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DIREITOADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO
CONTROLE
CONTROLE DA DA ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PÚBLICA

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
Prof.ª Lisiane Brito

Exame de Ordem - Controle da Administração.................................................4


Apresentação da Aula..................................................................................4
Introdução.................................................................................................5
1. Conceito.................................................................................................6
2.Natureza Jurídica......................................................................................6
3. Classificação do controle...........................................................................7
3.1. Quanto ao órgão...................................................................................7
3.2. Quanto à extensão.............................................................................. 23
3.3. Quanto à natureza do controle.............................................................. 24
3.4. Quanto ao Âmbito de Atuação do Controle.............................................. 24
3.5. Quanto ao Momento............................................................................ 25
A Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013)...................................................... 26
Controles Internos..................................................................................... 28
Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira.......................... 28
Responsabilização Administrativa................................................................. 30
O Processo Administrativo de Responsabilização - Competência para Instaurar
e Julgar o Processo.................................................................................... 33
A Comissão Processante............................................................................. 34
Prazo de Conclusão do Processo Administrativo............................................. 34
Defesa..................................................................................................... 35
O Acordo de Leniência................................................................................ 36
Responsabilização Judicial........................................................................... 38
Penalidades.............................................................................................. 38
Prescrição................................................................................................ 39

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Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303/2016).................................. 40


Abrangência e Aplicabilidade da Lei.............................................................. 41
Conceitos Legais....................................................................................... 42
Requisitos para Escolha dos Administradores................................................. 43
Regime de Licitações e Contratações das estatais.......................................... 43
Fiscalização e Controle das Estatais.............................................................. 45
Exercícios................................................................................................. 49
Gabarito................................................................................................... 55
Gabarito Comentado.................................................................................. 56

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EXAME DE ORDEM - CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO


Apresentação da Aula
Caro(a) aluno(a),

Na aula de hoje, estudaremos o Controle da Administração.

É um ponto do programa bastante atual e muito interessante, na medida em

que nos dá uma visão clara e ampla de todas as vias de controle: administrativo;

legislativo; controle externo, a cargo do Tribunal de Contas e controle judiciário.

Além disso, estudaremos normas legais recentes, editadas para tornar o con-

trole mais efetivo e eficaz.

Espero que aproveite a aula!

Lisiane Brito

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Introdução
Com o surgimento dos estados de direito, surgiu também a necessidade de con-

trole das atividades estatais.

Montesquieu1 já falava da importância e da necessidade de controle. Sua teoria

da separação de poderes, na verdade, se baseia na ideia de que nenhum dos Po-

deres do Estado deve ter atribuições que não possam ser controladas pelos outros.

A evolução da função executiva do Estado, que acontece em resposta às novas

e crescentes demandas da sociedade, torna necessário o surgimento de novos mé-

todos, mais efetivos e eficazes.

Diante disso, o moderno Estado de direito impõe várias formas de controle:

político, judicial e administrativo. Dentre os quais, há o controle de legalidade, de

mérito e também o controle de resultados. Todos esses devem ser aplicados.

A consequência lógica dessa evolução é que o tema “Controle da Administração”

ganha maior importância e passa a ser considerado um dos principais temas do

Direito Administrativo.

A administração pública, em sentido funcional ou objetivo, é o conjunto de

atividades que se desenvolvem em várias etapas, envolvendo planejamento, exe-

cução, controle e avaliação dos resultados.

A fim de tornar efetivas as garantias básicas do cidadão, a Constituição Federal

de 1988 estabeleceu vários mecanismos. Dentre os quais, os controles administra-

tivo, judicial e legislativo, este último com o auxílio do Tribunal de Contas.

1
Do Espírito das Leis (em francês: De l’espirit de Lois), publicado em 1748, é o livro no qual Montesquieu
elabora conceitos sobre formas de governo e exercício da autoridade política que se tornaram pontos dou-
trinários básicos da ciência política.

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A consequência do controle é a melhoria dos serviços prestados pelo Estado, na

medida em que a sujeição de todos os agentes públicos a seus diferentes mecanis-

mos contribui para a melhoria das tarefas por eles executadas.

Assim, garantir proteção aos cidadãos, permitir o efetivo equilíbrio entre os Po-

deres do Estado e contribuir para a melhoria dos serviços são umas das principais

de haver controle sobre a atividade administrativa.

1. Conceito

É o conjunto de instrumentos jurídicos de fiscalização que incidem sobre a

atuação de entidades públicas, seus órgãos e agentes.

Controle da administração pública é a possiblidade de verificação e correção dos

atos ou atividades administrativas.

Por meio de um controle amplo e efetivo é possível verificar a legitimidade das

atividades realizadas pela Administração Pública, a adequação da conduta de seus

agentes, a defesa dos direitos e interesses dos administrados e o atendimento aos

fins de interesse público.

2.Natureza Jurídica

Conforme dispõe o Decreto-Lei n. 200/1967, as atividades da administração pú-

blica devem obedecer a princípios fundamentais de planejamento, coordenação,

descentralização, delegação de competência e controle.

Diante disso, não resta dúvidas de que o controle é um princípio fundamen-

tal da administração, previsto explicitamente no Decreto-Lei n. 200/1967.

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3. Classificação do controle
Cada doutrinador dá à classificação uma conotação pessoal, um detalhe de

sua autoria. Vamos utilizar a mais adotada em provas, pois esse é o nosso foco.

3.1. Quanto ao órgão

Essa classificação leva em consideração o órgão que exerce o controle. Sob esse

ponto de vista, teremos controle administrativo, legislativo ou judicial.

3.1.1. Controle Judicial ou Judiciário

Mediante provocação, os órgãos do Poder Judiciário atuam no exercício da

atividade jurisdicional, controlando a atividade administrativa.

Um exemplo desse controle é o que ocorre quando são impetrados manda-

dos de segurança ou ações civis públicas. É importante lembrar que o controle

judicial só acontece se houver provocação da parte interessada. Poderá ser

exercido a priori ou a posteriori, ou seja, antes ou depois da atividade contro-

lada.

O ordenamento jurídico brasileiro adota o modelo inglês de jurisdição una,

não se aplicando no Brasil o modelo francês de contencioso administrativo. Então,

de acordo com o sistema de jurisdição una, todas as causas podem vir a ser revis-

tas pelo Poder Judiciário, mesmo aquelas referentes a interesses da administração.

De acordo com a doutrina, os únicos limites ao controle judicial das atividades

administrativas se referem a atos políticos e atos interna corporis. Cabe aqui

um esclarecimento. No passado, não era admitido qualquer controle judiciário so-

bre atos politicos (ou atos de governo). Pelo entendimento tradicional, atos de

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governo são imunes ao controle judicial. Realmente, há alguns atos praticados pelo

chefe do Poder Executivo não se sujeitam a esse controle. Por exemplo: veto, apre-

sentação de projeto de lei ou edição de medida provisória.

Lucas Rocha Furtado2 esclarece bem esse ponto:

Alguns atos específicos, praticados pelo Presidente da República são normalmente apre-
sentados como exemplos de atos de governo em função do elevado nível de interferên-
cia política em sua formação e de serem regulados diretamente por normas constitu-
cionais. (…).
As dificuldades para o seu enquadramento em qualquer das três categorias de atos pra-
ticados pelo Estado (administrativo, legislativo ou judicial) resultam na indevida criação
dessa categoria especial de ato.
Entre nós, em razão princípio constitucional da inafastabilidade da apreciação judical,
a existência dessa categoria de ato, além de ser desprovida de fundamentação teórica,
torna-se totalmente desprovida de sentido prático.
Vê-se, portanto, que todo e qualquer ato praticado pelo Estado deve sujeitar-se
ao controle judicial.
O controle a ser realizado pelo Poder Judiciário é controle de legalidade, ou de legitimi-
dade. Isso importa em que o exame a ser empreendido pelo Poder Judiciário deve-se
ater à verificação da conformidade do ato com o ordenamento jurídico.

No que se refere às questões interna corporis das casas legislativas, a jurispru-

dência do STF avançou muito quanto aos limites impostos ao controle judicial sobre

o processo legislativo. O STF sempre teve uma postura muito respeitosa em relação

à liberdade das casas legislativas.

Atualmente, entretanto, a jurisprudência dessa Corte vem avançando, no sen-

tido de que poderá sempre ser exigida a absoluta observância da Constituição Fe-

deral.

Consequentemente, não mais se admite que, sob o pretexto de ser de natureza

“interna corporis” determinada decisão produzida pelo Legislativo, o Judiciário fique

impedido de verificar se a Constituição está sendo plenamente observada.

2
FURTADO, Lucas Rocha, Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Forum. 2007

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Apenas no caso de questões que envolvam conveniência das casas legislati-

vas, como ocorre com o mérito administrativo, fica afastado o controle judicial,

a menos que tais decisões contrariarem a Constituição Federal ou importem, de

alguma maneira, violação a direito público subjetivo de alguém.

O controle judicial, como sabemos, só atua para a verificação da legalidade

e legitimidade dos atos administrativos. Por isso, do controle judicial, só poderá

resultar a anulação do ato.

Não há, portanto, possibilidade jurídica de o Judiciário, ao exercer o con-

trole, penetrar em aspectos exclusivamente de mérito. Realmente, não teria

cabimento um juiz substituir o administrador, na análise do que seria mais con-

veniente para a própria administração pública.

Embora o Judiciário não possa apreciar aspectos de mérito dos atos administrati-

vos, não significa dizer que atos discricionários estejam imunes ao controle judicial,

pois esses também podem conter vícios de ilicitude ou legitimidade!

