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º 4
Novos Contextos –-
Ano letivo 20 / 20
Nome da Escola Filosofia | 10.º
Turma N.º Data / / 20
Professor
1.1. C.
1.2. B.
1.3. A.
2. A afirmação citada contrapõe uma “natureza dada” a uma “natureza adquirida”. Esta
última, que é típica do ser humano, remete para a sua dimensão social e para o facto
de sermos, em princípio, dotados de livre-arbítrio, de uma vontade livre.
Ora, a liberdade de que dispomos não é uma liberdade absoluta, no sentido de
se poder fazer tudo o que se quer. Trata-se, isso sim, de uma liberdade situada e
condicionada que se manifesta na capacidade de escolhermos entre várias alternativas
possíveis, no quadro da nossa existência singular e finita.
As condicionantes da ação humana – físico-biológicas, psicológicas e histórico-
culturais – são todo o conjunto de constrangimentos e obstáculos que impõem a essa
ação, embora lhe abram igualmente um horizonte de possibilidades. É sempre no
interior de condicionantes que a liberdade se exerce e que a existência pode ser, como
se diz na afirmação, «aberta, criadora e ordenadora».
4.1. De acordo com o excerto, há argumentos que nos forçam à conclusão de que a
vontade livre não existe, mas também os há, baseados sobretudo em factos da nossa
experiência, que nos levam a defender a existência de alguma liberdade da vontade. O
compatibilismo representa uma perspetiva que procura aceitar as duas possibilidades:
por um lado, aceita o determinismo no mundo natural; por outro, defende que existe
espaço para a liberdade e para a responsabilidade humanas. Daí que seja também
designado por “determinismo moderado” e nos coloque perante a possibilidade de um
ato ser livre e determinado ao mesmo tempo.
4.2. O compatibilismo encontra-se sujeito, pelo menos, a uma objeção: se afirmamos
que somos livres, mas que as nossas ações decorrem dos nossos desejos e do nosso
carácter, desde que não manipulados, não podemos contudo ignorar que o carácter e o
desejo dependem de forças que não controlamos. Se tudo em nós é causado segundo
as leis da natureza, então parece haver forças e impulsos que não dependem de nós e
que servem de causas para o nosso comportamento, ainda que este se nos afigure
perfeitamente voluntário. Em última instância, não somos realmente livres.