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Como Ler Partituras

O SEGREDO da Leitura Musical ENXUTA

Edição 2.0

Os 3 PASSOS Testados Para Começar a Ler Partituras em 15


Minutos e Ser Fluente em até 18 SEMANAS
Sobre o Autor

Henrique Rodrigues

Natural de Brasília, filho da Neusa e do Luiz, é o criador do Blog TeoriaMusicalEmFoco.com.br onde


cria e gerencia conteúdo informativo de teoria, leitura e percepção musical. Vencedor de uma das
Edições do Concurso de Música de Câmara Manoel Carneiro do CEP-EMB e ex-professor do
Conservatório de Música e Artes de Brasília (onde lecionou por 7 anos), hoje é especialista em Ensino
Musical a distância.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 05

O QUE É LEITURA MUSICAL ENXUTA 07

O Que VOCÊ COMO FUNCIONA 13

POR ONDE COMEÇAR 18

Vai Aprender OS TRÊS PASSOS PARA FLUÊNCIA 20

PASSO 1 24

Neste E-Book... MÚSICA E SUAS DIVISÕES

SOM E SUAS PROPRIEDADES


25

27

NOTAS MUSICAIS 31

PENTAGRAMA OU PAUTA MUSICAL 34

LINHAS E ESPAÇOS SUPLEMENTARES 38


SUMÁRIO
CLAVE
O Que VOCÊ MEMORIZANDO O NOME DAS NOTAS
42

49
APLICATIVOS ÚTEIS

Vai Aprender PASSO 2


50

52
O QUE É RITMO
53
Neste E-Book... FIGURAS

PASSO 3
57

61
RITORNELLO
63
CONCLUSÃO
66
Introdução
Finalmente chegamos a VERSÃO 2.0 e antes de qualquer coisa parabéns por ter chegado até aqui, vamos
passar pelo passo-a-passo ideal para quem deseja aprender a ler partituras livre de complicações.

Aqui também falo sobre o conceito que criei e chamo de LEITURA MUSICAL ENXUTA, onde mostro qual a razão
que impede pessoas comuns (como eu e você) de conseguirem ser fluentes na leitura de partituras em menos
tempo que o normal.

Vou te mostrar nas próximas páginas, que o processo de aprendizagem da linguagem gráfica musical, se
dividida em etapas que realmente funcionam, pode ser menos traumático do que parece, além de garantir a
leitura fluente de partituras.

Até o final da leitura deste e-book Você vai Aprender :

- O que é LEITURA MUSICAL ENXUTA e porque você precisa dar atenção à esse Novo Conceito.
- Quais os tipos de Leitura e por qual começar.
- Porque focar APENAS em teoria musical no começo dos estudos pode arruinar com o processo de
conquista da leitura fluente de partituras.
- Quais os 3 Passos Fundamentais para conseguir ser fluente na leitura de partituras.

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E o melhor dessa nova versão... Vou detalhar o nível 1 dos 3 Passos
para fluência musical.

- Leitura do nome das notas.


- Leitura das estruturas rítmicas.
- Leitura de sinais de repetição.

Coloque em prática tudo que vou te ensinar aqui, porque no final você
já vai estar lendo as primeiras partituras e sabendo tudo que precisa
para tocar suas primeiras músicas lendo partituras.
Um abraço,
Boa leitura e bons estudos =)
Henrique Rodrigues

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O que é Leitura Musical ENXUTA?
Vamos começar entendendo o que é a leitura musical... Eu sei
que é óbvio, mas vamos com calma.

A comunicação já começa a ser estabelecida logo no


nascimento de uma criança (para não dizer que é antes
disso). Veja que é através do choro que a criança consegue
manifestar uma necessidade, desejo ou desconforto logo nos
primeiros meses de vida.

Com o incentivo dos pais e ambiente de convivência, depois


de OUVIR repetidas vezes palavras como mamãe, papai,
vovó... Ou depois de observar gestos como: mostrar nos
dedos quantos anos ela tem, a criança começa a falar e
repetir as expressões faciais e gestos que ouviu e viu.