Veja bem: o ato administrativo depende, para sua validade, da presença de

cinco elementos essenciais, que são a competência do sujeito, a finalidade

pública, a forma prescrita na lei, a existência de motivos válidos para sua

prática e o objeto lícito e possível.

Pode ocorrer uma situação na qual um ato (seja ele discricionário ou vincu-

lado) seja produzido com um vício insanável, que pode tanto ser a ausência de

um ou mais de seus requisitos essenciais quanto a violação aos princípios.

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Então, memorize isso: no exercício do controle jurisdicional, o Poder Judici-

ário poderá sempre declarar a nulidade de um ato, seja esse ato discricionário

ou vinculado.

Instrumentos Jurídicos Adequados à Provocação Do Controle Judicial

O nosso ordenamento jurídico traz vários instrumentos, pelos quais se pede que

o Judiciário exerça o controle sobre a legitimidade dos atos praticados pela Admi-

nistração Pública.

Veja:

Mandado de segurança

Está previsto na Constituição Federal de 1988, em dois momentos do art. 5º:

o inciso LXIX, que trata do mandado de segurança individual e o inciso LXX, que

prevê o mandado de segurança coletivo.

O MS individual se destina a assegurar direito líquido e certo, não amparado

por habeas Corpus nem habeas data, quando o responsável pelo abuso de po-

der ou ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica investido

no exercício de atribuições do poder público.

A legitimidade ativa para propor um MS é conferida a qualquer pessoa, física

ou jurídica, que sofra violação de um direito subjetivo próprio.

A jurisprudência do STF3 admite a possibilidade de alguns órgãos públicos

(independente ou autônomos) impetrarem mandado de segurança na defesa

de suas prerrogativas ou atribuições.

3
RDA15/46

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A legitimidade para figurar no polo passivo (réu) é, segundo a Constituição

de 1988, da “autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de

atribuições do poder público”.

No caso de pessoas jurídicas de direito privado, só caberá MS se a entida-

de estiver no exercício de prerrogativa pública. Sendo atendido esse requisito,

a jurisprudência tem reconhecido o cabimento desse remédio constitucional

contra ato praticado, por exemplo, por empresa concessionária de serviços pú-

blicos, por instituição financeira, por entidade privada de ensino.

O entendimento pacificado na jurisprudência é de que, em relação ao sujei-

to passivo do MS, podem ser enquadrados como “autoridade coatora” tanto

agentes quanto órgãos ou entidades públicas. Sendo assim, seria possível um

MS contra ato do Tribunal de Contas da União (órgão), ou do advogado-geral

da União (agente) ou da União (entidade).

Por outro lado, a jurisprudência não admite a impetração de mandado de

segurança nos seguintes casos:

• se for cabível recurso administrativo com efeito suspensivo, independente-

mente de caução;

• contra ato judicial contra o qual caiba recurso judicial próprio;

• contra lei em tese;

• contra decisão judicial transitada em julgado;

• para a cobrança de crédito;

• para impugnar ato ilegal que não importe em violação de direito subjetivo;

• para assegurar o direito de locomoção, o conhecimento de informações relati-

vas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados das

entidades governamentais, nem para a retificação de dados.

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Mandado de Injunção

Previsto no art. 5º, inciso LXXI da Constituição Federal, é um remédio constitucio-

nal cabível quando a falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício

dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-

dade, à soberania e à cidadania. Sendo julgado procedente, o mandado de injunção

ordenará a edição da lei regulamentadora ou de qualquer outro ato administrativo

indispensável para viabilizar o exercício dos direitos e garantias constitucionais.

Habeas Data

Criado pela CF/88, está previsto no art. 5º, inciso LXXII. É o remédio consti-

tucional adequado a assegurar o conhecimento, retificação ou contestação de in-

formações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de

dados de entidades governamentais ou de caráter público.

O habeas data foi criado para assegurar o acesso a informações que sejam do

interesse particular do autor da ação, constantes dos registros de dados das enti-

dades governamentais.

O bem jurídico tutelado é o direito à informação, também protegido pelo ar-

tigo 5º, inciso XXXIII, da CF/88:

XXXIII – todos terão direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interes-
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
rança da sociedade e do Estado.

O processo de habeas data é gratuito. A Lei n. 9.507/1997 regulamenta a ação

de habeas data, definindo o procedimento a ser observado. A tramitação de habeas

data terá prioridade sobre todos os demais processos.

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O sujeito ativo do habeas data é qualquer pessoa, física ou jurídica, enquanto o

sujeito passivo pode ser qualquer entidade ou órgão estatal, de qualquer dos Pode-

res da República, ou, ainda, entidade privada responsável pela guarda de registros

ou banco de dados de caráter público.

Ação Popular

Prevista na Constituição Federal de 1988 no Art. 5º, inciso LXXIII, a ação

popular busca a anulação de atos administrativos e tem como sujeito ativo o

cidadão.

Vejamos o que diz a Constituição:

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Os bens jurídicos tutelados pela ação popular são o patrimônio público, seja

ele material (econômico) ou imaterial (moralidade administrativa); o patrimô-

nio de entidade de que o Estado participe; o meio ambiente e o patrimônio

histórico e cultural.

 Obs.: Obs.:

 Embora o controle judicial só atue mediante a provocação dos interessados,

pode haver situações em que os legitimados não são interessados diretos!

 É o que ocorre, por exemplo, na ação popular, onde o autor não tem, neces-

sariamente, interesse direto em relação ao bem ou direito violado.

No polo passivo da ação popular, podem figurar:

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• Pessoas jurídicas públicas e privadas e as entidades mencionadas no

Art. 1º da Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/1965);

• Autoridades, agentes públicos ou administradores que autorizarem, apro-

varem, ratificarem ou praticarem o ato impugnado ou que, por omissão,

tiverem dado oportunidade à lesão aos bens jurídicos protegidos.

• Os beneficiários do ato impugnado. O pedido na ação popular é a anula-

ção do ato administrativo lesivo ao patrimônio público ou de entidade de

que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e

ao patrimônio histórico e cultural.

Além da anulação do ato, o art. 11 da Lei de Ação Popular cita a possibili-

dade de haver condenação dos responsáveis pelo ato e dos beneficiários, por

perdas e danos.

A sentença da ação popular tem eficácia erga omnes (geral), exceto se for

julgada improcedente por falta de provas. Caso isso ocorra, qualquer cidadão

poderá reajuizar outra, com o mesmo fundamento, apresentando novas provas.

O Ministério Público pode ajuizar ação popular?

A resposta é: não. Caso ocorra de o Ministério Público desejar questionar a

legitimidade de um ato passível de ser impugnado por um cidadão, deverá se

utilizar da ação civil pública.

Mas, embora não possa ser o autor da ação popular, o Ministério Público

deverá ser intimado para acompanhar o processo, podendo se manifestar pelo

deferimento ou não do pedido.

Cabe lembrar que o prazo de prescrição da ação popular é de cinco anos.

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Ação Civil Pública

Lucas Rocha Furtado4 informa que

Diferentemente do Mandado de Segurança, Ação Popular, Habeas Corpus, Habeas


Data e Mandado de Injunção, que são disciplinadas pelo texto constitucional dentro
dos direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal faz referência à Ação
Civil Pública quando trata das atribuições do Ministério Público. O Art. 129, III, do
texto constitucional afirma que é uma das funções institucionais do Ministério Públi-
co: “promover o inquérito civil e a Ação Civil Pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

O objetivo da ação civil pública é promover a defesa dos interesses difusos


e coletivos, conforme esclarece o art. 1º da Lei n. 7.347/1985.
Embora o Ministério Público não seja o único titular da ação civil pública, se
ele não for o autor, deverá atuar no processo como “fiscal da ordem jurídica”.
Poderá até assumir o polo ativo, no curso do processo, se o autor desistir ou
abandonar a ação, para evitar a extinção do processo por abandono do autor.
A ação civil pública visa à proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
O réu dessa ação poderá ser qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou
privada, que viole qualquer dos direitos difusos mencionados.
Por fim, resta saber o que se pede numa ação civil pública, ou seja, qual o
objeto da ação.
O pedido será “a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação
de fazer ou não fazer”.

Ação de Improbidade Administrativa

Prevista no art. 37, § 4º, da CF/88 e regulamentada pela Lei n. 8.429/1992,

essa ação tem a natureza jurídica cível.

4
Op. Cit.

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A própria Lei n. 8.429/1992, em seu artigo 17, §3º, determina a aplicação

das regras pertinentes à ação civil pública às ações de improbidade.

O réu da Ação de Improbidade é o agente público, servidor ou não, que co-

meteu ato de improbidade no exercício da função pública. Também será punido

na forma da lei aquele que, não sendo agente público, participe ou se beneficie

de ato de improbidade. A prescrição de ações de improbidade ocorre em cin-

co anos.

Além de todas as ações mencionadas anteriormente, há diversas outras que

também se destinam a provocar o controle judicial da atividade administrativa.

Ex.:

Se um ato administrativo normativo violar a Constituição Federal, esse ato poderá

ser atacado perante o STF por meio de ação direta de inconstitucionalidade.

Por outro lado, ações ordinárias de natureza declaratória ou ordenatória

podem igualmente ser utilizadas para provocar o controle judicial da adminis-

tração pública.

Avançando em nosso estudo, passaremos agora à análise do controle que o

Poder Legislativo exerce sobre a atividade da administração pública.

3.1.2. Controle Legislativo

Quando o Poder Legislativo exerce o controle sobre atos administrativos

dos demais Poderes, estamos diante do controle externo. Por outro lado, se

o controle for exercido sobre atos do próprio Legislativo, trata-se de controle

interno, que nada mais é do que o controle administrativo no âmbito do Poder

Legislativo.

