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1 Sumario
1 Sumario
de Contabilidade de Contabilidade
Janeiro de 2006
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis
Adotadas no Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS
Jan/2006
Editor
CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE
IBRACON – INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL
Elaboração
Grupo de Estudo sobre Convergência das Práticas Contábeis
Coordenação de edição
Celia Schwindt
Capa
Simone Silva
Tiragem: 20.000
FICHA CATALOGRÁFICA
S955
72 p.
CDU 657(083.74)
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Lúcia Helena Alves de Figueiredo CRB 1/1.401
Conselho Federal
de Contabilidade
Apresentação
Este estudo tomou por base as práticas contábeis adotadas no Brasil, vigentes em
dezembro de 2005, bem como as IFRSs divulgadas pelo IASB – International Accounting
Standards Board, entidade internacional responsável pela emissão das Normas
Internacionais de Contabilidade, na última edição disponível – Edição de 2005. Apesar de
as normas contábeis estarem em permanente processo de evolução e,
conseqüentemente, existirem estudos e processos em andamento para novas
alterações, tanto as locais quanto as internacionais, a edição de 2005 das IFRSs é
considerada pelo IASB como uma plataforma estável, de forma que foi considerada
apropriada pelos profissionais envolvidos no projeto para ser uma razoável base de
comparação neste momento.
Este estudo, que agora se torna público, não pretende apontar todas as diferenças que,
na teoria ou na prática, possa haver entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as
IFRSs. A intenção precípua deste estudo é que ele sirva de guia para que se possa dar
início a um processo objetivo e contínuo de convergência das práticas contábeis brasileiras
com as práticas contábeis internacionais, sendo nossa pretenção reeditá-lo,
periodicamente, com as atualizações que se fizerem necessárias.
Este estudo torna-se ainda mais relevante neste momento em que se acha em início de
atividades o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado no âmbito do Conselho
Federal de Contabilidade, ao final de 2005, para atuar de forma independente e com o
objetivo final de emitir Pronunciamentos Técnicos sobre Contabilidade para permitir a
emissão de normas pelas entidades reguladoras brasileiras, visando à centralização e à
uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência
da Contabilidade brasileira aos padrões internacionais.
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Agradecimentos
Esse trabalho conjunto tem por objetivo constituir-se num marco, que servirá de base
para a busca das soluções que venham viabilizar a pretendida unificação das normas
no Brasil e a sua natural e necessária convergência para com as normas internacionais.
Este livro deve muito ao trabalho de ilustres profissionais que despenderam seu
tempo para contribuir com suas inestimáveis qualidades técnicas e de produtividade
no preparo e na elaboração das descrições das normas internacionais e no
estabelecimento das principais diferenças observadas destas em relação às normas
brasileiras e às principais áreas das Demonstrações Contábeis afetadas.
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Conselho
ConselhoFederal
Federal
dede
Contabilidade
Contabilidade
O conjunto de normas e interpretações composto por IFRS, IAS, IFRIC e SIC forma o
que se conhece por normas internacionais de contabilidade, ou International Financial
Reporting Standards.
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Índice
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IAS 2 - Estoques
O estoque é reconhecido no balanço de uma entidade De uma maneira geral a norma Estoques,
quando os riscos e benefícios associados a ele são brasileira é similar ao IAS 2, exceto demonstração
transferidos para a entidade. no que se refere à avaliação da do resultado e
necessidade de provisão para apresentação e
O estoque deve ser avaliado ao custo ou pelo valor desvalorização do estoque de divulgação das
líquido realizável, dos dois, o menor. Valor líquido matéria-prima e produtos acabados. demonstrações
realizável é o preço estimado de venda menos os No caso de matérias-primas, a contábeis.
custos estimados de completar e para vender, que comparação se dá com o custo de
incluem custos relevantes de marketing e de reposição ao invés do valor líquido
distribuição. de realização. No caso de produtos
acabados, o preço líquido de
Como exceção à regra geral acima, os estoques de
realização é apurado após deduzida
ativos biológicos e de minérios podem ser avaliados
a margem de lucro.
pelo valor líquido realizável, desde que seja prática
aceita pela indústria. Além disso, os estoques em
poder de agentes intermediários (tradings) podem ser
avaliados pelo valor justo deduzidos dos custos de
venda.
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A demonstração do fluxo de caixa tem o objetivo de Esta demonstração não é requerida Caixa e bancos
auxiliar o usuário das demonstrações contábeis a pelas práticas contábeis adotadas e equivalentes
avaliar a capacidade de gerar e como está sendo no Brasil. Sua apresentação é de caixa e
utilizado o caixa da entidade. A sua apresentação é incentivada e tratada como demonstração
requerida para todas as entidades. suplementar. dos fluxos de
caixa.
A demonstração do fluxo de caixa apresenta a geração Para as entidades registradas no
e o uso do caixa durante um determinado período. A Novo Mercado(*) esta demonstração
movimentação é classificada em três categorias é requerida.
segundo a natureza de sua atividade: operacional, de
investimento e financiamento. A norma brasileira sobre
demonstração de fluxos de caixa é
Fluxos de caixa das operações da entidade menos detalhada que o IAS 7.
compreendem todos os fluxos que não se qualificam Entretanto, assuntos não
para serem classificados como de investimento ou endereçados especificamente na
financiamento. A apresentação dos fluxos de caixa das norma brasileira são tratados de
operações pode ser feita pelo método direto ou indireto. acordo com a orientação da norma
Neste último os fluxos de caixa são apresentados internacional.
ajustando-se o resultado do período pelos itens que
não geram caixa e pelos itens que são classificados
como de investimento ou financiamento.
(*) Mercado instituído pela Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (BOVESPA) onde as empresas que se registrarem se comprometem a
divulgar informações contábeis adicionais, dentre outros requisitos de Governança Corporativa.
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Deve ser aplicada por uma entidade para: definição de As práticas contábeis adotadas no Apresentação
suas políticas contábeis, contabilização dos efeitos de Brasil são formadas por um conjunto das
mudanças das políticas contábeis adotadas, de normas e interpretações emitidas demonstrações
contabilização dos efeitos de mudanças de estimativas por diferentes organismos no país. contábeis.
contábeis e correção de erros. Essas práticas normalmente se
baseiam nos princípios
No processo de escolha de suas políticas contábeis, a fundamentais de contabilidade, nas
administração deve considerar inicialmente normas normas brasileiras de contabilidade,
(IAS, IFRS) e interpretações (SIC, IFRIC) que sejam na legislação pertinente e em
aplicáveis a uma transação especifica. Na ausência de aspectos contábeis específicos para
uma norma ou interpretação específica, a os diferentes segmentos do
administração deve utilizar-se de seu julgamento para mercado conforme determinado
desenvolver e aplicar políticas contábeis que sejam pelos órgãos reguladores e desde
relevantes para os usuários das demonstrações que amparadas na legislação
contábeis, e confiáveis no contexto das demonstrações societária e reconhecidas como
como um todo. avanço na harmonização de normas
contábeis no âmbito internacional.
A administração, no exercício de seu julgamento para
desenvolver uma política contábil, deve considerar as
seguintes fontes:
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Os efeitos de imposto de renda devem ser refletidos (NPC 25 IBRACON, Deliberação Ativos e
nas demonstrações contábeis nos mesmos períodos CVM 273/98, Instrução CVM 371 e passivos de
em que os ativos e passivos, que geram tais efeitos, NBC T 19.2 ) imposto de
forem contabilizados. renda corrente
Um imposto de renda diferido ou diferido e
As diferenças entre as bases: contábil (apresentadas passivo deve ser reconhecido para referida
no balanço) e fiscal (montante que será dedutível ou todas as diferenças temporárias despesa.
tributável para fins de imposto de renda) dos ativos e tributáveis.
passivos são classificadas entre temporárias e
permanentes. Um imposto de renda diferido ativo
deve ser reconhecido para todas as
Diferenças temporárias são aquelas que após um diferenças temporárias dedutíveis
período de amortização, ou outra forma de realização, desde que a entidade:
não mais existirão e, portanto, as bases fiscais e
contábeis serão idênticas (ainda que seja zero: no • tenha obtido lucro tributável em,
caso de um ativo totalmente depreciado). Diferenças pelo menos, três dos cinco
permanentes são aquelas que sempre existirão últimos exercícios sociais; e
independente do tempo incorrido.
