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Trabalhando

Love by Design 1

Kendall Ryan
"Uma história de parar o coração, paixão de enrolar os dedos do
autor dos best-sellers Hard to Love, Resisting Her eThe Impactof You."

S inopse:
Emmy Clarke está fora do seu ambiente no mundo da moda de
Nova Iorque, mas quando ela consegue um emprego como assistente de uma
agência de modelos, parece ser a mistura perfeita de negócios e lazer.
Trabalhar com a notória Fiona Stone é um pesadelo, mas há um privilégio
distinto: os cobiçados modelos masculinos, ridiculamente quentes que
desfilam pelo escritório, particularmente Ben Shaw.

Ben é tudo que Emmy não é: requintadamente lindo, muito bem


pago e bem viajado. Ele também tem mais problemas do que a Vogue. Emmy
cuida de Ben em sessões de fotos, mas ela se recusa a tornar-se outra de suas
groupies. Ben acha refrescante a atitude verdadeira de Emmy por ser
surpreendentemente atraente.

Contra um pano de fundo das cidades mais elegantes do mundo, a


paquera ocasional se transforma em um caso ilícito, mas quando o passado
sombrio de Ben é revelado e, a amarga Fiona descobre sobre seu
relacionamento, suas carreiras e corações serão ameaçados.

Nota: Este livro destina-se ao público adulto. Ele fala de


encontros sexuais e linguagem gráfica, incluindo um encontro m/f/m.
Nota da Revisora Final

Um livro que consegue despertar praticamente todos os sentimentos e


emoções em suas trezentas e poucas páginas. É praticamente um conto de fadas.
Emmy, uma mocinha tímida, “ingênua” e sulista. Ben, um modelo super
star, rico, famoso, lindo, de lábios carnudos, e quente como o inferno e Fiona,
uma bruxa muito má e dissimulada.
A autora escreve maravilhosamente e consegue prender o leitor do início ao
fim. Mais não é uma leitura fácil. No que parecia um conto fadas doce e lindo,
vemos que Emmy não é tão ingênua quanto parece, ela se sai muito ousada até...
O que é uma surpresa a mais.
No desenrolar da estória, fiquei com raiva, angustiada, incrédula, xinguei
muito e depois... Esperança... Preparem-se para um mix de emoções, mais não
deixem de ler, vale muito a pena, com certeza vão se apaixonar pelo Ben!!!
Ah! Detalhe importante, é um daqueles livros que é bom ler, usando um
carfree... kkkkk. Cenas quentes e apimentadas não faltam!!
Super recomendado!!
L. C. – Revisora Final.
Para os meus maiores fãs, meu avô e avó, Roy e Isie. Sua história de amor
começou na Escócia, em 1951, e resistiu ao teste do tempo. Eu amo vocês para sempre.
Sinto sua falta, vovô.

Às vezes sabemos que não deveríamos e é exatamente por isso que fazemos.

Desconhecido

Nota do Autor

Eu não tinha a intenção que este livro fosse ter duplo ponto de vista. Escrevi-o
primeiro, exclusivamente a partir da perspectiva de Emmy. Mas Ben não iria calar a boca.
Eu continuei a ouvir a sua voz na minha cabeça, por isso, eventualmente, eu cedi, dando-
lhe os holofotes e adicionando a sua perspectiva em vários pontos dentro da história. Não
era o que eu tinha inicialmente previsto, e pode ser um pouco não convencional, mas
quando Ben me diz para fazer alguma coisa, eu tento ser uma boa menina e ouvir. Ele pode
ser muito persuasivo. Você vai ver.
Prólogo
Presente

Fazia um mês que eu o tinha visto, mas meu corpo ainda sabia quando ele
estava por perto. A pele na parte de trás do meu pescoço formigou e minhas mãos se
enrolaram em volta da minha cintura, como se meu corpo estivesse se preparando para
cair.

Olhei por cima do ombro para ver Ben Shaw caminhando pelas portas de
vidro com uma mala de viagem compacta na mão, parecendo devastadoramente bonito.
Meu coração apertou dolorosamente no peito.

Lembranças há muito esquecidas infiltraram-se em meu cérebro. Suas grandes


mãos abertas sobre os meus quadris, a boca carnuda beliscando minha garganta. As coisas
sujas que ele murmurou em meu ouvido. A maneira como sua boca linda se transformou
em um sorriso torto quando eu tentei recusar. Meu coração, embora totalmente destruído,
batia só para ele. Minhas mãos doíam para segurá-lo, meu corpo ansiava por ser aninhado
contra o seu. E não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer sobre isso.

No mês passado eu tinha deixado meu trabalho e fugido de Nova Iorque para
a segurança e conforto da minha casa, no Tennessee. Agora eu estava de pé no meio-fio em
La Guardia, um dos aeroportos mais movimentados do mundo, dando de cara com a razão
pela qual eu tinha saído. Mas Ben, determinado em seu passo, ainda não tinha me notado.

Puxando os meus olhos para longe dele, eu me concentrei em dar o fora de lá.
Corri em direção ao meio-fio, esperando que ele não fosse me ver, estalando os dedos para
chamar a atenção de um taxista, que acelerou passando como se eu não existisse. Vai saber.
Malditos taxistas de Nova Iorque. Quando me virei para o meio-fio, os olhos de Ben
examinaram as linhas de espera de carros. Eu estava a apenas alguns metros de distância, e
ele ainda não tinha me notado. Isso tanto me aliviou quanto me ofendeu. Eu apertei o
abraço em volta de mim, embora eu mal estivesse segurando.

— Emmy. . . — O profundo timbre de sua voz tomou conta de mim de uma


forma familiar, atando o meu estômago e tornando meus joelhos fracos. Meus olhos
deslizaram fechados.

Como ele ousava ter a audácia de falar o meu nome? Ele tinha perdido esse
direito há algum tempo atrás. Deve haver um lugar especial no inferno reservado para
namorados que tem outra mulher grávida. Levantando minha mão no ar, eu acenei para um
táxi que passava. Ugh. Sem sorte.

— Emmy, espera. — Ele cruzou a distância entre nós, chegando até mim.

Não me toque. Eu me empurrei para fora de seu alcance. Eu não poderia lidar
com a sensação de seus dedos quentes tocando minha pele. Seria evocar muitas lembranças
que eu estava lutando para manter afastadas. Eu assisti os carros passarem, incapaz de
encará-lo.

— Como está o bebê? — Eu não pude resistir a perguntar, nem poderia evitar
o tom amargo entrelaçado na minha voz.

Do canto da minha visão, eu o vi engolir quando ele enfiou as mãos nos


bolsos. — Temos que conversar, Emmy.

— Não tenho nada para lhe dizer.

— Bem, eu tenho. Existem algumas coisas que você deve saber.

O que poderia ser tão importante?

Virei para enfrentá-lo, meu rabo-de-cavalo o chicoteando no rosto. Olheiras


forravam seus olhos. Ele parecia terrível. Sua insônia estava, obviamente, de volta à pleno
vapor. Ele me disse uma vez que dormir ao meu lado era a única coisa que a mantinha à
distância. Fechei os olhos por um instante, mas as lembranças se recusavam a ficar
trancadas. Pensamentos de seu corpo quente enrolado em torno do meu, o jeito que ele
murmurava em seu sono, e a sensação de seus lábios roçando o ponto sensível na parte de
trás do meu pescoço derivaram em minha consciência.

Meu estômago embrulhou. Segure-se, Emmy. Segurando as lágrimas quentes


que ameaçavam escapar, eu tomei uma respiração instável.

Este belo homem alto oprimia meus sentidos. Ele estava com um ar de
autoridade que me forçava a lutar fisicamente com a força gravitacional que me pedia para
me jogar em seus braços. Mesmo depois de todo esse tempo, meu corpo não tinha
esquecido nada.

Eu não podia acreditar que eu pensei que ele poderia ser meu. Olhando para
aquele brilhante olhar avelã, emoldurado por longos cílios escuros, fui atingida por mil
emoções diferentes que eu tinha me convencido que só imaginava — o jeito que ele olhava
diretamente para minha alma, o perfume masculino limpo de sua pele o qual eu era
impotente, a forma como seus dedos se contraíram para me alcançar. De repente, eu estava
delirando, tomada pela emoção, e consumida por um desejo tão profundo que me possuía.
E que sempre possuiria. Eu o amava. Amava-o com todas as fibras do meu ser. Não havia
como superar este homem. Era demais olhar diretamente para ele, era como olhar para o
sol. Eu pisquei, olhando para a calçada suja, precisando de um momento para me
recompor.

— Por favor. Meu motorista está aqui. — Ele fez um gesto para o sedan preto,
esperando estacionado no meio-fio. — Deixe-me te levar para casa e explicar. — Ben
levantou a minha bolsa ao lado dos meus pés e, em seguida, aqueles olhos brilhantes
fixaram firmemente nos meus.

Eu senti minha determinação enfraquecer e escapar. Era por isso que eu o


tinha deixado e que não tinha respondido suas chamadas. Ele iria me dizer que ele não a
amava, que tudo tinha sido um erro terrível. Deus ajude meu coração ferido, eu engoliria
isso. Eu me conhecia, no entanto, sabia que não poderia lidar com viver com a sombra
dela, com o conhecimento do passado deles em comum. Mas sendo uma menina educada
do sul, ou apenas uma glutona completa pela dor, eu segui Ben até o carro e deslizei para
dentro.
Capítulo 01
Quatro meses antes

Emmy

Amaldiçoando meu guarda-roupa, tirei uma saia lápis azul-marinho e uma


blusa de seda creme do meu armário. Embora eu já tivesse usado-os no início da semana,
as minhas opções eram limitadas. Assim que eu fosse paga, eu iria explodir meu primeiro
cheque em roupas. Se eu ficasse neste trabalho, é claro. Eu não sabia qual seria o resultado
mais provável, ser demitida ou desistir. Pelas duas últimas semanas, eu estava trabalhando
no Status Model Management, em Nova Iorque. Sendo uma garota do campo de coração, a
experiência estava provando ser um desastre espetacular, mas pelo menos o pagamento ia
ser bom. Se eu pudesse passar por isso.

Coloquei a blusa dentro da saia e verifiquei meu perfil no espelho. Ugh.


Inchada. Eu vasculhei minha gaveta e tirei a minha calcinha Spanx. Eu rapidamente puxei-
as debaixo da minha saia, xingando em voz alta o tempo todo. Deus, essas coisas são
terríveis. Eu tinha deixado meu rico cabelo castanho solto e ele balançava, sedoso, em
torno dos meus ombros. Eu poderia agradecer a minha mãe por ter o cabelo bom. Eu
rapidamente coloquei o corretivo nas olheiras sob os meus olhos e apliquei o gloss. Pronto.
Muito melhor. Voltando para trás, eu me dei um último olhar. Nada mal. Eu estava longe
de ser uma supermodelo, mas eu parecia decente. Olhei para o relógio. Merda! Eu estou
tão atrasada.

Enfiei meus pés em meu único par de sapatos de salto, nude, que eu fingia que
combinava com tudo e tropecei em direção à porta. Entre a saia apertada, justa até os
joelhos e esta cinta maldita cortando minha circulação, andar ia ser um desafio hoje.
Agarrando rapidamente a bandeja de muffins que eu tinha assado na noite passada como
um gesto de boa vontade para o meu novo chefe e colegas de trabalho, me lancei para fora
da porta do apartamento.

Uma brisa quente de julho dançou em torno de meus tornozelos, enquanto


caminhava pela rua movimentada. Um enxame de táxis amarelos rugia, passando por mim.
Os aromas de exaustores dos carros, pão quente e urina velha amontoavam no ar, lutando
por atenção. Um vendedor de cachorro- quente à minha direita sorriu enquanto eu passava.
Um mensageiro de bicicleta corria pela rua, quase me batendo enquanto eu atravessava.
Finalmente o edifício MetLife apareceu à distância. Eu fui dominada por uma enorme
sensação de saudade. Este lugar não era nada como o Tennessee.

Mesmo depois de viver aqui há algumas semanas, eu não via como o barulho
do trânsito de Nova Iorque era algo com com o qual eu iria me acostumar. Alguns dias eu
me perguntava se eu tinha abocanhado mais do que podia mastigar, mas eu continuava a
avançar, mantendo um pé na frente do outro.

Quando cheguei ao trabalho, com a minha bandeja de muffins, eu já estava


atrasada, então eu cambaleei tão rapidamente nos tapetes de veludo quanto meus saltos
permitiam e fiz uma corrida louca em direção à sala de assistente executivo, fora do
escritório do chefe. Algumas cabeças olharam para cima quando eu passei apressada e me
perguntei se meu coração poderia parar na tenra idade de vinte e dois.

Profundos perfumes exóticos que se misturavam com o aroma de couro,


encheu meu nariz e eu abafei um espirro. A agência em si era toda moderna, com vidro
opaco e vigas de aço grossas, parecendo muito chique e high-end. O vigésimo andar
oferecia uma vista deslumbrante para o Central Park, à distância. Eu adorava olhar para as
copas das árvores de folhas verdes. Eu nunca soube que se poderia sentir falta de ver
árvores, mas Nova Iorque tornou isso possível.

A parte de cima da minha mesa estava coberta com pelo menos uma dúzia de
Post-it, cada um contendo alguma mensagem quase ilegível escrita na caligrafia confusa de
Fiona. Merda. Ela tinha estado claramente no trabalho há um tempo. Por que ela preferia
se comunicar somente com pedaços de papel amarelo pegajoso, estava além da minha
compreensão. Ela nunca me mandou um e-mail, preferia gritar algo de seu escritório ou
rabiscar em um Post-it quando eu não estava por perto. Era o meu trabalho decifrar os
significados. Eu tirei o primeiro da minha mesa e era bastante claro. Dizia: Chame Ben.
Sentei no meu lugar para começar a organizar suas notas no caso de eu precisar
consultar mais tarde. Enfiei uma nota que foi presumivelmente escrita em hieróglifos na
minha pasta de plástico e, em seguida, comecei a lidar com o resto deles. As primeiras
coisas primeiro, eu tentei descobrir qual Ben ela queria dizer. Verificando o banco de
dados, eu vi que o nosso escritório tinha três Bens. Dois deles não tinham conseguido um
emprego em vários meses, de modo que pelo processo de eliminação achei que ela estava
se referindo a Ben Shaw, um dos nossos modelos mais populares. Eu respirei fundo e
disquei o número dele.

— Sim. — Respondeu uma voz profunda.

— Hum, sim, oi. Aqui é Emmy Clarke da Status. Fiona gostaria de vê-lo hoje.

— Tudo bem. — Ele parecia levemente irritado. — A que horas?

Abri sua agenda, em silêncio, me xingando por não ter essa informação pronta.
Felizmente meu computador cooperou e rapidamente carreguei a informação. Ela estava
livre durante toda a manhã. — Você pode vir em qualquer momento antes do meio-dia.

— Claro, — respondeu ele. — Eu estarei ai mais tarde esta manhã. — Ele


desligou sem dizer adeus.

Suspirei e devolvi o telefone ao seu receptor. Ok, então. Tarefa um completa.


Isso não foi tão ruim.

Agora, cuidar dos poucos e-mails que eu tinha. Eu gostava de estar a par do
funcionamento interno de uma agência de modelos, e a Status Model Management era uma
das mais poderosas agências de Nova Iorque, muitas vezes ganhando contratos de sete
dígitos com grandes anunciantes. Ela tinha um esquadrão de novos rostos para alimentar o
desejo de qualquer executivo. A única coisa, porém, era que a minha chefe, Fiona, que
dirigia a agência, representava apenas modelos masculinos. Fiona tornou amplamente
conhecido que ela não funcionava bem com as mulheres. Certa vez, ela disse que era muito
estrogênio, ou algo assim.

Como assistente de Fiona, a descrição do meu trabalho incluía a manutenção


do banco de dados da agência de modelos e passar essas informações a ela, para trabalhos
específicos. Os pedidos vinham para certos perfis, cor do cabelo, cor dos olhos, altura,
peso, e eu gostava de vasculhar os arquivos para encontrar os belos homens, certos para o
trabalho antes de enviar suas fotos e arquivos para a aprovação de Fiona. A posição
certamente tinha suas vantagens. Comer com os olhos esses deliciosos e doces homens
diariamente, era a principal. Isso me fazia superficial? Não. Eu não penso assim. Eu tive
um monte de postos de trabalho de baixa qualidade e relacionamentos miseráveis antes de
tudo isso. Se eu quisesse estar completamente cercada por homens deliciosos e altamente
inatingíveis durante todo o dia, eu sentia que era um direito dado por Deus. E sendo paga
para por isso... Sim, por favor. Inscreva-me.

Era o meu trabalho conhecer os pequenos detalhes de cada modelo, para


ajudar a determinar qual deles era o certo para cada tipo de trabalho: editorial, moda,
fitness e estilo de vida, antes de dar seus cartões de amostra para Fiona. Isso me dava
direito a informações íntimas sobre duas centenas de jovens com quem trabalhamos. Seus
tamanhos de calçados, peculiaridades de personalidade e fatos ainda pouco conhecidos,
como que Nico não podia trabalhar com Sebastian porque eles tinham uma vez namorado
e que tinha acabado mal. Ou que Leo tinha uma fobia sobre qualquer coisa fofa e não
poderia estar em torno de tule ou penas.

Tinha que garantir que as coisas corressem sem problemas no conjunto, e


muitas vezes os fotógrafos eram piores do que os modelos - exigentes e irritados, com
tendência a degradar os modelos, quando eles não podiam obter os disparos que queriam.
Eu já tinha aprendido que parte do meu trabalho seria o de atuar como uma mediadora,
ajudando a acalmar as coisas e descobrir sobre as expectativas do fotógrafo e explicá-las ao
modelo.

Claro, o meu maior desafio era lidar com Fiona Stone, a ultra- britânica, a
cabeça ultra- perversa da Status Models. Ela era realmente de uma raça rara. Em algum
lugar entre trinta e quarenta, era belíssima. Ela definitivamente se encaixava entre as
pessoas bonitas que trabalhavam na agência. Inteligente como um chicote no negócio, mas
com as habilidades sociais e polidez de um mosquito. Ela era astuta, conivente, e acima de
tudo, cruel. Ela negociava duro para seus modelos, muitas vezes eles ganhavam taxas mais
altas e melhores contratos. Mas ela governava com um punho de ferro, embora com
cuidado. E eu tinha o privilégio de lidar com seu dia a dia. Sorte a minha.

Minha pequena mesa estava a direita, fora de seu escritório. De seu poleiro
imaculado de couro vermelho, ela poderia olhar para cima sempre que quisesse e ver a tela
de meu computador e tudo o que eu poderia estar olhando. Assim, compras on-line, me
aproximar do Facebook e e-mails pessoais, eram todos um grande não. Totalmente vetado.

Eu tinha me aplaudido por não ser a recepcionista ou um dos assistentes de


produção. Eles pareciam ainda mais miseráveis do que eu. Não, eu tinha conseguido ser a
assistente executiva – sorte minha! Revirando os olhos, eu me lembrei do quão
extremamente autoconsciente eu tinha estado no meu primeiro dia entre todas as mulheres
tonificadas e elegantes que já trabalhavam aqui. Mal sabia eu que trabalhar para Fiona viria
a ser um tipo especial de tortura. Ela criticou tudo, meu cabelo castanho, o meu sentido
inexistente de estilo até o meu sotaque do sul.

Na minha primeira noite de sexta-feira, eu tinha saído para o happy hour com
Gunnar e alguns dos outros assistentes. Ele me informou que Fiona não me odiava, que a
língua afiada era apenas parte de seu jeito. Aparentemente eu já durava mais do que os
outros três assistentes anteriores juntos. Gunnar era um assistente de produção e,
ocasionalmente, trabalhava com Fiona, então ele sabia o que eu estava falando. Depois
dessa conversa estimulante, eu me convenci que eu poderia suportar qualquer coisa.
Gostaria de conquistá-la. Gostaria de ter sucesso onde outros falharam. De jeito nenhum
eu iria desistir e me arrastar para longe com o rabo entre as pernas. Não, senhora. Este foi
o meu primeiro emprego de verdade, e em Nova Iorque, nada menos. Gostaria de fazer
este trabalho. E com a promessa da agenda de viagens nos levando para Paris e Milão em
breve, eu queria fazer este trabalho. La em casa, ninguém teve uma oportunidades como
esta. Eu seria estúpida em sair só porque eu não gostava da minha chefe.

O sotaque britânico de Fiona cortou meus pensamentos, como uma sirene. —


Pare de babar sobre esse menino e traga o seu rabo aqui dentro.

Merda! Minha tela tinha ficado parada na foto de um modelo masculino


seminu. Ops. Eu me empurrei com minha apertada saia por conta própria no escritório de
Fiona. Ela estava vestida impecavelmente, como sempre, em um vestido de linho Versace,
com um lenço roxo royal brilhante e um par de Prada, com saltos mais altos que eu já vi.
Aqueles porras deixavam o Empire State Building com vergonha. Seu cabelo estava preso
para trás em um coque frouxo, brilhantes elos escuros emoldurando seu rosto elegante.

— Sim, senhorita Stone? — Perguntei.


— Você sabe que horas são? — Seu pé calçado com muita grana bateu no
chão e ela não se incomodou em olhar para cima a partir de sua tela de computador. Tap,
tap, tap.

Oh, merda. Isto era uma pegadinha? — Uh, são dez horas.

Ela se inclinou para trás em sua cadeira, me olhando fixamente. — E então?

E? E o quê? Ela me deu um olhar gelado, fazendo meu coração bater e um


suor frio sair debaixo dos meus braços.

Depois de dez segundos de silêncio sepulcral, durante a qual ela me olhou dos
pés à cabeça com desgosto, me fazendo querer esconder atrás do grande vaso de plantas
em seu escritório, ela finalmente falou.

— É tempo para o meu chá. — Ela resmungou e acenou com a mão


desdenhosa na minha direção.

Oh. Certo. Seu chá no meio da manhã. Tão britânico da aprte dela. Corri para
a cozinha tão rápido quanto a minha combinação restritiva de saia, cinta Spanx e saltos
permitiam e aqueci um pouco de água purificada para o chá. Eu adicionei o pacote de
English Breakfast na xícara e me virei, bem a tempo de ver um homem entrar em seu
escritório. Grande. Outro erro grande. Eu tinha certeza que eu ia passar pelo inferno
depois de deixar um convidado entrar sem aviso prévio.

Eu entrei em seu escritório atrás dele, ainda carregando o chá.

— Ben, amor, entre. — Fiona disse e fez um gesto para o assento de couro de
frente para sua mesa.

Oh. Portanto, este era Ben Shaw. Ver suas fotos no computador era uma coisa.
Ver este delicioso pedaço de carne masculina em pessoa, era outra completamente
diferente. Minha boca maldita estava aguando. Ele era alto e equilibrado, com o cabelo
escuro, ombros largos, um queixo angular e uma boca carnuda feita para beijar.

Eu brevemente me perguntei se seria repreendida por deixar alguém entrar em


seu escritório sem avisar, mas Fiona era toda sorrisos quando Ben estava envolvido.
Benjamin Riley Shaw, o menino de ouro da agência. Nosso modelo mais
procurado e ganhador de um premio por uma larga margem. Ao vê-lo em pessoa pela
primeira vez, era óbvio o porquê. Ele tinha uma certa aura sobre ele, um brilho. Meus
olhos estavam inconscientemente atraídos por ele. Ele era de longe a coisa mais cativante
na sala. Tendo apenas revisado o arquivo dele, me senti um pouco pervertida por saber
tantos detalhes pessoais sobre ele, mas também me fez sentir um pouco presunçosa.
Altura: 1,92 cm; Olhos: Avelã; Cabelo: Castanho; sapato Tamanho: 44; Terno: 42 G.

Eu assisti num silêncio atordoado quando Fiona se levantou e deu a volta na


mesa para se apoiar e esfregar os peitos dela contra o peito dele. Ela beijou no ar ambas as
bochechas dele. Ele estava praticamente imóvel, educadamente permitindo, mas não
retornando sua afetividade. Algo dentro de mim gostou disso nele. Fiona era uma cadela
série -A, e ver um belo exemplar como Bem, fingir bajular tudo sobre ela, teria torcido a
faca no meu coração.

— É claro que é bom vê-lo, mas você precisa de alguma coisa, querido? — Ela
perguntou a ele, recuando para trás, apenas ligeiramente. Ugh. Muito espaço pessoal?

Ben mudou sua forma alta e escultural e se afastando dela da forma mais
elegante. — Me pediram para vir hoje. — Disse ele, sem rodeios.

Os olhos de Fiona pousaram nos meus. Pânico percorreu meu sistema e eu


senti a xícara de chá chacoalhar nas minhas mãos. Seu olhar gelado me prendeu no lugar,
exigindo uma explicação.

— Mas a sua, hum, nota. . . Dizia para chamar Bem. — Eu gaguejei.

O olhar de Ben viajou para o meu e meu estômago deu uma pequena
cambalhota. Caramba. Seus olhos eram de cor avelã brilhante com manchas de verde
musgo profundo e eles seguravam tanta tristeza, tanto mistério de que eu fiquei paralisada.
Como ele continuou a olhar para mim, meus ovários fizeram uma pequena dança feliz,
totalmente desafiando as restrições da minha calcinha. Esse cara estava fazendo estragos na
minha libido.

Com dificuldade, eu virei meu olhar e dei atenção a Fiona, que estava
suspirando dramaticamente.
Ela zombou. — Eu quis dizer para você passar os tamanhos de Ben para o
designer para sua sessão na próxima semana. — Ela balançou a cabeça como se eu fosse
uma idiota completa por não entender a mensagem. Merda.

Meus olhos foram para Ben de novo e a xícara e o pires balançaram na minha
mão. Tentei atravessar a sala para deixar o chá na mesa, mas o olhar pesado de Ben
seguindo meus movimentos, provou ser demais e a xícara e o pires caíram no chão.

A xícara quebrada e a água escaldante, pulverizaram minha pele exposta. Mãe,


aquilo estava quente. Eu estremeci e dei um passo para trás, avaliando os danos. Merda. A
mancha escura se espalhava sobre o tapete bege na minha frente, e eu parecia um cachorro
super excitado que havia se irritado na frente de um dos mais famosos top models do
mundo. Componha-se, Emmy!

As sobrancelhas de Ben franziram e Fiona soltou um suspiro exasperado.

— É um milagre que ela ainda consiga andar e falar ao mesmo tempo. Ela é de
Tennessee. — Disse Fiona a guisa de explicação. A atenção de Bem, lentamente puxou de
volta para Fiona.

Meu rosto ficou aquecido com o embaraço. Eu gostava da minha educação


country singular, e eu não mudaria isso por todos os rótulos de glamour e design do
mundo. Então eu não era de Londres, grande coisa. Eu não iria deixar que ela me fizesse
sentir como se eu tivesse dois centímetros de altura.

— Eu sinto muito. Eu vou cuidar disso. — Eu levantei meu queixo e corri


para minha mesa.
Ben

Tennessee, hein? Isso explicava o pequeno sotaque doce de sua voz. Ela não
era a assistente habitual de Fiona. Em primeiro lugar, ela era uma mulher. Em segundo
lugar, ela ainda era uma mulher e Fiona não jogava bem com as da sua própria espécie.

A assistente, com sua pequena e apertada saia azul-marinho na altura do joelho


e blusa adequada enfiada por dentro, teria parecido uma colegial inocente se não fosse por
suas curvas. Santo inferno, essas curvas. A bunda deliciosa e o inchaço de peitos generosos.
Olhos para cima, amigo. Nada de ficar duro com a nova garota.

Sua inocência era adorável, diferente. Um toque de rosa floresceu em todo seu
rosto e os dentes foram enterrados profundamente em seu lábio inferior. Ela tinha o cabelo
escuro preso de forma eficiente por trás das orelhas, e suas mãos tremiam, incapazes de
parar a xícara de chá de chacoalhar. Ela olhou nos meus olhos, parecendo perdida antes da
xícara cair no chão. Por um segundo eu me preocupei que a cidade de Manhattan ou Fiona,
a comeriam e cuspiriam fora. Uma onda de protecionismo queimou dentro de mim, uma
sensação estranha e esquisita. Além disso, não era totalmente bem-vinda. Eu não conhecia
essa garota. Não devia me importar. No entanto, eu o fiz. Eu não podia negar a química
instantânea e intrigante que zumbiam entre nós, o tremor suprimido quando me encontrei
com seu olhar, a inalação de ar suave. Eu estaria mentindo se eu dissesse que não senti
algo, quando a vi agitada na minha frente.

Fiona se virou para mim, enrolando a mão em volta do meu bíceps, me


trazendo de volta para a situação à mão. — Bem, já que você está aqui, amor, você pode
muito bem me levar para o almoço.

— Claro. — Eu respondi automaticamente. Eu podia ver através das


manobras de Fiona. Ela queria me ver hoje, mas não queria admitir. Eu conhecia seus
jogos. Aquela jovem coisinha linda, não. E ela foi deixada para se sentir como a idiota da
aldeia.
Se ela tivesse entendido a verdadeira motivação de Fiona em me chamar, ela
não teria olhando para mim com aqueles olhos cinza-azulados inocentes. Se ela soubesse a
depravação escondida dentro de mim, ela fugiria para o Tennessee, sem olhar para trás. Eu
devoraria uma garota como ela. Dominaria-a. O pensamento era inebriante. Eu a olhava
com interesse, considerando o meu próximo passo. — Eu sinto muito. Eu vou cuidar
disso. — Tennessee levantou o queixo e correu para sua mesa, sua confiança quebrada.

Assistindo sua retirada enquanto Fiona retocava seu batom, eu decidi que sua
assistente seria divertida para brincar. Ela seria toda inocência feminina suave, e aquelas
curvas perfeitamente proporcionais estavam implorando por minhas mãos. As garras de
Fiona iriam sair, porém, isso poderia não valer a pena. Fiona tinha feito muito por mim.
Merda, ela era minha agente. Eu não estava prestes a fazer algo estúpido, como dormir
com sua assistente para irritá-la. Movimento ruim de carreira. Meu pau teria que ficar nas
minhas calças.
Emmy

O murmúrio de vozes vindo do escritório de Fiona me impediu de entrar


novamente. Eu procurei na gaveta da minha mesa o rolo de emergência de toalhas de papel
que eu guardava ali. Estava esperando que eles saíssem antes de cair em minhas mãos e
joelhos para limpar a bagunça. Mas eles pareciam estar tomando seu tempo doce. Eu não
conseguia ouvir a discussão, mas suas posturas estavam tensas e falavam em voz baixa.

Toda vez que eu pensava sobre o jeito que ele olhou nos meus olhos, meu
coração dava um salto engraçado. Havia certa profundidade neste homem, uma que sua
beleza mantinha escondida. Eu duvidava que a maioria das pessoas cavasse abaixo da
superfície. No entanto, estranhamente, eu queria conhecê-lo. Era um pensamento estúpido
e eu não tinha ideia de onde ele veio. Talvez tenha sido a minha educação, a hospitalidade
do sul, ou algo parecido. Mas eu queria cuidar deste homem, aliviar aquela linha de
preocupação vincando sua testa. A profundidade e complexidade em seus olhos, tinham
me segurado cativa um momento muito longo.

Como se meus pensamentos o tivessem atraído das garras de Fiona, Ben veio
caminhando para fora do escritório e parou na minha mesa. — Você se queimou?

Sua pergunta levou um momento para ressoar. Ah, sim, as minhas pernas. A
humilhação havia bloqueado a dor. Mas agora que ele mencionou isso, eu percebi que elas
estavam formigando onde tinham sido salpicadas com a água escaldante. Com seu olhar tão
concentrado no meu, levei um momento para lembrar a minha boca como trabalhar
corretamente.

— Uhm... Só nas minhas pernas. — Eu gaguejei. Brilhante. Coloque um


homem lindo na minha frente e eu me torno uma idiota desastrada. Este trabalho não
anunciava nada de bom para a minha autoestima.

Seus olhos caíram em minhas canelas nuas e eu esqueci tudo sobre a


queimadura.
Fiona apareceu, deixando cair um tubo de batom em sua bolsa Fendi. Aquela
coisa custava mais do que eu fazia em um mês. Ela ergueu o queixo, farejando o ar. — Que
cheiro é esse? — Seu rosto se contorceu em repulsa. Ela olhou de Ben para mim. Tudo o
que eu podia sentir era o cheiro de dar água na boca das iguarias fresquinhas que
emanavam do recipiente na minha mesa. — Tem cheiro de açúcar processado. — Linhas
de expressão ao redor da boca se aprofundaram em Fiona.

— Eu fiz muffins de mirtilo para o escritório. — Eu abri a tampa e o mais


delicioso aroma flutuou para fora, lembrando o meu estômago que eu pulei o desjejum,
usando o tempo para me vestir com algo apresentável e arrumar meu cabelo. — Você
gostaria de um antes de eu colocá-los na cozinha?

O olhar de Ben foi para o chão, enquanto ele tentava esconder um sorriso.
Fiona olhou para mim como se eu fosse mentalmente instável, como se eu estivesse
tentando servir-lhe um monte de estrume, em vez de um muffin caseiro de mirtilo.

Qual era o problema dela? Acredito que o meu gesto de boa vontade foi uma
ideia idiota. Eu funguei e levantei meu queixo. Estava muito orgulhosa dos meus muffins.
Mas o olhar de desdém pingando da boca vermelha e carnuda de Fiona me disse
imediatamente que trazer doces assados para uma agência de modelos era semelhante a
matar um cachorro. Lentamente, Fiona gemeu e se afastou. Eu olhei para as minhas pernas
queimadas, salpicadas de chá e minha autoconfiança caiu para a mais baixa de todos os
tempos.

— Ei, Garota Muffin de Mirtilo... — A voz de Ben era baixa e autoritária,


levando meus olhos de volta até os seus. Ele me encarou com aquele olhar sexy. —
Certifique-se de colocar um pouco de gelo sobre a sua queimadura. — Sua expressão era
sedutora e gentil, mesmo que sua preocupação parecesse fora de lugar.

Formar palavras não era possível no momento, mas eu consegui um aceno de


cabeça. Ben seguiu Fiona, rindo de si mesmo. Ouvi risadinhas ao meu redor. Eles
provavelmente estão fazendo apostas sobre quanto tempo vou ficar por aqui.
Capítulo 02
Emmy

Agradeci aos deuses que era sexta-feira, quando arrastei minha pobre carcaça
para o apartamento que dividia com Ellie. Eu queria fazer nada mais do que escorregar em
um par de suéteres, comer comida chinesa delivery e beber grandes quantidades de vinho
barato. E depois do dia que tive, eu poderia precisar da minha própria garrafa.

Ellie já estava na cozinha quando cheguei, aparentemente com o mesmo


pensamento. Ela estava abrindo uma garrafa de vinho, ou melhor, lutando para tirar a
rolha. Nosso saca-rolhas realmente era um pedaço de merda.

— Emmy! — ela chamou quando me viu. — Sobreviveu a mais uma semana?

— É... — Tirei meu casaco e o joguei em cima da mesa da sala de jantar. —


Graças a Deus.

— Bom, porque eu estava um pouco preocupada que não fosse fazê-lo e,


quero dizer, a chance de ir morar em Paris por três meses? Eu trabalharia para o próprio
Satanás. Eu mesma teria seus bebês.

Eu ri e aceitei a taça cheia até a borda. — Bem, antes de ir procriar com


Satanás, eu não sairia ainda. Eu sei que ela ainda não comprou o meu bilhete.

Ellie empurrou seus óculos de nerd sexy, na parte superior do seu nariz e
tomou um gole de vinho. — Por favor, se você passou através de seus acessos de raiva e
insultos imprestáveis até aqui sem ficar maluca, você é ouro. Eu teria rachado no primeiro
dia. Qual foi o comentário dela novamente. . . Kmart chique?

Estremeci com a lembrança. Foi no meu primeiro dia. Nós estávamos sentadas
no escritório opulento de Fiona, analisando os papéis e responsabilidades básicas do meu
novo emprego. Ela trouxe o código de vestimenta e disse que ela tinha uma imagem a
manter e meu guarda-roupa Kmart-chique não seria tolerado. Eu estava vestida de acordo
com o dress code, ou assim eu pensava, calça preta e uma blusa de botão. Não importa. O
que Fiona não entendia era que alguns comentários desagradáveis não iriam me afastar.

Eu sempre quis mais da vida, e com o incentivo dos meus pais eu defini meus
padrões bastante elevados, frequentei uma universidade estadual com uma bolsa de estudos
e me formei em comunicação e design de moda. Eu não precisava de uma educação Ivy
League e uma oferta de trabalho de seis dígitos. Eu só queria me libertar do estresse
financeiro de viver de salário em salário, como meus pais.

Eu tinha vivido uma educação simples por excelência, enquanto


constantemente me esforçava cada vez mais para atingir o sonho americano tão distante.,
Tive pais esforçados e mal pagos. Com um irmão mais novo atleta que fazia ameaças vazias
para qualquer cara que mostrasse o menor interesse em mim. Na minha juventude, escalar
árvores, fazer parte do grupo de torcida e festas do pijama no colégio, era minha diversão e
passa tempo.

Então, depois de me formar na faculdade e conseguir um emprego, como


assistente de uma agência de modelos de prestígio em Nova Iorque, eu estava indo bem no
meu caminho. Faria isto funcionar.

Minha companheira de apartamento trouxe queijo e biscoitos, os colocando


em cima do balcão, me tirando dos meus pensamentos. Ela mastigava um biscoito e tomou
um gole de vinho. A observei e sorri.

Ela era corajosa e divertida e eu estava feliz por estar sub arrendando um
quarto dela, mas éramos de esferas totalmente diferentes da vida. Ellie era uma atrevida
nova iorquina que não deixava ninguém piscar para ela de forma errada sem fazer algum
comentário petulante em retaliação. Sendo o contrário, eu era conhecida por parar na beira
da estrada para ajudar os patos a atravessarem a rua e não podia passar por uma pessoa
sem-teto, sem lhe dar os meus últimos dólares.

— Tudo bem, precisamos prepará-la para a sua Euro- aventura! Você vai
precisar de uma reforma, nós vamos levá-la tinindo para toda aquela ação hot- macho -
modelo. Novas roupas. Corte de cabelo. Sem mais carboidratos. Vinho não conta. —
Acrescentou, me pedindo para tomar outro gole.

Eu ri de seu entusiasmo. — Calma lá! Não haverá nenhuma ação de modelo


no meu futuro. — Eu assegurei a ela. Eu não preciso de um bilhete só de ida para a cidade
dos corações quebrados. Não, obrigado.

Ainda assim, eu não pude deixar de pensar sobre Ben Shaw novamente. Os
olhos intensos, sexy, seus lábios cheios. . .

Eu tinha pensado nele constantemente desde o nosso estranho derramamento


de chá, muffin de mirtilo, ou queimaduras nas pernas. Ben era a razão de Fiona e eu
estarmos indo para Paris e Milão. Com a agência “It-Boy”, ele tinha sido chamado para
várias campanhas de primavera em alguns dos mercados mais quentes do mundo da moda.
E Fiona, super má em disfarçar sua paixão pelo pobre homem, me disse que ela sempre
viajava com Bem, quando ele entrava em campanhas longas. Eu não podia culpá-la, no
entanto. Eu estava bem perto do território da paixão eu mesma.

Ellie cuidadosamente rodou o vinho em seu copo. — Devemos também ter


certeza de conseguir alguns encontros antes de você ir, caso contrário, você vai ser uma
bagunça com tesão.

— O quê? — Eu ri novamente. — Não, eu não vou. Eu sou uma profissional,


ao contrário de você.

Ellie sacudiu a cabeça e bufou. Eu não queria ser a única a estourar sua bolha,
contando que muitos dos modelos masculinos são gays de qualquer maneira.

Ela pegou o cardápio da delicatessen em frente, pegou o telefone e discou. —


Sim, duas saladas de espinafre com frango grelhado.

Eu levantei minhas sobrancelhas para ela.

— Nenhum carboidrato. — Ela murmurou para mim. Era um pouco


desanimador ser informada pela sua companheira de quarto que você precisava emagrecer.
Claro, eu provavelmente poderia perder alguns quilos, mas espinafre, sério? Isso era
ridículo.
— Você vai estar na companhia de modelos masculinos pelos próximos meses.
— Explicou ela depois de terminar a chamada.

Eu não acho que Ellie entendeu que eu estaria trabalhando, não competindo
em um game show para encontrar meu futuro marido.

Mas, então, eu cometi o erro de pensar em Ben.

Juro por Deus, eu nunca comeria carboidrato novamente.

Enquanto ele e Fiona tinham saído para almoçar, eu tinha aberto o seu
arquivo. Dessa forma, eu poderia bisbilhotar em paz sem ela olhando por cima do meu
ombro. Ele era a perfeição. Livro didático perfeito. Se eu tivesse de elaborar as
especificações para o meu homem perfeito, Ben Shaw é o que Deus, ou Cupido, ou quem
quer que fosse, entregaria a mim envolto num laço. Alto, de ombros largos e abençoado
com traços morenos talhados. As fotos dele sem camisa, ou, melhor ainda, em um par de
cuecas, realmente deixaram meu pulso acelerado. Suaves peitorais arredondados, pele
dourada, um pacote de abdominais bem definidos, a boca carnuda, e os olhos mais
intensos completavam o look.

Eu estava pronta para retirar minha calcinha discretamente debaixo da minha


mesa quando Fiona voltou e meu sexy devaneio acabou numa pressa maldita. Tão rápido
quanto o meu mouse permitia, fechei as fotos dele, em silêncio, amaldiçoando a mim
mesma por não ter pensado em encaminha-las ao e-mail da minha conta pessoal para
visualização mais tarde.

Eu chacoalhei minha cabeça para clarear esses pensamentos cheios de tesão e


me recostei na cadeira. A última coisa que eu precisava era de uma paixão desesperada por
um modelo masculino com quem trabalhava. Eu precisava manter meu juízo se esperava
sobreviver aos próximos meses em que viveria em estreita proximidade com ele. Sem
mencionar embalar um grande quantidade de baterias. Sim, uma mala extra, cheia de
baterias, para meu vibrador, deveria fazer o truque.
Capítulo 03
Emmy

Depois de um fim de semana relaxante assistindo Netflix e descansando com


Ellie, eu estava de volta à rotina na segunda de manhã. Curiosamente, Fiona parecia estar
de bom humor, por uma vez, seu sorriso era sincero quando ela me cumprimentou.

— Bom dia, Emerson.

— Bom dia? — Eu não tinha certeza do que fazer com sua súbita mudança de
atitude. O número de Post-its na minha mesa refletia seu bom humor. Havia apenas um.
Reserve o seu bilhete para o CDG.

Levei um segundo para perceber que CDG era o Aeroporto Internacional


Charles de Gaulle, em Paris. Eu não esperei para ser chamada duas vezes. Usando o cartão
de crédito que Fiona tinha me dado para fins comerciais, reservei um voo noturno para
sexta à noite. O mesmo de Fiona. Eu não tinha a menor ideia de como andar em Paris se
eu pousasse lá por conta própria.

Eu não tinha certeza de quando Ben estaria voando para Paris, mas eu ouvi
que ele estaria lá alguns dias antes de nós para visitar um amigo.

A semana que antecedeu nossa viagem foi uma loucura de tão agitada. Durante
o dia, eu organizei os muitos detalhes que eram a vida de Fiona: coordenar seus
compromissos, massagens semanais em Paris, assegurando que tinha toda uma carga de
trabalho de sua marca favorita de English Breakfast Tea, e organizar a Bíblia Post-it em
ordem alfabética, com subseções de acordo com coisas que eu pensei que poderiam ser
pertinentes à nossa viagem.
Minhas noites foram gastas em compras com Ellie e embalando tudo que eu
tinha em duas malas com rodinhas. Era estranho pensar que eu estaria fora por três meses
inteiros. Ellie ainda tinha alguém na fila para sublocar meu quarto, enquanto eu estivesse
fora. Minha vida estava prestes a ser totalmente virada de cabeça para baixo, e eu não
poderia estar mais animada.

Empurrando a alça da minha mochila mais para o alto no meu ombro, eu me


desloquei através do corredor estreito quando embarquei no voo. Vi Fiona sentada na
terceira fila de primeira classe, taça de champanhe na mão, flertando com o empresário ao
lado dela. A aeromoça se inclinou para lhe passar uma toalha quente. Claro, eu estava
sentada muito mais para trás no avião, mas o lado bom, eu estava indo para Paris! Nada
poderia ter atenuado o meu humor no momento. A boca de Fiona franziu quando me viu
de boca aberta, mas ela continuou a sua conversa com o Sr. Business Executive no assento
3B.

O conselho de Ellie para tomar Tylenol PM no embarque foi bom. Eu estava


dormindo antes da decolagem e só acordei quando estávamos à uma hora do pouso.
Deixando o meu lugar, me refresquei no minúsculo banheiro do avião, tentando afofar
meu cabelo liso e oleoso e passei um corretivo sob os meus olhos cansados. Mas não havia
ajuda para a falta de cor no meu rosto ou a roupa amarrotada. Eu sabia que ia ter um dia
agitado na minha frente, assim que desembarcasse. Fiona estava muito longe, quando eu
finalmente consegui sair do avião. Depois de passar facilmente pela alfândega, eu liguei
meu telefone e esperei a bagagem. Embora eu tivesse arranjado um upgrade para um plano
internacional, eu ainda estava surpresa quando meu celular mostrou um texto de Fiona.

Pegue minhas malas e me encontre no hotel.

Ela tinha me deixado.

Bem, não era apenas uma merda? Eu não tinha ideia de quais eram as malas
dela, então fui obrigada a esperar até que todos do nosso voo tivessem pegado as deles e,
em seguida, ler as pequenas etiquetas na dúzia de malas à esquerda não reclamadas.
Ela tinha uma frota inteira de bagagem. Louis Vuitton é claro. Foi uma
maravilha, que ela confiasse em mim com aquilo. Depois de lutar com as malas, sair para o
meio-fio e rastrear um serviço de transporte, quase duas horas se passaram antes que eu
fosse para o hotel: um de luxo, tipo boutique em Saint Germain no encantador 6 º distrito.

Saindo do taxi, o cheiro de dar água na boca de café e croissants, bateu no meu
nariz. As pessoas se sentavam agrupadas em cafés ao ar livre em mesas com guarda-sol, a
beber café e comer doces. Água escorria das calhas, enquanto deixavam as ruas limpas, e as
pessoas idosas alimentavam os pombos. O brilho dourado do sol batia nas antigas
construções de pedra e o brilhante céu azul parecia transformar as ruas da cidade em algo
mágico. Romântico, culto e bonito.

Um lugar onde tudo pode acontecer.

O lobby do hotel era pitoresco e decorado simplesmente com uma grande


mesa de carvalho, pisos de mármore polido e tapeçarias coloridas penduradas nas paredes.
Depois de um rápido check-in, entrei no elevador antigo, rezando que ele suportasse o
peso de toda a bagagem.

O meu quarto era tão pequeno quanto eu esperava. Embora o hotel fosse
muito chique, meu quarto tinha pouco mais do que uma cama vestida com roupas brancas
macias. Havia um guarda-roupa empurrado num canto e uma televisão montada na parede.
Cortinas creme Gauzy, enquadrando as janelas altas e estreitas, dando ao quarto eficiente
uma vibe bonita e encantadora. Seria a minha casa longe de casa.

Antecipando muitas demandas de Fiona, eu planejava me reunir com a equipe


da recepção para entender o mapa do metrô de Paris. Melhor estar prevenida, já que eu
sabia que iria provavelmente sair correndo em volta da cidade para buscar o que quer que
fosse necessário para Fiona a qualquer momento, e minha curva de aprendizagem era
suscetível de ser íngreme, por nunca ter posto os pés fora dos EUA. Além disso, o meu
francês limita-se a bonjour e merci. Mas, primeiramente, eu precisava deixar as malas de
Fiona no quarto dela. Elas literalmente não se encaixavam no meu.

Depois de lutar dentro e fora do minúsculo elevador, eu estava suada e mais do


que um pouco mal-humorada quando eu cheguei à porta da suíte de Fiona no último
andar. A porta foi deixada aberta, e eu dei uma batida rápida, mas firme antes de empurrá-
la aberta.

Ninguém respondeu, mas eu podia ouvir vozes abafadas na sala ao lado.

Entrando na sala de estar com sofás e uma televisão, eu arrastei as malas atrás
de mim. Vozes vazaram do quarto. Fiona estava com um homem. E, aparentemente, eles
estavam em uma discussão acalorada. Estranho...

Eu poderia deixar as malas e fugir despercebida. Eu não estava com vontade


enfrentar uma Fiona mal-humorada. Minha agenda incluía um banho quente e uma soneca.

Depois de empilhar as malas no canto, eu congelei. Eu reconheci a voz do


homem. Profunda, rica e com um tom confiante.

Ben.

Meu corpo respondeu imediatamente, meus mamilos endurecendo contra o


meu sutiã e minha pulsação saltou de forma irregular. As respostas do meu corpo a ele
eram tudo, menos normal.

Incapaz de resistir a dar uma olhada nele, eu, na ponta dos pés fui para mais
perto da porta e espiei dentro do quarto.

— Que história é essa, Fiona? Você está brava porque eu vi Madeline ontem à
noite? É sobre isso esta birra?

— Eu não vou fingir que gostei. Mas, amor, você sabe que nunca posso ficar
brava com você.

— Eu não tinha visto Maddie em anos, você sabe disso, e vamos fotografar
juntos amanhã. Eu queria dizer oi. Nós fomos num clube, tomamos uma bebida, e
relembramos algumas coisas. Não foi grande coisa. — Disse Ben, com a voz indiferente.

— Esses jornais de fofocas a seguem e eu só não quero sua imagem ligada à


dela. — A voz de Fiona era um gemido suave, vagamente lembrando um cão de colo no
cio.
— Fique tranquila. Não foi nada, Fiona. Eu estava de volta aqui, na cama,
sozinho, às onze. Eu não conseguia dormir por nada, mas eu estava aqui.

— Ok. — Fiona suspirou. — Se você diz que não foi um grande negócio,
então não foi. Fim da história.

Parecia que Fiona estava com ciúmes por ele ter saído com uma mulher, e eu
sabia que ela tinha problemas com o estrogênio, mas que não poderia ser isso, não é?
Certamente Ben estava autorizado a sair com quem ele quisesse. Eu não pude resistir a
espreitar mais longe no quarto.

Eles estavam no centro do quarto em frente à cama. Fiona tinha se trocado e


estava bem vestida com um top de renda preta ajustada e saia creme. Por outro lado, eu
estava exausta, engordurada, e ainda vestida com as roupas amassadas de ontem. Ben, é
claro, parecia um orgasmo andando, vestindo jeans escuro justos e uma camiseta preta que
exibia seu físico musculoso. Sua mandíbula tinha a barba por fazer e os olhos profundos,
estavam fixados em Fiona, exalando seu charme pueril e escuro. Meu Deus, aquele homem
sabia como trabalhar isso.

As costas de Fiona estavam para mim, e vi como ela colocou a palma da mão
aberta no peito dele e lhe deu uma tapinha. — Já superei isso, amor. Estou aqui agora e
esta temporada vai ser fantástica.

Ben se mostrou visivelmente mais relaxado, seus ombros caindo como se suas
palavras tivessem o poder de acalmá-lo. Só então, seus olhos se desviaram para os meus e
ele deu um passo para trás de Fiona, sua expressão cansada.

— Desculpe-me, senhorita Stone? — Eu encontrei a minha voz, sabendo que


eu tinha sido descoberta escutando.

Fiona se virou em seus estiletes Prada de quatro polegadas. — Oh, Emerson.


Aí está você. — Sua voz estava cheia de frustração azeda e percebi que a doçura açucarada
era reservada apenas para Ben. — Você levou muito tempo. Ainda bem que eu tinha a
minha bagagem de mão.
Ela encaminhou para mim, aparentemente irritada com a minha interrupção,
mas agindo como se reencontrar sua preciosa bagagem fosse a melhor coisa que já tinha
acontecido com ela. Ben a seguiu e os dois se juntaram a mim na sala de estar.

— Ben, esta é a minha nova assistente, Emerson Clarke. — ela me apresentou,


acenando com uma mão ausente em minha direção.

A grande mão de Ben se estendeu para a minha.

— Emmy. — Acrescentei, colocando a palma da mão contra a dele. Houve um


choque de calor com o contato de sua pele me fez estremecer.

Ben olhou para mim com uma expressão indecifrável. Talvez ele tivesse me
esquecido.

— Menina Muffin de Mirtilo. — Ele sorriu. — Queimaduras curadas?

— Oh, não foi nada. Eu estou bem. — Por que não podia ter esquecido a
primeira vez desastrosa em que nos conhecemos?

— Onde está a minha mala de vestidos? — Perguntou Fiona, puxando a


minha atenção para longe do profundo olhar avelã de Ben.

— Sua o quê?

Com as mãos ancoradas nos quadris, ela estava examinando as quatro malas
grandes com monograma marrom com uma carranca. — Eu tinha uma mala comprida de
vestidos. Ela não está aqui.

— Sinto muito, eu não sabia sobre essa mala de roupa, mas eu posso chamar
o aeroporto e organizar para que possa ser entregue.

Fiona pegou a menor mala, a levantando e passando por mim, então eu tive
que saltar para fora de seu caminho para evitar ser derrubada. Ben me firmou quando me
arrastei para mais perto dele. Sua mão quente fechou ao redor do meu cotovelo, enviando
calor ao meu braço com o contato. Caramba.
Percebendo que minha conversa com Fiona tinha acabado, e eu ainda estava
olhando de boca aberta para Ben, eu murmurei um pedido de desculpas e fugi pela porta.

Ben

Fiona tinha acabado de chegar e já estava me esgotando. Eu ia ter no mínimo,


uma longa temporada se ela deixasse aquele beicinho ciumento agir cada vez que eu
conversasse com uma mulher. Cristo. E por falar em mulheres, eu não estava esperando
ver sua doce assistente. Isso foi uma virada interessante dos eventos. Honestamente, eu
estava meio maravilhado.

Fiona mudava de assistentes com mais frequência do que a maioria das pessoas
mudavam suas roupas íntimas. E depois do desastre em seu escritório no outro dia, o
engano ao me chamar e, em seguida, quebrando aquela xícara de chá, era um choque que
ela ainda estivesse empregada. Sem falar que ela era bonita. Outro ponto contra ela. Fiona
gostava de ser a mulher mais bonita na sala e, certamente, não teria contratado uma
assistente atraente, mas, novamente, talvez ela só não visse. Fiona era polida, encerada, bem
cuidada, e com Botox e Emmy era uma mulher ao natural, sua pele livre de maquiagem,
deixava aparecer o rosa de suas bochechas e tinha cabelos longos, lisos que pareciam
palpáveis e macios.

Eu ri baixinho para mim mesmo. Não, eu definitivamente não esperava vê-


la novamente. Mas foi uma agradável surpresa. Talvez esta temporada seja interessante,
afinal.

Eu respeitosamente beijei a bochecha de Fiona em despedida e caminhei


para fora da sala. Encontrei Emmy ainda de pé no corredor. A parte de trás de sua cabeça
descansava contra a parede. Seus olhos estavam fechados e ela dava respirações profundas,
os seios subindo e descendo a cada inalar. Não havia nada meramente bonito sobre essa
garota. Ela era linda. Eu tinha uma vontade louca de abraçá-la, confortá-la.
Instantaneamente, eu mudei de ideia.

Fiquei imaginando o quanto ela tinha ouvido a conversa entre mim e Fiona e o
que ela pensava sobre isso. Eu certamente não ia oferecer qualquer explicação. Meu
relacionamento com Fiona era complicado, para dizer o mínimo.

— Você está bem? — Minha voz a assustou, e seus olhos se abriram e


correram até mim. Ela não respondeu de imediato, ela só continuou me olhando.
Debrucei-me contra a parede ao lado dela e cruzei os pés nos tornozelos.

— Eu sinto muito. — Ela balançou a cabeça, olhando para o ouro e Borgonha


dos tapetes felpudos que forravam o corredor. — Eu estou bem. Estou apenas muito
cansada, com fome...

Ela não entrou em detalhes, mas também era mais provável que estivesse
confusa sobre o que tinha acabado de ouvir e transparecer entre eu e Fiona, e
envergonhada por ter sido repreendida na minha frente. A última coisa que eu queria era
ela pensando que era uma briga de amantes entre mim e sua chefe.

Ela permaneceu enraizada no lugar, puxando respirações profundas em seus


pulmões, como se estivesse lutando pelo controle. Eu queria tocar sua mão e acalmá-la,
escovar o cabelo solto de volta do seu rosto bonito. Gostaria de saber se o cabelo dela era
uma seda, como parecia. Ao invés disso, eu empurrei minhas mãos nos bolsos.

Ela olhou para cima, empurrou os ombros para trás, e se esforçou para
aparecer recomposta. Ela me encarou com um olhar cinza determinado. — Eu estou bem.
Eu tenho que rastrear essa mala que falta de Fiona.

Ela virou-se para sair quando eu estendi a mão e peguei seu cotovelo. Um flash
de calor subiu pelo meu braço com o contato. Isso foi interessante.
Emmy

Seu olhar penetrante me mantinha imóvel. — Não a deixe te atingir.

Quem? Oh, Fiona.

— Ela esta apenas irritada porque acabou de completar trinta e oito. — Ben
disse, ainda olhando para mim com expectativa.

— Eu não sabia que era o aniversário de Fiona.

— Sim, foi na semana passada. Mas ela não gosta que as pessoas saibam. —
Sua mão caiu do meu cotovelo. Provavelmente estava claro que eu não ia a lugar nenhum,
enquanto este homem lindo estivesse falando comigo. — Além disso, eu acho que ela está
com raiva de mim agora, seriamente, então não se preocupe. Você vai pegar a mala
extraviada, certo?

Oh sim, a mala. Deus, Ben falando comigo e olhando como se realmente se


preocupasse foi o suficiente para enviar meu cérebro direto para fora da terra. Eu precisava
me lembrar que tinha um trabalho a fazer. — Obrigada. E sim, eu acho que é melhor eu ir
rastrear essa mala.

Ele balançou a cabeça e deu um passo para trás. Corri para o elevador com as
pernas trêmulas. Era apenas jetlag. Não tinha nada a ver com ele. Sim, certo.

Uma vez que a preciosa mala tinha sido localizada e entregue, eu passei a tarde
coordenando detalhes da sessão de fotos do dia seguinte. Ela teria lugar em um hotel
histórico de Paris, e depois de confirmar que o fotógrafo, maquiador, técnicos de
iluminação e serviços de Buffet, todos estariam lá, então verifiquei a bíblia das notas de
Fiona no Post-it, para qualquer coisa que eu poderia ter perdido. Eu ainda precisava enviar
emails aos modelos para dar-lhes os seus horários de chamada. Mas, primeiro, eu pedi
serviço de quarto. Eu estava faminta e duvidava que houvesse um convite de Fiona para
um agradável jantar fora, apesar de ser a minha primeira noite em Paris. Eu tinha
considerado tentar percorrer a cidade e tratar-me com uma refeição elegante, mas descartei
a ideia. Um banho quente, pijamas, e jantar na cama soavam como uma maneira muito
melhor para acabar o longo dia que tive.

Após o banho, eu caí no macio edredom que cobria a cama e coloquei meu
laptop em um travesseiro no meu colo. Verifiquei os tempos de chamada e enviei notas aos
modelos para amanhã. Eu não sabia por que, mas o pensamento de enviar o e-mail de Ben
era desesperador. Meus dedos tremiam. Eu considerei escrever algo engraçado e bonito,
talvez assinar a nota como Menina Muffin de Mirtilo... Mas no último segundo me
acovardei e digitei um breve e-mail, profissionalmente formulado. Não fazia sentido flertar
com um modelo, eu provavelmente só ia acabar parecendo uma idiota. Certamente, hordas
de meninas se atiravam nele diariamente. Apesar de que, um rosto sorridente não poderia
machucar, não é?

De: Emerson Clarke

Assunto: Sessão de Fotos de Amanhã

Data: 08 de maio de 2013 19:05

Para: Ben Shaw

Ben,

Por favor, comparecer a Rua rue de Fleurus , 58, às 9 horas de amanhã.


Vejo você la.

Emmy Clarke

Assistente de Fiona Stone, Gerente da Status Model

Alguém bateu na porta. Serviço de quarto! Meu estômago roncou alto. Depois
de dispensar o carregador, me estabeleci de volta nos travesseiros com a minha comida e
digitei o nome de Ben no meu browser. Jantar e um show. O que poderia ser mais perfeito?
Google Imagens era meu entretenimento para a noite. Sim, eu estava desenvolvendo um
fetiche sério por ele. Processe-me.
Meu indicador de e-mail brilhou com uma nova mensagem, e eu
silenciosamente amaldiçoei quem estava interrompendo meu pequeno vício doente. Eu abri
minha caixa de entrada.

Ben Shaw Re: Amanhã

Língua!

Eu ri silenciosamente para mim mesma, achando bonito que ele tivesse notado
um emoticon, no meu email com a cara do smiley, com a língua para fora e tomou o tempo
para responder. Eu digitei uma resposta.

Eu: Sempre. :)

Oh. Meu. Deus. Isto tinha que ser a privação do sono falando. Quem eu
pensava que era, flertando com um super modelo? Mas eu não tive que esperar muito
tempo antes de minha caixa de entrada me informar que havia uma nova mensagem.

Ben: Que coisinha impertinente é você, não senhorita Clarke? Eu


aprovo.

Eu li sua resposta duas vezes, saboreando o fato de que ele parecia estar
flertando de volta. Eu não me importava de estar, provavelmente, vivendo num universo
alternativo. Eu não queria voltar para a Terra. Mastigando meu lábio, eu hesitei com os
dedos sobre o teclado.

Eu ignoro esta mensagem ou respondo? Essa era a pergunta de um milhão de


dólares. Obviamente, ignora-lo estava fora de questão. Olá, nervos?

Eu: Que bom que você aprova.

Eu desejei que minha mente estivesse funcionando corretamente, então eu


poderia ter escrito algo espirituoso e sexy. Eu bati enviar e dei uma mordida na comida.
Antes que eu pudesse engolir, ele respondeu.

Ben: O que você está fazendo?


Eu estava enchendo minha cara com um delicioso sanduíche de pão francês,
manteiga e presunto, e tinha certeza que eu tinha manteiga untando o meu queixo, mas eu
não estava prestes a dizer-lhe que eu estava na cama com um sanduíche, usando meu
moletom velho com o meu cabelo preso no coque mais bagunçado do mundo. Limpando
minha boca em um guardanapo, eu engoli a mordida.

Eu: Na cama. Sozinha. E você?

Ben: Sozinha? Isso não é divertido.

Eu ri de mim mesma. Enquanto eu refletia sobre o que escrever de volta, outra


mensagem apareceu.

Ben: Eu estou na cama também. Acabei de voltar de um jantar com


Fiona.

Ugh. O nome dela era como um balde de água gelada na minha temperatura
subindo. De repente, o meu sanduíche tinha gosto de papelão. Encontrando-me já não tão
faminta, me levantei e movi a bandeja de comida, a colocando sobre uma mesa ao lado da
porta.

Eu: Parece divertido. Espero que ela ainda não esteja brava como
mais cedo.

Poucos segundos depois, a sua mensagem passou pela minha caixa de entrada.

Ben: Não, ela estava bem. Foi minha culpa mais cedo. Ela estava
preocupada que eu fosse ser sugado para um relacionamento e não tivesse tempo
para trabalhar 24 horas por dia, 7dias por semana como eu costumo fazer.

Eu não pude resistir ao que digitei em seguida. Eu era como uma colegial
tendo uma experiência fora do corpo. Sim, eu estava atraindo-o para obter alguma
informação muito necessária. Diabólica. Garota. Genial, bem aqui. Ellie ficaria muito
orgulhosa.

Eu: Sem ofensa, mas eu pensei que um monte de modelos masculinos


fossem gays.
Eu não pude deixar de sorrir.

Ben: Não se preocupe. Eu gosto de buceta.

Meu doce Jesus, ele acabou de usar essa palavra? Ele fez. Ele realmente foi lá.
Meu queixo caiu. De repente, o quarto parecia muito quente e os lençóis esfregaram contra
a minha pele nua irritantemente. Apertei um travesseiro entre os joelhos e gemi. Ben tinha
realmente acabado de utilizar a palavra com b.

Eu: É bom ouvir. ;)

Ele não precisa saber que eu estava quente, confusa e gemendo.

Ben: É mesmo?

Eu: Umm... sim?

Eu gritei e escondi meu rosto em minhas mãos por um minuto. Aquilo não
podia estar acontecendo.

Ben: É fudidamente delicioso.

Oh. Meu. Deus. Esta informação não estava ajudando a minha paixão
crescente sobre ele. Nem um pouco.

Eu: Eu sinto a necessidade insana de admitir que estou olhando para


suas fotos online agora.

Eu não sei por que eu lhe disse isso, mas eu gostei desta coisa de brutal
honestidade que estava acontecendo entre nós.

Ben: Eu preciso de mais fotos sem camisa.

Espere. Estávamos flertando? Eu não sabia como flertar. Sabia? Ouvi a voz de
Ellie dentro da minha cabeça. Passo um: remover suas calças. Eu ri e rapidamente digitei
uma resposta. Eu não queria que ele pensasse que eu era uma trepadeira total; apesar de ser
justo, ele parecia estar incentivando-o.
Eu: Não, na verdade não é isso que eu estou olhando. Eu gosto de seus
lábios e queixo.

Ben: Você gosta deles para quê?

Eu: Bom para mordiscar.

Ben: Mmm. Eu gosto de chupar lábios.

Meu batimento cardíaco martelava no meu peito. Ben Shaw poderia chupar
meus lábios a qualquer hora.

Eu: :)

Minha única resposta foi um rosto sorridente, mas caramba. O que se diz a
isso? Não havia nenhum livro, nenhum manual para flertar com um modelo altamente
inatingível.

Ben: Você gosta disso, Srta Clarke?

Eu: Muito, Sr. Shaw.

Esta não era eu. Eu não me envolvia em conversas sujas ou brincadeiras


sedutoras com modelos. Enquanto eles malhavam e viviam em dietas, eu comia sorvete em
meus esforços e dormia até meio-dia aos domingos. Fingia que ia para a academia, mas eu
realmente só circulava o estacionamento à procura de um local. Mas eu gostei dessa
novidade que ele estava me trazendo. Me senti confiante. Embora, provavelmente, só
porque eu estava escondida atrás de uma tela, onde eu poderia corar e rir tudo o que eu
quisesse.

Ben: Boa menina. Vejo você pela manhã.

Eu: Sim. É melhor ter o seu sono de beleza para amanhã. ;)

Ben: Combinado. ;)

Fechei meu laptop e rolei na cama, o sorriso ridículo e estupido em meu rosto
recusando-se a desaparecer.
Capítulo 04
Emmy

Era cedo e eu já havia feito três viagens entre o hotel e a localização da sessão
de fotos antes das 07:00hs. Graças a Deus pelo Metro fácil de utilizar. E ao forte café
europeu que tomei no café da manhã. Ter trocado e-mails com Ben na noite anterior ainda
parecia um sonho. Meu corpo estava hiper consciente que ele estaria chegando em breve, e
apesar de estar tentando me concentrar, eu estava incrivelmente distraída, olhando para a
porta a cada poucos segundos.

Felizmente, tudo estava funcionando perfeitamente. Fiona tinha chegado 15


minutos atrás, o fotógrafo e o designer criativo estavam discutindo a sessão, os
maquiadores e cabeleireiros estavam arrumando suas estações. Nossa primeira modelo,
Madeline, a menina com quem Ben tinha saído na outra noite, tinha sido agendada para
chegar em breve. As fotos eram para um layout de revista de uma marca de luxo do
vestuário europeu.

Estávamos no pátio de um belo hotel. Grandes sebes verdes cercadas por uma
bela fonte e exuberante grama verde, tinham sido pintadas com spray para garantir que
parecesse perfeito. A manhã estava começando, mas o sol já estava brilhando. Iria ser um
dia perfeito, e o jardim elegante era perfeito para o sofisticado guarda-roupa de inverno que
Ben e Madeline estariam usando.

Também tinha reservado uma sala de reuniões no interior do hotel, ao lado do


espaço ao ar livre. As portas tinham sido mantidas abertas e as pessoas entravam e saiam,
organizando as coisas e se preparando para a sessão.

Uma foto de Ben foi colocada ao lado de um conjunto de cabides segurando


calças cinza escuro, uma camisa de seda com botão de cor carvão, uma gravata preta de
tecido e um blazer cor de vinho profundo. Realmente, ele poderia estar usando um saco de
aniagem e o visual seria deslumbrante, mas essas roupas eram lindas. Os sapatos eram
clássicos e vistosos também, intrincado couro marrom trançado com sola Borgonha. Eu
tinha a sensação de que sapatos como estes estariam em todas as lojas de departamento no
próximo ano.

A foto digital da Madeline estava presa ao lado de uma saia de lã xadrez e blusa
azul-marinho. Em sua foto, ela era uma loira de aparência simples com maçãs do rosto
altas e um rosto em forma de coração. Mas quando ela chegou, eu deixei cair o croissant
que eu estava mordiscando no lixo. Madeline era impressionante. Escultural e magra, ela
chamou a atenção de todos na sala. Ela tinha uma assistente com ela, e eu me aproximei da
menina para enviá-las na direção de cabelo e maquiagem.

Fiona me encontrou ao lado da mesa do buffet e empurrou um Post-it em


minhas mãos como se estivéssemos passando uma nota secreta. Ele dizia, sempre me traga
um par reserva de sapatilhas!

Olhei para seus saltos mais altos que altos. Sapatilhas. Entendi. Enfiei a nota
no bolso e acenei com a cabeça. — Madeline chegou. — Eu disse.

— Brilhante —. Ela sorriu, embora não chegasse a atingir seus olhos. —


Piranha. — Fiona murmurou baixinho.

A atenção de Fiona saiu de mim e foi para a profusão de lanches espalhados


na frente dela. Fiquei orgulhosa do arranjo: frutas frescas da estação, uma seleção de
queijos franceses, e os croissants em camadas que eu já havia provado. Além disso, garrafas
de vidro de Perrier e vários refrigerantes.

Fiona pegou uma garrafa de Perrier do recipiente. Senti que ela estava prestes a
criticar alguma coisa, quando a nossa atenção foi capturada por Ben e Gunnar que
entraram na sala. Gunnar dirigiu-se para a área de maquiagem, enquanto Ben parou perto
da porta, olhando ao redor do pátio. Ele nos viu e seus olhos pousaram em mim. Ele me
avaliou, enquanto caminhava em nossa direção. Um pouco de frio deslizou pela minha
espinha. Eu me senti quente sob o olhar e as lembranças de suas palavras sensuais da noite
passada. Meu rosto estava corado e senti minhas axilas úmidas. Talvez eu estivesse com
febre.

Eu gosto de buceta.
Certo... Talvez fosse uma febre induzida por Ben Shaw.