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A partir de agora, então, analisaremos o controle Legislativo em sentido es-

trito, ou seja, aquele que o Poder Legislativo exerce sobre os outros Poderes.

Incumbe à própria Constituição Federal indicar as hipóteses desse controle,

que deverá ser exercido nos estritos limites nela previstos.

Leis orgânicas de entidades federativas não são instrumentos hábeis a criar

ou ampliar hipóteses de controle legislativo e, se o fizerem, incorrerão em in-

constitucionalidade.

O controle legislativo pode ser:

• a)Político (ver, por exemplo, artigo 52, incisos III e V, ambos da Consti-

tuição Federal)

• b) Fiscalização política, financeira e orçamentária, com ou auxílio do Tri-

bunal de Contas (ver CF/88, Art. 70 e 71)

O controle político ocorre em vários momentos.

Podemos citar como exemplo a possibilidade de o Congresso Nacional sus-

tar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.

Outro exemplo é a possibilidade de o Senado Federal aprovar ou não a escolha

dos chefes de missões diplomáticas, ou a incumbência do Congresso Nacional

de aprovar inciativas do Executivo relativas a atividades nucleares. Nesses ca-

sos, não há dúvidas de que a aprovação ou rejeição da questão dependerá da

vontade política dos parlamentares.

Se verificarmos o art. 49 da Constituição Federal, nos incisos I, II, III, IV,

V, VI, IX, X, XII, XIII, XIV, XVI, XVII; art. 50, caput; Art. 58, § 3º, encontrare-

mos exemplos de controle legislativo de natureza política. Mas não são só esses.

O art. 52 da Constituição confere ao Senado Federal vários instrumentos de con-

trole político.

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Veja, por exemplo, o que estabelece o art. 52, incisos III, IV, V, VI, VII, VIII,

IIIIIX, XI, XII, da Constituição Federal.

Há, ainda, o controle financeiro, previsto no art. 70, da CF/88:

Art. 70 a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da Administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimi-
dade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno
de cada Poder.

O titular do controle externo sobre a atividade financeira do Estado é o Congres-

so Nacional.

A Constituição traz expressamente essa previsão (art. 70 e art. 49, inciso X),

determinando que é da competência do Congresso fiscalizar e controlar, direta-

mente, ou por qualquer de suas casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da

administração indireta.

Embora a Constituição defina, no art.  70, que o titular do controle externo é o

Congresso Nacional, ela mesma atribui ao TCU instrumentos necessários ao exer-

cício desse controle.

Sendo assim, o Congresso Nacional não tem, por exemplo, competência para

realizar auditorias, registrar ou negar registro a aposentadorias, ou julgar contas

dos servidores públicos (tem competência para julgar as contas apenas do presi-

dente da República).

O texto da Constituição não deixa dúvidas. Embora o Congresso Nacional seja

o titular do controle externo, os instrumentos para o exercício desse controle são

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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atribuídos ao TCU. Lembre-se de que não há qualquer subordinação do TCU ao

Congresso Nacional. O  STF já afastou, definitivamente, qualquer dúvida que pu-

desse haver em relação a existência de subordinação hierárquica entre TCU e CN.

Então, a melhor interpretação que se deve dar à expressão “com o auxílio do

Tribunal de Contas da União”, constante do art. 71 da CF/88, é que, somente por

intermédio do TCU, o Congresso Nacional poderá exercer as atribuições incluídas

naquele artigo.

Vejam o que Lucas Rocha Furtado5 nos informa:

A vinculação entre o TCU e o Poder Legislativo se estabelece tão-somente em razão de


ser conferida ao Congresso Nacional a competência para indicar seis dos nove membros
do TCU (CF, art. 49, XIII).
A relação entre o TCU e o Congresso Nacional pode ser comparada à existente entre
o Ministério Público e o Poder Executivo. A rigor, dado que os dirigentes do Ministério
Público se sujeitam a mandato cuja indicação é feita pelos Chefes do Executivo, e os Mi-
nistros do TCU ocupam cargos vitalícios, poder-se-ia inclusive afirmar que a autonomia
do TCU é ainda mais ampla do que a reconhecida ao Ministério Público.

3.1.3. Controle administrativo

Aqui, temos o controle exercido pela administração sobre seus próprios atos.

Vale a pena passar a você algumas informações sobre a evolução do reco-

nhecimento da legitimidade do controle administrativo no ordenamento jurídico

brasileiro.

Em 1957, foi julgado pelo STF um mandado de segurança, no qual se dis-

cutia a possibilidade de o presidente da República anular a nomeação de um

candidato aprovado em concurso para professor da Universidade do Brasil.

A tese vencedora, naquele julgamento, reconheceu a prerrogativa da Admi-

nistração Pública de rever e anular seus próprios atos ilegais. Essa tese acabou

se transformando na Súmula 346 do STF, que determina o seguinte:

5
Op. Cit.

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Súmula 346- A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus pró-
prios atos.

Entretanto, o ordenamento jurídico brasileiro, até o início da década de 60,

reconhecia apenas o direito da administração de anular seus próprios atos por

razões de ilegalidade. Não havia o direito de desfazer um ato por motivo de

conveniência ou oportunidade, ou seja, revogar atos.

A possibilidade de a própria administração revogar seus atos administrativos

passou a existir com a Súmula 473, do STF, que dispõe o seguinte:

Súmula 473 -A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva-
dos de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direi-
tos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Aqui, temos um exemplo de jurisprudência atuando como fonte do Direito Ad-

ministrativo.

A prerrogativa da administração de revogar e anular seus próprios atos foi re-

conhecida pelo STF sem que houvesse qualquer lei dispondo sobre isso. Pelo con-

trário, no ano de 1999, a redação da Súmula 473 inspirou a redação do art. 53, da

Lei n. 9784/1999.

Veja:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos.

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A conclusão a que se chega é que, na verdade, a lei não produziu praticamente

nenhuma inovação no ordenamento jurídico brasileiro em relação à jurisprudência

que já estava solidificada.

A prerrogativa da Administração de anular ou revogar seus próprios atos não

decorre da lei, mas da supremacia que o regime jurídico administrativo confere à

Administração em relação aos particulares.

Temos, então, um controle interno, que se fundamenta no princípio da

autotutela, que pode ser de mérito ou de legalidade.

O controle administrativo típico é exercido pelo Poder Executivo sobre os

atos de seus órgãos e agentes.

Quando os Poderes Legislativo e Judiciário, exercendo de forma atípica a

função administrativa, exercem controle sobre os atos de seus próprios agen-

tes, trata-se de controle administrativo.

Poderá haver controle administrativo de oficio, ou mediante provocação.

Nesse caso, a provocação é feita por meio de representações, reclamações,

impugnações, recursos ou requerimentos.

O controle administrativo pode ser hierárquico, exercido entre órgãos da

administração direta, ou no âmbito da própria entidade, escalonados vertical-

mente.

Além disso, há controle administrativo não-hierárquico, que acontece em

situações em que não há escalonamento hierárquico entre órgão controlador e

órgão controlado. É o que ocorre, por exemplo, quando um ministério exerce o

controle sobre uma entidade da administração indireta, ou mesmo entre órgãos

que não se posicionam em escalonamento hierárquico.

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Instrumentos adequados à provocação do controle administrativo

Representação

Através de um documento, qualquer pessoa que tenha conhecimento da

prática de ilegalidade, irregularidade ou abuso praticado pela administra-

ção comunica o fato e requer o controle.

Reclamação

Difere-se da representação, pois, no caso da reclamação, o autor é o titular

do direito ou interesse afetado ou ameaçado por ação ou omissão de agentes

da administração pública.

Recursos Administrativos

A Lei do Processo Administrativo (Lei n. 9.784/1999) dispõe que cabe recurso

contra decisões administrativas em razão do mérito ou da legalidade da decisão.

O recurso deve ser dirigido à própria autoridade que proferiu a decisão. Caso

não reconsidere no prazo de cinco dias, encaminhará o recurso à autoridade hie-

rarquicamente superior.

Lembre-se de que o prazo para a interposição de recursos administrativos é de

dez dias, se não houver outro prazo fixado em leis específicas (Art. 59 da Lei n.

9.784/1999)

A regra é que os recursos administrativos não terão efeito suspensivo (Art. 61

da Lei n. 9.784/1999), mas a autoridade poderá, em decisão motivada, conferir

esse efeito aos recursos caso exista risco de que da decisão resultem prejuízos ir-

reparáveis ou de difícil reparação.

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Revisão do Processo

A revisão do processo é, na verdade, outro processo (revisional) que será

instaurado de ofício pela própria administração ou a requerimento do interes-

sado ( em caso de falecido, ausente ou incapaz, poderá ser por intermédio da

família ou curador), a qualquer tempo.

A revisão só é cabível no caso de processos que tenham resultado em san-

ções administrativas.

Os pressupostos para a revisão são o surgimento de fatos novos, não conhe-

cidos no processo principal, ou circunstâncias que justifiquem a inadequação da

penalidade. A simples alegação da injustiça da sanção não é pressuposto para

revisão.

Lembre-se de que, da revisão, não pode resultar agravamento da sanção.

3.2. Quanto à extensão

3.2.1. controle interno

É exercido no âmbito de um mesmo Poder. Assim, cada um dos três Poderes

tem o seu próprio sistema de controle interno.

Ex.: os órgãos públicos superiores exercem o controle sobre a atividade de seus

órgãos subalternos. Outro exemplo seria o julgamento de um recurso hierárquico

próprio, que tramita em até três instâncias administrativas.

3.2.2. controle externo

Será exercido por um Poder diverso daquele responsável pela prática do ato.

