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Logística
tipos de transporte
E suas Características
Escolha do melhor tipo de
transporte para seu produto
Decisão de transporte
Decisão de transporte
Autoria: Kétnes G. Lopes / Adaptado por: Aguiar Ribeiro de Almeida Junior
Apresentação
Neste módulo vamos aprender sobre os principais pontos relativos ao transporte. Afinal,
porque devemos estudar decisões relativas ao transporte? Porque o transporte é uma das
principais áreas de planejamento, em função de seu impacto nas decisões de lucrativida-
de, fluxo de caixa e retorno sobre os investimentos. Segundo Ballou, o transporte detém
entre 1/3 e 2/3 dos custos logísticos totais!
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste módulo você deverá ser capaz de:
• Conhecer as características dos diferentes modos de transporte: rodoviário, ferro-
viário, aquaviário, dutoviário e aéreo;
• Identificar as variáveis que norteiam a escolha do melhor modo de transporte a ser
empregado no deslocamento dos produtos.
Modos de Transporte
A variedade de serviços de transporte é quase ilimitada e está condicionada aos cinco
modos de transporte: rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo.
Modo Rodoviário
O modo rodoviário é o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, Intermodalidade e
atingindo praticamente todos os pontos do território nacional. Destina-se multimodalidade
principalmente ao transporte de produtos acabados e semi-acabados de São operações que se realizam pela
utilização de mais de um modal de
curtas distâncias. Por via de regra, apresenta preços de frete mais elevados transporte. Isto quer dizer transportar
do que os modais ferroviário e hidroviário, portanto sendo recomendado para uma mercadoria do seu ponto de
mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos origem até a entrega no destino
agrícolas a granel, cujo custo é muito baixo para este modal. final por modalidades diferentes. A
intermodalidade caracteriza-se pela
emissão individual de documento de
O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (rodovias estabelecidas
transporte para cada modal, bem
e construídas com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível, como pela divisão de responsabilidade
manutenção, etc.) é médio. As vantagens deste modo estão na simplicidade entre os transportadores. Na
no atendimento das demandas e na grande agilidade no acesso às cargas, multimodalidade, ao contrário, existe
a emissão de apenas um documento
menor necessidade de manuseio das cargas e pouca exigência quanto às
de transporte, cobrindo o trajeto total
características das embalagens, atua de forma complementar aos outros da carga, do seu ponto de origem até
modos possibilitando tanto a intermodalidade quanto a multimodalidade, o ponto de destino. Este documento é
[Destaque cortina: ] além de possibilitar o transporte integrado porta a porta. emitido pelo Operador de Transporte
Multimodal (OTM), que também
Apresenta como principal desvantagem a possibilidade de transportar somen-
toma para si a responsabilidade
te pequenas cargas. total pela carga sob sua custódia.
Modo Ferroviário
No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento de grandes
tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de distâncias relativamente longas. O
transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agrega-
do e grandes quantidades de carga, tais como produtos agrícolas, derivados de petróleo,
minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros. Este modal não é tão
ágil como o rodoviário no acesso as cargas uma vez que estas têm que ser levadas aos
terminais ferroviários para embarque.
importante
Com relação aos custos, o modo ferroviário apresenta altos custos fixos em equipamentos,
terminais e vias férreas entre outros. Porém, seu custo variável é baixo. Embora o custo do
transporte ferroviário seja inferior ao rodoviário, este ainda não é amplamente utilizado no
Brasil, como o anterior. Isto se deve a problemas de infra-estrutura, diferenças na largura de
bitolas e a falta de investimentos nas ferrovias.
Vantagens Desvantagens
• Adequado para longas distâncias e grandes • Diferença na largura das bitolas;
quantidades de carga; • Menor flexibilidade no trajeto;
• Baixo custo do transporte; • Necessidade maior de transbordo;
• Baixo custo de infra-estrutura. • Tempo de viagem demorado e irregular;
• Alta exposição a furtos.
ModO Aquaviário
O modo aquaviário compreende todo e qualquer tipo de transporte
que envolva vias aquáticas (águas). Ele é subdividido em: transporte
marítimo, realizado em mares e oceanos; transporte fluvial, realiza-
do em rios e transporte lacustre, realizado em lagos.
O transporte marítimo ainda subdivide-se em:
navegação de longo curso (internacional), que faz
a ligação entre países próximos ou distan-
tes e navegação de cabotagem (nacional),
que realiza a conexão entre os portos de
um mesmo país.
Considerando o potencial de suas bacias hidrográficas, o transporte fluvial tem ainda uma
utilização muito pequena no Brasil. É um modal bastante competitivo, já que apresenta
grande capacidade de transporte, baixo consumo de combustível e é menos poluente que
o modal rodoviário.
