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Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins
GAB. DO DES. EURÍPEDES LAMOUNIER
VOTO
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Não obstante, em que pese as considerações lançadas pelo Ilustre
Procurador-Geral de Justiça, entendo que não é o caso de conversão em Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas, haja vista que apesar de haver considerável
número de processos tratado sobre a mesma temática, estes são movidos em
decorrência do mesmo ato supostamente omissivo da Fundação UNIRG, de modo
que a fixação de tese em sede de Incidente de Assunção de Competência já é apto a
sanar a controvérsia e unificar a questão ora em debate.
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"Sendo assim, a teor do art. 178 do CPC, bem como da legislação
esparsa (cogente), consubstancia-se desnecessária a intervenção
ministerial na condição de custos juris no caso vertente, porquanto
ausente causa ou hipótese legal determinante para tanto, aliás, tendo
em conta que, à evidência, carente ainda o interesse indisponível
(individual ou coletivo), social ou público substancial (primário), ou
que relevante, máxime à luz da Carta da República, a justificar a
participação em esquadrinho." (evento 7)
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Do Julgamento do Incidente de Assunção de Competência
Pois bem.
§1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados,
e aqueles conferidos por instituições não- universitárias serão registrados em
universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
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I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação
superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for
o caso, do respectivo sistema de ensino; (Regulamento)
(...)
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Art. 4º Os procedimentos relativos às orientações gerais de tramitação dos
processos de solicitação de revalidação de diplomas de graduação estrangeiros
serão estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria
de Educação Superior (SESu), cabendo às universidades públicas a organização e
a publicação de normas específicas.
§1º A lista a que se refere o inciso I deste artigo abrangerá cursos ou programas
cujos diplomas já foram submetidos a três análises por instituições revalidadoras
diferentes e que a revalidação tenha sido deferida de forma plena, sem a realização
de atividades complementares.
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§2º Os cursos identificados na forma do parágrafo anterior permanecerão na lista
disponibilizada pelo MEC por seis anos consecutivos, admitida a sua exclusão por
fato grave superveniente, relativamente à idoneidade da instituição ofertante ou à
qualidade da oferta.
Art. 25. Os procedimentos de que trata esta Resolução deverão ser adotados por
todas as universidades brasileiras no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da
data de sua publicação.
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situação, eis que configura um modo de verificação da capacidade técnica do
profissional e sua formação, sem prejuízo da responsabilidade social que envolve o
processo.
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determinação do processo seletivo para a revalidação do
diploma, porquanto decorre da necessidade de adequação dos procedimentos da
instituição de ensino para o cumprimento da norma, uma vez que de outro modo
não teria a universidade condições para verificar a capacidade técnica do
profissional e sua formação, sem prejuízo da responsabilidade social que envolve o
ato. 9. Ademais, o recorrido, por livre escolha, optou por revalidar seu diploma na
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, aceitando as regras dessa
instituição concernentes ao processo seletivo para os portadores de diploma de
graduação de Medicina, expedido por estabelecimento estrangeiro de ensino
superior, suas provas e os critérios de avaliação. 10. Recurso especial parcialmente
provido para denegar a ordem. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C
do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
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ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
REVALIDAÇÃO DE DIPLOMA DE MEDICINA OBTIDO NO EXTERIOR.
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR. OPÇÃO PELO SISTEMA
SIMPLIFICADO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. APELO IMPROVIDO. 1.
Apelação interposta pelos particulares em face da sentença que denegou a
segurança ao fundamento de que os impetrantes deverão se submeter ao
procedimento de revalidação dos diplomas de graduação em Medicina na forma
ordinária. 2. O REVALIDA tem como fundamento legal o art. 48, § 2º, da Lei nº
9.394/1996, que visa reconhecer os diplomas de medicina estrangeiros que sejam
compatíveis com as exigências para formação médica do Brasil, sendo um
programa que estabelece um processo de avaliação, de maneira a possibilitar que
os estudantes formados no exterior atuem como médicos no Brasil. 3. A tramitação
simplificada de revalidação de diploma obtido em instituição estrangeira consiste
na verificação da documentação comprobatória da diplomação do curso,
prescindindo de uma análise mais aprofundada ou processo avaliativo específico,
hipótese prevista no art. 22, da Portaria Normativa MEC nº. 22 de 13 de dezembro
de 2016. 4. Não merece prosperar o pleito para que a revalidação dos diplomas dos
recorrentes, a ser realizado pela Universidade Federal de Campina Grande/PB,
ocorra na forma simplificada, uma vez que a jurisprudência desta Corte pacificou o
entendimento no sentido de que faz parte do exercício do poder discricionário da
Universidade o juízo de conveniência e oportunidade na decisão entre optar pelo
REVALIDA ou pelo procedimento ordinário, para a revalidação dos diplomas de
médicos oriundos de instituições de ensino estrangeiras, como na espécie. 5. No que
diz respeito ao acordo firmado na 53ª Cúpula dos Chefes de Estado do MERCOSUL
e Estados Associados, que simplifica o processo de revalidação dos diplomas de
graduação concedidos entre seus países-membros, verifica-se que a instituição de
ensino em que os impetrantes concluíram o curso de Medicina, a Universidade de
Aquino Bolívia - UDABOL em Santa Cruz de La Sierra, não possui amparo legal
para a tramitação simplificada, uma vez que não é acreditada perante o Sistema de
Acreditação Regional de Cursos Universitários do Mercosul - Sistema Arcu-Sul, de
acordo com a documentação trazida pelos impetrantes. 6. Precedentes:
(PROCESSO: 08043324520194058500, APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA,
DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA, 2ª
TURMA, JULGAMENTO: 01/09/2020); (PROCESSO: 08007894320194058303,
APELAÇÃO CÍVEL, DESEMBARGADOR FEDERAL EDILSON PEREIRA NOBRE
JUNIOR, 4ª TURMA, JULGAMENTO: 25/08/2020); (PROCESSO:
08024265620194058100, APELAÇÃO CÍVEL, DESEMBARGADOR FEDERAL
MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT, 4ª TURMA, JULGAMENTO: 09/06/2020) 7.
