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Criatividade
Manuel Falleiros
USP
manufall@gmail.com
Devemos levar em conta que, mesmo que o produto da improvisação seja ela
própria, em alguns casos ela pode se aproximar desta categoria de produto-arte. Por
exemplo, quando sob a fixada por uma gravação ou mesmo uma transcrição, ou seja,
feita sob um planejamento finalista, com um esquema arquetípico ideal posto
previamente para ser alcançado. Dessa forma, apenas a condição de música improvisada
não a torna exclusiva de ter intrínseca a condição de objeto de tendência processual.
Sabemos que, no caso da livre improvisação, o objeto é justamente o foco no processo
devido à importância do fluxo.
A improvisação não é um ato criativo que depende de uma longa preparação
por parte dos músicos. O artista de livre improvisação não seleciona apenas as
“ferramentas” mais adequadas e faz uso do corpo de habilidades necessário para
trabalhar no que precisa realizar. Alguns improvisadores não recolhem materiais úteis e
nem aprendem sobre a natureza específica da matéria que precisam transformar. Já na
livre improvisação, especificamente, tudo é útil e inútil, porque este improvisador não
saberia previamente sobre a natureza do seu ofício ou da matéria, justamente porque o
produto não a determina. Assim qualquer um possui material para improvisar
livremente, basta ter em vista qual situação musical será criada.
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“Improvisational performance has been neglected by many fields that study creativity and the arts,
including both philosophy and psychology. Psychologists, for example, have focused on product
creativity: activities that result in objective, ostensible products-paintings, sculptures, musical scores
which remain after the creative act is complete. Product creativity generally involves a long period of
creative work leading up to the creative product. In contrast, in improvisational performance, the creative
process is the product […].” Tradução nossa.
BRITO, Maria Teresa Alencar. Por Uma Educação Musical Do Pensamento: Novas
Estratégias De Comunicação. Tese defendida no Programa de Comunicação e
Semiótica: PUC/SP, 2007.
SAWYER, R. Keith: Improvisation in the Arts. The Journal of Aesthetics and Art
Criticism, Vol. 58, No. 2, (Spring, 2000), pp. 149-161. Blackwell Publishing on behalf
of The American Society for Aesthetics Stable URL:
http://www.jstor.org/stable/432094 Acessado: 12/11/2009 16:31.