Eu suprimi um tremor quando os olhos de Ben se afastaram de mim. Seu olhar


se fixou em Fiona, e ele parou na frente dela para que ela pudesse pressionar um beijo em
ambas as faces. — Você parece terrível, amor. — Sua mão capturou seu queixo para
inclinar o queixo para cima. Ele tinha círculos escuros sob seus olhos.

— Não consegui dormir. — Ele murmurou, então seu olhar dançou sobre o
meu.

Merda. De jeito nenhum. Eu não poderia ser responsável por arruinar a sua
primeira sessão, em Paris, porque eu o mantive acordado ontem à noite. Eles tinham
corretivo para isso, certo?

Seu olhar vagou pelo meu jeans agarrado aos quadris sem pudor, mas ele ainda
não tinha me cumprimentado. Seu olhar se levantou, deslizando sobre os meus seios e
fazendo meu peito doer antes de pousar em meus olhos. — Tennessee. Dormiu bem?

Então, nós mudamos de Menina do Muffin de Mirtilo para Tennessee? Pelo


menos não pareceu como um insulto do jeito que parecia quando Fiona dizia. De repente
eu me vi perguntando de onde ele era originalmente.

— Eu dormi bem. Você?

— Foi uma noite interessante. — Ele riu suavemente, o som estrondoso


contra a minha pele, fazendo-a formigar com arrepios. — Muito interessante.

— Bem, eu tenho a sua cura. Vamos. — Fiona atravessou a sala, se dirigindo


para a área de maquiagem. Ela levou Ben para ter um assento em uma das estações de
maquiagem e tirou uma garrafa de plástico de sua bolsa e entregou a ele. Estava cheia de
uma espécie de gosma verde. Fiona lhe deu um canudo e, em seguida, um punhado de
pílulas. Vitaminas e minerais, presumi. Eu tinha imaginado que os modelos comeriam o
buffet que eu tinha encomendado. Eu imaginava Ben elogiando minha escolha de queijos e
frutas exóticas. Mas eu deveria ter sabido que Fiona estaria cuidando de seu protegido,
bajulando-o como de costume.
Ele destampou a bebida e colocou o canudo, fazendo uma careta quando
tomou um grande gole. A mistura parecia brutal, o que quer que fosse. O líquido verde
grosso desapareceu lentamente quando Ben continuou a tomá-lo, parando apenas para
colocar pílulas em sua boca entre os goles.

Meu estômago se contorceu em revolta apenas o assistindo beber aquela coisa


desagradável. Eu acho que ser bonito dava trabalho.

Gunnar estava conversando com o maquiador ao nosso lado, lhe entregando


várias garrafas de produtos para a pele. — Ele quebra com qualquer coisa à base de óleo.
Estou experimentando nele esta nova linha orgânica. É fudidamente fabuloso.

O maquiador aceitou as garrafas e as acrescentou à pilha de produtos que


cobriam sua estação de trabalho. Sua expressão era distante, muito. — Deixe-me fazer o
meu maldito trabalho. — Gunnar sorriu docemente e se afastou.

Deixei Ben e Madeline para verificar o set. Eu sabia que Fiona poderia precisar
de uma cadeira para assistir tudo, se aquele assunto sobre sapatilhas fosse uma indicação.
Depois de arrastar um banquinho do lado de fora para ela, tudo estava pronto.

Com apenas dois modelos no dia de fotos, a atmosfera parecia tranquila e de


baixo stress. Uma vez que Ben e Madeline tinham acabado com a maquiagem e o cabelo,
eles conversaram com o fotógrafo, para ficarem confortáveis com o cenário e um com o
outro. Ambos os modelos pareciam impecáveis. O cabelo de Madeline flutuava sobre os
ombros em uma enorme massa ondulada de cachos, e sua maquiagem parecia úmida e
fresca, com um toque de fúcsia brilhante no lábio. Eu não poderia mesmo dizer que Ben
usava qualquer maquiagem, provavelmente esse era o ponto, porque ele apenas parecia
além de lindo. Seu cabelo tinha sido alisado para baixo, separado de um lado, e penteado
com brilhantina. O estilo funcionou muito bem para ele. E a crescente umidade na minha
calcinha era uma clara indicação de quão bem. Todas as roupas pareciam pairar fora de
seus corpos de uma forma simplesmente deslumbrante. Ben exalava uma sofisticação
tranquila e formosura clássica em seu terno. O homem apenas transpirava sexualidade.

— Ele é quase bonito demais, né?

Eu não tinha notado Gunnar deslizar atrás de mim. — Oh, o quê?


Seus olhos monitorando os movimentos de Ben. — Não ouse fingir que não
percebeu. — Seus lábios franziram de forma muito zombeteira.

— Sim... Ele é atraente, é claro que ele é. — Eu gaguejei.

Gunnar suspirou dramaticamente. — Não deixe que a boa aparência a engane.


Aquele menino seria uma bagunça quente sem mim, Fiona, e uma pilha de comprimidos.

Eu não tinha ideia do que fazer com seus comentários, mas agora não era o
momento de perguntar porque Fiona estava num tumulto, reclamando em voz alta que os
sapatos de Ben não se encaixavam. Ele precisava de um 44 e eles trouxeram um 43. Corri
para acalmar a situação, mas antes que eu pudesse intervir Ben estava ao seu lado, falando
em voz baixa para acalmá-la.

Ele enfiou os pés nos sapatos e insistiu com ela, com os braços para os lados.
— Veja. Eu vou sobreviver por uma hora.

Aparentemente amolecida, Fiona apenas balançou a cabeça, e eu soltei um


suspiro profundo.

A sessão de fotos começou, e assistir Ben trabalhando foi maravilhoso. Ele


fazia parecer tão fácil. Ficou claro que tanto ele como Madeline eram profissionais
experientes. Eles trabalharam bem juntos, posando, movendo-se um contra o outro para
criar ângulos interessantes, enquanto o fotógrafo clicava à distância.

Eu nunca me cansaria de olhar para ele. Meu corpo explodiu com a


consciência, endorfinas e desejo inundavam meu sistema. Lembrar da nossa conversa
secreta na noite passada me deixou ainda mais quente. Seu olhar intenso pousou no meu,
enquanto ele continuou a posar para o fotógrafo, e eu juro, o olhar em seus olhos ardentes
era sexo puro. Meu Deus, eu teria a necessidade de mudar a minha calcinha em breve. Nota
pra mim: Na próxima sessão de fotos, embalar sapatilhas para Fiona e um par extra de
calcinhas para mim.

Quando a sessão terminou, Madeline imediatamente desapareceu com sua


assistente, e Ben e Fiona vaguearam de volta para a área de se vestir, aparentemente no
meio de uma conversa intensa. Fiquei imaginando o que eles poderiam estar discutindo que
era tão grave, uma vez que seu desempenho hoje pareceu impecável.
Eu me ocupei empacotando tudo e até ajudei a transportar o equipamento do
fotógrafo para o seu carro, mas eu não poderia demorar mais. Sem falar que eu estava
começando a me sentir como uma idiota por pensar que Ben e eu realmente tínhamos
compartilhado algo na noite anterior. Ele tinha estado aborrecido, cansado, bêbado, ou
com jetlag, quem sabe, talvez todos os itens acima. Eu odiava como eu estava desesperada
para dar outra olhada nele, mais me fiz seguir em frente. Grande garota, Em.

Eu decidi voltar a pé em vez de pegar o metrô para que pudesse encontrar um


pequeno e bonito café na calçada para tratar de mim mesma. Dois copos de vinho tinto e
uma deliciosa tarte au chocolat mais tarde, e eu estava a caminho do hotel, tropeçando nas
ruas de paralelepípedos irregulares, deliciosamente tonta e despreocupada. Ben quem? Eu
poderia dominar o mundo no momento. Ou apenas dominar este elevador arcaico para
chegar ao meu quarto. De qualquer maneira, eu estava contando esta noite como uma
vitória.

Quando cheguei ao meu quarto de hotel eu estava tonta e atordoada, por causa
do vinho, o açúcar, os belos cenários, ou, provavelmente, todos os três, mas eu não estava
cansada. Depois de colocar os meus pijamas, caí na cama com meu laptop. Talvez
continuar perseguindo Ben poderia me relaxar.

Mas antes que eu pudesse abrir o meu navegador, meu inbox mostrou que eu
tinha uma nova mensagem.

O remetente era Benjamin Riley Shaw.

Meu coração acelerou como um pequeno idiota dentro do meu peito,


enquanto eu esperava a mensagem carregar.

Ben: Você desapareceu hoje, Tennessee. Voltou bem para o hotel?

Eu teclei a resposta, minha respiração vindo em ofegos rápidos.

Eu: Voltei sã e salva. Você estava ótimo hoje, a propósito.

A notificação de e-mail piscou em poucos segundos. Então, ele estava


acordado e em seu computador, também, ao que parecia. Meu batimento cardíaco bateu de
forma desigual no meu peito.
Ben: Obrigado. Foi divertido hoje. Eu trabalhei muito e deveria estar
cansado, mas não estou.

Fiquei preocupada, porque ele parecia ter problemas para dormir. Talvez tenha
sido a mudança de fuso horário? E sobre os comentários de Gunnar hoje? Outra
mensagem apareceu antes que eu pudesse responder.

Ben: Quer me entreter?

Puta merda. Como ele fazia três pequenas palavras soarem tão gostosas?
Especialmente desde que eu ouvia sua voz profunda e masculina na minha cabeça
enquanto lia. Eu tomei meu tempo, pensando numa resposta atrevida antes de responder.

Eu: Hmm... O que isso envolve, Sr. Shaw? Eu provavelmente deveria me


comportar.

Ben: Você não tem que se comportar.

Se isso não era um convite aberto para flertar com ele, eu não sabia o que era.
Eu ri para mim mesma no quarto silencioso, querendo saber como responder, quando ele
enviou outra mensagem.

Ben: Você quer trocar mensagens em vez de email?

Eu: Sim.

E, sim, eu quis dizer, Deus abençoe a América.

Seu número de telefone apareceu na minha caixa de entrada:

código de área 917. Muito Nova York da parte dele.

Atravessei o quarto e peguei meu celular, digitei o número dele para compor
um novo texto. Uma palavra simples. Foi a minha tentativa de manter as coisas casuais
para que eu pudesse ver até onde ele queria ir.

Eu: Oi

Sua resposta veio quase que imediatamente.


Ben: Oi, querida.

Eu: Como eu sei que isso não é alguém fingindo ser você? Estou um
pouco preocupada que eu poderia estar falando com um cara de quarenta anos de
idade, obsceno e acima do peso. ;)

Ben ficou em silêncio por um momento. Então meu telefone piscou para mim,
me informando que eu tinha uma nova mensagem com foto. Precisei de três tentativas com
os dedos trêmulos para tocar no botão correto na tela e abri-la.

Ben estava encostado na cabeceira da cama vestindo uma camiseta branca


com decote em V. Seu cabelo, ainda que brilhante e cheio de pomada de mais cedo, havia
sido mexido, como se ele tivesse corrido suas mãos várias vezes, dando-lhe um aspecto
bagunçado, de ter apenas acabado de transar. Ele não estava sorrindo, mas ele parecia sexy
como o inferno olhando pensativamente para a câmera. Meu coração batia dolorosamente
rápido. Ver a sua foto tornou tudo isto mais real.

Ben: Aí está seu cara de 40 anos e obsceno ;)

Eu: Bonito.

Ben: Me manda uma sua.

Eu rolei através das fotos que eu já tinha no meu telefone. Merda. Todas elas
eram de mim com Ellie, ou com o nosso cão Buck la em casa. Eu corri para o espelho,
adicionei algum gloss e afofei meu cabelo liso. Eu não queria que ele pensasse que eu
estava demorando demais ou pensando demais nisso, então eu fiz um selfie rápido e cliquei
em enviar. Não era a minha melhor foto, mas não era uma fera horrível também. A
iluminação no meu quarto era suave e emprestou uma espécie de sensação romântica a ela.

Ben: Você se parece com uma menina que eu comi uma vez.

Puta que pariu! Ele não me disse isso. Suas respostas me chocavam. Ele parecia
tão educado em um minuto e, em seguida, BAM! Imoral, boca suja. Eu honestamente me
perguntei o que ele achava da minha aparência, e seu comentário, apesar de grosseiro, me
disse que talvez eu estivesse à altura.
Meu telefone soou com uma mensagem nova. Aquele pequeno tom era o som
mais doce.

Ben: Que tipo de calcinha você veste?

Meu pulso acelerou. Eu usava calcinhas de fundo completo, nenhuma daquelas


malditas fio dental, muito obrigado. Aquelas coisas malditas faziam com que eu sentisse
que estava vestindo minha bunda como um pedaço de lixa. Mas o querido Ben não precisa
saber de toda essa informação. Eu cuidadosamente digitei a minha resposta.

Eu: Depende da roupa e do dia. Agora eu estou usando um short


rendado rosa, tipo de menino.

Ben: Seria melhor se ele estivesse em torno de seus tornozelos, mas eu


aprovo.

Puta. Merda. Umidade molhou minha calcinha. Eu lutei para manter meus
pensamentos sob controle e voltar à realidade. Eu corri através de uma lista mental de
coisas nada sexy: a agenda dele desta semana, a localização de sua próxima sessão de fotos,
como ele cheirava, o tamanho do seu pau. Gah! De onde é que isso veio? Mordi o lábio.
Eu sabia que deveria manter isso leve, mas ser impertinente parecia muito mais divertido.
Ele estava provando ser uma terrível influência sobre mim.

Eu: Ardente esta noite? Não estamos, Sr. Shaw?

Ben: Sempre, boneca.

Eu: Você sempre envia textos como estes, para as assistentes de Fiona?

Ben: Não. Normalmente são homens. E eu lhe disse, eu gosto de


buceta.

Deus, toda vez que ele usava a palavra com b, eu juro que minhas partes
femininas se cerravam. Quem diria que eu era uma glutona por uma pequena conversa
suja?

Eu: Como é que eu poderia esquecer? Você redigiu tão eloquentemente.


Tudo bem então, você envia textos como estes para outras meninas, muitas vezes?
Ben: Depende, se eu quiser brincar com elas ou não.

Eu levei um momento para me recompor e tentei decifrar suas palavras. Ele


não negou. Mas será que isso significava que ele estava brincando comigo? Ou que eu era
especial, porque eu era uma das poucas com as quais ele queria brincar? Eu senti uma dor
de cabeça chegando e digitei a primeira coisa que eu consegui pensar.

Eu: Você está vendo alguém agora?

Depois que eu cliquei em enviar, eu silenciosamente me amaldiçoei. Eu não


queria parecer muito interessada. Ele provavelmente estava apenas brincando comigo, de
qualquer maneira. Apenas entediado e matando o tempo. Ele não podia realmente estar
interessado em mim. Ou poderia?

Ben: Eu realmente não namoro.

Eu podia ver o porquê, eu suponho. Sendo um modelo com uma agenda de


viagens agitada, provavelmente era difícil para ele conhecer pessoas ou deixar sozinhas
mulheres de qualidade. Meu telefone soou novamente.

Ben: Eu não gosto de estar amarrado.

Ha! Tanta coisa para lhe dar o benefício da dúvida. Ele estava praticamente
admitindo ser um jogador. Convocando a minha coragem, eu digitei uma resposta de volta.

Eu: Falou como um verdadeiro mulherengo.

Tome isso! Isso iria colocá-lo em seu lugar. Havia uma sutil diferença entre
flertar e ser uma cadela, e eu queria ficar no lado correto disso. Mas, alguém tinha que
desafiá-lo.

Ben: Não sou um mulherengo, baby. Apenas três meninas conseguiram


isso.

Isso. Minha boca ficou seca instantaneamente. Ele era um homem


extraordinariamente bonito, obviamente as mulheres se atiravam aos seus pés, mas apenas
três senhoras de sorte tinha conhecido a mercadoria. Essa era uma informação bastante
curiosa, se ele estivesse dizendo a verdade. Talvez ele tivesse mais moderação do que eu lhe
dei crédito. Ou talvez ele tivesse uma namorada de longa data em algum lugar ao longo do
caminho.

Eu queria voltar atrás e perguntar por que ele estava flertando comigo, quando
ele poderia ter qualquer pessoa que ele quisesse. Eu me perguntei se ele ainda me achava
atraente. Mas é claro que eu não escrevi nada disso. Eu precisava fazer isso parecer legal.

Ben: Emmy?

Uau. Eu gostei que ele usasse o meu primeiro nome verdadeiro mais do que
era remotamente normal. Respire, Emmy. Respire.

Eu: Sim?

Ben: Você tem planos para amanhã?

A respiração se tornou secundária, quando eu levei um momento para gritar


como uma colegial fútil. Não haveria sessões amanhã, e seria um dos poucos dias em que
teríamos folga, então Gunnar e eu tínhamos planejado ir ao Louvre.

Eu: Na verdade não. Provavelmente farei alguns passeios turísticos.

Eu estava muito disposta a cancelar com Gunnar se a oportunidade se


chamasse Ben. Ele só teria que lidar com isso. Nossos planos não foram gravados em
pedra, de qualquer maneira.

Ben: Eu tenho planos com Fiona durante o dia, mas se você quiser
podemos nos encontrar para uma bebida depois.

Sua amizade com Fiona ainda me confundia, mas talvez isso fosse uma das
coisas que eu poderia perguntar a ele amanhã. Talvez ela não fosse um dragão cuspidor de
fogo, uma vez que você viesse a conhecê-la. Quem sabe? E talvez eu pudesse
discretamente bombardear Gunnar para obter informações.
Eu: Claro. Eu posso te encontrar mais tarde.

Ben: Encontre-me no hall de entrada às oito. Podemos caminhar até o


lugar que tenho em mente para bebidas.

Eu: Ótimo. Vejo vocês depois.

E assim, eu tinha um encontro com Ben Maluco Shaw.


Capítulo 05

Ben

Fiona sinalizou ao garçom para mais vinho. Peguei um pedaço de pão da cesta
no centro da nossa mesa e Fiona franziu o cenho. Ela poderia enfiá-lo onde quisesse.

Ela falou sobre algum novo designer francês e uma venda de peças que ela
queria que eu a levasse. Oh, que alegria. Eu deixei de prestar atenção nela e deixei minha
mente derivar voltando para a noite passada.

Eu não conseguia parar de pensar nos textos lúdicos de Emmy. Eu realmente


só estava brincando, me sentindo meio sozinho e, sejamos sinceros, com tesão. Eu não
esperava que ela fosse impertinente comigo, ainda que ela tivesse sido. Mesmo assim me
enviou uma foto de si mesma, sedutora, suavemente iluminada, com os olhos brilhantes e
lábios carnudos. Eu sorri com a lembrança.

A primeira coisa que fiz esta manhã foi olhar para aquele texto, rindo para
mim. Eu normalmente era um cara muito direto e dizia às meninas o que eu queria. Mas eu
sabia que se tivesse lhe ordenando que viesse ao meu quarto para que eu pudesse transar
com ela, não teríamos ido além. Algo me dizia que Emmy era diferente da maioria das
meninas. Eu poderia dizer que ela não era uma garota da espécie de uma noite apenas. Ela
era inteligente e trabalhadora. E seu doce sotaque sulista era fudidamente adorável.

Eu tinha um consultor de vitaminas, um massagista, um esteticista, um


personal trainer, um nutricionista, um consultor de ervas, um consultor de aparência do
caralho, seja lá o que era isso, e Gunnar, meu assistente pessoal. A única coisa que eu não
tenho aqui em Paris é um amigo. Talvez Emmy pudesse preencher esse papel. Claro, eu
queria transar com ela. Duramente. E eu tinha duvidas sobre o quão amigável ela se sentiria
em relação a mim depois que acontecesse. E isso iria acontecer.

— Qual o motivo desse sorriso? — Perguntou Fiona, me puxando do meu


devaneio.

Engoli em seco, deixando meu sorriso desvanecer. —Nada. — Nada que ela
precisasse saber, de qualquer maneira. Eu estava ansioso com meus planos com Emmy,
logo mais.
Emmy

Retirando a pilha mais recente do Post-its, me sentei na minha cama com uma
xícara de café para classifica-los. Eu percebi que iria lidar com alguns dos assuntos pessoais
de Fiona, antes de sair para os passeios do dia. Após reservar seu horário de cuidado facial
e fazer reserva de jantar para ela e Ben para a noite de domingo, resolvi que fazer algumas
novas pesquisas de Ben Shaw viriam a calhar.

Relaxando no meu edredom com meu laptop, eu digitei seu nome no Google e
apertei enter, então eu me sentei para apreciar a vista. Santa Mãe, ele era quente.

Meu cérebro gritou comigo, Abortar! Abortar! Eu sabia que isso era uma má
ideia, mas eu não poderia me ajudar. Eu o assisti passando por sua vida: festas VIP, eventos
de tapete vermelho, as funções de caridade black-tie com uma bela modelo em seu braço, e
fotos dele na praia em sua página no Instagram. Uma dor aguda esfaqueou meu peito.

Era uma ideia decididamente ruim me sentir atraída por ele, eu sabia disso. Mas
ele era lindo, e flertou comigo. Claramente minhas fantasias não conheciam limites. Eu
esperava não chegar a um fim desastroso esta noite, quando ele percebesse que eu estava
tão fora de seu time, que provavelmente havia leis contra nós nos encontrarmos. Ainda
assim, a minha perseguição não conhecia limites. Instagram, Facebook e Twitter. Eu
precisaria de um programa de doze passos, se eu fosse me desligar disso. Mas ele era tão
bonito, eu não poderia provavelmente ser responsabilizada pelos meus atos.

Ele parecia se comunicar profissionalmente e educadamente com os fãs on-


line, mas eu gostava de, secretamente, saber que ele tinha uma boca absolutamente imunda.

Puxando-me para longe do meu computador, eu vesti jeans e uma T-shirt e


peguei minha câmera. Gunnar tinha se enroscado com um garçom francês na noite passada
e, posteriormente cancelado comigo desde que estavam, aparentemente, ainda na cama.
Independentemente disso, o Louvre e eu ainda tínhamos um encontro hoje. Era apenas
distração cultural e visual, e eu precisava da distração para manter meus pensamentos longe
de mergulhar na sarjeta.
Decidir o que vestir em um encontro com Ben Shaw era como tentar resolver
um cubo de Rubik no escuro. Quase impossível. Eu tentei e abandonei quase todos os
artigos de vestuário que trouxe. Mas logo, eram 19:50hs e eu fui forçada a tomar uma
decisão. Um par de jeans skinny lavado escuro, sapatilhas já que ele disse que íamos
andando, e um top rendado preto com um corpete por baixo.

Havia apenas uma pergunta: Será que eu devia usar a minha cinta Spanx para
manter tudo apertado, em forma e no lugar? Ou será que eu devia esperar por uma ação
posterior e renunciar àquela coisa horrível, sabendo que não havia nenhuma maneira sexy
de tirá-la? Não, não haveria nenhuma ação posterior, isso era bobagem. Ele era ele. E eu
era eu. Duh. Sua acéfala. Ainda assim, eu escolhi a favor da respiração e optei por deixar a
cinta para trás.

Meu cabelo estava solto e liso, minha maquiagem tinha cooperado uma vez.
Eu tinha conseguido fazer as linhas nos olhos com delineador líquido, sem me esfaquear na
retina uma vez sequer. Sim, viva eu!

Ben já estava esperando no saguão do hotel quando eu desci. Desde que ele
ainda não tinha olhado para cima, eu permiti que meus olhos olhassem para ele
descaradamente, observando a forma como a sua jaqueta de couro preta esticava sobre os
ombros e abraçava seus bíceps e sua camiseta branca com decote em V expunha a garganta
muito adorável. Sua camisa era justa o suficiente para sugerir como ele estava por baixo. Eu
já podia imaginar o tanquinho escondidos sob o tecido. Ele poderia ter apenas saído de
uma sessão da revista GQ com o charme sexy que ele exalava. Eu não tinha a menor
chance. Ele era todo homem, assim como era elegante e, de repente senti uma pontada de
nervosismo, percebendo que minhas roupas não eram de nenhuma das grifes que ele usava.
Será que esse tipo de coisa importava para ele?

Os olhos de Ben levantaram para mim e um sorriso lento e sexy se espalhou


por seus lábios.

Eu parei na frente dele, me remexendo e fechando os dedos. — Oi.


— Oi querida. Você está pronta? — Sua boca ainda puxou para cima em um
sorriso brincalhão, e eu não pude deixar de sorrir como uma tola apaixonada para aquele
homem sexy.

— Pronta. — Como eu nunca vou estar.

Ele me levou para fora e no outro lado da rua para a passagem de pedra ao
longo do Sena, onde rapidamente começamos a caminhar juntos. Senti o calor da sua mão
pairando às minhas costas, mas ele nunca fez contato. Foi doce e inocente ainda que
altamente erótico, ao mesmo tempo. A promessa de algo mais entre nós pairava no ar, algo
não dito e desconhecido.

Gostei das endorfinas que inundaram meu sistema. Me senti viva. As estrelas
estavam brilhando como strass no céu da noite escura. Paris à noite era mágica e sedutora.
Ela tinha uma vibração, uma sensualidade casual que escorria de cada pequena pâtisserie e
brasserie que passamos.

Ben olhou para baixo, olhou para os meus sapatos, e me deu um sorriso. — Eu
gosto que você use sapatilhas. Meninas nunca usam sapatilhas. Agora podemos realmente
andar.

Oh. Eu não sei se isso era um elogio ou não. É claro que as mulheres bonitas
com quem ele saiu obviamente usavam os sapatos mais requintados, mas eu fui para o
conforto. Droga. Falha. Ou não, dependendo de como você olhou para isso.

— Sim, eu sabia que iríamos andando. — Eu rapidamente acrescentei. Ele não


precisa saber que eu sempre usava sapatilhas. Saltos e eu não nos dávamos bem. Usá-los
resultou em traumatismo craniano mais de uma vez, já que eu rotineiramente caía de cara
quando eu tentava andar neles.

Com 1,92 m ele tinha uns 30 cm a mais que eu. Sem problemas, embora eu
ficasse feliz em escala-lo como uma maldita alpinista, se tivesse a chance. Me senti pequena
ao lado dele, e foi uma sensação decididamente agradável. Só de estar perto dele me dava
emoção. Só sua presença tinha o poder de cativar, excitar, e me ligar. Em outras palavras,
eu estava condenada.
Quando chegamos a um café parisiense em um cruzamento charmoso, Ben
parou e me guiou para frente, os dedos roçando meu quadril, enviando uma pontada de
calor através de minha barriga. Ele falou num francês impecável, sem falhas para os meus
ouvidos não treinados, pelo menos para o maître. Independente do quão ocupado o
pequeno e pitoresco café parecia estar, a autoridade irradiava dele e fomos rapidamente
instados numa mesa para dois, no pátio ao lado da calçada movimentada. Era um local
perfeito para observar as pessoas. Ben puxou minha cadeira e eu me abaixei de uma forma
elegante, enquanto ele a empurrou para mais perto da mesa. Tínhamos uma vista da Torre
Eiffel ao longe, iluminada e brilhante com luzes amarelas. Era espetacular. Eu estava
amando tudo até agora desse encontro e ele mal tinha começado.

O pequeno e cúmplice sorriso de Ben permaneceu no local quando ele me


passou o cardápio de bebidas. — Sedenta, linda?

Eu apenas balancei a cabeça e abri o cardápio. Merda! Tudo estava em francês.

— Vamos pedir uma garrafa? — Perguntou Ben. — E eu deveria ter


perguntado antes, está com fome?

Em primeiro lugar, de jeito nenhum eu comeria na frente dele. Segunda coisa,


garrafa? Sim, por favor. Eu precisaria de um par de taças para me acalmar. — A garrafa
parece boa. Você estava pensando em branco ou tinto?

— Tinto, mas eu posso tomar o outro também.

— O tinto esta ótimo.

— O Château Saint Pierre é bom, meio encorpado, acabamento cremoso, e


com apenas um toque de doçura.

— Parece ótimo. — Nota para mim mesma: este homem conhece seu vinho.
Esse pequeno fato só aumentou sua gostosura.

Ele sorriu e fechou seu cardápio e colocou seu smartphone na mesa em frente
a ele. Eu não pude deixar de notar a pequena luz azul que brilhou para indicar que ele tinha
uma nova mensagem. Ben a ignorou, porém, e quando o garçom voltou, ele falou no mais
belo francês de dar agia na boca e fez o nosso pedido. Momentos depois, o garçom
apareceu para abrir o nosso vinho e encher duas taças. Apenas ter alguma coisa em minhas
mãos me pôs à vontade.

Ben cruzou o tornozelo sobre o joelho e se recostou. A haste de sua taça de


vinho permaneceu entre os dedos e ele rodou cuidadosamente o liquido cor de rubi dentro
do vidro. Seu olhar encontrou o meu e aquele diabólico encanto, de menino que derretia a
minha decisão de ficar longe dele brilhou em seus olhos. — A nossas aventuras em Paris.

— Sim. — Eu toquei o seu copo com o meu, o tilintar agradável perfurando o


ar da noite.

— Então. — Em sua boca apareceu um sorriso brincalhão. — Conte-me tudo


o que há para saber sobre a senhorita Emmy Clarke.

— Uh. — Eu me atrapalhei com o cardápio de bebidas, desajeitadamente o


reorganizando-o em cima da mesa na frente à nossa frente. — Vamos ver. Eu estou
trabalhando para Fiona por um par de semanas. Eu sou do Tennessee originalmente.
Coisas muito padrão. O que você quer saber?

Ele deu de ombros.

Engoli em seco e me mexi no meu assento. Certo. Respirando fundo, eu


continuei: — Na faculdade me formei duplamente em comunicação e design de moda.

Um lampejo de interesse nos olhos dele revelou que ele havia ficado
impressionado.

— Eu tenho um irmão mais novo e pais que ainda estão muito apaixonados.
— Alguém me cale. Deus, eu estava tentando colocá-lo para dormir? — Nada realmente
emocionante. Conte-me mais sobre você.

— O que você quer saber? — Seu sorriso era brincalhão, como se ele soubesse
que eu havia pesquisado sobre ele e assumindo que eu sabia tudo que havia para saber.

Eu sabia muito. Sua mãe era a supermodelo aposentada Dakota Shaw, a quem
os rumores acusavam de ser promiscua. Seu pai parecia ser um mistério, possivelmente um
político ou uma estrela de rock. Mas não parecia certo tentar sonda-lo para obter essas
respostas agora. Em vez disso, eu simplesmente perguntei: — Onde você cresceu?

Seus olhos se fixaram em sua taça de vinho, que ele tinha parado de rodar. Eu
brevemente me perguntei se eu havia tocado em um assunto que ele não gostava de
discutir. — Em todo lugar, na verdade. Nova York, Londres, Barcelona, Praga, Roma,
Brasil, em todos os lugares. Eu quero ouvir mais sobre você, no entanto. Família Normal.
Tennessee. O que mais? — Ele sorriu, tomando um gole de vinho e lambendo aqueles
lábios carnudos.

O vinho já tinha começado a me pegar, e parecia surreal que Ben Shaw


estivesse sentado na minha frente. O que ele estava fazendo aqui comigo? Este era um
encontro? Dois amigos? Colegas de trabalho? Minha cabeça estava um caco. Eu precisava
de respostas.

Eu coloquei meu copo em cima da mesa e chamei a minha coragem. — Bem...


— Meu tom saiu muito sério e seu olhar foi até o meu. — Eu sinto muito desapontá-lo,
mas eu sou provavelmente um pouco chata para o seu gosto.

Ben abandonou sua postura casual e se inclinou para mim. — Eu lhe asseguro,
não estou nada entediado, senhorita Clarke.

Eu torci meus dedos em torno da haste da minha taça. — Nós dois sabemos
que eu não sou uma modelo. Eu não sou como as mulheres com quem você costuma sair.

— Emmy... — Ben colocou o copo na mesa em frente a ele, com uma


expressão severa. — Eu não me encontro apenas com modelos. Na verdade, eu
normalmente não tenho encontro com modelos, então relaxe.

Sua pequena declaração não fez nada para acalmar minha ansiedade. O fato de
que ele só às vezes tinha encontros com modelos era para me acalmar? Ha! Minhas
inseguranças estavam profundamente enraizadas para desaparecer com essa informação.

Ele se inclinou mais perto, fixando-me com um olhar intenso. —Que tal eu
admitir um pequeno segredo? Será que te deixaria mais confortável?
Parei de ficar mexendo na mesa. Eu odiava estar me comportando como uma
menina, toda autoconsciente e nervosa. — Sim. — Eu admiti.

Ben tomou um gole do seu copo. — Tudo bem. Faria você se sentir melhor se
eu dissesse que eu perdi minha virgindade com uma mulher muito mais velha? Uma amiga
da minha mãe, na verdade.

Wow. Eu não poderia imaginar perder minha virgindade com alguém da idade
do meu pai. Assustador. Minha primeira vez foi com meu namorado do ensino médio na
parte traseira de seu Jeep, no meu primeiro ano. Minha vida era surpreendentemente
normal em contraste com a sua. Eu só podia imaginar a loba ficando sedutora e o
persuadindo. — Você estava... bem com isso?

— Sim. Ela tinha uma grande cabeça. — Ele deu de ombros, me dando um
sorriso megawatt, de cair calcinha.

Ok, então. Sem analisar demais, nada acontecendo ali. Imaginei que isso era a
diferença entre rapazes e moças. Meninas eram mais emocionais sobre sexo, os caras
pensavam primeiro sobre o físico. Bom saber. Eu precisava me lembrar de manter minha
cabeça sobre mim.

— Então, você estava interessado em mulheres mais velhas, ou ela meio que te
seduziu? — Eu perguntei incapaz de esconder a minha curiosidade em saber como as
coisas foram para baixo. Sem trocadilhos.

— Foi numa das minhas primeiras sessões durante a noite e, ela estava comigo
já que minha mãe não se deu ao trabalho de ir. Ela ficou me enviando sinais durante todo o
dia, tocando meu braço, esfregando os ombros, coisas assim. Eu tinha dezoito anos e com
tesão... — Ele riu. — Eu não conseguia dormir, estava longe de casa e tudo mais, então à
noite eu fui até seu quarto de hotel...

Droga. Isso foi ousado. Ele apareceu na porta dela esperando sexo? Mas eu
supunha quando você parecia como ele que você ganhava o direito de ser ousado. Dia de
sorte para essa loba, quem quer que fosse. Eu estava um pouco ciumenta. Mas eu tinha o
homem sentado na minha frente, todo músculos duros, pele dourada e lábios construídos
para beijar. Tudo o que ela tinha era a memória.
Eu não poderia imaginar muitas mulheres o rejeitando, algo sobre a sua
confiança, seus olhos penetrantes, e sua boca decidida... Ele tinha um talento especial para
conseguir o que queria, eu tinha certeza.

Sua pequena admissão tinha feito várias coisas ao mesmo tempo. me intrigou,
acendeu um fogo na minha barriga, e me deixou totalmente fácil. Este homem era bom.
Oh, ele era muito bom. — Bennn... — Eu sussurrei.

— Sim, linda? — Sua assinatura com o sorriso arrogante estava firmemente no


lugar.

Apertei minhas pernas juntas. Ben usando apelidos carinhosos era o suficiente
para me desfazer. Eu gostei um pouco demais.

— Nada. — Eu murmurei. Se eu falasse agora, não seria bonito. Eu poderia


admitir que o desejava ou balbuciar incoerentemente algo estúpido. Melhor manter a minha
boca fechada. Eu estava convencida de que estava prestes a fazer ou dizer algo estúpido,
então eu beberiquei meu vinho no lugar. Cale-se, sua louca.

Ele encheu nossos copos de vinho e continuou a me estudar.

Depois de alguns minutos, eu achei a minha coragem de novo. — Então,


como você começou a ser modelo?

Ben encontrou meus olhos. — Eu cresci em torno disso, mas minha mãe não
deixava eu me envolver. Ela não queria que eu fizesse trabalhos de modelo, e não me
deixou até que eu tivesse dezessete anos. Em seguida, ela realmente não teve escolha,
porque eu mandei minhas fotos para um par de agências em Nova York. Todas elas
acabaram ficando interessadas, então eu comecei a trabalhar de imediato.

— Por que ela não queria que você modelasse? — Isso pareceu curioso para
mim, considerando que sua mãe era uma supermodelo de renome mundial. — Ela queria
mais para mim. Ela sabia das desvantagens do estilo de vida de viagens constantes e,
invariavelmente, ser julgado por sua aparência. Ela nem sempre se deu bem com isso.
Tenho certeza que você já ouviu falar de suas inúmeras internações para reabilitação. —
Seu olhar me pediu para discordar. Eu tive que desviar o olhar. Claro que eu tinha ouvido
falar da queda em desgraça de Dakota Shaw.
— Eu sinto muito. Ela esta...

— Ela está bem agora. Mora na Austrália com um cara da minha idade. — Ele
balançou a cabeça como se fosse um pensamento que ele precisasse esclarecer
rapidamente.

— Então você começou a trabalhar quando tinha dezessete anos? Isso é muito
jovem.

Ele acenou com a cabeça. — Sim. Fiona realmente me ajudou no inicio e eu


assinei com ela, exclusivamente um pouco mais tarde. Nós estamos trabalhando juntos há
vários anos. Ela me ajudou a me tornar o que eu sou hoje.

Eu queria discordar, dizer-lhe que ele teria feito isso por conta própria, mas
acho que eu não tinha como saber. Afinal, eu já tinha visto lampejos do quão acirrada essa
indústria era.

Seu telefone tocou novamente, sacudindo a mesa de vidro até que Ben
estendeu a mão para acalmá-lo. Eu não pude deixar de notar o nome de Fiona aparecendo
na tela.

Eu tomei um gole do meu vinho e percebi que Ben ainda estava olhando para
o telefone, perdido em pensamentos. — Você precisa atender isso?

Seu olhar abocanhou o meu. — Não. É Fiona. E eu não tenho nada a dizer a
ela agora.

Eu ainda não entendia a extensão do relacionamento deles. Era apenas uma


parceria de negócios ou algo mais? Eu desconsiderei os sentimentos de insegurança
nadando dentro de mim. Minha chefe mal-intencionada, que certamente não gostaria que
eu estivesse agora com seu menino de ouro, mas eu não me importei. Ela não o possuía.

Tomei outro gole saudável do meu vinho, esperando que o álcool fosse banir
completamente todos os pensamentos de insegurança dentro de mim. Isso não iria
acontecer, no entanto. Eu estava sentada em frente a um dos mais procurados modelos
masculinos do mundo. Minha cabeça estava um desastre absoluto sobre esse fato, para não
mencionar meu coração vibrando e calcinhas úmidas.
— Eu sinto muito, mas isso tudo é novo para mim. Eu estou meio perdida
sobre o que é que você quer. — Eu admiti, cruzando as mãos no meu colo.

Todos os traços de seriedade desapareceram de seu rosto. Seus olhos dançaram


nos meus, possessivos e com fome, ele se inclinou para mais perto, sexo, charme e
jovialidade de menino que irradiava dele. — Eu acho que você sabe exatamente o que eu
quero.

Calor arrastou até meu pescoço, manchando meu rosto. O homem certamente
não brincava.

Ele riu, um som rico e quente que inundou meus sentidos e me deixou
cambaleante, como se houvesse alguma piada interna que só ele e meu pulso estavam a par.
— Vamos levá-la para a cama. Tenho certeza que Fiona a fará levantar cedo para trabalhar
amanhã. — Fria autoridade atava sua voz, e eu sabia que seria inútil discutir ou investigar
mais.

Ele se levantou e me ajudou a sair da minha cadeira, descansando sua mão


contra a minha cintura para ajudar meu movimento, levando-me para dentro da noite.

Sempre cavalheiro Ben me acompanhou até a porta e deu um beijo na minha


mão.

Me encostei na porta, pronto para entrar em colapso, numa pilha no chão.


Minhas pernas estavam acabadas. Meu corpo inteiro estava acabado. Eu era um macarrão
mole – virado e mexido pelas duas últimas horas gastas com Ben. Ele foi educado, mesmo
flertando. Eu odiava não saber se esse tinha sido um encontro, mas ele pagou pelo vinho.
Graças a Deus por isso, também, porque eu tinha certeza que eu não ganharia essa
quantidade de euros em uma semana.

— Boa noite, senhorita Clarke. — Ele disse com sua voz baixa e sexy.

— Noite. — Eu suspirei.

Ele se inclinou mais, me dando a chance de me afastar. Eu deixei meus olhos


se fecharem e segundos depois me senti cheia, coberta com a boca sensual de Ben. Uma
mão fez seu caminho para o meu cabelo, a outra enrolou em volta da minha cintura. O
peso quente de sua mão me ancorou, me puxando para perto, até que nossos corpos
estavam pressionados juntos. O comprimento duro de seu corpo contra o meu, foi uma
coisa de deleite. Seus lábios qualificados fizeram os outros homens que eu tinha beijado
parecerem como meninos.

Sua mão se afastou da minha cintura, encontrou a minha bunda, e me segurou


mais perto, pressionando seus quadris contra os meus. Seus dentes pegaram meu lábio e
roçaram levemente contra a carne. Minha boca se abriu em surpresa, e Ben usou a
oportunidade para acariciar minha língua com a sua. Deixei escapar um gemido suave e seu
beijo se aprofundou, aparentemente alimentado pelo pequeno som. Minhas mãos se
atrapalharam atrás de mim, com a maçaneta da porta. Aliviando-me da tarefa, a mão de
Ben varreu a chave passando no leitor e abriu a porta.

Tentei acalmar o meu coração acelerado, para fazer um balanço do que eu


havia aprendido hoje. Um: Fiona chamando Ben de quinze em quinze minutos, o que ele
ignorou completamente. Dois: Ben era fudidamente quente e o beijador mais incrível. Três:
Eu estava apaixonada por ele. Muito. Esta informação me fez sentir animada e deprimida
ao mesmo tempo. Ele estava fora do meu alcance, mas isso iria me impedir? Não. Não, não
iria. Eu tinha sentido o gostinho, e não haveria como me parar agora.
Capítulo 06

Emmy

Uma vez dentro do meu quarto, éramos membros emaranhados lutando para
chegar mais perto à medida que nos movíamos através do chão. As grandes mãos de Ben
seguravam meu queixo tão docemente enquanto sua língua dava voltas contra a minha. Seu
corpo comandando e forçando meus pés para trás em direção à cama.

Minhas emoções eram uma combinação de vamos fazer bebês para devemos
parar. Só beijar. Desligando meu cérebro, eu permiti que meus hormônios assumissem.
Tirei meus sapatos, arrastei-me para a cama, e puxei-o para cima de mim.

Seu peso quente me pressionou contra o colchão e sua boca estava em todo
lugar. Ele mordiscou minha clavícula, me mordeu suavemente no pescoço, e usou a língua
para varrer um caminho úmido sobre a pele macia. Santo inferno, ele sabia o que estava
fazendo.

A mão áspera de Ben foi subitamente pra debaixo da minha camisa, segurando
meu peito e esfregando o polegar ao longo do meu mamilo. Um raio de desejo passou pelo
meu corpo. Meus quadris se moveram contra os dele, pressionando contra o cume firme
que estava lá, e um apelo quebrado saiu de seus lábios e em minha boca. Era o som mais
doce. Desesperado e querendo, exatamente como eu me sentia. Eu estava feliz por eu não
estar sozinha nisso.

Sua palma encontrou minha bunda de novo e ele apertou, me puxando para
mais perto. Senti sua grossa ereção pressionar meu baixo ventre, e minhas entranhas foram
todas derretidas.

— Você tem camisinha? — Sua voz era baixa, áspera com a necessidade.
— Não.— Eu botei pra fora.

— Eu tenho algumas no meu quarto. — Ele continuou movendo seus quadris


contra os meus.

Eu queria isso, eu queria. Mas minha mente estava cambaleando. Uma vez que
ele tivesse estado dentro de mim, não haveria como voltar atrás. Minha paixão adolescente
seria catapultada para o espaço sideral tão longe que eu nunca poderia retornar. Eu
precisava manter meu juízo. Eu não dormia com homens com quem eu não estava
namorando.

— Não. — Eu disse.

— Não? — Seu tom me disse que ele perguntava se eu o queria sem nada. E a
sugestão de um sorriso em seus lábios me disse que isso era uma ideia bem-vinda.

— Eu não estou pronta para tudo isso... — Meu corpo estava em completo
desacordo com o meu cérebro, minhas pernas em seu caminho sinuoso em torno de sua
bunda para pressioná-lo mais perto.

Ben gemeu com o contato. — Vamos lá, baby, deixe-me te foder. — Ele
respirou contra meu pescoço. — Eu prometo que vai se sentir bem. — Ele agarrou minha
bunda, empurrando sua ereção contra a mancha de umidade entre minhas pernas, e eu não
pude segurar o gemido que escapou de minha garganta.

— Isso não é uma boa ideia. Nós trabalhamos juntos. — Eu consegui.

— Foda-se o trabalho. Deixe-me levá-la.

Sua voz profunda, sexy e a moagem de seus quadris eram quase o suficiente
para me convencer. Quase. — Nós podemos fazer algumas outras coisas. Mas nada de
sexo. — Eu nem sabia o que estava dizendo, mas eu tinha certeza de que uma parte de
mim estava controlando minha boca. Meu sexo latejava. Ben tinha me deixado toda
molhada e necessitada, e nós mal chegamos à segunda base. Falando sobre jogar fora do
meu time.
Seu olhar encontrou o meu e ele varreu o cabelo do meu rosto. — Eu gosto de
outras coisas.

— Sim? — Eu estava grata por ele seguir a minha linha de pensamento e não
me fazer soletrar.

— Sim. E eu acho que você verá que vou me sobressair neles. Particularmente
no oral. — Seu olhar profundo foi dirigido a mim e aquela boca cheia, carnuda estava a
apenas alguns centímetros da minha...

Santo. Merda. O olhar em seu rosto. Eu estava indefesa. — Umm... Veremos


isso, Sr. Shaw.

Ele me encarou com um olhar intenso e se inclinou para perto, o nariz


roçando meu queixo. Senti-o inalar contra o meu pescoço. — Eu me pergunto se você tem
um gosto bom. — Seu baixo sussurro causou um calor que desceu do meu pescoço e se
alojou na base da minha espinha. Sua língua quente e úmida deslizou contra o meu pescoço
e eu gemi em resposta à súbita, quente e grande dor entre as minhas coxas.

Sua mão deslizou para baixo da frente da minha calça jeans e em minha
calcinha. — Porra. Você está toda molhada, baby. — Ele beijou meu pescoço, sua
respiração fazendo cócegas no meu ouvido. — Eu sei que você quer que eu te foda. Mas
vamos fazer as coisas à sua maneira, desta vez, ok?

Seus dedos deslizaram contra mim, massageando o tecido liso, inchado. Prazer
disparou através de mim. Eu fantasiara sobre seu toque, e agora que estava realmente
acontecendo era além de qualquer expectativa que eu tive. Seus dedos hábeis massageava
meu clitóris com pressão, apenas suficiente e um ritmo preguiçoso que permitiu construir o
prazer lentamente.

— Você é tão suave. — Ele sussurrou. Ele espalmou um seio, enquanto a


outra mão permaneceu enterrada na minha calcinha.

Eu era suave, com cobertura extra em meus quadris, coxas e seios, meu corpo
estava cheio de curvas femininas, e embora eu tivesse pensado que esta era uma coisa ruim,
especialmente para um modelo tonificado e firme como ele, ele parecia gostar.
Ele beijou um caminho molhado em meu pescoço enquanto suas mãos
exploravam. Eu deveria parado-lo, mas minha mente estava entorpecida e meu corpo
estava todo acessível. Eu queria mais. Eu merecia mais, não é? Eu tinha sido uma boa
menina durante tanto tempo.

Ele deslizou um dedo longo dentro de mim e eu gemi, arqueando as costas. —


Você é uma coisinha, não é? — Ele beijou meu pescoço, enquanto o dedo continuava sua
progressão lenta, deslizando para dentro e para fora de mim em um ritmo cuidadoso.

— Ben... — Eu gemi, frustrada por seus golpes comedidos. Eu precisava de


mais.

— Diga-me. — Ele rosnou.

— Eu preciso disso mais duro.

Sua boca capturou a minha enquanto seu dedo mergulhou mais fundo dentro
de mim, seu bíceps flexionando com o movimento. Ele acrescentou um segundo dedo e
pressionou seu polegar contra a parte superior do meu sexo. Eu gemia alto, balançando os
quadris contra sua mão. Eu não me importava em parecer uma bagunça com tesão.
Inferno, eu estava uma bagunça com tesão.

Ele ritmicamente colocava os dedos dentro e fora de mim, os dedos grossos


preenchendo uma dor deixada intocada, por muito tempo. E agora, Ben Shaw estava na
minha cama. Santo inferno.
Ben

Ela poderia ter me dito que não queria isso, mas seu corpo discordava. Ela me
enviou todos os tipos de sinais. Ela gostava disso. Muito. Sua respiração veio em ofegos
leves e ela balançou os quadris mais perto. Eu nem acho que ela percebeu que estava
fazendo isso. Ela me queria dentro dela, mesmo que ela não fosse admitir isso. Mas eu não
queria perguntar a ela. Eu não poderia suportar ouvi-la me dizer para parar. Eu precisava
tocar essa garota.

— Isso te faz sentir bem, baby? — Eu precisava ouvi-la dizer que sim. Eu era
naturalmente muito agressivo, o que sempre me serviu bem com as garotas, mas algo me
dizia que Emmy não gostava que lhe dissessem o que fazer. Por mais que eu gostaria de
manda-la se despir, tirar sua calcinha diante de mim, eu não o faria. Ela não estava pronta.
Ela estava muito nervosa em torno de mim. Muito insegura.

— Mmm... — Ela soltou um gemido suave, seu único sinal de que se sentia
bem. Ela deixou os olhos se fecharem e a cabeça descansou na curva do meu pescoço. Isso
não aconteceria. Eu queria ver a cara dela quando ela gozasse, mas eu deixei-a permanecer
ali, sentindo a suave respiração no meu pescoço. Era bom.

Ela era de longe, a menina mais classuda com quem estive. Duas faculdades.
Ela era inteligente, trabalhadora e articulada. Ela não dormia com caras por ai. Eu poderia
dizer que ela estava a dois segundos de acabar com essa coisa toda, e eu não podia deixar
isso acontecer. Eu nunca quis tanto uma menina. Não é que eu estava prestes a ficar todo
introspectivo e examinar o porquê. Não. Meu objetivo era muito mais simples. Eu só
queria deixá-la nua e ver seus peitos. Desde o primeiro momento que a vi, a gente foi se
dirigindo para este momento.

Movi minha mão contra ela, arrastando os dedos lentamente para dentro e para
fora dela. Ela estava molhada pra caralho e isso deixou meu pau muito duro. Eu queria
estar dentro dela. Eu precisava disso. Mas eu não me apressei. Ela me pareceu incrível e
estava literalmente encharcada, agora se contorcendo contra a minha mão. Ela era muito
apertada e eu poderia dizer que ela estava perto. Eu já podia ler seu corpo. Continuei meus
golpes controlados, sem vontade de apressá-la para a linha de chegada. Senti-a começar a
apertar em volta dos meus dedos quando ela começou a se desfazer. Seus olhos lindos
estavam num azul-cinza e nublados com o prazer. Ainda estava fudendo ela com os dedos,
os olhos conectados quando ela começou a gozar.
Emmy

Meu orgasmo construído lentamente veio correndo atreves de mim de uma só


vez, tirando o ar dos meus pulmões e me fazendo gritar. Meu mundo explodiu em torno de
mim. O clímax me atingiu como um trem de carga, eu estava em êxtase irracional,
agarrando os bíceps de Bem, enquanto eu lutava para me segurar. Ele sabia o que estava
fazendo; eu certamente tinha que reconhecer isso.

Me recuperando um pouco, eu puxei uma respiração instável. Eu me


perguntava quão alto eu tinha estado. O sorriso de satisfação de Ben confirmou que ele
estava satisfeito com seu desempenho, ou o meu, eu não sabia. Não importa. Eu precisava
tocá-lo. Ele tirou a mão da minha calcinha e deu um beijo suave na minha boca.

— Sente-se melhor, querida? — Um sorriso de satisfação estava plantado


firmemente em seus lábios. Sua reação foi bonita. E sim, o orgasmo foi extraordinário. Não
havia como negar.

— Sim querido.

Com meus olhos observando os seus, minhas mãos encontraram seu cinto e
trabalhei para destravá-lo. O momento era altamente erótico. Ficamos deitados lado a lado
na cama, observando os olhos um do outro, quando eu desabotoei e abri o zíper de sua
calça. Nós dois sabíamos o que estava por vir, e a expectativa era espessa entre nós. Ele me
beijou suavemente nos lábios e na testa, enquanto eu deslizei minha mão na frente de sua
boxer. Eu fui recompensada com um pau grosso e duro pressionando insistentemente
contra a palma da minha mão. Sua pele era quente e tensa, meus músculos vaginais se
cerraram em resposta. Minha mão enrolou firmemente em torno de seu eixo e ele gemeu.
O barulho vinha de dentro dele e eu adorei aquele som. Fechando a minha mão ao redor
dele, comecei a acariciar. Ben deixou cair a cabeça para trás contra o travesseiro em sinal de
rendição completa. Eu gostei de saber que eu fiz isso com ele. Não alguma supermodelo.
Eu.
Seus quadris balançaram para frente na minha mão e sua boca silenciou
momentaneamente sobre a minha quando ele soltou um gemido baixo. — Emmy...

A sensação de Ben na minha mão era incrível, uma poderosa sensação passou
por mim. Mesmo que fosse apenas por este momento, ele era meu.

— Porrraaa, que isso é ótimo. — Ele me olhava com um sexy olhar


semicerrado de espanto, sua respiração saindo rápida, através daqueles lábios carnudos. —
Baby, mais rápido, um pouco mais rápido.

Eu podia sentir o quente pré semem já vazando na ponta. Minha mão agarrou-
o mais apertado e eu aumentei a minha velocidade, esfregando ao longo de seu eixo
endurecido e por cima da cabeça. Mais alguns golpes e fui recompensada com um gemido
rouco e senti Ben vindo, jatos quentes de sêmen em erupção contra minha mão e barriga.

Nenhum de nós tinha removido uma única peça de roupa, mas nós
conseguimos encontrar liberação juntos. Eu estava adivinhando que eu ia me arrepender
disso pela manhã, mas a sensação estúpida de felicidade que se espalhou pelo meu peito
não seria atenuada agora.

Ben deu um beijo na minha testa, em seguida, estendeu a mão para os lenços
no meu criado-mudo. Ele rapidamente limpou nos dois, e então, guardou o ainda duro pau
dentro de suas calças.

Ben se levantou da cama e se inclinou para beijar minha testa. — Quer que eu
ajeite você?

Eu balancei a cabeça sonolenta.

Ele tirou as cobertas e eu deslizei para fora da minha calça jeans, de repente
muito cansada pra me sentir autoconsciente. Ele riu para mim e varreu meu cabelo para
trás em minhas orelhas.

— Desculpe, — eu bocejei. — Eu acho que o vinho me derrubou.

Os lábios de Ben se curvaram para cima. — Foi o vinho ou o orgasmo?

— Shh. Silêncio. — Sorri.


— Boa noite, querida.

— Noite, noite.

Ben, ainda sorrindo, olhou para mim. — Obrigado por esta noite. Foi bom sair
com alguém que não estava procurando em mim o cara que vê nas fotos.

— Estou feliz por você se sentir confortável o suficiente para ser você mesmo.

Ele levou a mão ao meu queixo e seu polegar deslizou ao longo da minha
bochecha. — Eu estava. Obrigado.

— Durma bem.

Ele sorriu suavemente. — Vamos ver. Eu não sou o melhor dorminhoco.

Eu fiz uma careta. O que isso significava? Dormir não era uma função corporal
vital necessária para a sobrevivência? Eu sabia que era uma das minhas coisas favoritas no
mundo. — Bem, se você não conseguir dormir, você sabe que pode me mandar uma
mensagem.

— Posso agora?

Capitão óbvio. Boa, Emmy. Eu simplesmente assenti.

— Eu vou manter isso em mente. — Seu olhar permaneceu nos meus por um
momento, e então ele caminhou em direção à porta e saiu sem dizer mais nada. Mas,
realmente, o que havia para dizer? Hoje à noite não tinha sido nada como eu esperava.

Depois que ele saiu, eu relutantemente saí do casulo morno da cama para
escovar os dentes e mudar para o meu pijama antes de rastejar para debaixo das cobertas.
Eu estava longe de dormir quando meu telefone soou com uma mensagem nova.

Ben: Você está acordada?

Não havia alguma regra sobre responder mensagens de texto de um homem


depois da meia-noite? Olhei para o relógio. Era 00:20 hs. Eu não me importava. Eu iria
quebrar as regras por Ben.
Eu: Sim. Oi

Ben: Você tem certeza que é sábio me responder uma mensagem


quando você está na cama, senhorita Clarke? Agora que eu tenho o visual na minha
cabeça...

Eu: Sim.

Ben: Ele sente sua falta.

Havia uma foto mal iluminada de Ben deitado na cama. Apenas seu peito,
abdominais e cueca boxer preta, que estava muito bem preenchida na frente.

Sorri para mim mesma e balancei a cabeça. Meu cansaço ficaria em segundo
plano se flertar com Ben fosse uma opção. Eu gostei que ele me mandasse uma mensagem
poucos momentos depois de sair. Eu gostei da ideia de que ele ainda estava pensando em
mim. Meu cérebro se recusou a se concentrar em qualquer outra coisa. Eu estudei a foto
mais de perto, me imaginando lambendo aquelas ranhuras em seus abdominais,
trabalhando o seu caminho inferior a morder seu pênis através do tecido de sua cueca. Algo
sobre esse homem aflorava meu lado primitivo.

Eu: Você está duro de novo?

Ben: Não

Eu: Ele parece tão bom apenas sendo preguiçoso!

Quem era essa garota? E o que ela tinha feito com a cuidadosamente certinha
Emmy? Ben me transformou em uma versão flertadora de mim mesma, que eu não muito
reconhecia, mas gostava mesmo assim. Eu ri silenciosamente, com os olhos colados no
meu telefone e esperando por sua resposta.

Ben: Você pode brincar com meu pau a qualquer momento.

Merda. Tão rapidamente como tinha aparecido, meu sorriso desapareceu.


Pânico queimando através de mim. Eu não poderia ser sua piriguete pelos próximos três
meses. Ou poderia? Eu estava pisando em terreno perigoso aqui. Ele era tão bonito e
encantador, eu sabia que eu já estaria apaixonada por ele em questão de dias. Ele já tinha
me dito que ele não gostava ou queria ser amarrado... Eu poderia não ser o seu pequeno
segredo sujo, não era talhada para esse tipo de relacionamento frívolo. Meu coração nunca
iria sobreviver.

Ben: Foi divertido.

Eu: Sim, foi.

Eu precisava encontrar uma maneira de dizer a ele que não aconteceria de


novo. Eu soltei um suspiro pesado e meu telefone soou novamente.

Ben: Eu quero te foder.

Eu: Ben, eu não faço essa coisa de sexo casual.

Ben: Sem preocupações, boneca.

Eu não tinha ideia de como interpretar o seu último texto. Eu não deveria estar
preocupada porque ele também não estava... Ou porque esta foi apenas um flerte
inofensivo? Controle-se, Em! Deus, nós somos colegas de trabalho. O que eu tinha
pensado quando empurrei minha mão para baixo de suas calças hoje à noite? Eu não quero
soar como uma maluca, mas eu precisava que ele entendesse que eu não era uma vadia que
ele pudesse ter pelo caminho.

Eu: Esta noite foi muito divertida, mas somos colegas de trabalho, Ben.
Isso não pode acontecer novamente. OK?

Ben: O que você quiser.

Sua mensagem não fez nada para acalmar meus anseios. O que eu quero? E
por que de repente estava inundada com a decepção?
Capítulo 07
Emmy

Na quinta-feira, eu estava pronta para dar uma voadora em Fiona. Havíamos


passado a semana nos preparando para a próxima campanha de Ben. Ela teve reuniões
diárias para discutir o orçamento, locações, estilo e roteiros, tudo enquanto eu afundava em
montes de post-its.

Sentei-me à mesa em sua suíte e ela se inclinou sobre o meu ombro, como se
supervisionar minhas habilidades de digitação fosse uma necessidade. Eu estava criando
um novo portfolio para Ben, que incluiu um par de suas fotos mais recentes. Fiona iria
compartilhar isso com a empresa de perfumes que estava pensando em fazer dele o seu
garoto propaganda. Abri a foto de sua sessão Calvin Klein. Ben estava apenas de cuecas,
um par de sortudas cuecas boxer cinza que o abraçava em todos os lugares certos. Estendi
a mão para o mouse para clicar para a próxima foto, mas as garras de Fiona pegaram minha
mão.

— Espere um pouco. — Ela se inclinou mais perto da tela.

Olhei para ela com o canto do meu olho. Puxa, babando assim? Era Ben de
cueca, eu entendia isso, mas cale-se.

— Esta é uma boa. — Eu comentei, tentando manter meu tom neutro.

Um lento sorriso curvou a boca de Fiona para cima. — Ele é um menino


grande. — Calor floresceu em meu rosto. Suas palavras eram confiantes, com certeza, e me
deixou em choque. — Sim, vamos usar esta, uma das suas fotos Gucci e a capa da GQ.

Ainda sem palavras, eu reuni todas as fotos para o documento. Então eu


adicionei sua altura, medidas, e o logotipo da Status Models antes de imprimir várias cópias
coloridas. Fiona deslizou-as em sua pasta de couro e começou a arrumar suas coisas para
sua reunião.

Eu passei a mão no meu rosto. Eu não tinha ouvido falar de Ben desde o
nosso encontro em meu quarto de hotel e nossas mensagens de texto subsequentes,
quando eu lhe disse que aquilo era uma coisa de uma só vez. Eu não sabia se isso era bom
ou ruim. Supermodelos provavelmente não estavam habituados à palavra não.

Minha última mensagem a ele passava pela minha cabeça em repetição. Ele
parecia ter levado a sério, mas o que eu esperava? Eu queria que ele discutisse comigo? Me
segurasse e fizesse amor comigo? A visão me fez tremer.

Eu chequei meu telefone para mensagens. Nada. Era hora de me preparar para
o coquetel de hoje à noite, de qualquer maneira. Pedi licença e sai do quarto de Fiona e fiz
meu caminho para tomar banho no andar de baixo, lutando contra os sentimentos de
decepção e dor.
Ben

Eu estava sob o jato áspero de água, deixando-o lavar a maquiagem das fotos.
Tinha sido um dia cansativo. Henri, o fotógrafo, era conhecido por favorecer um estilo
saltitante em suas fotos. Ele gostava de capturar seus objetivos meio pulando para evocar
uma sensação de movimento, então eu passei várias horas pulando no ar, empurrando meu
corpo em várias posições e ângulos, mantendo meu rosto neutro e me certificando que as
roupas e meu cabelo permaneciam no lugar. Momentos divertidos.

A batida do fluxo de água quente nas minhas costas me relaxou, e os meus


pensamentos vagaram para Emmy. Ela estava provando ser bastante contraditória.

Algumas meninas eram fodedoras de modelos, dispostas a abaixar suas


calcinhas, logo que ouviam a minha profissão. Outras eram intimidadas e autoconscientes,
admitindo que nunca seriam boas o suficiente para serem modelos. Ambos os tipos me
incomodavam.

Emmy não era de nenhum dos dois tipos. Sua autoconfiança não era tão
robusta como provavelmente deveria ser, eu sentia que um pouco disso era por causa dos
insultos lançados por Fiona. Mas, principalmente, eu estava atraído por sua incrível
capacidade de me manter adivinhando.

Desde que eu tive certeza que me foder não era o número um em sua agenda,
seu comportamento me confundiu. Ela era sedutora e sexy nas mensagens, educada e
profissional no trabalho. Distante, mesmo.

Se eu tivesse que colocar o dedo nisso, eu diria que ela estava mais interessada
em sermos amigos. E mesmo eu pudesse ter pensado que tê-la como amiga, era uma boa
ideia inicialmente, eu realmente não tinha amigos. Certamente não amigos com quem eu
queria transar. Muito.

Eu nunca tive que trabalhar para conseguir uma garota em minha cama. O
pensamento era quase risível. Quase. Se minhas bolas não estivessem doendo fudidamente
com a espera, seria engraçado. Mas não era. Eu precisava tê-la.
Depois de vários minutos, eu relutantemente desliguei a água e saí do chuveiro
com box de vidro. Enrolei uma toalha em torno de meus quadris, lançando outra sobre
meus ombros. Entrando no quarto, eu esfreguei a toalha no meu rosto, mas a sensação de
que eu não estava sozinho me fez puxar a toalha. Fiona estava sentada na beira da minha
cama com um sorriso largo e arrogante.

— Você foi brilhante hoje. — Seus olhos percorreram meu peito nu, antes de
percorrer o resto de mim.

— Obrigado.

Cruzando o espaço até o armário, peguei um par de boxers, uma camiseta e


jeans. O som da risada suave de Fiona encheu o silêncio. Eu puxei a camisa sobre a cabeça
e afastando-me dela, deixei a toalha cair no chão. Não era como se Fiona nunca tivesse
visto minha bunda antes. Eu puxei as cuecas boxer e a ouvi deslizando suavemente,
cruzando a sala e parando atrás de mim. Suas mãos vieram ao redor do meu corpo,
cercando minha cintura, enquanto ela apertava seus seios em minhas costas.

— Amor... — Ela sussurrou. Sua voz era uma súplica desesperada, cheia de
saudade.

— Estou cansado, Fiona. — Tirei as mãos dela que estavam acariciando meu
abdômen e me virei para encará-la.

O olhar nublado dela caiu quando ela fixou o olhar no meu. — Claro. Você
trabalhou duro hoje. Jantar está a caminho e, em seguida, posso dar-lhe uma massagem.
Vamos ver se podemos colocá-lo para dormir esta noite. — Ela ofereceu um sorriso fraco.

Eu apenas assenti. Eu estava esperando trocar mensagens com Emmy


novamente esta noite. Talvez até mesmo fazer-lhe uma visita, para ver se eu podia ir além
daquele muro em que ela tentou se colocar. Uma rápida olhada passando de Fiona para o
relógio me disse que eram apenas oito horas. Ela ainda ficaria aqui por um tempo.

Uma batida na porta quebrou o contato de nossos olhos. Fiona pegou o


serviço de quarto, enquanto eu coloquei meu jeans.
Sentamos na minha cama e jantamos, como fizemos tantas vezes antes, em
cidades de todo o mundo. Mesmo a refeição era familiar, peixe grelhado e legumes, vinho e
água com gás. Deus, ela não permitia ter gordura ou carboidratos envolvidos.

A boca de Fiona mudava sensualmente enquanto ela comia, deslizando sobre


os dentes de seu garfo. Seus olhos ficaram nos meus. Ela era uma mulher atraente, apesar
da nossa diferença de idade de dezesseis anos, achava-a atraente. Então, novamente, eu
encontrava coisas para apreciar em todas as mulheres. As calcinhas com babados, seus
dedinhos bem cuidados, a curva de um traseiro mais baixa, seu perfume. Sim, eu amava as
mulheres. Apenas olha-las, admirá-las. Talvez fosse por causa da profissão que escolhi, eu
estava ciente de toda a sua beleza.

Eu passei inúmeras horas com publicações antigas da minha mãe na Vogue e


In Style. Sentávamos em sua grande cama de dossel no domingo de manhã, tomando café
da manhã na cama, e folheando cada página. Como uma experiência de mãe e filho, era
estranho. Mas foi a única que tivemos. Ela estava normalmente de ressaca no café da
manhã, mas ela saboreava seu café e me via comer e nós comentávamos sobre todos os
looks.

Morena, loira, ruiva, pele azeitonada ou sardenta, descobri a beleza em tudo. E


eu não discriminava. Claro, a maioria das minhas companheiras eram modelos, mas eu atrai
mais do que o meu quinhão de atenção de outras meninas também. Eu brinquei com as
meninas na minha adolescência, no início um pouco tímido e desastrado, mas quando eu
aprendi sobre seus corpos, eu fiquei confiante. E depois que eu perdi minha virgindade aos
dezoito anos, meu apetite sexual aumentou dramaticamente. Para desgosto de Fiona. Ela
regularmente me lembrava o quanto o meu interesse em outras garotas a desagradava. E
uma vez que ela era mais do que apenas a minha chefe, ela era uma amiga da família, eu
tentei o meu melhor para mantê-la feliz. Eu acho que recebi boquetes em todos os
continentes, como resultado. Indiscrições rápidas eram mais fáceis. Além disso, não havia
nenhuma menina para tentar tirar do meu quarto de hotel mais tarde.

Claro, agora com vinte e dois anos, quase vinte e três anos, eu já me sentia
cansado. Estar sozinho era apenas mais fácil. Eu nunca tive uma namorada, nunca quis
uma. E estava claro que Fiona não aceitaria bem a ideia. Não que isso deveria me
incomodar, mas aconteceu de alguma forma.
Nós terminamos nossa refeição e Fiona removeu os pratos, colocando-os do
lado de fora para serem pegos mais tarde. — Devo pegar suas pílulas? — Ela perguntou.

— Claro.

Ela voltou um momento depois, com as poucas garrafas, colocando as pílulas


na minha mão. Não importa o quão problemática era, ela realmente era boa para mim. Eu
obedientemente engoli um punhado.

— Posso esfregar suas costas, se quiser. — Disse Fiona.

Uma massagem parecia celestial, mas eu tinha outros planos para esta noite. —
Não, está tudo bem. — Eu não queria diretamente pedir a ela para sair, mas eu o faria se
ela não entendesse minhas dicas sutis.

Fiona franziu a testa e se mexeu um passo em direção à porta. — Bem, acho


que eu vou, então.

Eu balancei a cabeça e caminhei até a porta. — Boa noite, e obrigado pelo


jantar.

— Claro.

Ela beijou minhas bochechas antes de sair.

Eram quase dez e eu me perguntava se Emmy estava dormindo. Ela havia dito
antes que eu podia lhe enviar mensagens se eu não conseguisse dormir. Gostaria de saber
se essa oferta ainda estava de pé, já que ela também me disse que precisávamos manter as
coisas no plano profissional a partir de agora. Infelizmente eu não tinha planos de deixar
isso acontecer.

Poucos minutos depois, eu tinha escovado os dentes, passado fio dental e


rastejei entre os lençóis com o meu telefone. Apaguei a lâmpada da cabeceira, o brilho
azulado do meu telefone iluminou o teclado o suficiente para escrever.

Eu: Oi, sexy.


Eu bati enviar, coloquei o telefone no meu estômago e voltei a olhar para o
teto. Eu me perguntei se ela seria ousada e responderia o meu texto. Ou se eu seria capaz
de conseguir dormir esta noite. Vários segundos mais tarde meu telefone tocou. O som me
fez sorrir. Ela não era imune a mim, apesar de que ela havia dito.

