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A importância da comunicação entre as equipes de saúde e usuários: a busca da qualidade no


atendimento
The importance of communication between health teams and users: the quality search for the
service

Davina Carvalho Cardoso Vitorino1


Isabel Cristina de Paula Oliveira2
1
Fisioterapeuta pela Faculdade Mauricio de Nassau
2
Odontóloga pela Universidade São Francisco, Mestranda em Tecnologia e Gestão em Educação a
Distância; Especialista em Ortodontia; Especialista em Gestão em Saúde; Especialista em Saúde Coletiva e
Saúde da Família.
Endereço para correspondência: Universidade Federal do Piauí,
Ininga, Contato: (86) 98277092.
E-mail: davina.vitorino@gmail.com

RESUMO
A Estratégia Saúde da Família (ESF), tem grande respaldo pelo trabalho em equipe, faz parte do SUS e
reafirma os princípios básicos do mesmo. A universalização, descentralização integralidade e participação
da comunidade, alicerçam-se sobre três pilares: família, território e a responsabilização. Tendo sido
observado como situação problema a falta de comunicação entre as equipes o que acarreta um
desalinhamento entre as equipes da ESF e a população. Desta forma, o presente projeto de intervenção,
tem como objetivo geral qualificar o atendimento da população pelas equipes saúde do Município de
Amarante-PI. A presente intervenção, acontecerá nas UBS do município e nas localidades pertencentes a
cada UBS, durante o decorrer do ano de 2019. Se dará através da Educação Permanente em Saúde, por
meio de ações de Educação em Saúde, com previsão para o monitoramento durante todo período de
intervenção. Espera-se com este projeto de intervenção que ocorra a qualificação dos profissionais afim de
melhorar a comunicação e interação entre as equipes de saúde e a comunidade, que as reclamações sobre
as dificuldades de comunicação diminuam no âmbito da atenção e do cuidado para com os mesmos.

Palavras-chaves: Educação Permanente, Educação em Saúde, Comunicação.

The importance of communication between health teams and users: the quality search for the
service

ABSTRACT

The Family Health Strategy (ESF), has great support for teamwork, is part of the SUS and reaffirms the basic
principles of it. The universalization, decentralization, integrality and participation of the community, are
based on three pillars: family, territory and accountability. Having been observed as a problem situation the
lack of communication between the teams which leads to a misalignment between the ESF teams and the
population. In this way, the present project of intervention, has as general objective to qualify the attendance
of the population by the health teams of the Municipality of Amarante-PI. The present intervention will
happen in the UBS of the municipality and in the localities belonging to each UBS, during the course of the
year 2019. It will be given through the Permanent Education in Health, through actions of Health Education,
with prediction for the monitoring throughout intervention period. It is hoped that with this intervention project
the qualification of professionals will be improved in order to improve communication and interaction
between health teams and the community, that complaints about communication difficulties will decrease in
terms of care and care for them.

Keywords: Continuing education, Health education, Communication.