TOME NOTA
As principais desvantagens do modal aquaviário são: a existência de problemas de transporte
no porto; a lentidão, uma vez que o transporte hidroviário é, em média, mais lento que a
ferrovia e a forte influência do tempo. Sua disponibilidade e confiabilidade são afetadas pelas
condições meteorológicas.
Vantagens Desvantagens
• Maior capacidade de carga; • Necessidade de transbordo nos portos;
• Carrega qualquer tipo de carga; • Distância dos centros de produção;
• Menor custo de transporte. • Maior exigência de embalagens;
• Menor flexibilidade nos serviços aliados a
freqüentes congestionamentos nos portos.
Modo Dutoviário
O modo dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, através
de dutos. A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se princi-
palmente ao transporte de líquidos e gases em grandes volumes e materiais que podem
ficar suspensos tais como petróleo bruto e derivados, minérios.
TOME NOTA
Como vantagens, o transporte dutoviário se apresenta como o mais confiável de todos, pois
existem poucas interrupções para causar variabilidade nos tempos e os fatores meteoroló-
gicos não são significativos. Além disso, os danos e perdas de produtos são baixos. Como
desvantagem está à lentidão na movimentação dos produtos, o que inviabiliza seu uso para
o transporte de perecíveis.
Vantagens Desvantagens
• Transporte de grandes quantidades de carga; • Movimentação lenta;
• Poucas interrupções no processo; • Custos fixos altos.
• Baixas perdas e danos de produtos;
• Baixo custo de transporte;
• Operação realizada 24 horas por dia e 7 dias
da semana.
ModO Aéreo
É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volu-
mes ou com urgência na entrega. As empresas e agentes de todo o mundo
formam uma associação de caráter comercial que é a IATA – International
Air Transport Association, que é o principal órgão regulador do trans-
porte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador é a ANAC,
Agência Nacional de Aviação Civil, do Comando da Aeronáutica.
atenção
atenção
Vale salientar que o custo logístico total é dado principalmente pela soma dos custos de
transporte e os custos de estoque.
Caro(a) aluno(a), não estou querendo dizer que o custo total logístico seja representado
unicamente por transporte e estoque, mas apenas que estes dois custos representam a
maior parcela do custo total. Sabemos que existem outros diversos custos que deverão
ser considerados, como o de armazenagem, o de manuseio, o de processamento de pedi-
dos, dentre outros.
Custo total =
Custo de transporte + Custo de estoque
Após toda essa análise é que o profissional terá condições para optar pelo melhor modo
de transporte. Segundo Ballou a seleção de um modo de transporte pode ser usada para
criar uma vantagem competitiva do serviço. Para tanto é preciso conhecer as peculiarida-
des e as características operacionais de cada modo.
• Velocidade: tempo decorrido em dada rota, sendo o modal aéreo o mais rápido de
todos;
• Confiabilidade: habilidade de entregar consistentemente no tempo declarado em
uma condição satisfatória. Nesta característica, os dutos ocupam lugar de desta-
que;
• Capacidade: característica do modo de transporte de se adequar ao tamanho e tipo
da carga. Neste requisito, o transporte hidroviário é o mais indicado;
• Disponibilidade: capacidade que cada modo tem de atender as entregas, sendo
melhor representado pelo transporte rodoviário, visto permitir o serviço porta a porta;
• Freqüência: caracterizada pela quantidade de movimentações programadas, é lide-
rada pelos dutos, devido ao seu contínuo serviço entre dois pontos.
Tais características são facilmente identificadas no quadro abaixo, no qual quanto menor
a nota recebida, melhor o seu desempenho.
Percebe-se, que através de uma análise qualitativa, o modo aquaviário é o que apresen-
ta menor desempenho (18 pontos), quando observado as características de velocidade,
disponibilidade, confiabilidade, capacidade e freqüência. Vale salientar, que no Brasil, a
maior participação de transporte de carga é do modo rodoviário, que responde por cerca
de 60% dos deslocamentos de produtos e quando analisado sob a ótica das principais
características de escolha, possui o maior desempenho (10 pontos).
importante
Em nosso país, ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas
modais, multimodais e intermodais sejam utilizadas de forma mais racional. Isso ocorre devi-
do ao baixo nível de investimentos nos últimos anos em conservação, ampliação e integração
dos sistemas de transporte, pois houve mudanças pouco significativas na matriz brasileira,
mesmo com as privatizações.
Assim, para satisfazer o cliente e manter o menor custo possível é importante observar,
além das cinco características operacionais, outros tópicos, que de acordo com a situ-
ação se fazem relevantes. Dentre eles podemos citar: preço do serviço, tempo em trân-
sito, rastreamento do embarque, assistência na solução de problemas, perdas e danos e
segurança.
Referências
BALLOU, R. H. (2006). Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – planejamento, orga-
nização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman.
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