Emmy: oiiiii

Eu sorri. Já me sentindo melhor. Eu podia ouvir seu doce sotaque sulista


dizendo a saudação. Era uma loucura como uma simples palavra com várias vogais extras
poderia me fazer tão feliz.

Eu: Você ainda está de pé?

Emmy: Não. Dormindo. ;)

Espertinha. Essa menina me fazia sorrir. Ela não andava na ponta dos pés em
torno de mim por causa de quem eu era e eu gostava disso.

Emmy: Não consegue dormir?

Eu: Não estou cansado ainda.

Emmy: Você precisa de algo? ;)

Eu sorri. Ah, sim, ela queria isso. Ela poderia tentar negar e parecer
desinteressada, mas eu sabia a verdade. Eu podia lê-la como um livro.

Eu: Sim, me envie uma foto de seus seios.

Eu sabia que era grosseiro, mas algo em mim gostava de insultá-la, queria ver
como ela reagiria. Para minha surpresa, alguns segundos depois, uma foto granulada escura
apareceu. Emmy estava vestida com um top branco que foi puxado para baixo em seu
peito, expondo vários centímetros de seu peito suave e cremoso. Eu queria enfiar minha
cara entre essas belezas e sufocá-los com beijos.

Eu: Menina bonita. Parece que você está deitada na cama. Por que você
não está dormindo?
Emmy: Eu estava pensando em você, na verdade.

Eu: Ah, é mesmo? ;)

Eu precisava manter a vantagem, mantendo-a falando sem dar muito em troca.

Emmy: Sim, e sobre a outra noite.

Eu: Continue...

Emmy: Você é um bom beijador.

Eu: Você é sexy quando goza.

Emmy: Ben...

Eu: Sim querida?

Emmy: :)

Eu: Qual é a sua posição sexual favorita?

Emmy: Eu gosto de estar no topo.

Eu: Gosta disso profundo?

Emmy: Bennn...

Eu praticamente podia ouvir o gemido em sua voz, a maneira como ela gemeu
meu nome. Eu gostei.

Emmy: Você está bem quando a garota fica em cima?

Eu: Sim. Contanto que você esteja de frente para mim para que eu possa
olhar em seus olhos enquanto eu te foder.

Seria mais divertido ver as reações dela pessoalmente, para ver suas bochechas
tornando-se cor de rosa. Para ver se ela olhava para baixo timidamente ou se era ousada e
me olharia com aqueles lindos olhos cinzentos. Seus olhos eram tão expressivos, tão
abertos. Eu adoraria ver o desejo ultrapassar seus traços, para ver o quanto minhas palavras
a afetavam. Mas, por agora, eu teria de me contentar sabendo que ela estava alguns andares
abaixo de mim, sozinha em seu quarto de hotel, seu batimento cardíaco elevado, e sua
calcinha úmida.

Emmy: Não devemos fazer isso.

Eu: Não?

Emmy: Qual é o seu favorito?

Na verdade, eu ri alto. Um segundo ela estava me dizendo que não poderia


fazer isso, e no outro ela estava perguntando a minha posição sexual favorita. Eu amei
como ela estava insegura. Era realmente excitante pensar que eu teria que convencer a
garota a sair de sua concha. De alguma forma eu sabia que ela ia valer a pena o esforço.

Eu: Provavelmente cowgirl também. Dessa forma eu posso ver toda a


garota e controlar o corpo dela em mim. Além disso, também é mais fácil para ela ir
tão fundo quanto ela puder aguentar.

Emmy: Ah...

Eu: Você está ficando molhada, baby?

Emmy: Sim.

Porra, isso era sexy. Parte de mim queria dizer a ela para esfregar-se, para ficar
bem e molhada para mim, mas eu não queria pressioná-la demais, rápido demais. Eu não
poderia tê-la se fechando para mim novamente.

Enquanto eu considerava o que digitar a seguir, meu telefone soou novamente.

Emmy: Você esta me deixando molhada muito rápido. Esta duro?

Eu: Eu estou chegando lá...

Não era uma mentira. Ela estava me fazendo chegar lá. Apenas com o
pensamento de entrar em sua calcinha de novo, tocar suas curvas suaves.

Emmy: Eu quero ver... :)


Eu confiava nela, mas a última coisa que eu precisava era de uma foto do meu
pau acabar online. Isso seria um pesadelo de publicidade que eu não precisava.
Emmy

Eu acho que ele tinha que ser cauteloso com fotos como essa. Ele era uma
figura pública depois de tudo, e provavelmente poderia ter problemas. Ele era inteligente.
Eu provavelmente não deveria ter estado tão disposta a mandar-lhe fotos sujas, mas algo
em mim gostava de ser impertinente, gostava de saber que eu estava virando-o.

Emmy: Hmm, muito ruim porque eu estava para lhe enviar uma foto...

Ben: Emmyyy... Não provoque, baby. Envie-me uma.

Emmy: O que você quer ver?

Ben: Sua bunda em um par de calcinhas sexy.

Eu quase ri comigo mesmo. Ele era um homem de traseiros. Eu tinha aquilo


aos montes, por isso teríamos um bom jogo. Virei-me para posar na frente do espelho de
corpo inteiro, capturando uma foto na câmera do meu celular. Foi apenas da minha metade
inferior, a minha bunda em um par de calcinhas pretas rendadas, pernas e pés descalços.
Não parecia tão ruim. Eu apertei em enviar e pulei de volta na cama para aguardar sua
resposta.

Ben: Mmm eu gosto disso.

Me senti orgulhosa, como se eu tivesse realmente o afetado. Ele não tinha


retorno espirituoso, apenas honestidade crua em sua reação. Satisfação borbulhou dentro
de mim. Eu sou mulher, ouça-me rugir!

Ben: Essa é uma bunda perfeita.

Emmy: Tem certeza que você não pode me enviar uma foto?

Ben: Você está me matando, menina.


Como um pavão andando ao redor balançando as penas da sua cauda, eu
andava no meu quarto de hotel, de repente ansiosa demais para ficar parada.

Ben: Comporte-se ou eu vou ter que bater na sua bunda sexy.

A troca de mensagens com Ben ficava ainda mais quente sabendo que seu
quarto estava apenas alguns andares acima, e ele poderia me pedir para subir se as coisas
ficassem muito quentes. O que eu diria, então? Como eu poderia responder? Eu diria que
não, é claro. Eu tinha moral. Eu não seria o segredo do meia da noite de alguém. Nem
mesmo Ben Shaw. Porque eu já sabia que não seria tão simples. Não seria a relação física
sem cordas que ele provavelmente estava procurando. Meu coração traquina já estava no
jogo, ostentando uma camisa com seu nome nas costas. Eu estava firme na equipe Ben.
Merda, eu poderia ser a capitã da equipe.

Suas brincadeiras espirituosas, senso de humor, boca suja... Tudo isso estava
somando problemas. Eu precisava manter minha cabeça no lugar. Ben nunca ia ser o meu
namorado. Éramos colegas de trabalho. Bem, eu acho que isso não era totalmente exato.
Ele era um deus. Eu era uma humilde assistente.

Emmy: Talvez da próxima vez...

Ben: Mmm... próxima vez, sim.

Meu coração disparou e minha pele estava quente e toda corada. Não havia
como negar o quão ligada Ben me deixou. Naturalmente, o cérebro era o maior órgão
sexual, e toda essa estimulação mental era como preliminares. Meus mamilos enrugaram e
rasparam contra a minha camisa, sentindo-se ultrassensíveis. A calcinha que eu usava estava
completamente encharcada e irritantemente agrupada contra a minha pele. Eu estava muito
ligada. Eu precisava de alívio. Deslizando uma mão dentro da minha calcinha, eu segurei a
imagem de Ben na minha mente: o seu queixo cinzelado, a boca cheia, os cílios escuros e
olhos castanhos intensos.

Eu apoiei a almofada do meu dedo médio sobre o meu clitóris inchado, um


gemido suave caindo dos meus lábios. Usando o fluido quente e liso, eu esfregava em
pequenos círculos, rapidamente construindo em direção ao orgasmo, meu corpo preparado
e pronto. Eu empurrei minha blusa com a minha mão livre e espalmei meus seios,
esfregando meus mamilos como eu imaginava que Ben faria. Muito em breve, as ondas de
prazer colidiram contra mim, uma sensação cega ricocheteando através do meu útero,
fazendo-o apertar violentamente com a necessidade de algo para preenchê-lo. Com uma
respiração irregular, eu gemi o nome de Ben, quando eu gozei.

Eu me contorci sob o peso do olhar exasperado de Fiona. Eu já havia tentado


o melhor que podia, comprando um vestido caro, mas básico de cocktail preto numa loja
de departamento, pensando que eu poderia fazê-lo funcionar para uma variedade de
ocasiões. Errado de novo. As alças em blocos e fenda na parte de trás já haviam ganhado
críticas generosas de Fiona, e nós estávamos apenas a quinze minutos da festa de boas-
vindas a ser oferecida em homenagem a Ben numa boate local. Ele iria receber quantias
generosas de dinheiro para fazer uma aparição, mas ainda não tinha se mostrado.

Fiona estava em sua terceira taça de champanhe e estava flertando com alguns
dos executivos dos anunciantes para os quais Ben estaria modelando nas próximas
semanas.

Eu observava discretamente a porta para a chegada de Ben. Momentos mais


tarde, eu consegui o meu desejo. Ele entrou, a epítome do alto, moreno e bonito. Terno
preto Gucci, camisa branca, gravata preta fina. Sua mandíbula tinha a barba por fazer, e seu
cabelo foi empurrado em uma rusga brincalhona na frente. Seus olhos percorreram a sala
enquanto aquelas pernas longas e sensuais o levaram em passos decididos na direção da
nossa mesa. Ele atravessou a sala como se fosse dono dela, como se estivesse andando em
uma passarela. Foi cativante.

Ele virou o corpo totalmente em direção a mim e tratou de direcionar o


contato visual por alguns segundos longos. Seus olhos eram tão expressivos, tão intensos
que o meu sangue bombeou mais rápido, meu coração trabalhou muito mais rápido, apenas
com sua atenção. Foi surpreendente.

Meus olhos caíram para o meu colo, mas eu ainda podia senti-lo me olhando.
Minha pele irrompeu em chamas e meu coração subiu um nível lembrando-se da forma
como a sua boca estava na minha, como os dedos bombearam em mim até que eu gozei.
Segurei a mesa na minha frente só para não cair do meu assento.

Fiona se levantou para cumprimentá-lo, beijando ambas as faces em seu


caminho habitual, e depois o apresentou aos executivos que estavam lá para conhecer o
homem por trás das imagens. Eu já sabia que haveria algum cortejo sério esta noite.
Queriam-no. E estavam praticamente salivando só de conhecê-lo. Eu tinha certeza que
Fiona estaria de bom humor, percebendo que provavelmente iriam reserva-lo por várias
campanhas maiores nesta temporada e na próxima. Eu quase podia ver os cifrões nos olhos
dela quando ela apresentou Ben ao redor. Ele sorriu e apertou mãos, mas eu poderia dizer
que havia algo errado. Ele retesou o maxilar, sua mandíbula estava apertada, quando ele
deslizou silenciosamente para o assento ao lado de Fiona.

O que era para ser uma noite casual, Fiona transformou numa oportunidade de
promoção para vender Ben. Ela puxou uma pilha de novos cartões de amostra e passou-os
sobre a mesa. Ben sorriu e respondeu a perguntas, transformando-se num encanto como
Fiona esperava. Mas eu poderia dizer que ele não estava feliz. Eu me encontrei
perguntando se ele já tinha tido um dia de folga, apenas tempo para si mesmo, em vez de
ser o modelo que todos clamavam.

Eu sabia que não deveria, mas eu me senti mal por ele. Ele era lindo, rico, bem
viajado, multilíngue, mas eu me senti mal por ele. Um pequeno pedaço de mim se sentia
mal que ele provavelmente não conhecesse os prazeres simples de estar totalmente
despreocupado, capaz de comer o que quisesse. Inferno, comer suficiente comida para até
sentir um desconforto e um aumento do tamanho das calças, eram praticamente a norma
depois de uma boa separação amorosa. Ben provavelmente nunca teve esse luxo.

Ele pegou seu telefone, verificando sua agenda quando eles discutiram as
próximas campanhas. Se ele soubesse que esta noite ia ser sobre trabalho, eu acredito que
ele teria trazido Gunnar.

Fiona se inclinou e sussurrou no ouvido de Ben. Ela tentou manter seus traços
relaxados, olhando nervosamente para os seus convidados, mas Ben não se desculpou pelo
seu olhar chateado.
Fiona estendeu a câmera para mim. — Você pode tirar uma foto de nosso
grupo?

Eu aceitei a câmera e me levantei, indo ao redor para frente da mesa. —


Apertem um pouco.

Fiona jogou um braço em torno de Ben, o outro ao redor do executivo francês


à sua esquerda, e orgulhosamente sorriu.

— Nós vamos chamar a garçonete para tirar. Emmy deve estar na foto,
também. — Disse Ben.

O olhar que Fiona atirou nele era puro veneno. Ele deveria saber melhor do
que tentar me defender. — Não usando isso, ela não vai. Pierre, se você assinar conosco,
você pode ter que arranjar um vestido novo para ela.

Ela acenou com a mão desdenhosa na minha direção. Todos os olhos me


encontraram e a onda de risos da piada de Fiona me atingiu como uma tapa na cara. Engoli
em seco e mantive meu queixo para cima. Contei até três e tirei a foto, mentalmente me
cumprimentando pelos olhos de Fiona semicerrados na imagem. Ela parecia uma vítima de
derrame. Eu interiormente ri. Tome isso, puta!

— Esta perfeita. — Eu virei a câmera e a passei de volta para ela. Então eu


pedi licença.

Tentei não ficar emocional, não deixar Fiona me incomodar. Mas eu estava de
TPM. Muita. E eu sabia que não era uma promessa que eu poderia manter. Eu fui para o
banheiro e me escondi em uma cabine, piscando contra as lágrimas estúpidas que enchiam
meus olhos. Esta era para ser uma grande aventura, trabalhando na agência de elite Status
Models, vivendo numa grande cidade, fazendo algo de mim mesma. Mas eram em
momentos como este que eu sentia falta de casa. Eu sentia falta do cheiro de Tennessee e
grama recém-cortada, domingos preguiçosos prestando atenção ao futebol com o meu pai,
e o fato de que o pessoal da casa não eram supermodelos. Eles dirigiam caminhões
incrustados de lama e usavam jeans furados. E eles não me deixavam perto de um ataque
de pânico com a sua sensualidade, tampouco.
Puxei uma respiração de limpeza em meus pulmões. Eu não deixaria Fiona
vencer. E as coisas com Ben eram... confusas... mas tudo bem. Sim, tudo estaria bem. Eu
alisei o vestido que eu agora desprezava sobre meus quadris e me estudei no espelho. Meu
cabelo castanho tinha ficado escorrido. Meus olhos estavam tingidos de vermelho e eu
estava pálida. Dane-se. Eu saí do banheiro, necessitando que esta noite chegasse ao fim.
Rapidamente.
Ben

Esta noite era para ser uma noite relaxante, e não algum circo onde eu tivesse a
necessidade de me vender para esses executivos idiotas. E Fiona comentando sobre o
vestido da Emmy como se fosse uma porcaria total. Eu lutei para manter minha raiva sob
controle. — Fiona, eu posso ter uma palavra?

Ela balançou a cabeça com força e subiu, me seguindo fora da mesa.

Eu tomei uma respiração profunda. Eu poderia cuidar de mim e qualquer


tarefa que Fiona jogasse em meu caminho. Mas eu estava incomodado pela forma como ela
tratou Emmy. Paramos no corredor, de frente para o outro. — Vá com calma com Emmy,
tudo bem? Ela não está acostumada a este mundo.

Sua boca puxou em uma carranca. — Eu não quero você distraído por algum
caipira.

Mordi, meu queixo tenso. Eu balancei minha cabeça. Eu sabia que precisava
lidar com isso da maneira certa. As coisas com Fiona eram delicadas. Sempre tinham sido.
E o nosso passado era complicado, para dizer o mínimo. Estendi a mão para ela, alisando a
mão para cima e para baixo de seu braço. Seus lábios se curvaram com o contato. Eu sabia
exatamente como deixa-la mansa em minhas mãos. — Eu tenho isso.

— Tudo bem, amor.

Eu deveria ter ficado entusiasmado com a quantidade de trabalho que Fiona


tinha alinhado para mim nesta temporada. Eu estava contratado para aparecer em todas as
grandes campanhas, andar em vários grandes shows, e fazer uma enorme quantidade de
dinheiro. No entanto, tudo o que eu queria fazer era voltar para o hotel, sair com Emmy, e
talvez levá-la para os Jardins de Luxemburgo. Eu queria ver como sua pele bonita e rosada
parecia no sol da tarde. Eu costumava ir lá com a minha mãe quando tinha vivido
brevemente em Paris. Emmy e eu poderíamos caminhar para um café, um gole de vinho e
eu poderia ouvir tudo, sobre como ela cresceu no Tennessee. Certamente, sua infância
tinha sido muito diferente da minha.
Eu nunca tinha deixado que nada ficasse no caminho do meu trabalho. Eu não
sabia sobre o que era essa garota, mas eu gostava dela. Eu queria conhecê-la mais. E eu não
me importaria se ela ficasse nua. Sua pele era tão macia, seu corpo uma maravilha. Ela tinha
curvas. Curvas reais. Não como as modelos que eu estava acostumado. Os seios dela eram
cheios e pesados. Foda-se, eu queria mamar aqueles bebês. Eu não me importaria de beijá-
la por toda parte.

Eu balancei longe o pensamento, com o foco em Fiona novamente. Ela estava


discutindo minha campanha de primavera. Eu iria aparecer e fazer o que ela queria. Nós
dois sabíamos disso. E Gunnar, ou Emmy, iriam ter certeza que eu aparecesse onde eu
precisava estar.

— Eu entendi, Fiona. Relaxe, ok? — Voltei, sem esperar pela sua resposta e
caminhei para o banheiro dos homens. Mais cedo ou mais tarde eu iria precisar ter uma
pausa dela.
Emmy

Saindo do banheiro, eu bati de cara com algo duro. Ben.

— S... sinto muito. — Eu tropecei um passo para trás, alisando as mãos


trêmulas para baixo em suas lapelas. Ele estava de pé no corredor, encostado no corredor.
Ele estava esperando por mim?

— Tudo bem? — Seus olhos viram muito. Quando ele olhou para mim assim,
eu o senti profundamente dentro do meu corpo. Eu ansiava em saber a intensidade que se
escondia por trás daqueles olhos cor de avelã.

— Tudo bem. — Eu mordi fora.

A enormidade de tudo me bateu. Eu estava a milhares de quilômetros de casa,


minha chefe me odiava e eu tinha perdido minha cabeça com Ben. Lágrimas brotaram nos
meus olhos. Eu odiava que estava prestes a chorar na frente dele. Tudo me bateu naquele
momento, e não havia como parar minhas lágrimas agora. Eu estava a meio mundo de
distância e descontrolada. Uma lágrima solitária rolou pelo meu rosto.

— Está tudo bem. — Ele estendeu a mão para mim e eu dei um passo para
trás, rapidamente limpando meu rosto.

— Eu acho que vou sair. — Minha voz soou surpreendentemente composta.


Graças a Deus por isso. Pequeno milagre considerando o meu estado emocional. Droga de
TPM.

— Não é verdade, você sabe. — Sua voz em comparação era grossa, rouca, e
rolou em cima de mim da maneira mais sensual.

— O quê?

— O que disse Fiona. — Seu olhar baixou, deslizando sobre as minhas curvas.
Me senti contorcendo quando ele olhou para mim daquele jeito, todo escuro e
com fome. Minhas lágrimas secaram e uma nova onda de emoções me bateu. A forma em
que seus olhos vagaram me fez lembrar seu beijo, sua língua quente deslizando contra a
minha, uma mao enterrada em meu cabelo para me puxar para perto, seus textos sujos na
noite passada. Isso tudo era demais.

— O vestido é uma imitação barata. Ela estava certa, Ben. — Eu odiei quão
abatida minha voz soou, mas pouco podia fazer para controlá-la.

Ben sacudiu a cabeça. — Confie em mim.

Eu queria garantir que ele estava errado, mas de repente eu achei que, sob seu
olhar quente e intenso, com seu corpo magro tão perto do meu, eu tinha esquecido os
melhores pontos de meu argumento. Inferno, eu tinha esquecido meu maldito nome. Seus
olhos deslizaram mais baixo, acariciando meus seios, e um sorriso curvou seus lábios. Meus
seios nunca se sentiram tão cheios e doloridos, tão prontos para serem tocados, lambidos e
beijados.

Preguiçosamente fazendo seus olhos voltarem aos meus, Ben disse: — Deixe-
me te levar de volta. Eu já terminei com a merda de show de Fiona, de qualquer maneira.

Eu balancei a cabeça e permiti que Ben me guiasse de volta para a mesa. Nós
dissemos nossas despedidas e Fiona me lançou um olhar escuro e gelado. Eu mantive meus
olhos baixos, sabendo que ela estava fumaçando. Incrível. Eu teria que lidar com isso
amanhã.

Quando chegamos ao elevador do hotel, Ben hesitou. A forma como seus


olhos viajaram por cima de mim... Eu sabia que ele não via um vestido fora de moda ou
uma assistente sem polimento. Ele me viu, a garota do Tennessee, que usava seu coração
na manga. Eu me sentia totalmente presente com ele. Não porque eu estava relaxada, não
era isso, estava hiperconsciente de cada sensação, super analisando cada emoção quando
ele estava por perto. Quando ele olhou para mim, parecia que ele me conhecia desde
sempre. E ele me aceitou exatamente como eu era.

Sua mão em meu pulso me impediu de pressionar o botão do meu andar. —


Venha para o meu quarto. Tome uma bebida comigo. — Seus olhos brilhantes brincavam
com os meus. Ele colocou sua mão grande e quente contra a minhas costas e de repente eu
me senti normal. Seu toque me castigou mais do que deveria. — Emmy?

Eu não iria discutir com ele. Agora não. — Depois da noite que eu tive, sim,
por favor. — Eu sabia que provavelmente estava pedindo por problemas ficando a sós
com ele novamente, mas eu me sentia impotente para dizer não.

Ele pegou minha mão, a colocando na curva de seu braço para que ela
descansasse contra suas costelas. Ele estava todo quente, e meu corpo respondeu com um
pequeno estremecimento com o contato. Fazia muito tempo desde que eu tinha estado
com alguém. Meu corpo estava apenas confuso, respondendo ao simples contato de um
homem. Ok, um homem quente. Um homem quente que me trouxe ao orgasmo apenas
com a mão em questão de minutos. Um homem com quem eu tinha fantasiado...

Ele apertou o botão para o andar de cima e sorriu ligeiramente, enquanto o


elevador nos levou.

Ben deslizou a chave no leitor de cartões e abriu a porta. Entrei na sala escura,
notando que cheirava como ele: sabão de roupas e o musk de perfume picante. Ele
acendeu a luz, iluminando uma grande sala com uma cama king-size, uma secretária e uma
cadeira na frente de uma grande janela. O quarto dele era maior que o meu.

— Bela vista —, disse eu, caminhando na direção da janela. Cortinas brancas


Gauzy enquadrando as pitorescas luzes cintilantes abaixo.

Ouvi o barulho de vidro e olhei para trás para vê-lo levar dois copos e algumas
garrafas pequenas para a cama. Colocando tudo sobre a mesa de cabeceira, ele inspecionou
as nossas opções. — Podemos ficar super sofisticados hoje à noite e eu posso lhe oferecer
um mix exclusivo de vodka barata e Perrier. Sem gás, é claro.

— E quente? — Eu ri, notando a falta de gelo.

Ele jogou um sorriso sexy sobre um ombro. — Eu sou elegante e chique


assim.

— Estou dentro.
Ele riu de novo e eu decidi que eu gostava de ouvi-lo rir. Eu precisava ouvir
mais daquele som.

Atravessei o quarto, tirei meus sapatos, e me sentei na beirada da cama. Ben


sentou ao meu lado e me entregou um copo. Ele o encheu com vodka e depois a cobriu
com a água sem gás.

Erguendo o copo, seus olhos encontraram os meus. — Vodka. Minha segunda


palavra favorita com V.

Meu sorriso vacilou. Gostaria de saber se nossa brincadeira de flertar era


permitida somente por meio de mensagens de texto, uma vez que ainda não tínhamos
realmente flertado em pessoa. Era permitido?

Eu tomei um gole e fiz uma careta para a mistura amarga queimando o


caminho da minha garganta. — Mmm, vodka e água.

Ben deu de ombros, tomando um gole muito mais equilibrado de sua autoria.
— Pelo menos é de baixa-caloria.

Isso me deixou triste. Não me interprete mal, eu apreciava o seu físico


impecável, mas eu queria dar a este menino um cheeseburger imediatamente. Talvez um
grande cupcake e um daikiri açucarado, também. Mas eu suponho que a vodka daria o
truque. E Deus sabia que a minha cintura poderia dar uma pausa. Meus croissants de
chocolate diários e café com leite espumoso tinham começado a somar. Olhei para cima e
vi Ben me examinando, levantando o sorriso brincalhão de um lado, só para mim. Este
homem me olhava com interesse definido, e em um instante de merda os sentimentos de
insegurança dentro de mim desapareceram.

Ele tomou outro gole, continuando a me avaliar por cima da borda do copo.
Eram momentos como este, quando ele ficava todo pensativo e tranquilo, que eu mataria
para saber o que estava passando pela sua mente. Especialmente quando eu estava
envolvida.

— Qual é o seu ângulo. — Ele perguntou, por fim.

— Desculpe? — Meu o quê?


— Eu só estou confuso sobre o que você quer, suas motivações. Todo mundo
tem um ângulo comigo, Emmy. Eu vi e ouvi todos os fotógrafos mandões tentando me
manipular a mostrar mais a pele, as meninas que só querem dizer que elas estão fodendo
um modelo. Perdoe-me se pareço um idiota, mas as pessoas costumam ficar em torno por
causa da minha aparência, dinheiro, fama, conexões, ou dos eventos VIP que eu posso
levá-los.

— Eu não estou interessada nessas coisas.

— Eu sei. É por isso que estou confuso. — Ele rodou a bebida em seu copo,
tomando outro gole.

Trabalhando ao lado de Fiona por muitos anos havia mexido com sua cabeça.
Assim como os executivos de hoje à noite, todo mundo queria um pedaço dele, um pedaço
desse homem divino.

— Você é doce comigo... tão generosa... é inesperado... — Ele esfregou a parte


de trás do seu pescoço, olhando perdido.

— Ben, quando te vejo no set e você está cansado ou com fome ou têm baixa
de açúcar no sangue... Minha mãe me criou melhor que isso. Não posso deixar que um
homem passe fome.

— Então você é um pouco uma vendedora ambulante de alimentos. — Ele


sorriu.

— Acho que é um gene herdado. — Voltei seu sorriso inquieto.

— Eu sinto muito. — Ele balançou a cabeça. — Eu costumo ser cético sobre


as meninas que querem ficar perto de mim. Você vai me dizer se há algo que você quer?
Fotos autografadas para seus amigos, talvez? Diga-me o que você quer de mim, Emmy.

Corei irracionalmente. Eu sabia que ele não poderia ler os meus pensamentos,
ou ver o vídeo sujo de mim e ele se repetindo dentro da minha cabeça. — Bem, eu não
tenho um ângulo. — Eu não sabia como responder a ele, e eu certamente não poderia
admitir meus sentimentos, então eu fiz a única coisa que eu podia. Peguei o livro em seu
travesseiro. — O Príncipe, hein? Você é mais do que apenas um rosto bonito. Estou
impressionada. — Minha tentativa desajeitada de uma mudança de tema foi encolhida
dignamente.

Ben pareceu ir com ele, no entanto, um sorriso de satisfação puxou sua boca.
— Eu sei ler. Vamos nos acalmar. — Disse ele secamente, tirando o livro das minhas
mãos.

— Desculpe, eu não quis parecer tão surpresa, mas honestamente, você deve
saber que os modelos geralmente não são conhecidos por sua inteligência. —
Arrependimento imediatamente seguiu o meu pequeno discurso.

O queixo de Ben se contorceu. — Justo. Chato. Mas justo. Nada é pior do que
se apresentar para uma sessão, só para ter um fotógrafo falando comigo como uma criança
pequena.

— Eles fazem isso?

— Você não acreditaria quantas vezes. Metade deles é apenas arrogante e rude,
e a outra metade age como se quisessem estar nas minhas calças.

Eu ri. — Babacas.

— Precisamente. Posso encher a sua?

Minha pequena mente depravada de sexo pensou que nós estávamos pulando
na conversa suja até que eu percebi que ele estava abrindo outra minigarrafa de vodka e
estava aguardando a minha resposta. — Oh, com certeza. Posso ir ao banheiro de menina
em primeiro lugar?

— Eu só tenho o de um menino, mas ele é todo seu.

Eu caminhei para o banheiro, fechando a porta atrás de mim. Uma linha de


produtos de beleza de luxo de homens enchia a bancada de mármore, e uma escova de
dentes elétrica chique estava colocada em seu carregador. Se tudo isso não fosse o
suficiente para me dizer que este homem era diferente dos garotos lá de casa, o par de
cuecas boxer pretas, Armani Exchange, que jazia descartada no chão deveria ser. Uma
parte de mim gostava de ver que ele ainda era apenas um cara, um banheiro bagunçado
com o assento do vaso sanitário levantado era tudo de um cara normal.

Eu não poderia explicar a ele, e muito menos a mim mesma, o que eu estava
fazendo aqui, que não fosse simplesmente ceder à atração de estar perto dele. Ele era lindo,
engraçado e me fazia sentir viva em todos os jeitos. Ok, eu acho que era razão suficiente.
Olhei no espelho quando lavei minhas mãos. Este homem saia com supermodelos. A
menina no espelho não era supermodelo. Eu não era delirante o suficiente para pensar que
poderia se comparar com as mulheres a que ele foi exposto. Cabelo liso castanho, olhos
grandes cinza-azulados, uma boca engraçada que muitas vezes se curvava num sorriso sem
nenhuma razão aparente. Eu era normalmente descrita como bonita. Não que eu já
houvesse me importado antes. Mas, estando em torno de modelos o tempo todo me fez
desejar ter seis metros de altura, com as pernas até minhas axilas e parecer melhor descrita
como exótica. Infelizmente, isso não estava nas cartas. Eu penteei as ondas soltas do meu
cabelo castanho com os dedos. A menina olhando para mim era uma confusão de nervos.
Qual foi o real motivo de Bem, me trazendo aqui? Gostaria de saber se Fiona já se sentiu
insegura. Provavelmente não com seus Louboutins de mil dólares, roupas de grife e a
atenção masculina que ela ganhava com um simples sorriso. Eu desisti e coloquei meus
cabelos indisciplinados para trás das minhas orelhas.

Ben era sexy, rico, e provavelmente tinha meninas tirando suas calcinhas à
esquerda e direita. Sim, eu tenho certeza que ele já teve mais bundas do que um assento
sanitário, yadayadayada. Três garotas, como se... Cale a boca, Emmy. Eu era inteligente,
trabalhadora, e uma boa cozinheira. Se isso era tudo que eu tinha para oferecer, seria o
suficiente ou não. Eu era a garota que ele tinha convidado a voltar para o seu quarto,
caramba.

Eu levantei a toalha de mão do balcão e parei gelada. Duas garrafas de


medicamentos prescritos estavam colocadas embaixo. Mais três frascos de comprimidos
colocados na prateleira de vidro sob a penteadeira. Eu me perguntava para que eles
serviam. Ele não parecia doente, mas ele tinha mais comprimidos do que uma farmácia.
Sério, ele estava doente ou morrendo? Isso poderia ser a única razão provável para todos
esses vidros. Caso contrário, ele tinha um grande problema. As palavras de Gunnar
surgiram na minha cabeça. Algo sobre Ben estar uma bagunça, sem um monte de pílulas.
Não podia ser verdade. Ben não parecia desse jeito por nada. Minha mão tremia quando eu
levantei a garrafa no balcão. O nome do medicamento era algo estranho para mim. Sem
chance de pronunciar isso.

Ben bateu na porta. — Você está bem aí?

— Tudo bem! — Eu gritei. Meu coração pulou em minha garganta, como se


ele fosse de alguma forma saber que eu tinha bisbilhotado. Não estava realmente
bisbilhotando já que tudo estava em aberto, mas ainda assim. Eu enterrei as garrafas de
volta sob a toalha e limpei o cenho confuso do meu rosto antes de voltar até ele.

— Ai está ela. Pensei que eu ia ter que enviar uma equipe de busca. — Ben
tinha retirado sua camisa e estava agora em calças pretas e uma camiseta branca com decote
em V que contrastava com sua pele bronzeada.

— Não... Eu estou aqui. — Eu sorri, a tensão caindo de meus ombros.

Ben me olhava com os olhos bem reservados, e eu me perguntei se ele sabia


que eu tinha visto sua coleção de pílulas. Então, novamente, ele poderia ter estado olhando
minha reação, porque quando eu vi o que estava em sua cama, minha respiração ficou presa
na minha garganta.

Ele riu suavemente. — Que animador, né?

Eu tropecei num impasse. Sua cama tinha uma série de brinquedos sexuais -
chicotes, algemas, vibradores, estranhas coisas pequenas de borracha que eu não sabia
nomear e uma grande caixa que estava descartada nas proximidades. — O... o que é tudo
isso?

Ben riu da minha resposta inocente. — Gunnar olha as minhas cartas de fãs e
só me dá o que ele acha que pode ser interessante. Isto veio de uma empresa de brinquedos
sexuais. Eles querem que eu seja o garoto propaganda deles.

— Oh —. Meu pulso acelerou. — E você vai?

— Não planejo isso, não. A garota com quem eu estiver não precisaria de
nenhum brinquedo, então eu não seria um bom advogado para os seus produtos. — Ele
deu uma tapinha na cama ao lado dele. — Venha se sentar. Eu apenas pensei que seria
divertido olhar.

— Certo. — Eu me juntei a ele na cama, me arranjando educadamente ao lado


dele. Com certeza havia um monte de brinquedos excêntricos.

— Se você quiser alguma coisa... — Ele parou, deixando a segunda metade da


frase não dita, mas sedutora do mesmo jeito. Será que ele estava perguntando se eu queria
alguns brinquedos sexuais? Eu lutei para manter minha respiração controlada, mas eu podia
sentir o calor subindo no meu pescoço, meu peito subindo e descendo em ofegos rasos.
Sexo. Ben. E pensar que eu só tinha tirado minha mente da sarjeta.

— Ben... Sei que as coisas esquentaram entre nós na outra noite... mas eu não
quero dar-lhe a impressão errada. Eu não sou aquela garota. Eu nunca tive um caso de uma
noite. Eu sou mais do tipo que tem relacionamento sério, um namorado de cada vez. —
agradecendo que minha voz soara calma, eu puxei uma respiração e encontrei seus olhos.
— Isso não vai funcionar para mim. Sinto muito.

Ele me olhou com uma expressão divertida. Ele se inclinou para sussurrar
perto do meu ouvido, seu hálito quente contra a minha pele. — Quando eu quero algo, eu
posso ser muito persuasivo.

— O que você quer? — Eu sussurrei, mal reconhecendo minha própria voz.


Ela estava sem fôlego e muito alta.

Ele esfregou seus lábios contra meu queixo, a boca tão perto que eu podia
sentir a tensão em seu queixo, enquanto ele lutava contra a vontade de me beijar. — Eu
quero foder, Emmy.

— Quem? — Calor inundou meu rosto, e eu lutava para manter profundas


minhas respirações.

— Você —. Olhos escuros de Ben vagaram sobre mim, e as pontas dos dedos
acariciaram meu queixo. — Pare de brincar comigo. Eu quero você. Você não é como as
outras garotas.
Eu sabia que ele podia ver o meu pulso vibrar violentamente contra o meu
pescoço. Eu estava dolorida, distraída e completamente fora do centro. Eu lhe disse que
não, o convenci de que isso não poderia acontecer, mas era tudo que eu conseguia pensar.
Tudo o que eu queria. Eu queria sentir suas mãos grandes e quentes no meu corpo, senti-lo
pressionar aqueles lábios cheios e sensuais sobre a minha pele. Eu queria que seu espesso
comprimento invadisse meu corpo, enquanto ele sussurrava coisas sujas no meu ouvido.

Eu ainda não tinha respondido, e ele estava esperando. Ainda me observando.


Eu sabia que o estava frustrando, e eu não queria. Eu estava deixando os dois insatisfeitos,
mas eu não podia me deixar dar esse salto, poderia? Isso poderia realmente ser apenas
sexo? Talvez eu seja estúpida de me negar isso. Não era todo dia que uma menina chegava
a passar alguns meses vivendo e trabalhando em Paris e tendo um caso com um
supermodelo. Eu quase ri da minha situação. Quase. Mas o olhar faminto de Ben ainda
estava trancado em mim.

— Eu quero ser claro. — Sua voz caiu mais baixa. — Meu passado é
complicado, meu futuro é incerto, eu viajo o tempo todo, eu me mudo a cada poucos
meses. Mas nós temos isso. Aqui. Agora. Não me negue, baby.

Parte de mim não conseguia nem acreditar que eu estava questionando isso.
Havia pessoas com problemas reais no mundo. Doenças. A fome no mundo. E o meu
maior dilema era ceder ou não ceder ao requintado supermodelo Ben Shaw. Eu deveria ter
me dado uma tapa por me preocupar tanto com isto. Apenas uma vez eu queria fazer o que
eu desejava, ouvir o meu corpo, realizar os meus desejos ocultos em vez de ser a menina
boa, responsável que meus pais criaram. Eu queria sexo quente, suado. Sem compromisso.
Eu queria que este homem tivesse o seu caminho comigo, dominasse meu corpo, me
mostrasse todas as maneiras possíveis de me dar prazer.

Tudo neste homem escorria sex appeal. Sua mandíbula forte, a curva de sua
boca, o conjunto de sua postura, seus olhos possessivos. Seu sorriso desapareceu e ele
estava me observando atentamente.

Ben deixou cair a mão de meu queixo e puxou uma respiração afiada. —
Algum desses interessa você? — Sua mão varreu a cama, indicando a variedade de
brinquedos de grandes dimensões.
Eu ri nervosamente. — Uma dama nunca conta.

— E um cavalheiro nunca pergunta, mas eu não sou um cavalheiro, então


desembucha, querida.

Não o deixe ver como você está abalada. Seja confiante. Empurrando meus
ombros para trás para esconder o brilho de calor que percorreu meu núcleo, apontei para
um brinquedo brilhante, roxo e modesto. — Isso daria o truque.

— Hmm. — Ele olhou cuidadosamente o brinquedo que eu tinha indicado. —


Nós vamos ter que trabalhar nisso então. — Ele colocou o maior ao meu quadril , um
membro longo, cor de carne, muito grosso.

— Ha, não é engraçado. — Eu me mexi desconfortavelmente na cama. A


maldita coisa estava cutucando meu quadril. — Nããão, eu não preciso de tudo isso.

— Eu não estava falando sobre o brinquedo, meu amor. — Seu olhar foi
direto para o meu. Ele pegou um pequeno vibrador prateado, o segurando em sua grande
palma masculina. — Você pode pegar esse emprestado. Não vai me deixar mal. — Sua voz
tinha caído ainda mais baixo e enviou uma onda de desejo por mim.

Eu não tive coragem de dizer a ele que eu tinha o modelo atualizado lá em


baixo no meu quarto. Meu coração subiu um nível, gaguejando dentro do meu peito.
Minha decisão de manter as coisas no nível profissional desapareceu. O álcool tinha me
deixado gloriosamente relaxada. E um pouco ligada.

Ben ligou o brinquedo, deslizando-o ao longo do meu joelho. O burburinho


suave contra a pele nua fez toda a minha perna formigar. Eu engoli com força. Eu apertei
meus joelhos juntos, minha respiração superficial e rápida demais. O zumbido suave do
brinquedo enviava pequenos solavancos na minha perna quando Ben preguiçosamente
traçava contra a minha pele. Minha calcinha estava encharcada e os meus seios, eu os
sentia cheios e pesados, soltavam a cada respiração.

Ele colocou o brinquedo contra o meu joelho. Eu comecei a tremer.

— Ben? — Minha voz era um murmúrio suave, mas eu quis dizer isso como
um aviso.
Ele me ignorou, movendo o brinquedo, pequeno zumbindo, numa progressão
lenta até minha coxa.

— Shh. Deixe-me fazer você se sentir bem. — Ele empurrou o tecido do meu
vestido para cima, expondo minha calcinha branca e levemente pressionou o brinquedo
contra o tecido já úmido. Segurei seus bíceps como apoio quando o prazer disparou através
de mim.

Eu sabia que as coisas poderiam ir mais longe, se eu quisesse. E eu queria


desistir. Muito. Mas eu sabia que, apesar de só conhecê-lo por pouco tempo, isso não seria
apenas um ato físico. Meu coração já foi envolvido. Maldito sexo casual.

— Nós não podemos fazer isso. — Eu encontrei a minha voz que, no entanto
parecia trêmula.

— Me deixe fazer você gozar. — Sua voz era crua com a necessidade.

Ele tocou minha calcinha com o brinquedo, o esfregando em círculos ao longo


da minha carne sensível. — Não é isso que você quer?

Eu puxei meu lábio inferior em minha boca e mordi. Oh Deus, sim. Eu queria
gozar. Eu precisava da liberação.

Sem esperar pela minha resposta, sua boca quente se fechou sobre a minha. Os
lábios estavam cheios e macios e, ao mesmo tempo, exigentes. Ele beijou meus lábios, meu
pescoço, antes de se afastar para me assistir. Tomou seu tempo, apenas escovando os
lábios com os seus, deixando a antecipação construir enquanto as respirações se
misturavam.

Seus lábios estavam levemente pressionandos contra os meus, não levando,


mas buscando. A resposta foi sim, Deus, me ajude. Sim para tudo o que quisesse. Para isto.
Para nós. Mesmo que fosse apenas uma noite de paixão, eu estava indefesa contra este
homem. O brinquedo cantarolava contra mim, me trazendo cada vez mais perto.

Ele mordiscou meu lábio inferior e deixei escapar um murmúrio fraco de


protesto ou incentivo, eu não tinha certeza do que. Ben entendeu como desejo de mais,
porque de repente sua língua acariciava meu lábio inferior, onde seus dentes tinham apenas
estado. Minhas mãos se moveram contra a parte de trás de seu pescoço e o puxei para mais
perto. Sua língua entrou em minha boca, flertou, deslizando gloriosamente contra a minha.
Os momentos roubados dentro do meu quarto de hotel voltaram correndo. Seus beijos
eram viciantes e desejo se agrupou entre as minhas coxas.

As poderosas sensações me atravessaram, e eu exalei num gemido. Ele não me


beijou. Apenas observou minha expressão quando ele moveu o brinquedo contra mim. Eu
ia gozar. Com ele me observando. Meus dedos se fecharam ao redor de seu pulso e deixei
escapar um gemido. Eu estava tão perto. Minhas pernas se separaram e meus quadris se
deslocaram, lhe permitindo chegar ao local que eu precisava. Ben gemeu e, usando a mão
livre, deslocou a ereção que forçava em sua calça. Olhei para baixo e o vi massagear o
brinquedo contra mim, e meu mundo explodiu em um milhão de pedaços minúsculos. Meu
corpo se apertou descontroladamente, precisando de algo para preenchê-lo.

Ainda me recuperando do meu orgasmo intenso, eu gemi. — Ben, foda-me.

Ele desligou o brinquedo e se aproximando puxou minha calcinha úmida pelas


minhas pernas, beijando minha coxa quando ele atirou o tecido à distância. Nossas mãos
estavam de repente em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele abriu o zíper do meu
vestido enquanto eu puxei sua camisa sobre sua cabeça.

Ele tirou as calças e boxers fora, num movimento breve, ficando nu e


totalmente ereto na minha frente. Agora eu entendi o que ele quis dizer sobre o grande
brinquedo e trabalhar nele. Para ele. Uma caixa de duros abdominais definidos liderava o
caminho para uma ereção pesada. Ele era grande. Maior do que qualquer um dos caras com
quem eu tinha saído antes. E ele era lindo lá embaixo. Todo homem. Longo, reto e grosso.
Eu tinha o desejo forte de enrolar a minha mão em torno dele, para tocá-lo e ver se ele era
real. Mas neste momento parecia real. Eu podia ver seu peito expandindo com suas lentas
respirações e sentir o cheiro do perfume masculino de sua pele.

Ele se inclinou sobre mim, me obrigando a deitar sobre a cama. Seu corpo
cobriu o meu, me apertando contra o colchão. Eu senti um dos brinquedos pressionar a
parte inferior das minhas costas, o que só fez o momento mais erótico. Minhas pernas se
moveram em torno de sua cintura, puxando-o para mais perto. Ele soltou um gemido sem
fôlego contra o meu pescoço, fazendo com que os músculos do meu sexo cerrassem
desconfortáveis.
Nós caímos juntos na cama, beijando profundamente. Só meu sutiã
permaneceu no local. Ben enfiou a mão na gaveta da mesa de cabeceira e retirou um pacote
de preservativos. Ele se inclinou para me beijar, enquanto ele rolava um.

— Vem pra cima, vaqueira. — Ele me levantou sobre ele para que meus
joelhos estivessem em ambos os lados de seus quadris. Olhei entre nós onde seu longo
comprimento estava apoiado na barriga, quase alcançando seu umbigo. Engoli uma onda
de nervos, enquanto um sorriso puxou um canto de sua boca. — Apenas pegue o que você
pode aguentar.

Meu doce Jesus, eu já estava fora do meu alcance. Pensei em nossos textos
sensuais e um arrepio quente correu pela minha espinha. Ninguém poderia me ligar da
forma como este homem poderia.

Ele cutucou contra mim e de repente eu me preocupei se ele caberia. Eu me


abaixei para ele e me deixei cair lentamente. Centímetro por agonizante centímetro,
enquanto me esticava. Eu estava completamente ultrapassada pela súbita sensação de
plenitude. Chupando numa respiração afiada, eu fechei os olhos e agarrei seus ombros
enquanto ele lentamente, mas completamente, me preenchia. A grande mão de Ben no meu
quadril me guiava, encorajava, e seus olhos escuros assistiam aos meus. Seus quadris se
moveram para fora da cama, me enchendo e recuando, seu pênis grosso arrastava
lentamente dentro e fora de mim. A sensação era incrível. Demais, mas ainda não o
suficiente, ao mesmo tempo.

Sentei-me em linha reta, girando os quadris em pequenos círculos, incapaz de


parar os gemidos que saíam dos meus lábios. Eu aumentei meus movimentos, deslizando
para cima e para baixo, e seus olhos caíram fechados. Uma onda de orgulho inchou dentro
de mim. Cada vez que eu afundava mais baixo e ficava completamente cheia, o prazer
explodia numa nova sensação. A necessidade crua me consumia e meu ritmo aumentou
contra ele.

— Bennn... — Seu nome era perfeito para gemer e usei isso a meu favor,
repetindo isso como um mantra a cada vez que atingia o ponto certo.
Suas mãos chegaram por trás de mim, desabotoando meu sutiã, e o removendo
dos meus braços enquanto eu me movia contra ele. Ele se sentou para tomar meu peito em
sua boca, lambendo e chupando quando eu saltava com os nossos movimentos.

Eu estava apenas vagamente consciente de que as luzes queimavam


brilhantemente sobre nossa cabeça, e enquanto isso deveria ter me feito autoconsciente,
isso não aconteceu. Eu queria ver esse homem lindo. Com ele eu me sentia viva. Não havia
espaço para a autoconsciência, sorrateiramente se infiltrando pelas bordas. Eu deixei ir
todas as inibições e me movi contra ele, gritando seu nome em uma ladainha de lamúrias.

— Chega. — Ele se sentou e me moveu para baixo dele num movimento


rápido. O homem tinha força nele. O tom de sua voz e sua expressão séria me fizeram
pensar que eu tinha feito algo errado. — Nada mais de brincadeira. Eu preciso te foder
duro agora.

Oh.

Ele moveu minhas pernas, arranjando-as e assim eu estava completamente


aberta para a sua leitura e, em seguida, ele a empurrou para frente, afundando em mim,
invadindo meu corpo com o dele. Minha respiração ficou presa na minha garganta e eu
lutava para respirar.

— Porra, Emmy. Você é tão boa. — Seus olhos estavam escuros, os lábios
entreabertos, e sua respiração rápida. Este homem, que estava sempre no controle perfeito
estava perdendo-o. Para mim. Eu arqueei minhas costas, enquanto o prazer corria através
de mim.

Havia sempre um jogo de adivinhação delicada na primeira vez que eu tinha


intimidade com alguém novo: querendo saber quanto tempo ele iria durar, se ele ia me
avisar antes que ele gozasse, se ele faria isso alto, ou completamente silencioso. Com Ben,
eu não tinha que adivinhar.

— Esta bucetinha apertada vai me fazer gozar rápido demais. — Seu ritmo
diminuiu, arrastando seu comprimento dentro e fora de mim, lentamente. Ele moveu a
mão entre nós e pressionou o polegar firmemente para o meu clitóris. Eu gritei alto,
movendo os quadris.
Eu amei como ele sabia retardar a quase parar, para que eu desfrutasse
completamente das sensações que floresciam dentro de mim. Minhas paredes apertadas se
agarraram a ele, pulsando e apertando como o prazer explodindo dentro de mim.

— Bennn... — Eu respirava.

Sua mão se afastou e seus golpes desaceleraram, ordenhando o segundo


orgasmo do meu corpo.

Uma vez que me acalmei, o ritmo pegou e ele bombeou em mim várias vezes,
duro e rapidamente. Ele enterrou o rosto em meu pescoço, me beijando suavemente
quando ele gozou. — Emmy...

A profundidade, a qualidade de sua voz quebrada contra o meu pescoço me


desfez. Eu estava apaixonada por ele. Ele poderia me possuir por completo, me usar como
seu brinquedo, e não me importaria. Essa percepção enviou uma corrida de pânico através
de mim.

O que eu estava fazendo mesmo? Esta não era eu.

Eu me afastei do casulo quente de seu corpo. — Ben, nós não podemos fazer
isso... Fiona vai me demitir...

Sua testa se juntou. — Quem eu fodo não é assunto de Fiona.

— Isso é bom. — Na verdade, ardia como o inferno. — Porque ela me odeia,


e eu não quero que nada afete sua agenda.

Ele sorriu para mim como se eu fosse uma criança pequena. — Eu posso lidar
com Fiona.

Tudo isso era demais. Eu precisava sair deste quarto. — Eu provavelmente


deveria ir. — Eu pulei da cama, recolhendo minhas roupas.

Ele se sentou, a confusão aparente em suas feições. Seus lábios, sempre cheio e
sensual, estavam inchados e ligeiramente rosados, sua respiração ainda era muito rápida. Eu
quase me senti mal por deixá-lo assim. Quase. Até que eu percebi que estava no mesmo
esfarrapado estado. Meu coração estava batendo fudidamente, e eu estava tonta, não do
álcool, mas dele. Ele era inebriante. E, aparentemente, não havia nada entre nós, apenas o
ato físico. Não era o suficiente. Entrei na minha calcinha ainda úmida e deslizei-as em
minhas pernas.

— Tudo bem. — Ele não tentou me parar, e eu não tinha certeza do que isso
significava, mas uma pontada de decepção se estabeleceu em meu peito. Eu puxei meu
vestido no lugar e coloquei meu cabelo atrás da orelha. Ele se levantou da cama e me
acompanhou até a porta. Escapando para os meus sapatos, corri através da porta aberta.

— Emmy? — Sua voz baixa tomou conta de mim de uma forma que era ao
mesmo tempo familiar e inebriante.

Virei para encará-lo.

Sua expressão se suavizou, se tornou mais grave. — Você está bem?

— Eu estou bem. Vejo você pela manhã. Seu horário de chamada é oito e
meia. — Eu murmurei ainda fraca e trêmula do nosso encontro erótico.

Linhas de expressão se estabeleceram em torno daquela boca sensual. — Eu


sei. Gunnar me contou.

— Bem, boa noite. — Eu desapareci no corredor, tentando esquecer o olhar


em seu rosto, que não poderia ter sido de decepção.

Quando cheguei ao meu quarto, meu coração e minha cabeça estavam em


guerra com o meu corpo. Meu corpo sabia exatamente o que queria, Ben. Minha cabeça
sabia que deveria desenhar uma linha profissional entre nós e mantê-la. Meu coração
acelerou, um tolo, com esses pensamentos. Isso era ruim. Andei meu quarto de hotel,
minhas pernas ainda parecendo geleia da trepada que ele tinha me dado. Não havia
nenhuma maneira de que eu fosse capaz de dormir ainda. Eu ainda estava embriagada de
vodka, e meus hormônios estavam em fúria.
Eu precisava de Ellie. Ela saberia o que fazer.

Nós não tínhamos estado em contato desde que eu cheguei. Eu tinha deixado
seus e-mails sem resposta e sabia que era hora de dar-lhe uma atualização antes que ela
chamasse uma equipe de resgate. Eu me senti um pouco culpada, percebendo que eu nunca
sequer liguei para ela, desde que eu tinha desembarcado. Este telefonema demorou muito
tempo. Ela poderia me ajudar a resolver esta bagunça. Ellie nunca teve nenhum problema
no departamento de caras. Sua aparência era escura e exótica e ela exalava confiança,
suficiente para captar a atenção de qualquer homem. Eu me sentia como um peixe fora
d'água quando se tratava de homens. Especialmente um homem como Ben. Orei para que
ela tivesse algumas respostas para mim. Se eu quisesse sobreviver aos próximos três meses,
eu precisava de ajuda.

Olhando para o relógio, eu percebi que era de tarde em Nova York. Era
provável que Ellie estivesse no trabalho. Mas com um pouco de sorte, eu poderia pegá-la.

Andei pelo meu quarto de hotel enquanto o telefone chamava. Além de


chamar minha mãe quando eu tinha chegado, era a primeira vez que eu colocava o meu
plano de chamada internacional para trabalhar.

— Emmy.! — Ela respondeu após vários toques.

Eu ri apesar de tudo. — Ei, Ellie.

— Como está Paris? Como está a megaputa? Eu sinto falta de você! A nova
companheira de apartamento é um pesadelo.

Meus ombros relaxaram ao som familiar de sua voz e eu afundei na cama. —


Tudo está bem. Deus, menina, eu sinto sua falta. Eu estou precisando de algum tempo de
meninas, muito.

— Qual é o nome dele, querida?

Eu soltei um suspiro profundo. Era tão óbvio? — Ben.

— O nome soa bastante inofensivo. Então, qual é a história com este Ben?
— Ele é a razão de estarmos aqui durante toda a primavera. Ben Shaw. Apenas
olhe no Google. Ele esta meio fora do meu alcance.

— Então, você quer saber como levá-lo a perceber você? — Eu podia ouvir
Ellie digitando - no trabalho, sem dúvida.

— Não. Nós saímos um par de vezes, mas Deus, Ellie, ele é um maldito
supermodelo. Eu gosto dele, mas falando sério, que chance eu tenho?

— Calma, você é tão bonita quanto eles. Ok, por favor, espere, estou
pesquisando o Google agora. Eu preciso de um visual.

Engoli em seco nervosamente e me recostei na cama, esperando por ela, para


confirmar que eu não tinha chance nenhuma com este homem.

— Foda-me correndo, ele é quente. Eu arrancaria aquela cueca Calvin Klein


com os dentes. Mordiscaria esse pacote.

Eu ri. Infelizmente, eu sabia exatamente qual foto ela estava olhando. Era uma
das primeiras imagens que surgiam no Google quando você digitava seu nome. — Eu te
disse.

— Sério, eu morderia esse pau duro através do tecido. Apenas roendo-o.

Não havia rodeios com Ellie. Ela sempre dizia exatamente o que estava em sua
mente. É por isso que eu sabia que o seu conselho seria perfeito.

— Ele é realmente tão quente em pessoa? Sem a iluminação e câmera, em


ângulos perfeitos? — Ela perguntou.

— Mais gostoso. — Eu confirmei. Algo sobre o tom profundo de sua voz, a


maneira como ele se portava confiante, a sua inteligência. Ele era o pacote completo.

— Maldição, querida. Então... vocês têm saído... — Ellie me incentivou a


continuar.

— Sim, tomando bebidas, coisas assim, e é claro que eu o vi no set. Ele me


enviou um par de textos impertinentes. — Eu sorri com a lembrança.
— Ohhh, um menino quente que sabe o valor de mensagens sujas. Eu aprovo.
— Eu podia ouvir o sorriso em sua voz.

— Sim, mas eu me sinto tão fora do meu elemento. Estou dividida entre
manter as coisas profissionais e tirar minha calcinha toda vez que eu o vejo.

Ela riu profundamente, a risada gutural que eu sentia falta. — Meu voto é
calcinha.

— Bem... sobre isso... — Eu hesitei.

— Você dormiu com ele?

— Não. — A mentira deslizou facilmente da minha boca. — Só brincamos um


pouco. — Com o pênis dele na minha vagina. Trinta minutos atrás.

— Ok, bem, se você realmente gosta dele... faça-o esperar por sexo. Caras
gostam de perseguição. Não desista imediatamente.

Merda — Certo. — Foda-se. Eu passei a mão pelo meu cabelo emaranhado.

— Sério, apenas se divirta, garota. Não pense demais nisso. Mesmo que ele seja
um modelo, ele ainda é só um cara.

— Ellie, ele costuma sair com supermodelos. E tenho certeza que ele está
acostumado com meninas se jogando nele à torto e a direito.

— Sim, exatamente, mas isso é exatamente o que você não vai fazer. Não seja
uma de suas groupies, seguindo-o como um cachorrinho perdido. Seja Emmy. Você é
engraçada, legal e real. Se ele gosta de você, ele gosta de você.

— É verdade. Obrigada, querida. — Ela fez parecer tão simples. Eu sabia que
podia contar com Ellie.

— Ok, bem, eu tenho que voltar ao trabalho. Me mantenha informada. Ah, e


Em... não se apaixone por ele.
Me pedir para não me apaixonar por Ben era como pedir a um traficante para
não deixar você ficar viciado. Não era possível. — Obrigada por seu conselho. Tchau,
querida.

Eu terminei a chamada e rolei para o lado, abraçando um travesseiro no meu


peito. O cheiro de Ben ainda estava na minha pele. Eu poderia lembrar com detalhes
perfeitos o jeito como o sentia dentro de mim, com o corpo rígido em movimento acima
do meu. E eu queria mais.
Capítulo 08
Emmy

Com palavras de Ellie ainda zumbindo na minha cabeça, eu estava pronta para
o trabalho, fingindo uma confiança que eu não sentia. O combo de seis horas de sono e
uma névoa de vodka não ajudava, também. Antecipando ver Ben no set foi um tipo
especial de tortura. Minhas bochechas estavam iluminadas como uma árvore de Natal e eu
pouco podia fazer para escondê-las. As lembranças da noite passada inundaram meus
sentidos. Ben esfregando o brinquedo junto à minha calcinha. Empurrando o seu grande
pau dentro de mim. Me alongando, me enchendo quase ao ponto da dor. Me beijando,
enquanto seus gemidos guturais pontuavam o silêncio. Me lembrei de como ele perdeu o
controle, gemendo meu nome quando gozou. Não era uma memória que eu iria esquecer
tão cedo. Se acontecesse alguma vez.

Ele era, de longe, o melhor amante que já tive. Ele era confiante e seguro.
Extremamente em sintonia com o seu corpo e o meu. Não haveria como esquecer a noite
passada. E era disso que eu tinha mais medo. Eu ficaria para sempre comparando cada um
com Ben. E era exatamente por isso, que eu não deveria ter deixado a noite passada
acontecer. Eu silenciosamente me amaldiçoei. Como eu poderia trabalhar ao lado deste
homem toda a primavera?

Eu pude ouvir a voz de Ben e reuni coragem para entrar na área de


maquiagem. Eu não sabia onde estávamos depois de ontem à noite. Pedi para ele me foder,
e depois, prontamente corri para fora de seu quarto. Eu me senti como um idiota. Isso era
exatamente o que eu não queria que acontecesse, um estranho dia seguinte depois do
confronto. Tínhamos que trabalhar em estreita proximidade nos próximos meses. Eu
precisava manter minha cabeça no lugar. Eu empurrei meus ombros para trás e me dirigi
para trás das cortinas, da área de maquiagem.
Assim que o vi, todos os meus pensamentos sexuais foram destruídos. Ele
parecia o inferno. Olheiras forravam seus olhos, seu cabelo estava uma bagunça, e ele
estava largado sobre seu assento. Meu coração se apertou no meu peito.

— Não brinque com o seu café da manha. — Fiona repreendeu, de pé sobre


ele.

Ben olhou para cima, quase como se sentisse minha presença. Ele tinha
arranjado suas pílulas na forma de um rosto sorridente, na mesa em frente a ele.

Sua bebida verde do inferno, estava intocada ao lado dele. Eu me perguntei se


ele acordou sentindo os efeitos da vodka como eu. Pobre homem. De jeito nenhum eu
poderia engolir um punhado de pílulas ou aquela bebida. Por que diabos ele deixava Fiona
fazer isso com ele?

Felizmente, minha educação fazia efeito e eu nem sequer tinha que pensar. Ele
precisava tomar cuidado. Ele estava de ressaca. Muita vodka na noite passada. E pelo que
parecia, muito pouco sono. Eu pulei no modo de hospitalidade do sul e me dirigi para a
mesa de lanches retornando com um prato de torradas e uma xícara de café preto. Foi a
coisa exata que tinha curado minha ressaca algumas horas antes.

Movi a bebida verde de lado e coloquei o prato e a caneca. — Você precisa


comer alguma coisa.

Seu olhar torturado encontrou o meu e ele sorriu fracamente. — Obrigado.

Fiona bufou e se afastou, murmurando alguma coisa em voz baixa sobre os


carboidratos processados.

Tanto faz. Ela podia me morder. Fui criada melhor do que isso. Minha mãe
teria um ataque se visse com o que eles estavam alimentando esse homem. Pílulas e
vegetais misturados não eram uma boa refeição.

Ben levantou a fatia de torrada com manteiga à boca. — Eu não deveria ter
isso, você sabe.

— Coma. Isto vai fazer você se sentir melhor.


Seus olhos dançaram nos meus, comunicando tanta coisa. Ele claramente não
estava acostumado com pessoas que tomando conta dele. Apenas dele como pessoa e não
como um modelo. Seus olhos deslizaram, se fechando, quando ele tomou um gole do café
forte, e soltou um gemido de prazer. Eu sabia que era isso o que ele precisava. O homem
era humano, afinal. E nenhum ser humano deveria ser obrigado a suportar purê de
espinafre e couve com o estômago de ressaca. Estudei os comprimidos espalhados diante
dele na forma de um rosto sorridente. Os olhos eram duas cápsulas de ouro, vitamina E, eu
presumi, e o resto pareciam ser vitaminas, também, me deixando a pensar sobre todas as
garrafas de prescrição que vi em seu quarto. Será que ele só podia tomar aqueles em
particular? Prá que eles serviam?

— Você é problema, você sabe disso? — Ele perguntou, terminando o café e


as torradas.

— Você gosta. — Eu flertei.

Ele esboçou um sorriso. — Eu sei.

Ele me observou encher sua xícara de café, e eu não pude deixar de notar que
havia uma suavidade que eu não tinha visto antes. Essa suavidade era tão sedutora como
seu corpo duro.

Pouco a pouco, Ben estava me deixando entrar. Eu podia sentir que realmente
ele era apenas um cara normal, procurando por uma conexão. O pensamento me puxou.
Todo mundo tomou algo dele. Ninguém deu. Eles queriam fotos, autógrafos, assinaturas,
meninas queriam dormir com ele, Gunnar estava morrendo para transformá-lo em gay,
mas ninguém se apresentou para lhe dar abnegadamente a aceitação simples que ele
ansiava. Eu não sabia por que, mas meu cuidado com ele nesta manhã era um gesto maior
para ele, do que ficar nua em sua cama na noite passada.

Ele queria ser apenas... não ser o Ben Shaw, o homem, a lenda. Deve ter sido
isso o que ele estava tentando me dizer na noite passada. Talvez eu tivesse uma chance
com ele, afinal. Ou eu teria muito mais vodka com água e acredite, eu queria.

Mamã adoraria nada mais para mim do que eu me estabelecer com um cara
legal. Ela me lembrava disso cada vez que nós conversávamos. O que ela não compreendia
era que todos os caras legais que eu encontrava eram muito chatos. Isso me fez querer
experimentar algo diferente, algo novo e excitante. Caras agradáveis nunca deixavam meu
pulso acelerado com um texto sexy, ou usavam um brinquedo em mim até que eu estivesse
implorando para ser fodida. As lembranças da noite passada se recusavam a desaparecer.
Talvez nunca desapareceriam, eu tinha certeza. Visões de nossos corpos se movendo
juntos contra os lençóis, dançavam por minha mente, enquanto eu tentava me distrair
olhando para Ben.

Basta agir normal, Emmy. Vasculhei minha bolsa e lhe entreguei duas novas
pílulas para adicionar à sua coleção. Analgésico. — Aqui. Tome isso. Então vá fazer fotos
bonitas.

Ele sorriu. — Tudo bem.

Eu olhei para baixo, incapaz de lidar com toda a força do sorriso megawatt que
ele usou só para mim. Me obriguei a encontrar algo para fazer, enquanto Ben estava
cuidando de seu cabelo e maquiagem.

Trinta minutos depois, meu corpo ficou instantaneamente consciente quando


ele entrou no set.

Aparentemente recuperado, com um pouco mais de cor em suas bochechas,


Ben parecia incrível. Ele ficou no centro do estúdio contra um fundo branco, enquanto
dois estilistas se preocupavam com ele. Um brincava com seu cabelo, que foi denominado
em uma confusão perfeita. Cabelo de quarto. Outra enfiou a camisa no meio do caminho
do jeans para mostrar a protuberância impressionante na frente. Ela disse algo para ele e ele
riu suavemente, em seguida, baixou a mão até as calças e ajeitou a si mesmo. Puta que
pariu. Ela acabou de dizer a ele para ajustar o seu pau? Eu quase dei risada, se não fosse
pela memória esmagadora desse belo, grande pau. Pelo fato de que agora eu o conhecia
intimamente...

O olhar de Ben voltou para mim e minhas bochechas floresceram no cio. Eu


senti como se tivesse sido pega com a mão na botija. Mas eu acho que ele tinha sido o
único com a mão lá. Ele disse alguma coisa para os estilistas e, em seguida, caminhou
propositadamente para mim.

Seu olhar penetrante permaneceu nos meus. Mel morno com manchas de
verde musgo. — Podemos conversar? — Sua voz era baixa e atada com preocupação.
Eu balancei a cabeça. — Claro.

Sua mão capturou meu pulso e ele me rebocou ao virar a esquina, fora da vista
da equipe. Eu peguei os olhos de Fiona, que se concentraram na mão de Ben em mim e
estreitaram.

Depois de Ben me levar para atrás do grande set, estávamos a apenas alguns
centímetros de distância. Sua mão permaneceu no meu pulso, os dedos pressionando
levemente a pele. Meu pulso estava vibrando com o contato, meu corpo respondeu
instantaneamente.

Ben parecia legal e no controle. — Obrigado por cuidar de mim.

— Aquela mistura verde não parecia muito apetitosa.

— Não é. — Ele riu levemente.

— Bem, de nada, mas eu não fiz nada.

Sua voz se suavizou, — Eu agradeço por isso. — Ben deu um passo mais
perto e calor correu pela minha espinha. — Emmy, sobre a noite passada...

— Eu sinto muito por isso...

Sua mandíbula se apertou. — Você sente por que você correu de mim ou por
que isso aconteceu?

— Ben, nós trabalhamos juntos. Não devemos...

Ele acariciou meu rosto levemente com a mão livre. — Coisas como essa
acontecem na estrada, Emmy. Isso não faz de você uma pessoa ruim.

Agora eu me sentia como uma idiota ainda maior. Embriagada eu dormi com o
homem uma vez, e de repente eu estava agindo como se estivéssemos namorando.
Controle-se. — Foi divertido, certo? — Tentei uma postura mais alegre.
Ele sorriu seu sorriso de cair calcinha ao qual eu tinha ficado tão afeiçoada.
Seus olhos castanhos brilhantes queimavam intensamente, manchas de fundo verde
brilhando na luz. — Diga-me o que você realmente quer.

— Bem... — Eu consegui dizer, minha voz apenas um sussurro. Eu não podia


admitir o que eu realmente queria.

Ele deu um passo para mais perto, as pontas dos dedos caindo longe de meu
queixo enquanto ele me estudou de perto. Eu estava apavorada por ele ver como eu
realmente me sentia. Isso não era um pouco de diversão e aventura entre amigos que
transavam devido à conveniência de uma situação de vida estreita, como ele tinha deixado
implícito. Eu estava desenvolvendo sentimentos reais. Eu queria conhecê-lo, o real dele. Eu
queria sair em passeios românticos ao redor da cidade, relaxar na cama em seus braços,
aprender tudo sobre os muitos lados desse homem.

Fiona apareceu na esquina, obviamente curiosa sobre o negócio que Ben e eu


poderíamos ter juntos. Seu olhar se lançou para trás e para frente entre nós. — Os
fotógrafos estão prontos, amor, — ela falou lentamente em seu sotaque britânico perfeito.
Seus olhos se moveram novamente entre a expressão lúdica de Ben e minha postura rígida.
— Tudo bem?

Ben deixou cair a mão de meu pulso. — Claro. Eu só estava agradecendo


Emmy por sua preocupação mais cedo.

A boca de Fiona cerrou, sua mandíbula trabalhando. — Brilhante. Bem


pensado, Emerson.

Eu balancei a cabeça. — Não foi nada.

Nós três fizemos o nosso caminho de volta para o set num acordo silencioso.
O fotógrafo estava esperando por Ben, uma DSLR que provavelmente custava mais do que
um carro pequeno, estava pendurada em seu pescoço. Ele fez um sinal para Ben.

Eu o vi conversar com o fotógrafo sobre sua visão e rever os roteiros e fotos


de inspiração. Ben levava seu trabalho a sério, ele conseguia estar no comando - todo
testosterona, mordaz ainda que legal e brincalhão ao mesmo tempo. Ele era hipnotizante.
Apesar de sua fama na indústria, ele tinha uma maneira de deixar as pessoas à
vontade. Todos, desde os cenógrafos, os maquiadores, até os executivos que apenas
apareciam no set. O que era bom, porque Fiona costuma colocar todos numa confusão
fudida. Eu sei que ela me colocava. Mas eu assisti Ben trabalhar, discutir as especificidades
das fotos com este famoso fotógrafo, e eu imediatamente me acalmei. Ele tinha um efeito
estranho em mim. Num minuto ele estava me enrolando incrivelmente apertado, e no
próximo me cativando com apenas sua presença.

