Você está na página 1de 22

FATERN – GAMA FILHO

COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA – COPPE


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FORENSES
MÓDULO: METODOLOGIA DA PESQUISA
PROFESSOR: Ricardo Manhães de Araújo

INTRODUÇÃO:

Esta apostila não pretende esgotar as informações necessárias à construção de trabalhos


científicos, mas apontar alguns caminhos para que você escolha o mais adequado a sua realidade. É
importante, portanto, a busca por outras fontes bibliográficas sobre essa temática de modo a que
outras opções metodológicas possam ser conhecidas.
O trabalho de conclusão de curso – TCC determinado pela Coordenação desse curso de pós-
graduação foi na forma de artigo científico e, com isso, após uma breve introdução de alguns
conteúdos conceituais, será apresentado um roteiro básico para a construção de um artigo científico
a fim de que ao final deste módulo o aluno possa apresentar uma proposta de artigo a ser
desenvolvido.
Todo trabalho científico deve ser baseado em um projeto de pesquisa e, como tal, precisa
responder às seguintes perguntas:
• O que pesquisar? (Onde define-se o problema, hipóteses, base teórica e
conceitual);
• Por que pesquisar (Justificar a escolha do problema);
• Para que pesquisar? (Explicitar os objetivos do estudo);
• Como pesquisar? (Apresentar a metodologia da pesquisa);
• Quando pesquisar? (Expor através de cronograma);
• Com que recursos? (Apresentar o orçamento previsto);
• Pesquisado por quem? (Explicitar a equipe envolvida, pesquisadores,
coordenadores e orientadores).

O TEMA:

A escolha do tema surge a partir da primeira pergunta – o que pesquisar? Ela pode ser
respondida através das seguintes formas:
• A partir do cotidiano do pesquisador;

1
• Das vivências que um profissional experimenta;
• Por meio dos contatos com especialistas individualmente ou de forma coletiva em
Congressos, Seminários, etc. que podem proporcionar novas inquietações;
• Através de leituras que podem indicar controvérsias ou apontar novas lacunas do
conhecimento que precisam ser preenchidas;
• Pela criatividade que surge repentinamente indicando um problema a ser investigado.

ARTIGO CIENTÍFICO:

Visa publicar os resultados de um estudo. O artigo tem formato reduzido, mas deve ser
sempre um trabalho completo e integral (notas, revisões, citações).
São publicados em revistas especializadas para divulgar conhecimentos, comunicar
resultados e novidades, contestar, refutar ou apresentar soluções para uma situação controvertida.

Itens do Artigo Científico:

• Título (subtítulo)
• Autor(es)
• Crédito dos autores (formação, atividades relacionadas com o assunto)
• Sinopse ou resumo
• Introdução
• Corpo de relatório (com subtítulos, não com capítulos)
• Conclusão
• Referências bibliográficas (normas de ABNT)

Itens do Artigo-Relatório:

• Título (subtítulo)
• Autor(es)
• Crédito dos autores
• Sinopse ou resumo
• Introdução
• Corpo do relatório (referencial teórico, metodologia e materiais, apresentação dos
resultados, análise e interpretação dos resultados, recomendações e sugestões)

2
• Conclusões
• Referências

CIÊNCIA E CONHECIMENTO:

Existem diferentes formas de conhecer e interpretar o mundo. São exemplos destas


diferentes formas de conhecimento o senso comum, o conhecimento mítico, religioso, filosófico e
científico;

CENSO COMUM:

Também chamado de conhecimento popular, empírico ou vulgar. É o conhecimento obtido


ao acaso, na vivência do homem na sociedade (Tradicional). Ele está veiculado a percepção e a
ação.
• Características:
1. Superficial (alheio quanto a causa dos fenômenos).
2. Sensitivo.
3. Subjetivo (experiência/Tradição).
4. Assistemático/fragmentário.
5. Não se preocupa com a validade da informação.

PROJETO DE PESQUISA

Caracterização das Pesquisas:


Segundo os seus objetivos:
 Exploratórias;
 Descritivas;
 Explicativas.