• tenha expectativa de geração de
Sobre as diferenças temporárias identificadas, lucros tributáveis futuros,
relacionadas a itens de ativos e passivos na data de fundamentada em estudo de
cada balanço, a entidade deve reconhecer um efeito de viabilidade, que permita a
imposto de renda diferido. As diferenças permanentes realização do ativo fiscal diferido
não geram efeitos diferidos de impostos. em um prazo máximo de dez
anos, ou o limite máximo de
Imposto de renda diferido ativo somente deve ser
compensação permitido pela
inicialmente reconhecido na extensão de que seja
legislação, o que for menor. Os
provável que o mesmo será realizado contra lucros
lucros futuros devem ser trazidos
tributáveis a serem gerados no futuro.
a valor presente com base no
Além do reconhecimento de imposto de renda diferido prazo total estimado para a
sobre as diferenças temporárias identificadas, as realização do ativo fiscal diferido.
entidades também reconhecem contabilmente como
Impostos diferidos ativo ou passivo
ativo, os efeitos de prejuízos fiscais que serão
devem ser classificados entre curto
compensados contra lucros futuros. O reconhecimento
e longo prazo e devem ser
de tais efeitos, seguindo a regra geral para
transferidos para o circulante em
reconhecimento de imposto de renda diferido ativo,
função da expectativa de sua
limita-se à extensão de que seja provável que os
realização.
mesmos serão realizados contra lucros tributáveis a
serem gerados no futuro. Diferentemente das IFRS, não é
reconhecido efeito de imposto de
A mensuração dos ativos e passivos tributários
renda diferido sobre a mais valia
correntes e diferidos é baseada nas alíquotas e
resultante de reavaliação de
disposições da legislação tributária promulgadas na
terrenos, quando estes não forem
data do balanço patrimonial.
destinados à venda.
Os ativos e passivos fiscais diferidos devem sempre
ser classificados como não circulantes, e não devem
ser descontados.
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O custo de um item de ativo imobilizado deve ser (NPC 24 IBRACON, NPC 7 Ativo
registrado quando for provável que a entidade irá obter IBRACON, NBC T 19.1 CFC) permanente
benefícios econômicos futuros associados com o ativo,
e quando o custo do ativo puder ser mensurado com A reavaliação é permitida e quando
segurança. positiva deve ser registrada contra
uma reserva de reavaliação dentro
Os itens de ativo imobilizado devem ser depreciados do patrimônio líquido.
pelo período de sua vida útil, e utilizando-se o método
de depreciação que melhor reflita a forma como a Quando a reavaliação for negativa, o
entidade espera obter os benefícios econômicos a valor do ativo deve ser reduzido na
serem gerados pelos ativos. A vida útil e o método de mesma extensão da reserva de
depreciação dos ativos devem ser revisados pelo reavaliação positiva previamente
menos anualmente. registrada.
Cada elemento de um item do ativo imobilizado cujo Uma provisão para perdas deve ser
custo seja significativo em relação ao total do item, registrada para a parcela do valor do
deve ser depreciado separadamente com base em sua imobilizado que superar o seu valor
vida útil individual (ex.: depreciação de um avião - a vida reavaliado e debitado em conta de
útil das turbinas e o método mais apropriado de despesas não operacionais. Esta
depreciação podem ser diferentes do restante do provisão somente pode ser
aparelho). contabilizada se a perda não for
recuperada através das suas
Além da contabilização de itens de ativo imobilizado a operações futuras.
custo histórico, a reavaliação do ativo imobilizado como
tratamento contábil alternativo, também é permitida Uma reavaliação negativa não pode
pelo IAS 16. ser contabilizada se for a primeira
vez que o ativo estiver sendo
Quando a entidade optar por aplicar o tratamento reavaliado ou quando não houver
alternativo, o ativo imobilizado deve ser reavaliado ao saldo de reserva. Todavia, a entidade
valor justo (que pode ser o valor de mercado e, se não deverá considerar se o seu valor
for disponível, pelo custo de reposição depreciado). Se residual contabilizado é recuperável
um ativo imobilizado for reavaliado, toda a categoria à através das suas operações futuras.
qual pertence este ativo deve ser reavaliada. A
reavaliação deve ser revisada regularmente. Se o seu valor recuperável for inferior
ao seu valor residual contabilizado,
A reavaliação positiva deve ser creditada contra uma e esta diferença for irreversível, uma
reserva de reavaliação no patrimônio líquido, salvo se provisão para perdas deve ser
resultar em reversão de uma reavaliação negativa sobre contabilizada e debitada em
o mesmo ativo registrada anteriormente a débito do despesas não operacionais.
resultado. Neste caso, os efeitos são creditados
diretamente à demonstração de resultado até o A reavaliação deve ser estornada no
montante em que reverter o referido débito. caso de venda ou baixa de um ativo
reavaliado.
A reavaliação negativa deve ser registrada no resultado,
salvo se reverter uma mais valia de valor igual ou menor A reavaliação deve ser efetuada no
anteriormente gerada pelo mesmo ativo; neste caso é mínimo a cada quatro anos.
levado diretamente à reserva de reavaliação.
Uma vez que a entidade optou em
registrar os ativos pelo valor justo
não é permitido seu retorno ao
custo.
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IAS - 17 Arrendamentos
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Na arrendadora
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IAS 18 - Receita
A receita deve ser quantificada pelo valor justo do (NPC 14 - IBRACON) Receitas
montante recebido ou a receber.
A norma brasileira é
A receita referente à venda de produtos é reconhecida conceitualmente similar ao IAS 18,
quando os riscos e benefícios significativos são mas tem algumas diferenças
transferidos ao comprador (a transferência de risco a importantes, conforme descrito
um agente intermediário, tal como seguradora, não abaixo:
cumpre com o requerimento da norma), o vendedor
perde o controle efetivo sobre os produtos vendidos, é • Mesmo que a venda seja por um
provável que benefícios econômicos associados com a prazo mais longo, o desconto a
venda serão obtidos pela entidade, e o valor da receita valor presente não é prática
pode ser mensurado com segurança. contábil adotada;
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Benefícios a empregados são formas de remuneração A norma brasileira (NPC 26) de uma Passivo
pagas por uma entidade em troca da prestação dos maneira geral é consistente com o atuarial.
serviços por estes empregados. Estes benefícios IAS 19.
incluem salários, benefícios por demissão ou término
de contrato e outros benefícios pós-emprego tais como
aposentadoria (“pensão”), seguro de vida e seguro
saúde. Especialmente no caso de planos de pensão,
esses podem ser classificados como plano de
contribuição definida ou plano de benefício definido.
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O balanço patrimonial de uma entidade deve ser As principais diferenças entre a IAS Ativo
mensurado na moeda do ambiente econômico primário 21 e a norma brasileira dizem permanente
onde a entidade opera. Esta moeda é conhecida como respeito à determinação da moeda
moeda funcional. funcional e tratamento de diferenças
de câmbio resultantes de tradução
A moeda funcional é determinada baseada de demonstrações contábeis:
principalmente na moeda que determina os preços das
transações e não na moeda em que as transações (i) Moeda funcional
estejam denominadas.
