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Correção Teste de Avaliação n.

º 4
Novos Contextos –-
Ano letivo 20 / 20
Nome da Escola Filosofia | 10.º
Turma N.º Data / / 20

Professor

A ação humana – análise e compreensão do agir


- Determinismo e liberdade na ação humana

1.1. C.
1.2. B.
1.3. A.

2. A afirmação citada contrapõe uma “natureza dada” a uma “natureza adquirida”. Esta
última, que é típica do ser humano, remete para a sua dimensão social e para o facto
de sermos, em princípio, dotados de livre-arbítrio, de uma vontade livre.
Ora, a liberdade de que dispomos não é uma liberdade absoluta, no sentido de
se poder fazer tudo o que se quer. Trata-se, isso sim, de uma liberdade situada e
condicionada que se manifesta na capacidade de escolhermos entre várias alternativas
possíveis, no quadro da nossa existência singular e finita.
As condicionantes da ação humana – físico-biológicas, psicológicas e histórico-
culturais – são todo o conjunto de constrangimentos e obstáculos que impõem a essa
ação, embora lhe abram igualmente um horizonte de possibilidades. É sempre no
interior de condicionantes que a liberdade se exerce e que a existência pode ser, como
se diz na afirmação, «aberta, criadora e ordenadora».

3.1. Ao conceber-se o Universo «como um grande sistema determinista», e uma vez


que o ser humano é parte integrante desse sistema, fica afastada a hipótese da
existência do livre-arbítrio. O determinismo radical é justamente a perspetiva que,
encarando a natureza como um conjunto de coisas e factos em que tudo o que
acontece resulta de causas anteriores, às quais se seguem efeitos inevitáveis, nega
que tenhamos livre-arbítrio, sendo tudo na natureza «governado pelas leis causais
invariáveis».
A negação do livre-arbítrio conduz, por sua vez, à total desresponsabilização
do agente.

3.2. No âmbito da psicologia clássica, a corrente behaviorista defendia a existência de


um determinismo ambiental, ou seja, as circunstâncias sociais são elementos
determinantes e necessários na formação e estruturação da personalidade e no
comportamento do indivíduo.
Outros autores afirmam o carácter decisivo da componente genética. A essa
perspetiva chama-se determinismo hereditário.
Espinosa, por sua vez, apresentou um sistema determinista de carácter monista,
defendendo que há uma substância única (Deus, que se identifica com a Natureza),
sendo todas as coisas e todas as ações governadas por uma absoluta necessidade –
determinismo metafísico.

4.1. De acordo com o excerto, há argumentos que nos forçam à conclusão de que a
vontade livre não existe, mas também os há, baseados sobretudo em factos da nossa
experiência, que nos levam a defender a existência de alguma liberdade da vontade. O
compatibilismo representa uma perspetiva que procura aceitar as duas possibilidades:
por um lado, aceita o determinismo no mundo natural; por outro, defende que existe
espaço para a liberdade e para a responsabilidade humanas. Daí que seja também
designado por “determinismo moderado” e nos coloque perante a possibilidade de um
ato ser livre e determinado ao mesmo tempo.
4.2. O compatibilismo encontra-se sujeito, pelo menos, a uma objeção: se afirmamos
que somos livres, mas que as nossas ações decorrem dos nossos desejos e do nosso
carácter, desde que não manipulados, não podemos contudo ignorar que o carácter e o
desejo dependem de forças que não controlamos. Se tudo em nós é causado segundo
as leis da natureza, então parece haver forças e impulsos que não dependem de nós e
que servem de causas para o nosso comportamento, ainda que este se nos afigure
perfeitamente voluntário. Em última instância, não somos realmente livres.

5. O texto refere-se ao libertismo, teoria que defende, de modo radical, a existência do


livre-arbítrio e da responsabilidade do ser humano. Esta teoria parte do pressuposto de
que o agente tem o poder de interferir no curso normal das coisas pela sua capacidade
racional e deliberativa, como se existisse uma categoria especial de causalidade do
agente, por meio da qual este inicia, ao agir, sequências de acontecimentos, sem que
esse desencadear seja causalmente determinado. Sendo assim, «as escolhas humanas
não estão constrangidas da mesma forma que outros acontecimentos do mundo».
Por outro lado, considerando que o agente tem o poder de se autodeterminar,
parte-se do princípio de que há uma dualidade entre o corpo e a mente e considera-se
que esta última está acima ou fora da causalidade do mundo natural.
A existência, no mundo quântico, ou microfísico, de acontecimentos
indeterminados, que escapam à tentativa de os prever com rigor associa-se ao
indeterminismo, perspetiva que defende a impossibilidade de prever os fenómenos a
partir de causas determinantes, introduzindo as noções de acaso e de aleatoriedade.
Ora, se admitirmos que é o acaso que conduz as ações humanas imprevisíveis,
então estas não são o resultado do que o ser humano quer. Por conseguinte, as ações,
numa perspetiva indeterminista, também não são livres. Se as ações forem mero fruto
do acaso ou do aleatório, se forem casuais, então o agente não é livre nem
responsável.
(O aluno deverá apresentar também a sua perspetiva acerca do problema do
livre-arbítrio.)

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