3
Segundo os seus objetivos:
 Experimento;
 Levantamento;
 Estudo de caso;
 Pesquisa bibliográfica;
 Pesquisa documental;

Questões anteriores ao Projeto:


 Escolha do Tema (gosto, preparo, tempo, utilidade, fontes);
 Revisão de literatura (duplicidade);
 Problematização;
 Seleção/delimitação;
 Geração das hipóteses.

Definição do Problema:
 Questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento.
 É necessário inicialmente verificar se o problema levantado se enquadra na categoria de
científico.
(GIL, 1996, p. 26)

Problemas de “Engenharia”:
Não tem interesse em indagar a respeito de causas e conseqüências, mas sobre como
fazer algo de forma eficiente:
 “Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”
 “O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda?”
(GIL, 1996, p. 26-27)

Problemas de Valor:
São aqueles que indagam se uma coisa é boa, má, indesejável, desejável, certa ou
errada, melhor ou pior do que outra:
 Ex: “A mulher deve realizar estudos universitários?”
(GIL, 1996, p. 26)

4
Problemas Científicos:
O problema é científico quando envolve variáveis que possam ser testadas:
 Ex: ”A desnutrição determina o rebaixamento intelectual?”
(GIL, 1996, p.27)

Por que Formular um Problema:


 Os problemas podem ser de ordem prática ou intelectual.
 Razões de ordem prática podem determinar a criação de um problema cuja a resposta seja
necessária para subsidiar uma ação.
Ex: pesquisas eleitorais, propaganda, etc.
(GIL, 1996, p. 27-28)
 Também são inúmeras as razões de ordem intelectual que conduzem a formulação de
problemas.
Ex: interesse num objeto pouco conhecido;exploração ou nova perspectiva sobre
o já conhecido, descrição de um fenômeno, etc.
(GIL, 1996, p. 28-29)
A escolha do problema sempre implica em algum tipo de comprometimento, de
subjetividade.
Exemplos:
 “Qual a relação entre o vício em entorpecentes e a estrutura da personalidade dos viciados?”
 “Em que medida o vício em entorpecentes é influenciado pelo nível de frustração dos
anseios sociais do indivíduo?

Importantes fatores que determinam a escolha do problema de pesquisa são os valores


pessoais do pesquisador e os incentivos sociais que ele recebe.
(GIL, 1996, p. 28-29)

Como Formular um Problema:


 Não existem procedimentos rígidos e sistemáticos, mas algumas condições tornam essa
tarefa mais fácil:
 Imersão sistemática no objeto de estudo;
 Estudo da literatura existente;
 Discussão com pessoas que acumularam experiência prática no campo de estudo;
(GIL, 1996, p. 29)

5
1 – O Problema deve ser Formulado como Pergunta:
É a maneira mais fácil e direta de localizar e definir o problema;
 Ex: Se alguém disser que vai pesquisar o problema do divórcio, não estará dizendo muito.
Mas se propuser: “Que fatores provocam o divórcio?” terá um problema para pesquisar;
(GIL, 1996, p. 30)

2 – O Problema deve ser Claro e Preciso:


 Se os problemas forem apresentados de maneira vaga ou desestruturada será impossível sua
resolução.
Ex: “Como funciona a mente?”

 Reformulando: “Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de


memorização?”
(GIL, 1996, p. 30-31)
 Os termos não definidos de forma adequada tornam o problema carente de clareza.
Ex: “Os animais possuem inteligência?”
 Essa resposta dependerá do conceito de inteligência.
(GIL, 1996, p. 31)

3 – O Problema deve ser Empírico:


• Os problemas que conduzem a julgamentos morais devem ser evitados. As considerações
subjetivas invalidam os propósitos da investigação científica e impedem a objetividade,
uma das mais importantes características da ciência.
• Os valores podem ser estudados, mas objetivamente, como fatos ou coisas.
(GIL, 1996, p. 31-32)
Ex: “Por que existem maus professores?”
 Essa questão é possível ser estudada se definirmos mau como aquele que segue uma prática
autoritária, não prepara aulas ou adota critérios arbitrários de avaliação.