De acordo com a norma brasileira, a
Uma vez determinada a moeda funcional, todas as moeda funcional de uma entidade é
transações em outras moedas devem ser tratadas a moeda do país onde a entidade
como transações em moeda estrangeira. está localizada. Dessa forma, por
exemplo, não se admitiria uma
Mensuração das transações entidade no Brasil tendo uma moeda
funcional diferente da moeda local, o
Uma transação em moeda estrangeira é registrada na
Real.
moeda funcional da entidade utilizando a taxa de
câmbio da data da transação, podendo utilizar uma (ii) Tradução de demonstrações
taxa média de um determinado período, quando este contábeis
procedimento não causar distorções materiais. Na data
do balanço, itens do balanço em moeda estrangeira O processo de tradução de
são mensurados utilizando a taxa de câmbio da data demonstrações contábeis de
do balanço. Itens de balanço não-monetários investimentos no exterior é similar
denominados em moeda estrangeira são mensurados ao previsto pelo IAS 21, exceto pelo
pela taxa de câmbio da data da transação que o fato de que no Brasil as diferenças
originou. resultantes da tradução são
lançadas diretamente no resultado
As variações cambiais são reconhecidas no resultado do período. Não há no Brasil a figura
do exercício. A exceção à regra é para os casos de um de uma reserva no patrimônio líquido
item monetário que seja parte do investimento em uma onde são registrados os ganhos e
subsidiária/coligada no exterior. Neste caso a variação perdas na tradução.
cambial é lançada em uma reserva no patrimônio
líquido.
Moeda de apresentação
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Economias hiperinflacionárias
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Como regra geral custos com empréstimos devem Similar a IAS 23, exceto pelo fato de
ser reconhecidos como despesas no período em que na prática contábil adotada no
que são incorridos. Alternativamente uma entidade Brasil a capitalização de encargos
pode selecionar como sua prática contábil a financeiros para esses ativos é
capitalização destes custos quando eles puderem requerida.
ser diretamente atribuíveis à aquisição ou
produção de um ativo que leva necessariamente
um tempo substancial para ficar pronto para o seu
uso pretendido ou venda. Como exemplo destes
ativos podemos citar obras em andamento e
estoques de longa maturação.
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Partes relacionadas incluem a entidade controladora, De uma maneira geral não há Saldos e
subsidiárias, coligadas, joint-ventures, outros diferenças entre a prática contábil transações com
acionistas e alta administração, incluindo os membros brasileira e o IAS 24. partes
mais próximos da família e fundos de pensão. Não relacionadas.
estão incluídos nesta lista financiadores e governos até
o ponto em que estejam efetuando transações no curso
normal das operações.
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Uma subsidiária é uma entidade que é controlada por A prática contábil adotada no Brasil Demonstrações
outra entidade (controladora). Controle é definido como contém algumas diferenças contábeis
um poder de determinar as políticas financeiras e importantes em relação a norma consolidadas e
operacionais de uma entidade e dessa forma obter os internacional IAS 27, a saber: de empresas
benefícios de suas atividades. Pressupõe-se que com
controle existe quando um investidor detém mais de • podem ser excluídas da investimentos
50% das ações com direito a voto. Entretanto esta consolidação as entidades em coligadas e
presunção pode não ser verdade à medida que há controladas que se encontrem controladas.
evidência em contrário. Direitos potenciais de voto, que nas seguintes condições: (i) com
podem ser exercidos imediatamente, são considerados claras e efetivas evidências de
na determinação do controle. perda de continuidade e cujo
patrimônio seja avaliado, ou não,
Todas as subsidiárias devem ser consolidadas a partir a valores de liquidação; ou cuja
da data em que o controle sobre os ativos e operações venda por parte da investidora,
da entidade passa para o investidor. Os resultados da em futuro próximo, tenha efetiva
subsidiária passam a integrar o resultado consolidado a e clara evidência de realização
partir desta data. Qualquer ágio apurado na aquisição devidamente formalizada. Além
da subsidiária é considerado ativo da subsidiária para disso, em casos especiais
fins de consolidação. justificados, poderão ser ainda
excluídas da consolidação as
Nas demonstrações contábeis a parcela referente aos
sociedades controladas cuja
não-controladores deve ser destacada, mas tratada
inclusão não represente
como parte do patrimônio líquido consolidado.
alteração relevante na unidade
As demonstrações contábeis da subsidiária devem ter econômica consolidada ou que
sido elaboradas na mesma data de balanço das venha distorcer essa unidade
demonstrações contábeis consolidadas, permitindo econômica. Neste caso a
uma defasagem máxima de três meses, observados entidade é avaliada pelo método
ajustes relevantes neste período. de equivalência patrimonial;
Uma entidade com uma ou mais subsidiárias deve • a parcela dos investimentos em
apresentar demonstrações contábeis consolidadas a controladas em poder de acionistas
menos que todos os critérios a seguir sejam não controladores é apresentada
cumpridos: (i) ela seja por si só uma subsidiária e fora do patrimônio líquido;
esteja dispensada de fazê-lo pela totalidade de seus
acionistas; (ii) suas dívidas ou instrumentos • a defasagem máxima entre
patrimoniais (ex.: ações) não são negociadas em balanço patrimonial controlada e
bolsa; (iii) a entidade não está em processo de o consolidado não pode ser
emissão dos títulos referidos em (ii) acima; e (iv) a sua superior a dois meses;
controladora elabore e divulgue demonstrações
contábeis consolidadas de acordo o IFRS. • a consolidação é requerida
somente para companhias
Nas demonstrações contábeis individuais da abertas
controladora (i.e. sem consolidação), os investimentos
em subsidiárias devem ser mensurados pelo custo ou • nas demonstrações contábeis
como ativos financeiros nos termos do IAS 39. individuais da controladora, as
subsidiárias são contabilizadas
pelo método de equivalência
patrimonial;
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Uma coligada é uma entidade na qual o investidor Para companhias fechadas uma Demonstrações
tenha significativa influência, mas não tenha o controle entidade é considerada coligada e o contábeis
isolado ou em conjunto. Influência significativa é método de equivalência é aplicado consolidadas e
definida como o poder de participar nas decisões das quando o valor do investimento em de empresas
políticas financeiras e operacionais de uma entidade, coligada for relevante. Um com
mas sem controlar estas políticas. Quando uma investimento é considerado relevante investimentos
entidade tem mais de 20% do capital votante de outra quando individualmente ou em em coligadas e
sem controlá-la, pressupõe-se que haja influência. conjunto com outros investimentos controladas.
Entretanto esta presunção pode não ser verdade à representa mais de 10% ou 15%,
medida que há evidência em contrário. Direitos respectivamente, do patrimônio
potenciais de voto, que podem ser exercidos líquido da investidora.
imediatamente, são também considerados na
determinação da influência. Direitos potenciais de voto não são
considerados.
Todas as coligadas deveriam ser contabilizadas usando
o método de equivalência patrimonial a partir da data Devem deixar de ser avaliados pelo
em que a influência referida acima exista. método de equivalência patrimonial
os investimentos em coligadas
Se a participação de um investidor em uma coligada quando estas tenham efetiva e clara
fica negativo por conta de prejuízos acumulados, o valor evidência de perda de continuidade
do investimento é reduzido a zero e perdas adicionais de suas operações ou que estejam
devem ser contabilizadas somente se o investidor tem operando sob severas restrições à
a obrigação de dar suporte financeiro para a investida longo prazo a ponto de impedir a
ou de alguma forma garantido este suporte. Caso tenha transferência de recursos para a
sido este o caso, a investidora continua a reconhecer investidora.
suas perdas na investida na extensão das obrigações
assumidas. Ágios e deságios apurados devem
ser amortizados de acordo com
Nas demonstrações contábeis individuais da investidora seus fundamentos econômicos.
(i.e. sem consolidação), os investimentos em coligadas
devem ser mensurados pelo custo ou como ativos
financeiros nos termos do IAS 39.
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Entidades que operam em ambientes econômicos As normas brasileiras são similares Ativo
considerados hiperinflacionários devem ter suas às normas internacionais exceto permanente,
demonstrações contábeis corrigidas para considerar os pelos seguintes principais aspectos: estoques e
efeitos da inflação. resultado.