Ben entrou em posição no centro do set e foi rapidamente cercado pelos


estilistas, pessoal do cabelo e maquiagem, mas, honestamente, ele parecia perfeito. Eu
queria golpear as mãos deles. Não baguncem a perfeição.

O fotógrafo tirou algumas fotos, então chamaram para ajustes de iluminação.


Uma coisa grande, com aparência de guarda-chuva branco e um refletor de prata foram
ajustados em ângulos diferentes.

Uma vez que eles estavam prontos novamente, o fotógrafo dirigiu Ben muito
pouco. Ele sabia como se movimentar para a câmera, segurando cada pose para alguns
cliques, em seguida, virando, inclinando o queixo ligeiramente, fazendo beicinho com sua
boca, colocando as mãos na cintura, em seu cabelo. Ele sabia como trabalhar a câmera. A
única coisa que se manteve constante, apesar de seus movimentos era o seu olhar mortal,
olhando diretamente para a câmera. Aqueles olhos castanhos queimavam tão intensamente.
Um calafrio correu em minha espinha, quando me lembrei de quão escuros e famintos os
seus olhos pareciam quando ele esfregou o brinquedo contra minha calcinha na noite
passada.

O fotógrafo continuou clicando, com alegria óbvia, por conseguir trabalhar


com um grande talento. — Queixo para cima, — ele dirigiu. — Lindo —. Click, click. —
Relaxe os ombros. — Click. — Impressionante. Desse jeito. — Click, click.

Os anúncios dos jeans de grife que abraçavam Ben em todos os lugares certos
estariam em outdoors e em revistas no outono. Me senti como uma garota legal que tinha
conseguido dar uma espiadinha na ação por trás das cenas.

— Ótimo, agora olhe fora da câmera. Escolha algo para se concentrar. —


Disse o fotógrafo a Ben.
Seus olhos encontraram os meus.

— Bom, fique lá. — Disse o fotógrafo.

Os lábios carnudos de Ben se separaram e seu olhar deslizou mais abaixo,


fixando-se sobre o meu peito. Sua mandíbula se contraiu. Desejo correu através de meu
sistema. Meus seios estavam tão cheios e pesados, e praticamente pulsavam por seu toque.

Cada inclinação de sua mandíbula, cada flexão de seus braços, parecia sexual
para mim, um gesto silencioso. Eu suprimi um arrepio quente. As coisas que ele poderia
fazer ao meu corpo sem colocar um dedo em mim me assustaram. Este homem era
devastador para o meu sistema.

— Ardente! — O fotógrafo gritou, continuando a tirar fotos.

Se ele soubesse... Minha calcinha estava prestes a pegar fogo. Juro por Deus, eu
estava em perigo de incêndio. Ben precisava parar de me olhar assim. Seus olhos vagaram
pelo comprimento do meu corpo, e eu perdi todo o interesse que tinha em nos manter
afastados. Meu corpo queria muito isso. Ansiava por ele. Como um viciado precisando de
droga.

Tomei consciência de Fiona ao meu lado, sua postura rígida e agourenta. Ela
sabia que Ben estava me observando. — Não babe, querida. — Ela advertiu, sua voz cheia
de sarcasmo.

Eu fechei minha boca com força. Opa. Eu acho que estava olhando de boca
aberta para ele, e minha respiração estava muito rápida. Eu estava grata por ela não poder
conhecer os pensamentos correndo pela minha mente, o bombeamento de sangue ao sul,
fazendo minhas partes femininas pulsarem.

— Ele está indo muito bem. — Eu comentei do meu lugar. Mesmo a minha
voz me traindo, soando rouca.

Os lábios finos de Fiona se curvaram em um sorriso ensaiado. — Ben é muito


bom no que faz. Não deixe que ele te engane, porém, ele é um homem complicado. Com
um passado muito complicado. Eu estive com ele desde que tinha dezoito anos. Confie em
mim quando eu digo que as meninas vêm e vão. Ele precisa se concentrar em sua carreira,
não em ser alimentado por algum tipo de dona de casa do sul. Eu sei o que é melhor para
ele.

Eu balancei a cabeça. Sua advertência era ridícula. Não era? Ela não podia
realmente achar que Ben estava interessado em mim, poderia? Mas Fiona, obviamente,
sabia bem, trabalhando ao lado dele nos últimos quatro anos.

O fotógrafo capturou a ultima foto e o olhar de Ben relutantemente saiu de


mim e pousou em Fiona. Eu fugi para a área de maquiagem, com necessidade de encontrar
algo para fazer com as mãos trêmulas.
Capítulo 09
Emmy

Gunnar e eu tínhamos remarcado o nosso passeio e passamos o dia em silêncio


vagando pela enorme Catedral de Notre Dame. Depois, fomos caminhando até um
pequeno café para saborear um pouco de vinho e aperitivos.

Ouvi-o se queixar sobre o ultimo cara que estava vendo, enquanto mordiscava
o pão ainda quente, crocante e coberto com quantidades generosas de manteiga.

Nós estávamos no nosso segundo copo de vinho e eu ainda não tinha certeza
sobre abordá-lo para obter informações sobre Ben. Eu não queria dar nada e não queria
que ele soubesse que eu tinha começado a vê-lo intimamente.

— O que está em sua mente? — Ele sorriu para mim. — Você se parece com
o gato que pegou o rato, querida. Desembuche.

Certo. Tanta coisa para ser discreta. Eu era tão óbvia? — Não é nada. Eu só...
Eu estou meio que vendo alguém. Isso ainda é muito novo.

— Oh, isso é maravilhosamente divertido, uma emocionante nova etapa. Novo


sexo! Saúde! — Ela bateu sua taça de vinho com a minha. — Quem é o sortudo? Um
local? Eles não são circuncidados aqui, você sabe.

Eu quase cuspi meu vinho. Eu sabia que a circuncisão não era comum em
homens europeus, mas caramba. Isto era realmente a nossa conversa na hora do almoço?
— Ele foi... uh... não importa. — Eu sorri educadamente. Eu não estava dizendo a ele que
Ben era circuncidado. Senhor.
Gunnar riu. — Ele foi cortado... hmm, então ele não é um local. — Ele se
inclinou para frente sobre os cotovelos, com os olhos arregalados. — Puta merda, não é
um dos nossos meninos, não é?

Deus sabia que eu não poderia dizer uma mentira para salvar a minha vida. —
Sem comentários.

— Ha! Ele é um modelo da Status, não é?

Merda. Isso não era bom. Havia apenas alguns modelos que viajaram conosco
para Paris. — Talvez.

Gunnar sorriu. — Emmy. Pare de ser fofa. Eu sei que é Ben.

— Como? — Eu soltei.

Ele riu com facilidade, inclinando a cabeça para trás. — Um, você acabou de
admitir isso. Dois, ele é hetero, infelizmente para mim. E três, eu vi o jeito que você olha
para ele.

Droga. Eu era tão óbvia? — Não diga nada, Gunnar. Isto ainda é novo, e eu
não sei onde está indo. — Cidade Desastre, é aonde vai.

Ele tomou outro gole pensativo de seu vinho. — Eu não gosto disso, Emmy.
— Ele franziu a testa.

— É tudo brincadeira, Gunnar. Sério, não é um grande negócio. — Meus


sonhos de bombardea-lo para obter informações desapareceram. Gunnar não apoiava isso,
e eu não tinha certeza do por que.

Ele estendeu a mão sobre a mesa e pegou minha mão. — Você é uma garota
doce e saudável e ele tem mais problemas do que a Vogue, querida.

Meu estômago se virou, o vinho que eu tinha consumido remexeu. Como isso
poderia acabar bem? Talvez Gunnar estivesse certo. Eu precisava ser cuidadosa, manter
meu juízo sobre mim. Claro, tudo o que eu queria fazer era rastejar de volta para a cama de
Ben. Merda.
Quatro: o número de dias desde que eu tinha visto Ben.

Sete: o número de vezes que eu me permiti, ler nossa troca de textos


impertinentes.

Um: o número de vezes que eu tinha feito a mim mesma gozar, enquanto
gemia seu nome. Isso seria um hábito perigoso para entrar. Eu não poderia tê-lo correndo
em círculos na minha cabeça o dia todo e possuir todos os meus orgasmos. Eu precisava de
algo dentro do meu controle.

Eu me arrastei para a cama, apagando a lâmpada e descansando meu telefone


no travesseiro ao meu lado, só no caso. Eu não tinha ouvido falar dele, mas eu não tinha
chegado até ele, também. Eu sabia que nos últimos dias ele havia estado ocupado em
reuniões com diretores de elenco e designers para a próxima Semana da Moda de Paris. Ele
havia sido escalado para uma série de desfiles, de acordo com Fiona. Eu deveria me sentir
orgulhosa dele, animada pela agência que eu trabalhava, mas em vez disso eu me senti só.
Eu queria o homem, e não o modelo.

Não havia nada tão solitário como rastejar para a cama sozinha a quatro mil
milhas de casa. Minhas pernas estavam inquietas debaixo dos lençóis, meus membros
doloridos com a necessidade de fazer alguma coisa. Um bom treino no colchão daria o
truque.

Ben debaixo de mim.

"Vem para cima por cima, vaqueira".

Lembrei-me do jeito que ele me levantou pelos quadris, me movendo sobre


ele, posicionando-se na minha entrada... controlando o prazer de ambos.

Um arrepio quente rasgou pelo meu corpo, me fazendo desejá-lo mais. Eu


estava tão envolvida com ele, minhas emoções torcidas e cruas, meu corpo quente de
desejo, que eu considerei brevemente apenas sair voando de volta para Nova York e à
procura de um emprego regular. Um sem supermodelos e lobas britânicas. Eu estava uma
pilha.

Chutei as cobertas das minhas pernas inquietas, de repente, muito quente.


Vários dias sem ouvir sobre Ben, especialmente agora que tínhamos ficado íntimos, parecia
ser uma vida. Pelo menos Fiona e eu estávamos nos dando bem. Felizmente, ela não
suspeitava que eu tivesse me ligado ao seu bem mais valioso. Caso contrário, seria merda
batendo no ventilador. Difícil. Eu tinha mantido as coisas profissionais com ela esta
semana e tentei o meu melhor para não deixar seus comentários críticos me cortarem. Mas
durante os momentos de silêncio, e especialmente à noite, eu não podia culpar minha
mente por levar meus pensamentos até Ben. Eu me perguntava o que ele estava fazendo.
Se ele estava dormindo bem. Para que todos aqueles frascos de comprimidos eram. Eu sei
que eu deveria deixá-lo ir, mas algo dentro de mim não podia.

Eu precisava de alguma conversa de menina. Peguei meu celular e verifiquei o


tempo antes de chamar Ellie.

Nós conversamos brevemente, enquanto ela se preparava para o trabalho.


Principalmente ela reclamou sobre a nova colega de apartamento que bebeu todo o seu
leite de soja. Eu respirei fundo e decidi contar a ela sobre as coisas esquentando com Ben.

— Vou ficar passada se você me disser que você dormiu com ele. —Disse ela.

Eu ri. — Comece a ficar passada.

— O quê?— Ela gritou ao telefone, me fazendo rir ainda mais. —Puta merda,
Emmy. Detalhes, imediatamente.

— Bem, ele é incrível. Honestamente. O melhor de sempre.

— Caralho. Pau grande, também?

— Ellie — Eu ri novamente.

— O quê? Mentes curiosas desejam conhecimento. Com o que esse menino


trabalha? A pintinho pequenino ou pendurado como um hipopótamo?
— Hum... hipopótamo. — Eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto.
Deus, eu sentia falta de Ellie. Eu estava seriamente necessitada de algum tempo de garota.

— Então qual é o problema?

Eu tomei uma respiração profunda. — É apenas... Ele repetidamente me disse


que não quer um relacionamento. Eu acho que estou no meu limite.

— Baby. Seu pênis rivaliza com um Subway de 30 centímetros de


comprimento. Aproveite. Que porra há para pensar?

Deixei escapar um suspiro. Ela fazia parecer tão fácil. — Ele é difícil de não se
apaixonar, Ellie. Ele é lindo, inteligente, engraçado, atencioso, incrível na cama... — A lista
continuou. Oh, e, aparentemente, ele tinha mais problemas do que Vogue - de acordo com
Gunnar.

— Ah. Eu vejo. Escute bem, menina. Não há nenhuma razão que você não
seja a única no controle. Isto não é sobre o amor, ou se amarrar. Você acha que qualquer
homem no planeta pensaria duas vezes antes de se envolver em algum sexo sem amarras
com uma supermodelo? Claro que não. Qualquer homem encararia isso. Pegaria e depois
largaria. Pense como um homem, Emmy. Pense com seu pau.

Eu ri de novo com sua escolha de palavras. Foda entre amigos com Ben Shaw,
eu poderia fazer isso.

Depois da conversa estimulante de Ellie, eu me senti um pouco mais


encorajada e no controle sobre meu relacionamento com Ben.

— Eu tenho que começar a trabalhar. — Ela me lembrou.

— Certo. E eu tenho que dormir um pouco. Falaremos em breve.

— By! — Disse Ellie, terminando a chamada.

Eu me enrolei de lado, abraçando o travesseiro ao meu lado, e estava prestes a


dormir quando meu telefone soou ao meu lado. Minhas mãos mexeram nele no escuro. Só
aquela pequena badalada me fez pensar em Ben, que por sua vez me deu tesão. Eu era
como um cão de Pavlov treinado para aquele som.
Ben: É o meu aniversário... em quatro minutos

Olhei para o relógio. Quase meia-noite. Eu não sabia que era seu aniversário
amanhã, hoje, o que fosse. Sorri para a imagem dele deitado na cama, sozinho, vários
andares acima, se sentindo sozinho e apenas precisando de alguém que soubesse que era
seu aniversário. Eu gostava que eu fosse a pessoa que ele procurou. Eu esperei até que o
relógio mudasse à meia-noite, em seguida, mandei uma mensagem de volta.

Eu: Feliz Aniversário.

Ben: Obrigado, linda. Você deve vir para o meu jantar de aniversário
amanhã à noite.

Eu respondi que eu estaria lá, e Ben, me deu o nome do restaurante. Eu não


sabia que haveria um jantar de aniversário para ele. Certamente Fiona tinha planejado isso.
Normalmente, ela me fazia lidar com tudo, de enviar suas roupas para serem lavadas, a
reserva de suas depilações mensais. Minha única conclusão foi que ela queria esconder isso
de mim. Amanhã à noite será interessante.
Capítulo 10
Emmy

Eu estava nua na frente do espelho de corpo inteiro, enquanto a banheira


enchia. Vapores preguiçosos de calor se desviavam para o teto enquanto eu me
inspecionava no espelho. Minhas coxas sacudiam quando eu andava, meus seios, embora
ainda altos, iriam ceder com o seu peso quando eu envelhecesse. Era apenas a gravidade.
Eu pressionei minhas mãos em meus quadris carnudos, desejando que eles encolhessem.
Eu nunca tinha sido tão consciente do meu corpo em toda a minha vida. Descobri que
ficar nua com um supermodelo fazia isso com você. Lembrei-me do sussurro rouco de
Ben, o desejo em sua voz quando ele disse que eu era macia. Mas talvez eu só estivesse me
lembrando do jeito que eu queria. Talvez ele preferisse que eu tivesse um pacote definido
de abdômen, ou um pequeno, firme e pequeno bumbum.

Uma vez que a banheira estava cheia, eu entrei na água fumegante e afundei,
submergindo nas bolhas perfumadas. Eu ensaboei cada parte do meu corpo, esfoliando
cada centímetro, e raspei todo fio de pelo até que eu estava depilada. Eu lavei e condicionei
o meu cabelo, e fiz com que tudo estivesse limpo, limpo. Por mais que eu me dissesse que
não poderia estar com Ben novamente, eu não confiava em meu corpo não me trair.

Saí podada e desossada. Mas me senti maravilhosa. Depois de me envolver


com um robe fofo do guarda-roupa, eu lixei os calos do meu calcanhar e, depois aparei,
lixei e pintei minhas unhas das mãos e dos pés. Eu depilei as sobrancelhas com a ajuda do
espelho de aumento com o pleno sol derramando pela minha janela, onde eu podia ver
cada partícula de tudo. Depois que todos os poros foram extraídos e a pele estava
impecável, eu habilmente apliquei minha maquiagem e penteei meu cabelo. Eu passei loção
na minha pele, misturando com várias gotas de óleo de bebê. Eu estava macia e brilhante
quando fiquei pronta. Eu sabia que não podia competir com as mulheres que Ben atraia,
mas a minha autoconfiança triplicou na última hora. Eu precisava disso. Eu queria me
sentir sexy esta noite. Poderosa e no controle. Ellie ficaria orgulhosa.

Eu escorreguei em meu jeans preto skinny, sapatilhas e um top creme


transparente que caiu fora de um ombro. Eu adicionei alguns colares de pedras e afofei
meu cabelo uma última vez. Pronta como eu nunca ficaria.

O jantar estava sendo realizado em um restaurante chique no rio. Eu achei


estranho que Fiona tivesse feito a reserva para o aniversário de Ben. Eu esperava que ela
não fosse cagar um tijolo com a minha visão. Eu cheguei alguns minutos depois das oito e
verifiquei que nossa festa ainda estava tendo bebidas no bar.

Eu levei um momento para me recompor e verificar o espaço que me rodeava.


Batidas profundas de house music tocando ao fundo; reluzente iluminação dos lustres de
cristal e pessoas bonitas que se misturavam nas mesas altas, completavam o ambiente. Eu
estava feliz por ter tido tempo para me tornar apresentável.

Uma onda estridente do riso acentuado de Fiona chamou minha atenção. Ela,
Ben, e alguns outros que eu não reconhecia estavam na extremidade do bar. Ben parecia
ótimo com escuras calças cinzentas feitas sob medida e uma camisa de botão enrolada até
os cotovelos, mostrando aqueles antebraços sensuais e grossos percorridos com veias. Sua
camisa estava aberta no colarinho e as memórias de inalar a pele em seu pescoço dançaram
pela minha mente. Fiona me viu do outro lado do bar e sua boca puxou numa linha
apertada. O sorriso de Ben caiu com a súbita mudança no humor de Fiona e seu olhar se
levantou para encontrar o meu.

— Oi. — Eu murmurei fracamente, de repente, lamentando a minha decisão


de vir.

Ben me puxou para perto, envolvendo seus braços em volta de mim, e todos
os medos que eu tinha caíram. Ele me queria aqui. Fiona poderia engolir aquilo.

— Você veio. — Ele sussurrou contra meu cabelo, me respirando.

— Feliz aniversário. — Eu sorri para ele quando ele me soltou.


Ben sorriu. Um pequeno puxão de sua boca e meu coração estava batendo
como um tambor. Eu poderia dizer que ele já tinha tomado algumas bebidas. Seu olhar
normalmente penetrante estava relaxado e feliz. E ele estava segurando um copo de bebida
de cor âmbar. O material forte.

— Oi, Fiona. — Eu dei-lhe um sorriso cordial. Eu sabia que ela não era minha
maior fã, mas podemos pelo menos tentar ser civilizadas sobre as coisas.

— Emerson. — Ela inclinou a cabeça e voltou a se concentrar de volta em


Ben.

Senti a mudança de humor no pequeno grupo quando cheguei, como se


estivessem no meio de uma história. Mas um estranho silêncio abafado caiu sobre o grupo,
enquanto seus olhos se moveram para trás e para frente entre mim e Ben. Eu odiava ser o
centro das atenções. Eu odiava me sentir examinada.

Afastando-me, eu murmurei: — Eu vou pegar uma bebida.

Eu reconheci um dos fotógrafos de uma sessão mais cedo e Madeline. Olá eu


disse, mas ela não pareceu me reconhecer, mesmo que eu tivesse acabado de conhecê-la,
alguns dias antes. Os poucos outros eram caras novas.

Aproximando-me do bar, eu pedi uma cerveja. Você poderia levar a menina


para fora do país, mas nunca iria tirar o país da menina. O bartender encheu um copo com
a delicia de cor âmbar e deslizou em direção a mim. Agarrando-a com as mãos trêmulas,
tomei um longo gole gelado.

Quando voltei ao grupo, Fiona maliciosamente sorriu para mim. — Você sabe
quantas calorias estão ai, querida?

Uma suave risada irrompeu nervosamente em todo o grupo. Eles poderiam


sentir a briga por causa da cerveja. Estúpida indústria de pessoas tomando seus coquetéis
magros estúpidos.

Ben estava na minha frente olhando preocupado. Eu não gostava de ser


responsável por esse olhar. Eu não queria ser uma fonte de tensão entre ele e a chefe da
agência - a nossa chefe. Eu não acho que ela faria qualquer coisa tola, como parar de
agendá-lo para trabalhos quando ele era valioso demais para isso. Mas ela podia me demitir.
E algo me disse que se eu ficasse muito perto de Ben, era exatamente o que ela poderia
fazer. Eu poderia lidar com seus comentários sarcásticos sobre minhas roupas e consumo
de calorias. Eu não queria deixar isso fora de proporção, de modo que apenas sorri, acenei
com a cabeça e tomei outro gole da minha bebida rica em carboidratos.

— Fiona, eu posso ter uma palavra? — Perguntou Ben.

—É claro, amor.

Fiona o seguiu ao virar a esquina, fora de vista.

Eu sabia que não deveria, mas eu escorreguei para longe do grupo e fui atrás
deles. Em que universo isso era bom? Devo ter caído como um bebê. Mas se isso era sobre
mim, eu precisava saber.

Eles ficaram na outra extremidade do corredor em uma alcova perto dos


banheiros. Fiquei fora de vista, escondida na esquina, mas perto o suficiente para que eu
pudesse ouvir a conversa baixa e murmurada.

— Nós não estamos curando o câncer, Fiona, pare de ser tão séria. — Disse
Ben.

— Eu estou sempre séria, onde você estiver envolvido. — Fiona voltou, com a
voz tensa.

— Por que você não me diz sobre o que é isso, afinal?

Fiona soltou um suspiro pesado. — Eu acho que você sabe. — Ela hesitou por
um momento, o silêncio caiu sobre eles, enquanto meu pulso zumbia em meus ouvidos. —
Você não veio me ver recentemente... É sobre ela? — Sua voz assumiu um apelo choroso.

— Eu disse a você que estava acabado. Isso não tem nada a ver com Emmy.

Puta merda. O que esta conversa tinha a ver comigo? E por que minha espinha
formigou como se houvesse algo grande que estava faltando aqui?

— Apenas seja civilizada. — Acrescentou Ben.


— Então, não transe com a minha assistente. — Fiona assobiou.

— Acalme-se, gatinha, — Ben riu. —É meu aniversário, depois de tudo.

— Amor, se você quiser sexo de aniversário, tudo que você tem a fazer é pedir,
— A voz com sotaque de Fiona sussurrou.

— Fiona... — Ben avisou, deixando o resto da declaração pairar no ar.

Todo o oxigênio foi sugado de meus pulmões. E se tivessem dormido juntos?


Eu não tinha dúvidas de que Fiona estaria interessada, mas Ben fez isso? Droga, essa
situação era muito mais complicada do que eu tinha imaginado.

— Você tem planos com alguma menina mais tarde? — Perguntou Fiona.

— Não há meninas, Fiona, eu lhe disse. Você pode relaxar.

Minhas pernas ficaram bambas, mas eu as empurrei para a ação, desaparecendo


de volta pelo corredor antes de ser descoberta. Ao me reunir com o grupo, eu estava com
as pernas trêmulas, sugando bocados da bebida gelada até minhas têmporas latejarem. Ben
e Fiona viraram a esquina e ele atravessou a sala para ficar ao meu lado, deixando sua mão
descansar na parte baixa das minhas costas. O contato me fez pular e eu espirrei um pouco
de cerveja a partir da borda do meu copo.

— Você está bem? — Ben murmurou ao meu lado.

— Eu estou bem.

Ele respirou fundo e pegou minha mão. — Nossa mesa está pronta. Vamos.

Ben se sentou entre mim e Fiona, o que foi bom, porque eu não estava acima
de colocar meleca em sua comida, tendo a oportunidade. O Senhor sabe que ela merecia.
Ela se inclinou sobre ele, leu o menu e apontou coisas que ele poderia gostar, o que me
incomodou de maneira sem fim. Ele pediu a salada niçoise. Eu me perguntei se ele já havia
comido o que realmente queria. Parecia que no seu aniversário era um dia em que você
deveria ter o direito de fazer o que quiser. Tenho certeza como o inferno que não iria pedir
uma salada no meu aniversário.
Mudei para água com gás no final do jantar. Eu queria estar lúcida para mais
tarde. Eu não sabia se ia ficar qualquer tempo a sós com Ben. Mas se ficasse, queria estar
pensando claramente. Eu precisava saber o que estava acontecendo entre nós. Nublar
minha cabeça com álcool provavelmente não ajudaria em nada. E eu não queria ver Fiona
tendo um enfarte na mesa se eu pedisse outra cerveja.

Os convidados conversaram com Ben durante a maior parte da refeição. Eu


aprendi rapidamente que os outros no nosso grupo, eram mais executivos de marcas de
luxo que Fiona estava tentando conseguir. Eu estava tão frustrada, não conseguia nem
olhar para ela com um falso sorriso. Esta noite era para ser uma noite relaxante, discreta
para ele, mas é claro que ela transformou numa entrevista de emprego. Ben educadamente
respondeu todas as suas perguntas, agindo como se nada o incomodasse, mas eu poderia
dizer que sim. Eu mordiscava minha comida e fiquei quieta, na maior parte, mas Ben olhou
para o meu lado várias vezes e uma vez, até apertou a minha mão debaixo da mesa.

As bebidas continuaram fluindo depois do jantar, e Fiona contou história após


história sobre Ben, concebidas tanto para impressionar nossos clientes como me assustar.
Ela o pintou como um grande playboy e meu jantar azedava em meu estômago, com cada
novo pedaço de informação.

— Nós estávamos em Cingapura, o que foi, há dois anos, amor?

Ben assentiu.

— Nós estávamos no set de Versace, e ele estava todo azedo e amuado.

Ben fez uma careta, como se soubesse a história que ela estava prestes a contar.

— Ele não estava dormindo bem, com jetlag e tudo isso.

— Fiona... — Ele advertiu, sua voz ficando mais baixa.

— Oh, silêncio, é engraçado, amor. — Fiona acenou com a mão em sua


direção, em seguida, se virou para o grupo. — Foi um set brilhante, com roupas bonitas, e
nosso modelo lindo aqui, estava irritado, necessitando de uma boa transa. Eu sabia que ele
precisava gozar antes de começarmos a filmar. — Alguns dos executivos se inclinaram para
frente com interesse e as bochechas de Madeline ficaram rosa. Ben estava ficando cada vez
mais agitado. Ele tirou o guardanapo do colo e o fechou na mesa ao lado de seu prato.

Fiona continuou: — Então, eu encontrei uma pequena assistente na parte de


trás, perguntei se seus deveres incluíam oral, e a empurrei para Ben. Ela deu uma olhada
para ele e balançou a cabeça, o puxando para um armário de vassouras vazio. Eu não sei o
que aconteceu depois, tudo o que sei é que, quando ele saiu quinze minutos depois, havia
um sorriso em seu rosto.

A mesa entrou em erupção em suaves risadas. Um nódulo se formou na minha


garganta e eu tive que tomar um copo de água para conseguir que minha traqueia
trabalhasse novamente.

A história de Fiona demonstrava que Bem, estava numa categoria totalmente


diferente dos homens. Ele viveu e trabalhou no mundo todo, e, aparentemente, obtinha
boquetes de assistentes num estalar de dedos. Será que ele ainda se lembrava do nome dela?
Era isso que eu estava fazendo com ele? Um brinquedo para tirar a tensão? Era exatamente
por isso que eu não era talhada para isso. Sexo significava mais para mim. Não havia
maneira de separar a conexão física do emocional em minha mente. Ellie estava certa. Eu
nunca deveria ter dormido com ele. Mas eu também sabia que se ele me chamasse para sua
cama novamente, eu provavelmente não diria que não. Parte de mim queria que eu fosse
mais forte, parte de mim estava sonhando com maneiras de te-lo sozinho depois.

Fiona deslizou um longo e grande saco, cheio de presentes embrulhados,


tirando cada um para fora e os colocado na frente de Ben.

Ele sorriu e tentou agir humilhado, abrindo cada um e agradecendo ao doador.


Um lenço Hermès, relógio Cartier, bolsa Balenciaga, kit de preparação de alguma marca de
luxo masculina que eu não conhecia, mas que estava certamente fora da minha faixa de
preço.

Eu lhe dei algo, ou melhor, fiz alguma coisa. Era de mau gosto aparecer numa
festa de aniversário com as mãos vazias, mas não havia nenhuma maneira que eu me
envergonhasse por sacar um presente caseiro entre esta extravagância. Ele iria ficar
dobrado em minha bolsa. Muito obrigada.
Fiona embalou os presentes de volta no saco e pediu ao restaurante se algum
concierge poderia entregá-los no hotel. Foi incrível ver como ela era realmente capaz de
fazer seus próprios arranjos.

Depois do jantar, o café foi servido, mas não houve sobremesa. O que era uma
festa de aniversário sem bolo? Ben parecia entediado, às lágrimas. Eu precisava resgatá-lo.
Inclinei-me mais perto. — Sem bolo em seu aniversário? Isso é praticamente um crime.

Ele deu de ombros. — Eu não estou autorizado a ter bolo.

— Autorizado? — Eu não era dessas de sem glúten, tudo orgânico, dias livres,
ou vegan. Eu gostava de alimentos. Eu sempre comi muito deles. Processe-me. —
Precisamos de bolo. — Eu empurrei minha cadeira para trás da mesa e peguei minha bolsa.
— Obrigada pelo jantar. — Eu disse a Fiona. Então agarrei a mão de Ben. — Vamos.

Ele arregalou os olhos e os levou até os meus e depois de um segundo de


hesitação, ele se levantou. — Fiona. — Ele se inclinou para pressionar um beijo em sua
bochecha.

Ela sorriu falsamente como todos. — Saindo tão cedo?

Ele deu de ombros. — Sim, se estiver tudo bem com todos vocês. — Ele
dirigiu a pergunta para a mesa.

Todo mundo concordou e sorriu, ninguém disposto a discordar dele.

Gênio.

Fiona não poderia dizer nada. Todos os outros já haviam concordado. Eu


poderia te-lo beijado naquele momento. Mas eu gostaria de guardar para mais tarde.

Uma vez que estávamos em seguranç,a fora do restaurante, Ben apertou minha
mão, entrelaçando os dedos entre os meus, sua boca se contorcendo num sorriso. — Ufa.
Obrigado por me salvar.

Eu sorri para ele, me sentindo como um gênio absoluto, e apertei sua mão.
Nós arriscamos no bar/restaurante dentro do lobby do nosso hotel, deslizei
numa cabine isolada, e ordenei dois copos de champanhe espumante.

Quando o garçom voltou, eu pedi a maior fatia do bolo de chocolate que


tinham.

— Sério?— Ben sorriu para mim. — Certeza que você pode lidar com tudo
isso, querida?

Eu balancei a cabeça com entusiasmo. — Traga-o.

Quando o garçom entregou o bolo, ele estava com um pequeno sorriso


parisiense. O bolo estava bem alto e quase fora do prato.

— Eu não esperava que fosse tão grande. — Comentei.

As sobrancelhas de Ben levantaram sugestivamente. Ele me entregou uma


colher. — Primeiro as damas.

Eu estava prestes a argumentar que era seu aniversário e ele devia fazer as
honras da casa, mas a sua expressão severa não deixou espaço para discussão. Eu aceitei a
colher oferecida e cavei o bolo denso. Minha mordida favorita, o pequeno pedaço
triangular a partir da ponta. Os olhos de Ben seguiram meus movimentos, observando
como a minha boca fechava em torno da colher.

— Mmm... — Eu gemi, deixando a minha cabeça cair para trás. Seus olhos se
arregalaram e ele visivelmente engoliu.

Ben cavou, se juntando a mim ao êxtase do chocolate. — Eu não tive um


bolo... em anos. — Ele deu uma mordida e seus olhos deslizaram fechados enquanto
mastigava. — Puta merda.

Eu ri. Essas calorias valem a pena. Assim, eu estava assistindo a expressão de


Ben. Ele claramente se divertia. Ben se inclinou para trás contra a cabine, cruzando os
braços e me observando. Eu dei outra mordida, lambendo a cobertura de chocolate da
minha colher. Quando a minha língua saiu, sua respiração acelerou, seu peito subindo e
descendo de forma sistemática. Eu gostava que estivesse tendo um efeito sobre ele. Deus
sabe como ele me afetou. Meu corpo inteiro cantarolava de excitação quando ele estava por
perto. E esquecia tudo quando ele varria aquele olhar avelã profundo, coberto com cílios
escuros sobre minhas curvas. Eu separei mentalmente meus joelhos, pronta e esperando.

— Espero que tenha sido um bom aniversário. — Eu levantei minha taça de


champanhe e brindei com ele.

— Está sendo agora.

Sorri com o elogio, feliz porque tinha tido a coragem de salvá-lo. — Eu tenho
uma coisa, bom, te fiz uma coisa.

— Você me fez alguma coisa? O que é?

— Não é nada grande, eu me sentiria idiota dando a você no restaurante.

Ele se recostou na cadeira, me estudando. — Eu gosto que você tenha


esperado. — O olhar de Ben seguiu meu movimento, quando eu peguei minha bolsa para
pegar o presente.

Entreguei a ele um pacote liso, embrulhado em papel pardo, de repente me


sentindo como uma idiota. Esta não é a sexta série, Emmy.

Ben olhou para o presente, com os olhos arregalados e cheios de incredulidade.


— Você fez isso pra mim?

Eu balancei a cabeça timidamente.

— Eu nunca recebi um presente artesanal. — Ele o segurou com reverência,


como se fosse algo de valor inestimável e importante, em vez de um CD, uma lista de
reprodução que eu tinha gravado só para ele.

— Não é nada. Abre. — Presentes e cartões caseiros eram praticamente a


norma em minha família. Crescendo, nós não tínhamos muito dinheiro extra, o que
implicava em ser criativo.

Ben arrancou o papel e sorriu quando viu o disco de prata com a minha escrita
bagunçada, rabiscada no marcador preto: Garoto Aniversariante. Peguei um monte de
gravações sexy, músicas que eu estava esperando que ele não tivesse ouvido antes, da
mistura eclética de música no meu laptop.

— Obrigado, isso é incrível. O melhor presente que eu recebi a noite toda. —


Seu sorriso era genuíno pela primeira vez esta noite, atingindo os olhos e enrugando os
cantos.

Meu coração batia em um ritmo estranho, sabendo que ele estava me


observando. Esses atos, o simples bolo, o presente caseiro. Eu não sei por que, mas ele
agiu como se esses gestos significassem mais para ele do que o jantar de mil dólares e
presentes extravagantes que ele acabara de receber.

— De nada. — Murmurei. Por quê minha voz tinha ficado toda rouca e baixa,
eu não sabia.

— Vamos sair daqui. — Seu tom deixou pouco espaço para discussão. Mas
não era isso o que eu queria? Eu queria me sentir desejada e sexy, me perder neste homem.

A taça de champanhe tinha ido direto para a minha cabeça, e eu segurava os


braços de Ben quando fizemos nosso caminho para o elevador. Ele estava estranhamente
calmo e intenso, e eu me perguntava o que estava acontecendo dentro de sua cabeça.

Uma vez dentro do elevador, Ben não deixou dúvidas para onde estávamos
indo. Ele apertou o botão para o piso, em seguida, se virou para mim, me prendendo com
os braços contra a parede. Ele baixou a cabeça para inalar o cheiro do meu pescoço,
enviando uma onda de prazer que formigou pelo meu corpo.

— Suba comigo. — Ele rosnou, seu hálito quente derramando sobre a curva
de meu queixo. Meu pulso martelou na minha garganta, onde seus lábios pairaram.

Eu não respondi - não podia. Meu corpo queria isso. Meu cérebro não tinha
tanta certeza. O que havia entre ele e Fiona era uma preocupação definitiva. Uma vez que
ele terminasse comigo, seria como um canção da Taylor Swift - cidade do coração partido.
Nenhuma quantidade de sorvete ou vodka iria me animar. Será que eu perderia meu
emprego, também?
Ben se afastou e fitou meus olhos, as pontas dos dedos alisando as linhas de
pensamento gravado em minha testa. — Hey, — sua voz era toda suave e doce. — Pare de
lutar contra isto.

Fácil para ele dizer. Eu engoli o caroço formado na minha garganta. — Eu não
faço essa coisa de sexo casual.

— Quem disse que isso é o que eu quero? — Me lembrei de seu comentário


anterior, que apenas três meninas tinham conseguido. Acho que isso me fazia ser a número
quatro. — Você é a única que correu para fora do meu quarto na outra noite.

Por que eu tinha feito isso? Eu estava embriagada pelo álcool, e humilhada
porque deixei as coisas irem tão longe. Eu sabia que meu coração já estava envolvido, e que
era mais seguro e mais fácil fugir do que enfrentar uma estranha discussão pós-sexo. —
Ben, o que eu deveria pensar? Você é você... e eu sou eu...

Confusão se fixou em suas feições e sua boca puxou numa linha apertada, mas
ele permaneceu em silêncio.

O elevador parou e ele fez sinal para eu sair, quando as portas se abriram.
Caminhamos para o quarto em silêncio.

Quando chegou ao seu quarto, Ben, ainda me olhando em silêncio, me colocou


para dentro.

— Eu sinto muito por ter saído. — Eu disse.

Ele balançou a cabeça e levou minha mão à sua boca. — Passe a noite comigo.

Necessidade crua floresceu dentro de mim. Eu era impotente contra seus


encantos. — Como numa festa do pijama?

— Sim. Com brincadeiras. — Ben confirmou, um sorriso puxando seus lábios.

Meu pulso trovejou nos meus ouvidos. — Eu gosto de brincar.

Suas mãos circularam minha cintura, me puxando para mais perto. — Boa
menina. E desta vez eu tenho que provar sua buceta doce.
Virei rosa brilhante e meus joelhos tremeram. Eu apoiei minhas mãos contra
seus ombros, precisando de algo resistente para me agarrar. Eu concordei, balancei a
cabeça, completamente perdida e apaixonada. Apaixonada por este belo homem cujos
olhos castanhos e profundos estavam olhando os meus.

— Eu quero você. É simples. Não torne isso complicado. — Ele sussurrou.

Meus olhos deslizaram fechados. — Isto não é apenas sexo, Ben.

Mãos macias acariciaram minha mandíbula. — Eu sei, linda. Pare de supor que
você sabe o que eu quero. Eu nunca tive uma garota como você. Suave... — Seu polegar
acariciou minha bochecha. — Doce... — Seus lábios pressionados sobre os meus. — E do
sul... — Sua mão encontrou a minha bunda e ele apertou, me puxando para mais perto. —
Deixe-me fazer isso. Deixe-me ter você, Emmy.

Abri os olhos e assenti. Ele poderia ter tudo o que quisesse, desde que ele me
tocasse em breve. Meus joelhos eram geleia e meus mamilos estavam duros e formigando.
— Só se eu puder ter você, também.

— Você pode ter o que quiser. — Seu tom era tão solene, tão sincero, eu
acreditei nele.

Com uma súbita explosão de confiança, que eu poderia ter este homem, eu caí
de joelhos na frente dele. Eu precisava consumi-lo, possuí-lo. Eu lutei com o cinto e o
botão, e então abri seu zíper. Suas mãos se mantiveram ao seu lado, e quando meus olhos
foram ver os seus, um sorriso brincalhão estava puxando seus lábios. A protuberância
crescendo em sua calça provou que ele não estava tão calmo e controlado como sua
expressão demonstrava.

Ao vê-lo acima, tão perto e pessoal era muito íntimo, eu esfreguei o nariz e a
boca contra sua carne, respirando seu perfume. Ele cheirava tão bem. Um traço de sabão e
almíscar. Todo homem. Eu queria mais. Me movendo para mais baixo, eu pressionei beijos
carinhosos ao longo de seu comprimento e o ouviu sugar uma respiração.

Eu podia senti-lo me olhando. Saber que ele estava olhando para mim só
aumentou meu desejo e eu o lambia e chupava, enquanto tentava levá-lo mais profundo.
Seus quadris empurraram para frente quando ele invadiu minha boca, e minhas mãos foram
acariciar seu pênis inchado e suas bolas.

Era uma coisa poderosa, agradá-lo assim, estar no controle de seu prazer.
Enfiei minha boca para baixo em torno de seu pênis, levando-o todo o caminho até o
fundo da minha garganta. Seu comprimento grande acertou minhas amídalas e eu
engasguei, salivando em torno dele. Ben gemeu e seus joelhos ficaram duros. Eu sabia que
tinha feito a coisa certa. Eu adorava aprender o que ele gostava. Se ele não ia me dizer,
cabia a mim descobrir. E, aparentemente, ele gostava de profundidade. Continuei
chupando-o, não parando até que ele bateu contra a traseira de minha garganta a cada
impulso.

— Sim baby, porra. — Suas mãos enfiadas pelo meu cabelo, me puxando para
mais perto. Um baixo gemido escapou do fundo de sua garganta, um som cru e primitivo.
Uma corrida de endorfinas bateu no meu sangue e eu apertei meu alcance em torno dele,
precisando dele mais perto, querendo-o dentro de mim. Deixei seu pau cair livre da minha
boca e me levantei sobre os pés trêmulos. Suas mãos grandes embalaram meu queixo, e ele
me beijou profundamente, sua língua flertando com a minha.

— Ben...

— Qualquer coisa que você quiser... — Ele respirou contra a minha boca.

Eu não tinha ideia de como pedir o que eu queria, então ao invés disso, eu o
beijei de novo, que era a única coisa que eu me sentia confiante. Sua respiração estava
acelerada como a minha, então eu me senti confortada por não estar sozinha na loucura
que sobrecarregava meu sistema.

Ele puxou o botão do meu jeans, estourando-o para abrir, enquanto me


beijava. — Tire sua calcinha, baby. Eu preciso estar dentro de você.

Sua voz profunda, sexy causou arrepios, correndo pela minha espinha,
enquanto eu lutava para me controlar. Seus dedos passando em toda a minha barriga,
iluminando minhas terminações nervosas e fazendo meu pulso acelerar como se estivesse
numa corrida.
— Eu não quero usar preservativo. Eu quero sentir você. Eu estou limpo.
Você está tomando pílula?

Eu balancei a cabeça e foi toda a informação que precisava. Ele capturou a


minha boca em um beijo faminto e suas mãos encontraram as minhas. Ele me ajudou a
puxar minha calça e calcinha pelas minhas pernas até que eu estava nua da cintura para
baixo.

Ben, de repente me levantou, e eu envolvi minhas pernas em volta de sua


cintura. Ele nos levou para trás até que minhas costas bateram na parede, forçando uma
respiração de meus pulmões. Eu gemi com a sensação de sua ereção grossa pressionando
contra mim. Eu enterrei meus quadris contra os dele. Mas Ben, sempre no controle, não
fez nenhum movimento para juntar nossos corpos e continuou a me beijar profundamente.
Eu ansiava por ele, eu precisava dele.

— Ben... — Eu solucei, rompendo com o beijo.

— Me diga o que você quer. — Seus lábios roçavam os meus, enquanto ele
falava, nossas testas descansando juntas.

Ele estava falando sério? Eu podia sentir sua ereção me cutucando. — Por
favor.

— Implore por isso, baby.

— Bennn... Eu preciso de você... dentro de mim...

Seu gemido gutural me enviou uma nova onda de umidade que correu contra
sua carne endurecida. Ele estava me provocando, passando sua masculinidade aveludada
por mim, me fazendo gemer.

— Você quer que foda essa bela buceta, baby? — Ben pressionou sua ponta
dura contra mim sem entrar.

— Sim, por favor. Ben, foda-me. — Como eu sempre parecia acabar pedindo a
ele, eu não tinha ideia, mas este homem me deixava louca de desejo. Eu nunca tinha sido
assim antes, estava fora de controle e desesperada. Ele empurrou contra mim, deslizando
dentro lentamente, deixando seu corpo invadir o meu, até que ele estava profundamente
enterrado dentro de mim. A combinação prazer/dor enviou um gemido saindo da minha
garganta. Segurei seus ombros e ele segurou minha bunda com as mãos, me levantando de
cima para baixo, me fodendo com força e sem piedade.

Minhas costas batiam contra a parede a cada impulso, mas eu não me


importava se eu teria hematomas amanhã. Eu queria duro. Precisava. Eu precisava dele
para me reclamar e me mostrar que eu era dele. Assistir Ben perder o controle era uma
coisa bela. Seu rosto permaneceu impassível, mas seu pulso zumbia em seu pescoço e os
músculos tensos tremiam, enquanto segurava meu peso.

Nunca fui de falar durante o sexo, mas murmurei seu nome e gemia a cada
curso. Sexo nunca tinha sido tão íntimo antes. Isso era mais do que a partilha de prazer
corporal. O olhar de Ben ficou preso nos meus, enquanto ele lia o meu em cada sugestão,
respondia a todas as minhas necessidades. Eu coloquei a minha mão na parede atrás da
minha cabeça. A mão de Ben embalou a parte de trás da minha cabeça em sua mão.

— Isso está te machucando? — Sem esperar pela minha resposta, ele nos
atravessou pela sala e me jogou em cima da cama.

A separação física foi abrupta e indesejada. Eu senti sua falta instantaneamente.


Sua ereção pesava entre nós e eu não pude resistir ao impulso de me inclinar para frente
sobre a cama e dar um beijo úmido contra sua ponta. Suas mãos se moveram para o meu
cabelo e o jogou para longe do meu rosto.

Seus olhos eram escuros, suas pupilas dilatadas, enquanto me observava. —


Porra, garota. Você é muito boa.

Eu sorri para ele, a mão de Ben segurou meu rosto, acariciando amorosamente
quando seus olhos encontraram os meus. Eu me sentia bonita. Desejável. Puxando-o pela
mão, o puxei para a cama. Eu precisava dele mais perto.

Depois que ele me livrou, com sucesso, da minha camisa e sutiã, Ben
pressionou contra mim de novo, facilmente entrando em mim, lentamente. Eu envolvi
minhas pernas em volta de sua cintura e segurei, enquanto ele se balançava em mim,
lentamente no início, me deixando ajustar, em seguida, com um ritmo urgente.
Eu o sentia incrível. Grande. Quase muito grande, mas tão prazerosamente.
Me perdi nas sensações: a aspereza de sua mandíbula com a barba por fazer esfregando
meu rosto, seus dedos apertando meus quadris, seu amplo peito áspero contra o meu,
enquanto ele se movia sobre mim.

Perdendo todo o controle, seu corpo bateu contra o meu impiedosamente,


trazendo-nos cada vez mais perto do orgasmo. Eu queria fazer isso durar, para saborear
tudo o que ele tinha para oferecer, mas muito em breve a pressão se construiu dentro de
mim. Ben leu o meu corpo e diminuiu suas estocadas, se arrastando quase todo o caminho
para fora de mim e afundando novamente, devagar. Minhas costas arquearam e eu inclinei
minha pélvis para encontrá-lo, deixando que as sensações me ultrapassassem. Eu gozei em
voz alta, gemendo seu nome em uma ladainha de sussurros murmurados. Ben pressionou
sua boca no meu pescoço, me mordendo de leve, quando ele encontrou a sua libertação.
Seu corpo estremeceu contra o meu, com jatos quentes de sêmen explodindo dentro de
mim.

Recusando a nos mover, deitamos juntos na cama, um monte suado de


membros e lençóis espalhados e emaranhados. Fiquei contente de ver que não havia
constrangimento pós-sexo. Por que eu tinha estado tão desesperada para fugir da última
vez? Ben estava provando ser nada como eu teria imaginado. Ele não era o modelo cheio
de confiança, egocêntrico, que meus piores medos diziam que ele seria. Ele era doce e
carinhoso e, aparentemente, gostava de abraçar. Ele me puxou para perto, seus braços
circulando minha cintura em um abraço apertado.

Uma vez que a nossa respiração tinha voltado ao normal, Ben levantou em um
cotovelo para olhar para baixo em mim. — Oi.

— Oi. — Sorri. Eu gostei da brincadeira fácil entre nós.

— Eu tenho uma escova de dente extra, pijama, o que quiser. — Ele se


inclinou e beijou minha testa, em seguida, se retirou da cama. Eu dei uma espiada no seu
traseiro apertado, antes dele escorregar para trás em sua cueca boxer descartada. Ele tirou
uma camiseta branca de seu guarda-roupa e a jogou na cama, para mim, antes de ir para o
banheiro. Ele deixou a porta aberta e eu podia ouvir a água correr e o zumbido suave de
sua escova de dente elétrica.
Eu me estiquei na cama, tomando o meu tempo antes de me trocar.
Deslizando a camiseta sobre a minha cabeça, me juntei a ele no banheiro. Imaginei que ele
estava falando sério sobre esta ser uma festa do pijama. Com bolhas de creme dental no
lábio inferior, ele sorriu preguiçosamente e me examinou da cabeça aos pés. Cabelo
bagunçado, maquiagem borrada e uma T-shirt de grandes dimensões que chegava ao meio
da coxa. Pelo olhar em seu rosto, você pensaria que ele nunca tinha visto algo mais lindo.

Ele se inclinou para me beijar, deixando um ponto de creme dental no meu


lábio superior. — Eu gosto de você em minhas roupas. — Ben me deu uma escova de
dente sobressalente, ainda envolta em plástico, e se inclinou para lavar a boca.

Isso parecia muito confortável e doméstico, partilhar uma pia com ele. Eu
gostei. Eu não pude deixar de notar que seus frascos de comprimidos estavam
perfeitamente alinhados no balcão. Eu queria perguntar sobre eles, mas Ben limpou a boca
e saiu, me dando-me um pouco de privacidade. Todos os tipos de cremes especiais e soros
forravam seu banheiro, mas eu gostava que ele parecesse ser de baixa manutenção. Eu não
acho que eu poderia lidar com um cara que tivesse uma rotina de banheiro mais
desenvolvida do que eu.

Quando voltei para o quarto, Ben tinha desligado as luzes, assim apenas a luz
fraca do abajur iluminou meu caminho para a cama. Ele levantou as cobertas e eu rastejei
ao lado dele. Ele não perdeu tempo me puxando para mais perto, para fazer conchinha,
juntos.

— Você se parece tão bem, — ele murmurou contra o meu pescoço — Tão
suave. Tão quente.

Eu adorava a sensação de seus braços em minha volta. Me senti segura. E


quente. E feminina. Seu corpo pressionado contra o meu. As poucas vezes que eu passei a
noite com o meu namorado de faculdade, ele se virou de costas para mim, para dormir, sua
grande estrutura como uma parede impenetrável. E quando eu tentava abraçá-lo por trás,
ele se livrava, dizendo que estava muito quente. Este era diferente... e agradável. O nosso
próprio pequeno casulo morno, longe dos olhos curiosos do mundo. Ele não tinha que ser
o homem que todos esperavam, e eu não era a pequena assistente mansa, fora de seu
elemento. Eu era apenas Emmy. Me sentia em paz.
Ben me puxou para mais perto, envolvendo os braços em volta da minha
cintura e me puxando para dentro até minhas costas estarem pressionada contra sua frente.
— Durma, baby.

Eu não poderia esquecer os comprimidos que eu tinha visto em seu banheiro.


Eu sabia que agora poderia não ser o melhor momento para perguntar, mas... — Ben? —
Eu sussurrei.

— Hmm?

Eu não pude resistir em fazer a pergunta que estava queimando um buraco em


meu cérebro. — Essas pílulas em seu banheiro... Eu sei que não deveria intrometer, mas...

Ele soltou um suspiro pesado.

— Diga-me. — Eu rolei para encará-lo, seus traços pouco visíveis na suave luz.
— Você está bem? Você está doente?

— Eu estou bem, Emmy. — ele sussurrou.

— Aquele é um monte de pílulas, Ben. Só estou preocupada.

Sua mão quente capturou a minha e apertou. — Eu não quero esconder nada
de você.

— Então não esconda. — Eu sussurrei.

Ele ficou em silêncio por um momento, apenas os sons da nossa respiração na


sala em silêncio. — Mas eu também não quero assustá-la para longe.

Minha frequência cardíaca subiu um nível. Será que ele tem um vício de
pílulas? Ele estaria doente? Eu me preparei para o pior. — Você não vai. Eu estou aqui.

— Só não vá a lugar algum.

Eu apertei sua mão. — Eu não estou planejando isso. — Eu estava aqui para
os próximos três meses, ou o tempo que essa coisa entre nós durasse. Ele estava
rapidamente entrando na minha pele.
— Eu vou te dizer. Mas é uma conversa para outra hora.

— Tudo bem. — Eu não ia mentir. Eu estava um pouco decepcionada. Agora


parecia um bom tempo, estávamos a salvo e quente, e estava escuro. Mas Ben não estava
pronto. Eu acho que eu tinha que respeitar isso.

— Descanse, baby. — Ele me segurou mais apertado, como se estivesse


realmente com medo que eu fosse sair.

Fechei os olhos, me enrolando em seu corpo quente, e tentei não me


preocupar com o que o futuro poderia trazer.

Em poucos minutos ele estava respirando profundamente contra a pele na


parte de trás do meu pescoço, suas exalações pesadas , sinalizando que já tinha adormecido.
Não pude deixar de lembrar de todas as vezes que ele disse que tinha problemas para
dormir, e um sorriso tomou conta da minha boca. Ele estava dormindo. Meu bebê. Eu
enrolei minhas pernas para cima, ficando confortável, e deixei ele me segurar.
Capítulo 11
Emmy

Na parte da manhã, Ben me acordou com um rastro de beijos suaves para


baixo da minha coxa. Pisquei os olhos abertos para encontrá-lo se inclinando sobre a
minha metade inferior. Ele levantou minha perna até a boca, beijando ao longo do meu
músculo da panturrilha, o meu tornozelo, o arco do meu pé.

—Bom dia. — Eu sussurrei , esticando os braços acima da minha cabeça. Seu


aroma ainda se agarrava a minha pele e eu estava deliciosamente dolorida.

—Você fica fodidamente sexy na parte da manhã. — Ele rosnou com uma voz
áspera de sono.

Eu ri, olhando para ele pressionando beijos suaves ao longo do topo do meu
pé, meus dedos dos pés. Era uma bela maneira de ser acordada. Me senti adorada, bonita, e
muito querida.

Ele manteve seu olhar no meu, o olhar faminto em seus olhos fazia minha
barriga vibrar. Seus dentes roçaram meu peito do pé e o riso morreu em meus lábios,
necessidade encheu o meu sistema quase que instantaneamente. Memórias de ontem à
noite dançaram por minha mente, observando o movimento da boca de Ben sobre a minha
pele. Ele beijou um caminho até a minha perna, pairando brevemente na pele da parte de
trás do meu joelho. Sua respiração fazia cócegas e eu me contorcia na cama, já antecipando
onde ele estava indo.

Ele gentilmente mordeu a carne dentro da minha coxa e meu sexo se apertou.
Empurrando minha camiseta para cima, seu dedos viajaram para minha calcinha e ele a
arrastou para baixo, pelas minhas pernas. Eu puxei a camisa sobre a cabeça e joguei-a ao
lado da cama, enquanto Ben empurrou fora seus boxers. Notei que o relógio marcava sete
e dez. Ele tinha uma sessão às oito.

— Você tem que estar na Versace às oito.

— Sim, mas primeiro eu preciso de um café da manhã, e esta pequena buceta


está me implorando para prová-la. — Ele retomou mordiscando ao longo de minha coxa e
meus protestos morreram. Ele pressionou um beijo carinhoso no topo do meu púbis e
começou a beijar seu caminho inferior. Eu nunca me senti tão querida, tão completamente
adorada. O sentimento era viciante. Eu podia sentir seu hálito quente, o queixo com barba
por fazer arranhando minhas coxas. Completamente sem pressa, Ben continuou
lentamente me beijando toda. Eu me contorci contra o colchão, pronta para ter sua boca
me cobrindo. Ele agarrou meus quadris, me segurando no lugar, e suavemente riu contra a
minha pele.

— Fique quieta, sua coisinha impertinente.

Sua língua fez cursos preguiçosos contra mim, me provando, me torturando


com a sua exploração sem pressa. Eu solucei e enfiei os dedos em seu cabelo, lutando
contra o desejo de puxá-lo para mais perto.

Ben cumpriu a promessa, de que ele se destacava no oral. Sua boca quente me
cobriu, sugando de leve, rodando sua língua contra a minha carne sensível num padrão
hipnótico. Dentro de minutos, o meu mundo explodiu em prazer e eu me debatia contra
ele, segurando os lençóis em meus punhos quando eu gozei.

Ele se levantou nos joelhos, seus lábios rosa e inchados de seu ataque em
minhas partes femininas. Ele estava fodidamente sexy. Sua mão agarrou sua ereção ansiosa
e ele se acariciou lentamente, continuando a me assistir. Meu corpo ainda estava tremendo
do orgasmo intenso quando Ben se posicionou contra mim e seguiu em frente. Cavei meus
calcanhares em sua bunda, e arqueei as costas, forçando-o mais profundo. Seu
comprimento grosso me invadiu , me separando, me fazendo gemer.

Um rosnado baixo murmurou em sua garganta. — Porra, o seu corpo me faz


sentir bem. Eu nunca vou ficar cansado disso.
Minhas paredes apertaram em torno dele e eu me agarrei a seus ombros. Ben
bateu em mim, não se retendo, enquanto ele nos enviava muito mais perto do lançamento.
Ele capturou meus pulsos e segurou minhas mãos acima da minha cabeça, enquanto nossos
corpos se uniam num ritmo frenético na parte inferior. Ele soltou uma das mãos para
agarrar minha bunda, me levantando para atender aos seus impulsos, e se levou para dentro
de mim com abandono selvagem, os olhos fechados e sua testa descansando contra a
minha. Nossas bocas se tocando, lábios entreabertos, com a respiração pesada.

Apesar de conhecermos um ao outro por um curto período de tempo, nós


estávamos mais perto do que duas pessoas tinham o direito de estar. Mas eu não me
importava, não queria ficar analisando por que eu tinha me apaixonado tão profundamente.
Eu só sabia que eu tinha. E que Ben parecia estar se apaixonando por mim, também.

— Emmy... — Ele gemeu, soltando um suspiro. — Eu não posso aguentar,


baby.

— Dentro de mim. — Eu respirava. — Goze dentro de mim...

Ele apertou minha bunda, capturando a minha boca com a dele, e me beijou
profundamente, quando ele explodiu dentro de mim.

—Merda. Você é demais, menina bonita. — Ben beijou minha testa, em


seguida, se mudou para me colocar de lado.

Meu coração disparou a galope, com suas palavras. Eu sempre me perguntei o


que ele achava de mim, dos meus looks, sempre nervosa que eu não estivesse à altura, mas
sua pequena declaração fez muito para aliviar minhas preocupações. Foi uma coisa
pequena, mas ouvi-lo me chamar de bonita, deixou tudo bem. Sua mão repousava em meu
quadril, e por mais que eu quisesse virar e me aconchegar em seu corpo quente e largo, eu
sabia que estávamos atrasados e não teríamos o luxo do tempo de abraços. Me sentei e
puxei o lençol para cobrir meus seios. Eu não estava completamente confortável com Ben
vendo meu corpo, especialmente na luz gritante da manhã.

Ele me olhou, seus olhos varrendo a pele nua do meu ombro, com um olhar
escuro, com uma fome que meu corpo já parecia conhecer. Meu estômago roncou aquele
exato momento, interrompendo o silêncio.
Ben sorriu levemente. — Me desculpe, eu não tenho tempo para levá-la para
um café da manhã adequado.

Eu sorri. — Sua ideia de café da manhã ou a minha? Eu estou desejando a


comida da minha mãe. Biscoitos, molho de carne, ovos e panquecas de avelã caseiras.

Ele riu. —Hmm. Eu vou ter que ver de onde você veio em algum momento.
Eu não posso dizer que eu já tive um verdadeiro café da manhã do sul.

Eu gostei da ideia de levar Ben para o Tennessee. — Sim, bem, vitaminas e


uma batida verde, quase não contam como um café da manhã adequado de onde eu venho.

Ben riu. — Fiona se importa comigo, Emmy. Ela realmente o faz.

Minha sobrancelha arqueou acima lhe dizendo que eu discordava.

— Eu estou com ela há muito tempo. Eu quero ter certeza de que vocês se
dão bem.

— Eu tenho certeza que ela me odeia. — Eu murmurei.

— Hmm, —. Ele pensou sobre isso, não discordando. — Ela é apenas


protetora comigo. — Ele esfregou a parte de trás do seu pescoço. — E as coisas
certamente não ficarão mais fáceis, uma vez que ela souber que eu estou vendo você.

Oh, eu estava vendo Ben Shaw agora. O que quer que aconteça com o passar
dos encontros, eu queria saber onde ele estava. Nos estaríamos namorando, eu era
exclusiva? Ellie e eu discutimos sobre isso muitas vezes. Hoje em dia , você tinha caras com
quem você estava falando, vendo, ou saindo casualmente, ou no caso de Ben e eu, tendo
alucinante sexo.com. Mas não me atrevi a perguntar sobre o que era isso entre nós. Porque
vamos ser honestos, se isso era tudo o que tinha para oferecer, eu iria aceitá-lo. Sem
perguntas. Já estava muito envolvida. Eu não conseguia segurar.

Homens como Ben não tinham relações tradicionais. Por toda a minha
pesquisa, nunca, nem uma vez apareceu uma namorada do passado. Talvez ele mantivesse
sua vida privada, privada, mas ainda assim, viajar por todo o mundo não era propício para a
manutenção de um relacionamento saudável. Sem mencionar que ele tinha meninas se
jogando em seus pés numa base diária. Por que ele precisaria se preocupar com namoro?
Ele poderia ter sexo regularmente, sempre que ele quisesse, sem amarras ou quaisquer
dificuldades. Obtendo o leite de graça, minha mãe diria.

Eu não era como ele. Eu sabia que eu ia querer mais. Eu queria tudo - um
namorado dedicado, monogamia, eventual casamento, dois filhos e uma casa no
Tennessee, de preferência perto dos meus pais. Mas eu podia desfrutar disso com Ben e me
preocupar com o meu futuro mais tarde. Eu estava escolhendo viver no aqui e agora. E eu
tinha um homem seminu muito tentador na minha frente. Sem dúvidas sobre isso. Todas
as dúvidas e inseguranças fugiram do meu cérebro.

— Ben, nós devemos apenas manter isso entre nós. Fiona não precisa saber.

Ele me olhava, pensativo, acariciando minha coxa com as pontas dos dedos.

Eu só podia imaginar como ela me trataria, se ela descobrisse sobre mim e


Ben.

Ele passou a mão pelo seu descontrolado e selvagem cabelo, xingando


baixinho. — Você pode estar certa. — Pelo menos ele não estava tão enganado por Fiona
que ele não podia ver isso. — Mas eu não quero me esgueirar por ai. Vou encontrar uma
maneira de falar com ela.

Eu queria dizer a ele para não se preocupar, mas eu gostei que ele estivesse
disposto a contar a ela sobre nós, isso, o que quer que isso fosse. Mas talvez eu estivesse
esperando muito disso. Não era um ato cavalheiresco, um gesto romântico. Ele só não
queria ter que se esgueirar ao redor pelos próximos três meses.

Ben empurrou os fios soltos de cabelo do meu rosto. — E sobre o que você
me perguntou ontem à noite... Vamos falar sobre isso hoje à noite, ok? — A grande mão
quente segurou meu rosto. — Eu não esqueci.

Nossa conversa sussurrada na escuridão da noite passada voltou correndo: seu


estado emocional cru, o armário do banheiro cheio de garrafas de prescrição, o aviso do
Gunnar, a possessividade de Fiona. Tudo isso me atingiu como uma onda. Eu estava indo
para um colapso nervoso rapidamente, a este ritmo. Mas eu estava impotente para parar o
trem louco me levando direto para a destruição. Na verdade, eu queria um bilhete expresso.
Eu balancei a cabeça, puxando a minha camisa sobre a minha cabeça e deixei o lençol cair
fora uma vez que eu estava coberta.

Eu sabia que ele estaria ocupado o dia todo com sessões e reuniões. —Vá, —
Eu o enxotei da cama, sabendo que ele já estava atrasado. — Eu vou sair sozinha.

Ele deu um beijo leve em meus lábios, em seguida, se levantou da cama. Entrei
na minha calcinha e calça jeans, enquanto Ben se dirigiu para o chuveiro. De volta à
realidade.
Capítulo 12
Emmy

Depois de um banho quente quando voltei ao meu quarto e meu café habitual
e croissant, verifiquei meus e-mails. O benefício de Fiona ter uma sala separada, significava
que seu modo usual de comunicação com Post-it, foi reduzido para e-mails. Havia apenas
uma mensagem, enviada à uma da manhã. Merda.

Tomei um gole de café e olhei para a mensagem ofensiva sem abri-la. Eu me


perguntei se ela comentou sobre a noite passada. Esta tinha sido uma jogada ousada,
aparecer no jantar de aniversário de Ben, e em seguida, roubando o convidado de honra
bem debaixo de seu nariz. O que eu estava pensando? Fiona era minha chefe. Ela podia me
demitir e me despachar ao seu critério. E então, o que eu diria a minha mãe? Eu tinha sido
demitida por dormir com um dos modelos. Deus, você poderia imaginar? Estremeci.

Abrindo o e-mail de Fiona, eu dei um suspiro de alívio. Sua nota me instruiu a


encontrá-la às 11 horas na sede da Yves Saint Laurent no 8 º distrito, perto do Champs -
Élysées.

Eu sabia que o Paris Fashion Week, estava apenas a algumas semanas de


distância, o que significava que a nossa agenda estava prestes a ficar louca.

Quando cheguei ao edifício de pedra calcária, uma bela jovem recepcionista


estava sentada à elegante mesa com tampo de mármore. Seus lábios estavam pintados de
YSL vermelho, seu cabelo escuro, escondido em um coque elegante.

—Bonjour. — Ela me cumprimentou com um sotaque perfeitamente bonito e


feminino. Grande. Mesmo a recepcionista fazia com que me sentisse insegura.
—Bonjour, — devolvi , parando na frente de sua mesa. —Hum, eu estou com
a Status Models Management. Eu devo encontrar Fiona Stone. — Eu murmurei, com a
esperança em Deus que ela falasse inglês.

— Sim, por aqui. — Ela se levantou precariamente em botas altas de couro


preto, muito chiques e me mostrou no corredor.

O corredor estava cheio com caras que pareciam ser o elenco de algum show.
Alguns se sentavam no chão, outros estavam em pé, muitos jogavam em seus telefones,
enquanto outros falavam em voz baixa com os caras perto deles.

Abri a porta pesada que a recepcionista indicou. Além da fileira de cadeiras


voltadas para frente da sala totalmente branca, estava vazio. Vi Fiona imediatamente,
sentada com um pequeno grupo de estilistas. Me aproximei com cuidado, me xingando por
não me vestir melhor. Eu estava em calças cáqui simples, sapatilhas sensatas, e uma camisa
de botão branca combinada com um casaquinho azul marinho. Basicamente, Fiona ia ter
um acidente vascular cerebral, quando me visse. Mas eu não me importei. Eu tinha um
trabalho a fazer e eu estava confortável.

Eu avancei meu caminho em direção à minha chefe. Um modelo masculino


saiu de trás da cortina pendurada na frente da sala e começou a caminhar para os estilistas.
Com seu olhar mortal clássico no lugar, ele desfilou para frente. Sua caminhada era perfeita
- frio e calculista, sem pestanejar. Ele fez uma pausa, em seguida, se virou e voltou para trás
da cortina. Hoje estavam escolhendo os nossos rapazes, bem como ajustando os que já
tinham sido escolhidos para o show. Eu deslizei para baixo, na cadeira atrás de Fiona. Ela
imediatamente se virou e me olhou com um suspiro crítico, sacudindo a cabeça e franzindo
a testa. Longe de um grande começo, Emmy.

Vimos vários outros caras sair e caminhar para o grupo de executivos de Yves
Saint Laurent. Eu fiz o meu melhor para passar rapidamente a Fiona os cartões de dados,
enquanto cada sujeito era anunciado. Eu tinha tirado fora dos portfólios naquela manhã e
os arranjado numa pasta, escolhendo os nossos rapazes mais jovens, com características
escuras e olhares intensos, os favoritos de YSL. Por mais que eu me queixasse de Fiona, eu
gostava do meu trabalho e tinha orgulho do que fazia.
John Paul de nossa agência, apenas 19 anos de idade e começando nesta
carreira, neste negócio louco, foi o próximo a sair, vestido para matar em um terno risca de
giz bem adaptado que pareceu feito apenas para ele.

— Street walk, querido. — Fiona falou lentamente, o corrigindo.

Sua caminhada foi muito exagerada, muito sinuosa em seus quadris. Eu havia
aprendido que a street walk significava andar tão naturalmente como se estivesse na rua,
sem pose, sem as mãos nos quadris. Cada estilista preferia uma caminhada diferente.
Versace era conhecido por querer muita arrogância e atitude, mas, aparentemente, as
pessoas de classe da YSL estavam procurando o discreto. John Paul endireitou os ombros e
caminhou naturalmente para o centro da sala, antes de virar as costas e voltar para trás da
cortina.

O estilista sentado ao lado de Fiona tomou notas em seu ipad. Eu me


perguntei se ele tinha conseguido o desfile ou não. Pequenas coisas, como a maneira como
seus quadris se moviam quando você andava importavam tão grandemente neste campo.
Era um negócio cruel. Enquanto a maneira de caminhar dos modelos definia o humor para
o desfile, era tudo sobre as roupas. Em seguida, editores de moda iriam escrever sobre as
próximas grandes tendências, pedidos seriam feitos, e no ano seguinte todos nós
estaríamos usando restos inspirados por esses shows. Era fascinante, realmente.

Eu não estava esperando que Ben estivesse aqui, mas o assistente de produção
anunciou: — Ben Shaw. — No sotaque francês mais adorável. Meus olhos partiram até a
frente.

Ben saiu de trás da cortina como se fosse dono da sala e percorreu a passarela.
Ele olhou para frente e não fez contato visual com ninguém. Um sorriso puxava meus
lábios. Ele era devastadoramente bonito, equipado da cabeça aos pés nas roupas de grife.
Um casaco de lã cinza cortado para o outono, combinado com calças pretas ajustadas. Oh
wow. Ele era o sexo num palito. Eu não podia acreditar que este era o mesmo homem com
quem eu tinha acabado de compartilhar a cama. O mesmo homem que tinha
sonolentamente se oferecido para me levar para o café da manhã. Ele era a perfeição
absoluta. Ben era um profissional, sua caminhada segura e forte, o olhar lançado para
frente, sem distrações e correto. Ao contrário dos caras que estavam nervosos ou deixavam
seus olhares arremessam para verificar se havia reações, enquanto caminhavam, Ben era
absoluta confiança, olhando para frente e deixando nada ficar em seu caminho.
Comandando. E sexy como o inferno.