4 – O Problema deve ter uma Dimensão Viável:


Ex: “Em que pensam os jovens?”
 Necessário delimitar a população dos jovens (faixa etária, localidade) e também quais os
aspectos do pensamento dos jovens se busca analisar.
(GIL, 1996, p. 32)

6
Funções do Projeto de Pesquisa:
• Define, planeja, disciplina e organiza a pesquisa;
• Permite que os orientadores avaliem melhor a pesquisa;
• Subsidia a discussão e a avaliação para a banca examinadora aprovar ou aceitar o aluno em
cursos de mestrado ou doutorado;
• Serve para solicitação de bolsas de estudo.

Roteiro do Projeto de Pesquisa:


• 1 APRESENTAÇÃO;
• 2 OBJETIVOS;
• 3 JUSTIFICATIVA;
• 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA;
• 5 METODOLOGIA;
• 6 CRONOGRAMA;
• 7 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO INICIAL;
• 8 INSTRUMENTOS DE PESQUISA.

1 – Apresentação do Projeto de Pesquisa:


 Momento fundamental, de explicitação detalhada do tema e da problemática a ser estudada.
Pode ser composta por:
- Gênese do problema;
- Abordagem do problema;
- Limites dentro dos quais a pesquisa irá se desenvolver.

2 – Objetivos do Projeto de Pesquisa:


OBJETIVO GERAL
 Deve expressar claramente o que pesquisador quer com a investigação. onde quer chegar?
 É o objetivo geral que delimita e dirige os raciocínios a serem desenvolvidos.
 Estes objetivos podem ter diferentes graus de complexidades. São eles: conhecimento,
compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação.

7
COMO CONSTRUIR O OBJETIVO GERAL
 Na prática para montar o objetivo geral deve-se antepor à hipótese um verbo que expresse a
ação intelectual escolhida pelo pesquisador.

OBJETIVO ESPECÍFICO
 O problema criado deve ser dividido em quantas partes forem necessárias para sua resolução
satisfatória.
 Geralmente os objetivos específicos transformam-se em capítulos da monografia.
 Eles operacionalizam o objetivo geral.

Para fazer isso pode-se seguir quatro passos:


• 1. Levantamento dos aspectos componentes importantes do problema;
• 2. Transformação de cada um destes aspectos num objetivo;
• 3. Verificar se eles são suficientes para resolver o objetivo geral – estão contidos no geral;
• 4. Decidir sobre a melhor seqüência lógica:
Descrever Analizar Propor

3 – Justificativa:
 São os motivos relevantes que levaram a abordagem do problema;
 As justificativas podem ser científicas ou sociais;

4 – Revisão Bibliográfica:
 Resgate das principais obras ou correntes que trataram do assunto estudado no projeto;
 É importante explicitar a relação dos autores com a resolução dos objetivos;
 Também é o momento de definição precisa de termos ou conceitos utilizados na pesquisa. O
quadro teórico é uma diretriz e, não deve aprisionar a pesquisa.

5 – Metodologia:
 Explicita o método, qual o “caminho” seguido pelo pesquisador na elaboração do
trabalho;
 “Que devo fazer para obter as informações necessárias para o desenvolvimento de cada
objetivo específico?”

8
MÉTODOS DE PROCEDIMENTOS (ESPECÍFICOS)
 Experimento;
 Levantamento;
 Pesquisa bibliográfica;
 Pesquisa documental;
 Histórico;
 Comparativo;
 Monográfico ou estudo de caso;
 Estatístico.

6 – Cronograma:
É a elaboração de um gráfico ou diagrama onde as tarefas da pesquisa devem ser
distribuídas durante o tempo proposto para a elaboração do estudo.

7 – Levantamento Bibliográfico Inicial:


É a bibliográfica básica, dos textos fundamentais referentes a problemática em questão e os
que foram consultados para a elaboração do projeto.

8 – Instrumentos de Coleta de Dados para Pesquisa:


 Questionário;
 Formulário;
 Entrevista.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Classificação das Fontes:


 Livros de leitura corrente: literatura, obras de divulgação (científicos, técnicos ou de
vulgarização);
 Livros de referência;
 Periódicos;
 Impressos diversos (publicações do governo, boletins informativos, etc.);
 Obras de estudo: monografias, teses, etc.
9
Fontes Primárias e Secundárias:
 Fontes primárias: obras e textos originais e que são essenciais para o tema;
 Fontes secundárias: é a literatura necessária para esclarecer as fontes primárias;
 Dependendo da pesquisa é que se define o critério de primário e secundário.