Economias que deixam de ser
Uma economia é considerada hiperinflacionária quando hiperinflacionárias:
certas características qualitativas e quantitativas estão
presentes. Estas características incluem dentre outras, As demonstrações contábeis de
comportamento da população em relação à moeda entidades sediadas no Brasil, por
local, indexação de preços a índices de inflação e nível uma determinação legal, deixaram
de inflação acumulada nos últimos três anos (igual ou de ser corrigidas a partir de 31 de
superior a 100%). dezembro de 1995, de acordo com
as práticas contábeis adotadas no
Quando se conclui que a economia é hiperinflacionária, Brasil. Entretanto, para fins de IAS
todos os ativos e passivos não-monetários são 29, o Brasil deixou de ser
corrigidos utilizando um índice de inflação apropriado. considerado com uma economia
Este índice deve ser utilizado consistentemente por hiperinflacionária a partir de 1o. de
todas as entidades operando no mesmo ambiente janeiro de 1998. Isto implica dizer
econômico. que pelas normas internacionais as
demonstrações contábeis de uma
Os ativos a passivos monetários não são corrigidos entidade cujo ambiente econômico
uma vez que já estão expressos em moeda de poder seja considerado o Real, devem
aquisitivo da data do balanço. estar corrigidas até 31 de dezembro
de 1997. Por outro lado, algumas
Os ganhos e perdas que surgem da exposição dos
entidades brasileiras continuaram
itens monetários do balanço à inflação são
preparando suas demonstrações
apresentados na demonstração do resultado.
contábeis de acordo com os
Os requerimentos de correção das demonstrações chamados Princípios Fundamentais
contábeis por conta dos efeitos da hiperinflação devem de Contabilidade, que requeriam que
ser aplicados a partir do ano em que se identifica a as demonstrações contábeis
situação de hiperinflação. A correção se aplica a todas continuassem sendo corrigidas. Até
as demonstrações contábeis, incluindo a o ponto em que as demonstrações
demonstração das origens e aplicações de recursos, contábeis tenham sido corrigidas até
demonstração das mutações do patrimônio líquido e 31 de dezembro de 1997, e não
demonstração dos fluxos de caixa, se incluída. As tenham sido corrigidas após esta
cifras do ano anterior devem ser corrigidas para data, os princípios fundamentais de
estarem comparativas com as cifras do ano corrente contabilidade não apresentam
grandes diferenças em relação ao
Economias que deixam de ser hiperinflacionárias IAS 29.
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O IAS 30 é uma norma que trata exclusivamente de O rigor da divulgação nas A norma não
aspectos de divulgações aplicáveis a bancos e demonstrações contábeis de bancos afeta
instituições financeiras similares.Todas as normas e outras instituições financeiras contabilização
internacionais são aplicáveis igualmente para uma similares no Brasil é regulada pelas de ativos,
entidade independente se esta entidade é uma normas do Banco Central. Em passivos ou
indústria ou uma instituição financeira. Algumas termos de divulgação não há transações. A
normas podem tratar eventuais diferenças, por conta grandes diferenças, além do fato de norma trata
das características de certas atividades, em seus que no Brasil, o balanço patrimonial exclusivamente
textos. Entretanto, no caso específico de bancos e dos bancos segrega ativos e de divulgação.
instituições financeiras similares, o IAS 30 trás passivos entre circulante e longo
requerimentos específicos de divulgação para estas prazo.
instituições.
As notas explicativas propiciam
Um banco ou instituição financeira similar deve divulgar detalhes que auxiliam o usuário a
as seguintes informações: formar suas conclusões.
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
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Uma joint venture é um acordo contratual pelo qual As práticas contábeis adotadas no Demonstrações
duas ou mais partes empreendedores ou “venturers” Brasil requerem o uso da contábeis
empreendem uma atividade econômica, sujeita a um consolidação proporcional no caso consolidadas e
controle conjunto. de entidades controladas em de empresas
conjunto. Não há opção para aplicar com
Controle conjunto é definido como uma partilha o método de equivalência. investimentos
estabelecida em contrato do controle de uma atividade em coligadas e
econômica. Um venturer deve contabilizar seu controladas.
investimento considerando o tipo de joint venture:
operações controladas em conjunto, ativos controlados
em conjunto e entidades controladas em conjunto. O
tipo mais comum de joint venture é a entidade
controlada em conjunto. Para tais entidades, os sócios
controladores incluem em suas demonstrações
contábeis consolidadas sua participação na investida
utilizando o método de equivalência patrimonial ou a
consolidação proporcional.
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Esta norma trás as principais definições relacionadas a Instrução CVM 235/95, Ofício- Patrimônio
instrumentos financeiros, tratando principalmente de Circular/CVM/SNC/SEP Nº 01/ líquido e exigível
divulgação e apresentação desses instrumentos 2005, Comunicado IBRACON 02/ a longo prazo.
financeiros nas demonstrações contábeis. 2002, Lei 6.404/76. O IAS 32 afeta o
balanço
Instrumentos financeiros - definição As normas brasileiras que tratam de principalmente
contabilização e divulgação de na classificação
Instrumento financeiro é qualquer contrato que dá instrumentos financeiros ainda são de instrumentos
origem a um ativo financeiro de uma entidade e um incipientes no Brasil. No aspecto de financeiros
passivo financeiro ou instrumento de patrimônio de uma contabilização, exceto no caso das como
outra entidade: normas emitidas pelo Banco Central instrumentos de
do Brasil - BACEN e pela dívida e/ou
• Ativo financeiro - é caixa, um instrumento Superintendência de Seguros instrumentos
patrimonial de outra entidade (ex: ações), um direito Privados - SUSEP, inexiste no Brasil patrimoniais.
contratual de receber caixa ou outro ativo financeiro norma tratando da contabilização de
ou de trocar ativos financeiros e passivos instrumentos financeiros. Os efeitos
financeiros com outra entidade sob condições que gerados por
são potencialmente favoráveis para a entidade e Com relação à divulgação de estes
contratos onde a liquidação se dará pelo instrumentos financeiros, as normas instrumentos
recebimento de instrumentos patrimoniais da atualmente existentes, apesar de (ex: juros,
própria entidade obedecidas certas condições; inicialmente ser aplicáveis para dividendos, etc.)
(Exemplos: contas a receber, empréstimos entidades de capital aberto, transitam pelo
concedidos, swaps movendo favoravelmente, instituições financeiras e resultado ou
opções compradas, ações etc) seguradoras já estão incorporadas diretamente pelo
como prática contábil adotada no patrimônio
• Passivo financeiro - é uma obrigação contratual de Brasil e não diferem líquido de
entregar caixa ou outro ativo financeiro ou de trocar significativamente na teoria das acordo com a
ativos financeiros e passivos financeiros com outra normas internacionais, apesar de na classificação do
entidade sob condições que são potencialmente prática ainda estar em evolução. instrumento.
desfavoráveis para a entidade e contratos onde a Dessa forma, a
liquidação se dará pela entrega de instrumentos A principal diferença da IAS 32 em
diferença de
patrimoniais da própria entidade obedecidas certas relação à prática contábil adotada no
classificação
condições; (Exemplos: contas a pagar a Brasil diz respeito à classificação de
tem efeitos não
fornecedores, empréstimos e financiamentos, instrumentos financeiros entre
somente no
swaps movendo desfavoravelmente etc) instrumentos de dívida e
balanço
instrumentos patrimoniais. A
patrimonial, mas
• Instrumento patrimonial - é qualquer contrato que contabilidade no Brasil neste
também no
evidencie uma participação residual nos ativos de aspecto ainda é muito baseada na
resultado do
uma entidade depois de deduzidos seus passivos. forma legal do instrumento. Assim,
período.
(Exemplos: ações) instrumentos tais como ações
resgatáveis, que na norma
Um instrumento financeiro é reconhecido nas internacional devem ser
demonstrações contábeis da entidade quando a classificados como instrumento de
entidade se torna parte do contrato referido acima. dívida, no Brasil são tratados como
instrumentos de patrimônio.