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1 - INTRODUÇÃO

No ano de 1988, a Constituição Federal, o acesso à saúde, através de um Sistema Único, passou
a ser um direito social. Segundo a Lei 8.080/1990, criou o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como
principais princípios e diretrizes: universalidade de acesso em todos os níveis de saúde; igualdade na
assistência, sem privilegio de algum gênero ou preconceito; integralidade da assistência; participação da
comunidade; e descentralização político-administrativa. Em 1990, a Lei 8.142, entre outras providências que
atuou, dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, colocando as Conferências e os
Conselhos de Saúde, a comunidade podendo fazer parte de discussões sobre a saúde, ratificando assim a
defesa de participação social proposta pela Reforma Sanitária (VIACAVA, et al., 2018).
Amarante é uma cidade do médio Parnaíba que de acordo com o IBGE de 2014 tem população
aproximadamente de 17.305 mil habitantes, os dados da população ainda não foram atualizados. Fica a
aproximadamente 170km da capital Teresina (IBGE, 2017).
A cidade de Amarante ainda possui, na atenção básica são 07 (sete) equipes que atuam na Saúde
da Família, 03 (três) fazem parte da zona urbana e 04(quatro) na zona rural. Atendimentos de urgência são
encaminhados para capital. A Estratégia Saúde da Família (ESF), tem grande respaldo pelo trabalho em
equipe, faz parte do SUS e reafirma os princípios básicos do mesmo. A universalização, descentralização
integralidade e participação da comunidade, alicerçam-se sobre três pilares: família, território e a
responsabilização (ANJOS, et. al., 2013)
Constituem o ponto central da estratégia, a criação de compromisso e instalação de vínculos entre
a população, os profissionais de saúde, e atenção à família no ambiente onde vive (ANJOS, et. al., 2013).
Um dos temas mais complexos que existe no Sistema Único de Saúde, desafiador para a
reorganização dos serviços em saúde, é a relação entre profissionais de saúde e usuários. Apesar do
sistema estar atrelado a leis de status de políticas de Estado, a sua concretização se torna dependente das
relações estabelecidas entre trabalhadores e usuários (LIMA, 2014).
Na cidade de Amarante a interação entre equipe de saúde e comunidade se torna falha na parte
da zona rural onde a população é carente em vários aspectos. Essa situação problema, pode ser observada
por meio de um caso em que uma criança estava sem atendimento e seu problema se agravando, alguns
profissionais tinham conhecimento, mas não repassavam para os demais ou nem mesmo para o
coordenador da equipe que podia resolver ou encaminhar o paciente, mas não aconteceu por conta da falta
de comunicação que as equipes têm com a comunidade.
Sendo assim, é preciso fomentar a importância da comunicação entre as equipes de saúde, entre
os profissionais destas esquipes e ainda entre as equipes e a população, em especial a população da zona
rural da cidade de Amarante. Pois, a comunicação e a interação entre as equipes e população são
essenciais para dar melhor assistência aos usuários e ainda, melhorar os indicadores epidemiológicos do
município.
Tendo em vista, a situação problema observada pelo motivo pela falta de comunicação entre as
equipes, é que se pretende como projeto de intervenção desta pesquisa, que visa desenvolver, por meio da
educação permanente, um planejamento com um plano de ação que busca capacitar todos os profissionais
da saúde, com foco na importância da intersetorialidade; na interação entre as equipes e entre a
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comunidade. Tentando desta forma, evitar que acontecimentos como a situação problema relatada não
tornem a acontecer.

2- REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Almeida et al., (2016) a Constituição Brasileira, em seu artigo 200 afirma que é
dever do estado ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde. Desta forma, em 13 de
fevereiro de 2004 através da portaria 198-GM foi implementada a Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde atuando como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o
desenvolvimento de trabalhadores.
As relações interpessoais entre profissionais de saúde e pacientes é a base do seu trabalho, o
modo como apresentam o cuidado está relacionado com a habilidade de comunicação. Diante das
mudanças demográficas e epidemiológicas da população brasileira, de acordo com o envelhecimento e pelo
aumento das doenças crônico-degenerativas, é essencial que se imponha ao processo de cuidado em
saúde. Em virtude disto a população demanda cuidados de longa duração gerando contato continuo com os
profissionais de saúde, sendo essencial a promoção de confiança, vinculo e autonomia, isso se deve pela
comunicação eficaz (OTANI, 2013).
A Educação Permanente ganhou estatuto de política pública na área de saúde a partir da difusão
pela Organização Pan-Americana de Saúde, da proposta de Educação Permanente do Pessoal da Saúde
para alcançar o desenvolvimento dos sistemas de saúde, acreditando que os serviços de saúde são
organizações complexas em que só a aprendizagem intensa será capaz de gerar a adesão dos
trabalhadores aos processos de mudança na sua atuação (CARDOSO, et al., 2012).
De acordo com Oliveira et al., (2016) diz que a qualificação em saúde é importante pois segundo
relatos feito em sua pesquisa os profissionais de saúde abordam que com as capacitações em saúde houve
melhora significativa em seu trabalho, evidenciou melhora na qualidade do serviço, refletindo na sua pratica
profissional.
A importância da comunicação entre as equipes de saúde e os usuários do Sistema único de
saúde, tem se tornado foco de estudos e debate em âmbito nacional e internacional, pois o que se destaca
é que uma comunicação eficaz facilita o autocuidado e a adesão do usuário ao tratamento, é necessário
“estar aberto a acolher o sofrimento do outro” uma escuta qualificada, ser atento ao diálogo e atenção as
manifestações não verbais, para se ter melhor qualidade de atendimento (MONTEIRO, et al., 2018).
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3 – PLANO OPERATIVO / METODOLOGIA


