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Aula 00: PROTEÇÃO E ESTABILIDADE DE SISTEMAS

ELÉTRICOS

• Docente: MSc. Antonio Tavares de França Júnior.


• Engº Eletricista (Bacharel)
• Engº de Seg. do Trab. (pós-graduado)
• Engº Mecânico (Mestre)
PROTEÇÃO E ESTABILIDADE DE SISTEMAS ELÉTRICOS
CARGA HORÁRIA: 66h
TEÓRICA: 55H
PRÁTICA: 11H
EMENTA

Estuda a estabilidade de Sistemas Elétricos de Potência quanto à curto-circuito, fluxo de


carga, estabilidade e controle.

Aborda critérios econômicos.

Apresenta sistemas primários de proteção de distribuição e transmissão.

Estuda relés de corrente, tensão, direcionais, diferenciais, distância, teleproteção e


frequência.
Estuda a seletividade e coordenação entre equipamentos de proteção.
XVII - Desenvolvimento de projetos de sistemas
elétricos - Elaborar e integrar projetos de sistemas de
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
PROTEÇÃO E ESTABILIDADE DE
SISTEMAS ELÉTRICOS XXII - Operação em dispositivos eletroeletrônicos -
Operar e realizar manutenção em dispositivos
COMPETÊNCIAS eletroeletrônicos
XXIII - Avaliação técnica - Vistoriar, periciar,
inspecionar, fiscalizar, avaliar e emitir relatório técnico
referente a projeto de engenharia elétrica.
XXIV - Gestão da operação em sistemas elétricos -
Gerenciar, coordenar, supervisionar e orientar
tecnicamente a operação de sistemas elétricos.
PROTEÇÃO E ESTABILIDADE DE SISTEMAS ELÉTRICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

1. Compreender a modelagem matemática das redes de sequências simétricas e


cálculos para os eventos de curto-circuito em Sistemas Elétricos de Potência.

2. Compreender os comportamentos transitórios de tensão e corrente durante os


eventos de curto circuito.

3. Compreender os cálculos das grandezas elétricas através das componentes


simétricas (Sequências Positiva, Negativa e Zero).

4. Conhecer e Compreender o funcionamento dos dispositivos digitais de proteção.


ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS)
CRONOGRAMA DE AULAS
SEMANA 1 - Apresentação da Disciplina/Componentes Simétricas e Transformadas de Fortescue
SEMANA 2 - Modelagem de Redes para as Sequências Positiva, Negativa e Zero
SEMANA 3 - Cálculos de Faltas Assimétricas em Geradores sem Carga
SEMANA 4 - Cálculos de Faltas Assimétricas em Elementos do Sistema de Potência
SEMANA 5 - Análise de Transiente em uma Falta
SEMANA 6 - Faltas Simétricas e Análise de Falta sob Carga e Contribuição De Motores
SEMANA 7 - Análise de Faltas através da Matriz Impedância - Zbarra
SEMANA 8 - AVALIAÇÃO A1 - EAC
SEMANA 9 - Aula Prática - Análise Computacional de um Transiente de um Sistema de Potência sob falta
SEMANA 10 - Relés de Proteção - Tipos: Mecânicos, Estáticos e Digitais/APS
SEMANA 11 - Tipos de Proteção de um Relé Digital /Proteção Primária e Retaguarda
SEMANA 12 - Zonas de Proteção
SEMANA 13 - Chaves Fusíveis e Elos Religadores/Relés de Sobrecorrente
SEMANA 14 - Religadores
SEMANA 15 - Seccionalizadores Automáticos
SEMANA 16 - AVALIAÇÃO A2 -EAC
DISCIPLINAS MODALIDADE

TEÓRICAS e TEÓRICO-PRÁTICAS P R ES E N C I A L
A1 A2
AVALIAÇÃO(ÕES)
APS – ATIVIDADE PRÁTICA
+
A SER(EM) DEFINIDA(S) DE
ACORDO COM OS OBJETIVOS DE SUPERVISIONADA

N1 AVALIAÇÃO(ÕES) A SER(EM)
DEFINIDA(S) DE ACORDO COM OS
N2 APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA
(9,0 pontos)
(1,0 ponto)