Os anos se passam e depois de ter aprendido a falar e a se


comunicar bem, começa o processo de alfabetização, que é
onde ela descobre que existe uma "foto", uma imagem, uma
forma gráfica de tudo aquilo que ela já sabe na prática.

Apenas depois da alfabetização, é que os conceitos e


definições (maioria de uso analítico) começam a ser
ensinados como: o que é verbo, substantivo, frase e oração...

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Trazendo isso para música, antes precisamos entender que existem
diferentes temas teórico e nos mais diferentes níveis de complexidade dentro
da música e por isso é importante definir o que é mais importante (e porque
é mais importante) em cada etapa da aprendizagem musical.

Aprofundar em alguns assuntos logo no inicio dos estudos musicais pode


retardar o progresso e até desmotivar o jovem músico gerando o abandono
do estudo de teoria musical. Seria como tentar explicar para uma criança de 2
anos o que é uma oração subordinada adverbial, ela não vai entender.

O que pude perceber dentro da sala de aula lecionando por mais de 8 anos e
como aluno (que aliás, sempre serei), foi que a maioria dos alunos, na sede
por aprender teoria musical, concentravam suas energias em tentar aprender
conteúdos teóricos cada vez mais avançados, deixando a prática da leitura e
percepção musical de lado, o que é um erro.

Isso fica ainda pior quando são os professores que pulam a fase de leitura e
percepção musical e enchem a mente de seus alunos com assuntos teóricos
que não são relevantes na iniciação musical.

Mais importante do que saber é realmente fazer.

Quando o objetivo é fluência na leitura de partituras, mais de 83% do


conteúdo teórico torna-se irrelevante.

Para ficar mais claro vou explorar o último exemplo que dei agora pouco... 08
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Veja, por acaso consegue se lembrar de quando você ou alguém que conhece foi alfabetizado?

Consegue me responder quando começou ou qual foi a primeira coisa que aprendeu?

Para ser sincero eu também não lembro ao certo, mas tenho certeza que não foi entender o que era
uma oração subordinada sindética, ou ainda o que era um verbo ou um substantivo, estou certo?

Perceba que os principais elementos de linguagem como consoantes,


vogais, sílabas, palavras, acentuação, pontuação... São as primeiras e
mais importantes coisas a se aprender durante a alfabetização
depois, é claro, de ter aprendido a falar.

Faz sentido?

Ok, depois disso, o que vem para conseguir ter


fluência na leitura?

Simples, para dominar essa habilidade só resta


um exercício: que é praticar a leitura.

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Lembro de quando na sala de aula a professora pedia para que cada aluno lesse um parágrafo de um
texto.

Era comum ter medo de não conseguir ler o texto sem gaguejar. E quando o gaguejo vinha e a leitura ficava
lenta, o melhor consolo era ver que outro colega da turma tinha sido pior do que eu.

Hilário isso, mas você provavelmente também vai lembrar que a solução para esse problema não era saber o
que era uma frase, um verbo ou um adjetivo...

A solução que nos ensinavam para resolver o problema de falta de fluência (que aliás é o que funciona até
hoje) era simplesmente ler... Ler o máximo possível e tudo o que vir pela frente.

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Com a leitura musical acontece exatamente a mesma coisa. Você não precisa saber tudo de teoria musical para ler
partituras bem ou ler milhares de livros de teoria para ser fluente.

(Veja bem...Se você souber o que significa alguns elementos que vou citar agora, ótimo. Se não conhece, tudo bem
também, nem precisa conhecer agora...)

Mas o que quero dizer é que você não precisa saber o que é intervalo, enarmonia, harmonia, baixo cifrado, série
harmônica ou o que justo, aumentado, diminuto, maior, menor e tantos outros elementos de uso analítico musical para
ter uma boa leitura.

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É aqui que nasce o conceito da Leitura Musical Enxuta.

Simplesmente significa que você só precisa aprender o


que é realmente necessário para conseguir
ler fluentemente qualquer partitura.

É literalmente uma alfabetização, onde o foco total é


trazer a experiencia única de poder ter liberdade para
tocar a música que quiser o mais rápido possível.