FICHAS
 Fichas de indicações bibliográficas.
 Geralmente de tamanho pequeno, são essenciais para o levantamento bibliográfico e
auxiliam na organização da bibliografia.

Fichas de Transcrição:
 Durante a leitura das fontes, convém selecionar trechos de autores que poderão ser usado
como citações no trabalho ou servir para destacar idéias fundamentais de determinados
autores.
 A transcrição deve ser feita entre aspas e com as indicações bibliográfica e o número da
página.

Fichas de Apreciação:
 Durante a pesquisa bibliográfica é de grande utilidade fazer anotações a respeito de algumas
obras, no que se refere a seu conteúdo ou estabelecendo comparações com outras da mesma
área.
 Anotam-se críticas, comentários e opiniões sobre o que se leu. Esse procedimento poupa
tempo no exame das fontes bibliográficas.

Fichas de Esquemas:
Os esquemas das fichas podem ser de resumos de capítulos ou de obras.

Fichas de Resumos:
 Podem ser de resumos descritivos ou informativos.
 Os resumos descritivos não dispensam a consulta do original, mas apontam as principais
partes da obra, facilitando a seleção de bibliográfica.

10
 O resumo informativo dispensa a leitura do original é importante para ter acessível o
conteúdo de obras consultadas em bibliotecas.

Fichas de Idéias Sugeridas para a Leitura:


As idéias que surgem no decorrer da pesquisa (para complementar a pesquisa,
desenvolver raciocínio ou exemplificar) podem ser anotadas em fichas também.

A POSTURA DO PESQUISADOR
1) Organização e disciplina
 Não se faz ciência, em regra, com idéias súbitas e geniais (a ciência, neste aspecto, é
contrária à arte)
 É necessário:
 preparação
 planejamento
 demarcação de horários
 rotina
 dedicação

2) Interesse pela prova


 Demonstração de como se produziu tal conhecimento e de como ele pode ser
verificado.
 Facticidade, senso de realidade.
 Rompimento com o "achismo" (opinião sem fundamento ou explicação).

3) Espírito Crítico
Tudo pode ser questionado
 Autonomia intelectual
 Busca por novas idéias
4) Honestidade Intelectual
- Reconhecimento dos próprios limites
- Reconhecimento do trabalho alheio
- Tratamento adequado das fontes

11
5) Humildade Intelectual
 Reconhecimento dos limites do trabalho (embora relevante, não será suficiente ou
completo).
 Não deve implicar "pena de si mesmo“.
 Deve-se ter orgulho sem arrogância.

6) Postura Ética
- impedimento de divulgar dados confidenciais.
- respeito aos autores e às fontes.

Observações Práticas para Autocrítica


 a) Evite a repetição de palavras (que que, para para, como como, etc.);
 b) Os parágrafos devem ter mais de uma frase com três a sete linhas;
 c) Evite a linguagem pessoal;
 e) Evite a tautologia;
 f) Preocupe-se com a lógica da frase;
 g)Não use senso comum e evite as expressões vulgares.

a) Biblioteca:
- não se restrinja, você deve ultrapassar a sua Instituição;
- seja um pesquisador autônomo.
b) Fichamentos:
- use o método que melhor lhe convier;
- mantenha um sistema único;
- anote de imediato as referências - não tenha preguiça.
c) Internet:
- é muito útil e prática;
- é essencial na atualidade;
- tem problemas com a credibilidade.
Bases de Dados:
www.senado.gov.br
www.usp.br
www.cnpq.br
www.capes.gov.br
www.mec.gov.br
12
 Identifique e separe as idéias de suas fontes
 Cuidado com o plágio consciente ou inconsciente
 Diferencie suas idéias das idéias dos outros autores
 Lembre-se que o tempo vinga-se daquilo que é feito sem a sua colaboração
 Fuja da tentação em permanecer nas idéias vagas e confusas

A redação de um texto científico deve seguir uma ordem de colocação dos


argumentos:
1) A tese: seu sentido e extensão;
2) As provas da tese;
3) As conseqüências das tese;
4) As objeções feitas à tese.