Seus olhos encontraram os meus e um sorriso preguiçoso iluminou seu rosto.


Minha temperatura corporal aumentou vários graus.

Momentos depois, Ben se virou e desapareceu atrás da cortina branca, que


escondia a pequena área de troca. Meu celular vibrou no meu bolso e embora eu soubesse
que não deveria deixar isso me distrair do trabalho, eu o puxei para fora para ver quem
estava me mandando mensagens de texto.

Para minha surpresa, era Ben.

Ben: Eu não consigo parar de pensar sobre o quão bom seu gosto é.

Minhas bochechas inflamaram num vermelho brilhante, enquanto eu blindava


meu telefone e olhava à minha volta. Ninguém estava prestando atenção em mim, mas isso
era irrelevante. Ele não podia simplesmente me mandar textos com coisas assim.
Estávamos no trabalho.

Ben: Venha aqui, querida. Eu quero essa linda buceta.

Puta merda! Ele era louco?

Eu: De jeito nenhum! Você vai colocar ambos em apuros. Vá vestir seu
próximo traje.

Ben: Só um pouquinho.

Eu deveria ter digitado não de volta, sendo firme e resoluta, mas em vez disso,
apenas respondi:

Eu: Mais tarde.

Meu coração martelava em minhas costelas enquanto eu observava o meu


telefone, à espera de sua resposta. Fiquei perplexa com as coisas que ele me escreveu. Ele
normalmente parecia tão educado e com boas maneiras. Mas eu secretamente gostava que
ele tivesse uma boca fodidamente suja. Felizmente, o meu telefone ficou em silêncio por
um tempo.

Um momento depois, Fiona cavou seu smartphone da bolsa, respondendo em


voz alta, interrompendo o pobre modelo que andava até ela e os representantes de YSL.
Fiona segurou a mão sobre o bocal do telefone dela e tentou falar em particular na sala de
não-de-todo-privada. — Eu não posso voltar lá agora, amor. — Ela suspirou
profundamente. — Você dormiu a noite passada? Hmm... Você está descendo com alguma
coisa? — Ela escutou por um momento, em seguida, acrescentou: — Aguente firme. Vou
mandar Emmy.

Fiona se virou para mim, empurrando o telefone de volta na bolsa gigante. —


É Ben. Ele está se sentindo muito exausto. O amanhecer não é a sua praia.

Eu não mencionei que já era depois das 11 horas, eu simplesmente assenti.

— Leve um analgésico e um pouco de água para ele, querida. — Ela me


enxotou com uma onda de desprezo de sua mão.

—Claro. — Eu saí da minha cadeira, peguei minha bolsa, e fui para atrás da
cortina, pronta para lhe dar um pedaço da minha mente. Esta foi uma pequena manobra
para me levar até ali, e ele estava usando Fiona para consegui-lo. Ele iria nos colocar em
apuros. Eu não sabia se devia estar louca, nervosa, animada ou com tesão.

Quando o vi, ele estava de pé, casualmente, apoiado nas costas, com os olhos
já presos nos meus. Sua sobrancelha arqueou e ele passou seu olhar corajosamente pelo
meu corpo, parando em meu peito. Ele sorriu levemente. Meus músculos sexuais cerraram.
Isso aumentou o tesão. Mas caramba, não poderíamos fazer isso agora. Ele era louco?

Me aproximando dele, eu parei na distancia de um braço. — Nós não


podemos fazer isso, Ben. Fiona vai me demitir tão rápido, que eu estarei no próximo avião
saindo daqui...

— Nunca vai acontecer. — A autoridade fria na voz dele fez meu estômago
sacudir.
Ben

Emmy parecia toda certinha em suas calças cáqui e camisa de botão. Isso me
fez querer bagunçá-la e deixá-la parecendo completamente fodida. Reivindicada. Isto era
meio torcido, eu sei.

Eu realmente nunca pensei que poderia ter uma menina normal. Todas elas me
queriam pela minha persona, o que se via do lado de fora. O supermodelo que elas achavam
que eu era. Eu não me sentia como aquele cara. É por isso que eu gostava de Emmy, ela
parecia ver além disso tudo. Parte disso era o porque eu ia deixá-la entrar, dizer-lhe coisas
sobre mim que eu raramente contei a alguém. As coisas que só Fiona sabia. Eu tinha estado
em torno de mulheres suficientes para saber que a forma como Emmy me afetou era
diferente.

Claro, eu tinha necessidades físicas que eu satisfazia, mas eu nunca fui estúpido
o suficiente para acreditar que era amor, quando elas olharam para mim. Algumas poderiam
professar a sua devoção, jurar que me amavam, mas eu me perguntei se elas poderiam até
mesmo ver além das roupas de grife. Emmy viu através de tudo isso e diretamente para o
meu verdadeiro eu. Ela me nivelou com a sua humanidade, seu realismo. Ela me empurrou
a ser mais aberto, cuidando de mim dentro e fora do set, foi minha defensora,
simplesmente porque era a coisa certa a fazer. Ela tinha uma crença escancarada que o
mundo era um lugar bom e que as pessoas poderiam ser confiáveis. Era refrescante,
especialmente neste negócio. Ela não teria que mudar, simplesmente porque ela conseguiu
um emprego numa indústria onde a aparência era tudo. Pelo que eu tinha visto, ela era o
tipo de permanecer fiel a si mesma. Eu percebi isso com clareza absoluta, eu a respeitava
como o inferno.

Eu dei um passo em sua direção, diminuindo a distância que ela tinha


propositadamente deixado entre nós. —Você confia em mim? — Eu ainda podia me
lembrar do seu cheiro, seu gosto, o pequeno som de choramingo que ela fez na noite
passada. Ela era fodidamente deliciosa e eu queria mais.

Ela engoliu em seco, visivelmente abalada, mas deu um pequeno aceno de


cabeça. Foi o suficiente. Eu peguei a mão dela e puxei-a atrás da divisória que separava uma
pequena área para a troca de roupa. Havia um cara lá atrás abotoando uma camisa. Joguei-
lhe um olhar que ele leu com precisão como "Cai fora". Ele fez uma retirada precipitada.
Indivíduo esperto. Porque eu estava a três segundos de distância de ter as calcinhas de
Emmy em torno de seus tornozelos, e ninguém ia ver sua pequena buceta nua, apenas eu.
Eu queria sentir o cheiro dela, o gosto dela, devorá-la. Nunca uma menina tinha ficado sob
a minha pele tão completamente. Eu tinha que tê-la.

A expressão em seu rosto era uma mistura de pânico e curiosidade. Ela


mordeu, enterrando os dentes em seu lábio inferior, e encontrou meus olhos. Ela confiou
em mim. Eu vi isso. E ela estava preocupada quão longe eu iria empurrá-la.

Porra.

Eu não trairia sua confiança, fazendo algo sobre o qual ela não tinha certeza.
Ela levava seu trabalho a sério, e agora eu a atrai aqui para o sexo. Merda. Meu tesão teria
que esperar. Desculpe, amigo.

— Mais tarde, ok? Você é minha.

Ela olhou nos meus olhos, com o rosto inundado de alívio. — Sim, — Ela
confirmou. — Mais tarde.

A promessa de mais tarde teria que ser o suficiente para eu me suportar pelas
próximas horas.
Capítulo 13
Emmy

Eram oito horas quando retornei ao hotel, e eu estava exausta. Meu corpo
estava lutando contra esse horário europeu e as exigências ridículas de Fiona que me faziam
correr. Mas a mensagem de Ben dizia para que eu fosse direto para o seu quarto e viesse
com fome.

Quando cheguei à porta, ele deu um beijo suave em meus lábios e me puxou
para dentro.

— Eu escutei o CD que você me deu.

— E então?

— Eu o adorei! Obrigado! — Ele deu um beijo suave na minha testa, sua


expressão verdadeiramente agradecida.

Senti que era um novo lado dele, um mais suave, um Ben doce, eu gostei. Eu
não sabia o que havia mudado entre nós, mas ele estava claramente me permitindo entrar
no seu mundo.

Notei um carrinho de serviço de quarto com várias bandejas cobertas com


cúpulas de prata.

— Café da manhã na cama está ok? — Ele perguntou.

— Café da manhã? No jantar? — Eu adorei a ideia, mas era um pouco


incomum.
— Sim. Já que eu não pude levá-la para o café da manhã como você queria esta
manhã.

Eu não tinha me dado conta disso antes, mas agora que podia sentir o cheiro
da comida, eu estava faminta. Ben levantou as cúpulas das placas, e minha boca começou a
aguar. Waffles dourados polvilhados com açúcar de confeiteiro e cobertos de um mix de
Berry (morango, amora, framboesa, mirtilo), omeletes fofas com queijo de cabra e
cogumelos regados com azeite de trufas, cortes grossos de presunto e uma salada verde ao
lado. Era tudo, menos o café da manhã desse país, quase demasiadamente agradável e
elegante de comer, mas perfeito.

— Isso é adorável, muito obrigada!

— Ataque!

— Você não tinha que fazer tudo isso... — Eu queria lembrá-lo de que ele
disse que isso era apenas sexo, mas eu não fiz. Não foi possível.

— Eu preciso de você bem alimentada para o que quero fazer com você esta
noite! — Seus olhos me fitaram.

Oh! Então não era um gesto romântico. Tratava-se de sexo. Me servi da


comida. Eu poderia muito bem aproveitar a refeição.

Fizemos nossos pratos, com um pouco de tudo, e então nos estabelecemos na


cama. Ben ligou a TV em algum programa de notícias francesa para ter o ruído de fundo
enquanto comíamos. Era relaxante e tão banal. E perfeito!

Nós conversamos casualmente durante a refeição e Ben me fez perguntas


sobre a faculdade. Ele parecia genuinamente interessado e admitiu que sempre desejou
entrar na faculdade, mas Fiona achava que iria prejudicar a sua carreira. Dinheiro e
exposição agora, faculdade mais tarde. Mesmo que eu pudesse entender seu raciocínio,
fiquei triste por ele.

A conversa que eu realmente queria ter - sobre suas prescrições - se manteve


fora do alcance. Eu já havia perguntado sobre elas uma vez; não queria pressioná-lo. Ele
me diria, quando ele estivesse pronto. Tinha que acreditar nisso.
Ben retirou nossos pratos, e em seguida, se estendeu na cama ao meu lado. Eu
estava confortável, satisfeita e relaxada na cama branca e macia. Ben colocou meus pés
descalços sobre o seu colo e começou a esfregá-los vagarosamente. Era incrível! Eu deixei
meus olhos se fecharem, permitindo que o estado de coma, provocado pela comida, me
alcançasse.

— Obrigada pelo café da manhã! Não era nada parecido com a comida caseira
de onde eu vim, mas... — Sorri. — Estava delicioso! Você deveria ir até o Tennessee
comigo algum dia.

Sua testa enrugou.


Ben

— Eu quero ser sincero com você.

Os olhos dela me fitaram. Deus, ela era tão doce, que quase me fez sentir mal.
Quase! Mas eu sabia o que queria e os prazeres que poderia dar a ela. Eu não deixaria nada
complicar isso. Se ela estava falando em me levar para casa, para o Tennessee, claramente
nós não estávamos na mesma página sobre o que isso era.

— Emmy, eu não estou à procura de um relacionamento. Eu estou sozinho há


muito tempo! Estou muito bem assim!

— Isso não quer dizer que seja assim que tem que ser. — Sua voz era baixa e
ela olhou para baixo. Ela queria me desafiar sobre isso, mas parecia relutante em me
empurrar. Ela queria que fosse minha escolha. Mas eu sabia o que eu queria.

Usando dois dedos, ergui o seu queixo, forçando que me fitasse.

— Eu sei. Mas é como eu gosto. Ter que apenas me preocupar comigo!

Emmy se deteve, seus olhos nos meus, esperando para ver o que mais eu iria
dizer.

Se eu fosse inteligente, eu a afastaria agora. Eu derramaria o meu histórico, o


meu passado retorcido, todas as inúmeras vezes que eu estraguei tudo. Isso a faria correr.
Mas algo em mim não queria fazer isso. Se recusava. Eu a queria muito! Esta menina doce,
de fala mansa, que era muito normal e boa para mim. Eu a queria! E não era apenas pelo
sexo, não! Eu não podia mentir, pois enterrar as minhas bolas profundamente em seu
corpo doce soava malditamente incrível, no entanto, mas não era tudo que eu queria, se
quisesse ser honesto. Mas, não querendo foder com ambos, com o seu corpo e sua mente,
precisava lembrá-la de que isso era apenas sexo.

Eu pressionei, precisando matar qualquer esperança dela sobre algo mais.

— O que temos agora é muito ruim? — Eu perguntei com um lado da minha


boca levantando em um sorriso brincalhão.

Ela apenas piscou para mim, como se quisesse discordar e fosse me dizer que
eu estava errado, que isso poderia funcionar, se apenas tentasse. Mas ela merecia algo
melhor, um namorado adequado que a estimasse e não de um que a escondesse do mundo
em um quarto de hotel.

— Ben... — Ela começou.

Pus o meu dedo sobre os seus lábios para silenciá-la.

— Eu não sou capaz de dar a você tudo o que você precisa.

Ela pegou minha mão e a apertou contra a sua, como se estivesse dizendo:
‗Você está errado’.

Meu coração disparou. Ela olhava para mim como se eu fosse bom e tudo e
alguém que ela quisesse cuidar. Eu não iria afastá-la, desde que ela soubesse o que estava
obtendo e o que não obteria.

— Eu não sei onde estarei vivendo em alguns meses depois daqui. Há uma
constante tentação neste negócio. Não complique isso, Emmy! São dois meses e meio.
Deixe-me ter você!

Ela hesitou.

— Baby, você está na minha mente constantemente. Não há mais ninguém.


Vamos... Deixe-me ter você como eu quero! Eu prometo que você não vai se arrepender!
Emmy

Deixe-me ter você! As palavras de Ben eram um alerta na minha mente, enquanto
seus olhos expressivos permaneciam cravados nos meus. Eu poderia fazer isso? Poderia
entregar-lhe as chaves do meu corpo e não as do meu coração? Eu percebi com uma
clareza chocante que isso era quem ele era; era como ele tinha sido criado. Ele tinha visto
sua mãe desfilar constantemente com homens, e essa era a norma. Trocando o tempo todo,
confiar apenas em si mesmo. Ele aprendeu a atender suas necessidades físicas com quem
estivesse por perto, nunca ficando muito apegado, sabendo que ele eventualmente iria
seguir em frente.

Em contraste, os meus pais foram namorados na escola. Eu tinha certeza que


tinham sido íntimos apenas um com o outro, mas sabia que eles não se arrependiam de
nada. Eles ainda eram profundamente apaixonados, após todos esses anos.

O olhar decidido em seus olhos, sua crença de que ele era melhor sozinho,
quebrava o meu coração.

Tentei não me ater muito a isso. Ele disse que eram dois meses e meio - apenas
sexo. Mas cada vez que ele dizia ou fazia algo doce, como esse café da manhã, ou se abria
comigo, ou insistia que eu passasse a noite em sua cama, o meu coração ficava confuso. Eu
sabia que isso era estúpido, uma ilusão, mas talvez pudéssemos ter mais. Talvez eu pudesse
mudar a concepção dele sobre o compromisso. Provavelmente era estupidez, mas o meu
cérebro se agarrava a isso de qualquer jeito. Toda garota não deseja um romance de contos
de fadas com o príncipe encantado? Talvez essa fosse a minha chance. Não podia desistir
dele.

— Obrigada pelo jantar! — Eu murmurei determinada a relaxar e a me divertir,


apesar de sua atitude decepcionante sobre relacionamentos.

— Sempre, linda!

Cada vez que ele me chamava de linda meu coração acelerava. Ele fazia com
que eu ficasse me contorcendo, como se tivesse quinze anos novamente, tentando atrair a
atenção do cara bonito. Felizmente, parecia que eu de alguma forma capturei a sua atenção
e adoração completamente. Seus polegares acariciaram o peito do meu pé e seus olhos
ficaram presos nos meus.

— Isso faz você se sentir bem? — Ele perguntou, apertando os dedos com
firmeza no fundo do meu pé.

Bom não era uma palavra forte o suficiente. Depois de caminhar o dia todo,
isso era o paraíso.

— Eu fudidamente adoro! Na verdade, eu fudoro!

Ele levantou uma sobrancelha.

— Inventando novas palavras, senhorita Clarke?

Eu sorri e acenei timidamente.

— Vou consultar o dicionário Web, — ele disse. — Terão que adicionar isso
ao dicionário!

Sua brincadeira deveria ser um alívio, mas eu poderia dizer que havia algo mais
em sua mente. Ele continuou esfregando os meus pés por alguns minutos, em silêncio,
antes de colocá-los cuidadosamente sobre a cama para se juntar a mim, de costas contra a
cabeceira da cama. Ele não me olhou nos olhos, apenas ficou olhando para frente.

— Eu tomo remédios para ansiedade, insônia e outras prescrições diferentes


contra a insônia. Eu tenho problemas para dormir desde criança. E os remédios de
ansiedade ajudam com isso. Eu não gosto de tomar os soníferos! Fazem com que eu me
sinta como um zumbi!

Esperei, concordando levemente, encorajando para que ele continuasse.

— Eu não tive a criação mais tradicional!

O eufemismo do ano! Sua mãe era uma celebridade e eles viviam pelo mundo.
Eu sabia que em vez de ir para a escola ele tinha tido um professor particular que viajava
com eles.

— Eu costumava ficar acordado até tarde, minha mãe me deixava com uma
babá, enquanto saía e festejava. Costumava me esforçar para que as minhas pálpebras
ficassem abertas, tentando o meu melhor para ficar acordado. Estava convencido de que
algo ruim iria acontecer se eu adormecesse. Era um medo de infância estúpido, realmente.
Mas eu costumava encontrá-la na parte da manhã e me arrependia de não ter conseguido
ficar para cuidar dela.

Sua infância tinha sido tão diferente da minha! Em vez de dias cheios, subindo
em árvores, caçando sapos e noites acordadas fazendo guerra de travesseiro, Ben vigiava
sua mãe. Isso partia o meu coração. Agora entendia que a intensidade em seus olhos era,
em parte, devido às suas experiências de vida, a cautela de se abrir para um relacionamento.
Mas isso significa algo, se ele estava compartilhando comigo.

Ben respirou fundo e expirou lentamente. Eu dei um aperto suave em sua mão,
lhe pedindo para continuar.

— Eu a encontrava de manhã, vomitando e de ressaca, com vômito em seu


cabelo, rímel borrado sob seus olhos, ou pior, inconsciente no chão. O sono era o inimigo.
E mesmo agora, não sei explicar a razão disso permanecer comigo todos esses anos. A
agenda de viagens agitada, as alterações de fuso horário, o estresse do trabalho! Eu acho
que os velhos hábitos custam a morrer, porque eu ainda não consigo dormir, porra!

Pensei nas vezes que eu tinha visto Ben se preparando, a intensidade


endurecida em seus olhos. Seu olhar de aço não tinha nada a ver com horas de prática na
frente de um espelho, mas em vez disso tinha tudo a ver com uma vida triste e solitária
repleta de falta de amor. Como ninguém tinha conseguido fazer esse belo homem se sentir
amado e cuidado?

Ele deu de ombros, olhando para baixo.

— Eu provavelmente não sou o cara que você pensou que eu fosse.

Agarrei suas mãos e dei um aperto nelas.

— Não. — Seus olhos se levantaram para encontrar os meus. — Você é


melhor! Você é doce, dedicado e insanamente bom com palavras sujas. — E um menino
que amava sua mãe, alguém com quem eu poderia contar.

Ele riu, uma profunda e retumbante gargalhada que foi como música para os
meus ouvidos.

— A coisa louca é que ontem à noite, eu me aconcheguei com você e


adormeci. Eu nunca fiz isso. Toda noite eu fico acordado por horas. Você é como uma
cura mágica!

Me lembrei do jeito como ele me segurou contra o seu peito, com a sua
respiração profunda e constante, enquanto caía no sono. Era agradável pensar que eu era
algum tipo de cura para sua insônia.

Ele se inclinou até mim e me beijou suavemente.

— Obrigado.
Ben

Seu olhar era tão sincero, tão humilde, tão carinhoso que eu não tinha escolha
a não ser me abrir e lhe contar toda a verdade sórdida. Mesmo que isso fosse demais para
ela lidar, e ela levantasse e fugisse do quarto, estaria tudo bem, também. Eu reiteradamente
disse a ela que não éramos nada mais do que duas pessoas que estavam se divertindo. Mas a
ideia de sua partida fez com que uma dor corresse dentro do meu peito. Eu não queria vê-
la ir embora novamente.

Eu estava feliz por ela não ter ido. Ela simplesmente pegou a minha mão e a
apertou.

Emmy era atenciosa e afetuosa. Ela era do tipo que fazia-sopa-quando-você-


ficava–doente! Ela buscaria analgésicos e colocaria a palma da mão em sua testa para ver se
você tinha febre. Ela tinha instintos maternos naturais. Não que eu soubesse muito sobre
isso. Não, eu não tive esse tipo de mãe. Eu tive o tipo de festa-até-às-4 da-manhã, tapete-
vermelho, alta-sociedade, iate, pendurada-com-ator e tão-namoradeira que mal conseguia
ficar fora dos tabloides.
A doçura de Emmy, seu estilo de vida e perspectiva simples era uma boa
mudança de ritmo. Era surpreendentemente normal, e eu achava tão bom! Muitas vezes eu
ansiei pela normalidade. Especialmente porque a minha vida não foi nada normal!

Eu invejava as famílias dos seriados que assistia, enquanto estava crescendo,


com uma mãe e um pai que iam para o trabalho e voltavam para casa toda noite e jogavam
bola no quintal. Eu nunca tinha conhecido qualquer coisa assim. Poderia apostar que
Emmy tinha.

Ela me ouviu sem interromper, uma pequena linha vincando a sua testa. Ela
não me julgou, não me olhou como se eu fosse um idiota danificado.

Mais tarde, depois que transamos, ela pegou uma das minhas camisetas,
enquanto nos arrumávamos para dormir. Eu adorava vê-la usando uma das minhas
camisetas velhas! Ela parecia malditamente melhor nelas do que eu. Seu corpo macio, cheio
de curvas e seus seios fartos a preenchiam bem.

Subindo na cama, Emmy virou para mim, encarando-me. O jeito como ela
olhava para mim não era como eu estava acostumado. Ela olhava no fundo dos meus olhos
de uma forma hipnotizante, enquanto eu tirava seus longos fios de cabelo do seu rosto.
Gostaria de lhe dizer alguma coisa agora! Eu lhe disse que era apenas físico, mas mesmo eu,
não podia negar que isso parecia muito mais profundo do que duas pessoas que
partilhavam um momento feliz pós-sexo. Eu não entendia isso muito bem, mas não
conseguia desviar o olhar, também. Seus lindos olhos cinzentos estavam arregalados e
continuavam olhando os meus. Sua pele estava rosa e brilhante e, uma calma relaxante se
espalhava sobre seu rosto. Eu gostaria de saber se fui eu quem colocou aquela expressão
ali.

Eu só gostaria de estar perto dela, mesmo sem o sexo. Era uma estranha
percepção. Eu não tive namoradas. Merda, eu raramente saía com os amigos para me
divertir, ponto. Minha agenda de viagens não permitia isso. Tive colegas modelos, com
quem saía e fodia. Mas Emmy era mais do que isso; eu não sei como ou até mesmo o que
isso significava, mas, ela era mais.

Tudo nela era especial e bonito. Eu não sabia o que estava acontecendo entre
nós, mas era definitivamente algo especial. A forma como seus olhos olhavam tudo –
diretamente para mim - era demais. A puxei para baixo contra o meu peito, sentindo o seu
coração batendo freneticamente contra o meu.

— Descanse, baby! — Eu só queria abraçá-la. Normalmente eu queria que as


garotas se fossem, assim que eu gozava. Mas não Emmy. Ela podia ficar por aqui. Ela era
quente, macia e cheirava bem. E ela não tinha a necessidade de preencher o silêncio com
conversas sem sentido, uma qualidade que eu, definitivamente, apreciava. Isso era bom.
Apenas a batida dos nossos corações e sua respiração tranquila. Era o cenário perfeito para
adormecer. Algo que eu nunca pensei que fosse dizer. Mas essa garota parecia ser uma cura
para a minha insônia.

Emmy

Eu acordei no meio da noite, muito quente, com um peso enorme


pressionando contra mim. O braço de Ben estava jogado por cima da minha cintura, me
prendendo ao seu lado. Afastei as cobertas das minhas pernas e me afastei do aperto mortal
que Ben fazia. Rolei para longe dele, os lençóis frescos, pareceram como o paraíso na
minha pele superaquecida.

Despertando um pouco, Ben sussurrou meu nome e eu poderia dizer que algo
o estava incomodando. O tom angustiado da sua voz era como uma faca no meu coração.
Ele carregava algum grande peso e eu era a chave para libertá-lo. Cheguei mais perto, e
esqueci tudo sobre o quão quente eu estava, o segurei apertado, passando as minhas mãos
para cima e para baixo de suas costas para fazer com que se acalmasse e voltasse a dormir.
Se ele precisasse de mim, eu estaria ali.

Ele sussurrou o meu nome mais uma vez antes de adormecer novamente. Eu
queria que ele se sentisse seguro e confortável. Que não tivesse que tomar os comprimidos
novamente.
A história dele sobre a sua mãe rasgou o meu coração. Ben não era como
ninguém que já conheci. Eu podia sentir algo nos atraindo, para que ficássemos juntos,
com toda a minha alma. Éramos iguais: esse homem a quem eu queria muito tinha tentado
desesperadamente conquistar o amor da sua mãe e a sua aprovação. Eu queria mais, muito
mais para mim, também. Eu queria fazer com que os meus pais sentissem orgulho. Eu não
estava tentando ganhar a aprovação deles, mas queria mostrar-lhes que todo o trabalho
duro deles tinha sido por uma razão; que eu poderia fazer algo por mim mesma. Éramos
impulsionados por essa necessidade básica de agradar aos nossos pais. Acho que é verdade
o que dizem "você nunca escapa da sua infância"! O desejo de acalmar os temores dele era um
impulso irresistível. Eu passei os meus braços em torno dele e o segurei firme.

Depois da noite passada, estava ansiosa para chegar ao hotel e ver Ben. Parecia
que nós estávamos nos movendo na direção certa. Ele se abriu comigo e eu podia nos ver
passando noites apaixonadas, juntos, em sua cama, se tornando uma coisa regular. Algo
que seria muito bom para mim.

Quando entrei no meu quarto, tirei meus sapatos e joguei a minha bolsa na
cadeira, em seguida, recuperei o meu telefone para ligar para Ben. Olhando para o relógio,
percebi que ele já deveria ter chegado do seu compromisso.

Ele atendeu no terceiro toque, parecendo sem fôlego.

— Alô!

— Oi sexy! Sou eu.

— Uh... Oi! — Seu tom era curto e um pouco frustrado.

— Agora é uma hora ruim?

— Um segundo. — Eu o ouvi dizer algo para alguém fora do telefone e uma


voz feminina respondeu. A voz tinha um sotaque britânico.

Meu estômago apertou.


— Onde você está?

— No meu quarto. Posso ligar para você daqui a pouco?

— Claro! — Eu desliguei o telefone com as mãos trêmulas. Ele disse que ia me


ligar depois, mas ele estava em seu quarto com Fiona e algo sobre isso não estava certo
para mim. Eu não confiava em Fiona e, não sabia se eu confiava nos dois sozinhos.

Eu caminhei até seu quarto, alguma força desconhecida me impulsionando


para seguir em frente. Bati na porta, meu coração disparado, e minha expressão
determinada.

Algum tempo depois, Ben atendeu, com o rosto corado, seu pulso acelerado
contra o seu pescoço.

— Emmy...

Ele estava vestido com jeans e uma camiseta, mas seus cabelos estavam
úmidos, como se tivesse acabado de sair do chuveiro. Será que ele tinha tomado banho
com a Fiona? Meu estômago apertou violentamente diante desse pensamento.

A mão de Ben se mudou para o batente da porta, me impedindo de entrar.

— Estou discutindo algo com Fiona. Agora não é uma boa hora! — Sua voz
era baixa e sua postura tensa. Eu definitivamente interrompi alguma coisa.

Olhando para trás, vi Fiona sentada em sua cama, sem sapatos e a sua bolsa
derramada abertamente ao lado dela.

Eu sempre imaginei que Fiona fosse emocionalmente indestrutível, mas ali


estava ela, com os olhos vermelhos e inchados e as lágrimas escorrendo livremente pelo seu
rosto. Ela rapidamente limpou o rosto com as costas da mão. Ben limpou a garganta e
meus olhos viraram para ele. O clima era tenso e ficou claro que eu estava me
intrometendo.

— Eu te ligo daqui a pouco. — Ele disse, falando baixinho, enquanto me


olhava com olhos tristes.
Eu concordei e engoli o nó na minha garganta. Ben fechou a porta, me
deixando sozinha no corredor.

Santo. Deus!

Ben

Fiona tinha se lançado malditamente contra mim. Apareceu à minha porta,


chorando como eu nunca a tinha visto fazer. Eu tinha escutado e a abraçado, enquanto ela
chorava e me contava tudo sobre as suas tentativas frustradas de ter um bebê. Eu nunca
tinha achado que Fiona fosso do tipo maternal. Mas aos trinta e oito anos, ela estava
aparentemente desesperada para ter um bebê, com ou sem um homem em sua vida. Era
admirável o seu desejo de ser mãe. É claro que havia pouco que eu pudesse fazer para
ajudar além de abraçá-la e tentar acalmar seu pranto. Mas, então, quando ela despejou o
conteúdo de sua bolsa sobre a minha cama, revelando a seringa cheia de medicamentos
para fertilidade que ela queria injetar, eu soube rapidamente porque ela veio até mim.

Ela disse que não queria que ninguém soubesse se não funcionasse. E ela
estava com muito medo de aplicar em si mesma.

Quando ela estava me dando as instruções, uma batida na porta nos assustou.
Eu não poderia dizer a Emmy sobre isso. Eu respeitava os desejos de Fiona
para manter isso privado. Havia esperança que ela conseguiria ficar grávida na sua próxima
inseminação artificial programada, e ninguém nunca precisaria saber sobre suas
dificuldades.

Os lábios apertados de Fiona me disseram que ela não era ingênua, ela estava
muito consciente sobre a visita noturna de Emmy ao meu quarto.

— Você está ficando muito próximo da minha assistente. — Ela disse depois
de um tempo em silêncio.

— Emmy? — Dei uma de desentendido.

— Sim, Emerson. E não finja surpresa. Eu posso ver que há algo entre vocês
dois. — Eu fiquei quieto, desembalando a seringa e o álcool sobre o lençol da cama ao
nosso lado.

— Ben, estou falando sério! Eu não gosto disso. Quando eu lhe disse para não
transar com a minha assistente, eu falei sério.

— Relaxe, Fiona. Você não deve ficar tensa para o que vou fazer.

Ela tmou uma respiração profunda, tentando se acalmar.

— Ok, mas você entenderá que se acontecer alguma coisa, terei que demiti-la e
mandá-la para casa. — Meu queixo ficou tenso, mas eu não disse a ela que se ela despedisse
Emmy, eu apenas a moveria para meu quarto e faria com que ela permanecesse aqui
comigo.

— Você não pode fazer isso! Você quer que eu continue ajudando você, não é?
— Eu destampei a seringa e Fiona assentiu humildemente. Nós dois sabíamos que eu tinha
a vantagem aqui.

Ela me passou as instruções que a enfermeira tinha lhe dado, como esfregar o
local perto de seu umbigo com o algodão embebido em álcool, em seguida, apertando a
pele antes de rapidamente espetar a agulha.
Depois que eu administrei a injeção em Fiona e a mandei embora, fiz uma
bebida forte para mim.

Após beber minha vodka, enviei uma mensagem para Emmy e esperei por sua
resposta. Eu estava considerando tomar outra bebida quando meu celular vibrou contra o
criado-mudo.

Emmy: Você ainda está com ela?

Eu poderia dizer que ela estava chateada. Ela não quis nem dizer o nome de
Fiona. Eu acho que não poderia culpá-la. Senti que tinha alguma coisa estranha, como
ciúme feminino, acontecendo e não era algo que queria encorajar.

Eu: Não, ela foi embora. Você já comeu?

Emmy: Sem fome

Eu: Volte para cá! Deixe-me fazer uma bebida para você!

Levou alguns minutos para responder.

Emmy: Ok.

Sua resposta foi pouco entusiasmada, mas ela viria. Poucos minutos depois,
assim que eu tinha retornado com o balde de gelo cheio, ela bateu de leve na minha porta.
Abri a porta e a puxei para dentro, beijando-a suavemente na boca.

Emmy estava tensa no início, mas quando as minhas mãos enrolaram em volta
da sua cintura e deslizaram para sua bunda, senti que ela relaxava contra mim. Deus, sua
bunda era incrível em minhas mãos! Eu sabia que devia a ela alguma explicação, mas, porra,
como fazer isso se o meu corpo gritava por atenção quando ela estava por perto. Haveria
tempo para conversar depois. Eu a queria. Eu aprofundei o beijo, a puxando ainda mais
para perto, até que seus seios estavam achatados contra mim, e sua língua suavemente
deslizava contra a minha. Ela era perfeita!

—Eu preciso estar dentro de você, baby!


Emmy soltou um gemido e meu pau saltou. Eu amava seus sons suaves e
femininos. Guiando as costas dela pela sala, enquanto a minha língua flertava com a dela,
eu dei um empurrão divertido em Emmy contra a cama. Ela deitou de costas com um
pequeno sorriso repuxando para cima nos seus lábios.

Seus olhos lançaram nos meus, enquanto seu sorriso aumentava ainda mais. Eu
adorava ver suas reações honestas comigo. O rubor de sua pele, o jeito como ela mordia o
lábio inferior! Ela era linda e natural! E algo dentro de mim amava isso. Talvez isso fosse
excessivamente crítico; um julgamento excessivo que eu estava tendo, mas eu admirava a
naturalidade dela. Talvez fosse a educação da sua terra, inferno, talvez fosse apenas ela! Mas
o que quer que fosse, Emmy Clarke estava rapidamente se tornando um vício.

Enquanto eu estava em pé na frente dela, seus olhos vagaram por mim, no


meu peito, e descansaram na barraca da minha ereção sob a minha calça. Ela mordeu seu
lábio novamente.

— Venha aqui! — Eu estendi a minha mão para ela e, ela aceitou, colocando a
sua pequena palma da mão contra a minha e rastejando sobre a cama até mim.

Emmy se ajoelhou na minha frente, aqueles grandes olhos, azul-acinzentados,


observando meus movimentos enquanto eu liberava a fivela do meu cinto.

Ela lambeu os lábios enquanto eu desabotoava a calça e, em seguida, puxava


lentamente o meu zíper. Se inclinando sobre seus joelhos suas mãos se estenderam para me
ajudar. Eu apertei suas mãos nas minhas, as colocando firmemente para baixo, nas laterais
dela.

— Comporte-se!

Os olhos dela se arregalaram com a minha advertência, mas ela obedeceu. Ela
era naturalmente animada, mas ao mesmo tempo, tão submissa na cama! Eu estava
excitado pra caramba! Eu empurrei minha calça e a cueca pelas minhas pernas, e, em
seguida, agarrei o meu pau. Sua pulsação vibrava irregularmente em seu pescoço e seus
olhos se concentravam no meu pau. Eu preguiçosamente acariciei meu pau, deslizando
lentamente a minha mão da base até a ponta. O desejo em seus olhos me fez ficar duro pra
caralho.
Eu coloquei minha mão no rosto de Emmy.

— Vem aqui, menina bonita.

Olhando para mim com luxúria completa, Emmy se inclinou e abriu a sua
boca.

Porraaaa!

A carícia quente da sua língua era uma felicidade do caralho! Emmy abriu mais
ainda a boca, com seus olhos ainda presos nos meus, enquanto eu empurrava para frente,
enchendo-a totalmente. Quando a cabeça do meu pau bateu no fundo da sua garganta, ela
engasgou um pouco e eu recuei, relutantemente me arrastando para fora. Ainda coberto
por sua saliva, Emmy passava as suas pequenas mãos em mim, massageando-me e me
acariciando. Era uma sensação incrível. Não queria interrompê-la, mas ela ainda tinha
muitas roupas. Eu queria ver seus belos seios, beijá-la todinha para fazê-la gozar e, fode-la
absurdamente!

Agarrando a barra de sua camisa, eu a levantei e ela, obedientemente, ergueu


seus braços acima da sua cabeça, me permitindo que a removesse. Ela usava um sutiã de
renda de cor roxa azulada que nunca tinha visto antes. Eu gostava que ainda houvesse
muitas coisas para descobrir. Era uma coisa com babados, lindo, mas eu queria que isso
desaparecesse malditamente do seu corpo. Alcancei por trás dela, para libertar o fecho, o
sutiã caiu pelos seus braços e eu o retirei lentamente, enquanto me inclinava para beijar sua
boca volumosa. Eu não acho que poderia me cansar de beijar sua boca. Os pequenos sons
ofegantes que ela fazia, a maneira como suas mãos impacientemente me puxavam,
tentando chegar mais perto. Ela era tão sexual e doce ao mesmo tempo! Era o paraíso!
Emmy

Várias semanas se passaram e Ben e eu continuávamos nos vendo


regularmente. Eu sabia que estava nutrindo ilusões; sabia que não estávamos namorando.
Você não namoraria um homem como Ben Shaw. Ele não podia ser dominado. Ele era
como Clooney. Mas tínhamos feito sexo regularmente, desfrutado de refeições juntos, e
conversado; ele compartilhava as coisas comigo, como eu fazia com ele. Não fazia ideia do
que era tudo isso. A questão era: Isso importava? Um homem como Ben tinha potencial
para me destruir. Eu sabia disso desde que ele entrou em mim, pela primeira vez, se
movendo em cima de mim, sua barba raspando contra o meu pescoço, sua respiração
quente no meu ombro. Estávamos mais próximos do que eu havia ficado com alguém.
Meu corpo estava viciado, meu coração estava envolvido, mas a minha cabeça sabia que
isso, provavelmente, acabaria mal.

Eu tinha uma fraqueza no que lhe dizia respeito. Não conseguia ficar longe.
Seu relacionamento com Fiona ainda me preocupava. Nós nunca tínhamos conversado
sobre aquele momento choroso dela em seu quarto de hotel. Ben não ofereceu nenhuma
informação sobre o que Fiona estava fazendo ali naquela noite, e eu nunca perguntei.
Seja qual for a história deles, eu não tinha certeza, mas ele era o seu menino de
ouro e eu era a sua assistente – caipira! Ela surtava se ele ignorava o uso de suas vitaminas.
Ela, sem dúvida, achava que se eu o tocasse o contaminaria de alguma forma.

Ben tinha desfiles e ajustes em roupas durante o dia, o que era bom, porque
Fiona me punha para correr. Ele me mandou mensagens inesperadamente doces, enquanto
eu estava no trabalho, me dizendo que estava pensando em mim. Em uma delas, ele
resmungou sobre uma roupa de um estilista que estava vestindo. Depois de alguma
insistência, ele me mandou uma foto engraçada. A roupa parecia um abajur. Mas ele ainda
parecia quente. Meu abajur gostoso!

O Paris Fashion Week estava se aproximando e eu sabia que Ben iria desfilar
para vários estilistas. Eu estava animada para vê-lo na passarela, com todos os olhos
colados nele e sabendo que ele era meu. Eu me sentia como a Cinderela que tinha de
alguma forma, capturado a atenção do Príncipe Encantado.

Olhei para o meu relógio; não podia esperar para voltar para o hotel e vê-lo.
Era ridículo como estava conectada a ele.

Ben agitou uma passagem aérea para mim.

— Milão, amanhã! Quer ir?

Fiona não tinha mencionado nada sobre Milão, o que eu tomei como uma
indicação de que eu não tinha sido convidada.

— Eu não posso simplesmente ir para Milão com você. Eu tenho que


trabalhar!

Ele atravessou o quarto de hotel, com a mão quente chegando ao meu redor
para pegar o meu traseiro.
— Oh, eu vou colocá-la para trabalhar! — Sua mão acariciou a minha bunda,
me puxando para mais perto, para que ele pudesse plantar um beijo suave nos meus lábios.

Recuando antes que eu me perdesse em seus beijos, coloquei a minha mão


sobre o seu peito.

— Fiona não vai me deixar ir com a galera para me divertir.

— Ela não vai. Sou só eu. E você, se você quiser se juntar a mim. É apenas
uma noite.

Eu olhei para ele com ceticismo. Ela não iria?

— Ela tem uma consulta médica. Não se preocupe, vou cuidar de Fiona. —
Ele disse.

O fato de que ele estava disposto a discutir com Fiona sobre mim era um
grande negócio. Ele deu um beijo suave contra minha testa, antes de se afastar e puxar seu
celular do bolso. Ele ligou e recomeçou a embalar sua pequena bolsa de couro marrom que
estava aberta em sua cama.

— Ei! Sou eu, — ele disse ao telefone. — Tudo bem, e você? — Ele
continuou empurrando os itens dentro da bolsa, enquanto eu andava pelo quarto. Fiona vai
pirar! — Eu gostaria que Emmy fosse comigo para Milão. Você pode ficar sem ela por uma
noite?

Ele fez uma pausa, ouvindo, enquanto eu prendia a minha respiração.

— Obrigado, isso seria ótimo!

Ele terminou a chamada e jogou o telefone na cama.

—Vá fazer a mala, querida!

Fiquei ali, pasma.

— Ela disse sim?


Ele me deu um sorriso lindo.

— Ela está ligando para a companhia aérea agora, para que você tenha uma
passagem.

Fiona estava ligando para conseguir minha passagem? Será que eu tinha
entrado num universo paralelo? Claramente Ben tinha um poder de persuasão sobre ela.
Algo sobre a maneira cega como ela o obedecia, não caía bem para mim, mas eu concordei
e saí para o meu quarto.

Quando chegamos ao balcão da companhia aérea o bom humor de Ben


desapareceu. A agente lhe disse que o meu bilhete foi reservado na classe econômica, na
parte de trás do avião, assento do meio. Com ele sentado na primeira classe, não ficaríamos
sentados juntos. Parecia que Fiona tinha cobrado sua vingança.

Ben começou a conversar com a mulher em francês, enquanto eu fiquei


inutilmente ao seu lado. Sua mandíbula ficou tensa enquanto ela clicava em seu teclado.

Eu puxei o braço dele.

— Tudo bem se não ficarmos juntos. É um voo rápido!

—Eu estou vendo se eu posso pegar um assento para você ficar na primeira
classe comigo, se não, vou me mudar para a econômica.

— Ben, não, isso é bobagem! Estou bem na econômica. — Foi a maneira de


Fiona apontar o meu lugar.

Ele e a agente trocaram algumas palavras mais tensas e, em seguida, ele puxou
a sua carteira e lhe entregou seu cartão de crédito.

— Você não tem que fazer isso. A primeira classe é cara!

— Eu quero, baby. Deixe-me fazer isso! — Sua mão encontrou a minha e ele
entrelaçou nossos dedos.

Eu balancei a cabeça, vendo que ele não seria dissuadido. Tive uma sensação
boa, em ser cuidada assim, no entanto. E eu nunca tinha sentado na primeira classe antes.
Logo estávamos sentados nos assentos de couro confortáveis da primeira
classe do avião, bebericando champanhe em taças de cristal. A primeira classe superou
todas as minhas expectativas. Em vez de ter um assento apertado, fedorento, com alguém
esbarrando no meu braço e roubando meu apoio de braço, Ben e eu descansávamos e
conversávamos, tomando um gole de champanhe, e petiscando amêndoas salgadas. Antes
que eu percebesse, estávamos desembarcando e seguindo para o nosso hotel.

— Há alguém a quem quero lhe apresentar. — Ben disse tirando seus sapatos.

Eu tinha imaginado um jantar à luz de velas, romântico, no coração de Milão,


mas eu assenti.

— Ok.

— Ângelo e Rosa são donos de uma vinícola nos arredores da cidade. Eu não
os vejo há anos. Nós vamos fazer uma visita e jantaremos, se isso soar bem para você.

— Sim. Claro! Eu só preciso de um banho.

Ele acenou com a cabeça.

— Pode ser daqui uma hora? Vou ligar antes.

— Uma hora está ótimo! — Eu teria que me apressar; precisava me depilar,


ainda.

Cinquenta e sete minutos depois, saí do banheiro de mármore, banhada e


composta, vestida com uma saia lápis preta, saltos de tiras e uma regata de contas de prata.
Ben estava recostado na cama, lendo um romance que ele comprou no aeroporto. Peguei
meus pequenos brincos cravejados de diamantes que a minha avó tinha deixado para mim e
fiquei na frente do espelho para colocá-los. Bem se levantou da cama, vindo atrás de mim,
erguendo os meus cabelos sobre meus ombros e plantando beijos suaves contra a parte de
trás do meu pescoço.
— Ummm, que sensação boa! — Eu deixei minha cabeça descansar em seu
ombro e os braços dele vieram em torno de mim.

—Você está linda!

Nossos reflexos me encarando no espelho eram um contraste. Ben era mais de


vinte centímetros mais alto do que eu e impressionantemente bonito. A morena clara que
se via com ele não era linda para mim, mas fiquei feliz que ele pensasse assim.

Ben colocou seus sapatos. Dois minutos de ritual e ele estava pronto e
parecendo incrível, como de costume. Ele estava vestido com calça de algodão escura e
uma camisa polo com as mangas enroladas. Ele parecia casual, mas ainda lindo.

Chamamos um táxi e fomos para o campo, de mãos dadas, no banco traseiro.


Casas e edifícios salpicavam as colinas, que logo se transformaram em uma extensão de
árvores de folhas verdes diferente de qualquer coisa que tínhamos em casa.

— Então, como você conheceu Ângelo e Rosa? — Perguntei.

— Rosa é uma amiga muito antiga da minha mãe. Elas costumavam modelar
juntas durante a Milan Fashion Week. E agora ela dirige uma adega com seu irmão. Eu
costumo tentar visitá-los quando estou na cidade.

Eu me virei para encará-lo.

— Ela não é aquela com quem você... perdeu sua virgindade, não é?

Ben riu alto, chamando a atenção do nosso motorista de táxi no espelho.

—Não.

Eu não via o que era tão engraçado nisso, mas quando chegamos 30 minutos
depois e Rosa nos cumprimentou na entrada da garagem, entendi. Ela tinha
aproximadamente 50 anos de idade e o tempo não tinha sido gentil com ela. Ela era uma
mulher enorme. Ela provavelmente tinha sido bastante atraente em sua juventude, mas seu
rosto estava agora repleto de rugas profundas do trabalho sob o sol.
Ela me puxou para seus braços, enquanto falava em Italiano com Ben. Ele riu e
conversou com ela, embora você pudesse dizer que a linguagem não era tão natural nele
como o francês. Ele se esforçava para encontrar as palavras e assentia. Me preocupei que
seria deixada de lado esta noite, se ela e seu irmão só falassem italiano. Vinho extra para
mim então! Rosa me segurou no comprimento do seu braço, me examinando da cabeça aos
pés.

— Tão bom ver Ben com uma mulher de verdade. — Ela disse, finalmente,
num inglês com um forte sotaque.

Eu não tinha certeza se eu deveria ficar ofendida ou agradecida pelo elogio. Eu


escolhi o segundo. O braço de Ben enlaçou minha cintura selando o negócio. Ele estava
orgulhoso por me apresentar para as pessoas que considerava amigos de sua família.

— Emmy é a mais real das mulheres! — Ele deu um beijo suave no meu rosto.

Ângelo veio saindo da casa, com um chapéu de palha sobre sua cabeça, e se
juntou a nós, abraçando e beijando Ben e eu.

Seu inglês não era tão claro quanto o de Rosa, mas pelo menos eu não iria ficar
por fora esta noite.

—Tudo certo? — Ben perguntou, apontando para um celeiro a certa distância.


Eu me perguntei o que ele estaria planejando.

— Sim, por favor, vão, desfrutem! — Ângelo disse. — E nós vamos vê-los no
jantar em uma hora ou mais.

Depois de nos cumprimentarmos, eles se arrastaram de volta para a adega, para


atender aos seus clientes. Estava um dia lindo e havia vários carros no estacionamento. Ben
disse que ia jantar com eles mais tarde, quando as visitas à vinícola tivessem terminado. Ele
pegou a minha mão e me levou até um celeiro antigo próximo da propriedade.

O celeiro parecia ter várias centenas de anos. Estava mal iluminado e


refrescante lá dentro. Ben me levou até a parte de trás, onde descemos vários degraus até
uma adega rústica. Pisos de pedra e estantes empilhadas com garrafas de vinho alinhadas
nas paredes. Havia uma pequena mesa redonda no centro da sala com dois bancos de bar e
o brilho suave das luzes brancas de Natal amarradas no teto tornava o cômodo romântico e
sedutor. Em cima da mesa de mármore havia uma garrafa de vinho branco descansando
em um balde de gelo junto com um prato de queijos variados e carnes fatiadas. Era um
belo gesto romântico.

Voltei a olhar para Ben.

—Você providenciou isso?

Ele assentiu, em silêncio, me observando.

— Mais ou menos uma degustação privada. Eu pensei que isso seria mais
relaxante do que aderir a um de seus passeios!

Muito atencioso da parte dele. Ele puxou um banquinho e fez sinal para que eu
me sentasse. Quando estávamos ambos sentados, Ben desarrolhou a garrafa e nos serviu,
um copo de vinho para cada um.

— Saúde! — Ele tocou seu copo contra o meu, seus olhos escuros ainda me
observando.

— Saúde! — Eu murmurei, levando o copo aos lábios. Me lembrei do nosso


primeiro encontro, compartilhando uma garrafa de vinho e alguma conversa educada. É
claro que agora estávamos muito mais familiarizados. Eu me sentia um pouco mais
confortável perto dele, embora ele ainda fizesse com que a minha pulsação acelerasse e
parecesse que estava fora de controle.

Nós tomados o nosso vinho e mordiscamos os deliciosos queijos, enquanto


Ben me contou um pouco da história do vinhedo. Estava na família há 60 anos e vários
parentes o dirigiram durante esse tempo. Eu gostava que os valores de família pareciam
estar vivos e bem na Itália. Grandes jantares de família e negócios correndo juntos eram a
norma. Isso me fazia lembrar do Sul em alguns aspectos. Logo a garrafa estava vazia e Ben
se levantou de seu assento para selecionar outra das centenas que estavam ao nosso redor,
na sala.

Me aventurei até onde ele estava inspecionando de perto uma garrafa.


— Estou supondo que você vá gostar deste Rosato. — As palavras rolavam de
sua língua com o seu sotaque italiano. — É frutado e leve.

— E é rosa. — Acrescentei, de forma brilhante.

— Sim, é. — Ele sorriu para mim docemente. —Minha cor favorita!

Eu levantei uma sobrancelha.

— Rosa é a sua cor favorita?

Sua mão apertou entre as minhas coxas, acariciando delicadamente.

— Rosa é definitivamente a minha cor favorita. — Ele sorriu diabolicamente.

Uau!

Colocando a garrafa na prateleira, Ben se inclinou mais para perto, trazendo a


sua mão para a minha nuca e puxando os meus lábios para os dele. Ele beijou minha boca
toda, mandíbula e bochechas. Me sentindo tonta por causa do vinho e pela corrida de
sangue batendo contra os meus ouvidos, eu segurei seu bíceps. Era quente e sólido sob a
palma da minha mão.

Ele plantou doces beijos carinhosos sobre os meus lábios e no meu pescoço.
Tomou seu tempo me seduzindo. Era impossível não cair sob seu feitiço. Ele permaneceu
em meu pescoço, arrastando beijos para baixo, na minha garganta, parando em meus seios.
Senti seus dentes roçarem a minha clavícula e disparos de prazer se abateram nos meus
seios, onde eu queria desesperadamente sentir sua boca. Eu me contorcia contra ele, ainda
segurando os seus bíceps, roçando os meus seios contra o peito dele.

— Ben... não podemos aqui... — Eu ofeguei contra a sua boca.

—Você só é corajosa para me provocar através de mensagens? — Ele arrastou


um dedo ao longo do meu queixo. — Onde está a sua coragem, garota sexy?

Eu não era sexy ou corajosa. Mas Ben me fazia sentir como se talvez pudesse
ser. Olhei ao redor. Pelo menos parecia semi privado. E se os nossos anfitriões estavam
ocupados com os clientes...
Ele arrastou as pontas dos dedos pela minha coluna, seus dedos roçando cada
vértebra, acedendo a minha pele para inflamá-la, enquanto mordiscava os meus lábios. Ele
estava tão vagaroso, tão sexy e no controle, enquanto eu me sentia como se estivesse
queimando.

Segurei-o por cima da sua calça e já o encontrei duro como pedra. Quando a
minha mão o envolveu, cada um de nós deixou escapar um gemido simultaneamente. Ben
rudemente puxou a minha blusa para baixo, revelando o meu sutiã de renda preta, e deu
um beijo no centro do meu peito. Meu coração disparou quando olhei para baixo e
observei. Seus lábios carnudos viajaram por todo o meu peito, pressionando deliciosos
beijos. Ele arrastou o meu sutiã, expondo os meus seios à sua boca. Sua língua quente
circulou um mamilo, enquanto seus olhos se levantaram para observar a minha resposta.
Sua língua moveu para trás e para frente sobre o pico sensível e eu deixei escapar um leve
gemido. Ben reagiu sugando o meu seio em sua boca, beijando e me lambendo avidamente.

— Você tem um gosto bom pra caralho, baby! — Sua mão acariciou um dos
seios, enquanto a sua língua acariciava o outro. Eu estava perdida nas sensações, minha
calcinha ficando mais úmida e meus joelhos já tremiam. Meus dedos se enrolaram nos seus
cabelos para segurá-lo no lugar enquanto ele adorava os meus seios.

Seu celular tocou, interrompendo a nossa felicidade. Ele gemeu um grunhido


frustrado e o puxou do bolso.

— Porra! Um segundo, baby. É Fiona. Provavelmente apenas querendo


verificar.

Ele atendeu ao telefone, me deixando em pé, na frente dele, com os meus seios
úmidos e expostos. Ben me observava enquanto ele conversava, colocando uma mão na
minha cintura, seu polegar acariciando levemente o meu quadril. Ele perguntou sobre a sua
visita ao médico, e mesmo que soubesse que ele estava apenas sendo educado, isso me
frustrava. A conversa se arrastou, algo sobre a Paris Fashion Week, então Ben enrugou sua
testa, concentrando. Ele puxou o telefone para longe de sua orelha e boca, apenas mais
alguns minutos...

Tentei não fazer beicinho. Sabia que não era atraente, mas eu odiava que Fiona
tivesse ligado, interrompendo o nosso tempo privado juntos. Uma súbita ideia me agarrou.
Alimentada por três taças de vinho e uma boa dose de desejo, caí de joelhos na
frente dele. Seu corpo ficou tão tenso quanto um fio de ala tensão. Os olhos de Ben se
arregalaram quando alcancei o zíper e o puxei para baixo. Eu não pude evitar o ligeiro
sorriso em meus lábios. Eu gostava que ele trouxesse o meu lado ousado. Não só
estávamos em um lugar público, onde alguém poderia descobrir-nos a qualquer momento,
mas ele estava ao telefone com a minha chefe. Sua mão acariciava os meus cabelos e ele
olhava para mim com um sorriso malicioso.

Deslizei sua calça e a cueca até os seus joelhos. Ele não estava totalmente duro,
mas com a minha mão enrolada em volta dele, o acariciando-o lentamente, senti-o
encorpar e alongar no meu punho. Eu observava o seu rosto, enquanto trabalhava. O
prazer ultrapassou suas feições, seus olhos escurecendo com o desejo.

— Sim, eu ainda estou aqui, — ele disse asperamente ao telefone. — Desculpe,


o que você disse?

Eu queria reclamá-lo, possuí-lo!

Será que ele me diria para parar... ou ele desligaria o telefone com Fiona? Eu
não tinha certeza do que era mais provável, mas eu sorri comigo mesma por pensar nesse
pequeno teste. Eu precisava ver quem ele escolheria. Se ela fosse mais importante para ele,
ele iria me parar e continuaria a conversa. Rezei para que ele desse uma desculpa e a
deixasse.

Agora totalmente duro e esticado, lhe acariciei mais rápido e senti seus joelhos
tremerem. Minha boca fechou em torno dele e um suspiro irrompeu de seus lábios. Eu
envolvi as minhas mãos em volta do seu pau espesso e suguei a carne quente da sua ponta,
usando a minha língua para liberar sua excitação antes de enfiá-lo todo até o fundo da
minha garganta. Ouvi-o dizendo alguma coisa ao telefone, mas toda a minha atenção estava
sobre ele. Eu venerava o seu pênis, desfrutando completamente. Um chiado estrangulado
escapou do fundo de sua garganta enquanto ele lutava para se controlar.

Quando ambas as suas mãos seguraram o meu queixo, eu sabia que ele tinha
terminado a ligação, e eu fiquei subitamente emocionada quando Ben avançou, enchendo a
minha boca. Ergui os olhos para observá-lo. Ele empurrava os seus quadris para frente,
invadindo a minha boca aberta, e se retirava, se arrastando para dentro e para fora da
minha boca devagar, mas profundamente. A expressão em seu rosto era de puro prazer.
Suas pálpebras estavam pesadas, a sua respiração acelerada. Gemidos suaves escapavam de
seus lábios entreabertos cada vez que ele empurrava para frente e batia no fundo da minha
garganta.

— Porra baby, isso é bom pra caralho! — As mãos quentes de Ben tiraram os
cabelos do meu rosto, enquanto seus olhos seguiam os meus movimentos. — Eu adoro ver
você com meu pau enterrado em sua boca!

Eu percebi que eu nunca tinha feito isso para ele, e subitamente desejei fazê-lo
gozar. Abri a boca mais larga para acomodá-lo, ainda segurando seu pau em minhas mãos.

— Emmy, porra, porra... — Sua respiração acelerou e um ruído suave no seu


peito me disse que estava chegando perto.

— Baby... Eu estou... baby... porra...

Agarrando a parte de trás da minha cabeça com uma das mãos, ele pressionou
para frente, enquanto ele gozava, fazendo com que os jatos quentes de esperma
deslizassem para o fundo da minha garganta com um mínimo de esforço da minha parte.
Ele sabia o que estava fazendo, isso era certo.

Ben estendeu a mão para mim, me puxando para cima, para que ficasse em pé
e beijou minha testa antes de colocá-lo novamente para dentro de suas calças.

— Isso foi... uau! — Ele sorriu docemente.

Eu fiquei deliciada pelo seu elogio, feliz e orgulhosa por ter lhe dado prazer.

— Foi bom?

— Eu estou pronto para ficar sobre um joelho! — Ele deu uma risadinha.

Houve pouco tempo para refletir sobre o que o seu comentário significava
porque quase tão rapidamente quanto ele me colocou em pé, sua boca viajava sobre a
minha garganta e suas mãos se moviam para a barra da minha saia. Eu não tinha percebido
o quão molhada o processo de dar prazer a ele tinha me deixado, mas não havia como
negar isso. Eu estava encharcada! Seu grande dedo indicador me invadiu e deixei escapar
um gemido. Segurei seus ombros, o beijando avidamente, enquanto ele firmemente me
trazia cada vez mais para perto.

Vozes do lado de fora da adega quebraram o nosso beijo e nós dois olhamos
para a porta. Merda! Me esforcei para organizar minha saia e me cobrir, mas as mãos de Ben
me pararam. Ele estava ficando louco? Ângelo e Rosa estavam aparentemente trazendo o
grupo de clientes deles para o celeiro.

— Deixe-me terminar, doce menina! — Sua boca caiu contra a minha e seus
dedos continuaram o seu doce assalto, me mandando diretamente mais para perto da
borda. Eu não sabia se era a sensação de perigo, a possibilidade de ser pega, ou o domínio
de Ben sobre o meu corpo, mas eu gozei completamente alheia, descaradamente
balançando os meus quadris contra a sua mão para aproveitar da sensação. Ben me beijou
para abafar os gemidos que saíam dos meus lábios.

As vozes se afastaram, e de alguma forma, não fomos descobertos.

Mais tarde, caminhamos para o interior da casa e Ben me mostrou onde ficava
o banheiro das visitas, onde me lavei e me coloquei apresentável.

Quando entramos na grande sala de jantar com uma mesa, de madeira rústica,
o cheiro de alho, dos tomates e de carne assada nos cumprimentou. Ângelo abriu uma
garrafa de vinho tinto e Rosa colocou várias travessas grandes no centro da mesa.

— Olá. — Ela nos cumprimentou calorosamente, indicando para cada um de


nós a sua cadeira.

Eu não tinha me dado conta disso antes, mas agora que estava sentindo o
cheiro da comida, percebi que estava faminta.

Os olhos de Ben permaneceram sobre mim durante toda a refeição,


provavelmente porque eu não podia evitar gemer toda vez que provava um prato novo.

Não posso dizer que a conversa fluía, porque, bem, isso não aconteceu. Nem
Ângelo nem Rosa falavam bem o inglês. Mas a comida era deliciosa. Algumas das
melhores. que já provei – carne assada, ravióli frescos recheados com ricota e manjericão,
tudo isso combinado com os vinhos locais deliciosos. Nossos anfitriões eram calorosos e
acolhedores e foi uma noite adorável.

No final do jantar, Ben ligou para o táxi e os anfitriões nos acompanharam até
a porta. Rosa me puxou para um abraço, me agradecendo e dizendo que Ben era um
homem bom e que precisava de uma boa garota.

Ficou evidente que ela era uma figura materna para Ben, e eu me senti honrada
que ele tivesse desejado me apresentar a ela.

— Obrigado por ter vindo. — Ben disse enquanto entravamos no carro.

Eu sorri e descansei a minha cabeça em seu ombro.

O carro retornava para Milão, estava escuro e eu estava com sono. Eu me


aconcheguei contra ele, plena e feliz. Eu esperava que nada pudesse mudar!
Capítulo 14
Emmy

No dia seguinte, tínhamos um voo noturno, mas primeiro Ben tinha uma
sessão de fotos. Ele me pediu para ficar no hotel, dormindo, depois tomasse o café da
manhã e desse um mergulho na banheira enorme. Ele estaria de volta para me pegar em
poucas horas. Eu não discuti. Depois de todo o vinho de ontem à noite, um pouco de sono
extra era exatamente o que eu queria.

Quando acordei uma hora mais tarde, liguei para o serviço de quarto e deixei a
banheira enchendo, despejando um generoso banho de espuma. Era bom ter um dia para
relaxar. Normalmente Fiona me fazia correr muito cedo, de modo que isso era um prazer
raro.

Depois de um banho demorado, vesti o macio roupão do hotel e comi ovo


cozido e torradas. Então, enquanto esperava por Ben, rastejei de volta para a cama e
observei os canais, apenas italianos, da TV.

Eu chequei o tempo, e percebi que deveria ser tarde da noite em casa, no


Tennessee e decidi tentar falar com a minha mãe.

O sotaque da minha mãe estourou através do telefone.

— Emmy Jean, eu sinto a sua falta! Como está Paris, querida? Os franceses
estão sendo arrogantes?

Eu ri. Deus, eu precisava disso. Precisava ouvir a voz dela. Era como um
pedacinho de casa e instantaneamente me senti muito bem.
— Oh Mamãe, é incrível aqui! Eu estive nos escritórios de Yves Saint Laurent
e Versace e provei coisas de Louis Vuitton! E agora, estou em Milão. — Eu não mencionei
Ben.

Ela ficou em silêncio do outro lado e me perguntei se ela conhecia os nomes


dos estilistas famosos que soltei.

— Não se apegue a esse mundo! Essas pessoas não são como nós, Emmy
Jean!

Suas palavras me paralisaram. Ela estava certa. Eu nunca me senti tão fora do
lugar, mas com Ben eu não tinha que fingir ser alguém que eu não era.

— Não se preocupe, mamãe! Eu ainda sou eu! — Eu sorri, sabendo que isso
era verdade.

— Bom. Eu não posso esperar que você venha me visitar em casa! Com o seu
pai viajando tanto, eu me sinto sozinha!

Meu pai era um motorista de caminhão de rodovia e ficava fora grande parte
da semana. Eu escutei, enquanto ela falava coisas monótonas sobre a festa americana na
igreja e seus tomates premiados, ocasionalmente fazendo perguntas e sondando mais
profundamente. Era bom só ouvir a voz dela. Isso me fez lembrar que havia um mundo
maior e além do brilho e glamour do Fashion Week, e que eu estava destinada a ter mais na
vida.

Esta era uma aventura temporária e a percepção disso me perturbou. Eu tinha


estado tão presa neste turbilhão; eu me perguntava o que iria acontecer quando eu
retornasse para casa. Será que Ben ainda teria interesse em mim, quando voltássemos para
Nova York? Tentei imaginá-lo no meu pequeno apartamento em mau estado, saindo
comigo e Ellie. Era como tentar imaginar Fiona se vestindo com as roupas de alta costura
da coleção passada. Nunca iria acontecer!

— Eu estarei em casa em breve, mamãe. Diga oi para o meu pai por mim. Eu
te amo!
Ela parecia tão longe, a minha casa de infância no campo, era uma lembrança
distante do mundo da moda movimentada de Paris e Milão. E o meu romance com Ben
consumindo tudo, cada pensamento acordado, e até mesmo inspirando os meus sonhos.
Eu sabia que isso provavelmente não era saudável, mas era a minha realidade. Eu tinha sido
sugada para sua bolha e eu não queria que isso acabasse!

Depois de nos despedirmos, eu me enrolei na cama para aguardar a chegada de


Ben.

Eu estava realmente tão envolvida por essa atração, embora fosse por um
homem incrivelmente atraente, que me transformei em uma pilha de gosma? Mas era mais
do que isso, eu me lembrei. Por mais que eu gostasse da sua aparência externa, eu gostava
dele por todas as suas qualidades que não tinham nada a ver com a sua boa aparência.

Ele tinha sido honesto e franco comigo sobre seus objetivos. O jeito como ele
falava sobre o seu futuro e a sua experiência financeira, era sexy. Ele demonstrou sua
capacidade de planejar com antecedência e se sustentar. Ele colocava as minhas
necessidades em primeiro lugar quando nós tínhamos intimidade, o que era mais do que eu
esperava com base nas minhas experiências anteriores decepcionantes. Sem mencionar que
o homem tinha o dom da fala suja. O que significava que, a longo prazo, ele seria do tipo
que manteria as coisas interessantes. Apenas o suficiente daquela espontaneidade para
manter o fogo aceso. Eu sabia que estava me precipitando, no entanto. Maldição, eu estava
pronta para escolher os vestidos das damas de honra e ele ainda não tinha me dito que
éramos exclusivos! Se isso é apenas sexo, por que sentia que é muito mais?
Capítulo 15
Emmy

O Fashion Week estava a todo vapor em Paris. O ar zumbia com energia e


animação e havia uma enxurrada de agitação. Eu fui aos bastidores do show da Versace
para ver se eu poderia encontrar Ben. Os garotos estavam por toda parte em vários estágios
de nudez. Alguns estavam sentados nas áreas de maquiagem, os cabelos sendo arrumados
em novos estilos e segurados com grampos para deixar a criação mais definida, outros se
trocavam atrás das divisórias, modéstia à parte né.

Ben era fácil de encontrar. Ele ficava alguns centímetros acima de todos ao seu
redor. Meu deus grego perfeito. Meu homem sexy. Senti orgulho ao vê-lo. O maquiador
usou um pincel de base para alisar por cima do corretivo, iluminando seu tom de pele. As
olheiras que ele uma vez tinha tido sob seus olhos haviam desaparecido. Talvez dormir ao
meu lado durante a noite realmente tivesse seus efeitos.

Fiona estava do seu lado, tomando uma taça de champanhe e conversando


casualmente com o estilista, enquanto o maquiador trabalhava sua magia. Ben estava
desfilando em vários shows hoje, mas atualmente estava usando um par de jeans
desbotados que faziam sua bunda parecer deliciosa e uma camiseta branca.

Seus olhos encontraram os meus e um sorriso fácil floresceu pela sua boca
carnuda. Ele realmente era lindo. Eu devolvi o sorriso, lhe enviando um desejo silencioso
de boa sorte, e depois voltei para a área dos assentos da plateia. Eu precisava ter certeza
que Fiona tinha um assento na primeira fila. Eu estaria sentada vários assentos atrás, mas
fiquei feliz que eu tinha sido capaz de obter um assento, apesar de tudo. Gunnar estava
assistindo ao show do hotel via vídeo online.

Eu encontrei o meu lugar e me sentei. Eu me perguntava se dava pra eu tirar


todas as fotos com a minha câmera do telefone. Mas eu acho que eu poderia encontrar
fotos de Ben depois, online. Havia um milhão de fotógrafos aqui, seus flashes já estavam
parecendo como um show de fogos pirotécnicos.

Eu vi Fiona escorregar para seu assento, na primeira fileira e eu sabia que o


show estava prestes a começar. Pequenas borboletas dançavam na minha barriga, em
antecipação.

As luzes acenderam e os flashes de câmeras piscando inundaram o palco.


Música alta tocou através do sistema de som. Eu não sabia a ordem do desfile ou quando
eu ia ver Ben. Alguns shows duravam apenas sete ou oito minutos, enquanto outros
estavam mais próximos de vinte minutos. Só dependia de quantos looks ele tinha que
mostrar, e eu não sabia quantas saídas ele tinha.

O primeiro dos modelos começou a andar e um sorriso lento alcançou meu


rosto. Eu estava aqui, em Paris, no meu primeiro desfile de moda. A sensação foi surreal.
Eu assisti com fascinação, paralisada, enquanto belos homens caminhavam com confiança
pela passarela. Esta temporada era tudo sobre cores fortes e solidas, brancos e negros, e as
menos utilizadas estampas de animais... Aparentemente pele de cobra ia ser o must no
próximo ano.

De repente, Ben estava lá, andando muito bem na passarela. Ele era a perfeição
absoluta. Confiante, com certeza, e sexy como o inferno. Seu andar estava equilibrado, com
o queixo para cima, e seu olhar escuro em frente. Meus olhos vagaram pelo comprimento
do seu corpo, apreciando o quanto ele estava atraente num terno cinza e uma gravata
vermelha bem ousada. Uma bolsa de couro pendurada em seu ombro. Nunca vi ninguém
num terno corte estreito ficar mais sexy.

Eu sabia que ele não ficaria com a roupa, mas caramba, eu não me importaria
de lentamente despi-lo mais tarde, desembrulhando-o como um presente. Meu pulso
acelerou com o pensamento. Com todas as comemorações que ainda viriam, eu só esperava
que pudesse ter algum tempo a sós com ele.