Entenda, que assim como a criança alfabetizada ganha o


mundo de informação, tendo acesso aos mais variados
tipos de literatura, você também pode ter essa
LIBERDADE com a música.

Leitura Musical Enxuta é saber e fazer o mínimo necessário


para se ter o máximo de resultado com a leitura no menor
tempo possível.

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Como isso é possível?
É simples & 100% prático
Princípio de Pareto

Resumidamente (vale a pena pesquisar esse tema depois), o princípio de Pareto


(famoso 80-20) diz que 80% dos resultados são gerados por 20% dos esforços.

Esta teoria tem sido aplicada no campo da economia, política e educação com muito
sucesso há anos.

Exemplo:

É possível ser fluente em qualquer idioma tendo no vocabulário 800 palavras da nova
língua pretendida, entretanto, não basta ser qualquer palavra, e sim as mais
usadas. Então essas 800 palavras devem fazer parte dos 20% das palavras mais
usadas do idioma.

Ou seja, a ideia é focar no que realmente pode gerar o resultado que você deseja e
naturalmente, quanto mais palavras aprender, melhor será a fluência.
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Como fica na música?

A teoria musical em si é muito extensa e existem vários níveis de dificuldade e


interesse individual de cada pessoa.

Temos na teoria musical básica temas como: notação musical, regras de grafia,
classificação de intervalos, inversão de intervalos, formação de acordes, enarmonia,
depois temos tríades, tétrades, baixo cifrado, contraponto, harmonia, instrumentação,
organologia, historia da música, análise musical, composição e dezenas de outros
assuntos IMPORTANTÍSSIMOS principalmente para quem pretende se profissionalizar.

Entretanto, para leitura fluente de partituras você não precisa saber nem 80% de
tudo que citei acima.

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Aplicando o princípio de Pareto nós temos o seguinte:

Dentro da teoria musical como um todo, 20% (talvez menos) é relevante para leitura de
partituras, é o que estudamos em notação musical.

Dentro desses 20% da notação musical, aplicamos mais uma vez o princípio de Pareto
para extrair os 20% que vão gerar o resultado de aproximadamente 80% de fluência
na leitura de partituras.

Simples assim.

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A ideia é exatamente simplificar o máximo possível
o processo de alfabetização musical e tomar cuidado
para não acontecer o que muitos já chamam de
Information Overload, que nada mais é do que
uma overdose de informação.

Por isso abandonar o estudo prático de leitura


musical para aprender mais teoria pode arruinar com
a fluência musical de qualquer pessoa.

Veja, o objetivo número um de quem começa a


estudar música, é tocar no instrumento que escolheu
as música que gosta, faz sentido? E nada dá mais
prazer de fazer do que ter a LIBERDADE de tocar as
músicas que amamos ouvir.

Por isso não é de se admirar que milhares de pessoas


que começam a estudar algum instrumento, sintam-
se desmotivadas ao estudar teoria musical quando o
assunto não tem aplicação na prática instrumental.

É exatamente isso que precisa ser quebrado em


etapas: primeiro vem a alfabetização musical (leitura
fluente de partituras), depois a teoria musical
avançada.

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Paralelo a isso, ainda temos a percepção
musical - ver→, que superficialmente falando é
sem dúvida alguma o elemento mais importante
na educação musical.

É através dela que conseguimos desenvolver o


solfejo, a crítica musical, escrever músicas no
formado das partituras, tirar músicas de ouvido,
reconhecer instrumentos, entre outras coisas.

É um pouco mais complexo que isso e aqui são


mais alguns anos de estudo para resultados de
altíssimo nível.

Mas não é foco deste material.

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Então por onde começar?
A ordem ideal de aprendizado musical fica assim:

- Alfabetização musical (Aplicando o conceito da Leitura Musical Enxuta)

- Percepção Musical

- Solfejo

- E então, Teoria Musical Avançada

Aqui vamos estudar apenas um pouco do princípio da Leitura Musical Enxuta, nela, utilizamos apenas dois dos três
tipos de leitura que existem, que são: a leitura rítmica e a leitura métrica.