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA
DISCIPLINA Ou
PESO SUB
PESO 0 → 10 SUB – AVALIAÇÃO SUBSTITUTIVA (APENAS SE O ALUNO NÃO
4 6 REALIZAR A A2 OU NÃO ALCANÇAR A MÉDIA 6,0 NA DISCIPLINA. SUBSTITUI A
NOTA DA A2 APENAS QUANDO A NOTA DA SUB FOR SUPERIOR)

0 → 10

CÁLCULO MÉDIA FINAL (MF) (N1*0,4) + (N2*0,6)


• Os Sistemas Elétricos de Potência ou Sistemas Eletroenergéticos:

• podem ser definidos como conjunto de equipamentos físicos e elementos


de circuitos elétricos conectados, que atuam de modo coordenado;
1. Introdução
• com o intuito de gerar, transmitir e distribuir Energia Elétrica aos
consumidores.

1. Introdução
• Geração: Perfaz a função de converter
alguma forma de energia (hidráulica,
térmica, etc) em energia elétrica;

Transmissão: Responsável pelo transporte de energia


elétrica dos Centros de Produção aos Centros de
Consumo, ou até outros sistemas elétricos,
interligando-os;
1. Introdução

• Distribuição: Distribui a energia


elétrica recebida do sistema de
transmissão aos grandes, médios e
pequenos consumidores.
1. Introdução

Fig. 1: Desenho ilustrativo de um Sistema Elétrico de Potência (ou


Sistema Eletro-Energético)
1. Introdução
1. Introdução

Diagrama unifilar exemplificando um Sistema Elétrico de Potência


1. Introdução
A gestão de energia e operação de Sistemas Elétricos é uma tarefa
extremamente difícil e complexa,

- exigindo um planejamento prévio bem elaborado;

- e a análise simultânea de uma grande quantidade de informações técnicas e


econômico-financeiras.
Evolução dos
Sistemas de
Energia
Elétrica
1. Introdução
Além disso, vale lembrar que armazenar uma grande quantidade de energia
na forma elétrica é uma tarefa inviável.

“Mas qual é o objetivo da gestão de energia e operação de Sistemas Elétricos?”


1. Introdução

• Podemos dizer que a gestão de energia e a operação de sistemas eletro-energéticos


tem como objetivo principal o suprimento do seu mercado de energia elétrica,
levando-se em conta:

• – Continuidade;

• – Qualidade;

• – Economia.
Introdução
• Fortescue (em 1918) publicou o artigo:
“Method of Symmetrical Coordinates Applied
to the Solution of Polyphase Networks”.
Apresentado à 34º Convenção Anual de AIEE
(American Institute of Electrical Engineers) em
Atlantic City, N.J. o 28 de julho de 1918. AIEE
Transactions 37 (II): 1027-1140 (1918).
• “Um sistema trifásico desequilibrado pode ser
decomposto em três sistemas equilibrados,
onde esta decomposição é única”.
• Sistema equilibrado: Módulos iguais e
Diferença Angulares iguais
O teorema de Fortescue
O teorema de Fortescue aplica-se a sistemas polifásicos e foi originalmente
enunciado da seguinte forma:

“Qualquer sistema de N fasores desequilibrados, sendo N um


número primo, pode ser escrito como a soma de N conjuntos
de fasores equilibrados”.
O teorema de Fortescue
O teorema de Fortescue pode ser escrito para tensões ou correntes.

Para N = 3 (sistema trifásico), os três conjuntos de fasores equilibrados são


conhecidos como “sequências” e definidos da maneira a seguir.
1) Sequência positiva

Equação 1

2) Sequência negativa

Equação 2

3) Sequência zero
Equação 3
O teorema de Fortescue
A figura abaixo ilustra as três sequências em termos de seus fasores.

Sequências de fase: (a) positiva; (b) negativa; (c) zero

Intuitivamente, podemos imaginar as três componentes de Fortescue como sendo produzidas por
geradores comuns.

A sequência positiva seria produzida por um campo girante trifásico, girando no sentido da
sequência de fases do sistema.
O teorema de Fortescue
A sequência negativa seria produzida por um campo girante trifásico, mas girando no sentido oposto à
sequência de fases do sistema.