É o que ocorre, por exemplo, quando o Tribunal de Contas exerce controle so-

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bre atos do Poder Executivo, ou quando o Judiciário exerce controle jurisdicio-

nal sobre atos da administração ou ainda quando o Senado Federal julga crime

de responsabilidade do presidente da República

3.3. Quanto à natureza do controle

3.3.1.controle de legalidade

Esse controle verifica se os atos administrativos estão de acordo com a lei

e o direito.

O ato não pode violar princípios do direito administrativo, não pode conter

abusos de poder e deve ter presentes todos os seus requisitos de validade.

O controle de legalidade pode levar à anulação do ato, sua sustação, pelo

Legislativo ou Tribunal de Contas, ou, ainda, à convalidação pela Administração

no caso de vício sanável.

3.3.2. controle de mérito

Verifica aspectos de conveniência e oportunidade para a prática ou manu-

tenção do ato.

O controle de mérito será exercido pela própria administração e pode resul-

tar na revogação do ato.

3.4. Quanto ao Âmbito de Atuação do Controle

3.4.1. Controle por Subordinação

A autoridade que exerce o controle deve ser hierarquicamente superior à

controlada.

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Lembre-se de que entidades da administração indireta não se submetem a

controle por subordinação por parte da administração direta. Exemplo de con-

trole por subordinação é a anulação, por ministro de Estado, de ato praticado

por secretário executivo.

3.4.2. controle por vinculação

Também denominado controle finalístico e no âmbito federal, supervisão mi-

nisterial é aquele exercido por órgãos autônomos da administração direta sobre

as entidades da administração indireta.

Ex.: O Ministério da Educação exercendo controle finalístico ou de resultados sobre

a Fundação Universidade de Brasília (FUB) que, embora não seja subordinada ao

Ministério, está a ele vinculada e sujeita a controle.

3.5. Quanto ao Momento

3.5.1. Controle Prévio

É frequentemente chamado de controle a priori. Este controle ocorre antes

mesmo de a atividade administrativa ser realizada e, por essa razão, é também

denominado controle preventivo.

Ex.: mandado de segurança preventivo para impedir a prática de ato ilegal.

3.5.2. Controle Concomitante

Realizado durante a execução da atividade. Exemplo clássico é a fiscalização

da execução dos contratos administrativos.

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3.5.3. Controle Posterior

Realizado após a prática do ato controlado, é também denominado controle

a posteriori. Esse controle ocorre para corrigir algum vício do ato administra-

tivo, ou mesmo para extinguir atos inconvenientes ou inoportunos, através de

revogação.

Ex.: ação popular ajuizada para anular ato lesivo ao patrimônio público.

A Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013)


Sabemos que a corrupção é um problema que atinge a sociedade brasileira

há longa data. A imprensa tem divulgado inúmeros casos de investigações e con-

denações de grandes empresários e executivos em razão da prática de atos de

corrupção, o que faz com que a população fique cada vez mais indignada.

No ano de 2013, foi promulgada a Lei n. 12.864/2013, aplicável à União,

aos estados membros, aos municípios e ao Distrito Federal. Sua abrangência atin-

ge, inclusive, as empresas brasileiras que atuem no exterior.

Veja o que define o art. 1º da Lei Anticorrupção:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pes-


soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estran-
geira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às socie-
dades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou
modelo societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida-
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação
no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
(grifei)

A Lei Anticorrupção inovou ao prever a responsabilização objetiva de pessoas

jurídicas de direito privado que praticam atos lesivos à administração pública nacio-

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nal ou estrangeira, mediante apuração da responsabilidade administrativa por meio

de processo administrativo de responsabilização (PAR).

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos admi-


nistrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não.

O art. 3º da referida lei estabelece que a responsabilização da pessoa jurídica

não exclui a responsabilidade dos dirigentes e administradores, que responderão

individualmente se forem autores, coautores ou partícipes do ato ilícito.

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual


de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora
ou partícipe do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização
individual das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos
na medida da sua culpabilidade.

Outro ponto importante é que a responsabilidade da pessoa jurídica subsistirá

no caso de alteração contratual, fusão, incorporação ou transformação da empresa,

conforme prevê o art. 4º.

Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contra-


tual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.

Se houver fusão ou incorporação, a empresa sucessora será responsável pelo

pagamento da multa ou pela reparação do dano até o limite do patrimônio

transferido.

Os atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação não serão de

responsabilidade da empresa sucessora, salvo se ficar comprovada a simulação ou

fraude.

É o que determina o § 1º do art. 4º:

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Art. 4º
(...)
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será res-
trita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o
limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação,
exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

Em caso de consórcios de empresas, todas as sociedades que participam do

contrato serão solidariamente responsáveis pelo pagamento da multa e do ressar-

cimento integral do dano causado, conforme estabelece o §2º do art. 4º.

Art. 4º
(...)
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respecti-
vo contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado.

Controles Internos

Incumbe às empresas adotar sistemas de controle e políticas internas anticor-

rupção, além de mecanismos de treinamento das respectivas equipes em relação à

Lei Anticorrupção.

Muitas empresas de origem estrangeira que mantêm filiais no Brasil já adota-

vam essas práticas antes mesmo da promulgação da Lei, inspirando-se nos códigos

de conduta de seus países de origem (nos Estados Unidos, Alemanha e Reino Uni-

do, por exemplo, essas regras são bem avançadas).

Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira

O art. 5º da Lei n. 12.846/2013 traz um rol de atos considerados lesivos à Ad-

ministração Pública:

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Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para


os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no pará-
grafo único do art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente pú-
blico, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
II – comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar
a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III – comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou
dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV – no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o ca-
ráter competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório
público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vanta-
gem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação
pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou pror-
rogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei,
no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com
a administração pública;
V – dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes
públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e
dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

O §1º do art. 5º traz a definição de Administração Pública estrangeira para fins

de aplicação da lei, enquanto o §2º esclarece que os organismos internacionais se

equiparam à Administração Pública estrangeira, para os mesmos fins.

Art. 5º 
(...)
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de gover-
no, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público de país estrangeiro.

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§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as or-
ganizações públicas internacionais.

O §3º do art. 5º traz o conceito de agente público estrangeiro para fins de

aplicação das normas previstas na Lei Anticorrupção:

Art. 5º
(...)
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em ór-
gãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim
como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de
país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.

Responsabilização Administrativa

O art. 6º da Lei Anticorrupção estabelece as sanções a serem aplicadas na

esfera administrativa.

A Lei determina, explicitamente, que a aplicação das penalidades não exclui o

dever de reparar o dano.

A competência para a aplicação das penalidades é da autoridade máxima do

Poder ou da entidade que sofreu a lesão e, no caso de ser constatado suborno

transnacional, pela Controladoria Geral da União.

A primeira sanção prevista na lei é a multa, que pode variar de 0,1% (um dé-

cimo por cento) até 20% ( vinte por cento) do faturamento bruto da empresa,

ou até R$60.000.000,00 (Sessenta Milhões de Reais), quando não for possível cal-

cular o faturamento bruto.

É o que estabelece o art. 6º, I e §4º.

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas res-


ponsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:

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I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do fatura-
mento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo,
excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for pos-
sível sua estimação; e
(...)
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do valor
do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a
R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).

A segunda sanção administrativa é a publicação extraordinária da decisão con-

denatória.

Essa publicação será feita em meios de comunicação de grande circulação, na

área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou através da publica-

ção em imprensa de circulação nacional.

A lei também determina que será divulgado edital, mediante afixação no pró-

prio estabelecimento onde a atividade empresarial é exercida, pelo prazo mínimo

de 30 (trinta) dias.

Por fim, a publicação extraordinária da decisão condenatória inclui a divulga-

ção via na internet, no site da empresa.

É o que estabelece o art. 6º, inciso II e § 5º.

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas res-


ponsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
(...)
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
(...)
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato
de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande cir-
culação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta,
em publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício
da atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de com-
putadores.

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A aplicação dessas penalidades administrativas deverá ser precedida da mani-

festação do órgão de assistência jurídica da entidade pública afetada pelo ato ilícito.

É obrigatória a motivação do ato que impõe a multa e/ou a publicação extra-

ordinária, podendo as penas ser aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme a

gravidade da infração e peculiaridades da situação.

Art. 6º.
(...)
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de
acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infra-
ções.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese,
a obrigação da reparação integral do dano causado.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação
jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equi-
valente, do ente público.

O art. 7º da lei estabelece os critérios de gradação da penalidade administra-

tiva.

Deverão ser levados em consideração na aplicação da multa, por exemplo: a

gravidade da infração; a vantagem ilícita auferida ou pretendida pelo infrator; a

consumação ou não da infração; a situação econômica do infrator; a cooperação da

pessoa jurídica para a apuração das infrações (acordo de leniência); a existência de

programas de compliance6, com mecanismos e procedimentos internos; a auditoria

e o incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética

e de conduta no âmbito da pessoa jurídica.

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


I – a gravidade da infração;
II – a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;

6
O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra,
uma instrução interna, um comando. Assim, estar em “compliance” significa estar em conformidade com
leis e regulamentos externos e internos.

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III – a consumação ou não da infração;


IV – o grau de lesão ou perigo de lesão;
V – o efeito negativo produzido pela infração;
VI – a situação econômica do infrator;
VII – a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII – a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria
e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de
conduta no âmbito da pessoa jurídica;
IX – o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pú-
blica lesados; e
X – (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos
no inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

O Processo Administrativo de Responsabilização - Competência


para Instaurar e Julgar o Processo

Compete à autoridade máxima de cada Poder a instauração e o julgamento

de processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica

(PAR). Essa competência poderá ser delegada, sendo vedada a subdelegação.