Uma vez que os shows do dia terminaram, eu fui para os bastidores, para
encontrá-lo. Estava uma loucura: fotógrafos, designers e modelos em todos os lugares. E
todo mundo estava em clima de comemoração. Drogas, álcool, pessoas nuas. Uau, lá se vai
qualquer esperança de encontrá-lo, eu lhe enviei um texto dizendo que eu iria vê-lo na festa
pós-show e sai.

Depois de ir para o hotel para fazer uma troca para algo mais apropriado para a
noite, optei por uma calça skinny preta bem justa e pra combinar uma blusinha de seda
roxa e sandálias de tira prata.

Quando cheguei ao hotel onde a festa estava sendo realizada, eu me senti fora
de lugar e desajeitada, enquanto fazia o meu caminho para dentro do elegante hotel.
Parando na recepção do hotel, o funcionário da recepção me orientou a tomar o elevador
para o salão do terceiro andar.

Eu não estava nem de perto preparada para a cena que me cumprimentou.


Uma baixa música tocava nos alto-falantes, e uma iluminação fraca definiu um estado de
humor bem sugestivo. Sofás brancos de pelúcia foram espalhados em forma de U e estava
cheio de modelos femininos magérrimas conversando amigavelmente. Caminhei por elas,
sentindo-me como se estivesse de volta na época de escola, passando pela mesa dos
populares e sentando num canto sozinha.

Precisando de um pouco de liquido da coragem, me aproximei do bar antes de


procurar Ben. Ou Gunnar. Um rosto amigo ajudaria. Mas primeiro eu queria uma bebida
em mãos. Eu preferia uma cerveja gelada, mas optei por uma taça de champanhe, o que
parecia ser a bebida de eleição desta noite.

Eu tomei um gole do meio amargo champanhe gelado e fechei os olhos. Eu


odiava o quão fora de lugar eu me sentia. Era óbvio quem eram os modelos e quem eram
as pessoas. Eu era muito baixa, muito cheia de curvas. Nunca tinha sido mais consciente do
meu corpo do que hoje, ficando naquele espaço de mulheres com tamanho zero. Eu fui
para o banco vazio mais distante, onde eu poderia sentar e tirar a pressão dos meus pés e
essa maldição que apertava meus calcanhares. Aliviada no moderno assento meia-lua, notei
o homem ao meu lado, de cabeça baixa, bebericando sua cerveja calmamente.

Ele deve ter notado a forma como eu ansiava por sua garrafa de cerveja,
porque, apenas alguns segundos depois, ele sinalizou e acenou para o garçom, e uma
cerveja foi aberta e colocada na minha frente.
Me virei para ele com um sorriso, pela primeira vez esta noite. — Eu fui tão
óbvia?

Ele sorriu com facilidade, sua feição aberta e amigável. — Braydon Kincaid. —
Ele estendeu a mão para mim.

— Emmy Clarke. — Eu coloquei minha mão contra a sua. — E obrigada pela


cerveja.

— A qualquer hora. — Era óbvio que ele era um modelo. Ele era alto, pelo
menos, um par de centímetros a mais de 1,83m de altura, e seu corpo era magro, mas bem
tonificado e firme, com músculos. Seu cabelo era um tom mais claro do que Ben uma
mistura de marrom queimado com loiro e seus olhos eram de um azul impressionante.

Braydon virou totalmente em minha direção, ainda me observando, enquanto


eu inclinava a garrafa aos lábios e tomava um longo gole. Eu não estava muito no clima
para conversa, mas algo sobre ele me pôs à vontade, mais do que provavelmente deveria
estar.

Engolindo o gole gelado, eu me virei para encará-lo. — Você estava em alguns


dos shows de hoje?

Ele tomou um gole da sua cerveja, sua garganta trabalhando quando ele
engolia. Era difícil não ser afetada por este homem fisicamente. Ele realmente era lindo. —
Armani, Prada, Iceberg, Jil Sander e Calvin Klein. Coisas divertidas.

— Ah, agora eu me lembro. Você abriu o show de Jil Sander. Você foi o único
usando aquela calça rosa.

Ele sorriu, os olhos brilhando em mim. — Você me pegou. Eles estavam


distribuindo amostras após o show, mas eu não acho que vou ter de usar aquelas nunca
mais. Eu gostaria de manter meu cartão de homem, muito obrigado.

Eu ri com facilidade, de imediato me sentindo bem à vontade ao seu redor,


apesar de só conhecê-lo há alguns minutos.
— Então o que você faz? — Perguntou ele. Ele tinha perguntado de uma
maneira educada, mas era óbvio que ele sabia que eu não era uma modelo.

— Eu trabalho para Fiona Stone.

— Ah, eu vejo. — O sorriso conhecedor que apareceu em sua boca me disse


que ele estava familiarizado com ela, mas eu não aprofundei mais. A maioria das pessoas já
tinham ouvido falar dela ou a conheciam pela agencia de modelos. Isso não era nenhuma
surpresa. Mas eu não tinha vontade de trocar histórias de terror sobre Fiona, então mudei
de assunto.

— E eu acho que você deve ficar orgulhoso por ter se vestido de rosa hoje. É
preciso ser um homem confiante para fazer isso. — Eu disse, mudando o assunto para
longe de mim mesma.

Ele balançou a cabeça. — Sim, eu tenho certeza que meus pais estão muito
orgulhosos. Eu fiz manicure hoje e desfilei na passarela de rosa. O sonho de todo pai.

Eu ri, mas me perguntava se havia alguma verdade em suas palavras e se seu


pai aprovava sua profissão escolhida. — De onde você é? — Na menção de sua família
fiquei curiosa sobre onde ele cresceu. Seu sotaque era definitivamente americano.

— Ohio. E você?

— Tennessee.

— Eu deveria ter imaginado.

— Por quê? Meu sotaque? — Eu estava acostumada com pessoas comentando


sobre ele.

—Sim —. Ele sorriu. A conversa fiada me relaxou. Cada um de nós tomou um


gole de cerveja e deixou que o silêncio confortável permeasse o ar que nos rodeava.

Os joelhos de Braydon roçaram o meu e eu não pude deixar de notar o desejo


escuro em seu olhar azul profundo. Ele fez a minha pele formigar.
— Eu deveria ir procurar os meus amigos. — Minha voz estava baixa e rouca,
eu limpei minha garganta. — Obrigada pela cerveja.

Braydon levantou a minha mão que estava ao seu lado e levou até seus lábios.
— A qualquer hora, Jujuba. — Suas palavras brincalhonas, o brilho em seus olhos e o
toque suave de seus lábios contra minha pele, enviou um fecho de calor correndo direto
para meu núcleo.

Engoli em seco bruscamente, os meus olhos persistentes sobre os dele.


Quando finalmente me afastei, foi com as pernas trêmulas.

Atravessando a sala, eu fui direto para sala VIP, a mais mal iluminada. Paredes
espelhadas e bolas de discoteca girando produziam pequenas manchas de cores que
saltavam do outro lado da sala. O efeito era desorientador.

Vi Ben na extremidade distante do cômodo, sentado com um grupo de


homens e mulheres num dos sofás de couro branco. Ele ainda não tinha me notado, e
quando cheguei mais perto vi linhas finas de pó branco tiradas em cima da mesa, na frente
deles. Ben e eu nunca tínhamos discutido sobre o uso de drogas, eu tinha assumido que ele
não usava. Agora eu não tinha tanta certeza.

Ele segurava um copo de licor de cor âmbar, e seus olhos estavam um pouco
vidrados. Pânico tomou conta de mim, meu estômago caiu aos meus pés. Talvez eu não o
conhecesse tão bem. Quando seus olhos encontraram os meus, o reconhecimento cruzou o
seu rosto. Ele se endireitou em seu lugar, se afastando um pouco da garota que estava
colada ao seu lado.

— Emmy —. Ele estendeu a mão para mim e eu a peguei, parando entre ele e
a modelo ao lado dele. Eu não sabia seu nome, mas seu rosto era familiar. Eu tinha certeza
que eu a tinha visto no desfile da Prada antes. Ao invés de me espremer entre eles, eu fiquei
em pé, espremida entre o sofá e a mesa baixa de centro perto dos joelhos de Ben. Ele
olhou para mim, seu sorriso um tanto sombrio.

De repente, eu não queria estar lá. Eu não fazia parte daquela cena, eu não
estava bem com as drogas, nem sobre ficar sentada e desfrutando de uma bebida, enquanto
tolerava o uso de cocaína acontecendo ao nosso redor. E eu certamente não queria.
Chame-me de antiquada, pudica, o que quiser, mas voltar para o meu quarto e tomar um
banho de espuma parecia muito mais atraente do que sair com essas pessoas.

— Eu acho que já estou indo.

Ben se levantou, instável em seus pés. — Então eu vou te levar de volta.

Segurei seu bíceps, o mantendo firme. Parecia que eu seria a única a levá-lo de
volta. Eu nunca tinha visto ele bêbado. E uma parte em mim não gostou. Eu me
preocupava com ele. Quanto ele bebeu? E será que ele deveria estar bebendo tão
fortemente tomando seus medicamentos? Eu o ajudei a manobrar de onde estávamos no
espaço entre a mesa e sofá.

Então fizemos o nosso caminho através do centro da sala, eu com um braço ao


redor de sua cintura para mante-lo andando num caminho em linha reta. Eu nunca tinha
visto ele tão acabado, e eu não poderia dizer que eu era uma fã. Eu sabia por experiência
própria que não havia nada divertido em cuidar de alguém bêbado, e ainda tinha a
probabilidade de ficar doente depois.

Sim, eu.

Ben cambaleou em direção à porta, com a mão em volta do meu quadril. —


Obrigado, querida.

Eu estava bem disposta, e acho que ele não tinha comido nada o dia todo. Eu
juro que ninguém alimentava esses modelos. Pelo menos eu esperava que tudo isso fosse
muito álcool com o estômago vazio. Lutei para nos manter indo na direção certa,
mantendo meu domínio sobre Ben, minha bolsa e me equilibrar em meus saltos agulha.
Senti uma grande mão fechar em torno de meu cotovelo.

— Eu levo ele. — A voz profunda e familiar de mais cedo, de Braydon, falou


atrás de mim.

Eu soltei meu domínio sobre Ben e permiti que ele ficasse entre nós. Ele jogou
um braço sob o ombro de Ben, facilmente o guiando até o elevador.

Eu parei atrás deles, um pouco envergonhada.


— Bebeu muito amigo? — Braydon perguntou uma vez que estávamos todos
dentro do elevador.

Ben deu um aceno de cabeça, o reconhecimento piscou em seus olhos quando


ele avaliou o homem de pé diante dele. — Bray.

Braydon se aproximou, me puxando mais perto, ainda mantendo seu domínio


sobre Ben.

A mão de Braydon permaneceu colada no meu quadril, me segurando perto


dele. O calor de sua mão me queimando, fez com que os meus mamilos empurrassem
contra a renda do meu sutiã. Meu corpo estava curioso sobre ele, mesmo que minha mente
estivesse em Ben.

— Você vai compartilhar esta comigo? — Braydon perguntou a Ben, os olhos


ainda nos meus.

Ben empurrou uma mão bem descoordenada no ombro de Braydon. — Não,


idiota. — Sua voz era plana, não divertida.

E se eles tivessem compartilhado mulheres antes? E por que esta informação


foi como uma injeção de adrenalina para o meu sistema? Esses dois belos homens fazendo
amor com a mesma mulher? Puta merda. Me senti fraca.

Me abaixei para ajustar a tira da minha sandália, que estava cavando em meu
tornozelo, mantendo uma mão no ombro de Ben para firmá-lo, Braydon estendeu a mão
para mim, tirando a bolsa que pendia desajeitadamente do meu braço. Ele deslizou a alça
sobre o seu pulso e piscou para mim. — Eu te ajudo.

Encontrei seus olhos bondosos e sorri, aparentemente eu perdia as palavras em


torno desse alto, loiro e lindo homem. Um homem que atualmente tinha uma pulseira rosa
pendurada em seu antebraço grosso.

— Em que hotel vocês estão?

Dei-lhe o nome, ainda me perguntando como ele sabia sobre Ben e por que ele
estava sendo tão legal comigo.
— Eu vou pegar um taxi.

Eu tinha tomado o Metro até aqui, mas percebi que tentar levar um Ben
bêbado dentro e fora do metrô não era uma aventura que eu particularmente queria
experimentar agora. Ou nunca. Pra não falar dos paparazzi. Nós não queríamos que alguém
percebesse quem ele era e começasse a tirar fotos, especialmente tendo em conta que Paris
estava cheia de fotógrafos durante a Semana da Moda.

Me sentei na parte de trás do carro, presa entre os dois homens. Ben pegou a
minha mão e a segurou em seu colo. Ele inclinou a cabeça para trás, no assento e,
murmurou desculpas para mim.

— Braydon?

— Hum?

Eu estava muito consciente do calor do seu corpo junto ao meu, sua perna
ocasionalmente batendo na minha coxa. — Você não acha que ele... Tomou alguma coisa,
não é?

— Drogas? Não. Ben não toca nessa merda. Nunca.

Eu não tinha certeza do que Braydon sabia, ou a extensão do seu


relacionamento com ele, mas a sua confiança aliviou a minha mente.

Quando chegamos ao hotel, eu acordei Ben e ele parecia um pouco mais


sóbrio por causa do passeio de vinte minutos de volta. Uma vez dentro do quarto, ele caiu
pesadamente sobre a cama, deixando Braydon e eu em pé sem jeito ao pé do colchão,
olhando um para o outro.

— Emmy, venha aqui... — Ben me puxou para a cama com ele e se aninhou
em meu pescoço, respirando o cheiro do meu cabelo. Sua mão se moveu de minha cintura
para baixo até a minha bunda dando um aperto suave.

Ele se virou para enfrentar Braydon. — Obrigado pela carona, mas é hora de
ir, Bray.
Braydon riu suavemente. — Eu acho que não cara. Isso se chama pau de
uísque (Whiskey dick- Quer dizer que ele bebeu demais e não consegue fazer sexo e nem satisfazer ela).
Você não estará recebendo nada hoje à noite. Além disso, não seria de muita utilidade para
ela. — O olhar azul eletrizante de Braydon, encontraram os meus e eu estremeci.

Aperto de Ben sobe mim aumentou. — Eu sempre faço Emmy gozar

Ah! — Ok, o tempo para história acabou. — Eu me afastei das mãos de Ben
com meu rosto aquecido. Aparentemente Ben precisava de uma focinheira quando estava
bêbado. Atravessei a sala e peguei o telefone. — Acho que vou pedir o serviço de quarto,
talvez se der algo para ele comer ajude. — Eu olhei para Braydon. — Gostaria de algo?

Braydon sorriu levemente, removendo a bolsa de seu braço e a entregando a


mim. — Claro. Eu poderia ficar um pouco.

Eu pedi sanduíches e garrafas de água, sentei na cama e comi. Ben mordiscou


o dele, mas eu estava feliz em vê-lo beber uma garrafa inteira de água. Ele então tirou a sua
cueca boxer e deitou na cama, obviamente, não tímido sobre se despir na frente de outro
homem. Braydon e eu trocamos um sorriso. Eu estava aliviada por ter companhia, e ter
Ben, enfiado na cama.

O toque estridente de um telefone celular me assustou, e afastei meus olhos


para longe de Braydon. Ben se inclinou para o lado da cama e pegou o telefone do bolso da
calça descartada gemendo e jogando o telefone na cama ao lado dele.

Braydon pegou o telefone ainda tocando e verificou a tela. — É Fiona.

— É depois da meia noite, o que ela poderia querer? — Eu não pude impedir
o tom de desdém na minha voz.

Ben trocou um olhar de cumplicidade com Braydon. Havia algo grande mas
completamente silencioso sendo comunicado entre eles. — Não diga a Emmy sobre Fiona,
— Ben resmungou baixinho.

— Eu acho que você já fez isso. — Os olhos de Braydon encontraram os


meus, estudando, observando a minha reação, mas eu não mostrei nenhuma. — Me chame
se você precisar de alguma coisa. Ben tem meu número em seu telefone. — Disse ele, por
fim.

Eu balancei a cabeça, ainda muito chocada para falar.

Eu queria ir para o meu quarto, para o chuveiro e me trocar. Talvez ter um


bom choro. Mas Ben me puxou para baixo, na cama, apenas alguns segundos depois que a
porta se fechou atrás de Braydon e dobrou o corpo em torno de mim.

— Você me faz sentir tão bem. — Ele murmurou, seus lábios roçando a pele
na parte de trás do meu pescoço.

Deixei que ele me abraçasse, incapaz de dizer pra me deixar ir.


Capítulo 16
Ben

Eu tive os alguns dias de folga, agora que a loucura da Semana de Moda já


passou, Emmy e eu tivemos alguns passeios em Paris. Eu me senti mal por ficar tão
bêbado n festa pós-show. Emmy tinha tomado conta de mim, e eu queria fazer as pazes
com ela.

Nós descansávamos sobre um cobertor no amplo gramado em frente à Torre


Eiffel, deitados sob o sol quente e eu estava lendo tranquilamente ao lado dela. Eu senti
que ela estava me observando enquanto eu lia. Eu estava acostumado a ser olhado, com um
olhar crítico... Mas a forma como Emmy olhava para mim era diferente. Folheei as páginas,
sentindo o olhar dela observando a forma como os meus lábios se moviam enquanto eu lia,
olhando meus dedos virar as páginas. Ela levantou os óculos de sol, querendo uma visão
mais clara.

— O quê? — Perguntei.

— Você e Braydon realmente compartilharam uma mulher? — Ela perguntou,


com os olhos buscando os meus.

Colocando o livro ao meu lado respondi. —Sim.

— Mais que uma?

Eu queria ser honesto com ela. — Algumas. Isso te incomoda?

—Não. — Seus olhos correram para longe dos meu, olhando ansiosamente
para os óculos de sol que tinha descartado, não querendo que eu visse sua expressão.

— É algo que você gostaria de tentar? — Perguntei.


Ela engoliu com dificuldade. — Eu não sei.

Individualmente, Braydon e eu sempre satisfazíamos bem as mulheres. Mas


juntos nós dois éramos devastadores. Nós tínhamos atraído algumas das supermodelos
mais quentes do mundo. Era tudo um jogo, mas algo sobre fazer isso com Emmy parecia
muito errado. Ela fez com que o macho alfa em mim quisesse marcar o meu território. Ela
estava fora dos limites para ser compartilhada, a menos que eu a tivesse lido errado, eu
poderia dizer que a ideia de Braydon e eu nos movendo contra ela, dois paus duros para
acariciar e chupar, estava excitando ela. Eu avaliei sua reação. Seu pulso acelerou, batendo
violentamente contra o seu pescoço, e seus mamilos endureceram contra a frente de sua
blusa.

— Interessante. Eu não tinha notado que você era uma garota de ménage.

— Eu não sou. — Sua voz era fraca, um murmúrio cheio de incerteza. Ela
mordeu o lábio inferior, os olhos buscando o meu em uma rendição completa. Ela pode
nunca ter considerado isso antes, mas era óbvio que ela estava agora. Eu aposto que se
colocasse a mão dentro de sua calcinha agora, ela ia esta molhada.

Eu não tinha certeza de como eu me sentia sobre isso. Ela não era minha. Eu
tinha deixado isso bem claro. E agora eu estava sendo um idiota egoísta. Se isso era algo
que ela queria, eu deveria dar a ela. Se eu pudesse apenas provar isso para mim mesmo.

— Ben?

— Hum?

— Fiona ligou ontem à noite, depois da meia-noite. E Braydon não parecia


surpreso que ela estivesse ligando.

Meu olhar se afastou do dela para o cobertor. Merda.

— Ela não é uma das mulheres que vocês dois compartilharam, ela é?

Meu coração pulava em meu peito. Ela me perguntou diretamente sobre Fiona
e eu não via nenhuma maneira de evitar isso. Eu sabia que ela não ia ficar feliz, embora eu
não gostasse da ideia de magoá-la.
— Você e Braydon dormiram com Fiona? — Ela perguntou.

— Será que isso te incomoda?

— Saber que você fez sexo com Fiona? Sim. — Sua voz era firme e eu só
podia imaginar os muitos pensamentos girando dentro de sua cabeça. — Foi apenas uma
vez? — Seus grandes olhos cinza buscaram o meu. — Com Braydon?

— Sim. — Eu sabia que não estava sendo totalmente sincero, mas a minha
resposta à sua pergunta foi honesto. Foi o melhor que pude fazer.

Ela torceu as mãos no colo.

Não pude deixar de toca-la, levantando seu queixo. — Ei, você está bem? —
Eu sussurrei.

Ela assentiu com a cabeça. —Eu acho que sim.

Eu sorri e me inclinei para beijar suavemente sua boca. — Não foi um grande
negócio, ok?

Emmy ficou quieta. Orei para que pudéssemos superar isso. Eu não queria que
o meu passado com Fiona estragasse o meu presente com Emmy. Ela endireitou sua
postura, mas eu não pude deixar de notar que o seu movimento a levou para longe de mim
sobre o cobertor.
Emmy

O fato que Ben tinha sido íntimo com Fiona foi devastador. Não pude deixar
de imaginar Ben a beijando, sua boca se movendo sobre a garganta, as mãos segurando
seus quadris. Eu apertei meus olhos fechados. Minha respiração ficou presa na minha
garganta como se alguém estivesse arrancando meu peito. Ela era contra mim, meu
inimigo. Como é que ele poderia ter ficado com alguém como ela?

Durante as últimas semanas, eu me convenci de que Ben e eu estávamos bem


mais próximos, não um casal de verdade, mas pelo menos nos movendo nessa direção. Mas
se ele estava disposto a me compartilhar com seu amigo, o quão sério ele poderia realmente
estar comigo?

Talvez fosse exatamente por isso que eu não deveria questionar isso. Se estava
tudo bem pra ele, porque não deveria estar pra mim também? Isso era apenas uma
exploração, apenas casual. Eu estava em Paris, a cidade mais romântica e sedutora do
mundo, com a oportunidade de desfrutar da companhia e intimidade de dois modelos
masculinos. Eu sabia o que Ellie diria. Vá em frente! Então, por que o meu estômago
estava cheio de nós? E por que a minha mente continuava recordando o modo sutil que
sua mandíbula tinha apertado quando eu tinha ficado aberta a essa ideia? Parte de mim
queria isso apenas para ter a oportunidade de ver a reação de Ben, para ver se isso estava
realmente bom pra ele.

Eu calei a parte do meu cérebro que continuou gritando pra mim que isso não
era nada mais do que um pouco de competição doente. A necessidade de conquistar algo
que Fiona tinha conseguido não era saudável, e eu me odiava por pensar dessa maneira. Eu
não precisava competir com ela. Era infantil e mesquinho, mas era como eu me sentia. Não
consiguia negar esse fato.

Eu só precisava desligar meu cérebro e deixar meu corpo assumir a liderança.


Ben e eu não tínhamos falado sobre Braydon novamente, mas alguns dias
depois um envelope foi entregue ao meu quarto no meio da manhã. Eu tirei a carta pra fora
do envelope e li.

Junte-se comigo e Braydon para tomar uma bebida as 8 horas no Grand Capri

Vou mandar um carro busca você às 7:45

Ben

Ele não estava pedindo. Ele estava mandando. Mas antes que eu tivesse tempo
de surtar ou refletir sobre suas intenções, uma outra batida na porta chamou a minha
atenção. O porteiro entregou uma caixa grande. Eu carreguei para dentro e o coloquei
sobre a cama. Tirei a tampa, e empurrei de lado as montanhas de papel de seda branco, e
peguei um vestido. Não era qualquer vestido, mas um vestido de noite. Meu queixo caiu,
era um Vera Wang de seda preto elegante e de aparência muito cara, um corpete bem justo
com sutiã embutido e uma longa fenda aberta de um lado. Era um estilo bem clássico e que
eu sabia que ainda seria elegante por muito tempo. Abracei o material macio contra meu
peito, saboreando a sensação. Eu nunca tive uma coisa tão bonita.

Afastando mais o papel, eu levantarei uma caixa de sapatos que estava na parte
inferior da embalagem, encontrei um par brilhante de saltos negros plataforma Christian
Louboutin. Havia uma bilhete dentro do calçado que só dizia:

Só o que você for capaz de aguentar.

Meu sangue bombeou de forma irregular e um arrepio quente percorreu meu


corpo.

O que isso significava? Se tudo o que eu quisesse era o jantar e, em seguida,


voltar para cá sozinha, ou apenas com Ben, estaria tudo bem? Ou se eu quisesse os dois...
Era demais pra mim? Deus, isso era estranho. O que ele tinha dito a Braydon? Não. Isso é
uma loucura. Só porque eu estava um pouco curiosa não significava que eu iria até o fim
com isso. Eu estava disposta a sair com eles esta noite, mas era só isso.

Eu tive todo o dia para refletir sobre isso e várias outras questões antes de meu
encontro. Mas também me dei o luxo de tempo para ficar pronta. Imaginei que um longo
banho iria me ajudar a relaxar e eu poderia dedicar alguma atenção muito necessário para o
meu subconsciente negligenciado. Tenha compaixão, minha mente estava rodando.

Recebi uma mensagem naquela tarde de Ben perguntando como eu estava me


sentindo.

Eu: Nervosa

Eu ri com a honestidade brutal da minha resposta. Tanto para jogar tranquila.

Ben: Não fique, baby. Lembre-se, somente o que você pode lidar.

Suas palavras não fizeram nada para me acalmar. Ele parecia tão controlando,
tão certo. Eu só podia esperar que ele estivesse, porque eu não estava.

Ben: Estou mandando alguém para ajudá-la a se preparar. Ela vai estar
ai às 17:30 hs, se estiver tudo bem pra você...

Eu: Claro

Eu não estava acostumada a ter alguém me ajudando, mas se Ben pensava que
iria ajudar, este era o seu mundo, e eu estava apenas brincando nele.

Tomei banho, raspei as pernas, e passei um creme com cheiro doce em meus
braços e pernas. Eu tinha acabado de secar meu cabelo quando Lucia chegou às cinco e
meia. Eu estava um pouco preocupada que ela estaria apenas seguindo minhas ordens, mas
eu não poderia estar mais errada. Ela rapidamente assumiu o comando, se apresentou com
um aperto de mão amigável, então abrindo sua mala de rodinhas preta cheia de maquiagem
e diversos instrumentos de cabelo. Ela mandou eu me sentar e em seguida, avaliou minha
pele e características. Fiquei aliviada ao saber que ela falava Inglês fluente. Ben tinha
pensado em tudo.

— Que tipo de look que você gostaria?

Eu não tinha ideia. — Oh, apenas uma coisa natural.

— Quais são as cores que você está vestindo hoje?


— Um vestido e sapatos pretos.

Ela assentiu com a cabeça. — Ocasião especial?

Calor inundou meu rosto e uma onda de vergonha tomou conta de mim.
Como é que eu poderia explicar a minha situação com um modelo que não é o meu
namorado, mas eu queria que ele fosse... E que eu estaria indo a um encontro com ele e seu
amigo modelo igualmente delicioso para um ménage à trois? Não... Não era algo que se
dissesse as pessoas. Embora eu soubesse que Ellie provavelmente arrancaria isso de mim,
especialmente se tequila, ou como eu gostava de chamar, soro da verdade estivesse
envolvido.

— Algo parecido com isso. — Eu falei.

Lucia aplicou uma maquiagem natural, passou bronzeador em todo o meu


rosto e na testa, realçando meus olhos com uma sombra carvão, aplicando várias camadas
de rímel, e passou nos meus lábios um gloss rosa antes de me entregar um espelho. Eu
adorei. Fiquei elegante e muito bonita. Ter este tratamento especial me fez sentir confiante
para esse jantar. Um pequeno milagre, considerando o quão nervosa eu estava sobre esta
noite.

Eu me senti como uma princesa no dia de seu casamento. Quando na


realidade, de alguma forma, eu me encontrei indo a um encontro com dois homens. Eu me
perguntava como Ben realmente se sentia sobre isso. Eu sabia que ele não estava
procurando nada sério comigo, mas quando eu trouxe isso à tona, sua mandíbula tinha
ficado dura e toda a sua postura corporal havia mudado. Ao menos foi o que eu tinha
pensado.

Quando eu soube do seu passado, de partilhar as mulheres com Braydon,


fiquei surpreendida mais do que qualquer coisa. Diabos, eu não achava que esse tipo de
coisa realmente acontecia fora de filmes pornográficos. Eu nunca tinha ficado
particularmente atraída com a ideia de ménage. No entanto, a ideia de Ben, e outro homem,
e não um homem qualquer, mas Braydon, me dando esse prazer, era como uma sobrecarga
de sistema, e eu não podia negar minha curiosidade.
Depois que minha maquiagem foi feita, Lucia enrolou meu cabelo em grandes
ondas soltas e correu os dedos por elas antes de definir com laquê. Eu nunca tive tempo
para deixá-lo desta maneira, e eu adorei o que ela tinha feito.

Depois que ela ajeitou seus produtos na mala e partiu, eu levei o meu vestido
de noite até o banheiro para me vestir. Uma vez que o estilo não poderia acomodar um
sutiã, a única roupa eu coloquei foi um pequena calcinha de renda rosa, uma das poucas
que eu trouxe.

A seda suave deslizou dos meus tornozelos até os meus quadris e se encaixou
perfeitamente. Amarrei as tiras de seda do vestido por trás do meu pescoço, deixando as
fitas de seda formar um arco. O decote profundo abraçou meus seios perfeitamente. Eu
estava preocupada em ir sem um sutiã, mas parecia que isso ia funcionar.

A adição de meus pequenos brincos cravejados em diamantes me fez sentir um


pouco melhor comigo mesma. Quando me virei para enfrentar o espelho, eu quase não
reconheci a menina olhando para mim. Ela parecia sofisticada, confiante e sexy. No
interior, as minhas emoções eram uma confusão de nervos e insegurança. Mas pelo menos
elas não apareceram no meu rosto.

Enfiei os pés dentro do belo scarpin e mexi os dedos dos pés. A abertura na
frente do sapato mostrou um vislumbre da minha brilhante unha vermelha. Eu estava mais
pronta do que nunca estaria.

Ben chegou sozinho numa limusine preta, e eu estava grata por isso. Eu não
acho que poderia lidar com ele e Braydon juntos ainda. Ele saiu da limusine e me
cumprimentou na calçada. Ele parecia perfeito, inteligente e pecaminosamente sexy em um
terno Armani preto e camisa preta aberta no pescoço expondo suas sexy garganta. A roupa
escura fez seus olhos se destacarem, brilhando mais do que o habitual e hoje pareciam mais
verde do que avelã.

Ele se inclinou para beijar minha bochecha, e o cheiro inebriante de seu


perfume tomou conta de mim. — Você está linda. — Seu sussurro enviou um arrepio pela
minha espinha. Seu olhar permaneceu em meus seios, na forma justa que foram
espremidos pelo vestido, depois, seus olhos finalmente levantaram e se estabeleceram nos
meus.
— Tem certeza que você está bem com isso? — Perguntei.

— Isto é para você, Emmy. Tudo o que você quiser.

Eu não pude deixar de notar que ele não respondeu à pergunta. Com a mão na
parte inferior das minhas costas ele me direcionou até a limusine e entramos. Estava mal
iluminado e espaçoso, o cheiro de couro e um rastro de perfume de Ben estavam
esperando por mim lá dentro.

Sentado à minha frente, ele ergueu uma garrafa de champanhe de um balde de


gelo. —Você gostaria de um copo?

— Alguma coisa mais forte se você tiver isso. — Eu murmurei, arrumando o


vestido em torno de minhas pernas.

Ele acenou com a cabeça, pensativo e nos serviu uma medida de vodca com
gelo e acrescentou um pouco depois, um pouco de suco de cranberry.

— Obrigada. — Eu disse, aceitando o copo e tomando um gole. Uau, era


forte.

— Serão alguns minutos até Braydon, e em seguida, cerca de vinte minutos de


carro para o restaurante.

Eu balancei a cabeça. — Tudo bem. — Eu me concentrei na minha bebida, de


repente incapaz de encontrar seus olhos à menção do nome de Braydon. Por que eu
deveria me sentir culpada por querer isso? Não estava traindo ele, desde que Ben aprovou e
estaria lá conosco. Nem eu estava em um relacionamento serio com Ben. Além disso, eu
não estava totalmente certa de que alguma coisa iria mesmo acontecer.

O álcool no meu estômago vazio teve um efeito imediato, me relaxou, apesar


da intensidade tranquila irradiando Ben, nenhuma vez ele tirou os olhos de mim.

Quando chegamos no hotel de Braydon, ele abriu a porta e entrou, escolheu se


sentar ao lado de Ben, para que ambos estivessem de frente para mim.

— Porra, Jujuba. — Seus olhos percorreram minha pele exposta, apreciando o


meu vestido e saltos.
Eu sorri timidamente, enquanto Ben lhe entregou uma garrafa de cerveja,
parecendo antecipar sua escolha de bebida.

— Ela parece boa o suficiente para comer. — Disse Braydon, aceitando a


bebida e tomando um longo gole, seus olhos nunca deixando os meus. — E eu aposto que
ela tem um gosto ainda melhor.

Um fecho de calor atravessou minha espinha.

— Ela muito deliciosa, a mas doce buceta que eu já tive. — Ben sussurrou, sua
voz rouca e baixa, enquanto seus olhos percorriam meu decote mais uma vez.

Braydon sugou o ar, seu pomo de adão trabalhando em sua garganta. — Ela é
depilada?

— Completamente. Ela é macia e suave. — A voz de Ben era um rosnado


baixo.

Oh. Meu. Deus. Meu pulso martelou atrás dos meus ouvidos. Eles estavam
falando sobre minhas partes intimas como se eu não estivesse aqui!

Ben atravessou a limusine, se sentando no banco ao meu lado. Seus dedos


foram para o meu pescoço, arrastando suavemente e inclinando meu queixo para que ele
pudesse pressionar seus lábios contra o meu pulso vibrante. Ele colocou beijos úmidos,
delicados ao longo de toda a minha mandíbula e garganta. Seus lábios se moviam para cima
do meu pescoço, beijando meu rosto suavemente antes de pressionar um beijo carinhoso
na minha boca.

Meus olhos se fecharam, apreciando a atenção, a bochecha áspera de Ben


contra a minha pele enviou faíscas de calor entre minhas pernas. Quando abri os olhos, em
vez de olhar para Ben, que continuou me beijando suavemente por toda parte, meu olhar
vagou para Braydon, no assento em frente a nós. Sua cerveja estava abandonada no porta-
copo e a crescente ereção em suas calças era óbvia. Ele estava gostando do show.

As mãos de Ben se mudaram para desatar a tira por trás do meu pescoço, e
meu coração bateu violentamente em meu peito. Pânico tomou conta de mim, mas eu
estava muito excitada para detê-lo. Uma vez que eu estava exposta a Braydon, eu sabia que
não haveria como voltar atrás. Mas eu não queria parar agora. Os dedos hábeis de Ben
soltaram as tiras que levemente acariciaram minha pele desnuda.

O profundo e penetrante olhar de Braydon escorregou do meu para ver como


o vestido caiu fora do meu peito. Meus seios, doloridos e pesados, responderam
instantaneamente ao ar condicionado frio, meus mamilos endureceram.

Os olhos de Ben encontraram os meus, enquanto suas mãos carinhosamente


seguraram meus seios, acariciando suavemente os polegares em meus mamilos, enquanto
observava minha reação. Eu puxei uma respiração instável, sugando meu lábio inferior em
minha boca.

Pressionando o botão para o motorista, Braydon falou em italiano com ele,


dizendo-lhe para continuar dirigindo, eu presumi. Então ele veio para o meu outro lado. Eu
estava rodeada por dois homens lindos. Nunca em meus sonhos mais loucos eu tinha
imaginado fazer parte de uma cena como essa, mas eu estava inegavelmente excitada e
animada com a ideia.

Eu tinha assumido que iria levar as coisas devagar, conversas, o jantar, uma
abundância de bebidas para criar coragem, me dando tempo para me acomodar sobre a
situação e ver se eu queria seguir adiante. Aparentemente, eles não estavam bem com a
espera. Mas a mancha de umidade na minha calcinha me disse que nem eu estava.

A mão de Braydon segurou meu peito e ele rolou meu mamilo entre o polegar
e o indicador, emiti um gemido suave quando a palma da sua mão entrou em contato com
a minha carne pesada. — Posso te provar, Jujuba? — O topo do meu vestido descansou
no meu colo, meus seios totalmente expostos.

Eu balancei a cabeça e vi quando ele abaixou a cabeça, a boca suavemente


fechando em torno da ponta do meu seio sugando suavemente. Sua língua quente me
lambeu em cursos fáceis, enquanto isso Ben se mudou para beijar meu pescoço mais uma
vez. A boca quente de Ben movendo contra o meu pescoço, e língua úmida de Braydon
provocando meus mamilos, era demais. Eu me contorci no banco, gemendo alto, e apertai
a minha a mão em cada uma de suas coxas. Não havia como negar que ambos estavam
duros em suas calças.
Ben rompeu com o beijo a sua respiração acelerada e os olhos cheios de
desejo. Braydon diminuiu seus movimentos, beijando e mordiscando cada um dos meus
seios, enquanto Ben levantou minha saia para encontrar a borda rendada da minha
calcinha. Ele a puxou para baixo dos joelhos e sobre as minhas panturrilhas,
cuidadosamente desembaraçando de meus calcanhares. Então ele a enfiou no bolso interno
do seu terno sem uma palavra. Seus olhos estavam em mim e eu quase choraminguei do
quão sexy ele era, quando estava no controle assim. Eu era sua para usar como ele bem
entendesse. E eu sabia que ele ia cuidar de mim e me fazer sentir bem.

Com o vestido agrupado em torno da minha cintura, Ben empurrou minhas


coxas abertas e os dedos de Braydon fizeram cocegas em minha coxa. Eu nunca tinha
ficado íntima com alguém que eu mal conhecia, mas de alguma forma eu já me sentia
confortável em torno de Braydon. Ele foi sincero, doce e me ajudou muito na outra noite
com Ben. Eu já tinha um certo nível de confiança com ele, e é claro que ele era
primorosamente lindo. Enquanto Ben era escuro e intenso, Braydon era aberto e amigável.

Os dedos de Ben espalharam meus lábios inchados, revelando meu centro


rosa, e Braydon gemeu. — Porra, isso é uma bela buceta.

Eu olhei para baixo, me sentindo constrangida por estar tão exposta e


obviamente excitada, eu estava brilhando de tão molhada.

A grande palma da mão de Braydon deslizou para cima da minha coxa,


parando pouco antes de chegar a minha buceta. Ele fez uma pausa para avaliar a minha
reação. Minhas pálpebras se agitaram num apelo desesperado e fraco, tendo isso como um
sinal de tranquilidade, a ponta do seu polegar roçou contra meu clitóris. Eu tremia quando
seu dedo áspero varreu círculos em volta do meu clitóris inchado.

— Eu quero ver você gozar, ver esta bela buceta ficar apertada e molhada. —
A voz de Braydon era profunda e cheia de desejo.

Eu adorava o quão molhada eu estava ficando por estes dois homens, sem
sequer tocá-los. Eu balancei a cabeça e sua mão segurou minha buceta, a palma da mão
pressionando contra o meu clitóris. Prazer atravessou por mim. Ele lentamente deslizou
um dedo dentro de mim, gemendo quando fez isso, e em seguida adicionou outro dedo,
gemendo enquanto enfiava, como se o ato de me penetrar fosse fisicamente uma tortura.
Ben deu atenção aos meus seios, chupando e lambendo mais avidamente do
que Braydon tinha. Eu enrolei meus dedos em seus cabelos e gemi. Na ação empurrei meus
quadris mais perto na mão de Braydon e seu ritmo aumentou.

Entre a boca perversa de Ben, brincando com meus seios e os dedos de


Braydon bombeando em mim, meu orgasmo veio forte e rápido, batendo contra mim de
forma inesperada.

Jogando a cabeça para trás contra o assento de couro fresco, quatro mãos me
seguraram firme, quando pequenos tremores varreram meu corpo. A boca de Ben colou na
minha, nossas línguas emaranhadas quando deixei escapar um grito final de prazer.

Puta merda, isso foi intenso.

Mais intenso do que qualquer coisa que eu já tinha experimentado. E tudo o


que tinham feito foi beijar e me tocar em alguns lugares estratégicos. Eu precisava tê-los
juntos. Ben puxou minha calcinha do bolso e a colocou de volta nas minhas pernas,
deixando cair mais um beijo suave na minha boca.

A limusine parou e uma voz masculina suave falou pelo interfone. Braydon
apertou um botão e respondeu o motorista em fluente italiano. Ben me entregou minha
bolsa e pegou minha mão. Isso foi como um evento bem orquestrado e eu era a atração
principal. Era quase demais. Me incomodou o quão profissionais eles eram nisso. Era
bastante óbvio que outras mulheres tinham sido tratadas com este mesmo êxtase.

Ben me olhava com os olhos bem guardados, verificando se eu estava bem


com o que tinha acontecido, e eu empurrei as dúvidas silenciosas longe, determinada a
fazer a maior parte da minha noite mágica.

Ben me ajudou a sair do carro, minhas pernas ainda estavam trêmulas, e me


guiou em direção à porta enquanto Braydon vinha atrás. Ben entrelaçou os dedos com os
meus, a ação de alguma forma possessiva. Mesmo que ele estivesse disposto a me
compartilhar com Braydon, nossas mãos unidas disse que éramos um casal.

Me senti à vontade quando entramos no restaurante lindamente decorado.


Tons claros em creme e branco criaram um contraste com o chão escuro cor de mogno. A
iluminação era fraca, feita por castiçais e velas que estavam espalhadas em cada mesa.
Eu me senti um pouco autoconsciente em sair com dois homens, como se
todos soubessem o que eu estava fazendo, o que tinha acontecido na limusine. Mas, é claro,
eles não o fizeram. Eles estavam, provavelmente, apenas admirando esses dois modelos
masculinos. E quem poderia culpá-los? Braydon e Ben caminharam como se fossem os
donos do lugar. Eu apenas tentei não chamar a atenção para as minhas pernas trêmulas e
bochechas que ainda estavam coradas.

Ben puxou minha cadeira e ele e Braydon, esperaram até que eu me sentasse
antes de graciosamente se sentarem em suas próprias cadeiras, todos os seus movimentos
foram coordenados. Seus olhos, ainda pesados de desejo, observavam cada movimento
meu. Quando o garçom veio para encher nossos copos de água, eu não podia me ajudar,
mas me perguntava se eles estavam ainda duros e prontos para mim, debaixo da mesa.

Eu mal podia me concentrar no menu com a memória do nosso passeio


erótico de limusine ainda nublando meus sentidos. De alguma forma, eu ouvi Ben sugerir o
filé e um copo de vinho tinto para acompanhar. Eu apenas assenti. Parecia delicioso,
mesmo que o meu apetite estivesse longe de ser encontrado.

Nossas bebidas foram entregues: uma garrafa de vinho tinto para mim e Ben, e
um copo de cerveja para Braydon. Ele me fez sorrir. Parecia que, independentemente do
ambiente e ocasião, ele estava confortável sendo ele mesmo. Ele tirou o paletó e enrolou as
mangas da camisa até os cotovelos. Ben continuou a ser o epítome da sofisticação belo e
clássico. Esqueça o filé, ele me dava água na boca.

Mesmo que fossem dois modelos sensuais cheios de autoconfiança, Braydon e


Ben eram muito diferentes. Enquanto conversávamos, eu aprendi mais sobre a vida de
Braydon: dois pais amorosos, casa de subúrbio, educação escolar pública. Ao invés de
começar na modelagem de imediato, ele foi para a universidade por dois anos antes de ser
descoberto no ginásio da universidade.

— Eu comecei fazendo pequenas coisas, fazendo sessões de fotos para revistas


de fitness, o que eventualmente levou a campanhas nacionais e trabalho, agora,
internacional também. — Explicou Braydon enquanto colocava sua garrafa de cerveja na
mesa. Ele recusou o copo de cerveja que tinha sido oferecido, para desgosto do garçom. —
Pouco tempo depois, saí da faculdade, não mais interessado pelo grau de negócio que eu
estava cursando, e comecei a viver fora com uma mala, viajando pelo mundo para vários
trabalhos de modelagem.

— Como é que vocês dois se conheceram? — Eu olhei entre eles, perguntando


quem iria responder.

Ben assentiu uma vez para Bray.

— Nossos caminhos se cruzaram várias vezes ao longo dos últimos anos,


geralmente Fashion Week em Milão ou Paris, e, claro, New York. Nós começamos a sair e
meio que tivemos sorte.

Eu balancei a cabeça. Eu podia ver que eles estavam confortáveis em torno


deles mesmos, apesar de serem bem diferentes. Ben era mais reservado, um observador, e
quando ele friamente observou o espaço com aqueles olhos castanhos brilhantes,
sombreados com cílios escuros, mulheres e homens tomaram conhecimento. Talvez fosse
porque parecia que ele iria representar um desafio, ou porque eles só queriam vê-lo dirigir
seu olhar escuro em seu caminho, mas havia mulheres clamando por ele, tentando fazê-lo
sorrir, e homens querendo iniciar uma conversa casual. Ele simplesmente não parecia real
de alguma forma. Ele era incrivelmente bonito.

Nossa refeição foi entregue e os meus nervos acalmaram ligeiramente.

— Há quanto tempo vocês estão juntos? — Braydon perguntou enquanto nós


comemos.

Eu esperava que Ben fosse corrigi-lo. Que dissesse que não estávamos juntos.

— Cerca de um mês. — Disse Ben em vez disso, seu joelho roçando o meu
debaixo da mesa.

Forcei o pedaço de carne a desce pela minha garganta. Interessante...

Quando a sobremesa foi oferecido, optei por uma torta de frutas. Ben e
Braydon deixaram passar, cada um olhando para mim com fome. Oh meu, aparentemente,
eu estava em seu cardápio de sobremesas para mais tarde. O pensamento era excitante. A
forma como Ben me viu mastigar lentamente os pequenos pedaços da torta me fez pensar
se ele pensava que eu estava propositalmente me oferecendo como sobremesa. E talvez eu
estivesse, mas a verdade é que esta sobremesa não deveria ser comida rapidamente. O doce
sabor estourou na minha língua e a massa era leve o suficiente para derreter na boca. Era o
paraíso.

— O que fez você mudar de ideia. — Perguntou Braydon, tomando o último


gole de sua cerveja. — Eu pensei que você disse que não compartilhava Emmy.

Ben exalou lentamente, seu olhar se decidindo sobre o meu. — Esta noite é
para ela. Tudo o que ela quer.

Braydon assentiu levemente.

Pouco depois, quando terminamos nossas bebidas Ben pagou a conta. Depois
se levantou para me ajudar a levantar da minha cadeira. O que era bom, porque eu não
acho que minhas pernas podiam funcionar corretamente naquele momento. Eu puxei uma
respiração profunda em meus pulmões, me perguntando como o resto da noite iria ser.
Ben

Emmy estava silenciosa no passeio de limusine de volta ao nosso hotel. E eu


estava grato pela tagarelice ininterrupta do Braydon sobre as últimas estatísticas de basquete
para o seu time favorito. Não era algo a que eu seguia, mas eu apreciei seu esforço para
preencher o silêncio. Eu não tinha a maldita ideia do que estava fazendo. A ideia de
qualquer outra pessoa tocar Emmy estava me dando uma maldita dor de cabeça. Ela foi tão
facilmente para Braydon, e eu sabia que não deveria me incomodar, mas incomodou. Eu
poderia dizer o quão orgulhoso de si mesmo ele tinha ficado pelo sorriso de satisfação no
seu rosto. Minhas mãos se apertaram em punhos com o desejo de limpá-lo do seu rosto.

Merda. Eu tinha concordado com isso, por ela, mas não era como se eu não
estivesse tendo dúvidas. Eu era o cara a ferrar tudo. Ela não era minha. Eu disse a ela uma
e outra vez. Isso não importa para mim. No entanto, importava. Foi uma lição séria de
controle para não arrebentar a mandíbula de Braydon depois que ele a tocou. Mesmo a
forma como sua mão se estendeu para ela, descansando contra a parte inferior das costas
dela quando ele a levou de volta para o carro me incomodou. Como eu ia lidar com ele
colocando o pau dele dentro dela?

Me servi de mais uma medida saudável de vodca e bebi, na esperança de


desligar o meu cérebro esta noite. Ele claramente não estava funcionando corretamente.
Não era com essa cabeça que eu deveria estar pensando de qualquer maneira.

Eu encontrei os olhos arregalados de Emmy do outro lado da limusine. Sua


respiração era superficial e rápida, e seus olhos se moviam entre cada uma das nossas
formas. Ela não parecia incomodada com o que tinha acontecido mais cedo, mais como
excitada, curiosa e ansiosa. Eu gostei muito, mas também odiei. Ela era uma menina doce
do Tennessee, amorosa e terna, mas com um lado impertinente, também. Era confuso
como o inferno.

Foda-se. Bebi mais uma bebida, assim que a nossa limusine parasse eu
precisaria estar o mais bêbado possível pra lidar com esta merda.
Capítulo 17
Emmy

Uma vez dentro de seu quarto de hotel, Ben parecia precisar marcar seu
território, para me reivindicar como sua antes que mais nada ocorresse. Enquanto Braydon
nos servias de outra bebida, Ben me levantou em seus braços, me segurou firmemente
contra seu peito e me beijou profundamente. Suas ações me confundiram. Ele era tão
carinhoso, tão amoroso, parecia contraditório com o que esta noite estava sendo em tudo.
Mas eu não ia reclamar. Este era Ben. Isso era o que eu queria o tempo todo.

Ele apertou mais um beijo suave na minha boca depois baixou os meus pés no
chão. Embora com esses saltos altíssimos eu ainda fosse vários centímetros mais baixa do
que ele, estávamos um pouco mais em um campo de jogo nivelado. O topo da minha
cabeça, pelo menos roçou seu queixo. Ele beijou minha testa e seus olhos prenderam os
meus. Eu tentei ler o que ele estava tentando me dizer, mas não pude determinar se o olhar
assombrado foi a indecisão ou apenas preocupação comigo. Engoli em seco e me afastei.

Braydon se virou para nos enfrentar, dirigindo sua atenção para Ben. — Tem
certeza que está bem com isso?

— Por que eu não estaria? — Perguntou Ben, sua voz plana.

Eu puxei uma respiração instável quando Braydon atravessou a sala de estar e


parou em frente a mim. Ele passou os dedos pela minha mandíbula e soltou um leve beijo
em meus lábios. Foi tão leve que eu me perguntei se eu tinha imaginado o contato. Ele caiu
de joelhos e tirou meus saltos, um a um. Quando eu pisei fora deles, a minha altura foi
reduzida em umas boas seis polegadas.

— Diversão redimensionada. — Disse ele com uma risada e se levantou


novamente.
Eu sorri para ele. Ele fazia essa sensação aparecer tão fácil e me relaxou
imediatamente. Era como se nós não estivéssemos nos preparando para ter um ménage,
mas apenas três amigos saindo, flertando e vendo onde a noite nos levaria. Realisticamente,
eu acho que todos nós tínhamos uma boa ideia de onde isto estava indo.

Cada um deles me acariciou suavemente, alisando as mãos para cima dos meus
braços nus, escovando o cabelo do meu pescoço para me beijar com ternura naquela
região, acariciando meus quadris. Ben segurou minha bunda e apertou. Sua dupla atenção
foi vertiginosa e me ligou.

Braydon inclinou meu queixo para cima para encontrar seus olhos. — Você
está pronta para mim? — Eu deixei meu olhar vagar até a grande ereção tentando sua calça.
— Você já me tem duro. — Ele rosnou.

Mordi o lábio, avaliando a protuberância bastante impressionante. Braydon


deu-lhe um apertão e ajustou a si mesmo.

— Eu quero ver. — Eu me surpreendi por encontrar a minha voz.

Braydon sorriu preguiçosamente e começou a desabotoar as calças. —


Qualquer coisa para você, Jujuba. — Ele apertou minha mão contra a protuberância em
suas calças. — Vê o que você fez comigo? — Eu o apertei e ele soltou um gemido suave.
Ele começou a puxar lentamente o cinto livre de volta. — Você quer ver como um homem
de verdade se parece?

Ben deu com seu ombro um empurrão brincalhão, e minha barriga revirou
com os nervos. Meu nervosismo evaporou quando Ben inclinou meu queixo para cima e
me beijou. Claro, eu me sentia meio estranha por estar beijando-o, enquanto acariciava o
outro, mas não tão estranha quanto eu teria pensado. Era Ben afinal de contas, alguém por
quem eu estava totalmente apaixonada, e ele e Braydon tinha feito isso várias vezes antes.
Era, obviamente, algo que eles estavam confortáveis. Eu soltei e fui com ele.

Agora livre do cinto, Braydon deslizou as calças para baixo sobre seus quadris.
Notei várias coisas ao mesmo tempo: Ele exalava comando. Seu tamanho era comparável
ao de Ben. Longo e firme, mas com uma veia grossa percorrendo o seu comprimento.
Barbeado completamente. E uma barra de prata perfurando a cabeça. Uau.
— Que porra é essa? — Ben perguntou com o cenho franzido, olhando para
Braydon.

Eu segui seu olhar para baixo para o anel de prata perfurando a cabeça do
pênis de Braydon. — É uma APA —. Braydon encolheu os ombros, como se ter um
piercing lá não fosse grande coisa. — Eu não estou autorizado a ter piercings ou tatuagens.
— Explicou ele, encontrando meus olhos.

Exceto, aparentemente, naquela parte proibida dele. Fiquei sem palavras.

— Ele não tinha isso da última vez. — Explicou Ben, se virando para mim,
antes de dirigir sua atenção para o membro ilícito de Braydon. — Que porra é essa, cara?
Isso não vai machucá-la, não é?

Braydon riu e jogou a cabeça para trás para uma rica risada gutural que caiu de
seus lábios. — Porra nenhuma. Ela vai implorar para obter outro. — Ele sorriu com
confiança, sua mão descendo até encontrar seu pênis, o acariciando lentamente para cima,
para baixo e sobre a cabeça com o piercing.

Eu tinha que admitir, eu estava curiosa. Eu não tinha ideia de como iria sentir
aquilo dentro de mim. Mas eu estava hesitante em tocá-lo, com medo de fazer algo errado.
Ele podia ler a indecisão sobre o meu rosto, seus olhos se fixaram em minha boca, onde os
dentes roçaram meu lábio inferior.

— Vem cá, Emmy, — Braydon sussurrou, com os olhos pesados de desejo. —


Toque-me.

Sua mão se fechou ao redor da minha, me mostrando o que ele gostava.


Aderência leve, cursos de longas medidas movendo para cima e para baixo para acariciar
todo o seu comprimento, incluindo o piercing. Sua cabeça caiu para trás e seus olhos se
fecharam.

Olhei para Ben para sua reação. Seu rosto permaneceu calmo, sua expressão
ilegível, enquanto observava meus olhos. Eu continuei lentamente acariciando Braydon
enquanto sua respiração gaguejou em seu peito. O sentia estranho na minha mão. Sua pele
estava quente, como estava a barra, mas ele era diferente. Eu estava acostumada a Ben
nestas últimas semanas.
Eu senti Ben se movimentando atrás de mim. Suas mãos capturando meus
quadris e ele puxou minha bunda para trás para sentir seu comprimento endurecido.
Desatou o nó do meu vestido exatamente como ele tinha feito na limusine. Mas desta vez
ele deixou o vestido cair completamente para que ele caísse aos meus pés. Seu pênis
aninhado na fenda da minha bunda, suas mãos subindo para embalar e massagear meus
seios.

Os lábios de Braydon se moveram sobre minha garganta e clavícula, enquanto


os lábios de Ben moveram contra a parte de trás do meu pescoço e entre os meus ombros.
Eu estava tão preocupada sobre o que eu poderia fazer com dois homens, mas a realidade
da situação foi que eles estavam me dando prazer, me tratando como uma deusa. Quatro
grandes mãos se movendo sobre a minha pele, duas bocas macias pressionando beijos
úmidos em cima de mim. As sensações eram esmagadoras. Eu soltei meu domínio sobre
Braydon para trazer minhas mãos ao cabelo de Ben quando ele beijou a minha nuca.

Eu sentia que havia algo acontecendo entre mim e Ben, mas eu não tinha ideia
do que. Pare de ser delirante, Emmy, ele repetidamente disse que ele não quer um
relacionamento! Eu lutei para desligar meu cérebro e seguir o conselho de Ellie. Divirta-se.
Não fique emocionalmente envolvida.

Ben deslizou minha tanga pelas minhas coxas e se abaixou de joelhos na minha
frente, batendo Braydon de lado. — Eu recebo o primeiro gosto. — Disse a ele.

Braydon fez sinal para ele ir em frente, como se eu fosse uma iguaria rara e boa
para ser repartida e saboreada.

Ben ajoelhado diante de mim era uma bela vista. Ele levantou uma sobrancelha
escura, em seguida, sem aviso pressionou a boca para a junção entre as minhas coxas. Ele
arrastou a língua lentamente pelo meu centro, enviando dardos quentes de prazer através
da minha barriga. Meus joelhos se dobraram, mas o forte aperto de Braydon em meus
quadris me impediu de ir para baixo.

Ben lambeu e chupou num ritmo lento, enlouquecedor que eu tinha aprendido
a apreciar com ele, enquanto Braydon me segurou por trás, oferecendo carícias suaves ao
longo de minha espinha. Santo Deus, isso me fazia sentir incrível.
Ben era quase bom demais nisso. Meu corpo não poderia lidar com o contato
direto, mas ele sabia o que estava fazendo e ele alternava batendo contra o meu clitóris e
pressionando beijos suaves contra meus lábios gordos e osso púbico. Muito em breve, eu
cavei minhas mãos em seus cabelos e gozei em voz alta, grata pelo aperto firme de Braydon
em meus quadris.

Ben se levantou e sorriu preguiçosamente, beijando meus lábios. Sua boca


estava úmida de meus sucos e algo dentro de mim descobriu que era incrivelmente sexy.
Cada um deles tiraram suas roupas restantes e eu me afastei da seda negra agrupada aos
meus pés.

Nós três fomos para a cama. Eu precisava provar Ben, para mostrar a ele que
ele era meu e eu era dele. Não importava o que ele havia dito, eu senti que era a verdade no
fundo do meu coração e eu estava indo para lhe mostrar. Eu o empurrei contra a cama e
mexi sobre ele, tomando seu comprimento duro na minha mão e deixando minha boca
afundar todo o caminho até que meus lábios encontraram seu estômago tenso. Ele respirou
fundo, seus abdominais apertando.

— Merda, baby, — ele amaldiçoou. Suas mãos seguraram meu cabelo e eu lhe
acariciava com entusiasmo da base à ponta, enquanto mamava seu comprimento firme. —
Porra, Emmy... sim... desse jeito.

Eu senti o mergulho no colchão quando Braydon se moveu atrás de mim e


enterrou seu rosto no meu traseiro arrebitado. Puta que pariu! Sua língua circulou minha
entrada, me provocando, e eu soltei um pequeno gemido em torno de comprimento da
espessura de Ben.

Muito em breve, Bem se puxou, livre da minha boca. — Você vai me fazer vir,
Tennessee. — Meu coração pulou ao ouvir seu velho apelido para mim. Isso fez as coisas
parecerem mais íntima entre nós, ouvi-lo se referir a mim como ele fez quando nos
conhecemos.

Braydon se moveu da cama e embainhou a si mesmo em um preservativo e eu


fui atingida por uma onda de nervos, perguntando o que eles tinham na manga para mim.
Querendo saber se eu poderia realmente passar por isso.
Ben me puxou mais perto, de modo que nos colocamos frente a frente no
centro da cama. — Tem certeza? — Ele sussurrou, seu olhar avelã queimando nos meus.

— E você? — Eu o vi de perto, determinado a entender o que estava


acontecendo dentro de sua cabeça.

Ao invés de me responder, ele olhou por cima do ombro e deu a Braydon um


aceno.

Eu estava deitada do meu lado, meio caída sobre Ben, quando senti Braydon
deitar atrás de mim. Braydon beijou a minha nuca, alisando as mãos sobre meu generoso
traseiro. — Foda-se, eu amo essa bunda, Jujuba.

Um guincho nervoso escapou da minha garganta quando ele separou minhas


pernas, me posicionando para que a minha perna de cima descansasse sobre o quadril de
Ben e o pau de Braydon roçou meu centro.

Eu soluçava quando Braydon empurrava para frente, devagar, com cuidado,


me enchendo. Minha respiração ficou presa na minha garganta. Era um ajuste confortável
já, mas o piercing adicionava atrito. Havia algo tão impertinente sobre o pensamento de sua
perfuração dentro de mim. Eu gostei. Eu apertei meus olhos fechados e gemi quando ele
afundou todo o caminho dentro.

— Merda, — Braydon amaldiçoou. — Ela é tão apertada.

— Eu sei. — Ben mordeu fora.

Ben me abraçou ao peito, me embalando contra seu corpo quente. Ele beijou
minha testa e me permitiu ajustar à plenitude de Braydon me penetrando. Quando abri os
olhos, encontrei Ben, a tensão em sua mandíbula e o ardente olhar possessivo em seus
olhos me pegou desprevenida. Beijei-o, sem saber o que ele queria naquele momento.

Após alguns momentos, ele agarrou minha mão, a trazendo para seu pênis. —
Me acaricie, baby... — Ele sussurrou, com a voz entrecortada.

Cheguei entre nós e o agarrei, deixando minha mão deslizar ao longo dele,
deslizando da base à ponta.
Braydon avançou, balançando meu corpo contra Ben. O momento era
incrivelmente erótico, sendo imprensada entre dois homens. Dois conjuntos de pernas
entrelaçadas com as minhas, suas mãos grandes me acariciando. Ben beijando minha boca,
a língua de Braydon esbanjando meu ombro... Me perdi no ritmo, acariciando Ben no
mesmo ritmo, na medida, dos movimentos de Braydon contra mim.

A mão de Ben moveu entre as minhas pernas, pressionando pequenos círculos


contra o meu clitóris, e já era quase muito. Eu gemia fora seu nome e ele sorriu, me
observando de perto.

— Ainda não. Goze comigo, baby, — Ben sussurrou contra a minha boca.

Meu corpo eclodiu em calafrios enquanto eu lutava para retardar o orgasmo


iminente, ameaçando me ultrapassar. Meus quadris se moveram por vontade própria,
pressionando contra a mão de Ben e empurrando o pau de Braydon mais profundo dentro
de mim. Pulsos de prazer passaram por mim.

— Ritmo lento... — A mão de Ben me estendeu, para pressionar contra o


quadril de Braydon, forçando suas estocadas a abrandar.

A tensão em sua expressão me disse que Ben não estava particularmente


entusiasmado em tocar outro homem quando ambos estavam nus, mas ele fez isso por
mim. Desde que Braydon não possuía a capacidade de ler as reações do meu corpo,
completamente, como Ben fazia, ele dirigiu, assegurando que meu prazer fosse colocado
em primeiro lugar. Mesmo que outro homem estivesse me fodendo, ele iria se certificar de
que estava sendo feito corretamente.

Ter tanto de sua atenção completa me desfez. Eu gozei mais do que nunca,
enterrando meu rosto no peito de Ben eu gritei. A mão de Ben assumiu meus movimentos
desconexos e ele me acariciou firmemente, até que eu senti o sêmen quente que fluir sobre
os nossos dedos entrelaçados. Minha buceta apertou e Braydon pressionou no fundo, mais
uma vez, gemendo a sua própria liberação.

Fiquei nos braços de Ben, descansando minha bochecha em seu peito firme,
apreciando a sensação de apenas estar realizada. Eu sabia que era estúpida, mas naquele
momento eu me senti tão amada, tão protegida. Eu nunca quis deixar este lugar quente. E
eu não precisava, porque Braydon voltou com panos quentes e me limpou enquanto eu
permanecia aninhada contra Ben. E depois de abandonar a camisinha, Braydon rastejou de
volta para a cama com a gente.

Ben levantou a cabeça do travesseiro e franziu a testa. — O que você está


fazendo?—

— Indo dormir. Sua menina me drenou. — Braydon me jogou um sorriso


sexy.

— Caia fora. Eu vou abraçá-la.

— Bem. — Empurrei seu ombro. Era no meio da noite e estávamos todos


um pouco tontos. Será que ele estava realmente mandando Braydon embora? — A cama é
grande o suficiente.

Ele estreitou os olhos para Braydon. — Tudo bem, mas fique em seu próprio
maldito lado. Ninguém abraça Emmy, além de mim.

— Maldito vetador de abraço. — Braydon murmurou.

— Pelo menos ele não é um empata pau. — Eu brinquei, sorrindo para


Braydon.

Braydon e eu compartilhamos uma risada fácil. Eu não pude deixar de notar a


expressão gritante de Ben. Eu achei um pouco curioso que ele deixasse seu amigo me
foder, mas carinho, aparentemente, cruzaria a linha. No entanto, Ben tinha dito que eu era
a sua cura da insônia, então talvez ele só quisesse uma boa noite de sono. Eu não cheguei a
ponderar por muito tempo, porque depois de dois homens e três orgasmos na noite, meu
corpo estava acabado para todas as funções não vitais. Respiração e carinho eram a
extensão dos meus talentos no momento.

Dormir em uma cama grande entre dois homens foi outra experiência nova
para mim. Eu me enrolei em Ben, relaxada e exausta e deixei ele me segurar.
Capítulo 18
Emmy

Na manhã seguinte, fiquei aliviada ao ver que Braydon tinha deslizado para
fora e saído em algum momento. Mesmo que eu me sentisse mal por Ben ter tentando
expulsá-lo ontem à noite, não acho que eu poderia lidar com ele, de frente, esta manhã. Eu
tinha o homem que eu queria, quente e sólido ao meu lado.

Ben preguiçosamente piscou abrindo seus olhos e sua boca se contraiu com
um sorriso.

— Bom dia. — Eu tentei não ser autoconsciente sobre a minha aparência de


recém-acordada.

— Bom dia, linda. Como você está se sentindo?

Estiquei e examinei meu corpo, fazendo um balanço de como eu me sentia. Eu


me sentia bem. Melhor do que bem, na verdade. — Tudo bem.

— Não está ferida ou qualquer coisa, não é? — Ele perguntou, sua expressão
preocupada.
Eu balancei minha cabeça.

— Eu honestamente não sabia que ele tinha esse piercing. — Ele franziu a
testa.
Eu sorri. — Foi tudo bem, Ben. — E bem era o código para alucinante, —
Mas Ben não precisa saber tudo isso. — Você nunca consideraria... — Eu olhei para os
lençóis, cutucados pelo seu comprimento semi ereto.
— Porra nenhuma. Eu não sou louco, minha querida. — Sua mão foi
protetora sobre sua masculinidade e eu ri, me aconchegando em seus braços. Ben me
enrolou em seus braços e beijou o topo da minha cabeça.
A verdade era que eu não precisava dele coberto ou com quaisquer outros
enfeites. Eu o amava do jeito que ele era. Uau. Gostava. Eu gostava dele. Não aquela outra
palavra. Isso seria muito perigoso. E estúpido.

Nossa sessão de carinho do fim da manhã foi interrompida por uma batida na
porta. Nossos olhos se encontraram juntos em confusão. Será que ele estava esperando
alguém?

Ben saiu da cama e olhou pelo olho mágico. — Foda-se. É Fiona.

Um calafrio escorregou pela minha espinha. O que ela estava fazendo aqui?

— Entra no banheiro. — Ele ordenou, puxando os cobertores para trás. Já era


o ninho quente e seguro que tínhamos acabado de compartilhar.

Sem queixa, eu permiti que ele me guiasse até o banheiro. Ele empurrou
minhas roupas e sapatos para mim e pendurei minha alça da bolsa por cima do ombro
antes de fechar a porta. Eu estava atordoada demais para me mover. Atordoada para
pensar. Em vez disso, agarrei o pacote em meus braços e olhei para a parte de trás da porta,
uma vez que prontamente foi fechada na minha cara.

Um momento depois, ouvi vozes encherem seu quarto. Eu estava nua no chão
de mármore frio segurando o pacote do meu vestido e sapatos.

— Cama bagunçada... Alguém foi um menino ocupado. — Brincou ela.


— Eu estava dormindo, Fiona. Você precisa de algo?
— Eu tentei ligar para você ontem à noite. Você nunca mais foi me ver... — O
beicinho no tom dela era claro. Ela sentia falta dele.

— Eu disse a você. É hora de ambos seguirmos em frente.


Prendi a respiração, à espera de sua resposta, mas ela estava em silêncio. O
murmúrio de vozes continuou, mas eu me esforcei para ouvir as suas palavras. Eu
pressionei meu ouvido na porta, tentando ouvir. O imaginei a segurando, sussurrando
palavras suaves para ela, sabendo que eu provavelmente estava ouvindo. Meus joelhos
estavam trêmulos e meu estômago virou com a ideia dele tocá-la. Ele não queria me dividir
com Braydon ontem à noite, mas agora eu estava sendo empurrada em um banheiro
quando Fiona veio bater? Oh inferno não...

Um momento depois, ouvi a porta do quarto fechando e Ben abriu a porta do


banheiro, sua expressão era cautelosa.

Eu saí do banheiro e empurrei os meus pés para os sapatos ainda em minhas


mãos. Eu estava uma grande visão, numa T-shirt de grandes dimensões, saltos Louboutin e
o vestido seda Vera Wang enrolado em meus punhos.

— Eu sinto muito que você teve que ouvir isso.

Eu engoli um caroço enorme na minha garganta. — Ben, você está transando


com ela? — Minha voz saiu surpreendentemente calma, considerando que todas as
terminações nervosas do meu corpo estavam atirando ao mesmo tempo. Me senti mal, com
tonturas, desolada e ligeiramente homicida. Eu sabia que havia tido um bom tempo com
ele e Braydon, mas eu não poderia lidar com o pensamento de mais nada.

— Ela e eu temos uma história. — Disse ele com cuidado. — Eu vou te dizer
qualquer coisa que você queira saber, mas agora não é o momento certo. Eu tenho que
ficar pronto. E se eu conheço Fiona, ela provavelmente irá ao seu quarto procurar por
você. — Ele apertou meus ombros suavemente. —Vá.

Eu balancei a cabeça.
Não conseguia me concentrar em nada, mas que a conversa iminente entre Ben
e eu precisava acontecer. Tomei banho, me vesti e coloquei os movimentos no trabalho,
mas a minha mente estava em outro lugar. A bela noite que tínhamos compartilhado. A
forma como Ben me fez sentir. A devastação de saber que ele tinha estado, muito
possivelment,e com Fiona esse tempo todo.

Felizmente, Fiona não pareceu suspeitar que eu estava escondida no banheiro


de Ben naquela manhã, enquanto ela zumbia sobre não vê-lo mais. Eu mal conseguia olhar
para ela, mas ela não pareceu notar ou se importar quão friamente eu estava me
comportando na sua direção.

Finalmente, eu fiz o meu caminho de volta ao hotel e desabei sobre minha


cama. Meu telefone apitou com um novo texto.

Ben: Você está de volta?