(continua)
41
Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
• Impostos a pagar
• Benefícios a empregados
• Contratos de seguros
(continua)
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Divulgações
• Outras divulgações
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
O resultado por ação básico deve ser calculado Para fins das práticas contábeis
dividindo-se o lucro ou prejuízo líquido do período adotadas no Brasil, o cálculo é a
atribuível aos acionistas pela média ponderada da divisão simples do lucro do exercício
quantidade de ações em circulação durante o período, pela quantidade de ações em
incluindo as emissões de direitos e bônus de circulação do capital social da data
subscrição. do balanço.
As cifras comparativas devem ser ajustadas para refletir Não há a figura de lucro diluído por
capitalizações, emissão de bônus de subscrição ou ação.
desdobramento de ações. Se estas alterações
ocorrerem após a data do balanço, mas antes da
autorização para emissão das demonstrações
contábeis, os cálculos por ação daquelas e de
quaisquer demonstrações contábeis de períodos
anteriores apresentadas devem ser baseados no novo
número de ações.
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Aplicável quando a entidade for requerida, ou Não há uma norma que estabeleça Apresentação
voluntariamente decidir divulgar relatórios financeiros os critérios para divulgar relatórios das
intermediários de acordo com as IFRS. financeiros intermediários. demonstrações
contábeis
Os órgãos reguladores de cada país (e não a IAS 34) As companhias abertas são intermediárias.
estabelecem: requeridas pela CVM a apresentar
relatórios financeiros intermediários
• Quais entidades devem publicar relatórios em bases trimestrais. A CVM
financeiros intermediários; estabelece como demonstrações
mínimas requeridas o balanço
• Com que freqüência; e patrimonial, demonstração do
resultado e notas explicativas, além
• Prazo de divulgação após o encerramento do de outras informações que no seu
período interino. conjunto são denominadas
Informações Trimestrais - ITR.
O relatório financeiro intermediário poderá ser divulgado
contendo um conjunto completo ou condensado de As instituições financeiras reguladas
demonstrações contábeis, referentes a um período de pelo BACEN são obrigadas a
tempo menor (interino ou intermediário) do que um apresentar relatórios financeiros
exercício social de uma entidade. intermediários em bases trimestrais.
O BACEN estabelece como
Quando a entidade preparar um conjunto completo de demonstrações mínimas requeridas
demonstrações contábeis intermediárias, as mesmas o balanço patrimonial, demonstração
devem ser preparadas de acordo com o IAS 1, e do resultado, demonstração das
apresentar uma afirmação de cumprimento com os mutações do patrimônio líquido,
requerimentos das IFRS. demonstração das origens e
aplicações de recursos, além de
Entretanto, caso as demonstrações contábeis
outras informações que no seu
intermediárias sejam apresentadas em formato
conjunto são denominadas
condensado, os requerimentos do IAS 34 devem ser
Informações Financeiras Trimestrais
aplicados. Adicionalmente, deve-se divulgar que as
- IFT.
demonstrações contábeis condensadas foram
preparadas de acordo com o IAS 34 e não com as As companhias abertas que sejam
IFRS, uma vez que nem todos os IFRS são cumpridos instituições autorizadas a funcionar
(ex.: IAS 1). pelo Banco Central do Brasil devem
elaborar os dois conjuntos de
O conteúdo mínimo de um relatório financeiro
informações trimestrais requeridos
intermediário condensado compreende: balanço
ITR e IFT.
patrimonial condensado, demonstração condensada de
resultado, demonstração condensada das mutações do O prazo de divulgação é de 45 dias
patrimônio líquido, demonstração condensada dos após a data de encerramento do
fluxos de caixa e notas explicativas selecionadas. período interino.
Estabelece os períodos comparativos para os quais os Os períodos comparativos
relatórios financeiros intermediários são requeridos. requeridos para as ITR e IFT são
determinados pelos respectivos
A materialidade a ser considerada para fins de
órgãos reguladores.
contabilização, mensuração, classificação ou
divulgação deve ser estabelecida com base no período
interino objeto do relatório.
(continua)
45
Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
Uma mudança de política contábil que não esteja Efeitos de mudança de critério
diretamente relacionada à aplicação de uma nova contábil e retificação de erro de
norma (cuja transição esteja prescrita na própria períodos anteriores devem ser
norma) requer a correção das demonstrações contabilizados em lucros ou
contábeis dos períodos intermediários anteriores, prejuízos acumulados, no patrimônio
apresentados como informações comparativas. líquido. De uma maneira geral, as
demonstrações contábeis
comparativas não são ajustadas.
Em alguns casos, dependendo das
circunstâncias, a entidade pode ser
solicitada a refazer e reapresentar
as demonstrações contábeis do
período/ano anterior.
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Essa norma deve ser aplicada na análise de (NPC 24 IBRACON, NPC 7 Ativo
recuperação de todos os ativos não financeiros exceto IBRACON, Pronunciamento VIII permanente e
para estoques, ativos originados por contratos de do IBRACON, NBC T 4, NBC T demais ativos
construção, imposto de renda diferido ativo, ativos 19.6) não-financeiros.
relacionados com benefícios a empregados,
propriedades imobiliárias para investimentos e ativos Não há uma metodologia definida
biológicos relacionados com a atividade agrícola. para medição do valor em uso, não
sendo obrigatório o cálculo de fluxos
Na data de cada balanço patrimonial a ser publicado de caixa líquidos descontados,
pela entidade, a administração deve analisar se apesar desse ser o método
existem indicações de que o valor contábil de um ativo recomendável.
não será recuperado. Caso sejam identificadas tais
indicações, a entidade deve estimar o valor recuperável
do ativo.
(continua)
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Ativos intangíveis são definidos como ativos não (Lei 6.404/76, Pronunciamento Ativo
monetários e sem substância física. Exemplos comuns VIII do IBRACON, Instrução CVM permanente
de ativos intangíveis são: software, patentes, direitos n° 247, 319)
autorais, lista de clientes, licenças, concessões,
relacionamento com clientes, pesquisa e Os custos com pesquisas e
desenvolvimento, etc. desenvolvimento que irão contribuir
na geração de receita por mais de
Nem todos os ativos intangíveis cumprem com os um exercício podem ser
requerimentos da norma para serem reconhecidos capitalizadas como um ativo
contabilmente. Custos incorridos para a obtenção de diferido.
um item de ativo intangível que não atinjam os
requerimentos para reconhecimento contábil, devem Os custos com pesquisas e
ser registrados diretamente como despesa no resultado desenvolvimento devem ser
do exercício. Entretanto, ativos intangíveis identificados avaliados pelo valor aplicado e
em combinações de negócios que não cumpram com deduzidos de amortização
os requerimentos da norma, são registrados como acumulada.
parte do ágio originado da transação.
Todos os custos incorridos no
Os custos incorridos internamente com as atividades estágio pré-operacional, além dos
de pesquisa e desenvolvimento, são segregados e custos capitalizados como ativos
tratados diferentemente. Os custos de pesquisa devem fixos, são capitalizados como ativos
ser registrados como despesa quando incorridos. diferidos.
Nesta fase a administração ainda não consegue
estimar com segurança se o projeto irá ser concluído e
se benefícios econômicos serão obtidos no futuro. Os
custos de desenvolvimento devem ser capitalizados
quando certos critérios específicos apresentados na
norma, são cumpridos pelo projeto e pela entidade.
Tais critérios requerem que a administração demonstre:
(continua)
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Ágio, marcas, títulos de publicação, lista de clientes, O ágio decorrente da diferença entre
custos de iniciação de negócios, custos de o valor de mercado dos bens do
treinamento, custos de propaganda, e custos de re- ativo imobilizado da investida e o
alocação gerados internamente não devem ser valor contábil deverá ser amortizado
reconhecidos como ativos. no prazo da vida útil remanescente
do bem.
Ativos intangíveis, inclusive pesquisa e desenvolvimento
em curso, adquiridos em uma combinação de negócios O ágio decorrente de expectativa de
devem ser reconhecidos separadamente do ágio resultados futuros deverá ser
quando surgirem como resultado de direitos contratuais amortizado no prazo, extensão e
ou legais, ou forem separáveis da entidade podendo proporção dos resultados
ser vendidos, alugados, permutados, etc, sem que a projetados.
entidade tenha sua existência comprometida.