No âmbito do Poder Executivo, a  competência fica assim definida, de acordo

com o órgão ou entidade que sofreu o dano:

• Administração direta - ministro de Estado.

• Administração indireta - autoridade máxima da entidade.

A CGU tem competência concorrente para instaurar e julgar o processo adminis-

trativo e competência exclusiva para avocar processos já instaurados, examinar a

regularidade dos procedimentos e corrigir o andamento do processo, se necessário.

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou en-
tidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

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§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de


apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subde-
legação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá
competência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização
de pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta
Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o jul-
gamento dos atos ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a administração pública
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Cor-
rupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais,
promulgada pelo Decreto no 3.678, de 30 de novembro de 2000.

A Comissão Processante

O art. 10 da Lei n. 12.846/2013 estabelece que o processo administrativo de

apuração da responsabilidade da pessoa jurídica será conduzido por comissão, que

deve ser composta por dois ou mais servidores estáveis.

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídi-


ca será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por
2 (dois) ou mais servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente,
a pedido da comissão a que se refere o caput, poderá requerer as medidas judiciais
necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda
os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

Prazo de Conclusão do Processo Administrativo

O prazo para a conclusão do PAR é de 180 (cento e oitenta) dias, contados a

partir da publicação do ato que instaurou o processo. Esse prazo é prorrogável,

mediante ato motivado. A lei não estabelece o prazo de prorrogação.

Art. 10
(...)

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§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias con-
tados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre
os fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
motivada as sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da
autoridade instauradora.

Defesa

Ao ser intimada, a pessoa jurídica terá 30 (trinta) dias de prazo para apresentar

sua defesa.

Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido


à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.

Concluída a fase de instrução, a comissão deverá elaborar um relatório, que

será encaminhado juntamente com os autos do processo à autoridade competente

para o julgamento.

Além disso, a comissão deverá, após a conclusão do procedimento administra-

tivo, notificar o Ministério Público, que adotará as medidas que julgar necessárias.

Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à auto-


ridade instauradora, na forma do art. 10, para julgamento.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica,
após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Pú-
blico de sua existência, para apuração de eventuais delitos.

Concluído o processo e aplicada a pena, se a empresa não pagar a multa, o va-

lor será inscrito na dívida ativa da fazenda pública.

Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do


dano não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado
será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.

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O art. 14 da Lei Anticorrupção prevê a desconsideração da personalidade ju-

rídica se for constatado que os sócios a utilizaram para encobrir a prática de atos

ilícitos ou provocar confusão patrimonial. Se isso ocorrer, todos os efeitos das san-

ções serão estendidos aos administradores e sócios com poderes de administração,

devendo ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com
abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.

O Acordo de Leniência

A Lei Anticorrupção prevê a possibilidade de redução da pena se a empresa

celebrar acordo de leniência, colaborando com as investigações do processo ad-

ministrativo. Contudo, é necessário que a colaboração resulte na identificação dos

demais envolvidos ou a obtenção de informações e documentos que comprovem,

mais rapidamente, o ilícito.

A lei estabelece alguns requisitos que devem estar presentes, cumulativamente,

para a celebração do acordo de leniência:

• 1º requisito: que a pessoa jurídica investigada manifeste seu interesse em

cooperar;

• 2º requisito: que, a partir da data da propositura do acordo, a pessoa jurí-

dica investigada cesse totalmente seu envolvimento na infração investigada;

• 3º requisito: que a pessoa jurídica investigada admita sua participação

no ilícito e coopere totalmente com as investigações, devendo comparecer,

às suas custas, a todos os atos processuais, sempre que for solicitada.

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A celebração do acordo de leniência pode reduzir em até 2/3 (dois terços) o

valor da multa aplicada.

• Por outro lado, se for descumprido o acordo, a pessoa jurídica não poderá

celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos a partir da data em que a

Administração Pública tomou conhecimento do descumprimento.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar


acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos pre-
vistos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo admi-
nistrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II – a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apu-
ração.
§ 1º O acordo de que trata o caput  somente poderá ser celebrado se preenchidos,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar
para a apuração do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a
partir da data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanen-
temente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas
expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços)
o valor da multa aplicável.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar inte-
gralmente o dano causado.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a efetivi-
dade da colaboração e o resultado útil do processo.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que inte-
gram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em
conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efeti-
vação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo
administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta
de acordo de leniência rejeitada.

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§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica fica-


rá impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do
conhecimento pela administração pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilíci-
tos previstos nesta Lei.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos
lesivos praticados contra a administração pública estrangeira.

Responsabilização Judicial

Além da responsabilização administrativa, apurada através do procedimento

administrativo que vimos há pouco, a pessoa jurídica poderá ser responsabilizada

na esfera judicial, conforme estabelece o art. 18 da Lei Anticorrupção.

Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a


possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.

A legitimidade ativa para a propositura da ação judicial é dos entes federativos,

estes afetados pelo ato ilícito, por meio das respectivas advocacias públicas ou ór-

gãos de representação judicial.

Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados,


o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou ór-
gãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar
ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: (…)

Penalidades

Entre outras penalidades, poderá ser decretado, por sentença, o perdimento dos

bens ou valores obtidos com o cometimento da infração; a suspensão ou interdição do

funcionamento da empresa; proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,

doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras

públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máxi-

mo de 5 (cinco) anos e até a dissolução compulsória da pessoa jurídica.

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Essa última penalidade só será cabível quando ficar comprovado que a perso-

nalidade jurídica da empresa foi utilizada para facilitar ou promover atos ilícitos, ou

que a pessoa jurídica tenha sido criada para ocultar a identidade dos beneficiários

dos atos ilícitos.

A lei resguarda os terceiros de boa-fé, que não sofrerão as sanções previstas

no art. 19.

Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Esta-


dos, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas
ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão
ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
infratoras:
I – perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito di-
reta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé;
II – suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III – dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV – proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos
de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas
pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
I – ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promo-
ver a prática de atos ilícitos; ou
II – ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados.
§ 2º (VETADO).
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou
equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou
valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano
causado, conforme previsto no art. 7º, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.

Prescrição

A lei prevê o prazo prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data da ciência,

pela administração, do cometimento do ilícito. No caso de infração permanente ou

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continuada, o prazo de prescrição só se iniciará a partir do momento em que cessar

a prática.

Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da


data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia
em que tiver cessado.

Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303/2016)


Em 30 de Junho de 2016, foi publicada a “Lei das Estatais” – Lei n. 13.303/2016.

Trata-se de uma norma legal de suma importância para o Direito Administrativo

brasileiro.

Após longo período de omissão legislativa, finalmente, foi positivada a norma

que traça o estatuto jurídico das empresas públicas, sociedades de economia

mista e suas subsidiárias, aplicável a todos os entes federativos: União, estados,

Distrito Federal e municípios.

A Lei n. 13.303/2016, que recebeu os apelidos de “Lei da Responsabilidade

das Estatais” ou “Lei das Estatais”, trouxe a regulamentação do art. 173 da

Constituição Federal, que trata da exploração direta de atividade econômica pelo

Estado por meio das empresas públicas e sociedades de economia mista.

A Lei das Estatais estabelece o regime jurídico das empresas públicas e das

sociedades de economia mista, trazendo alguns institutos de direito privado junta-

mente com normas de direito público.

Essa norma legal traça várias regras referentes a aspectos de transparên-

cia e governança, bem como normas destinadas à publicidade das práticas de ges-

tão de riscos, divulgação de códigos de conduta e estabelecimento de instrumentos

de fiscalização pelo Estado e pela sociedade.

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Além disso, são abordados pela Lei das Estatais temas como a constituição e

funcionamento dos conselhos e os requisitos a serem atendidos para nomeação de

dirigentes.

Mas, sem dúvida, um dos grandes temas tratados pela Lei n. 13.303/2016 são

as regras específicas para as licitações e contratos no âmbito das empresas pú-

blicas e sociedades de economia mista.

Foi estabelecido um prazo de 24 meses para que todas as estatais se adequas-

sem às novas regras. Esse prazo expirou em junho de 2018.

Vejamos, agora, alguns dos pontos mais importantes da Lei das Estatais:

Abrangência e Aplicabilidade da Lei

Trata-se de uma lei nacional, ou seja, aplicável a todos os entes federativos:

União, estados, Distrito Federal e municípios.

As regras traçadas pela Lei n. 13.303/2016 aplicam-se a todas as empresas

públicas e sociedades de economia mista de todos os entes federativos, seja a

estatal exploradora de atividade econômica de produção ou comercialização de

bens ou prestação de serviços, ou, ainda, quando a atividade desempenhada se

sujeite ao regime de monopólio da União ou se destine à prestação de serviços

públicos.

Com isso, percebe-se logo que a Lei n. 13.303/2006 não estabelece tratamento

diferenciado em relação às estatais exploradoras de atividade econômica (Banco

do Brasil, por exemplo) e prestadoras de serviços públicos (Correios, por exemplo).

Todas as estatais deverão se sujeitar aos ditames da lei.

Da mesma forma, sujeitam-se à nova Lei das Estatais as empresas públicas e

sociedades de economia mista que participem de consórcio, assim como a socie-

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dade, inclusive de propósito específico (SPE), que seja  controlada por empresa

pública ou sociedade de economia mista.

As regras específicas sobre licitações e contratos se impõem inclusive à em-

presa pública dependente  que explore atividade econômica, mesmo que

essa atividade econômica seja realizada sob o regime de monopólio da União ou de

prestação de serviços públicos.