Eu: Sim

Ben: Posso te levar para jantar?

Eu considerei seu pedido. Eu sabia que devia estar com fome. Eu mal tinha
comido durante todo o dia. Mas a comida era a última coisa em minha mente. Para não
mencionar, que se íamos ter uma discussão emocional, eu preferia não fazê-lo em público.

Eu: Eu prefiro apenas conversar.

Ben: Ok, eu vou descer para o seu quarto em alguns minutos.

Eu: Vejo você, então.

Nervos levantaram voo na minha barriga e eu passeava pelo quarto esperando


por ele. Eu não tinha ideia do que ele ia me dizer. Será que esse era o nosso fim? Mesmo
que eu estivesse esperando por isso, a batida na minha porta me assustou.

Ben parecia exausto. Os círculos escuros sob seus olhos e sua postura
derrotada, indicou que ele havia passado o dia preocupado, muito parecido como eu tinha
estado. Eu queria abraçá-lo, entrar em colapso em seu peito, enterrar meu rosto em seu
cheiro, e esquecer todo o resto. Esquecer que Fiona tinha invadido nossa bolha pacífica
nesta manhã, esquecer que ele rudemente me empurrou para o banheiro. E o mais
importante, esquecer como ele continuamente me mantinha à distância, insistindo que isto
era apenas físico, quando eu sentia muito mais.

— Posso entrar?

Eu percebi que estava apenas ali, bloqueando a porta. Eu dei um passo para o
lado e fiz sinal para frente. Ben se sentou ao meu lado na cama e respirou fundo.

— Eu tenho algumas perguntas. — Minha voz era pequena e insegura.

Ele balançou a cabeça, solenemente, olhando para suas mãos. — Eu vou te


dizer o que você quiser saber.

Meu estômago deu um nó em uma confusão dolorosa de nervos. Eu gostaria


de poder viver em feliz ignorância, mas eu tinha que saber. Endireitando os ombros, eu
encontrei seus olhos. — Você é amante de Fiona? — Não havia sentido fazer rodeio.

Ben não vacilou, não deu qualquer indício físico de que essa linha de
questionamento o deixou desconfortável. — Fomos, sim. — Ele viu os meus olhos, e
verificou a minha reação.

De repente, me senti mal, meus piores receios confirmados. Eu lutei contra a


vontade de enrolar em posição fetal e olhei para ele, também prendendo seu olhar. Engoli
em seco, em uma golfada de ar. Eu tinha que saber. — Quando... com que frequência...

Ben se deslocou na cama, o primeiro sinal de que ele estava desconfortável. —


Nós passamos muito tempo juntos... ocasionalmente ficou físico.

— E você e Braydon... juntos... você a compartilhou?

Ele acenou com a cabeça. — Sim, isso foi apenas uma vez, como eu lhe disse.

Eu inconscientemente deslizei para longe dele. — Há quanto tempo isso vem


acontecendo? — Minha voz era pequena, apenas gross,a quando minha garganta ameaçou
fechar.

— Fiona foi a minha primeira. Assim... desde que eu tinha dezoito anos. —
Puta merda! Ele tinha vinte e três anos. Cinco anos de merda? Ele esteve
dormindo com ela por cinco anos? Sem mencionar que você nunca esquece o seu primeiro
amante. Nunca. Ela era a amiga de sua mãe que tinha tomado a sua virgindade. Me senti
fisicamente doente. Eles estavam para sempre ligados através de seu caso em andamento e,
obviamente, íntimo.

Eu sempre tive essa desconfiança subjacente que ela estava apaixonada por ele,
e agora eu entendi o porquê. O relacionamento deles era muito mais profundo e mais
complicado do que eu imaginava. Não era alguma conexão bêbada depois de uma festa
Fashion Week com Braydon, como se eu tinha inicialmente previsto. Era muito mais.

Ben se aproximou e pegou minha mão. Eu rapidamente a puxei para longe,


cerrando minhas mãos no meu colo.

— Foi apenas sexo, Emmy. Isso não quis dizer nada.

Eu queria bater em alguma coisa. Se ele acreditava honestamente que sexo não
queria dizer nada, especialmente um relacionamento contínuo com a mesma pessoa por
cinco anos, ele era um idiota. — Eu odeio que ela conheça todos os detalhes íntimos sobre
você... coisas que eu achava que eram nossas... ela o sentiu dentro dela... muito mais vezes
do que eu.

Ele baixou a cabeça. — Eu sinto muito. Eu deveria ter lhe contado antes. Eu
não estive com ela há meses. Desde antes de você e eu ficarmos juntos.

Eu me senti tão ingênua. Era demais para engolir. Ele nunca disse que éramos
exclusivos... ainda assim, eu nunca tinha imaginado algo como isso. Eu me senti ferida,
traída, quebrada num milhão de pedaços. Meu pobre coração batia de forma desigual no
meu peito.

— Como você ousa me envolver nisto... me seduzir... dizer que foi apenas
sexo... sabendo o tempo todo que Fiona é minha chefe, que eu já tenho uma relação difícil
com ela. Alguma vez você sequer pensou em minha carreira? O que ela faria comigo,
quando ela descobrisse que você não estava dormindo com ela, porque você tinha um
brinquedo novo?
Ele não respondeu, mas seus olhos se arregalaram, me dizendo que ele não
tinha considerado isso.

Enquanto eu me sentei na beira da minha cama, meu joelho pulando


descontroladamente, várias coisas se encaixaram de uma só vez. De repente, tudo fez
sentido. O fato de que ele só dormiu com três garotas antes de mim foi o resultado de seu
longo caso com Fiona. Ele não precisava de encontros ou ir à procura de uma conexão. Ela
viajava com ele onde quer que fosse, a empata-foda, evitando que ele saísse com outras
meninas e dando-lhe sexo regular. Deus, eu a odiava.

— Ben, eu não posso fazer isso.

Ele murchou, seus olhos brilhavam como fogo. — Passei o dia inteiro
tentando descobrir como te dizer isso... Eu não quero mais ninguém, Emmy. E depois de
ontem à noite com Braydon, eu não quero ver alguém tocar em você de novo. Eu quero
que você seja minha. Eu quero um relacionamento real, apenas você e eu. E agora eu,
aparentemente, estraguei tudo antes mesmo de começar.

Eu não discuti, eu só torci minhas mãos no meu colo, sem saber como eu me
sentia sobre sua pequena declaração. Será que ele estava dizendo tudo isso porque eu estava
louca por Fiona?

— Você quer que eu vá? — Sua voz era suave e baixa.

Eu balancei a cabeça, incapaz de encontrar seus olhos. — Sim. Eu preciso


pensar. Sozinha. — Acrescentei.
Ele soltou uma respiração lenta. — Eu sinto muito, Emmy. Eu disse que meu
passado era fodido. Eu sabia que ia estragar as coisas de alguma forma. Mas eu juro, eu
nunca mais dormi com ela desde que você e eu começamos a nos ver.

Eu não tinha dúvida de que ela o tinha abordado várias vezes, por isso a sua
abstenção deveria ter feito eu me sentir melhor. Mas foi um prêmio de consolação de
merda. — Eu preciso de tempo. — E eu precisava chorar muito. Ninguém precisava ver
isso.
— Ok, — ele disse suavemente, se levantando da cama. Ele se abaixou e deu
um beijo suave na minha testa. — Eu sinto muito.

A porta se fechou atrás dele com um som sinistro. Eu me enrolei em uma bola
no centro da cama, envolvendo meus braços em volta de mim. Eu me sentia doente,
humilhada, completamente desorientada.

Me deixei desmoronar, soluçando em silêncio no travesseiro até que ficou


completamente encharcado e tinha me dado uma dor de cabeça. Algum tempo depois, eu
me levantei da cama, e fui em busca de um analgésico.

Quando eu peguei o meu reflexo no espelho do banheiro, eu estremeci com a


garota olhando para mim. Meus olhos estavam grandes e inchados, o meu cabelo estava
embaraçado e úmido em volta do meu rosto, atacado pelas lágrimas. Eu precisava me
recompor.

Engoli dois analgésicos com um copo de água da torneira morna e joguei água
fria no meu rosto. Peguei meu telefone e me arrastei de volta para a cama. Era estúpido,
considerando que eu o chutei para fora, mas ainda assim, a dor em meu peito se
intensificou ao ver que eu não tinha novas mensagens.

Eu marquei Ellie, atordoada demais para sequer calcular que hora estava em
Nova York.
Ela atendeu no terceiro toque. — Emmy!
— Oi... — Eu resmunguei. Droga minha voz soava como um homem.
Incrível.

— Em? O que há de errado?

De certa forma fiquei aliviada por ela saber imediatamente que algo não estava
certo. Eu não acho que seria capaz de fingir, ou ter uma educada conversa fiada agora. Eu
respirei fundo e puxei as cobertas até meu peito. — Você conhece a cadela da minha chefe
que eu odeio?
— Fiona, certo?—

— Sim. Bem, eu acabei de descobrir que Ben esteve dormindo com ela por
cinco anos.

— Cristo.

— Sim. — Eu lutei contra uma nova onda de lágrimas. Falando as palavras em


voz alta, estava a ponto de me transformar numa torneira novamente.

— Então, eles tem se visto durante todo tempo? Cuzão do caralho.

— Não. Ele disse que não esteve com ela desde que ele e eu começamos...
Fosse o que fosse que tínhamos.

— Você acredita nele? — Ela perguntou, erguendo a voz em incerteza.

Eu engoli o caroço na minha garganta. — Sim. Acho que sim. Eu não acho
que ele iria mentir sobre isso. Ele me disse tudo o que eu pedi. E ele está comigo
praticamente todas as noites, por isso...

— Ohh-ky... — Ellie tirou a palavra, como se estivesse ponderando algo mais.


— Vocês tiveram um lance apenas casual... físico... sem amarras... não exclusivo... certo?

— Eu acho que sim. — Eu confirmei.

— Hmm. E ele disse que o relacionamento com ela acabou... agora que ele está
vendo você?

— Sim.

— Eu sinto muito, Emmy. Você é a minha garota e eu vou te proteger sempre,


não importa o que, por isso, se você me disser que precisamos castrá-lo, nós o faremos.
Vamos colocá-lo na porra da agenda e estará feito. Mas querida, honestamente... você sabia
como ele lidava com relacionamentos. E isso era algo que ele fazia muito, antes de
conhecer você. E depois parou, uma vez que ele começou a sair com você.
Eu soltei um suspiro frustrado. — Você acha que estou exagerando? — Me
lembrei rapidamente da data e observei que era possível que a TPM fosse elevar sua cabeça
feia alguns dias mais cedo.

— Bem... é possível que isto pareça como um grande negócio, porque ele
estava com Fiona, que você despreza. Mas esta totalmente com você. Você ainda quer
continuar esse relacionamento de parceiros sexuais com seu coração no jogo e o dele não?
Isso pode ser perigoso, também.

Me lembrei do olhar solene de Bem, quando ele me disse que queria fazer isso
de verdade, ninguém além de nós. — Na verdade, ele me disse hoje que ele queria um
relacionamento de verdade comigo. Só nós dois... ninguém mais.

Ellie permaneceu em silêncio por vários segundos. — Uau.

Eu não sabia como interpretar seu silêncio apavorado. — O quê?

— Parece que é isso que você queria o tempo todo. Você disse que ele é um
grande cara e você está caída por ele. E agora ele quer um relacionamento, mas por causa
de com quem ele dormiu antes de você, você vai usar isso contra ele?

Soava estúpido quando ela colocava dessa forma. Mas eu não iria aprofundar.
Mesmo que estivesse tentando. Não facilmente. Ele dormir com Fiona por cinco anos
malditos era um grande negócio. Ela era minha chefe. Sua chefe, também, em um sentido.
Isso era uma bagunça.

Não era algo que eu poderia simplesmente ignorar e rir. Eu tinha que ver Fiona
todos os dias, sabendo que eles estavam juntos. Estremeci com o pensamento. Percebendo
que Ellie ainda estava na linha, eu agradeci o conselho e disse adeus, precisando de tempo
para processar tudo.

Eu me arrastei até o banheiro e abri a torneira para encher a banheira. Escapar


para um banho de espuma, quente e desligar o meu cérebro eram as únicas coisas que eu
queria essa noite.
Capítulo 19

Ben

Eu não queria que Emmy pensasse que eu tinha trazido a ideia de um


relacionamento monogâmico entre nós para amenizar meu passado com Fiona. Esse não
era o caso. Nem um pouco. Eu deveria ter dito a ela sobre Fiona, mais cedo, ou não ter
atendido a porta naquela manhã. Foi uma coisa de merda que eu tinha feito, empurrando
Emmy para o banheiro e fechando a porta. Como se isso fosse apagar o problema.

Eu sabia que Fiona e eu tínhamos um passado fodido. Mas, honestamente, isso


nunca me incomodou. Ela era uma mulher atraente, e nenhum de nós estava à procura de
um relacionamento. Ficamos nas mesmas cidades onde não conhecíamos ninguém, e nós
dois éramos tipicamente solteiros. Sexo não era nada além de uma conveniente liberação
puramente física. Mas eu entendi por que Emmy odiava que Fiona tinha experimentado os
prazeres do meu corpo. Eu considerei Braydon um bom amigo, e eu fudidamente odiava
que ele tinha visto os lindos seios de Emmy, exuberantes, que tinha provado o quão doce
ela era e ouviu o som dos fracos soluços que ela fazia quando gozava. Essa experiência
abriu meus olhos. Eu não queria compartilhá-la novamente. Ela era minha, e eu a queria
egoisticamente só para mim.

Eu nunca quis um relacionamento antes, mas isso me atingiu como um tapa na


cabeça. Eu queria tudo isso e muito mais com Emmy. Minha bela sulista doce. A ideia de
me chamar de seu namorado colocava um pequeno sorriso estúpido no meu rosto. E
agora, antes que nós sequer começássemos, eu estraguei tudo. Isso quase me fez repensar o
que eu estava fazendo. Quase. Mas eu sabia que eu iria lutar por ela. Eu só não tinha ideia
de como. Meus textos ao longo dos últimos dias tinham ficado sem resposta e eu não tinha
coragem suficiente para me mostrar em sua porta e arriscar ser mandado embora. Eu sentia
falta dela. E mais uma vez, eu não estava dormindo uma merda.
Decidi chamar Braydon. Ele me conhecia e tinha chegado a conhecer Emmy
um pouco, também, muito, em minha opinião. Mas talvez ele tivesse algum conselho. Ele
estava em Londres fazendo um pequeno desfile de moda, e eu não tinha ideia de como sua
agenda estava. Eu tinha optado por não fazer o show. Eu tinha o luxo de ser um pouco
mais seletivo com os trabalhos que eu pegava. Enviei-lhe um texto, sem saber se ele tinha
tempo para conversar.

Eu: Hey. . . Preciso de ajuda com Emmy. Ligue para mim.

Braydon: Estou dentro;)

Eu: Não. Não pra isso, seu porra. Ligue para mim.

Poucos minutos depois, meu telefone tocou. —Ei, cara. — Eu o


cumprimentei.

— Eu estava pensando em vocês. Bem, não em você. Mas Emmy. Mmm... —


Ele fez um som baixo de zumbido em sua garganta.

— Bem, pare de pensar nela, idiota. Isso nunca vai acontecer novamente.

— Uau, estamos ficando um pouco possessivos, não estamos? Isso é novo


para você.

— Sim, nem me fale. Tudo isto é novo para mim. Eu acho que estou
apaixonado por ela, homem.

— Uau. O grande Ben está crescendo. Isso é enorme, cara.

Otário. — Bem, ela não está falando comigo agora.

Braydon riu. — O que você fez? Deixe-me adivinhar... Ela quer que você
coloque uma APA agora e você não quer?
— Isto não é sobre seu pau ou suas estúpidas bolas preciosas, cara. E não, eu
nunca terei um piercing no meu pau. — Eu fiquei de pé perto da cama e comecei a andar
pela sala, de repente inquieto. Expliquei o relacionamento já tenso de Emmy com Fiona e a
dor em seus olhos quando eu disse a ela sobre o nosso passado. Braydon ficou quieto,
ouvindo a coisa toda. Eu soltei um suspiro pesado. — Eu preciso recuperá-la. O que eu
faço?

— Você precisa mostrar a ela o que ela significa para você. Fazê-la entender
como ela é especial para você. Fazê-la esquecer de tudo sobre Fiona.

Isso fazia sentido. — Então, como posso fazer isso?

— Você tem que pensar sobre as coisas que ela gosta... Se ela curte poesia,
você escreve-lhe um poema... Ou se sua comida favorita é sushi, você encontra o melhor
restaurante japonês para levá-la. Merdas como essa.

Certo... Isso era muito bom.

— Obrigado, cara. — Agora eu só precisava pensar sobre o que fazer para


mostrar-lhe como me sentia.

Cristo. Eu não era bom com os sentimentos. Isso poderia ser interessante...
Capítulo 20
Emmy

Aquela semana após a confissão de Ben sobre seu relacionamento com Fiona
foi um inferno, mas eu me joguei no meu trabalho. Ser o capacho de Fiona foi a distração
perfeita. Eu pensei sobre Ben, muitas vezes, uma dor surda sempre presente dentro do meu
peito, mas eu fiz o meu melhor. Eu acordava grogue e cansada, caminhava pelo meu dia e
caia na cama todas as noites segurando meu telefone. Eu tive que me dissuadir a chamá-lo
pelo menos seis centenas de vezes. Liguei para Ellie em vez disso.

Eu ignorei com sucesso seus poucos textos, um adoravelmente dirigido a


―Tennessee‖. Era difícil não ceder, mas eu merecia algo melhor. Eu sabia que eu merecia. E
as conversas estimulantes diárias de Ellie, me ajudaram a lembrar disso. Ben precisava se
esforçar mais se ele realmente queria entrar num relacionamento real. Eu precisava ter
certeza de que ele estava comprometido com esta ideia. Eu queria vê-lo trabalhar por isso.
Eu precisava ter certeza de que ele estava me levando a sério antes de saltar de volta,
porque eu era dele, de corpo e alma.

Deslizando para fora dos meus saltos, eu estava pronta a entrar em colapso na
cama, quando uma batida na porta me parou. Meu coração bateu de forma desigual, e eu
me perguntei quem poderia ser. Era uma entrega da portaria.

Abrindo a porta mais largamente para recebê-lo, o porteiro empurrou um


carrinho e descarregou vários itens sobre a mesa: um vaso de vidro com flores, uma caixa
de cerveja do Tenesse Hap & Harry, um dos meus favoritos de casa, e uma caixa branca
cheia de muffins de mirtilo de uma padaria. Como nesse mundo?

Uma vez que o porteiro saiu, eu tentei dar sentido a essa entrega. As íris, roxa
profunda, eram altas, vibrante, com hastes verdes, tinham um leve aroma floral que me fez
lembrar de casa. O cartão ligado ao vaso de flores, dizia, "flor do Estado do Tennessee". Oh...
Isso era interessante. Todos os meus favoritos de casa. Será que as íris cresciam na França?
E eu duvidava que vendessem aqui esta marca de cerveja. Teria Ben feito isso? Trazido
tudo isso só para mim?

Eu levantei uma garrafa gelada de cerveja da caixa, tirei a tampa e tomei um


longo gole. Mmmm... Meu paladar fez uma pequena dança feliz. Parece que eu estaria
tendo muffins e cerveja para o jantar. O que me caia muito bem.

Era estranho como esses pequenos confortos de casa melhoraram meu humor.
Eu sorri pela primeira vez em uma semana. Tudo parecia mais brilhante.

Meu telefone tocou e eu atravessei a sala, cerveja na mão, para pescá-lo da


minha bolsa. — Alô?

— Oi. — Era Ben.

O som áspero de sua voz me surpreendeu. Eu estava tão envolvida no meu


próprio pequeno mundo, que não tinha pensado em verificar o identificador de chamadas.
Eu não disse nada e nem ele de imediato, mas eu podia ouvir sua respiração.

— Você recebeu uma entrega? — Ele perguntou, hesitante.

— Sim, obrigada. Acabou de chegar. Isso foi muito gentil de sua parte.

— Não é nada. Eu só queria mostrar que eu estava pensando em você, que eu


me preocupo com você, Emmy. Você é tudo em que posso pensar. Precisamos conversar.
Estou com saudades.

Eu sentia falta dele, também. A cada hora de cada dia. — Tudo bem.

— Tudo bem? — Seu tom esperançoso, feliz me fez sorrir.

— Sim, venha tomar uma cerveja comigo. Eu estou supondo que você nunca
experimentou Hap & Harry.
Ele riu. — Vou para baixo em um minuto.

Quando Ben chegou, o desejo de me esmagar contra o seu corpo era quase
insuportável. Em vez disso, eu abri a porta e o convidei a entrar. Entregando a ele uma
cerveja, eu não pude deixar de notar as profundas olheiras sob seus olhos. Ele não estava
dormindo bem, e eu senti uma pontada de culpa por essa situação.

Ele tomou um gole lento da garrafa, inclinando a cabeça para trás, mas seus
olhos permaneceram nos meus. Seu escrutínio era demais. Me ocupei com a pequena mesa,
removi dois muffins da caixa de pastelaria, e os coloqueis em guardanapos para nós. A
forma grande de Ben apareceu logo atrás de mim, e eu senti irradiar o calor de sua pele, o
senti respirar meu cheiro contra a minha nuca. Ele chegou perto de mim para depositar sua
cerveja em cima da mesa, e em seguida, tomou a minha das minhas mãos e a colocou ao
lado da dele.

— Emmy... — Seu sussurro ríspido enviou uma onda de arrepios, quebrando


ao longo de minha pele. Suas mãos capturaram meus quadris vestidos de jeans e ele me
puxou para trás, um passo até a minha volta e encontrei seu peito firme e os braços
fechados em torno de mim, me abraçando por trás. Ele enterrou o rosto contra o lado do
meu pescoço. — Eu não posso mais fazer isso. Eu sinto sua falta pra caralho, baby. E eu
sinto muito sobre tudo com Fiona. Eu deveria ter lhe contado antes. — O pedido de
desculpas terno, sussurrado contra a minha pele, trouxe lágrimas aos meus olhos. Eu sentia
falta dele, também. Terrivelmente.

Eu virei em seus braços, sentindo a primeira lágrima rolar pelo meu rosto. Ben
olhou para mim, com uma expressão de dor no rosto e enxugou as gotas com os polegares,
capturando meu rosto em suas mãos. Eu não disse nada, não precisava. O olhar que
compartilhamos comunicava tanto, não havia necessidade de palavras. Ben me olhou com
espanto, alisou o cabelo do meu rosto e passou os dedos através dos longos fios, antes de
finalmente se abaixar e trazer sua boca para a minha. — Eu estou apaixonado por você,
Emmy. — Ele sussurrou, enquanto seus lábios pressionaram contra os meus.
As endorfinas, luxúria, amor e desejo inundaram o meu sistema de uma só vez.
Beijei-o de volta, duramente, esmagando minha boca na dele. Suas palavras eram tudo o
que eu queria ouvir, mas na verdade ouvi-las, em sua voz profunda, sexy, era demais.

Eu agarrava suas roupas, empurrando minhas mãos sob a camisa, puxando o


cinto. Ben gemeu contra minha boca e suas mãos me ajudaram. Ele puxou a camisa dele,
só quebrando nosso beijo por um segundo, em seguida, removeu o meu top. Ele segurou
meus seios por cima do meu sutiã de renda branco, gemendo com as palmas das mãos em
contato com minha pele. Eu tinha sentido falta disso, eu tinha sentido muita falta dele para
ir devagar. E Ben obviamente sentia o mesmo. Eu senti sua ereção, imprensar duro em
meu estômago. Desejo corria em minhas veias e eu gemi em sua boca. Ben me levantou
dos meus pés, me carregando em um aperto seguro até a cama.

Ele me deitou contra o centro do colchão e olhou para mim. Minha respiração
vinha muito rápida, meu peito subia e descia rapidamente. Seus olhos pousaram no meu
peito, se movendo sobre cada curva. Ele delicadamente traçou um dedo ao longo da borda
rendada do meu sutiã antes de chegar atrás de mim para soltá-lo.

Ele me acariciou toda e beijou suavemente. Deslizando para baixo da cama


para que ele ficasse alinhado com o meu peito, ele colocou beijos carinhosos ao longo da
minha clavícula, costelas e do centro do meu estômago. Ele levou minhas mãos à boca,
beijando o interior de cada pulso, exatamente onde meu pulso batia violentamente em
minhas veias. Torci inquieta debaixo dele, tentando pressionar o meu núcleo contra sua
ereção pesada. Ele riu contra a minha pele, me iluminando, como uma maldita árvore de
Natal. Eu estava tão ligada, descaradamente com tesão. Eu o queria. Eu precisava dele para
me reivindicar. Mesmo que ele não fosse bom em usar palavras bonitas ou grandes
demonstrações emocionais, eu precisava dele para me mostrar.

Ele veio para descansar ao meu lado, deitando assim que nós encaramos um ao
outro. Acariciando meu rosto suavemente, seus olhos observavam os meus com admiração.
— Deus, eu senti sua falta.

Eu coloquei minha própria palma contra sua bochecha áspera e meu polegar
deslizou passando pela pele cor de hematoma debaixo de seu olho, reconhecendo que a
semana passada tinha sido dura para nós dois. —Você disse que aquela noite com Braydon
te fez perceber algumas coisas? — Eu sussurrei.

Ele engoliu em seco e assentiu. — Sim. Eu não sou bom em expressar meus
sentimentos, mas porra, eu queria dar um soco bem na cara dele quando o vi tocar em
você.

Eu sorri. — Nós não tínhamos que fazer isso, você sabe... Eu nunca tinha
pensado em fazer um ménage a trois antes de você sugerir.

— Foi estúpido da minha parte. Ele e eu tínhamos feito isso antes, então eu
percebi que não era grande coisa. Se fosse algo que você queria, eu poderia dar a você, eu
não queria negar-lhe qualquer coisa. Mas, então, quando isto realmente estava acontecendo,
eu não sei. Toda essa emoção e pesar, apenas me atingiram como um tijolo. Eu não queria
que ele te tocasse. Eu queria você só para mim: sua risada doce, seu corpo bonito,
exuberante. Eu não quero dividir você, Emmy.

— Você não precisa.

Ele se inclinou para frente e apoiou a testa contra a minha, beijando levemente
meus lábios. — Nunca mais.

Eu balancei a cabeça, concordando completamente. Foi uma espécie de lista de


coisas a fazer antes de morrer e, uma vez tinha sido definitivamente o suficiente para mim.

— Eu preciso estar dentro de você. — Ele sussurrou, com voz rouca.

Deixei escapar uma respiração irregular. — Bennn. . .

Seus dedos se atrapalharam com o botão do meu jeans, e eu encontrei-me a


ajudá-lo para empurrá-lo para baixo das minhas coxas.
Uma vez que eu estava despojada da última peça de roupa, Ben fechou a mão
em volta do meu osso púbico, os dedos levemente roçando meu sexo. — Esta buceta é
minha. Ninguém vai foder ela além de mim.

— Sim, Ben. Só você.

Ele arrancou sua cueca boxer e calças jeans em um movimento rápido,


enviando-os ao longo da borda da cama.

Segurei seu comprimento liso, firme na minha mão, lentamente o acariciando,


e fui recompensada com um gemido rouco saindo de seus lábios entreabertos. Meu corpo
respondeu com uma onda de umidade entre minhas pernas.

— Eu preciso te foder, Emmy.

Lendo a tensão no conjunto firme de sua mandíbula, eu sabia que seria duro e
rápido, e isso era exatamente o que eu precisava. Nós dois precisávamos, para afastar
qualquer pensamento persistente de Braydon, ou Fiona. Isto era apenas sobre nós,
selvagens e apaixonados.

Seu corpo inclinou sobre o meu. Ben beijou duramente minha boca e avançou
para frente, a cabeça de seu pau separando minhas dobras quando ele empurrou dentro de
mim lentamente, permitindo ao meu corpo tempo para se ajustar.

Ele afundou em todo o caminho, centímetro por centímetro deliciosamente,


até que ele estava totalmente enterrado dentro de mim. Eu respirei afiado, e ao mesmo
tempo, ele lançou um gemido baixo, xingando baixinho.

— Porra, baby, isso é tão bom.

Eu estava fazendo pouco mais do que estar deitada debaixo dele, mas eu aceitei
o elogio, pressionando um beijo em seu pescoço. Eu adorava o cheiro dele, o peso dele em
cima de mim. Finalmente, Ben começou a se mover, pequenas estocadas rasas até ter
certeza de que eu estava esticada em torno dele e pronta para mais. Eu envolvi minhas
pernas em torno de sua cintura e Ben agarrou minha bunda com uma mão, dobrando meus
quadris para cima para encontrar seus impulsos. A sensação era quase demais. Ele estava
tão dentro de mim.

Ele dirigiu em mim, batendo com força contra o meu núcleo. Me agarrei a suas
costas largas, enquanto Ben se movia contra mim, me empurrando para o colchão com
cada impulso profundo, me reivindicando, me possuindo, me fazendo dele.
Ben

Depois disso, eu a abracei, sentindo seu corpo tremer e pulsar após o orgasmo
final. Estar intimamente com ela ajudou a afugentar algumas das memórias de Bray. Isso
não era algo que eu queria rastejar em torno, nas bordas da minha memória, porque eu quis
dizer cada palavra que eu disse. Ela era minha. Eu nunca precisei de ninguém do jeito que
eu precisava dela.

Depois que seu batimento cardíaco se recuperou, ela rolou para me encarar na
cama, estávamos deitados lado a lado.

— Devemos conversar, Ben.

Eu balancei a cabeça. Eu não sabia o que mais havia para falar. Em minha
mente as coisas estavam muito fodidamente claras. Tinha Emmy de volta. Isso era tudo o
que importava. — O que está em sua mente, baby?

Ela levou a mão ao meu rosto e descansou lá. Suspirou profundamente. —


Você tem certeza que quer isso... — Ela fez sinal entre nós.

— Eu só gozei duas vezes, estou com a garota mais bonita do mundo e eu


estou prestes a obter o melhor sono da minha vida. Eu seria um maldito idiota para não
querer isso.

Ela golpeou o meu braço, com um sorriso desabrochando em sua boca. — Eu


sei o que eu quero... Mas você não é o tipo, que tem relações. — Ela me lembrou
severamente.

— Eu te disse, não é uma escolha. Eu preciso de você. — Eu não sabia as


palavras certas para fazê-la entender. Mas ela viu meus olhos e pareceu ter visto tudo
dentro

— Relacionamentos que começam com sexo não funcionam, Ben.


Eu inclinei o queixo para cima para encontrar seus olhos. — Nada na minha
vida tem sido convencional. Deixa eu fazer isso do meu jeito.

Me recusando a permitir que ela tivesse tempo para responder, minha boca
capturou a dela em um beijo faminto. Eu não podia esperar mais um segundo para sentir
seus lábios nos meus. Ela era tão suave, tão doce. Eu não sabia sobre o que era essa garota,
mas eu a queria. Precisava dela.

Após a terceira rodada de sexo em tantas horas, nós dois estávamos cansados.
Emmy tomou banho, colocou shortinhos e a parte superior do top, enquanto eu peguei
duas cervejas frescas para nós e os muffins que tínhamos esquecido antes. Nenhum de nós
tinha jantado, mas isso daria o truque. Quando Emmy surgiu, com o cabelo úmido
penteado para baixo de suas costas e bochechas rosadas recém-lavadas, ela sorriu para o
pequeno piquenique que eu tinha preparado na cama.

Eu a alimentei com pequenos pedaços de muffin, percebi que ela gosta mais da
parte de cima, tomamos as nossas cervejas, conversando um pouco e nos aconchegamos
juntos na cama. Eu desviei a conversa de qualquer menção a Fiona, feliz que a minha oferta
de paz pareceu funcionar. Minha pequena garota bebedora de cerveja, e comedora de
muffin de mirtilo.

Eu continuei a dar a Fiona suas injeções, mas trabalhei duro para manter as
coisas puramente profissionais entre nós. Eu estava a esperando nos próximos minutos, e
me certifiquei de ter colocado meu telefone para vibrar. Emmy provavelmente chamaria
agora que ela tinha terminado o trabalho do dia. Eu queria falar com ela, mas eu precisava
ajudar Fiona primeiro. E já que Fiona e Emmy misturavam tão bem quanto óleo e água, eu
não queria perturbar qualquer uma delas agora.

Emmy não entenderia que eu ajudasse Fiona assim, e Fiona estava num estado
de espírito delicado suficiente, com todas essas malditas drogas de fertilidade. Suas duas
primeiras tentativas de engravidar não funcionaram, e eu comecei a me perguntar se
colocar seu corpo através de tudo isso realmente valia a pena. Mas eu não iria questioná-la.
Eu podia ver a determinação brilhando em seus olhos, quando ela me entregou a seringa.
Fiona levantou sua camisa e eu limpei a área, a observando inalar fortemente com o álcool
frio.

— Desculpe. — Eu murmurei. O arrepio desapareceu e peguei o frasco,


empurrando o êmbolo até que uma gota de líquido se formou na ponta da agulha.

— Está tudo bem. — Ela sussurrou, os olhos solenemente sobre os meus. —


Obrigada por estar fazendo isso. Não havia nenhuma maneira que eu pudesse me injetar.

— Não é nenhum problema, Fiona. Eu só espero, que para o seu bem, esta
seja a última vez que nós temos que fazer isso.

Ela assentiu com a cabeça, seus olhos ainda enevoados.

Usando a distração, eu belisquei a pele dela e enfiei a agulha, tentando ser tão
gentil como poderia, enterrando a agulha em sua carne. Fiona sempre pulava um pouco,
mas diferente do que tivemos antes, esta pequena rotina se tornou uma ciência praticada.
Colocando o pequeno curativo no lugar, eu descartei a agulha no recipiente.

— Tudo bem?

Ela assentiu com a cabeça. — O que eu faria sem você?

Mil vezes, eu quis dizer a ela sobre Emmy, mas algo dentro de mim me
impedia.
Emmy

Durante o dia, eu temia o meu tempo com Fiona. Eu ainda não podia olhá-la
diretamente nos olhos. Toda vez que eu a via, eu pensava sobre ela e Ben. Era uma tortura.
Ele queria dizer a ela que estávamos juntos, mas eu continuei o arrastando para longe disso.
Eu sabia que ela ia enlouquecer, e uma vez que ela já me tratava como lixo, eu não queria
ver o que aconteceria, uma vez que ele dissesse a ela. Ela provavelmente ia acabar me
demitindo.

Nas semanas seguintes, Ben e eu nos tornamos quase inseparáveis. Durante a


semana, cada um de nós trabalhava, mas passamos todas as noites juntos na cama de Ben.
Nós pedíamos serviço de quarto, alimentávamos um ao outro, falávamos sobre livros,
música, filmes, nossas infâncias e sonhos futuros. E nós tivemos um monte de sexo.
Quanto mais próximos ficávamos, mais parecíamos ansiar um ao outro. Uma ou até duas
vezes por noite não era suficiente.

Muitas vezes após o sexo, eu sentia como se tivesse corrido uma maratona.
Meus músculos tremiam, ficava tonta e eu ficava encharcada de suor e esperma. Eu não
sabia que eu era capaz de múltiplos orgasmos, e eu nunca pensei que os homens eram
também. Bem, talvez os homens não, mas Ben Shaw, um deus na cama, era e, ainda ele
gozava duas ou três vezes durante nossos loucos ataques sexuais de horas de duração. Nós
afastamos todas e quaisquer fronteiras físicas, fazendo amor constantemente. Tomamos
banho juntos, enrolados juntos na banheira e dormíamos nus em sua cama grande. Ele se
recusou a me deixar sentir autoconsciente, sempre me acariciando, me beijando e me
dizendo que eu era linda. A perfeição. Um sonho tornado realidade, de verdade.

Eu percebi com clareza absoluta de que eu estava me apaixonando por ele. Era
impossível. Mas eu estava. Ele era doce, carinhoso e me fazia rir. Eu queria compartilhar
sua cama todas as noites, dormir embrulhada em seus braços, afastar seus demônios, e me
certificar que ele estava bem alimentado. Eu queria ser a única a cuidar dele. A última
pessoa que veria antes de dormir e a primeira pessoa que veria quando acordasse. Ele era
meu. Total e completamente. Mesmo que ele não soubesse ainda.
Quando eu olhava para ele, eu não via o modelo das revistas. Eu via um
homem com as necessidades básicas e desejos que eu queria saciar. Eu queria ser a que ele
chamava para a noite, a única que o acariciava e acalmava para voltar a dormir. A pessoa
que o alimentava, que se importava o suficiente para tirá-lo daquelas pílulas de merda. Me
irritava que ninguém se importou o suficiente para fazer essas coisas antes de mim.

Ao mesmo tempo, eu estava inteiramente grata por ser a única.

Ele era meu. E eu sabia que eu o amava. Não a ideia dele, não o modelo, ou o
prestígio ou estilo de vida luxuoso. Eu amava esse homem, esse quebrado, sensível, homem
de fala suja.

Eu queria lhe dar tudo: tudo de mim, a minha família, e tudo o que ele nunca
teve. Mas ainda não era o suficiente, porque ele merecia tudo isso e muito mais.

Amar Ben Shaw era o sentimento mais aterrorizante. Era como estar numa
montanha russa sem barra de segurança, em queda livre, sem pára-quedas, e morrendo do
coração e de falta de ar ao mesmo tempo. Eu não tinha ideia se ele era mesmo capaz de se
comprometer num relacionamento tradicional. Mas isso não mudava meus sentimentos. Eu
o amava com todo o meu ser, se era ou não era devolvido. Não era uma escolha. E isso, o
amor para sempre, assustava o inferno fora de mim.

Com a TV cantarolando baixo em segundo plano e fornecendo a única luz,


Ben estava enroscando seu corpo grande e firme em torno de mim. Nós tínhamos jantado
alguns dos melhores raviólis frescos que eu já tinha comido e estávamos cheios, sonolentos
do sexo e caindo no sono. Ben deu um beijo doce contra o meu pescoço e murmurou
sobre o quão bem se sentia comigo em seus braços, quando três pequenas palavras idiotas
caíram de meus lábios: — Eu te amo.

Prendi a respiração depois que disse isso. Era inteiramente verdade, mas
merda, eu não tinha a intenção de apenas deixá-lo cair sobre ele assim. Agora, ou talvez
nunca.
Ben permaneceu silencioso, mas eu sabia que ele tinha me ouvido. Eu o senti
endurecer ligeiramente quando eu tinha pronunciado essas três pequenas palavras. Depois
de alguns instantes, ele pressionou outro beijo na minha cabeça e disse boa noite mais uma
vez, seu tom final.

Meu coração bateu violentamente em meu peito. Eu não pretendia apenas


deixar escapar isso assim, mas quando eu disse isso, eu certamente não esperava ser
respondida com silêncio absoluto. Meu estômago apertou com os nervos, eu estava tensa e
longe do sono. Mas eu tinha que ficar lá, agindo como se nada estivesse errado... Merda! Eu
queria chorar. Em vez disso, eu mordi meu lábio e fiquei quieta, com foco em manter a
minha respiração profunda e regular.

Muito em breve, o corpo de Ben se aproximou e seu braço em volta de mim se


tornou um peso morto. Ele gemia baixinho em seu sono. Eu invejava que ele poderia cair
em um sono tranquilo agora. Minha mente se agitou com perguntas sem respostas,
enquanto eu tentava relaxar. Ia ser uma maldita longa noite.
Capítulo 21
Emmy

Ben tinha prometido que a festa depois do Fashion Week, esta noite, seria
muito mais doméstica do que as festas loucas anteriores. Hoje seria uma festa mais privada
em que os estilistas celebrariam na cobertura do hotel La Manufacture, localizado no bairro
têxtil de Paris. A maioria das principais grifes de roupa estaria lá. Ben mencionou que
Braydon estava de volta à cidade para uma sessão de fotos, mas, aparentemente, eu não
deveria ficar animada com a possibilidade de vê-lo esta noite. Garanti a Ben que isso não
tinha nada a ver com a nossa noite juntos; fiquei aliviada por conhecer alguém ali além dele
e de Fiona.

Ben, Fiona, Gunnar, e eu pegamos uma limusine para o evento. Um pequeno


sorriso maroto curvou os lábios de Gunnar, enquanto observava a maneira como Ben
pressionava a mão em minhas costas; qualquer um podia ver que seus olhos e mãos
pareciam me conhecer intimamente.

Fiona ficou silenciosa e amuada durante todo o trajeto até lá.

Foi estranho, para dizer o mínimo.

O ar frio da noite envolvia a cobertura. Os fios de pequenas e cintilantes luzes


brancas adornavam o terraço, e a vista da cidade era de tirar o fôlego. Garçons de smoking
circulavam pela multidão, segurando bandejas de prata de coquetéis cor de pêssego. Eu não
sabia o que eram, mas Ben e eu pegamos um.

Ele tomou um gole e sacudiu a cabeça.

— Você pode ficar com o meu.

Eu experimentei a bebida. Era frutada e doce. Deliciosa.


— Que sorte!

Gunnar e Fiona estavam por toda parte na festa, se misturando. Fiona


irritantemente dava beijos no ar no rosto das pessoas da indústria a quem cumprimentava.

Avistei Braydon na cobertura, encostado na grade, enquanto apreciava a vista.


Puxei a manga da camisa de Ben e acenei com a cabeça em direção a ele.

Ben riu discretamente.

— Vá em frente e diga oi. Vou pegar uma bebida de verdade e, depois irei
encontrá-los.

Aconteceu de Braydon se girar exatamente quando me aproximei, como se ele


pudesse, de alguma forma, ter sentido a minha aproximação.

— Jujuba! — Ele cuidadosamente me ergueu. E, embora estivesse segurando


os dois coquetéis pêssego, não derramei nenhuma gota.

Eu ri discretamente diante do apelido bobo.

— Oi, Braydon!

— Onde está o seu homem?

Eu balancei a cabeça em direção ao bar. Ben estava caminhando em direção a


nós, segurando um copo de licor de cor âmbar para si e uma garrafa de cerveja que presumi
que seria para Bray.

— Ei, amigo! — Braydon lhe deu um tapinha ruidoso nas costas e pegou a
cerveja dele. — Você a reconquistou, não foi?
— Sim. Obrigado pelo seu conselho, cara! — Ben sorriu e me puxou para o
seu lado para beijar a minha testa.

Eu estava um pouco autoconsciente de que ele estava me tocando em público.


Fiona ainda não sabia sobre nós, e eu estava preocupada com o que ela faria quando
descobrisse. Ben e eu tínhamos discutido isso e decidimos manter as coisas reservadas por
um pouco mais de tempo.

Notei uma taça de champanhe marcada de batom posta ao lado de uma garrafa
vazia de Braydon.

— Tem alguém aqui com você? — Eu perguntei, apontando para a taça.

Seus olhos foram até Ben, e sua expressão ficou tensa.

— Sim. London está aqui. Ela só foi ao toalete.

Ben ficou tenso ao meu lado. Antes que eu pudesse perguntar quem era
London, Gunnar falou com Ben.

— Há um estilista da Gucci aqui e ele quer conhecê-lo!

— Claro! — Ben olhou diretamente para mim. — Está tudo bem se eu deixá-la
com Bray?

Eu concordei.

— Claro. Vá!

Eu olhei para a taça de champanhe novamente. O batom era bonito do tom


vermelho-sangue. Nunca poderia usar essa cor. Iria ficar como o palhaço Bozo! Eu tendia a
manter apenas o gloss, principalmente.

— Então, quem é London?


— London Burke. A top model da Victoria Secret!

— Vocês dois estão namorando?

— Na verdade não.

— Oh. Ela e Ben já... namoraram?

— Algo assim. — A ex de Ben era top model da Victoria Secret. Tradução:


Minha vida está fodida! Ele não ofereceu qualquer explicação, e eu não insisti. Havia algo
sobre essa situação que ele não queria que eu soubesse.

London nunca retornou para a sua taça de champanhe, e Braydon fez o seu
melhor para me distrair. Ele perguntou sobre onde eu morava em Nova York e falou sobre
suas aventuras bêbadas durante as últimas semanas, mas meus olhos continuamente
procuravam Ben. Uma hora depois, sem ainda nenhum sinal dele, eu me desculpei com
Braydon. Depois de consumir três dos pequenos coquetéis de pêssego, estava precisando
desesperadamente de um banheiro. E eu queria encontrar Ben.

Entrei, usei o banheiro, e reapliquei o meu gloss, me estudando no espelho. Eu


estava usando um pequeno vestido de cor creme com uma coleira no pescoço e sapatos
preto que Ben tinha me dado. Me sentia bonita, mas um pouco insegura. Odiava que o
meu trabalho em torno de modelos me fizesse constantemente ter garantias de Bem, que
eu era o suficiente. Me afastei do espelho, frustrada. Eu só queria encontrá-lo.

Retornando para o ar da noite, dei uma olhada pela cobertura à procura de


Ben. Deveria ser fácil identificá-lo ao ar livre, na área grande e retangular. Eu vi Fiona
falando com Braydon onde eu o tinha deixado, mas nenhum sinal de Ben em qualquer
lugar. Onde ele foi? Notei duas meninas saindo da cobertura através de uma porta que eu
assumi que era uma escada até o hotel, então eu decidi segui-las.

As meninas desceram o lance de escadas, segurando o corrimão enquanto


caminhavam, cambaleando sobre seus saltos agulha. As segui entrando em uma das suítes
no piso superior do hotel. Parecia que a festa tinha atingido esse espaço, também. A dance
music retumbava ao fundo, e o balcão da cozinha estava cheio de garrafas de bebidas, fatias
de limão e misturadores.

As pessoas estavam conversando na sala de estar, em sua maioria garotas em


vestidos de coquetel demasiadamente curtos que estavam, sem dúvida, congelando lá fora.
Eu atravessei a sala, ainda sem encontrar Ben. O sangue bombeou de forma irregular em
minhas veias quando me dei conta que uma suíte de hotel também significava quartos... e
se Ben não estava na cobertura, e ele não estava na sala de estar... Oh Deus... Eu me senti
fraca, mas forcei as minhas pernas a se moverem e caminhei em direção ao corredor.

Havia três portas e duas estavam abertas, revelando um banheiro vazio e um


quarto, e a terceira porta estava fechada.

Não ouvindo sons lá dentro, eu alcancei a maçaneta. Estava frio na minha


mão. Girei lentamente e abri a porta. As luzes estavam acesas, mas o quarto estava vazio.
Na outra extremidade da sala uma porta de correr de vidro estava aberta, o som de vozes
vindo da varanda do lado de fora me fizeram prosseguir.

Meu estômago revirava de nervoso e meu coração vibrava perigosamente


rápido dentro do meu peito. Estava apavorada com o que poderia encontrar, mas tinha que
saber.

— Você sinceramente está dizendo que não sentiu a minha falta? — Perguntou
uma voz feminina.

— London... — A voz de Ben respondeu, com seu tom como um aviso


brincalhão. — Eu não quis dizer isso!

Ela riu um riso macio e calculado, o riso de uma mulher acostumada a ter
exatamente o que ela queria.

— Porque ninguém fode como você, Ben!


— Esse é um bom ponto. — Ele riu.

— Nós nos divertimos juntos, certo? — Sua voz tinha ficado mais baixa, mais
abafada.

— London... — O dele era um apelo suave.

Eu não podia ouvir mais, mas ao invés de sair normalmente, eu me virei e bati
diretamente na porta da varanda de vidro, a sacudindo ruidosamente. Ben virou de repente
e pegou os meus olhos.

— Emmy!

Fugi, sentindo a primeira lágrima já ameaçando deslizar. Voltei do jeito que eu


tinha vindo retornando para a sala de estar. Gostaria de chamar um táxi de volta para o
hotel. Sozinha. Ben e London se arrastavam atrás de mim, e quando chegamos à sala de
estar dei de cara com Braydon.

Ele estendeu a mão para me firmar, segurando os meus braços.

— Jujuba? Você está bem?

Ele deve ter vindo nos procurar, e, infelizmente, ele tinha trazido Fiona com
ele, também. Mais pessoas lotavam a sala de estar, enquanto a festa lentamente e
seguramente, se movia para ali. O olhar de Braydon vagou atrás de mim para Ben e
London e ele fez uma careta. Ele devia saber toda a história.

— Emmy... — Ben estendeu a mão para mim. — Isso não foi nada, London e
eu estávamos apenas colocando a conversa em dia. Eu juro para você!

London se aproximou em saltos altos precários. Seu vestido, se você poderia


chamá-lo assim, era uma amostra de cetim vermelho que mal cobria os pedaços
importantes. Abundância de decote, as pernas incrivelmente longas, os longos cabelos
loiros e o batom vermelho que eu tinha notado no copo antes. As lágrimas nublaram os
meus olhos, mas o que eu vi dela era de impressionar.

— Me desculpe, eu não queria causar nenhum drama,— London falou,


parecendo sincera. — Eu sou London. — Ela me ofereceu a sua mão.

Oh Deus, ela era agradável, também! Eu só fiquei ali, inutilmente olhando para sua
mão. Ben se aproximou.

— Esta é Emmy, a minha namorada.

Fiona deu um grito estrangulado ao ouvir a palavra namorada. Eu tinha que


admitir que ele tinha me surpreendido também.

— Prazer em conhecê-la. Eu não sabia que Ben tinha uma namorada. —


London sorriu largamente para mim.

— Ben? — A voz rouca e acentuada de Fiona perfurou o silêncio


constrangedor. Ninguém disse nada por um longo momento, mas eu pude ver as lágrimas
enchendo os olhos de Fiona. Ela e Ben se observaram atentamente, suas feições inundadas
de dor. Um segundo depois, Fiona se virou e saiu, acotovelando as pessoas para tirá-las de
seu caminho enquanto ela saía em disparada pela porta da frente.

Ben me deu um olhar compreensivo, e em seguida, correu atrás dela.

Observá-lo ir atrás de Fiona fez com que me sentisse como se uma faca tivesse
sido empurrada dentro do meu peito. Depois de me esconder de Fiona todo esse tempo,
ele escolheu este momento terrivelmente tenso para anunciar que estávamos juntos, e então
saiu correndo atrás dela?

Meu coração parou.

Eu me sentia doente. Mais doente do que eu já me sentia depois que ouvi seu
flerte, na conversa com London.
Pontos negros nublaram a minha visão. Oh merda, eu vou desmaiar!

A mão de Braydon levemente acariciou as minhas costas e me impediu de


entrar em colapso. London ainda me olhava com curiosidade, e o silêncio que caiu sobre a
sala me disse que várias pessoas estavam fazendo isso também.

— Me tire daqui, Bray. — eu sussurrei.

Seu braço quente cercou a minha cintura e ele me guiou para longe da
carnificina.

A festa na cobertura tinha se movido para baixo de forma significativa, com


apenas algumas pessoas persistindo ali. Braydon me levou até uma sala de estar fora-do-
caminho, no canto. Eu parei no bar e peguei uma garrafa de Jack e dois copos. Suas
sobrancelhas subiram, mas ele não disse nada e fez sinal para um par de cadeiras macias
situadas ao redor de uma lareira de pedra.

Eu afundei na cadeira e nos servi uma dose generosa de whisky. Eu não estava
nem perto de embriagada o suficiente para lidar com todos esses sentimentos confusos que
Ben despertava em mim. Eu disse a ele que o amava, e ele não disse nada... E agora esta
noite eu o peguei flertando com a sua ex, que, oh, era apenas uma top model. Em seguida,
houve aquilo com Fiona. Engoli a bebida, apenas desejando me sentir dormente.

— Uau, calma aí, Jujuba! — A mão de Braydon na minha me impediu de


derramar mais em meu copo já vazio.

Me inclinei de volta para as almofadas macias, tirando meus sapatos e


descansando os pés no colo de Braydon.

— Você está com frio? — Ele começou a tirar o paletó.

Acenei.
— Eu estou bem. O fogo ajuda. — Pequenas chamas azuis dançavam sobre as
pedras no interior da lareira a gás elegante, aquecendo suavemente o ar que nos rodeava.

— Me diga como posso te ajudar. Você quer que eu chute a bunda dele? —
Perguntou Braydon por fim.

Eu realmente só queria um pouco de companhia, enquanto me embriagava,


mas a sua vontade de me ajudar, deixava-me contente.

—Você faria isso? Eu pensei que vocês dois fossem amigos.

Ele deu de ombros.

— Somos, mas eu gosto mais de você. Você tem seios maiores.

Eu ainda não podia acreditar que eu tinha tido relações sexuais com Braydon.
Isso foi acidental.

— Não... é melhor não! O rosto dele é a sua fábrica de dinheiro. Eu não


gostaria de ser responsável por arruinar a sua carreira. É claro que, se você quiser decepar...
— Olhei para Braydon.

— A fábrica de fazer bebê?

— Sim. — Eu ri pela primeira vez naquela noite. — Isso seria bom para mim!

— Eu não sei o que houve com London antes. Eu sei que ele pensa com o pau
dele na maior parte do tempo, mas ele é diferente com você, Emmy. Você tem que ver
isso.

Eu pensei sobre isso em silêncio. Eu me perguntei se ele estava dando em cima


de London. Ela parecia que estava tendo sua noite de sorte.

— Você e Ben compartilharam quantas mulheres?


Bray olhou para baixo. Eu poderia dizer que ele não queria trair o código de
amigos, me dizendo seus segredos, mas ao mesmo tempo confiava que ele seria honesto
comigo.

— Só Fiona e uma outra. Uma garota chamada Mia.

Então eles não tinham compartilhado London. Interessante!

— Mia é modelo, também?

Braydon balançou a cabeça.

— Não, ela era uma garota de Nova York com quem Ben namorou por algum
tempo.

Eu estremeci. Não sei se era melhor ou pior que ela não fosse uma modelo.
Poderia até ser pior, porque gostava da ideia de ser a primeira.

— Só para registrar: acho que ele só compartilhava para evitar ficar muito
próximo das garotas... Ele nunca foi do tipo que desejava um relacionamento.

O whisky já estava funcionando muito bem, e de repente eu desejei que


estivesse sóbria para estar nesta conversa. Será que Ben, em algum momento, queria um
relacionamento com Fiona? Eu precisava prestar atenção e descobrir todas essas pequenas
pistas que Braydon estava soltando.

Braydon se inclinou e deu um aperto no meu joelho.

— Ei, vai ficar tudo bem! Ele é louco por você! Eu sei disso.

Funguei. Eu não iria chorar.

— Obrigada, Bray. Vamos ver!


Um tempo depois e após três copos de whisky, Ben apareceu na nossa frente.

— Aí está você, Emmy. Eu estive procurando por você em toda parte.

Eu levantei o meu queixo, olhando para as luzes da cidade de Paris lá embaixo.


Poderia ser infantil ignorá-lo, mas eu não tinha nada a dizer no momento.

— Como está Fiona? — Meu tom era amargo. Eu não me importava.

— Eu não sei. Eu perguntei na portaria e soube que ela pegou um táxi, e estive
procurando por você. —Ele se ajoelhou na minha frente. —Eu preciso falar com você, por
favor, baby!

Droga! O desespero em seus olhos e o tom áspero da sua voz fazia com que
toda a minha determinação se derretesse.

Eu assenti.

— Ok.

— Braydon... — Ben inclinou a cabeça em direção à saída.

— Não, eu quero que Braydon fique.

O olhar de Ben se estreitou.

— Certo. — Ele disparou.

Agarrei a mão de Braydon e dei um aperto. Seu olhar cravou em Ben e ele
encolheu seus ombros, como se estivesse se desculpando. Eu não queria chutar Braydon
dali. Ele tinha me apoiado esta noite. E em nossos breves encontros, a minha confiança
nele aumentou. Ele era um bom rapaz. O júri estava atualmente condenando Ben.
Ben se sentou na cadeira ao meu lado, com seu corpo totalmente voltado para
mim.

— Eu sinto muito por mais cedo, mas baby, nada aconteceu com London!

— Eu ouvi vocês, Ben! Você não estava tentando, realmente, dissuadi-la!

— Não foi assim! Você vai me ouvir? Não havia nada para dissuadir, porque
ela não tinha nenhuma chance comigo. Eu sou seu, Emmy!

Suas palavras puxaram algo no meu peito, mas eu não podia me distrair com o
meu maldito coração agora.

— Você estava flertando!

— Não, eu estava tentando ser educado.

Revirei os olhos e esvaziei o conteúdo do meu copo na minha garganta.

Ben pegou o copo da minha mão.

— Um segundo antes disso, eu estava dizendo a London sobre você. Você


ouviu essa parte?

— Não. — Eu admiti. — O que você lhe disse?

— Eu disse a ela que tinha me apaixonado por uma doce e bella sulina! — As
mãos de Ben capturaram as minhas. —Você roubou o meu coração, baby! Ninguém e nada
vai mudar isso. Eu pertenço a você! — Ele tirou os fios soltos do meu cabelo do meu
rosto, me olhando com adoração. — Eu não quero passar um único dia sem você. Eu
nunca precisei de ninguém, Emmy. Mas eu preciso de você! Eu amo o jeito como você
cuida de mim. E eu quero cuidar de todas as suas necessidades. Se deixar este idiota em
nossa cama serviu para mostrar alguma coisa, é que eu vou lhe dar qualquer coisa, baby!
Braydon bufou, reclamando em voz baixa que ele não era um idiota.

— Quando eu vi as mãos de Bray em você, eu queria socá-lo. Eu nunca me


senti assim antes. Sexo nunca foi um evento emocional, até você. Eu preciso de você ao
meu lado. Na minha cama todas as noites. O pensamento do meu dia sem você para alegrá-
lo é a coisa mais deprimente que eu posso imaginar. Eu estou apaixonado por você,
Emerson!

Meus lábios se curvaram em um sorriso. Meus olhos se encontraram com o


seu olhar, que me encarava profundamente e durante o tempo de apenas um batimento
cardíaco éramos apenas nós. Ninguém mais existia, ninguém mais importava. Suas palmas
das mãos em meu rosto me aproximaram para mais perto. Sua boca parou a poucos
milímetros da minha, seu hálito quente pairava sobre os meus lábios.

— Qual é o seu nome do meio?

— Jean!

— Sério?

— Cale a boca!

— Eu amo você, Emerson Jean. — Ele murmurou, seus lábios roçando os


meus.

Meu coração bateu violentamente contra o meu peito. Eu tinha esperado tanto
tempo para ouvir essas palavras, e agora que eu realmente as estava ouvindo, na voz
profunda e sexy de Ben, com seus lábios quentes roçando os meus, era ainda melhor do
que poderia ter imaginado.

— Eu te amo. — Eu sussurrei de volta pouco antes da sua boca bater contra a


minha.
Ben me levantou da minha cadeira, me carregando para o seu colo, e me
beijando com força. Era como se ele estivesse faminto por mim. Sua boca se moveu sobre
a pele do meu pescoço, meu queixo, e então se estabeleceu sobre a minha boca. Sua língua
lutou contra a minha, sugando e enrolando até que eu estava me contorcendo em seu colo.
Meu vestido estava engatado até as minhas coxas e eu me apertei mais contra ele,
pressionando meu núcleo contra a protuberância tesa sob suas calças.

Suas mãos se moveram para agarrar a minha bunda e me puxar contra ele. Eu
soltei um gemido ofegante, meu corpo estremecendo com o contato.

De algum lugar ao nosso lado, Braydon pigarreou. A boca de Ben deixou a


minha apenas por tempo suficiente para que eu latisse para Braydon.

— Tire eles daqui! — Ele acenou para a última das pessoas que permaneciam
na cobertura. Aparentemente, Ben não queria que o público visse o que estava prestes a
acontecer. Eu estava muito bêbada e muito excitada para detê-lo.

Enquanto Braydon escoltava o grupo até a saída, a boca de Ben capturou a


minha novamente num beijo devastador.

— Eu te amo, Emmy! Eu te amo! Eu preciso de você! — Ele murmurou entre


beijos. A maneira possessiva como ele dizia essas palavras enviavam disparos de faíscas de
desejo através do meu corpo. Eu queria ser dele! Meus quadris balançaram descaradamente
contra o seu colo, meu centro úmido e pronto. A maneira como suas mãos percorriam o
meu corpo me faziam contorcer, me sentir sexy e sedutora. Eu estava cheia de fogo e
desejo sexual.

Quando encontrei a fivela do seu cinto e comecei incansavelmente puxá-la,


Ben gemeu. Finalmente liberando a maldita fivela do cinto, deslizei a minha mão para
dentro de suas calças e da cuecas boxer, fechando o meu punho em torno de seu pau duro.

— Oh, porra! — Ele gemeu na minha boca quando comecei a acariciá-lo.


Parei os meus movimentos por tempo suficiente para permitir que Ben
erguesse o vestido colante o tirasse sobre a minha cabeça e o colocasse na cadeira vazia ao
nosso lado.

Gemendo contra ele, usando apenas o meu sutiã e calcinha de renda


minúscula, eu não me importava que estivéssemos abertamente no ar da noite ou em uma
cobertura. Ben tinha acabado de me dizer que me amava, e eu precisava dele. Agora!

O som de uma fivela soltando ao nosso lado me chamou a atenção. Eu olhei


para cima para ver Braydon de pé ao nosso lado, desafivelando seu cinto.

— Não vai acontecer, — Ben resmungou. — Vá guardar a porta!

Braydon fez beicinho, mas fechou seu cinto e obedientemente voltou em


direção à saída.

Não se preocupando em nos despir mais, Ben me fodeu forte e rápido. Ele
empurrou o material da minha calcinha de lado e enterrou-se dentro de mim, num impulso
dolorosamente lento que me estendeu tão plenamente que gritei, com os sons ecoando no
ar da noite. Ele agarrou a minha cintura e me levantava para baixo e para cima dele.

Sussurrando coisas doces e impertinente para mim o tempo todo, Ben


bombeava dentro de mim.

— Você é tão sexy... Eu amo os sons que você faz... Isso mesmo, linda, eu
quero ver você gozar!

Em poucos minutos, as palavras dele me empurraram para além do meu limite.


Eu gozei gritando o nome dele alto.

Ben enterrou seu rosto contra o meu pescoço e gemeu.

— Eu te amo, Emmy!
Senti seu esperma inundando a minha entrada, enquanto pequenos tremores
pulsavam através do meu corpo.

Puxando alguns lenços do bolso, Ben me limpou e organizou a minha calcinha


para que eu me cobrisse novamente. Assim que eu estava colocando meu vestido
novamente, Braydon apareceu.

Com uma grande ereção armada sob sua calça. Uau!

Eu não pude deixar de rir. Eu acho que eu ainda estava muito embriagada, mas
eu achei isso engraçado. Nosso amor tinha deixado ele quente e incomodado.

— Vocês estão brincando comigo? — Ele ajustou suas calças e fez uma careta.
— Não façam essa merda na minha frente, se eu não for convidado para jogar.

Eu não tinha percebido que Braydon estava nos observando, ou ao menos nos
ouvindo do seu posto, enquanto guardava a porta. Opps!

— Isso nunca vai acontecer novamente, cara. Emmy não é o seu


brinquedinho. Ela é minha! — Ben possessivamente me puxou para o seu colo novamente,
aninhando no meu pescoço.

— Vocês dois são fodidamente malvados! — Braydon suspirou ruidosamente.


— Eu poderia ir me encontrar com Fiona, animá-la! Ela não viu meu piercing ainda!

Meu olhar bruscamente disparou para Braydon.

— Não, Bray. Qualquer uma, menos ela!

Já era ruim o suficiente Ben e Braydon já terem estado com ela. Alguma parte
de mim gostou que ela não tivesse experimentado o piercing dele que eu experimentei. Se
fôssemos contar pontos, essa coisinha me proporcionava pontos extra. Estupidez, eu sei.

— É isso aí, Jujuba!


Adormeci nos braços de Ben naquela noite, enquanto ele continuava a me
afagar e acariciar suavemente, sussurrando sucessivamente que me amava.
Capítulo 22
Emmy

Ben e eu ficamos deitados juntos relaxando a maior parte do dia, até que houve
uma batida na porta no final da tarde. Uma garrafa de espumante foi deixada na portaria. O
cartão dizia:

Para Ben e Emmy. Divirtam-se!


Amor,
Fiona

— Veja, eu sabia que ela cairia em si. — Disse Ben, desarrolhando o


champanhe com um tiro alto.

Ela estava sendo muito boa. Alguma coisa estava acontecendo. Ben não via
isso, mas eu via. Também achei interessante que ela tivesse enviado o cartão para nós dois.
Como ela soube que eu estava no seu quarto e só tinha ido até o meu para trocar de roupa?
Mas eu sorri e aceitei uma taça de espumante.

— Eu te amo, Emerson!

Ele não conseguia parar de dizer isso. O que era muito bom para mim!

— Eu também te amo! — Eu sorri para ele e, em seguida, tomei um gole da


minha bebida. Hummm. Efervescente e doce. — Ben?

— Humm?
— Eu quero que você venha comigo até a minha casa, para ver onde cresci e
conhecer os meus pais.

Seu olhar se suavizou.

— Eu gostaria muito!

Nós ainda não tínhamos conversado sobre o que aconteceria, quando


deixássemos Paris, mas tinha esperança de que nós teríamos um relacionamento de verdade
ao retornarmos para Nova York. Eu sabia que ele viajaria muito a trabalho, mas com a
aprovação de Fiona talvez eu pudesse viajar com ele.

Meu telefone soou na minha bolsa, e eu olhei para ele. Era Fiona. Isso era
estranho. Ela raramente me ligava. Ela normalmente enviada uma mensagem.

— Alô!

— Oi, querida. Será que vocês pegaram a entrega?

Querida? Isso era novidade!

— Sim, obrigada. Ben já nos serviu uma taça e está delicioso. Foi muita
gentileza de sua parte! — Minha voz soava leve e alegre. Bom trabalho, Emmy. Eu
silenciosamente me dei um tapinha nas costas. Maneira de ser civilizada com a ex do seu
namorado. Me senti orgulhosa. Muito madura.

— Maravilha! Bem, depois de apreciá-la, eu adoraria que você viesse até o meu
quarto. Gostaria de conversar sobre a adição de mais responsabilidades à sua função. Você
provou ser bastante capaz!

O quê? Sério?

— Oh, ok. Isso soa muito bom. Eu só preciso de um banho, e...


Fiona me cortou.

— Bobagem, somos todos praticamente da família agora. Basta vir a qualquer


hora...

— Ok, eu vou. Vejo você em breve.

Eu desliguei o telefone, com rugas profundas de confusão gravadas no meu


rosto.

— Quem era? — Perguntou Ben, tomando um gole de champanhe.

— Era Fiona. Acho que ela quer me promover!

Seu sorriso iluminou seu rosto.

— Veja! Eu disse que tudo daria certo, baby! Eu te amo!

— Eu também te amo! — Eu disse, distraidamente. Eu não confiava em Fiona


nem por um segundo. Eu só precisava descobrir seu ponto com este movimento.

Eu estava distraída demais para apreciar o champanhe com Ben, e depois de


alguns minutos, ele riu, me pedindo para lhe fazer uma visita mais tarde.

— Vá.— Ele deu uma risada. — Ligue para mim depois!

— Eu vou. Obrigada. — Eu pressionei um beijo rápido nos seus lábios e saí.

Quando cheguei à suíte da cobertura, parei antes de girar a maçaneta ornada de


ouro esmaltado da porta. Eu alisei as minhas mãos sobre a minha calça preta que eu tinha
trocado e endireitei a barra da minha blusa cor de vinho. Tinha que me vestir de acordo,
tinha que servir. Bati na porta e levantei o meu queixo. Eu não deixaria ela me intimidar.
Não podia!
Quando Fiona abriu a porta, ela parecia uma merda. Eu nunca tinha visto ela
vestida de forma tão casual, com calça de yoga preta e uma camiseta enorme que ia até seus
joelhos. Seu cabelo estava em um rabo de cavalo desleixado e ela não estava usando
nenhuma maquiagem.

— Fiona? — Resmunguei. — Você está bem?

Ela engoliu em seco e assentiu.

— Tudo bem, amor. Entre! — Ela recuou até a grande sala de estar e eu a
segui, fechando a porta atrás de mim. Ela se deixou cair no sofá e enrolou as pernas
debaixo dela.

Me sentei em frente a ela, na loungechair.

— Tem certeza que você está se sentindo bem?

Ela riu nervosamente.

— Eu pareço uma merda, não é?

Mordi a minha boca. Cale-se, Emmy!

— Eu estou bem, honestamente. Acabei de fazer uma série de consultas


médicas nos últimos tempos, e isso me desgastou.

— Oh, bem, eu sinto muito, e eu não quis dizer que parecia ruim. É que eu
nunca a vi, você sabe... — Eu gaguejei. — sem maquiagem!

— Está tudo perfeitamente bem. — Ela acenou com a mão com desdém. —
Eu queria falar com você sobre a sua posição na Status.

Meu estômago deu um pequeno salto.


— Ok.

— É bastante óbvio que você é mais do que capaz, com as suas funções. Ben
confia em você, e você sabe que eu confio no julgamento dele. Então... Gostaria de
expandir a sua função; dar-lhe um pouco mais de responsabilidades. Claro, que isso viria
com um aumento de salário também. Como é que soa para você?

O que você deveria dizer se a sua chefe descobrisse que você estava
namorando seu ex-caso e lhe oferecesse mais dinheiro? Não havia nenhum guia para isso,
mas eu tinha certeza que eu deveria me sentir grata.

— Parece fabuloso! Obrigada pela oportunidade.

— Maravilhoso! Eu estava esperando que você dissesse isso. Eu vou precisar


da sua ajuda com a New York Fashion Week, na primavera, especialmente por causa de
todas essas consultas médicas que eu mencionei.

Eu queria perguntar novamente se ela estava bem, ou se havia alguma coisa


que eu pudesse fazer para ajudá-la, mas algo em sua postura me fez parar. Não era da
minha conta, então eu só balancei a cabeça.

— Absolutamente.

— Atender os castings, conversar com os estilistas, ajudar a preparar os


meninos.

— Eu posso fazer isso. Tudo o que você precisar. — Uau, talvez o meu
trabalho de assistente fosse finalmente compensar. Eu estava subindo na vida.

— Brilhante! Vou enviar um e-mail para você mais tarde, hoje à noite, com
mais detalhes. Mas, por agora, se me der licença, gostaria de tirar uma soneca.

— É claro! — Eu soltei, deixando Fiona enrolada no sofá.


Quando Fiona finalmente enviou o email para mim, naquela noite, eu estava
deitada na cama com Ben, usando seu iPad, no vídeo chat com Ellie. Mas quando o e-mail
de Fiona chegou, me sentei e disse para Ellie que falaria com ela mais tarde.

Começava com a minha nova remuneração, um aumento considerável no meu


salário anterior. E, em seguida, entrava em detalhes sobre os meus deveres na preparação
para Fashion Week de Nova York.

Na última linha do e-mail eu finalmente descobri sua manobra. Eu estaria


deixando Paris em dois dias.