 Você precisa sustentar seu discurso:


- Fazendo AFIRMAÇÕES e as FUNDAMENTANDO com EVIDÊNCIAS
 AFIRMAÇÃO: aquilo em que você quer que os leitores acreditem.
 EVIDÊNCIA: razões pelas quais eles deveriam acreditar na afirmação.
Ex.: "Houve um acidente." (afirmação)
"Há dois carros tombados na beira da estrada." (evidência)

 Além da Afirmação e da Evidência, o discurso científico, em regra, precisa de


FUNDAMENTOS e RESSALVAS.
Fundamentos: ponte de ligação entre a afirmação e a evidência.
Ressalvas: limitam a abrangência da afirmação ou do fundamento.

OBS: Em uma conversa casual, em regra, não precisamos de fundamento, mas são comuns as
ressalvas.

 Exemplo:
Objeção:
Por que o simples fato de dois carros estarem tombados leva à conclusão de que realmente
houve um acidente?

13
Fundamento:
"Os carros devem estar transitando na estrada e não parados. Ademais, sua posição invertida
em relação ao solo oferece um indicativo de anormalidade que conduz à idéia de uma colisão como
motivo do fato."

Objeção:
"Mas porque o simples fato de haver dois carros em situação fisicamente anormal [o
fundamento torna-se micro-evidência] indica que houve um acidente? Tal fato não poderia ter
sido causado pelo homem propositalmente?"

Fundamento:
"O bom senso e a aspiração pela sobrevivência, típicos do ser humano, indicam que o
homem não deseja tombar nem colidir seu veículo, pois pode causar prejuízo e danos físicos a ele
mesmo e a seu semelhante. Em decorrência deste fundamento, parece lógico, ao menos em regra
[ressalva], pressupor que não foi proposital [nova afirmação]."

 Quanto mais complexo for o argumento, mas ressalvas terão que ser feitas.
 Bons fundamentos e ressalvas tornam o texto mais confiável.

• Substantivas:
• Interessantes, relevantes ao leitor, não meramente descritivas ou informativas
de um conhecimento já pressuposto
Ex.: "Os homens não são mulheres."
"A sala da direita não fica à esquerda.“
• Contestáveis:
• Devem comportar algo que possa demandar oposição
Ex.: "Há um grande número de leis constitucionais no Brasil."
"No Brasil há uma Constituição Federal, que foi publicada em 1988."

 Exatas e precisas:
 Deve-se evitar generalizações e erros por aproximações indevidas.
Ex.:
"Nenhuma evidência demonstra que pode haver vida em um outro planeta, portanto, não
deve haver vida fora da Terra".

14
"Nenhuma evidência demonstra que não pode haver vida em um outro planeta, portanto,
deve haver vida fora da Terra.“
"Muitos juristas contestam esta posição, já alguns discordam deles.“
"Os políticos do Brasil, na sua "imensa maioria", são corruptos".

Citações
- são a transcrição de um dado
- poder servir para:
a) esclarecimento
- clareamento das idéias
b) confirmação
- corroboração da afirmação

 Ex.(a):
"O Direito possui um caráter científico, isto é, ele segue o método lógico adequado às
ciências sociais, como bem descreve João da SILVA."
 Ex. (b):
"O Direito possui um caráter científico. Nesse sentido, pondera José de SOUZA que o
Direito é uma ciência social, desde os primórdios da modernidade até a atualidade."

 Cuidado com a utilização do argumento de autoridade:


Ex.: "O Direito é uma ciência social, pois esta é a posição de João da SILVA e José de
SOUZA."
 A citação somente prova que o autor afirma algo, não que este algo é
verdadeiro.

 Observações:
 Nem toda citação é uma transcrição literal.
 Deve-se evitar a citação por via de Apud.
 A paráfrase deve indicar a fonte ao final das idéias (dispostas segundo suas
palavras).
 Citações em língua estrangeira devem ser traduzidas no corpo do trabalho com a
transcrição do original no rodapé. (exceção: língua espanhola)
Deve-se evitar citações extensas.