O terceiro tipo, que é o solfejo (leitura musical com alturas definidas), embora seja importantíssimo na vida de
TODO músico, ele começa com a percepção musical e por isso precisaríamos de áudio para entender melhor, mas
para quem busca fluência na leitura de partituras para tocar o mais rápido possível as músicas que gosta e assim
desenvolver novas habilidades em seu instrumento, aprender a solfejar não é necessariamente obrigatório agora.

Devo destacar que a percepção musical e o solfejo podem (e a recomendação é que DEVEM) ser desenvolvidas e
trabalhadas paralelamente com a parte de iniciação musical, nada impede que seja assim. Isso porque no médio e
longo prazo, a boa percepção musical e solfejo acabam fazendo uma diferença absurda no nível de musicalidade do
estudante.
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Hora de ir para prática. Na medida que vamos
avançando no conteúdo, cada conceito vai ficar
mais claro, tudo bem?

Então não se preocupe se não entendeu muito bem o


que cada tipo de leitura significa.

Agora, me permita te conduzir pelo caminho ideal de


iniciação musical, vou te mostrar apenas o que é
estritamente necessário para começar a ler
partituras.

Vai aqui uma introdução da aplicação do princípio e


conceito que criei e chamo de Leitura Musical Enxuta,
onde seguindo a metodologia completa → que
recomendo, é possível alcançar a fluência na leitura
de partituras em até 18 SEMANAS.

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Leitura Musical Enxuta
Os 3 PASSOS Para Fluência
O Princípio da Leitura Musical Enxuta é dividido em apenas 3 PASSOS que já foram testado e estão
livres de complicações. Simplesmente precisamos entender e praticar tudo que é ensinado em cada
etapa, são eles:

» PASSO 1 - Leitura e memorização das notas na pauta musical.

» PASSO 2 - Leitura e memorização dos padrões rítmicos mais comuns.

» PASSO 3 – Leitura das abreviaturas e sinais de alteração melódica e rítmica.

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Os dois primeiros passos são os mais importantes, visto que, uma
vez que entendemos como funciona a leitura do nome das notas e
não temos dificuldades com as divisões rítmicas, todos os outros
elementos de alteração melódica e rítmica como: sinais de
dinâmica, andamento e ornamentos por exemplo, tornam-se
ridiculamente fáceis de ler e interpretar.

Durante a leitura de uma partitura, precisamos ler


simultaneamente no mínimo dois elementos: o nome das notas e a
duração dessa nota.

Posteriormente acrescentamos os elementos de notação musical


do terceiro passo.

É bom frisar que a interpretação e a habilidade técnica no


instrumento, naturalmente exige mais dedicação, mas não ter
dificuldades para ler partituras certamente abrevia brutalmente os
resultados técnicos e interpretativos no instrumento.

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Durante o processo de aprendizagem dessa nova linguagem, talvez
o maior desafio seja conseguir ter a leitura fluente dos três
elementos de cada passo simultaneamente, ou seja, as três
informações ao mesmo tempo.

E a melhor forma de vencer essa dificuldade é dividir em etapas,


estudando separadamente cada passo do processo e ir
acrescentando aos poucos cada nova informação.

Primeiro trabalhamos com a leitura do nome das notas – isso


porque embora existam muitas notas, as possibilidades de
variações nos saltos, mesmo sendo muitas, existe um limite para
cada instrumento.

Quanto mais fluente você consegue deixar a leitura do nome das


notas, mais tempo tem para entender e processar as informações
dos próximos passos.

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No segundo passo temos a leitura rítmica – essa sim pode dar um pouco mais de trabalho, mas uma vez que
entendemos a lógica por trás das divisões e trabalhamos na compreensão e memorização dos padrões mais
comuns, mesmo sendo infinitas as possibilidades de combinações, com o método certo, é possível ter uma visão clara
como a água do que está acontecendo ritmicamente em qualquer partitura.

Por último nos resta o terceiro passo, que é a leitura dos elementos de alteração rítmica, melódica e sinais de
repetição, que realmente é o elemento mais fácil.