O ágio decorrente da aquisição do
Projetos de pesquisa e desenvolvimento adquiridos de direito de exploração, concessão ou
outras entidades ou em combinação de negócios, são permissão delegadas pelo Poder
registrados como ativo a seu valor justo. Custos Público deverá ser amortizado no
adicionais incorridos com tais projetos somente podem prazo estimado ou contratado de
ser capitalizados quando cumpridos os requerimentos utilização.
de (i) a (vi) acima, a título de projetos de
desenvolvimento.
A administração deve determinar a vida útil de cada O período de amortização deve ser
ativo intangível, com base no período em que se espera determinado pelo período no qual os
que benefícios econômicos sejam obtidos dos ativos, benefícios futuros serão gerados.
prazo pelo qual o custo do ativo deve ser amortizado.
Os ativos intangíveis podem ter sua vida útil estimada A legislação societária permite prazo
como indefinida. máximo de amortização de 10 anos.
Este será o caso, quando o período durante o qual a Se em qualquer período houver
entidade estima que irá obter benefícios econômicos dúvidas sobre a viabilidade e
originados pelo mesmo for tão longo, que a recuperação dos custos de pesquisa
administração não consiga determinar seu termo. Vida e desenvolvimento diferidos, o valor
útil indefinida não significa que a vida útil do ativo é líquido desses custos deverá ser
infinita. baixado imediatamente.
(continua)
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
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Esta norma deve ser lida em conjunto com a norma RECONHECIMENTO INICIAL E Ativos e
IAS 32, que dá as principais definições com relação a CLASSIFICAÇÃO passivos
instrumentos financeiros. financeiros e
Não há previsão na prática contábil patrimônio
RECONHECIMENTO INICIAL E CLASSIFICAÇÃO brasileira. Normalmente estes líquido.
instrumentos são reconhecidos pelo
Todos os ativos e passivos financeiros são seu custo, que pode não ser o seu
reconhecidos inicialmente pelo valor justo. valor justo.
Normalmente o valor justo desses ativos e passivos
será o valor justo do que foi entregue (no caso de um No caso específico de instituições
ativo) ou do que foi recebido (no caso de um passivo). financeiras as categorias são
Quando houver diferença entre eles, essa diferença similares àquelas existentes no
deve ser analisada e contabilizada segundo a sua IFRS:
essência. Por exemplo, a diferença pode ser gerada no
caso de um empréstimo concedido (ou obtido) a taxas • títulos para negociação
mais baixas do que as de mercado para operações
com características similares. Neste caso a diferença • mantidos até o vencimento
é tratada como uma perda (ou ganho) imediato, se a
essência assim o justificar. • disponíveis para venda
O valor justo inicial de um ativo ou passivo financeiro Na norma do Banco Central não há
deve incluir os custos da transação, a menos que eles a opção pelo valor justo, como
sejam mensurados subseqüentemente pelo valor justo existe na norma internacional.
com contra partida no resultado.
• Empréstimos e recebíveis
(continua)
53
Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
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(continua)
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(continua)
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
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O emissor deste instrumento que contém um direito a Não há previsão na norma brasileira.
converter o instrumento em instrumento de patrimônio Em geral o instrumento é tratado
deveria identificar os componente do instrumento e como passivo ou patrimônio,
alocá-los entre passivo e patrimônio líquido. obedecendo a sua forma legal.
Derivativos embutidos em contratos que não estejam Não há previsão na norma brasileira.
altamente relacionado com o contrato em si devem ser Em geral não são segregados dos
separados deste contrato e contabilizados como um contratos.
derivativo isolado. Ou seja, o contrato precisa ser
dividido em contrato-mãe e derivativo. O derivativo deve
ser contabilizado pelo valor justo contra o resultado,
exceto se utilizado como hedging instrument em um
hedge de fluxo de caixa.
O IFRS trabalha com modelo baseado em um fluxo de Não há norma específica emitida,
decisões para determinar se um ativo deve ou não ser exceto para entidades de propósito
baixado em uma transação. Essa análise pode ser específico. Em geral há uma
assim sumariada: tendência de que as avaliações de
transações envolvendo possível
• Se envolveu uma entidade de propósito específico, baixa de ativo financeiro sejam feitas
ela deve ser consolidada? considerando a norma internacional.
(continua)
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O IFRS impõe certas regras rígidas para que o hedge Não há nas práticas contábeis
accounting possa ser utilizado. Para uma entidade adotadas no Brasil normativo
aplicar hedge accounting ela deve ter a documentação específico sobre contabilização de
completa no momento do início da contabilização operações de hedge, exceto para
identificando o item e o risco sendo protegido, o instituições financeiras (Circular
instrumento utilizado para efetuar a proteção, e as Bacen No. 3.082). De uma maneira
políticas de administração de risco e estratégia. Além geral há dois tipos de hedge: de
disso, a administração deve provar que o hedge é fluxo de caixa e de valor justo.
efetivo, ou seja, ele de fato protege a entidade contra o
risco identificado tanto retrospectivamente quanto No caso das entidades não-
prospectivamente (efetividade esperada). Essa financeiras, a ausência de normativo
efetividade pressupõe que o risco sendo protegido seja específico permite a contabilização
razoavelmente eliminado dentro de um "corredor" entre de operações como de hedge sem o
80% e 125% (overhedge). Se a compensação dos mesmo nível de exigência previsto
riscos ficar fora desta margem, o hedge accounting na norma internacional. De uma
deve ser descontinuado retrospectivamente a data em maneira geral, nestes casos, a
que ele foi pela última vez considerado efetivo. aplicação da contabilização do
hedge faz com que o hedging
Os tipos de hedge definidos na norma internacional instrument seja contabilizado
são: de fluxo de caixa, valor justo e investimento seguindo o custo amortizado, ou
líquido. De uma maneira geral o hedge de fluxo de seja, obedecendo a curva do papel,
caixa retarda o efeito da variação do valor justo do em linha com o item sendo
hedging instrument no patrimônio até que a transação protegido. Entretanto, tal
sendo protegida afete o resultado. No caso de hedge procedimento tem sido permitido
de valor justo, os efeitos na variação do valor justo do somente quando a essência da
item sendo protegido (hedged item) são antecipados transação for de cobertura do risco
para o período em que as variações do correspondente associado ao item protegido.
instrumento de hedge afetam o resultado. E,
finalmente, no caso de hedge de investimento líquido No caso de instituições financeiras,
em uma operação no exterior, a variação do valor justo a contabilização é similar ao do
do hedging instrument é lançada contra a reserva do IFRS, exceto pelo fato das regras
patrimônio líquido onde são lançados os ganhos e para aplicar a contabilização de
perdas na tradução do investimento no exterior (CTA). hedge (hedge accounting) serem
menos rigorosas, e também por
algumas transações que podem
levar o item protegido e o
instrumento de hedge a serem
ambos contabilizados pela curva.
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
Propriedades para investimentos são terrenos e Não há na literatura brasileira uma Ativo
edificações que uma entidade mantém para obter norma específica tratando de Permanente e
rendimentos e/ou valorização. Estas propriedades para propriedades para investimento. patrimônio
investimentos podem ser distinguidas das classificadas Normalmente as propriedades para líquido, nos
como ativo imobilizado por não serem para uso próprio. investimento têm tratamento similar casos de bens
aos bens do ativo imobilizado, reavaliados.
