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LORE KEVIN REGNARD

por

Vampire of the Blue Moon


Sobrenome do autor / Lore Kevin Regnard / 2

Prólogo – Fantasma de Olhos Vermelhos

O que camponeses temem à noite?

— Demônios! — Uma sombra grita

— Em alguns lugares, como o Reino de Mastrein. Mas, e aqui? Onde estamos —

respondeu o mestre de cerimônia.

— Então, dragões!

— Não invada seus habitats e não terá muito problema.

— Trapentos?

— São apenas lendas há muito esquecidas.

— Então o que? — reclamou a sombra, irritada.

— Se alguém disse que havia visto olhos vermelhos na floresta?

— Olhos de que?

— Do que você temeria?

— Ursos, monstros.

— E se alguém te dissesse que era um monstro, nunca antes visto?

— Eu não acreditaria.

— Sim, é claro. Mas se 12 pessoas da cidade te dissessem a mesma coisa?

— É claro que eu não acreditaria que algo completamente diferente estaria aqui!

Monstros não se metamorfoseiam assim.

— Mas a pergunta é: você entraria na floresta?

E houve o silêncio de quem concorda com algo, mas não admite.


Sobrenome do autor / Lore Kevin Regnard / 3
Capítulo 1 – Florestas de Hangur

Meu nome é Kevin Regnard, e eu devia ser um cavaleiro. Mas minha vida foi
quebrada pelos Dioren, feiticeiros do Templo do Portão Invertido.
Foi mais ou menos assim:
Há mais ou menos 10 anos, acordei em uma floresta no sul do continente de Faer. Não
fazia ideia do que estava fazendo ali, nem o que houve antes.
— Hey! Ezariel, venha aqui. — Ouvi na distância.
— O que foi, Vincy?
Duas silhuetas se aproximaram, negras, altas e imponentes contra a Lua Azul. Uma
delas, com o cabelo comprido e roupas nobres, a outra mais parecia um guerreiro, com uma
meia-armadura cobrindo o peito e parte da perna.
— É um drow? Não pode ser, sua pele é branca como a nossa. — Sua voz era tão
doce, como uma memória distante de vidas passadas.
— Vamos levá-lo, Ezariel? Sua memória pode ser importante, sinto que ele conheceu
os tempos antigos. E ele parece um Shadar Kai, mesmo que seu cabelo seja branco.
— Não precisamos de mais cavaleiros, nem clérigos. Seu rosto é bonito, talvez a
Deusa-Escrava o aceite como sacrifício.
Foi então que Vincy percebeu que eu estava acordado.
— Ez, pare de fazer medo no rapaz.
— Vincy, Glen morreu. Não suportou o livro. — Uma nova voz, rouca, surgiu.
— Certo, Ozires. Acho que temos um substituto. — disse, finalmente, Ezariel —
Traga-o, Vincy. Coloque-o junto com os feridos.
Foi aí que fui levado como aprendiz de cavaleiro em um templo.

No início, achei que seria um treinamento militar, como na cidade de Sparna. Onde eu
seria obrigado a sobreviver dias sozinho num matagal, sem roupas nem nada. Achei que eu
teria incessantes aulas com espadas. Mas foi a maior decepção.
Fiquei dias apenas observando. Diziam que eu era como um animal, então eu teria que
aprender a “virar elfo” antes de ir pra alguma aula. Colocaram um mim uma capa de
licantropo, e eu tinha que vagar entre os outros acólitos do templo na forma de um pardal.
Não demorou muito pra perceberem o monstro social que eu era, então decidiram me
colocar nas aulas de espada e arco, pra ver se eu servia pra algo. E foi ali que me destaquei,
mais especificamente nas aulas de arquearia. Foi ai que decidiram me treinar pra proteger
aquilo, eu não sei o que é aquilo.

Capítulo 2 – Sombra, Portão dos Planos e Livro Amaldiçoado


Sobrenome do autor / Lore Kevin Regnard / 4
Havia o Plano das Sombras, plano onde Serdo perdeu o chapéu, Plano dos Infernos, e
tal. Nunca aprendi direito sobre isso, era muito trabalho. Mas havia algo que percebi de
diferente naquele templo. Se você olhasse ele de canto de olho, ou tivesse o tipo de mente
que realmente enxerga o que se vê, talvez notasse algo estranho.
Um dia de sol, eu estava voltando da cidade, onde fui com Zek (um dos poucos
amigos que fiz) comprar mantimentos, e notei algo estranho. Através da queda de uma folha
de visco, percebi que a sombra do templo aponta para a direção errada. Quando olhei de
novo, ela apontava pra cima. Depois ela estava da forma correta. Mas parece que só eu notei,
Zek estava apenas falando das suas conquistas amorosas de quando esteve numa festa de sua
família nobre.
Aquele templo não estava totalmente nesse mundo. Confirmei isso quando contei os
degraus da escadaria da entrada. Se contar de cima para baixo, vão ter 23 degraus. Se você
contar de baixo para cima, vão ter 22. Mas se você contar durante a Lua Azul, terá 25. Se
contar de olhos fechados, contando apenas quando pisa num degrau, terá 125.
Não me surpreendi tanto, afinal não é normal acordar em uma floresta sem memórias.
Só queria descobrir o porquê disso. Ou eu podia não descobrir e só seguir meu
treinamento. Mas não, acho que tenho que ter mais objetivos, minha vida tava muito parada.
Há algo que eu não contei. Nos fundos de nossa escola havia um portão. Não era
proibido pra ninguém chegar perto. Mas nenhum dos acólitos chegar perto dele.

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