Agora que entendemos o principio da metodologia, quero mostrar um pouco mais na prática como começar.

Aqui vou dar as diretrizes para você começar a passar com sucesso por cada passo.

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PASSO 1
Notas Musicais
Música e Suas Divisões
Antes mesmo de falar sobre notação musical, é importante entender
alguns conceitos de linguagem que você vai precisar saber para
assimilar melhor o que vamos estudar, combinado?

Vamos lá... A música em seus muitos conceitos pode ser sintetizada


como “a arte que expressa os diversos sentimentos, ideias ou
sensações através do som”.

E ela é constituída de pelo menos três divisões básicas: melodia,


harmonia e ritmo.

Melodia é a combinação dos sons de forma sucessiva, ou seja, um


som após o outro. Temos aqui uma concepção horizontal da música.

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A harmonia é a combinação dos sons de forma
simultânea, ou seja, sons ao mesmo tempo. Temos
então uma concepção vertical da música.

E por último temos o ritmo, que é a combinação dos


valores.

Ritmo não é um som, ritmo é a organização da duração


do som ou do silêncio dentro de um espaço de tempo.
“O Ritmo é a ordem do movimento.”

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Som e Suas Propriedades

Agora é importante saber um pouco mais sobre o som, que é a matéria prima
da música e tem particularidades interessantíssimas. As quatro
principais propriedades do som são: altura, intensidade, duração e timbre.

ALTURA nada mais é do a velocidade das frequências, ou seja, quantas


vibrações por segundo um som tem. Simplificando é o que diferencia um som
grave de um agudo. A medida da altura é chamada de (Hz) Hertz.

Quanto maior for a velocidade das frequências,


das vibrações por segundo, mais agudo é o som.

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Agora a INTENSIDADE é o grau de volume sonoro; é o
grau de força aplicado na nota ou som.
É a intensidade que diferencia um som forte de um som
suave, fraco ou usando um termo mais musical: um som
piano.
Já a DURAÇÃO do som é simplesmente o tempo de
emissão do som.
E por último temos o TIMBRE, que é a "cor do som", é a
“identidade, qualidade ou colorido” de um som. Ele é o
que diferencia o som de um violão do um som de um
violino, por exemplo.

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Agora só precisamos diferenciar os dois tipos de sons que
existem.

Veja, definindo o som com apenas uma palavra, som é


simplesmente VIBRAÇÃO e existem duas classificações
para essas vibrações: Vibração Regular e Vibração
Irregular e ambas são utilizadas na música.

Vibração Irregular são os sons de altura indefinida, ou


seja, não existe regularidade nas ondas sonoras ,
costumamos chamar esses sons de barulho ou ruído,
embora exista instrumentos musicais com essa
característica, por exemplo o chocalho e o reco-reco.

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A Vibração Regular são os sons com altura definida, ou seja, sons com regularidade nas ondas sonoras ou
frequências. É o som de um piano, violão, guitarra, por exemplo.

Os sons com altura definida são o que chamamos de notas musicais.

Agora sim podemos entrar definitivamente na notação musical, veja:

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As notas musicais são sílabas e/ou sinais gráficos que representam os sons de altura definida.
Embora existam dezenas de notas musicais, utilizamos apenas 7 sílabas que se repetem a cada ciclo, são
elas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.

Em ordem ascendente (subindo), o som fica mais agudo:

Dó...
Si

Sol

Mi

...Dó

E em ordem descendente, o som fica mais grave:

... Dó
Si

Sol

Mi

Dó...

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Exercício
Escreva o nome das notas a partir da nota dada inicialmente em ordem
ascendente:

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Exercício
Complete com o nome das notas que estão faltando. Observe se o
movimento das notas é ascendente (esquerda para direita) ou
descendente (direita para esquerda).

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O Pentagrama ou Pauta Musical
O pentagrama ou pauta musical, é esse sistema de cinco linhas paralelas que formam quatro espaços
equidistantes e é onde escrevemos as notas musicais: nas linhas e nos espaços.