Situação problema: Falta de comunicação entre as equipes de saúde e a comunidade.

Objetivo geral: Qualificar o atendimento da população pelas equipes de saúde do município de


Amarante-PI.

OBJETIVOS AÇÕES PRETENDE-SE METAS PRAZOS RESPONSÁVEIS


ESTRATÉGICAS

Capacitar as Reunir com o 80% Curto Pesquisadora


equipes de 1 Reuniões Gestor do prazo Gestor
saúde no Gestor e Município para
atendimento Profissiona sensibiliza-lo da
da is; importância do
população; 2 Oficinas de Projeto;
sensibiliza As ações terão
ção; Foco na
3 Rodas de sensibilização da
Conversa; equipe para com a
comunidade e
principalmente
com os Agentes
Comunitários de
Saúde - ACS;

Melhorar a 1 Reuniões; Fazer 80% Médio Pesquisadora;


comunicaçã 2 Oficinas; planejamento de prazo Toda a equipe da
o entre programas que ESF
equipes de podem ser feitos
saúde e a pra que a
comunidade comunidade
no Município interaja mais na
de UBS.
Amarante; acompanhar o
desenvolvimento
da equipe e da
melhoria da
comunicação
entre usuários e
equipe de saúde;
5

1 Oficinas; Fazer encontros 70% Longo Pesquisadora;


Sensibilizar 2 Rodas de com a prazo Toda a equipe da
a população conversas comunidade para saúde.
a participar discussão de
nas ações melhorias no
em saúde. atendimento,
assim como focar
na educação em
saúde da
população para
que esta possa
estar embasada
dos seus direitos e
deveres.
Monitorar e avaliar
todos os
encontros
Ao final do projeto
de intervenção
fazer um
encontrão com
todas as ESF e
comunidade.

O trabalho será realizado através da coleta de dados por meio de monitoramento que acontecerá
durante todo o decorrer do projeto de intervenção e acontecerá no ano de 2019.
Convém mencionar que, serão aplicadas avaliações durante as reuniões e ações em saúde e
frequências afim de verificar a assiduidade dos profissionais e usuários. Nessa avaliação conterá perguntas
sendo que serão aplicadas no início do ano na primeira palestra, a segunda avaliação na metade do ano e a
última será feita no final do ano de 2019 será feita uma comparação entre primeira avaliação e a última.
Também serão realizadas frequências que serão utilizadas durante as reuniões para monitoramento de
assiduidade dos participantes e da equipe de saúde.
Deste modo, os dados serão coletados e verificados afim de manter um melhor acompanhamento
tanto das equipes quanto dos usuários do sistema de saúde.
O auge do Projeto de Intervenção acontecerá ao final deste, aonde terá um “Encontrão” de todas
as equipes da ESF e a comunidade, para brindar a finalização do projeto e o começo de uma nova fase
entre as equipes e a população do município.
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4 - CONCLUSÃO

Espera-se com este projeto de intervenção que ocorra a qualificação dos profissionais afim de
melhorar a comunicação e interação entre as equipes de saúde e a comunidade, que as reclamações sobre
as dificuldades de comunicação diminuam no âmbito da atenção e do cuidado para com os mesmos. É
preciso sensibilizar não só os profissionais mais também os usuários pois quanto mais presentes se fizerem
nas reuniões, rodas de conversas e ações propostas, as dificuldades de acesso ao sistema irão diminuir,
assim melhor será a atenção ao cuidado com a saúde.

REFERÊNCIAS

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