Nos casos em que um imóvel é utilizado para sendo mantidos pelo custo histórico
investimento e ao mesmo tempo para o uso próprio menos depreciação e redação por
deverá contabilizado parte em propriedades para perda.
investimento e parte em ativo imobilizado. Por exemplo
em um prédio comercial de propriedade de uma Não há a opção de manter estes
entidade que utiliza alguns andares e aluga os demais ativos pelo valor justo em
para terceiros, a parcela referente aos andares contrapartida ao resultado, exceto
alugados devem ser classificados como propriedade no caso de certos segmentos de
para investimento. negócios, por exemplo: previdências
fechadas, onde, por força de
O custo inicial e eventuais custos subseqüentes de normativos, a entidade é requerida a
uma propriedade para investimento são tratados de manter esses ativos pelo valor justo.
maneira similar aos de um ativo imobilizado. A Entretanto, por ser tratado como
diferença de tratamento fica por conta da mensuração ativo imobilizado está disponível a
subseqüente. Subseqüentemente, a entidade pode opção da reavaliação em
optar entre manter uma propriedade para investimento contrapartida de reserva no
mensurada ao custo histórico menos depreciação, patrimônio líquido.
similar a um ativo imobilizado, ou pelo valor justo.
As propriedades da entidade
No caso do modelo do valor justo, os ganhos e perdas alugadas a terceiros deverão ser
apurados nas avaliações periódicas são lançados apresentadas como investimentos,
contra o resultado. Não há determinação de período quando o aluguel de bens não for
mínimo para avaliação, mas é provável que esta um dos objetos da entidade.
avaliação tenha que ser feita anualmente considerando
mudanças no valor justo. As práticas contábeis adotadas no
Brasil não requerem a divulgação do
Mesmo optando pelo método do custo histórico menos valor justo de ativos com as
depreciação e redução por perda (“impairment”), a características de propriedades para
administração da entidade tem a obrigação de divulgar investimento.
o valor justo da propriedade.
(continua)
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IAS 41 - Agricultura
Esta norma trata da contabilização das atividades As práticas contábeis adotadas no Ativo
relacionadas com a transformação biológica de ativos, Brasil diferem da norma permanente e
tais como animais e plantas com a finalidade direta ou internacional em alguns aspectos estoques.
indireta de venda. significativos, como abaixo indicado.
Todos os ativos biológicos devem ser mensurados pelo Os ativos biológicos no Brasil são
valor justo menos os custos necessários para sua estimados pelo seu valor de custo
venda. Os ganhos e perdas decorrentes da valorização original, ou seja, incluindo os custos
destes ativos devem ser lançados contra o resultado do do ciclo operacional na medida de
período. As produções agrícolas são tratadas como sua transformação, incluindo custos
ativos biológicos e valorizados pelo valor justo até o tais como sementes, irrigações,
ponto de colheita. Depois disso, o valor justo na data adubos etc. A IAS 41 requer a
da colheita passa a ser o custo histórico dessa valorização desses ativos pelo seu
produção agrícola que deve ser tratada de acordo com valor justo.
a norma de contabilização de estoques (IAS 2).
O tratamento contábil dos ativos
Os custos necessários para a venda de um ativo biológicos, na fase de estoque, é
biológico incluem comissões pagas a intermediários e semelhante para fins de práticas
tributos em geral associados à transação de venda/ contábeis brasileiras e IFRS quando
transferência. Estes custos não incluem custos de o método, na prática brasileira, for o
transporte e outros custos necessários para colocar os de custo ou mercado, dos dois o
ativos no mercado. menor.
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A norma define as primeiras demonstrações contábeis Na medida em que não há decisões Todos os
em IFRS como sendo aquelas que contenham uma por parte do Brasil quanto a adoção componentes do
afirmação explícita e sem reservas da adoção das imediata de todas as normas balanço
IFRS. editadas pelo IFRS, não há patrimonial são
diferenças a relatar. potencialmente
Para a elaboração das primeiras demonstrações afetados pela
contábeis em IFRS, a IFRS 1 requer a aplicação As entidades profissionais do Brasil IFRS 1, uma vez
retrospectiva de todas as IFRS em vigor na data do (CFC e IBRACON) têm procurado que é requerido
balanço patrimonial referente ao último exercício harmonizar as normas brasileiras às o recálculo dos
apresentado, exceto quanto a quatorze isenções internacionais. valores dos
opcionais e quatro exceções mandatórias. ativos e
passivos para
As isenções opcionais à aplicação retrospectiva têm
ajustá-los aos
por objetivo reduzir o esforço exigido para a conversão
requerimentos
das demonstrações contábeis em áreas onde os
contidos nas
custos associados poderiam superar os benefícios
normas em vigor
para os usuários. Por outro lado, as exceções, que são
na data das
mandatórias, aplicam-se a casos em que o tratamento
primeiras
retrospectivo não seria apropriado.
demonstrações
As isenções opcionais referem-se à: operações de contábeis.
combinações de entidades; ativo imobilizado;
Em particular,
benefícios a empregados; ajustes cumulativos de
as isenções e
conversão; instrumentos financeiros compostos; data
exceções
de transição para controladas, coligadas e joint-
contidas na
ventures; designação de ativos e passivos financeiros;
IFRS 1 podem
pagamentos baseados em ações; informações
afetar ativos e
comparativas para instrumentos financeiros;
passivos
informações comparativas para contratos de seguros;
provenientes de
obrigações por desmobilização; transações que
combinações de
contêm arrendamento; informações comparativas para
entidades; ativo
ativos resultantes de atividades de exploração e
imobilizado;
avaliação de produtos minerais e avaliação a valor
passivo por
justo de ativos ou passivos financeiros no
obrigações a
reconhecimento original.
empregados;
As exceções referem-se à: baixa de ativos e passivos ativos e
financeiros; ativos mantidos para venda; contabilização passivos
de hedge e estimativas contábeis. financeiros e
passivo por
Informações financeiras comparativas devem ser desmobilização
preparadas e apresentadas com base nas IFRS em de ativos ou
vigor da data das demonstrações contábeis. operações.
61
Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
A norma aplica-se a operações que serão liquidadas Nas práticas contábeis adotadas no As despesas
por meio da entrega de: Brasil, não há norma específica que operacionais,
determine critérios para registro de onde, são
a) ações, opções de ações, ou outros instrumentos operações envolvendo pagamentos registradas as
financeiros de participação patrimonial a terceiros, através de ações ou instrumentos despesas com
sejam eles empregados ou não da entidade; ou financeiros vinculados a ações. remuneração de
empregados em
b) caixa ou outros ativos (transações liquidadas em A Comissão de Valores Mobiliários - ações ou
dinheiro) CVM, através da Deliberação 371/00 instrumentos
que por sua vez ratifica a NPC 26, vinculados a
Todas as transações envolvendo pagamentos
emitida pelo Ibracon, requer apenas ações, são
vinculados a ações são reconhecidas como ativo ou
a divulgação da i) natureza e afetadas pela
despesa, conforme o caso.
condições dos planos de IFRS 2.
Transações relacionadas a pagamentos efetuados remuneração em ações; ii) política
mediante emissões de ações ou outros instrumentos contábil adotada pela entidade e iii) Caso o
financeiros de participação patrimonial são registradas quantidade e valor pelos quais as pagamento em
ao valor justo dos produtos ou serviços recebidos na ações foram emitidas. Tais ações seja
mesma data em que a entidade reconhece tais divulgações são, entretanto, realizado em
produtos ou serviços. Na hipótese em que o valor justo requeridas apenas para plano de conexão com a
dos respectivos produtos ou serviços não possa ser remuneração de empregados em aquisição de
estimado de maneira confiável (ex. serviços prestados ações e não abrangem transações bens, a
por empregados), a entidade deve usar o valor justo dos de aquisição de outros bens ou correspondente
correspondentes instrumentos financeiros (ex. ações serviços. linha do balanço
ou opções de ações) oferecidos. patrimonial será
afetada (ex.
Transações que serão liquidadas por meio de estoques ou
pagamentos em dinheiro são registradas ao valor da imobilizado).
obrigação correspondente ao respectivo pagamento. Pela
subseqüente
Após o reconhecimento inicial, os valores registrados realização do
para transações cujas liquidações serão efetuadas respectivo bem,
mediante emissões de ações, ou outros instrumentos a
de participação patrimonial, não são ajustados. Os correspondente
valores das obrigações decorrentes de transações que linha de
serão liquidadas por meio de pagamentos em dinheiro despesa na
são atualizados na data de cada balanço patrimonial demonstração
subseqüente ao reconhecimento inicial, e até a data do do resultado
efetivo pagamento. Os ajustes ao valor da obrigação também será
são reconhecidos como ganho ou perda na afetada (ex.
demonstração do resultado do exercício. custo dos
produtos
vendidos ou
depreciação).