5ª Linha
4º Espaço
4ª Linha
3º Espaço
3ª Linha
2º Espaço
2ª Linha
1º Espaço
1ª Linha

IMPORTANTE
Conta-se as linhas e os espaços de baixo para cima, de forma que na
leitura, quanto mais em cima a nota é grafada, mais agudo é o som
e quando mais em baixo a nota é grafada, mais grave é o som.

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Veja o exemplo abaixo, qual das duas notas é a mais aguda?

A segunda: grafada na quarta linha.

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E neste segundo exemplo, qual é a nota mais grave?

A segunda também, só que agora grafada na terceira linha.

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Exercício
Escreva a nota onde se pede:

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Linhas e Espaços Suplementares
As linhas e espaços suplementares ou complementares são uma extensão das cinco linhas do
pentagrama.
Após a 5ª Linha do pentagrama, veja que aparece o 1º Espaço Suplementar SUPERIOR e já na sequencia
vem a 1ª Linha Suplementar SUPERIOR e assim sucessivamente.
4ª Linha Suplementar Superior
4º Espaço Suplementar Superior
3ª Linha Suplementar Superior
3º Espaço Suplementar Superior
2ª Linha Suplementar Superior
2º Espaço Suplementar Superior
1ª Linha Suplementar Superior
1º Espaço Suplementar Superior

1º Espaço Suplementar Inferior


Observe agora que abaixo da 1ª Linha do 1ª Linha Suplementar Inferior
pentagrama acontece o mesmo, aparece o 2º Espaço Suplementar Inferior
1º Espaço Suplementar INFERIOR e já na 2ª Linha Suplementar Inferior
3º Espaço Suplementar Inferior
sequencia vem a 1ª Linha Suplementar 3ª Linha Suplementar Inferior
INFERIOR e assim sucessivamente. 4º Espaço Suplementar Inferior
4 ª Linha Suplementar Inferior

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A lógica sequencial continua a mesma, veja:

A nota grafada na terceira linha suplementar (ou complementar) superior, é mais aguda que a nota
grafada no primeiro espaço suplementar superior, por exemplo, veja:

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Veja esse outro exemplo...

A nota grafada na segunda linha suplementar inferior é mais aguda que a nota grafada no quarto espaço
suplementar inferior.

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Exercício
Escreva a nota onde se pede:
1º Esp. Sup. Sup. 2ª Linha Sup. Inf. 1º Esp. Sup. Inf.

2º Esp. Sup. Inf. 3ª Linha Sup. Sup. 2º Esp. Sup. Sup.

4º Esp. Sup. Inf. 2ª Linha Sup. Sup. 3º Linha. Sup. Inf.

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Claves
Agora já familiarizado com o pentagrama, podemos continuar.

A posição da nota no pentagrama indica apenas a diferenciação das alturas. Com o que vimos até aqui, ainda não é
possível identificar o nome das notas.

Para isso, entra em cena um famoso sinal gráfico chamado de CLAVE. Esse sinal é colocado no começo do pentagrama e
nomeia a linha a qual está escrita a clave. Existem 3 claves: a de Sol, de Fá e Dó. Cada clave tem uma característica
específica quanto a altura.

Clave de Sol Clave de Fá Clave de Dó

Violino, bandolim, órgão, flauta,


cavaquinho, oboé, piano, gaita, Contrabaixo, violoncelo,
tuba, trombone, fagote, Viola Clássica, trombone* e
guitarra, trompete, clarineta, fagote*...
violão, teclado, saxofone, etc.. piano, órgão, teclado, etc...

* Ocasionalmente em trechos muito agudos para o instrumento.


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Clave de Sol
A clave de sol é típica de instrumentos de extensão médio-aguda e é grafada na Segunda
Linha do pentagrama , isso quer dizer que na segunda linha temos a nota sol, veja:

Sabendo o nome de uma das notas, no caso a nota sol, conseguimos saber o nome das
outras notas.