Conceitos Legais

A Lei n. 13303/2006 apresenta primeiramente os conceitos de empresa pública

e sociedade de economia mista, nos seguintes termos:

• Empresa pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito pri-

vado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital

social é integralmente detido pela  União, pelos estados, pelo Distrito

Federal ou pelos municípios (sendo admitida a participação de outras pes-

soas jurídicas de direito público interno, assim como de entidades da adm.

indireta)

• Sociedade de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica

de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de socieda-

de anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maio-

ria à União, aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios ou à enti-

dade da administração indireta.

Perceba que o legislador incluiu no texto legal os conceitos que a doutrina já

adotava, inclusive no que tange à possibilidade de participação de mais de uma

entidade administrativa no capital das empresas públicas, desde que a maioria do

capital votante permaneça em poder do ente federativo.

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Requisitos para Escolha dos Administradores

São denominados administradores das empresas públicas e das sociedades de

economia mista os membros do conselho de administração e da diretoria.

A escolha desses membros deverá ser feita entre cidadãos de reputação iliba-

da, notório conhecimento e que atendam aos requisitos previstos na lei.

A lei, ainda, estabelece vedações acerca da indicação para o conselho de admi-

nistração e para a diretoria.

Regime de Licitações e Contratações das estatais

A Lei n. 13.303/2016 tratou de disciplinar as licitações e contratos, no âmbito

das estatais. Como já vimos, essa norma se aplica a sociedades de economia mista

e empresas públicas, independentemente da natureza da atividade desempenha-

da (prestadora de serviço ou exploradora de atividade econômica).

Com a promulgação da nova Lei das Estatais, a Lei n. 8.666/1993 deixou de ser

aplicada a essas entidades, salvo nos casos expressamente previstos na própria Lei

n. 13.303/2016 (normas penais e parte dos critérios de desempate).

No que se refere ao pregão, disciplinado pela Lei n. 10.520/2002, esse deve-

rá ser será adotado, preferencialmente, pelas empresas públicas e sociedades de

economia mista quando essas estiverem diante da necessidade de firmar contratos

para a aquisição de bens e serviços comuns.

Assim, no momento atual, as estatais não adotam mais as modalidades de li-

citação previstas na Lei n. 8.666/1993 (convite, concorrência, tomada de preços,

concurso e leilão), mas, sim, os procedimentos previstos na Lei n. 13.303/2016.

Além disso, no caso de aquisição de bens e serviços comuns, elas devem ado-

tar, preferencialmente, o pregão.

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Há alguns aspectos importantes acerca das licitações e contratos estabelecidos

pela Lei n. 13303/2016. São eles:

• Regras específicas para dispensa e inexigibilidade de licitação: licitação dis-

pensada (art. 28, §3º), licitação dispensável (art. 29) e licitação inexigí-

vel (art. 30);

• Princípios (art. 31);

• Orçamento deve ser sigiloso, em regra, podendo ser divulgado mediante jus-

tificativa ou quando o julgamento for por maior desconto (art. 34);

• Prazos para divulgação do edital conforme o critério de julgamento emprega-

do (art. 39);

• Inversão das fases de julgamento e habilitação (art. 51);

• Modos de disputa aberto, com possibilidade de apresentação de lances, ou fe-

chado, sem lances (art. 52);

• Critérios de julgamento: menor preço, maior desconto, melhor combinação

de técnica e preço, melhor técnica, melhor conteúdo artístico, maior oferta

de preço, maior retorno econômico e melhor destinação de bens alienados

(art. 54);

• Negociação com o primeiro colocado para obtenção de condições mais van-

tajosas, podendo ser extensível aos demais licitantes quando o preço do pri-

meiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima do orçamento

estimado (art. 57);

• Fase recursal única, como regra (art. 59);

• Duração dos contratos, como regra, de cinco anos, admitidas determinadas

exceções (art. 71);

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• Alteração dos contratos apenas por acordo entre as partes, ou seja, não

pode haver alteração unilateral pela estatal (art. 72);

• O contratado pode (é facultativo) aceitar alterações dos quantitativos, como

regra, até 25% para acréscimos ou supressões (art. 81);

• Regimes de contratação integrada ou semi-integrada (art. 42).

Cabe salientar que a Lei n. 13.303/2016 incluiu alguns procedimentos adotados

no Regime Diferenciado de Contratações (RDC).

Fiscalização e Controle das Estatais

Um dos temas mais importantes trazidos pela Lei n. 13.303/2016 se refere às

formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade.

Esse tema é o que mais nos interessa, especificamente nessa aula.

O Capítulo III da Lei n. 13.303/2016, denominado “Da Fiscalização Pelo

Estado e Pela Sociedade”, inicia-se no art. 85, nos seguintes termos:

Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) esferas de governo fis-
calizarão as empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas relacionadas,
inclusive aquelas domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à
eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro, opera-
cional e patrimonial.

Além das empresas públicas e sociedades de economia mista integrantes das

administrações públicas descentralizadas dos entes federativos, também se sujei-

tam às atividades fiscalizatórias previstas na Lei n. 13.303/2016 as entidades de

caráter e constituição transnacional, no que se refere aos atos de gestão e aplica-

ção do capital nacional.

Art. 85.
(...)

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§  3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-ão, tam-


bém, às empresas públicas e às sociedades de economia mista de caráter e constitui-
ção transnacional no que se refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional,
independentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos e acordos
constitutivos.

A lei estabelece que órgãos de controle terão acesso irrestrito a documentos e

informações necessários à efetivação da fiscalização, inclusive os que tiverem sido

classificados pela empresa pública ou sociedade de economia mista como sigilosos.

Art. 85.
(...)
§  1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput, os órgãos de
controle deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações necessários à
realização dos trabalhos, inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa
pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei n. 12.527, de 18 de
novembro de 2011 .
§ 2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e sociedades de
economia mista no ato de entrega dos documentos e informações solicitados, tornando-
-se o órgão de controle com o qual foi compartilhada a informação sigilosa correspon-
sável pela manutenção do seu sigilo.

O art. 86 da lei prevê o acesso dos órgãos de controle a informações relativas a

licitações e contratos, bem como a atas de reuniões, ordinárias ou extraordinárias,

dos conselhos de administração ou fiscal das empresas públicas e das sociedades

de economia mista, inclusive gravações e filmagens, se for o caso. Essas informa-

ções deverão ser disponibilizadas pela estatal para os órgãos de controle sempre

que solicitados, no âmbito dos trabalhos de auditoria.

A lei também determina que deverão ser devidamente identificadas as infor-

mações que contenham sigilo bancário, estratégico, comercial ou industrial.

Nesses casos, se houver alguma divulgação indevida, o servidor responsável pelo

vazamento responderá nas esferas administrativa, civil e penal pelos danos cau-

sados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e aos seus acionistas.

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Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de economia mista


relativas a licitações e contratos, inclusive aqueles referentes a bases de preços, consta-
rão de bancos de dados eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos
de controle competentes.
§ 1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública e da sociedade de eco-
nomia mista serão disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na
internet, inclusive em formato eletrônico editável.
§ 2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordinárias ou extraordinárias,
dos conselhos de administração ou fiscal das empresas públicas e das sociedades de
economia mista, inclusive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponi-
bilizados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito dos trabalhos
de auditoria.
§ 3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas no caput e no § 2º será
restrito e individualizado.
§ 4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, estratégico, comer-
cial ou industrial serão assim identificadas, respondendo o servidor administrativa,
civil e penalmente pelos danos causados à empresa pública ou à sociedade de economia
mista e a seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida.
§ 5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado sigilo estratégico, comer-
cial ou industrial serão estabelecidos em regulamento.

O art. 87 determina que o controle das despesas resultantes dos contratos

firmados pelas estatais ficará a cargo dos órgãos de controle interno e do Tri-

bunal de Contas competente.

Por outro lado, é de responsabilidade das estatais a demonstração da legali-

dade e da regularidade da despesa.

Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos re-
gidos por esta Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal
de contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas
e as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da
regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição.

O art. 88 da Lei n. 13.303/2016 determina que as estatais disponibilizem men-

salmente, por meio eletrônico, as informações atualizadas sobre a execução de

seus contratos.

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O prazo máximo de atraso, permitido pela lei, para essa divulgação, é de dois

meses.

Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão disponibili-


zar para conhecimento público, por meio eletrônico, informação completa mensalmente
atualizada sobre a execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se retar-
do de até 2 (dois) meses na divulgação das informações.
§ 1º A disponibilização de informações contratuais referentes a operações de perfil es-
tratégico ou que tenham por objeto segredo industrial receberá proteção mínima neces-
sária para lhes garantir confidencialidade.
§ 2º O disposto no § 1º não será oponível à fiscalização dos órgãos de controle interno
e do tribunal de contas, sem prejuízo da responsabilização administrativa, civil e penal
do servidor que der causa à eventual divulgação dessas informações.

Por fim, a lei estabelece, nos arts. 89 e 90, que as atividades de controle re-

alizadas pelos órgãos aos quais as estatais se vinculam não poderá restringir ou

suprimir a autonomia que a lei instituidora da estatal conferiu.

A fiscalização deverá ser realizada nos limites da lei.

Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa pública ou da sociedade


de economia mista, pelo órgão a que se vincula, não pode ensejar a redução ou a su-
pressão da autonomia conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade
supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem autoriza a ingerência do
supervisor em sua administração e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida
nos limites da legislação aplicável.
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar
interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a
ele submetidas nem ingerência no exercício de suas competências ou na definição de
políticas públicas.

Caro(a) aluno(a),

Concluímos nossa aula.