62
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de Contabilidade
O método de compra deve ser aplicado para todos as (Instrução CVM nº 247/06) Ativos, passivos
combinações de negócios que estejam dentro do e apresentação
escopo do IFRS 3. Desta forma, para uma combinação Operações de combinações de
de negócios que seja coberta pelo escopo da norma, o entidades ou negócios podem
método de união de interesses que era utilizado sob o resultar em aquisições ou fusões de
IAS 22 em certas circunstâncias, torna-se proibido. Em entidades.
uma combinação de negócios, a entidade compradora,
O ágio ou deságio deve ser
que adquire o controle sobre outra entidade (ou
contabilizado com indicação do
negócios), deve sempre ser identificada.
fundamento econômico que o
O custo da combinação dos negócios deve ser determinou.
mensurado por seu valor justo, na data da aquisição. A
Apenas os ativos e passivos
entidade compradora deve alocar na data da
registrados no balanço da entidade
combinação, o custo de aquisição reconhecendo
adquirida são reconhecidos na
contabilmente: os ativos adquiridos identificados, os
compradora, ao valor contábil
passivos e passivos contingentes assumidos, que
original, exceto pela mais valia
cumpram com critérios específicos de reconhecimento
atribuída ao ativo imobilizado que
contábil, mesmo que estes não tenham sido
deve ser reconhecida como parte do
reconhecidos anteriormente pela entidade adquirida em
custo do ativo nas circunstâncias de
suas demonstrações contábeis.
incorporações, se a fundamentação
Os itens adquiridos e assumidos devem ser econômica tiver sido esta.
mensurados a valores justos na data da transação. A
O ágio ou deságio originado na
finalização da alocação do custo de aquisição deve
aquisição corresponde à diferença
ocorrer em até doze meses da data da combinação.
entre o valor pago pela entidade
Quando o valor justo de aquisição for superior ao valor adquirida e o valor contábil original
justo da participação da entidade compradora no saldo dos ativos e passivos registrados no
líquido dos ativos, passivos e passivos contingentes seu balanço.
identificáveis da entidade adquirida, a entidade
O ágio deve ser amortizado em
compradora reconhece contabilmente um ágio
prazo não superior a 10 anos,
originado da transação, referente à diferença entre os
exceto quando decorrente de
valores justos.
aquisição do direito de exploração,
O ágio e outros ativos intangíveis com prazo de vida útil concessão ou permissão delegado
indefinida não são amortizados. O seu valor de pelo poder público. Nesses casos,
recuperação deve ser avaliado no mínimo uma vez por deve ser amortizado com base no
ano, e também sempre que houver uma indicação de prazo de vigência da respectiva
que o valor do ativo não será recuperado pela entidade. permissão pública.
(continua)
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
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de Contabilidade
(continua)
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Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
Isenções similares se aplicam para práticas contábeis As divulgações requeridas pelo IFRS
para contratos de investimento com características de 4 são mais detalhadas no que se
participação discricionária. Seguradoras estão isentas refere a divulgações de informações
de separar e mensurar pelo valor justo derivativos para que o leitor possa melhor
embutidos em contratos de seguro onde certas entender o reconhecimento das
condições são atendidas. Entretanto, componentes de estimativas, prazos e incertezas no
depósito incluídos em contratos de seguro e resseguro fluxo de caixa das entidades
devem ser separados e mensurados de acordo com o decorrentes dos contratos de
IAS 39 onde eles podem ser confiavelmente seguros. As normas brasileiras,
mensuráveis e onde as práticas contábeis da entidade todavia, contém uma lista mais
não requeiram que todas as obrigações e direitos detalhada de informações requeridas
surgidos deste contrato sejam reconhecidos. para o segmento, principalmente no
que se refere a composições e
O IFRS 4 dá as bases contábeis dentro das quais as movimentações de contas
entidades podem modificar suas práticas contábeis patrimoniais e de resultado.
presentes. O princípio que se sobrepõe aos demais é o
de que todas a mudanças devem fazer as As possibilidades de alteração de
demonstrações contábeis mais relevantes e não menos prática contábil no IFRS são mais
confiável ou mais confiável e não menos relevante do flexíveis, nesse primeiro momento,
que sob as práticas contábeis anteriores. Divulgações permitindo que as entidades
detalhadas são requeridas para contratos de seguro, mantenham em sua maior parte as
incluindo valores, prazos e incertezas dos fluxos de práticas utilizadas, restringindo as
caixa derivados destes contratos. alterações para aquelas que
estejam em linha com as diretrizes
do normativo.
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de Contabilidade
Um ativo não-corrente (ou grupo de ativo) deve ser No que se refere a aspectos de Ativos
classificado como mantido para venda quando: seu divulgação, as práticas contábeis permanente e
valor será recuperado principalmente por meio de uma adotadas no Brasil são em essência demais ativos e
transação de venda ao invés de por meio de seu uso; o similares a IFRS 5. passivos
ativo está disponível para venda imediata nas envolvidos em
condições atuais; e sua venda é altamente provável. Entretanto, no que se refere à processo de
Uma venda é considerada altamente provável quando: mensuração de ativos mantidos para venda/
(i) a administração está comprometida em efetuá-la; (ii) venda e de operações em descontinuidade.
há uma ação real para localizar um comprador e descontinuidade, não há uma norma
efetuar a venda; (iii) o ativo é negociado por um valor específica na prática contábil
razoável; e (iv) a venda é esperada para ocorrer em um adotada no Brasil. Atualmente estes
prazo não superior a 12 meses da data da ativos são contabilizados
classificação para este grupo. obedecendo a regra contábil sobre
ativo imobilizado (NPC 7 do Ibracon).
Um grupo de ativos é avaliado como acima quando ele,
como um todo, incluindo os passivos relacionados, O ativo imobilizado que é retirado do
será vendido/transferido em uma única transação. serviço ativo e fica à disposição para
venda deve ser mantido pelo menor
Ativos (ou grupo de ativos) classificados como valor entre contábil e valor líquido
mantidos para venda: (i) devem ser mensurados pelo realizável. Entretanto, não há
menor entre o valor contábil e o valor justo menos o maiores critérios para que um ativo
custo para vendê-los; (ii) não sofrem depreciação; e (iii) seja tratado como disponível para
devem ser apresentados separadamente no balanço venda, exceto para o
patrimonial. reconhecimento contábil de “bens
não de uso” por instituições
Operação descontinuada é um componente de uma financeiras, que seguem regras
entidade que representa uma linha de negócio relevante semelhantes a IFRS 5.
ou uma área geográfica que pode ser distinguida
operacionalmente e financeiramente e para a qual a
entidade tenha vendido ou classificado como disponível
para venda nos termos explicados acima. Pode
também ser uma subsidiária adquirida exclusivamente
com o objetivo de revender.
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Sumário da Comparação das Práticas Contábeis Adotadas no
Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS
A norma se aplica apenas aos custos incorridos em Não há uma norma contábil Ativo
conexão com atividades de exploração e avaliação de específica; de forma similar ao IFRS permanente
recursos minerais. uma entidade pode desenvolver sua
prática contábil para exploração e
IFRS 6 não se aplica para gastos relacionados a avaliação de ativos desde que
atividades incorridas em etapas anteriores à exploração atenda as disposições contidas na
de recursos minerais (ex.: aquelas incorridas legislação societária.
anteriormente à obtenção pela entidade de direto legal
para explorar determinada área), e posteriores à
conclusão sobre a viabilidade comercial e técnica para
a extração de minerais.
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DIRETORIA DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE
Mandato de 6/1/2006 a 31/12/2007
CONSELHO DIRETOR