A distância mínima de uma nota para outra no pentagrama, é de um espaço para uma linha
ou de uma linha para um espaço. Então temos o seguinte:

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Exercício
Escreva o nome das notas:

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Clave de Fá
A clave de fá é típica de instrumentos de extensão grave e pode ser grafada na Terceira e
Quarta Linha do pentagrama, aqui vamos estudar apenas a mais utilizada que é a grafada
na Quarta Linha, veja:

Sabendo o nome de uma das notas, no caso a nota fá na quarta linha agora, conseguimos
saber o nome das outras notas.

Então temos o seguinte:

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Exercício
Escreva o nome das notas:

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Clave de Dó
A clave de dó pode ser grafada na Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Linha do pentagrama,
então sua extensão varia da grave à aguda, mas aqui vamos estudar apenas a mais utilizada
que é a grafada na Terceira Linha, típica de instrumentos com extensão médio-aguda veja:

Sabendo o nome de uma das notas, no caso a nota dó na terceira linha, conseguimos saber o
nome das outras notas.

Então temos o seguinte:

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Exercício
Escreva o nome das notas:

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Dicas Para Praticar...
Memorizando o Nome da Notas

Agora que você já sabe qual clave estudar e a identificar o nome de algumas notas no pentagrama, é
hora de praticar o máximo possível. Por isso vai aqui mais algumas dicas:
DICA 1 - Tente ler os exercícios anteriores sem escrever o nome das notas, faça isso várias vezes e
preferencialmente na clave que é típica do seu instrumento.
DICA 2 - Em uma folha com pauta, escreva a clave a ser estuda e notas aleatórias nas linhas e nos
espaços já tentando falar o nome de cada nota. Se tiver muita dificuldade escreva também o nome
das notas na folha.
DICA 3 - Outra opção (que aliás gosto bastante) é usar aplicativos de celular para treinar... E aqui vão
dois que eu recomendo...

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Jogo das Claves
- Navegação fácil e intuitiva
- Gratuito
- Dinâmico (Ranking de Pontuação)
- Disponível apenas para Androide.

Acesse do Seu Celular o link:

TeoriaMusicalEmFoco.com.br/app/JogoDasClaves

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Music Buddy (Meu Preferido)

- Disponível para iOS e Androide


- Pago (Muito Barato, vale muito a pena ter)
- Outras funções: Claves, Armaduras e Classificação de
intervalos.

Acesse do Seu Celular o link:

Apple Store
TeoriaMusicalEmFoco.com.br/Apple/MusicBuddy

Google Play
TeoriaMusicalEmFoco.com.br/Google/MusicBuddy

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PASSO 2
Figuras Musicais - Ritmo
O que é Ritmo e
Duração?
Uma vez que adquirimos fluência na leitura do
nome das notas, podemos explorar um pouco da
leitura rítmica.

Para começar, o que é ritmo?

Bem... Ritmo é uma das divisões da música e é a


combinação dos valores, é como o som e/ou
silêncio é organizado num espaço de tempo.

Aqui começamos a lidar de forma mais específica


com outra propriedade do som: a duração, que nada
mais é do que o tempo de emissão do som.
Essa duração do som é medida com base em um pulso
regular.

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Para ficar mais fácil toda explicação desse passo, vou pedir para que pense no tic-tac dos
ponteiros de um relógio. Esse pulso regular será nosso guia e parâmetro de duração.

Tenha cada potinho amarelo aqui embaixo como um pulso dos segundos do relógio.
Com base nesse pulso é que vamos mensurar a duração do som.

Agora, cada retângulo azul representa um som, combinado? E deve ser cantado com o uso da sílaba “Du”
(é um exemplo) logo, temos para cada pulso, um som.

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Vamos agora dobrar a duração desses sons, vamos sustentar o som por dois pulsos, veja:

Podemos dobrar mais uma vez a duração desses sons, acompanhe:

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Agora, ao invés de cantar apenas a sílaba "du" com a duração do som, vamos substitui-la pelo nome das notas...

Nós acabamos de fazer o que é chamado de divisão binária dos valores. O princípio dessa regra, é
dividir ou multiplicar por dois qualquer valor.