Já a sequência zero seria produzida por um campo pulsante, não girante.

Dado um sistema de correntes desequilibradas Ia, Ib e Ic, o teorema de Fortescue pode ser
agora escrito em função das componentes de sequência positiva, negativa e zero

Equação 4

O sistema de equações (4) pode ser simplificado introduzindo-se o operador unitário “a”, definido como

Equação 5
O teorema de Fortescue
É fácil verificar que o operador “a” tem as seguintes propriedades:

Equação 6 Equação 10

Equação 7 Equação 11

Equação 12
Equação 8

Equação 9 Equação 13

Tomando a fase a como referência, podemos agora escrever as correntes de sequência positiva da
seguinte forma

Equação 14
O teorema de Fortescue
De maneira semelhante, as correntes de sequência negativa podem ser escritas como

Equação 15

As correntes de sequência zero podem ser escritas de maneira ainda mais simples

Equação 16

Substituindo as relações (14), (15) e (16) na relação (4), teremos que:

Equação 14 Equação 15 Equação 16


O teorema de Fortescue

Equação 4

Equação 16a

Equação 16b

Equação 16c

Escrevendo a relação acima em forma matricial, teremos:

Equação 17
O teorema de Fortescue
ou, em notação mais compacta

Equação 18

Onde:

Equação 19

O sobre-índice abc denota o sistema desequilibrado original e o sobre-índice 012 denota o sistema de
sequência.

A matriz de transformação [A] tem algumas propriedades interessantes.


O teorema de Fortescue
Primeiro, podemos notar que ela é simétrica, ou seja,

Equação 20

onde o sobre-índice T denota a matriz transposta.

Além disso, podemos verificar que:

Equação 21

onde [I] é a matriz-identidade.

Este resultado será útil mais tarde.


O teorema de Fortescue
Finalmente, a matriz [A] é invertível, com inversa dada por:

1/[A] =[A]-1 = 1/3[I]


1
Equação 22

Pré-multiplicando a relação (18) por [A]-1, podemos agora obter as componentes de sequência em
função das componentes do sistema abc original

Equação 23

Equação 24
Sistema de sequência 012 escrito em termos do sistema
abc original.

Equação 25 In = Ia +Ib +Ic


Note, da relação acima, que
I0a = In/3
O teorema de
Fortescue
• onde In é a corrente de neutro.

• Assim, só haverá corrente de sequência zero em


circuitos nos quais houver caminho para a corrente de
neutro.

“Quando tal caminho não existir, como


é o caso de conexões delta, a corrente
de sequência zero será nula.”
Referências Bibliográficas

AZEVEDO, G. P.; OLIVEIRA FILHO, A. L. (2001) Control Centers with Open Archictectures. IEEE
Computer Applications in Power Transaction on Power, p.27-32, outubro.
DY LIACCO, T. E. (1974). Real-Time Computer Control of Power Systems. Proceedings of the IEEE,
Vol. 62, n o7, p.884-891, julho.
MONTICELLI, A. J. (1983). “Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica”, São Paulo - Brasil:
Edgard Blucher.
WU, F. F.; MOSLEHI, K.; BOSE, A. (2005). Power System Control Centers: Past, Present, and
Future. Proceedings Proceedings of the IEEE, Vol. 93, No11, p.1890-1908, novembro novembro.
ONS - OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO (2009). Procedimento de Redes. Revisão
2009. Endereço na Internet: http://www.ons.org.br.
KUNDUR, Prabha. Power System Stability and Control. Estados Unidos: McGraw-Hill, 1994.
Prabha Kundur (Canada, Convener), John Paserba (USA, Secretary), Venkat Ajjarapu (USA), Göran
Andersson, (Switzerland), Anjan Bose (USA) , Claudio Canizares (Canada), Nikos Hatziargyriou
(Greece), David Hill, (Australia), Alex Stankovic (USA), Carson Taylor (USA), Thierry Van Cutsem
(Belgium), and Vijay Vittal (USA). Definition and Classification of Power System Stability. IEEE
Transactions on Power Systems., IEEE/CIGRE Joint Task Force on Stability Terms and Definitions.
V. 19, n. 02, p.1387-1401, mai. 2004,

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