15
Notas de Rodapé
- Servem para:
a) indicar fontes das citações
b) inclusão de referências bibliográficas de reforço
c) inclusão de versão original de texto estrangeiro
d) indicação de explicações internas

CONSTRUINDO UM ARTIGO

Estrutura de um Artigo
1. Título;
2. Autor(es);
3. Epígrafe;
4. Resumo – Abstract – Resumen;
5. Palavras-chave;
6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão);
7. Referências.

Título de um Artigo
Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra e ser numerado para indicar, em
nota de rodapé, a finalidade do mesmo.

Autor(es)
O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja mais de um
autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética, ou se houver titulações diferentes deverão seguir
a ordem da maior para a menor titulação. Os dados da titulação de cada um serão indicados em nota
de rodapé através de numeração ordinal.

Resumo – Abstract
Texto, com uma quantidade pré-determinada de palavras, onde se expõe o objetivo do
artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados. O Abstract é
o resumo traduzido para o inglês, sendo que alguns periódicos aceitam a tradução em outra língua.

16
Palavras-chave
São palavras características do tema que servem para indexar o artigo – usar até 6
palavras.

O CORPO DO ARTIGO

Introdução
O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema pesquisado, oferecendo uma
visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações estabelecidas na abordagem do
assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor a tal investigação para, em seguida,
apontar as questões de pesquisa para as quais buscará as respostas. Deve-se, ainda, destacar a
Metodologia utilizada no trabalho. Em suma: apresenta e delimita a dúvida investigada (problema
de estudo - o quê), os objetivos (para que serviu o estudo) e a metodologia utilizada no estudo
(como).

Desenvolvimento
Nesta parte do artigo, o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das teorias que
foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a
dúvida investigada;
Apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ ou de resultados que as sustentam
com base dos dados coletados;
Neste aspecto, ao constar uma Revisão de Literatura, o objetivo é de desenvolver a respeito
das contribuições teóricas a respeito do assunto abordado.
O corpo do artigo pode ser dividido em itens necessários que possam desenvolver a
pesquisa.
É importante expor os argumentos de forma explicativa ou demonstrativa, através de
proposições desenvolvidas na pesquisa, onde o autor demonstra, assim, ter conhecimento da
literatura básica, do assunto, onde é necessário analisar as informações publicadas sobre o tema até
o momento da redação final do trabalho, demonstrando teoricamente o objeto de seu estudo e a
necessidade ou oportunidade da pesquisa que realizou.
Quando o artigo inclui a pesquisa descritiva apresentam-se os resultados desenvolvidos na
coleta dos dados através das entrevistas, observações, questionários, entre outras técnicas.

17
Conclusão

Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas


do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou
apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento são relacionadas às diversas idéias
desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os
comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.
Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado, respondendo
às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução, onde não se permite
que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já não tenham sido apresentados anteriormente.

Referências

Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em


parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de materiais. As publicações
devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da ABNT
6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores efetivamente
utilizados e referenciados ao longo do artigo.

Normas Gerais – ABNT

Características Básicas:
A folha deve ser em papel A4, segundo a NBR 14724 com fontes Arial ou Times na cor
preta e tamanho 12.

Outras Características:
As margens devem ser 3cm a esquerda e superior e 2cm a direita e inferior com
espacejamento de 1,5 entre linhas.

Veja o site da ABNT !

18
BIBLIOGRAFIA:

BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2003.


BOOTH, Wayne C; COLOMB, Gregory G.; WILLIANS, Joseph M. A Arte da pesquisa. São
Paulo: Martins Fontes, 2000.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª. ed. São Paulo: Atlas 1996.
GONÇALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre Iniciação à Pesquisa Científica. 3ª. ed. Campina,
SP: Editora Alínea 2003.
KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da
pesquisa. 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Claúdia Servilha. Manual de metodologia da pesquisa no
Direito. 2. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2004.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1996.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 19.
ed. São Paulo: Atlas, 2000.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de Bibliotecas. Normas para a
apresentação de trabalhos. Curitiba: UFPR, 2000. 10 v.

19
1. Infectividade

2. Patogenicidade

20
O Suscetível:

21
ANEXOS

22

Você também pode gostar