Esta ilustração mostra a matemática por trás das figuras musicais... São elas (as figuras musicais)
que nos dizem qual é a duração do som. Aqui neste e-book, vamos estudar apenas três delas: a
semínima, a mínima e a semibreve.

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Simplificando a regra, temos o seguinte:
Qualquer figura vale o dobro da figura posterior e metade da anterior.

Na ordem, a primeira figura é a semibreve, partindo dela, cada nova figura tem o seu valor dividido
por dois, então temos:
SEMIBREVE MÍNIMA SEMÍNIMA

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Observe mais uma vez a nossa primeira ilustração da divisão rítmica:

Trazendo para notação rítmica musical temos o seguinte:

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Agora substituindo o nome das notas pela pauta musical vai ficar assim, veja:

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E por último, adicionamos a fórmula de compasso (a fração logo após a clave) e os travessões.
Entenda que isso você não precisa saber o que significa agora porque o acréscimo desses sinais não interferem no
como deve ser lida e tocada essa partitura, mas é assim que ela vai ficar:

4
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PASSO 3
Variações - Ritornello
Aqui no terceiro passo vamos passar por um dos elementos de leitura
que já pode ser adicionado agora.

Essa terceira etapa pode ser estudada paralelamente com o que


estudamos até aqui, esse passo não exige muitos pré-requisitos, mas até
chegarmos ao nível de ter a leitura fluente ainda existe muita coisa a ser
estudada e trabalhada principalmente no passo 2.

Como a ideia aqui é ensinar a você como começar a ler partituras fluentemente → e qual é a linha de raciocínio
que você deve seguir para conseguir ter uma leitura musical fluente, quero mostrar como funciona cada passo,
então vamos lá...

Antes, é importante deixar claro PORQUE o terceiro passo deve ser acrescentado aos poucos:
Veja, a leitura do nome das notas e/ou da duração do som, aparecem em toda partitura, por isso são os pilares da
boa leitura.

As variações de notas, ritmo, sinais de repetição, ornamentos, dinâmica e andamento podem ser menos comuns no
começo dos estudos e em partituras fáceis. A maioria desses sinais e variações começam a levar a música para o
estágio da interpretação (o que é muito importante), mas pode não fazer muito sentido ou se tornar muito difícil a
compreensão se os dois primeiros passos não forem bem executados.

Por isso minha recomendação e que cada elemento desse terceiro passo seja acrescentado gradativamente como
vamos ver no próximo exemplo.

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O elemento que vamos conhecer agora é um sinal de repetição, o nome dele é ritornello.

Ele indica que o trecho musical que aparece dentro dele deve ser repetido antes de continuarmos a leitura, veja:

A execução fica assim: A – B – C – B – C – D – E

Agora se aparece apenas um ritornello com os dois pontos voltados para o lado esquerdo da
partitura, significa simplesmente que a leitura deve voltar ao começo da música. Veja o exemplo:

A execução fica: A – B – C – D – E – A – B – C – D – E

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No exemplo que estou usando vou colocar o ritornello no final, veja:

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Veja como fica a execução. E fazendo a comparação, perceba como o uso do ritornello
deixa a partitura mais limpa e organizada:
Notação Execução

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Parabéns!
Tentei ser o mais claro possível para que esse material não trouxesse mera informação teórica e sim
algo que fosse realmente prático.

Esse material é apenas uma porção do que é e qual o poder da LEITURA MUSICAL ENXUTA. Com
certeza ao vivo ou em uma vídeo aula tudo pode ficar ainda mais claro. Então se você deseja sentir
tudo isso um pouco mais na prática sugiro clicar aqui → para tentar uma vaga em dos nossos
treinamentos se ainda houver vagas.

Espero ter conseguido passar a mensagem de que a metodologia e a orientação certa podem trazer
o resultado que nunca imaginou conseguir.

Espero também te encontrar em um outro momento para irmos um pouco mais a fundo nisso e se esse
material de alguma forma te ajudou, me deixe um comentário no post, combinado? Comentar →

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Muito obrigado por acreditar e confiar neste trabalho.

Grande abraço
Henrique Rodrigues =)

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