Saiba que emogdes fortes, como raiva, citime ¢ frustracdo, interferem em nossa habilidade de pensar claramente. Ao mesmo tempo, se vocé ignora tais sensagdes ou tenta “se elevar acima delas’, ainda assim elas vao interferir na sua capacidade de pensar claramente. E melhor aceitar séus sentimentos e trabalhar no sentido de acalms-los, em vez de negé- los. Precisamos comecar com o desejo sincero de resolver a situagio ou o problema. Enquanto continua a meditar sobre a compaixo, imagine-se cercado de uma luz branca e limpida de compreensio espiritual. Pense que vocé quer mudar seus sentimentos € comportamentos ¢, gradativamente, permi- ta-se acreditar que essa resolugio € possivel. Sinta suas emogoes ficando mais calmas e tranquilas, pois sabe, no fundo do seu cora~ 40, que 0 verdadeiro insight vird. O mais lm i importante: desapegue-se de quaisquer pensamentos ou sentimentos que afirmam ‘que vocé esti certo € que 0s outros estio errados. Saiba que cada um de nés, do nosso préprio modo, contribui para um significado maior e para um propésito maior da expe riéncia humana. ‘Dependendo da forca dos seus senti~ mentos de raiva, citime ou frustragio em relagio a situagio, pode ser necessirio medi: tar alguns dias simplesmente sobre acreditar que a resolugio é possivel. Gradativamente, a medida que vocé se acalma ¢ fica mais comprometido com a compreensio, deixe que 0 Eu Interior the mostre a verdadeira natureza da situagio. 6 possivel que haja um insight a partir de um impulso que vocé vai ter para ler certas passagens de um livro ou de uma monografia rosacruz, ou de buscar conselho de uma determinada pessoa. Ou pode ser que haja simplesmente momentos em que vocé vai saber como agir em favor de todas as pessoas envolvidas. Ouga esses impulsos do seu Eu Interior, sempre sabendo que, com o tempo, se buscar sinceramente uma resolugao, vocé vai encontrar o caminho. Nao espere perfeigao humana A autoestima nao exige perfeigao de nossa parte; em vez disso, a autoestima exige um Coragio compreensivo ¢ a sabedoria que adquirimos com a experiéncia. Se esperarmos perfeicao das personalidades humanas, quer de nés mesmos ou dos outros, vamos imediatamente condigdes antitéticas 20 ccrescimento espiritual, pois erescemos através do reconhecimento e da aceitagio de nossas limitagdes e de nossas diferengas individuais. “Todos temos, vez ou outra, problemas com a autoestima. Isso faz parte da vida, pois nos arriscamos, cometemos erros, aprende- ‘mos, amadurecemos, experimentamos € procuramos alcangar os outros nos enga- jando numa infinidade de experiéncias disponiveis a cada um de nés. A medida que batalhamos para viver de acordo com nossos ideais espirituais, a aspiragao precisa ser equilibrada pela aceitagao de quem somos ¢ © que podemos razoavelmente conquistar. Nutrimos a autoestima dentro de nds ‘mesmos aos poucos, dia apés dia, um passo de cada vez. Nao importa 0 que possa estar acontecendo nas nossas circunstincias externas, se sabemos em nosso coracdo que ‘estamos fazendo o melhor que podemos, isso basta. Enquanto contemplamos a natureza do perdio, da confianca e da compaixio, estamos basicamente curando 1nossos relacionamentos com nosso Eu Interior. Quando nos comprometemos com a exploragdo de nossas realidades internas, ‘também aceitamos responsabilidades mais profundas no mundo que nos cerca. Ea accitagio dessas responsabilidades é a base para a verdadeira autoestima. 7

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