Sem condenação em verba honorária. 8. Apelo improvido. (TRF-5 - Ap:
08054918120184058201, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FREDERICO
WILDSON DA SILVA DANTAS (CONVOCADO), Data de Julgamento: 26/01/2021,
4ª TURMA).
Dessa forma, deve ser fixada a seguinte tese jurídica geral acerca do
tema ora posto em julgamento: “As universidades gozam de liberdade (autonomia)
para dispor acerca da revalidação de diplomas expedidos por universidades
estrangeiras, não podendo lhes serem impostas a adoção do procedimento
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simplificado, quando estas, gozando de sua autonomia didádico-científica e
administrativa, garantida pela Constituição Federal, preveem a impossibilidade de
fazê-lo”.
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da expressa vedação da realização do procedimento ordinário.
(...)
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poderiam possuir trâmite ordinário ou simplificado, de modo que o Edital
CPRD/REVALIDAÇÃO nº 01/2021, ao recusar o trâmite da revalidação
simplificada feriu a própria norma interna da instituição de ensino.
Dessa forma, deve ser fixada a seguinte tese jurídica específica acerca
dos casos concretos paradigmas: “Uma vez que o Conselho Acadêmico Superior –
CONSUP, órgão de função normativa e deliberativa máxima da Universidade de
Gurupi-UnirG, em assuntos de política acadêmica e administrativa, exercendo a
autonomia didádico-científica e administrativa da Universidade, optou através da
Resolução CONSUP nº 09/2021 pela revalidação dos diplomas estrangeiros na
modalidade ordinária e simplificada, a publicação de edital pela Comissão
Permanente de Revalidação de Diplomas, regulamentando apenas a revalidação
pela via ordinária, fere direito líquido e certo dos Candidatos/Impetrantes, os quais,
caso preenchidos os requisitos legais, devem se sujeitar a revalidação do diploma
na forma simplificada, nos termos da Nota Técnica nº 01/2022 – CPRD/UNIRG”.
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Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER da REMESSA
NECESSÁRIA, para CONFIRMAR A SENTENÇA, bem como fixar as seguintes
teses jurídicas: a) As universidades gozam de liberdade (autonomia) para dispor
acerca da revalidação de diplomas expedidos por universidades estrangeiras, não
podendo lhes serem impostas a adoção do procedimento simplificado, quando estas,
gozando de sua autonomia didádico-científica e administrativa, garantida pela
Constituição Federal, preveem a impossibilidade de fazê-lo; b) Uma vez que o
Conselho Acadêmico Superior – CONSUP, órgão de função normativa e
deliberativa máxima da Universidade de Gurupi-UnirG, em assuntos de política
acadêmica e administrativa, exercendo a autonomia didádico-científica e
administrativa da Universidade, optou através da Resolução CONSUP nº 09/2021
pela revalidação dos diplomas estrangeiros na modalidade ordinária e simplificada,
a publicação de edital pela Comissão Permanente de Revalidação de Diplomas,
regulamentando apenas a revalidação pela via ordinária, fere direito líquido e certo
dos Candidatos/Impetrantes, os quais, caso preenchidos os requisitos legais, devem
se sujeitar a revalidação do diploma na forma simplificada, nos termos da Nota
Técnica nº 01/2022 – CPRD/UNIRG.
Documento eletrônico assinado por EURÍPEDES DO CARMO LAMOUNIER, Relator, na forma do artigo
1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Instrução Normativa nº 5, de 24 de outubro de
2011. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.tjto.jus.br, mediante o preenchimento do código verificador 597364v21 e do código CRC
46863c37.
https://eproc2.tjto.jus.br/eprocV2_prod_2grau/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=f5161fefca3c… 14/14