Tente resolver as questões antes de ler os comentários, pois, assim, você irá

fixar o conteúdo de forma mais efetiva.

Um abraço e até a próxima aula.

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EXERCÍCIOS
Questão 1    (INÉDITA/2019) Em matéria de controle da administração pública,

a assembleia legislativa de um estado da Federação deve exercer o controle

a) Judicial, com auxílio do Tribunal de Contas estadual, de fiscalização sobre os

atos administrativos do Executivo, do Judiciário e do próprio do Legislativo.

b) Legislativo sobre os atos normativos editados pelos Poderes Judiciário e Execu-

tivo, sustando os efeitos dos atos inconstitucionais.

c) Externo, com auxílio do Tribunal de Contas estadual, sobre o Executivo, o Ju-

diciário e o Ministério Público estaduais no que se refere à receita, à despesa e à

gestão dos recursos públicos.

d) Administrativo e o interno, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

aplicação das subvenções e renúncia de receitas dos órgãos integrantes da estru-

tura do Poder Executivo estadual.

Questão 2    (2018/FGV/SEPLAG-RJ/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO

– ÁREA CONTROLADORIA) O conselho municipal de alimentação de determinado

município averiguou que os alimentos comprados pela prefeitura não estavam che-

gando integralmente às escolas ou eram entregues após a data de vencimento.

Ao  verificar tal situação, o  conselho decidiu acionar imediatamente a autoridade

responsável. Essa conduta do conselho é um exemplo de

a) Regulação consultiva

b) Deliberação executiva

c) Controle social

d) Controle judicial

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Questão 3    (2018/FGV/SEPLAG-RJ/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO

– ÁREA CONTROLADORIA) O controle na administração pública é de suma impor-

tância para que o Estado execute suas funções em conformidade com a Constitui-

ção. Sobre o controle interno no Brasil, assinale a afirmativa correta.

a) É exercido pelo Judiciário quando julga uma ação trabalhista contra uma autar-

quia.

b) Será exercido de maneira integrada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-

diciário.

c) Está subordinado ao controle externo, tendo a sua organização definida pelos

tribunais de contas.

d) Por ter caráter meramente administrativo, não assegura os princípios de ampla

defesa e contraditório.

Questão 4    (2018/FGV/TJ-SC/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR) João, oficial de

justiça e avaliador, integralizou a idade mínima e o tempo de contribuição exigidos

para a aposentadoria facultativa. Ato contínuo, o seu requerimento de aposentado-

ria foi deferido pela autoridade competente. Seis anos após a sua aposentadoria,

o Tribunal de Contas do Estado, por ocasião de análise para fins de registro, de-

tectou uma falha no cálculo dos seus proventos, daí decorrendo a necessidade de

serem reduzidos, o que efetivamente foi feito pela autoridade competente.

Insatisfeito com a redução dos seus proventos, João solicitou orientação de um

advogado sobre a correção desse procedimento, o qual respondeu, corretamen-

te, que:

a) Apesar do tempo decorrido, o Tribunal de Contas poderia avaliar a higidez do ato

de aposentadoria de João;

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b) Considerando o tempo decorrido, o Tribunal de Contas não mais poderia se in-

surgir contra o valor dos proventos;

c) O Tribunal de Contas não poderia se insurgir contra o valor dos proventos fixado

pela autoridade competente;

d) O ato de aposentadoria de João, tão logo praticado, consubstancia ato jurídico

perfeito, insuscetível de alteração.

Questão 5    (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA ADMINISTRATIVO) O governador do esta-

do de Santa Catarina determinou à Secretaria Estadual de Cultura que, no âmbito

de sua competência, fomentasse ações tendentes à valorização do patrimônio ima-

terial cultural da região. Inconformado com a política pública adotada e a situação

de precariedade na saúde pública estadual, o cidadão João propôs ação popular

requerendo ao Judiciário que transfira toda a verba pública que seria utilizada na-

quele ano na área de cultura para os hospitais estaduais, inclusive anulando todos

os empenhos já realizados.

No caso em tela, em regra, ao Poder Judiciário Estadual:

a) Não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas aferir a legali-

dade dos atos administrativos praticados e não revogá-los por motivo de oportu-

nidade ou conveniência;

b) Não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas valorar a discri-

cionariedade dos atos administrativos praticados e revogá-los por motivo de opor-

tunidade ou conveniência;

c) Cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo anular os atos administrati-

vos que se revelem ilegais, inoportunos ou inconvenientes, diante das provas pro-

duzidas no curso da instrução processual;

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d) Cabe se imiscuir na legalidade de cada ato administrativo, devendo revogar

aqueles que se revelem inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzi-

das no curso da instrução processual.

Questão 6    (2018/FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Em matéria de

controle da administração pública, de acordo com o ordenamento jurídico e a dou-

trina de Direito Administrativo, o Poder Judiciário:

a) Se submete ao controle por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, em razão

do sistema de freios e contrapesos;

b) Não se submete ao controle por parte do Poder Executivo, em razão do princípio

da soberania das decisões judiciais;

c) Não se submete ao controle por parte dos Poderes Legislativo e Executivo, em

razão do princípio da separação dos Poderes;

d) Não se submete ao controle por parte do Poder Legislativo, que desempenha

apenas atividade de elaboração de leis.

Questão 7    (2018/FGV/MPE-AL/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO) João, tão

logo tomou posse no cargo de prefeito municipal, foi informado pelo seu principal

assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao controle político e

financeiro do Poder Legislativo.

Sobre a referida informação, considerando a ordem jurídica brasileira, assinale a

afirmativa correta.

a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal

de Contas, o financeiro.

b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido

pelo Tribunal de Contas.

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c) Está errada, pois a separação dos Poderes impede que qualquer Poder controle

os atos do Executivo.

d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos

controles.

Questão 8    (2018/FGV/CÂMARA DE SALVADOR – BA/ ANALISTA LEGISLATIVO MU-

NICIPAL) Em matéria de controle da administração pública, o Poder Legislativo

Municipal exerce, mediante controle externo, a  fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade, legitimidade, econo-

micidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas:

a) do Poder Executivo, incluindo administração direta e indireta, com o auxílio do

Tribunal de Contas;

b) dos Poderes Executivo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Justiça;

c) dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Con-

tas;

d) dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Jus-

tiça.

Questão 9    (2018/FGV/TJ - AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O con-

trole da administração pública pode ser conceituado como o conjunto de mecanis-

mos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização

e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder.

Nesse contexto, de acordo com a doutrina e o texto constitucional, o Poder:

a) Judiciário é controlado exclusivamente pelo Conselho Nacional de Justiça, não

podendo ser alvo de qualquer ingerência dos Poderes Legislativo e Executivo;

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b) Legislativo exerce controle externo financeiro sobre o Poder Judiciário no que se

refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos;

c) Legislativo exerce o controle interno sobre o Poder Executivo, no que tange à

fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da admi-

nistração direta e indireta;

d) Judiciário exerce o controle externo sobre a legalidade e o mérito administrativo

dos atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo.

Questão 10    (INÉDITA/2019) Em matéria de classificação do controle da adminis-

tração pública quanto à natureza do órgão controlador, a doutrina de Direito Admi-

nistrativo destaca o controle:

a) Judicial, em que o Poder Judiciário realiza o controle da legalidade dos atos ad-

ministrativos, sendo que a atividade política do Estado não se submete ao controle

judicial em abstrato, pela discricionariedade administrativa;

b) Legislativo, em que a Câmara Municipal promove a fiscalização contábil, finan-

ceira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Poderes Executivo e Judiciário

municipais, com o auxílio do Tribunal de Contas, mediante controle externo;

c) Legislativo, em que a Câmara Municipal analisa a legalidade, legitimidade, eco-

nomicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, do Poder Executivo

municipal, incluindo as entidades da administração direta e indireta, mediante con-

trole interno;

d) Judicial, em que o Poder Judiciário realiza, em regra, o controle da legalidade e

do mérito dos atos administrativos, em razão dos princípios da inafastabilidade da

jurisdição e do acesso à justiça.

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GABARITO
1. c

2. c

3. b

4. a

5. a

6. a

7. d

8. a

9. b

10. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (INÉDITA/2019) Em matéria de controle da administração pública,

a assembleia legislativa de um estado da Federação deve exercer o controle

a) Judicial, com auxílio do Tribunal de Contas estadual, de fiscalização sobre os

atos administrativos do Executivo, do Judiciário e do próprio do Legislativo.

b) Legislativo sobre os atos normativos editados pelos Poderes Judiciário e Execu-

tivo, sustando os efeitos dos atos inconstitucionais.

c) Externo, com auxílio do Tribunal de Contas estadual, sobre o Executivo, o Ju-

diciário e o Ministério Público estaduais no que se refere à receita, à despesa e à

gestão dos recursos públicos.

d) Administrativo e o interno, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

aplicação das subvenções e renúncia de receitas dos órgãos integrantes da estru-

tura do Poder Executivo estadual.

Letra c.

De acordo com o art. 70, da Constituição da República:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimi-
dade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno
de cada Poder.

Questão 2    (2018/FGV/SEPLAG-RJ/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO

– ÁREA CONTROLADORIA) O conselho municipal de alimentação de determinado

município averiguou que os alimentos comprados pela prefeitura não estavam che-

gando integralmente às escolas ou eram entregues após a data de vencimento.

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Ao  verificar tal situação, o  conselho decidiu acionar imediatamente a autoridade

responsável. Essa conduta do conselho é um exemplo de

a) Regulação consultiva

b) Deliberação executiva

c) Controle social

d) Controle judicial

Letra c.

Quando o controle das ações do Estado é exercido pela sociedade, denomina-se

controle social .