Nosso relacionamento era tão novo, tão frágil, que temia que a distância
pudesse atrapalhar. Se isso fosse um filme da vida, fugiria com aquele homem e nunca
olharia para trás. Mas, infelizmente, não é assim que funciona a vida.

Todo o trajeto até o aeroporto, Ben ficava me dizendo que estava orgulhoso de
mim, e que eu deveria estar animada com essa oportunidade. Eu não poderia evitar pensar
que isso era apenas um truque para Fiona se livrar de mim, desde que descobriu sobre o
meu relacionamento com Ben.

Eu confiava nele, mas isso não significava que ficasse feliz com ele estando por
três semanas, sozinho, em Paris com a mulher com quem ele tinha tido um caso contínuo.
Eu não confiava nela. Nem um pouco!

Ben pagou um upgrade para mim, na primeira classe, mesmo que tenha lhe
dito que isso não era necessário, e, depois, ele me acompanhou até onde os limites de
segurança permitiam.

— Ei, são apenas três semanas! — Ele segurou meu rosto em suas grandes
mãos, encontrando os meus olhos com um olhar preocupado.
— Três semanas e dois dias. — Eu apontei.

Ben sorriu e pressionou seus lábios contra os meus.

— Vamos nos falar todas as noites. Vou te enviar mensagens safadas!

Eu ri, apesar do meu mau humor.

— Você acabou de me dizer que você vai me enviar mensagens sexuais? Falou
como a porra de um verdadeiro romântico!

— Qualquer coisa para você, baby. Eu te amo, Emmy.

— Eu também te amo. — Eu disse a ele, me embriagando naqueles olhos da


cor de avelã, brilhantes, dos quais iria sentir muita falta. — Comporte-se!

— Eu vou, eu prometo! Você também! — Ben me puxou firmemente para os


seus braços, levantando os meus pés do chão, para que ele pudesse me embalar em um
abraço de corpo inteiro. Eu me derreti em seu abraço.

Nós poderíamos conseguir, certo? Eram apenas algumas semanas!


Capítulo 23
Emmy

Estava cada vez mais difícil de encontrar Ben nas semanas que se seguiram.
Talvez fosse a diferença de fuso de seis horas ou nossos horários de trabalho, mas
raramente nos foi oferecido tempo para falar. A única coisa que me ajudou a passar o
tempo era que eu tinha pegado uma das camisetas de Ben comigo de Paris. Seu perfume
masculino ainda se agarrava ao tecido, e a cada noite eu enterrava meu rosto no algodão e
respirei profundamente. Quando o cheiro finalmente passou, eu me preocupei que de
alguma forma, era um sinal de que as coisas estavam caindo aos pedaços entre nós.

Ben estava tendo problemas para dormir durante a noite novamente e me disse
que tinha começado a tomar suas pílulas. Ele me decepcionou, mas eu entendi. O homem
precisava dormir. Ele jantava quase todas as noites com Fiona e eu tentei ser madura sobre
isso, eles eram os únicos deixados em Paris desde que Gunnar tinha voltado para Nova
York poucos dias depois de mim para preparar mais uma grande campanha. Mas minhas
velhas dúvidas e inseguranças sobre seu relacionamento começaram a se infiltrar
novamente.

Eu estava trabalhando muito desde que eu tinha retornado e Ellie e eu não


tínhamos tido uma adequada noite de meninas ainda. Portanto, esta noite ela insistiu em
que íamos fazer alguma coisa. Na verdade, era exatamente o que eu precisava para retirar
minha mente fora das coisas.

Nos aventuramos até a cidade, mesmo que tivéssemos que pegar um táxi. Ellie
estava vestida com calça jeans, preta skinny e um belo par de sapatos Jimmy Choo. Eu
estava de calça jeans e um par de botas de cano alto, preta.
Eu amava Nova York no outono. Havia um guarda-roupa totalmente novo e
necessário. Eu tinha me jogado em compras, possuída como se fosse no meu trabalho. Foi
a distração perfeita. Ellie estava muito feliz em ajudar. Ela me mostrou as melhores lojas da
cidade onde poderíamos chegar a um acordo sobre a última moda.

Entramos no clube excessivamente barulhento e dei umas cotoveladas em


nosso caminho para o bar. Tinha sido uma longa semana e nada soava melhor que uma
cerveja gelada. Infelizmente, o bar estava cercado por um monte de clientes esperando,
acenando notas no ar, tentando capturar a atenção dos bartenders sobrecarregados. Iria
demorar algum tempo até que chegassem nossas bebidas.

— Ugh. Aparentemente, nós não recebemos o memorando que era a noite do


babaca hoje à noite. — Disse Ellie sobre a música.

— O quê? —

— Eu odeio caras assim. — Ela lançou um olhar irritado para o grupo de caras
enfiados em uma mesa de canto na área VIP selecionada.

Os caras pareciam estar comemorando algo. Garrafas e copos de shot enchiam


a mesa, eles riam em voz alta e compartilhavam shots.

— Oh meu Deus. Aquele é o Braydon! — Eu puxei a mão de Ellie. — Vamos.

— Você o conhece?

Eu ri com Braydon. Por alguma razão ele estava despojado com uma camisa e
calça jeans e usava um par de óculos de sol. Dentro do bar. E não apenas qualquer óculos.
Mais um em forma de coração, rosa. Óculos de sol feminino e brilhante.

Parei na frente de sua mesa. — Braydon?

Seu olhar com os óculos malucos abocanhou o meu. — Jujuba, — Ele pulou
de seu assento e me abordou num abraço. — O que você está fazendo aqui?

Eu pensei em deixar escapar que Fiona tinha me banido da França, uma vez
que ela entendeu que Ben e eu tínhamos ficado muito próximos, mas ao invés disso eu
educadamente expliquei que estava de volta para trabalhar na Fashion Week de Nova York
na primavera.

Ele tirou as lentes bobas e seu olhar, vagou atrás de mim e trancou em Ellie.
— Me apresente a sua amiga. — Seu tom era decisivo e ele estava praticamente transando
com os olhos nela. Claramente Braydon gostou do que viu. Todo aquele cabelo de mogno
escuro e pele bonita em tom azeitonado faziam os homens mais fracos. E Braydon bêbado
não era páreo.

— Ah, certo. Braydon, este é Ellie.

Ellie o examinou friamente, sua expressão entediada e impressionada.

— Hey, gatinha? — Braydon sorriu.

Ellie revirou os olhos para a cantada. — Você tem ouvidos? Ela apenas lhe
disse o meu nome. Use-o.

Braydon virou para mim e seu sorriso desigual me disse que ele estava várias
bebidas à nossa frente. — Ohh... ela é um rojão. Eu gosto disso.

— Abraçando sua ducha interna hoje à noite? — Ellie respondeu, com os


olhos arregalados, como se para fazer um ponto.

Um dos lados da boca de Bray enrolou. — Ellie é o diminutivo de algo?

Ela ergueu o queixo. — Elizabeth. Mas, se você gostaria que seus testículos
permanecessem ligados ao seu corpo, você vai ficar com Ellie.

Braydon estendeu a mão e inconscientemente, colocou na sua masculinidade.


— Eu me tornei completamente apaixonado por esses meninos, então será Ellie.

Eu não sabia o que tinha feito suas garras saírem, mas ver a troca de fogo foi
divertido.

— Bem... estávamos tentando pegar uma bebida no bar... — Ellie olhou


ansiosamente em outra direção.
Braydon balançou a cabeça. — Nós temos uma garçonete, ela vai chegar num
minuto. Vai ser mais rápido.

Me sentei na cabine ao lado de Braydon, e Ellie relutantemente deslizou ao


meu lado.

Braydon nos apresentou a seus amigos, que, com base na sua altura e recursos,
eu imaginei que também eram modelos. Eu já estava acostumada a estar em torno de
modelos e Ellie, abençoada com uma autoestima saudável, não piscou um cílio.

Braydon sinalizou a garçonete e fez o nosso pedido. Ele pediu para as nossas
bebidas serem adicionados à sua conta.

— O que são esses óculos, Bray? — Eu balancei a cabeça para os óculos cor
de rosa que jaziam descartados ao lado dele.

Ele deu de ombros. — Encontrei-os sobre a mesa. Não são bonitos? — Ele os
deslizou de volta e sorriu para mim. Ah, sim, ele estava acabado. Ele era engraçado e
brincalhão quando estava bêbado. Ellie revirou os olhos, claramente não divertida.

Braydon se inclinou mais perto, jogando o braço em volta dos meus ombros.
— O grande Ben não está aqui para nos prender... você pode jogar com o meu APA
novamente mais tarde. — Ele mostrou seus dentes brancos para mim, sorrindo
brilhantemente.

Eu balancei a cabeça e ri. Enquanto alguns teriam pensado que era grosseiro o
jeito que ele tinha praticamente me proposto sexo, eu sabia que Braydon só estava
brincando. Ellie me lançou um olhar interrogativo, mas eu ri disso.

Eu chequei meu telefone de novo, perguntando por que eu não tinha ouvido
falar de Ben por nada naquele dia. Eu tentei não pensar sobre o fato de que ele estava
sozinho com Fiona na cidade mais romântica do mundo.
Capítulo 24
Ben

Eu abri a porta do meu quarto de hotel para encontrar uma Fiona soluçando,
coberta de lágrimas.

— O que aconteceu? O que há de errado? — Eu a guiei para dentro e fechei a


porta. Ela bateu contra o meu peito, enterrando seu rosto em minha camisa, enquanto ela
chorava. Eu trouxe um braço ao redor dela, fazendo o meu melhor para confortá-la.

— Eu tive a minha última inseminação hoje. — Ela respirou fundo para se


firmar, com os olhos olhando para o chão. — Eles não vão fazer mais nada em mim,
porque não é seguro usar aquelas drogas por mais de doze ciclos. Esse foi o meu décimo
terceiro. Eu tive que pedir-lhes... — Disse ela, sua voz apenas uma pequena grosa.

Eu nunca tinha visto ela tão prá baixo. — Então, ainda há uma chance, certo?

— Não. Eu só sei que isso não vai funcionar. Por que isso? Os outros doze
não o fizeram. Talvez Deus ou quem quer que esteja lá em cima... — Ela olhou para o teto
— Não quer que eu seja uma mãe.

Eu fiquei em silêncio, sem saber como consolá-la. Eu estava completamente


fora do meu elemento.

— E mesmo que eu pudesse encontrar um novo médico para convencer a


trabalhar comigo e ter outra rodada de tratamento, estaremos deixando paris em poucas
semanas, e você estará de volta a Nova York, ocupado com sua nova namorada, muito
ocupado para me ajudar com as minhas injeções.

— Hey, — Estendi a mão para a mão dela. — Eu nunca vou estar muito
ocupado para você.

Ela entrelaçou os dedos juntos. — Eu sei. Você é muito bom para mim.
Sem saber mais o que fazer, eu a puxei para o meu peito para um abraço, e
Fiona se aninhou contra o meu pescoço. Depois de alguns instantes, os soluços pararam,
seu peito se acalmou e suas mãos deslizavam pelos meus lados para segurar minha bunda.

Eu dei um passo para trás. — Fiona... — Eu implorei, o meu tom um fraco


aviso de desculpas. Seria tão fácil escorregar de volta para os nossos velhos papéis, para cair
na cama juntos, para confortá-la dessa forma. Mas eu percebi que isso nunca me fez feliz.
Eu nunca pude dormir nas vezes que dividimos a cama. Isso era reservado apenas para
Emmy.

Ela enxugou as lágrimas de suas bochechas e piscou para mim. Fiona era uma
mulher bonita, mesmo com as suas lágrimas. Mas eu não podia fazer isso.

— Ben... — Ela não disse mais nada, apenas continuou implorando a mim
com aqueles intensos olhos castanhos.

— Se eu pudesse corrigir isso, Fiona, eu o faria. Você sabe disso.

O reconhecimento pareceu estalar em nós dois ao mesmo tempo em que


nossos olhares se cruzaram e ela deu um passo mais perto. — Ben, você pode corrigir isso.
Você poderia me dar um bebê. Um pequeno bebê muito bonito.

— Fiona... — Eu balancei minha cabeça.

— Ben... Ninguém tem que saber... E Emmy não tem que descobrir...

Eu soltei um suspiro de frustração. Fiona tinha trabalhado duro para construir


minha carreira, para me fazer rico e bem sucedido ao longo dos últimos cinco anos. Ela
trabalhou sem parar para mim, esquecendo namoro e relacionamentos... e eu não pude
ajudar, mas me perguntava se ela não tivesse trabalhado tão duro para mim, talvez ela
tivesse se estabelecido num casamento e tivesse filhos agora.

Levei-a para a cama e cada um de nós se sentou na beirada. Eu odiava o olhar


esperançoso em seus olhos. Crescer sem meu próprio pai me fez ter a maldita certeza de
que quando eu quisesse ter filhos um dia, eu queria criá-los.

— Ninguém nunca vai saber... — Ela sussurrou baixinho.


Dei-lhe um aperto de mão. — Vou te preparar um banho. Você quer ficar aqui
comigo esta noite? Assistir uns filmes? Serviço de quarto?

Ela sorriu fracamente. — Obrigada, querido. Isso é brilhante. Exatamente o


que eu preciso.

— Sem problemas. — Eu me levantei da cama, a deixando para preparar um


banho de espuma na grande banheira de hidromassagem. Eu precisava chamar Emmy, mas
resolvi lhe enviar um texto rápido, enquanto a banheira enchia.

Eu: Algo aconteceu esta noite. Ocupado demais para falar. Saudades.
Capítulo 25
Emmy

Eu não gostava de passar um dia sequer sem falar com Ben. Assim, mesmo
que o texto dissesse que estaria ocupado, eu não pude resistir a chamá-lo algumas horas
mais tarde. Claro, assim que eu disquei, eu desejei não ter feito.

Fiona respondeu ao seu telefone.

Mas pior do que isso, ela disse que ele estava dormindo e ela não queria
acordá-lo. Em seguida, ela prontamente desligou na minha cara.

Eu me senti com vontade de assassinar alguém depois disso. Em vez disso, eu


escolhi uma corrida de cinco quilômetros, um banho de vapor quente, e depois fui avante
com o meu dia. Ele certamente teria muito que explicar quando chamasse.

O tom estridente do meu celular me acordou no meio da noite. Eu me


atrapalhei para encontrar o telefone e rapidamente respondi para parar o toque.

— Olá. — Eu resmunguei, minha voz rouca de sono.

— Emmy, baby...

— Ben?

— Sinto muito baby. Sinto muito por tudo.

— Ben, o que está errado?

Sua longa pausa me fez lembrar o quão longe estávamos. — Eu precisava


ouvir a sua voz.
Seu tom era sombrio, triste. Alguma coisa estava errada. — Você não
parece bem. Que horas são aí?

— Seis da manhã.

Ou ele acordou cedo ou muito tarde na noite anterior. — Você dormiu bem?
Por que Fiona atendeu ao telefone ontem à noite? — A memória voltou correndo com
clareza retumbante.

— Ela atendeu?

— Sim. Ela disse que você estava dormindo.

— Eu devo ter bebido muito e desmaiei. Sinto muito.

— Ben, aconteceu alguma coisa com Fiona? — Eu não conseguia afastar a


sensação inconfundível de pânico invadindo as bordas do meu cérebro.

— Você sabe que eu nunca faria nada para machucá-la, certo?

Eu engoli o caroço grosso na minha garganta. — Sim, acho que sim.

— Eu não faria isso, baby. Eu juro. Apenas confie em mim, ok?

Eu não respondi, minha mente repleta de perguntas. Havia algo que ele não
estava me dizendo, mas eu não tinha coragem de perguntar naquele momento.

— Ok?— Ele perguntou novamente.

— Sim, Ben. Eu confio em você. Eu só não confio em Fiona.

— Eu posso lidar com Fiona. Só não se preocupe, ok?

— Eu sinto sua falta. — Eu admiti, minha voz um pequeno sussurro.

— Eu sinto sua falta mais. Não vai demorar muito agora e depois eu estarei em
casa.
Porra, eu não podia esperar. Eu odiava a sensação que Fiona pensava que Ben
e eu estávamos ficando muito próximos e havia criado propositalmente esta distância entre
nós.
Capítulo 26
Emmy

No dia que Ben deveria estar em casa, o trabalho se arrastou num ritmo
horrível. Tentei me concentrar, eu fiz o meu melhor, mas o meu olhar constantemente
vagava para o relógio. O voo de Ben chegaria mais tarde naquela manhã e ele prometeu vir
direto para o escritório, para me ver. Nós iríamos almoçar. A menos que eu pudesse
convencê-lo a me levar direto para casa para uma brincadeira ao meio-dia entre os lençóis.
Comer era superestimado. E eu sentia falta dele terrivelmente.

Às dez horas, Gunnar parou em minha mesa. — Vamos. Fiona quer que todos
nos reunamos na sala de conferências para fazer algum grande anúncio.

Eu olhei para ele com curiosidade. Talvez ela estivesse anunciando a minha
promoção. Me levantei da mesa e fiquei um pouco mais alta em meus calcanhares. Eu tinha
me saído bem em Paris, e eu resolvi todas as suas exigências de diva com um sorriso no
meu rosto. Tinha valido a pena. — O que você acha que poderia ser? Ouviu algum rumor?
— Eu perguntei quando nos aventuramos no corredor.

Gunnar balançou a cabeça, um sorriso malicioso ultrapassando sua boca. —


Sim. Há rumores de que ela está finalmente grávida.

O quê? — Fiona? Grávida? — Eu não poderia imaginá-la como mãe. Nenhum


pouco.

As sobrancelhas de Gunnar beliscaram juntas. — Eu pensei que você


soubesse, Ben estava lhe ajudando dando aquelas injeções de fertilidade, a levando nas
consultas médicas.

Mãe Santíssima. Todo o ar foi sugado de meus pulmões, mas eu consegui tirar
um pequeno fôlego, trêmula. — Ele nunca me disse. — Minha voz era baixa e dura.
— Seus remédios foram levados dos EUA, mantido em gelo, e teve que ser
refrigerado. Pensei que você estava coordenando tudo isso.

Eu balancei minha cabeça. — Não. — Eles mantiveram tudo num grande e


elaborado segredo. Eu estava além de machucada. Ele podia ter dito que ele não tinha
sentimentos por ela, mas por gastar seu tempo cuidando dela, suas ações pintavam uma
história diferente.

Algo sobre toda a situação fez o meu couro cabeludo formigar.

Gunnar e eu estávamos no outro extremo da estreita sala de conferências


quando todos entraram, a grande mesa no centro ficando vazia, enquanto todos se
reuniram ao redor. Estariam todos em pé e num aperto só. Isso tem de ser algum grande
anúncio.

Fiona apareceu um momento depois, com Ben ao lado dela. Eu queria correr
para ele, me lançar em seus braços, mas a sala lotada impedia isso. Ele encontrou meus
olhos e eu respirei fundo. Ele parecia terrível. Cansado e chateado com alguma coisa.
Como se ele tivesse acabado de receber alguma notícia horrível. Eu não queria nada mais
do que vê-lo pelas últimas três semanas, mas de repente eu me senti insegura. Incerta sobre
onde estávamos, não tendo certeza sobre suas chamadas distantes, nessas duas últimas
semanas. E se ele tivesse mudado de ideia sobre mim? Quem quer ter um relacionamento?

Em contraste, Fiona estava ao lado parecendo leve, de olhos brilhantes e


solenes. O que quer que a tenha deixado doente em Paris havia obviamente passado. Ela
parecia bem. Feliz. Mais feliz do que eu havia visto em muito tempo. Gostaria de saber se o
que Gunnar havia dito podia ser verdade...

Antes que eu pudesse processar todas as emoções emaranhadas, ultrapassando


meu sistema, Fiona limpou a garganta para falar.

Um silêncio abafado caiu sobre a sala.

— Obrigada a todos por seu trabalho, enquanto estávamos fora. Nosso lindo
garoto Ben arrasou como de costume. — Ela sorriu com carinho para ele. — Mas a razão
pela qual eu quis reunir o grupo hoje é para compartilhar uma notícia muito emocionante.
— Quando ela sorriu para Ben novamente fiquei impressionada com o impulso irresistível
para bater no rosto dela. Com uma cadeira. — Eu estou esperando um bebê.

Meu estômago se retorceu violentamente, azedando quando meu café da


manhã ameaçou fazer uma aparição. Se Gunnar estivesse certo sobre isso... Será que ele
também estava correto sobre Ben assumir um papel ativo? Eu já estava desconfortável com
o relacionamento deles, mas ser enganada por meses a fio... Eu me sentia doente.

— Quem é o pai? — Alguém perguntou atrás de mim.

Um lento sorriso curvou na boca de Fiona e seus olhos encontraram os de


Ben. — Alguém sempre muito querido por mim.

Puta merda.

Ela e Ben trocaram um olhar que comunicava muito. Eles estavam


transportados em uma conversa privada sem trocar uma única palavra. Era irritante, e ainda
mais porque eu não tinha ideia do que estava sendo dito.

Eu dei uma cotovelada em meu caminho através da sala lotada e fui direto para
o banheiro das mulheres.

As lágrimas nublaram meus olhos, quando eu fechei a porta do banheiro de


deficientes e escorreguei para o chão. Era nojento se sentar no chão de um banheiro
público, mas eu não tinha muita escolha. Minhas pernas não estavam funcionando no
momento.

A porta de entrada se abriu. — Emmy, nós precisamos conversar. — Era Ben.

Dez minutos atrás, eu estava tão desesperada para vê-lo, sentir seus braços em
volta de mim. E agora eu me sentia completamente devastada e não tinha certeza sobre
nada.

Eu não queria enfrentá-lo, não queria que ele me visse chorar. Mas eu
precisava de algumas respostas. Havia sinais o tempo todo. Sinais que eu ignorei. Os
telefonemas que ele não atendia na minha presença. Eu me perguntei se eles eram de
Fiona. Daquela vez que ela estava em seu quarto e ele não me deixou entrar... todas aquelas
noites em que ele tinha sido tão curto comigo ao telefone quando estava sozinho com ela
em Paris...

Ainda escondida na ultima cabine, eu limpei minha garganta, lutando para


manter as lágrimas. — Gunnar me disse que você a ajudou. Você mentiu para mim.

— Eu sinto muito por isso, baby. Sinto muito. Quando Fiona veio a mim e me
contou sobre suas lutas de fertilidade, ela me pediu para não dizer nada a ninguém. Eu dei-
lhe as injeções, mas eu juro que era inofensivo.

— Ben... você é o pai?

Ele não respondeu, pelo momento mais longos da minha vida. Eventualmente,
ele deslizou pela parede, se afundando no chão até que ele estava sentado de frente para
mim. Eu podia ver seus pés pela fresta por baixo da porta. — Você vai sair para que eu
possa falar com você?

Essa não era a resposta que eu precisava. Meu coração bateu de forma irregular
no meu peito. — Você realmente acha que isso vai tornar as coisas mais fáceis?

Ele suspirou profundamente. — Eu acho que não.

Vários segundos de duração se passaram antes que eu falasse novamente. —


Diga-me, Ben. A verdade. — Eu merecia pelo menos isso, mas eu segurei minha
respiração, sem saber se eu seria capaz de lidar com a sua resposta. Enxuguei as lágrimas do
meu rosto, me perguntando aonde essa história iria e se ela poderia ter um final feliz para
mim e Ben. Talvez eu estivesse sendo tola me escondendo dele em um banheiro.

— Pouco tempo depois que você saiu de Paris, Fiona ficou devastada sobre as
inseminações artificiais não estarem funcionando. Ela fez muitas tentativas, e nenhuma
delas funcionou. Ela me pediu para dormir com ela.

Um grito torturado escapou da minha garganta e eu apertei a mão sobre a boca


para silenciá-lo.

— Ela estava destruída emocionalmente, por isso eu disse que ela poderia
passar a noite no meu quarto. Eu achei que ela não deveria ficar sozinha naquele momento.
Mas isso era tudo o que eu estava planejando... Dormir. Eu pedi o jantar e nós assistimos
TV e compartilhamos algumas garrafas de vinho. Bebi demais e desmaiei. Algum tempo
depois, acordei no meio da noite com Fiona em cima de mim. Ela tinha... Ela estava... —
Ele hesitou. — Ela estava me montando.

Eu não tentei parar o grito que escapou da minha garganta. Baixei a cabeça e
chorei, engolindo o ar. — Isso é estupro, Ben. Você pode prestar queixa.

— Eu não vou apresentar queixa. Eu a convidei para minha cama. Nós dois
estávamos bêbados. Ela estava severamente deprimida...

Eu não sabia o que havia para pensar. Se eles estavam bêbados ou não, se ela
não estava bem. Eu odiava Fiona. Ela poderia queimar no inferno por toda vida que eu não
me importava. — Ela se aproveitou de você... — Ela deveria ser punida por isso.

— Emmy... ela e eu costumávamos ser amantes. Esse tipo de coisa era normal,
ela me acordar desse jeito...

Porra.

Oh, meu Deus... poderia ser o bebê de Ben dentro dela. Lágrimas silenciosas
escorriam pelo meu rosto. Pânico apertou meu coração. Eu queria poder fechar meus
ouvidos, fingir que nada disso estava acontecendo. Em vez disso, agarrei meu peito,
pressionando a palma da mão contra o meu coração, implorando-o para não vacilar. Ele
bateu de forma desigual quando a dor surgiu dentro do meu peito. Eu juro que eu senti o
exato momento que meu coração se partiu, despedaçando dentro de mim com uma dor
afiada e distinta.

Ben continuou: — Eu a joguei de cima de mim e a xinguei. Mas eu não estou


pensando em acusações criminais. Ela pediu desculpas e disse que não estava pensando
claramente... Ela estava louca pelas drogas da fertilidade e pelo vinho... E ela tem sido
minha amiga há muito tempo, Emmy. Eu não posso fazer isso com ela.

O peso do conhecimento que ele não queria vê-la castigada era esmagador.

— Então, você vai ser papai.


— Talvez. Ou um doador de esperma. Ela diz que eu posso estar tão
envolvido quanto eu quiser. — Acrescentou Ben.

Puta merda. Eu não podia suportar o pensamento de que ele estaria para
sempre ligado a Fiona. Inferno, talvez eles até mesmo tivessem um relacionamento de
verdade uma vez. Para o bem do bebê. Eu lutei contra uma onda de náusea e reprimi um
gemido com os dedos prensados sobre meus lábios.

— Emmy? Me desculpe, eu nunca deveria te-la deixado passar a noite, partilhar


a minha cama. Mas eu não planejei isso...

Eu precisava ficar longe dele. Eu nem sequer queria compartilhar o mesmo ar.
Me levantando com as pernas trêmulas, limpei meus olhos e saí da cabine. Ben saltou em
seus pés, o olhar dele segurando o meu, num suspense preocupado. A adrenalina percorreu
o meu sistema e empurrei meu corpo em ação. Eu precisava sair deste banheiro.

Suas mãos correram para me parar, descansar sobre os meus ombros.

— Não. Me. Toque. — Eu cuspi fora.

Ele deixou cair as mãos, parecendo magoado. Bom. Serviu-lhe bem. Ele
mentiu para mim durante semanas. Ele tinha estado dentro de Fiona e tinha a ajudado
durante meses antes disso.

— Eu queria dizer-lhe. Mas eu sabia que você ia ficar louca. E eu não acho que
seja possível que ela tenha engravidado a partir daquela noite, Emmy. Eu lhe disse que não
podia ser o pai. Eu nem sequer... uh, ejaculei... mas ela só continua insistindo que ela tem
uma sensação.

Minhas mãos voaram para os meus quadris. — Ben, você não tem que gozar
para deixar uma menina grávida. Será que você não prestou atenção na aula de biologia da
nona série?

Ele mordeu, sua mandíbula enrijecendo. — Eu não acho que o bebê é meu.

— Oh, você não acha, que coisa reconfortante. — Porra, que idiota.

— Emmy... — Ele fechou suas mãos e as empurrou nos bolsos.


— Sabe, eu espero que seja. Vocês dois vão ser muito felizes juntos.

Ben fez uma careta. — É exatamente por isso que eu não queria te dizer. Eu
pedi um teste de paternidade. Nós vamos começar a trabalhar nisso. Eu prometo a você.
Apenas confie em mim.

— Eu sinto muito. Eu não posso fazer isso. Tem havido muitos segredos.
Muito engano onde essa mulher está envolvida. Eu não posso. Eu não posso mais fazer
isso. — Eu levantei meu queixo e empurrei passando por ele, saindo tão rapidamente
quanto as minhas pernas trêmulas podiam me transportar.
Ben

Três semanas mais tarde

Dei uma última olhada no espelho após o maquiador ter terminado comigo e
vi Fiona se aproximando por trás. Porra, que maravilha.

Virei o rosto para ela, minha expressão impassível. Eu estava aqui a fazer a
porra do meu trabalho. Nada mais.

— Você comeu açúcar? — Fiona perguntou, seus dedos estendendo para tocar
as olheiras que eu sabia que forravam meus olhos.

— Claro que não. — Eu dei um passo trás para fora de seu alcance. Eu mal
estava comendo, eu não estava dormindo, merda, e meu trabalho estava refletindo isso.

Fiona percebeu meu movimento e franziu a testa. Nós não falamos muito
depois que eu solicitei o teste de paternidade e enviei a ela um cheque para cobrir os custos.
Parecia frio, mas foi assim que ela tinha feito, para me enganar na cama.

Eu não precisava de algumas grandes declarações de sentimentos, eu sabia


como Fiona se sentia em relação a mim. E como eu nunca me senti sobre ela.
Especialmente agora.

Nós trabalhamos juntos. Isso era uma necessidade para o momento. Ela já
tinha me agendado para várias campanhas futuras e eu gostaria de realizá-las. Isso não quer
dizer que eu estava bem com ela me tocando, tentando agir como se ainda fôssemos
amigos, ou me convidando para jantar depois de umas fotos. Eu aparecia para as fotos,
fazia o meu trabalho, então partia para o hotel. Eu não socializava com ela, ou qualquer
outro, nessa matéria.

Eu tinha me tornado uma espécie de solitário nas últimas semanas. Bebia o


suficiente para desabar à noite, apenas para que eu pudesse desligar meu cérebro e escapar
das lembranças constantes dela. Ela. Minha linda, doce menina.
Eu sentia falta dela. Eu sentia falta da batida suave do seu coração me
embalando para dormir à noite. Eu tinha agendado cada trabalho que consegui, tentando e
falhando miseravelmente em manter Emmy fora da minha cabeça. Eu não queria estar em
casa, sozinho, na solidão silenciosa do meu apartamento, um lugar que eu amei uma vez
por ser tão sereno. Agora era muito quieto, sem vida, e eu não era homem o suficiente para
ficar sozinho com meus pensamentos, então eu me joguei no meu trabalho. Eu tinha
considerado viajar para o Tennessee, batendo na porta de cada Clarke do estado se isso
significasse encontrá-la. Até que Braydon me lembrou que eles gostavam de armas no sul, e
não tão delicadamente apontou que Emmy não queria me ver. Ela tinha sido a única garota
a trazer essas emoções em mim, a única menina a esmagar meu coração, quando me
deixou.
Capítulo 27
Emmy

Me recusando ainda a sair da cama, eu me enrolei contra os lençóis, lembrando


a maneira como as mãos de Ben cavavam sob os cobertores até encontrar meu corpo
adormecido. Ele me puxaria para mais perto, movendo meu corpo sobre a cama até que ele
pudesse ter seu corpo em torno de mim. Eu sorri sonolenta com a lembrança. Suas mãos
mornas iriam acariciar a minha pele. Com uma das mãos descansando plana contra minha
barriga, ele colocaria seu rosto em meu pescoço e inalaria contra a minha pele.

Na cama, à noite, na escuridão silenciosa, as memórias se recusavam a se


desvanecer, de alguma forma crescendo em sua intensidade a cada dia que eu não estava
com ele. Quando meu cérebro ia parar de repetir nossos momentos íntimos, eu não sabia.
Mas eu esperava que quando acontecesse, ele também iria tirar a dor profunda do meu
peito.

— Emerson Jean, saia desta cama. — Minha mãe falou lentamente, puxando
os cobertores das minhas pernas.

— Ugh... — Eu gemi, rolando e enrolando em uma bola. Sair da cama se


tornou surpreendentemente difícil nessas semanas, desde meu rompimento com Ben. Eu
tinha fugido para o Tennessee, larguei meu emprego na Status, sem qualquer aviso prévio,
e fiz apenas uma pequena mala.

Eu me senti mal porque Ellie estava segurando meu quarto, pagando a minha
metade do aluguel na esperança de que eu iria em breve voltar à Nova York. Eu não tinha
planos de fazer isso. Não havia nada para mim lá agora.

— Vamos. Chega disso. Eu fiz seu bolo favorito de nozes com calda de
caramelo e café. Não fique mais deprimida.
Era fácil para ela dizer. O coração dela não tinha sido colocado num
liquidificador. Para piorar a situação, meu irmão, Porter, estava vivendo em casa de novo,
depois de terminar o seu contrato de arrendamento com um companheiro de quarto.
Como se eu precisasse de mais algum espectador da minha morte. Minha mãe não tinha a
nós dois sob o mesmo teto em anos. Porter estava agora com vinte anos e embora ele
ainda tivesse que determinar sua direção na vida, minha mãe querida te-lo por perto. E eu
estava meio preocupada que Porter fosse se dirigir para Manhattan em sua surrada e velha
caminhonete e caçasse Ben para chutar a bunda dele. Posso não ter me oposto muito.

Ben tinha me chamado e mandou mensagens sem parar até que eu mudei meu
número. Eu não poderia ser sugada de volta para seu mundo. Eu não pertencia a ele desde
o início. Eu era uma simples menina do sul. Eu não estava talhada para o nível de drama
que o seguia. E se ele era o pai do bebê de Fiona, eles estariam ligados para a vida. Mesmo
que ele não fosse, eu duvidava que ele já tivesse cortado os laços com ela. Ele não via as
coisas claramente quando se referiam a minha antiga chefe. Eu não poderia estar com
alguém que não colocava o nosso relacionamento em primeiro lugar.

Eu fui deixada para chorar a perda dele em minha vida, sabendo a que a dor
que eu senti nunca iria se curar totalmente. Mas eu não podia me esconder no Tennessee
para sempre. Eu precisava voltar para Nova York, se não fosse para ficar, pelo menos para
ver Ellie e recolher o resto das minhas coisas.
Ben

Uma semana depois

Ver Emmy em pé no meio-fio no aeroporto foi surreal. Eu estava a vendo por


toda parte, imaginando que cada morena de cabelos compridos era ela, então levei um
segundo para perceber que desta vez era real. Ela realmente estava aqui.

Precisei de cada grama de controle que eu tinha para evitar puxá-la em meus
braços, a segurar contra mim e pressionar beijos na sua boca. A expressão dela estava
cansada. E eu odiava como ela parecia estar em estado de alerta em torno de mim. Eu
queria abraçá-la, confortá-la, mas eu sabia que tinha perdido esse direito.

— Emmy...

Ela olhava para frente, parecendo determinada a me ignorar. Eu vi a maneira


como o vento levantou os fios de cabelo que tinham escapado do seu rabo de cavalo. Eu
queria enterrar meu rosto em seu pescoço e beijar esse ponto logo abaixo da orelha.

Meus sentimentos por ela não haviam mudado. Nem um pouco. Eu a amava.
No mais profundo do meu ser. Eu precisava dela na minha vida. Eu sabia que eu tinha
fodido tudo por causa de Fiona, mas eu precisava que Emmy me ouvisse.

Me ignorando, ela levantou a mão no ar, acenando para um táxi. Que passou
correndo.

— Emmy, espere. — Estendi a mão para ela, mas me contive. Ela não era mais
minha para tocar. O pensamento era preocupante. Estar perto dela novamente e não ter o
direito de estender a mão e levá-la em meus braços era uma situação estranha. Eu não
gostava disso.

— Como está o bebê? — Ela perguntou, sua voz fria e sem emoção.

Isso era o que eu queria explicar a ela. — Devemos conversar, Emmy.

— Não tenho nada para lhe dizer.


— Bem, eu tenho. Existem algumas coisas que você deve saber.

Quando ela se virou de frente para mim, todo o veneno em sua expressão foi
dissolvido. Ela estava sofrendo tanto quanto eu. Ela fechou os olhos por um instante e
respirou fundo. Eu me perguntei se ela estava sendo atacada por uma série de memórias
como eu estava. Sua risada suave, nós dois partilhando um copo de vinho em um café na
calçada, eu lhe ensinando palavrões em francês, alimentando um ao outro na cama à noite.
E, claro, fazendo amor. Sua vontade de experimentar sexualmente e a química que nós
compartilhamos eram fora de serio. Havia tantas coisas que eu sentia falta nela, e eu me
perguntei se ela sentia minha falta também. Ou será que ela só se lembrava da maneira
amarga como as coisas terminaram entre nós?

— Por favor. Meu motorista está aqui. — Indiquei o sedan preto estacionado
no meio-fio. — Me deixe te levar para casa e explicar. — Eu não tinha a mínima ideia por
onde começar, mas eu não podia deixá-la ir embora, com medo de que eu nunca mais a
veria. Peguei a bolsa, sem esperar pela sua resposta.

Ela ajeitou a boca em uma linha educada e me permitiu ajudá-la a entrar no


carro.
Capítulo 28
Emmy

Eu nunca tinha estado no apartamento de Ben, e mesmo que eu soubesse que


a visita era uma ideia terrível, eu estava completamente impotente para dizer não. Parte de
mim estava curiosa sobre onde ele morava, e tudo em mim estava curiosa sobre o que ele
queria me dizer.

O carro parou em frente a um prédio de tijolos bonito em uma rua arborizada.


O porteiro o cumprimentou e sorriu calorosamente para mim. Eu não pude deixar de
pensar se Ben trouxe mulheres aqui muitas vezes. Certamente Fiona tinha estado aqui.
Estremeci, sacudindo o pensamento.

Subindo no elevador até o andar de Ben, eu me encontrei querendo ir contra a


parede oposta. Eu não tinha estado sozinha com ele desde que eu descobri sobre o bebê, e
eu não tinha nenhum desejo de compartilhar o mesmo pequeno espaço, o mesmo ar com o
homem que tinha quebrado o meu coração tão completamente.

Ben calmamente me avaliou, com seus intensos olhos castanhos que sempre
viam muito.

Quando chegamos ao nono andar, ele saiu do elevador, ainda carregando a


minha mala, eu segui obedientemente.

Ele destrancou a porta, e a manteve aberta para eu entrasse na frente dele. Seu
apartamento era espaçoso e aberto. A cozinha estava à minha direita e na frente estavam a
sala e a sala de jantar. Era limpo e arrumado, embora um pouco abafado, com ar viciado.

Eu não tinha certeza de onde ele estava vindo, mas parecia que ele não esteve
em casa por um bom tempo. Ele folheou uma grande pilha de correspondência que tinha
sido entregue a ele pelo porteiro e fez sinal para eu ir em frente e dar uma olhada ao redor.
A sala de jantar tinha uma mesa de mogno redonda e quatro cadeiras estofadas
em couro de cor creme. Eu continuei até a sala e a janela grande que tinha uma vista da
cidade. A sala tinha um sofá marrom-chocolate, moderno e elegante na minha concepção, e
duas poltronas. Não havia muito no quesito decoração, apenas algumas fotografias
arquitetônicas preto e branco penduradas na parede e uma lareira de tijolos cheia de velas
brancas altas. Era simples, mas agradável. Clássico e elegante sem ser pretensioso. Isso lhe
convinha.

Ben deixou nossas malas perto da porta de entrada e perguntou se eu queria


algo para beber. Ele puxou um par de garrafas de água mineral na geladeira e eu dei-lhe um
aceno de cabeça.

Algo para me distrair seria bom. Eu brincava com a garrafa uma vez que ele a
entregou para mim, tomando pequenos goles.

Ben se sentou em uma das poltronas em frente ao sofá. — Sente-se, Emmy.

Meu corpo, acostumado a agradá-lo, imediatamente abaixou para o sofá. Eu


não poderia encontrar seus olhos, então eu olhei para as minhas mãos em seu lugar. Era
muito doloroso olhar para ele. Muitas memórias. Tão rapidamente como nós começamos
nosso relacionamento, ele tinha sido arrancado. Apenas sentar em frente a ele estava me
jogando num laço.

— Pedi a Fiona para fazer o teste de paternidade. — Disse ele, cortando em


linha reta ao ponto.

O ar em meus pulmões contraiu dolorosamente, beliscando no meu peito.

— Ela disse que o teste in-utero tem alguns riscos associados. Ela também fez
um discurso sobre como ela queria esse bebê... Sonhou com isso por dois anos e não faria
nada para prejudicá-lo. Ela concordou em fazer o teste assim que os médicos disserem que
é seguro, o que será depois do nascimento.

— Ah. — Eu deveria ter sentido alguma coisa aqui - preocupação? Alivio?


Mas, estranhamente, eu estava desprovida de qualquer emoção. Quase oito meses, mais
sem saber. — Você ainda está trabalhando com ela?
— Eu estou. — Respondeu ele, casualmente.

— Entendo. — Eu não sei por que ele não iria desistir. Ela era claramente
tóxica para ele... para nós...

— Eu tenho um contrato com ela. Ele não expira até a próxima primavera. —
Acrescentou.

E do mesmo jeito que ele não quis prestar queixa por ela ter se aproveitando
dele, eu estava disposta a apostar dinheiro que ele também não iria levá-la ao tribunal para
acabar com seu contrato inicial.

Ben se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e me


prendendo com um olhar aquecido. — Emmy... Estou com saudades. — Sua voz quebrou
em um tom profundo e rouco.

Senti sua angústia. Era a mesma angústia que tinha me assombrado nos últimos
dois meses. Eu sentia falta dele também. Não havia como negar. Mas eu me preocupava
que éramos muito errados um para o outro. Muito drama. Insuficiente normalidade.

— Ben, você realmente acha que um relacionamento entre nós funcionaria?


Somos de dois mundos diferentes. —

— Claro que sim. Eu sei que funcionaria.

— E você ainda acha isso, depois de viver através dos níveis catastróficos de
drama que Fiona criou para nós? — Baixei a cabeça, eu não aguentei ver a esperança em
seus olhos brilhantes. — Eu não posso fazer isso de novo. — Eu não poderia colocar o
meu coração através dos sentimentos dilacerantes que tinham me dominado nas últimas
semanas. Se e quando eu estivesse pronta para namorar, prometi a mim mesma que eu
escolheria alguém seguro. Um cara legal, normal com um emprego normal. Não um
homem incrivelmente sexy e intenso que transformou meu interior em uma pilha de
gosma. Eu estava indefesa contra Ben. Isso não poderia acontecer de novo. Com tempo
para refletir, eu sabia que a maneira como eu me tornei totalmente fixada em tudo o que ele
dizia e fazia não era saudável. Cada pequena emoção que ele me fez sentir e não vamos
esquecer a resposta do meu corpo a ele. Eu nunca tinha tido um relacionamento tão
intenso. Quando eu estivesse pronta, eu sabia que precisaria de algo como os meus pais
tinham. Devagar e sempre. Algo estável e confiável.

— Você não tem que vê-la. Você não tem que falar com ela. Eu vou ser
representado por sua agência pelos próximos meses, mas é isso. Eu cortei a merda pessoal.
Não há mais consultas médicas, nada mais de sair por ai... Você estava certa. Ela queria
mais comigo. Provavelmente sempre quis. Era hora de acabar com isso.

— Ben, ela saltou sobre você em seu sono. Você poderia simplesmente parar
de trabalhar para ela.

Ele soltou um suspiro profundo e esfregou uma mão sobre a parte de trás do
seu pescoço. — Não é tão simples assim. Apenas confie em mim, ok?

Eu sorri, presunçosa. — Eu tentei isso. Não funcionou muito bem para mim.

Ele franziu o cenho. — Porra, Emmy. Sinto muito. Eu estava tentando fazer a
coisa certa, fazer a coisa do relacionamento sério com você... Ser um amigo para Fiona.
Porra. — Ele torceu suas mãos em seu cabelo.

Compreensão me atingiu como uma tapa na cabeça. Ben não tinha realmente
feito nada de errado. Fiona lhe pediu para manter seus problemas de fertilidade em
segredo. E ele tinha honrado isso. Ele não me traiu, bem, não propositadamente, de
qualquer maneira. Ela se aproveitou dele. Talvez eu estivesse sendo muito dura com ele.
Deus, isso era confuso. Minha cabeça estava uma bagunça.

Quando eu olhei para cima e encontrei os olhos dele eu vi que ele estava
dizendo a verdade. Ele queria fazer isso funcionar. Ele me queria.

Cada vez que o via, era como a primeira vez. Seu queixo forte, peito definido,
ombros largos e boca carnuda, era uma combinação tão sensual, que destruiu e afastou a
minha presença de espírito. Mesmo que isso acabasse me destruindo, eu não conseguia
ficar longe dele. Não. — O que você vai fazer se ele for seu?

— Eu honestamente não sei.


— Será que você... quer estar com ela? Criar o bebê? — Eu segurei minha
respiração.
— Não. Eu estou com você. Eu quero você. Mesmo que ela e eu tenhamos
estado envolvidos romanticamente no passado, eu nunca considerei realmente estar com
ela. Não foi assim entre nós.

— Tudo bem. Eu acho que nós vamos... descobrir isso juntos...

— Sim. Juntos. — Sua mão estendeu para pegar a minha. Parecia inofensivo.
Mas quando o peso quente de sua mão deslizou contra a minha pele, um toque foi o
suficiente. Eu percebi em um instante que, mesmo sem saber se o bebê era dele, eu estava
disposta a aceitá-lo e toda a sua bagagem.

Memórias que se recusaram a desaparecer, correram, oprimindo o meu senso


de clareza. Seu toque empurrou a mágoa, a traição e me inundou com calor e consciência.
Nós sempre tivemos isso, reação química crua. O tempo não tinha mudado isso. Eu não
sei por que eu pensei que seria seguro vir aqui com ele. De jeito nenhum eu estava imune a
esse homem. E sua casa era muito ele. Seu perfume masculino se agarrou ao espaço, e o
interior exalava seu sexy e confiante charme.

Ben entrelaçou os dedos entre os meus, um movimento possessivo e certo.


Todo o meu corpo se apertou, minha respiração vinha em movimentos rasos. Ben leu
minha reação, tudo em um simples piscar de olhos, e eu pude ver como ele estava afetado
por mim também. Meus lábios tremiam. Eu sabia que devia dizer alguma coisa sobre a sua
revelação. Foi por isso que estávamos aqui conversando, mas de alguma forma, tudo o que
eu conseguia pensar era que a porta do quarto estava a menos de vinte metros de distância,
e como a incrível pressão de seu pau, grosso, empurrando dentro de mim sempre roubou o
fôlego.
— O que você quer? — Ele perguntou, sua voz um sussurro baixo.

— Eu... Eu não sei. — Eu murmurei. Eu queria voltar no tempo e dizer a


Fiona para enfiar a promoção no rabo, e eu ficaria com Ben em Paris. Infelizmente, não era
assim que a vida funcionava.
Ben se mudou-se para sentar ao meu lado. Uma mão agarrou minha cintura,
enquanto a outra passeava pelo meu cabelo. Fazia tanto tempo desde que ele havia me
tocado e meu corpo estava em chamas de desejo. Queria parar este homem bonito, sexy
que me destruiu de dentro para fora.

— Emmy... — Meu nome era um murmúrio quebrado; sua voz, crua e rouca.
— Você não pode olhar para mim desse jeito, com esses lindos olhos cinzentos. — Seu
polegar acariciou minha bochecha. — Isso traz de volta muitas memórias... — Ele se
inclinou mais perto, seus lábios roçando a camada externa do meu ouvido. — Isso me faz
querer levá-la para a cama e fodê-la até você gritar meu nome.

Eu não respondi. Não foi possível. Minha voz tinha falhado. Pensamento
cognitivo tinha falhado também. Agindo por instinto, eu coloquei minha mão em sua
bochecha, deslizando os dedos levemente em sua pele áspera.

Sua respiração engatou.

Eu não estava dizendo que não. Eu não estava dizendo que sim.

Os olhos de Ben percorriam a minha boca.

Ele queria me beijar.

Eu queria esquecer todas as coisas fodidas que tinham acontecido e capturar o


que tinha perdido. Mordi o lábio inferior, deixando meus dentes puxarem contra a carne
macia. Ben resmungou e sua boca desceu sobre a minha. Seu beijo foi frenético, sua língua
acariciando a minha de uma forma desesperada.

Sua boca deixou a minha só para viajar na minha garganta, sua língua deixando beijos
úmidos ao longo de minha pele sensível. Sua mão viajou para o norte de minha cintura, se
movendo sob minha camisa para pressionar contra o meu lado. Seu polegar deslizou ao
longo da parte inferior do meu sutiã, mas ele não foi mais longe. Meu coração trovejou no
meu peito, esperando por ele, fazer contato com os meus seios doloridos.

— Emmy... diga-me que isto está bem... Eu preciso estar dentro de você, baby,
muito...
Meu sexo se apertou com a sua admissão. Eu não sabia onde estávamos, não
me importava. Eu o queria muito. Queria que ele afastasse todas as feridas e sentimentos
confusos, e nada faria isso melhor do que sentir seu corpo sobrepujando o meu com
luxúria crua.

Seus olhos castanhos queimavam com paixão. — Se você quer que eu pare, me
diga agora.

Eu fiquei quieta, com medo do que eu poderia dizer.

Ben me levantou como se eu não pesasse nada, garantindo um braço sob


minhas pernas e outro em torno de minhas costas e me levou para o quarto.

Seu quarto era espaçoso, com uma cama king-size no centro, vestida com
lençóis cinza escuro e muitas almofadas macias. A última luz do sol estava desaparecendo,
dando ao quarto um lindo brilho rosa.

Uma acolhedora poltrona de couro estava empurrada num canto e tinha várias
cópias de Vogue espalhadas no chão. Mas o melhor de tudo, o quarto tinha o cheiro fresco
e masculino de sua colônia.

Ele me baixou na cama com cuidado e se sentou na beirada. Seus dedos


puxaram a barra da minha camisa e eu obedientemente levantei meus braços para que ele
pudesse removê-la. Depois de um movimento no fecho nas minhas costas, ele deslizou
minhas alças do sutiã por meus braços, dispondo de meu sutiã no chão, ao pé da cama.

Os olhos de Ben deixaram os meus para vaguear pelo meu peito nu. Ele
afundou de joelhos na minha frente e deu um beijo suave na minha barriga. Então seus
olhos levantaram até os meus e ele começou a tirar minhas calças de yoga para baixo dos
meus quadris, levando minha calcinha com elas. Levantei um pouco para fora da cama, e
ele deslizou lentamente as roupas pelas minhas pernas, as removendo completamente. Eu
estava exposta e vulnerável, mas eu não me sentia assim. Seu olhar escureceu, ele me
olhava com fome, fazendo-me sentir bonita e desejada. Eu queria que ele me tocasse, que
colocasse a boca e as mãos em mim, mas ele se ajoelhou na minha frente, olhando meus
olhos com seu olhar faminto.
— Bem... — Eu sussurrei, sem saber como pedir o que queria. Suas mãos
capturaram meus quadris e ele me obrigou a deitar de volta contra a cama, mas eu me
apoiei em meus cotovelos, sem saber o que ele estava prestes a fazer. Ben se arrastou até o
meu corpo, puxando a camisa dele rapidamente. Sua pele quente pressionava contra a
minha e eu agarrei seus ombros fortes. Seus lábios pressionaram contra minha clavícula, a
parte superior do meu peito, meu braço. Ele depositou beijos suaves em toda a minha pele,
meus seios formigavam na espera por ele.

Finalmente sua boca beijou ao longo da onda de meu peito, as pontas dos
dedos fazendo toques leves ao redor dos meus mamilos. Ele apertou meus seios juntos,
admirando a clivagem generosa que criou e trouxe sua cabeça para lamber e beliscar meus
mamilos sensíveis. Eu soltei um grito gutural. Eu não sei exatamente como apenas isso
poderia me fazer sentir tão bem.

Eu me contorci debaixo dele, desesperada para empurrar o meu centro


contra ele. Mas Ben era implacável. Ele lambeu e chupou meus seios até que eu estava me
contorcendo e gemendo seu nome. Em seguida, ele levantou a cabeça e um pequeno
sorriso dançou em seus olhos, como se de alguma forma o som da minha voz gemendo seu
nome fosse o seu objetivo o tempo todo. Como se de alguma forma este momento fosse
mais real.

Me sentei e puxei impiedosamente seu cinto, lutando para tirar suas calças.
Ben, aparentemente sem pressa, levantou de joelhos para que o nível do meu rosto
estivesse no mesmo de sua virilha. Meus dedos trêmulos finalmente conseguiram abrir suas
calças e as puxei com sua cueca boxer para baixo de seus quadris. Ele estava duro e
inchado. E ainda maior do que eu me lembrava. Seu comprimento pesado estava pronto e
esperando por mim. Me inclinando para frente, eu o levei na minha boca, o sugando com
avidez, o segurando com as duas mãos. Assim, quando a minha boca fechou em torno dele,
cada um de nós gemeu. As palmas das mãos de Ben acariciavam minhas bochechas
enquanto ele me olhava trabalhar, com os olhos semicerrados e cheios de desejo.

— Porra, querida. Você chupa muito bem. — Eu lambia todo o seu eixo, o
deixando ver a maneira sexy que eu estava beijando sua parte mais sensível. Eu senti como
se estivesse fazendo algo certo, porque ele gemeu baixo em sua garganta, seu corpo dando
pequenos golpes em minha boca. — Emmy, ah... foda... foda... — Ele apertou profundo
para o fundo da minha garganta e eu senti uma onda quente sinalizando a sua libertação.
Ainda ajoelhado, ele veio para cima de mim, pressionando minhas costas no
colchão, mais uma vez.

Mesmo depois de gozar, ele ainda estava duro como uma rocha e eu o senti
empurrando contra o meu estômago.

Seus dedos levemente circularam meu clitóris sensível, enquanto ele sussurrava
coisas doces e sujas no meu ouvido. — Você está tão molhada para mim, baby... Boa
menina... Eu quero te foder muito...

Eu soluçava, enquanto o prazer se construía dentro de mim. Tomando-o em


minha mão, eu o guiei à minha entrada. Ben soltou um gemido gutural quando a cabeça de
seu pau sentiu meu calor. Eu congelei e então, me movi para a cabeceira da cama e longe
dele.

Seus olhos se arregalaram. — Emmy?

Eu balancei minha cabeça lentamente. — Preservativo... Você tem que usar um


preservativo.

Sua testa estava em confusão. Nós não tínhamos usado preservativos em


meses, desde que tivemos a conversa.

— Eu não estive com mais ninguém, baby. E você?

Eu balancei minha cabeça. É claro que eu não estive. Mas ele tinha. — Ben...
Você esteve com Fiona. Eu não confio nisso. Eu preciso que você use um.

Seus olhos caíram de mim até os lençóis amarrotados. — Porra! — Ele


amaldiçoou em voz baixa. Depois de um longo momento de silêncio, Ben entrou no
banheiro, me deixando sozinha na cama, me dando tempo para me acalmar e pensar.
Nenhum de nos estava bem. Eu só queria me perder no momento e não me lembrar de
toda a merda do último par de meses.

Eu ainda estava deitada, tentando acalmar meus pensamentos, para silenciar as


dúvidas correndo dentro de mim. Eu já estava caindo de volta, ele me puxando para sua
bolha, consumida e incapaz de me afastar. E eu não poderia me arrepender disso. Aqui era
exatamente onde eu queria estar.

Ele saiu um minuto depois, carregando uma caixa de preservativos. Ele


encontrou meus olhos e eu sabia que ele podia ler a minha relutância. Eu tinha certeza de
que ela estava escrita por todo o meu rosto. Talvez pular na cama com ele era exatamente a
coisa errada a fazer. Eu lhe disse uma vez que começar um relacionamento baseado no
sexo nunca iria funcionar. Ele precisava ser construído em algo mais forte, para durar. Mas
o cheiro da sua pele e a maneira que ele me tocou era quase o suficiente para me fazer
esquecer todas e quaisquer regras. Ele era muito tentador.

Ele se aproximou do lado da cama, e em seguida, fez uma pausa, esperando a


minha liderança.

Meu cérebro, que agora trabalhava um pouco mais claramente, sabia que
essa não era a solução. Eu não podia cair na cama com ele de novo tão facilmente e esperar
que o nosso sexo mais que apimentado fosse florescer em uma real relação de confiança.
Eu levantei meu queixo e encontrei seus olhos. — Se nós vamos fazer isso... Não pode
mais esconder coisas de mim. Preciso de honestidade brutal entre nós.

— Não há nenhum problema. Vamos fazer isso, baby. Você é minha. — Ele
chegou mais perto, inclinando meu queixo para cima para encontrar meus olhos.

O homem assombrado que eu tinha trabalhado tanto para cuidar, olhou para
mim. Eu não discuti.

— Acho que devemos levar as coisas devagar. — Eu murmurei, fazendo uma


declaração ainda mais estranha pelo fato de que estávamos nus.

— Porra, nada de ir devagar. Eu te amo. Eu estou apaixonado por você, e eu


preciso de você. Eu vou passar todos os dias lhe mostrando o quanto você significa para
mim. Eu não vou deixar você ir sem uma luta neste momento. Nós pertencemos um ao
outro.

Em vez de lhe responder, eu puxei o lençol em volta do meu peito nu, o


abraçando ao meu corpo, enquanto eu manobrava na cama para lhe resistir. — Preciso
ligar para Ellie. Ela esta me esperando no nosso apartamento.
Ben se aproximou, mas eu passei por ele, silenciosamente agarrando minha
calça no chão a colocando.

Depois de me vestir, eu cavei meu telefone na minha bolsa e descobri que eu


tinha perdido seis telefonemas de Ellie e três mensagens. A última foi:

ONDE ESTÁ VOCÊ?

Saí para a sala e fiquei perto das janelas que iam até o chão para retornar sua
chamada.

— Emmy, onde diabos você está? Eu verifiquei seu voo, que aterrissou no
horário. Você está bem?

— Eu estou bem. — Eu estava relutante em admitir que estava na casa de Ben.


Ele estava firmemente no topo do Morto pra mim na lista de Ellie. Virei e encontrei os
olhos de Ben. Ele tinha vestido um jeans e uma camiseta gasta que parecia suave. — Eu
estarei em casa daqui a pouco.

A boca de Ben apertou em uma linha, e ele balançou a cabeça.

— Onde diabos você está? — O tom preocupado de Ellie puxou meus olhos
de Ben.

— Estou, uh, com Ben.

— O que diabos você está fazendo aí? Melhor ainda, deixe-me pegar meu
tridente e eu vou ajudá-la.

— Ellie. Eu não posso simplesmente me afastar dele. — Mesmo quando eu


disse isso, eu sabia que não explicava nada.

— Tudo bem... — Ela fez uma pausa. — Eu estou ouvindo.

Eu puxei uma respiração profunda e a segurei por um momento antes de


liberá-la lentamente. — Nós estamos conversando. Eu ligo para você daqui a pouco. Não
se preocupe comigo, ok?
— Eu só sinto sua falta.

— Eu sei. Eu sinto falta de você, também. Vejo você em breve, certo?

Ellie murmurou seu adeus, e eu poderia dizer que ela não estava claramente
feliz comigo. Eu teria uma amizade para remendar mais tarde. Não só eu tinha saído de
repente, no mês passado, mas eu meio que fui má por não atender ao telefone quando ela
ligava também. Eu tinha meio que me retirado, enquanto estive no Tennessee. Dormi
muito, fiz jardinagem com minha mãe, e comi muita comida caseira, o suficiente para
compensar a perda de peso obrigatório de 2 quilos que eu tinha experimentado quando
cheguei lá. Colocando o telefone de volta na minha bolsa, eu ainda podia sentir Ben me
observando.

— Venha sentar. — Ele me fez um gesto em direção ao sofá e me juntei a ele,


me certificando de manter um grande espaço entre nós. — Você está com fome? Eu
poderia pedir algo.

Eu balancei minha cabeça. — Eu estou bem. — Era tarde da noite, e embora


eu não tivesse jantado, comida era a última coisa em minha mente. Eu ainda estava girando
sobre o que tinha acontecido no quarto dele. Basicamente, eu tinha me apavorado quando
me lembrei que ele tinha estado dentro de Fiona. Talvez eu não devesse culpá-lo tanto, ele
desmaiou bêbado de acordo com ele, mas ele ainda a confortou, a deixando passar a noite.
Eu balancei a cabeça para limpar o pensamento.

— De onde você estava voando hoje? — Eu perguntei, de repente, me


lembrando que ele estava no aeroporto.

— Eu tive uma sessão em Miami.

Oh. Ele não disse se Fiona estava lá com ele, e eu não ia perguntar. Estávamos
conversando, fazendo progresso. Eu não queria fechar isso ainda.

— Me desculpe se eu empurrei você muito depressa... — Seus olhos se


dirigiram para a porta de seu quarto e um arrepio correu pela minha espinha.

— Não foi culpa sua. Eu não estava pensando claramente, de qualquer jeito. É
só... Já faz tanto tempo...
Ele entrelaçou os dedos com os meus e deu na palma da mão um aperto. —
Fale comigo, baby.

Meus ombros relaxaram um pouco, deixando a postura rígida que eu estava


segurando mais flexível. — Eu só vou precisar de algum tempo. — Eu não acrescentei que
eu não tinha certeza de que algum dia poderíamos voltar ao que tínhamos, embora o
pensamento se filtrava através de minha mente.

— Eu tenho tempo. Nós vamos levar o tempo que você quiser. — Ele ergueu
a mão à boca e pressionou um beijo carinhoso na palma da minha mão. — Eu vou esperar
o tempo que você precisar.

Percebi que Ben e eu havíamos corrido direto para o físico. Mais uma vez. Eu
tinha tanta coisa para descobrir, onde estávamos, onde eu estava indo para o trabalho... Eu
precisava resolver as coisas antes que eu pudesse correr de volta para isso.

— Eu preciso ir devagar. — Minha voz era firme, e eu silenciosamente me dei


uma tapinha nas costas.

— Devagar? — Ele questionou.

— Do tipo, vamos namorar... e esperar para ter relações sexuais...

— Esperar... — Suas sobrancelhas levantaram. — Hmm... isso é diferente...

Ele nunca esperou por sexo em sua vida, eu tinha certeza. Ele poderia ter
qualquer garota que ele quisesse, deixando cair a calcinha em questão de minutos.

— O que, você não gosta da ideia? — Perguntei.

— Se é o que você quer, eu vou fazê-lo. Alegremente.

Eu balancei a cabeça. Bom. — É o que eu preciso.

— Você vai dormir aqui?

Mordi meu lábio inferior. — Eu não sei, Ben... — Provavelmente não era a
melhor ideia.
— Só dormir. Eu não vou tocar em você a não ser que você me peça. Por
favor.

Ele parecia cansado, exausto realmente, e me senti egoísta em dizer não,


quando eu sabia que dormir ao meu lado fazia maravilhas para a sua insônia. Além disso,
não era como se eu realmente quisesse ir embora. Deitar na cama, respirando seu perfume,
a sensação de calor e segurança em seus braços parecia fabuloso.

— Ok. — Eu respondi.

— Tudo bem. — Um sorriso preguiçoso ultrapassou seu rosto.

Eu devolvi o sorriso e coloquei minha mão na sua. Ben me puxou do sofá e


me guiou de volta para seu quarto, onde as coisas tinham ficado muito aquecidas apenas
alguns momentos antes.

Ele levou minha mala ao quarto dele, e eu enviei um texto para Ellie dizendo a
ela que eu a veria pela manhã. Eu pesquei a minha bolsa de higiene, e em seguida, me juntei
a ele no banheiro onde escovamos os dentes lado a lado na bancada dupla. Ben lançou
olhares para mim no espelho. Eu gostava de estar no seu espaço. Era doméstico e muito
normal depois de tudo o que tinha acontecido.

De volta ao quarto, me ajoelhei no chão, em frente da minha mala para


localizar um pijama. Minha mãe insistiu em lavar tudo antes de embalar para eu não voltar
à Nova York com minha bagagem cheia de roupa suja. Tirei um par de shorts de seda
marinho e rosa e vi Ben carrancudo quando ele saiu do banheiro principal.

Certamente ele não proibiria pijama. Ele disse que era apenas para dormir.

Ele atravessou o quarto, parou, abriu a cômoda e tirou uma T-shirt. — Eu


quero você em minha roupa ou com absolutamente nada. — Sua voz não deixava espaço
para discussão. Ele me entregou a camiseta. Era de algodão ultramacio e cheirava a sabão
em pó. Eu resisti à vontade de trazê-la para o meu rosto e inalar. — Obrigada.

Ben apagou as luzes, enquanto eu rapidamente me despia na escuridão.


Quando eu estava de pé, ele ainda estava de pé ao lado da cama esperando por
mim. Seus olhos baixaram para a bainha da camiseta que me batia no meio da coxa. —
Linda! — Ele sussurrou.

Ele puxou os lençóis e nos cobriu com o fofo edredom branco que estava
dobrado sobre a extremidade da cama, nos envolvendo no calor.

À luz da lua, vi Ben sorrindo. — Tudo bem?

— Tudo bem. — Minha voz era apenas um pequeno sussurro.

— Obrigado por ficar.

— Você está tomando suas pílulas de novo?

Ele acenou com a cabeça. — Elas não têm funcionado merda nenhuma, mas
sim.

Meu coração puxou por ele. Por nós dois.

— Venha aqui, — Ele sussurrou, abrindo os braços para que eu pudesse ficar
perto dele. — Eu quero você por perto. Eu preciso te abraçar.

Rolei para o seu lado e me aproximei. Descansando minha cabeça contra seu
peito, eu o senti que ele subia e descia constantemente com cada respiração profunda que
tomava. Sua mão arrastou ao longo do meu lado até que ele descansou no vale na minha
cintura. Algo sobre ele me tocando, me fez sentir inteira. A mão de Ben deslizou até meu
quadril, então alisou lentamente de volta para as minhas costelas.

— Deus, baby. Você não tem nenhuma de ideia do quanto eu senti sua falta.

Ainda havia muito para falarmos, mas eu senti a falta dele, também. — Eu
estou aqui, Ben. Apenas durma. — Eu sussurrei.

— Eu me sinto mal por ter gozado e você não. Deixe-me cuidar de você,
querida. — Sua mão arrastou ao longo do meu lado de novo, se movendo para acariciar a
pele em meu quadril sob a T-shirt. Sua mão áspera em minha pele nua enviou um
formigamento quente na minha barriga, e minha respiração ficou presa no meu peito. —
Então, a partir de amanhã, vamos começar a espera... — Acrescentou.

— Não é assim que funciona. — Eu precisava me manter forte. Mesmo que


fosse apenas para provar a mim mesma que eu podia, e que havia mais em nossa relação.
Minha libido tinha ficado em segundo plano, quando eu percebi que precisávamos usar um
preservativo. Eu não sabia onde Fiona tinha ido, e eu não queria correr nenhum risco.
Além disso, essa percepção havia mudado meu humor completamente. Agora, com Ben
me tocando, prometendo me fazer gozar como eu sabia que ele podia... Meu julgamento
estava um pouco mais nublado.

Seu polegar traçou um padrão leve ao longo do meu quadril, me acariciando


em círculos lentos. — Tem certeza que você não quer isso? — Ele perguntou, sua voz
grave e rouca.

— Eu ainda não estou pronta. — Eu admiti.

Ele tirou a mão debaixo da camiseta, me abraçou apertado e beijou minha


testa. — Tudo bem. Dormir só. E abraçar. Eu só não quero ser um idiota e deixá-la mal.

Eu ri silenciosamente. — Está tudo bem. Eu só não quero apressar as coisas


neste momento.

— Eu disse a você, vamos dar todo o tempo que você precisa. Eu não estou
preocupado. A coisa mais importante é que você ainda está aqui comigo.

Eu emaranhei minhas pernas entre as suas e me aconcheguei em seu peito


largo.

Ele se enrolou em volta do meu corpo, aninhado confortavelmente. O peso


quente de sua panturrilha estendida sobre minha coxa me prendeu ao colchão. Seu peito
subia e descia em longas respirações firmes, sinalizando que o sono já estava o puxando
para baixo.

— Não me deixe, Tennessee. — Sua voz sonolenta disse asperamente.


O apertei com mais força. Eu não sabia como um relacionamento poderia
sobreviver à ameaça da presença psicótica de Fiona, que aparecia ao fundo, mas eu iria
tentar. Eu não tinha muita escolha. Eu precisava deste homem. E parecia que ele precisava
de mim.

Eu exalei fortemente e enterrei o rosto contra seu pescoço, respirando o seu


delicioso perfume masculino que encheu meus pulmões e me relaxou.

— Emmy... minha... — Ele murmurou em seu sono.

Por agora, eu pensei. Meu coração destruído não estava pronto para entrar
nisso, mas meu corpo não iria seguir o conselho sensato. Eu era dele. Ele era meu. Este
lindo, danificado, intenso homem era meu. Para melhor ou pior. Eu precisava ver o que
aconteceria em seguida.
Agradecimentos

Eu não iria sobreviver a este processo, sem os meus leitores. Eu gostaria de


poder dar a todos um unicórnio e um grande, imenso abraço. Obrigada por continuarem
comigo e apoiarem minha escrita. Eu estou em êxtase. Devo vocês tudo e EU AMO
VOCES! Muito. Obrigada por tornarem tudo isso possível. O melhor ainda está por vir!

Eu tenho que agradecer demais aos modelos incríveis que apoiaram este livro.
Obrigada ao incrível Don Hood, a super amigável Levi Allen, e o dedicado Scott Mosley
por compartilharem seus insights sobre o mundo da moda. Cada um deles teve tempo para
responder às minhas perguntas e forneceram um olhar honesto sobre suas aventuras até
agora. Além disso, agradeço a Sophie Campbell, que conversou comigo sobre sua
experiência de namorar um modelo. Muito útil, pequena miss! Vocês todos são estrelas do
rock em meu livro.

Meus leitores beta são meus próprios pequenos super-heróis, me ajudando a


transformar o meu manuscrito em uma novela. Caindo de joelhos para agradecer à bela
Powers Sali e a incrivelmente talentosa Kylie Scott. Eu não acho que é uma coincidência
que vocês duas sejam australianas. Claramente eles estão colocando alguma coisa na água
por lá. Obrigada também a Miss Ellie pelo seu constante encorajamento e amor. Heather
Maven, você é uma parceira crítica extremamente útil e uma maravilha na criação de
trechos marcantes de livros! Yay! Carmen Erickson, obrigada pela orientação editorial.

Para o meu querido marido, que inspira muito do que eu escrevo. O verdadeiro
amor é a remoção de aranhas para mim, trazer-me sopa de macarrão com galinha quando
estou doente, e me deixar te acordar no meio da noite porque eu tive um sonho ruim,
sabendo que você não vai conseguir voltar a dormir. Te amo em pedaços, gracinha. O
melhor. Marido. Sempre. Eu sou tão abençoada por estar nesta viagem com você! Mwah!

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