Há vários instrumentos de controle social previstos na Constituição e nas leis. Entre

esses, podemos citar a audiência pública, ação popular e ação civil pública.

Conselhos criados no seio da sociedade podem promover a participação da so-

ciedade civil nos processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento

e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas e programas

públicos.

Questão 3    (2018/FGV/SEPLAG-RJ/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO

– ÁREA CONTROLADORIA) O controle na administração pública é de suma impor-

tância para que o Estado execute suas funções em conformidade com a Constitui-

ção. Sobre o controle interno no Brasil, assinale a afirmativa correta.

a) É exercido pelo Judiciário quando julga uma ação trabalhista contra uma autar-

quia.

b) Será exercido de maneira integrada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-

diciário.

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c) Está subordinado ao controle externo, tendo a sua organização definida pelos

tribunais de contas.

d) Por ter caráter meramente administrativo, não assegura os princípios de ampla

defesa e contraditório.

Letra b.

De acordo com o que estabelece o art. 74, da CF/88:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,


sistema de controle interno com a finalidade de: (...)

Questão 4    (2018/FGV/TJ-SC/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR) João, oficial de

justiça e avaliador, integralizou a idade mínima e o tempo de contribuição exigidos

para a aposentadoria facultativa. Ato contínuo, o seu requerimento de aposentado-

ria foi deferido pela autoridade competente. Seis anos após a sua aposentadoria,

o Tribunal de Contas do Estado, por ocasião de análise para fins de registro, de-

tectou uma falha no cálculo dos seus proventos, daí decorrendo a necessidade de

serem reduzidos, o que efetivamente foi feito pela autoridade competente.

Insatisfeito com a redução dos seus proventos, João solicitou orientação de um

advogado sobre a correção desse procedimento, o qual respondeu, corretamen-

te, que:

a) Apesar do tempo decorrido, o Tribunal de Contas poderia avaliar a higidez do ato

de aposentadoria de João;

b) Considerando o tempo decorrido, o Tribunal de Contas não mais poderia se in-

surgir contra o valor dos proventos;

c) O Tribunal de Contas não poderia se insurgir contra o valor dos proventos fixado

pela autoridade competente;

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d) O ato de aposentadoria de João, tão logo praticado, consubstancia ato jurídico

perfeito, insuscetível de alteração.

Letra a.

Com fulcro no art. 71, III, da CF/88 e Súmula Vinculante n. 3.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
III  – apreciar, para fins de registro, a  legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
vadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

Súmula Vinculante n. 3. Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interes-
sado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de apo-
sentadoria, reforma e pensão.

Lembre-se de que compete ao TCU apreciar, a qualquer tempo, para fins de regis-

tro, o ato inicial de aposentadoria.

Entretanto, após o transcurso de 5 (cinco) anos, deverá ser assegurado o contra-

ditório e a ampla defesa nos processos que visem anular ou revogar os atos de

concessão.

Questão 5    (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA ADMINISTRATIVO) O governador do esta-

do de Santa Catarina determinou à Secretaria Estadual de Cultura que, no âmbito

de sua competência, fomentasse ações tendentes à valorização do patrimônio ima-

terial cultural da região. Inconformado com a política pública adotada e a situação

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de precariedade na saúde pública estadual, o cidadão João propôs ação popular

requerendo ao Judiciário que transfira toda a verba pública que seria utilizada na-

quele ano na área de cultura para os hospitais estaduais, inclusive anulando todos

os empenhos já realizados.

No caso em tela, em regra, ao Poder Judiciário Estadual:

a) Não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas aferir a legali-

dade dos atos administrativos praticados e não revogá-los por motivo de oportu-

nidade ou conveniência;

b) Não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas valorar a discri-

cionariedade dos atos administrativos praticados e revogá-los por motivo de opor-

tunidade ou conveniência;

c) Cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo anular os atos administrati-

vos que se revelem ilegais, inoportunos ou inconvenientes, diante das provas pro-

duzidas no curso da instrução processual;

d) Cabe se imiscuir na legalidade de cada ato administrativo, devendo revogar

aqueles que se revelem inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzi-

das no curso da instrução processual.

Letra a.

O controle judicial sobre os atos da Administração Pública deve ser restrito a as-

pectos de legalidade. Não compete ao Poder Judiciário substituir o administrador,

entrando na análise de questões que se referem exclusivamente ao mérito admi-

nistrativo.

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Questão 6    (2018/FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Em matéria de

controle da administração pública, de acordo com o ordenamento jurídico e a dou-

trina de Direito Administrativo, o Poder Judiciário:

a) Se submete ao controle por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, em razão

do sistema de freios e contrapesos;

b) Não se submete ao controle por parte do Poder Executivo, em razão do princípio

da soberania das decisões judiciais;

c) Não se submete ao controle por parte dos Poderes Legislativo e Executivo, em

razão do princípio da separação dos Poderes;

d) Não se submete ao controle por parte do Poder Legislativo, que desempenha

apenas atividade de elaboração de leis.

Letra a.

O ordenamento jurídico brasileiro trouxe, na Constituição de 1988, o sistema de

“freios e contrapesos”, de Montesquieu. De acordo com esse sistema, os Poderes

são independentes e harmônicos. Isso significa que os três Poderes se controlam

mutuamente, o que previne eventuais abusos.

Questão 7    (2018/FGV/MPE-AL/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO) João, tão

logo tomou posse no cargo de prefeito municipal, foi informado pelo seu principal

assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao controle político e

financeiro do Poder Legislativo.

Sobre a referida informação, considerando a ordem jurídica brasileira, assinale a

afirmativa correta.

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a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal

de Contas, o financeiro.

b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido

pelo Tribunal de Contas.

c) Está errada, pois a separação dos Poderes impede que qualquer Poder controle

os atos do Executivo.

d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos

controles.

Letra d.

Alternativa correta, com base na Constituição da República de 1988, art. 71.

O controle legislativo incumbe ao Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Con-

tas.

Esse controle pode ser:

Político: hipótese em que incidirá sobre atos de governo.

Financeiro: hipótese em que fiscalizará atos de que resultem receitas e despesas.

Questão 8    (2018/FGV/CÂMARA DE SALVADOR – BA/ ANALISTA LEGISLATIVO MU-

NICIPAL) Em matéria de controle da administração pública, o Poder Legislativo

Municipal exerce, mediante controle externo, a  fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade, legitimidade, econo-

micidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas:

a) do Poder Executivo, incluindo administração direta e indireta, com o auxílio do

Tribunal de Contas;

b) dos Poderes Executivo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Justiça;

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c) dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Con-

tas;

d) dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Jus-

tiça.

Letra a.

Alternativa correta, com fulcro no art. 31, caput e § 1º, da CF/88:

CF - Art.  31. A  fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Munici-
pal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.

Questão 9    (2018/FGV/TJ - AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O con-

trole da administração pública pode ser conceituado como o conjunto de mecanis-

mos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização

e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder.

Nesse contexto, de acordo com a doutrina e o texto constitucional, o Poder:

a) Judiciário é controlado exclusivamente pelo Conselho Nacional de Justiça, não

podendo ser alvo de qualquer ingerência dos Poderes Legislativo e Executivo;

b) Legislativo exerce controle externo financeiro sobre o Poder Judiciário no que se

refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos;

c) Legislativo exerce o controle interno sobre o Poder Executivo, no que tange à

fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da admi-

nistração direta e indireta;

d) Judiciário exerce o controle externo sobre a legalidade e o mérito administrativo

dos atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
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Letra b.

A CF/88 conferiu ao Poder Legislativo competência para exercer sobre o Poder Judi-

ciário o controle externo financeiro, no que se refere à receita, à despesa e à gestão

dos recursos públicos. E, para isso, conta com o auxílio do TCU.

Questão 10    (INÉDITA/2019) Em matéria de classificação do controle da adminis-

tração pública, quanto à natureza do órgão controlador, a doutrina de Direito Admi-

nistrativo destaca o controle:

a) Judicial, em que o Poder Judiciário realiza o controle da legalidade dos atos ad-

ministrativos, sendo que a atividade política do Estado não se submete ao controle

judicial em abstrato, pela discricionariedade administrativa;

b) Legislativo, em que a câmara municipal promove a fiscalização contábil, finan-

ceira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Poderes Executivo e Judiciário

municipais, com o auxílio do Tribunal de Contas, mediante controle externo;

c) Legislativo, em que a câmara municipal analisa a legalidade, legitimidade, eco-

nomicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, do Poder Executivo

municipal, incluindo as entidades da administração direta e indireta, mediante con-

trole interno;

d) Judicial, em que o Poder Judiciário realiza, em regra, o controle da legalidade e

do mérito dos atos administrativos, em razão dos princípios da inafastabilidade da

jurisdição e do acesso à justiça.

Letra a.

A única alternativa absolutamente correta, dentre as apresentadas pela questão,

é a letra a.

Todas as demais apresentam algum equívoco.

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Veja:

b) Errada. Legislativo, em que a câmara municipal promove a fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Poderes Executivo e Judici-

ário municipais, com o auxílio do Tribunal de Contas, mediante controle externo (os

Municípios não possuem Poder Judiciário);

c) Legislativo, em que a Câmara Municipal analisa a legalidade, legitimidade, eco-

nomicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas do Poder Executivo

municipal, incluindo as entidades da administração direta e indireta, mediante con-

trole interno (não se trata de controle interno, mas de controle externo);

d) Judicial, em que o Poder Judiciário realiza, em regra, o controle da legalidade e

do mérito dos atos administrativos, em razão dos princípios da inafastabilidade da

jurisdição e do acesso à justiça. O controle judicial não pode incidir sobre o mérito

administrativo.

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