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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

COLEGIADO DE ENGENHARIA QUÍMICA

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

EMILLY CAROLINA PALHETA COUTO

CARACTERIZAÇÃO DA ARGILA DO AMAPÁ PARA BLOCOS CERÂMICOS

MACAPÁ
2019
CARACTERIZAÇÃO DA ARGILA DO AMAPÁ PARA BLOCOS CERÂMICOS

Este artigo é referente à prática em


laboratório de Ciências dos Materiais, voltado
a caracterização da argila vermelha para a
fabricação de blocos cerâmicos.

MACAPÁ
2019
RESUMO

Atualmente, o mercado de construção civil encontra-se bastante aquecido


no Brasil. Nesse sentido, o setor da cerâmica vermelha é essencial para o bom
desempenho da construção civil nacional. Para a melhoria do processo
industrial, é importante que a produção seja estudada detalhadamente. Esse
estudo inclui a análise de cada uma das etapas do processo de fabricação dos
blocos cerâmicos.

Os materiais cerâmicos são utilizados desde 4.000 a.C. pelo homem,


destacando-se pela sua durabilidade, além da abundância da matéria-prima
(argila) utilizada. Não se sabe exatamente a época e o local de origem do
primeiro tijolo; possivelmente foram os romanos os primeiros a utilizarem o
produto na forma que conhecemos hoje, as usinas desta civilização dominavam
o processo de queima da argila. (SANTOS, 2002).

Portanto, o objetivo do presente trabalho foi identificar as etapas da


produção de blocos cerâmicos, fabricados com argila. Para isso, foi realizado o
acompanhamento das fases de processamento em laboratório.

Palavras-Chave: Processo. Argila. Acompanhamento da produção.

ABSTRACT

         Currently, the construction market is very hot in Brazil. In this sense, the

red ceramic sector is essential for the good performance of national construction.

For the improvement of the industrial process, it is important that the production

be studied in detail. This study includes the analysis of each step of the ceramic

block manufacturing process.

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       Ceramic materials have been used since 4,000 BC by man, standing out for

their durability, in addition to the abundance of raw material (clay) used. The

exact time and place of origin of the first brick is not known; possibly the Romans

were the first to use the product as we know it today, the mills of this civilization

dominated the process of burning the clay. (SANTOS, 2002).

        Therefore, the objective of the present work was to identify the stages of the

production of ceramic blocks, made of clay. For this, the processing phases were

monitored in the laboratory.

Keywords: Process. Clay. Monitoring of production.

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INTRODUÇÃO

A argila é a principal matéria-prima utilizada na produção da cerâmica


vermelha. Trata-se de um material natural, de estrutura terrosa e de textura fina.
A cerâmica vermelha compreende todos os produtos feitos com matérias-primas
argilosas, que após queima apresentam coloração avermelhada (MINEROPAR,
2000).

O processo industrial da cerâmica vermelha envolve diversas fases de


processamento, tais como coleta da argila, preparação, mistura, secagem e
queima, até obtenção dos produtos finais, podendo cada etapa influenciar
decisivamente na etapa seguinte (BACCELLI JR., 2010).

Com isso, o objetivo do trabalho foi identificar as etapas do processo de


fabricação de blocos cerâmicos em um laboratório de ciência dos materiais na
universidade do estado do Amapá.

OBJETIVOS

O trabalho tem como objetivo a caracterização da argila vermelha do Amapá,


por meio de análises em laboratório para conferir a porosidade, adsorção de
água, a massa específica e a resistência a flexão de corpos de prova fabricados
com a argila vermelha.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Experimentos:

Argila: granulometria, resíduo mineral fixo.

Cerâmica: porosidade, absorção de água, massa específica e resistência a


flexão.

A amostra de argila foi trazida do município do Amapá, foi passada pelo moinho
de martelo e por peneiras de 9,5mm, 2mm, 1,18mm, 6,00µ e 3,00µ, após isso foi
realizada a análise granulométrica de acordo com a NBR 7181 (ABNT, 1984)
que trata da análise granulométrica dos solos. A argila, como já havia sido
processada anteriormente ao experimento, não continha a matéria orgânica
necessária para a realização das análises, portanto, para o melhor desemprenho
do próximo experimento foi introduzido fibra de açaí antes do início da análise
granulométrica.

Após a granulometria, foi coletada uma amostra de argila passante da última


peneira para a realização da análise de resíduo mineral fixo. Então colocou-se 4
amostras em cadinhos, sendo 2 com fibra e 2 sem fibra e foram colocados na
estufa, após isso, foram levados à mufla por 40 minutos para serem sintetizados,
e posteriormente foram levados para o dessecador, para o menor contato
possível com o ambiente e não prejudicar a medição da massa após a
sintetização.

Fig. 01- Fonte do autor.

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Tabela 1-AMOSTRAS DE ARGILA ANTES E DEPOIS DA ESTUFA
CADINHOS PESO ANTES PESO DEPOIS
DA ESTUFA(g) DA ESTUFA(g)
[PI] [PF]
1°(COM FIBRA) 96,33 93,94

2°(COM FIBRA) 44,73 43,66

3°(SEM FIBRA) 49,51 48,73

4°(SEM FIBRA) 82,36 81,16

O resíduo mineral fixo foi calculado pela equação 1:

RMF= (PI-PF)

1° cadinho :

RMF= (96,33 – 93,94)= 2,39g

2° cadinho:

RMF= ( 44,73 – 43,66)= 1,07g

3° cadinho:

RMF= (49,51 – 48,73)= 0,78g

4° cadinho:

RMF= ( 82,36 – 81,16)= 1,2g

O restante da amostra foi utilizada para a produção de corpos de prova do tipo


tijolo estrutural feito por prensagem mecânica.
Os corpos de prova preparados em nosso laboratório de ciência dos materiais
foram utilizados apenas para fins didáticos, e não foram utilizados nos
experimentos.

Para as cerâmicas utilizou-se corpos de prova preparados anteriormente pelo


professor utilizando outra metodologia.

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As análises feitas na cerâmica foram: porosidade, absorção de água, massa
específica e resistência a flexão.

Após a compactação do pó de argila nas formas para a conformação dos corpos


de prova, foram secos na estufa e os seus respectivos pesos foram anotados e
tabelados (Tab.2). Após a sinterização à uma temperatura de 1000°c, foram
imersos em água por 24 horas para haver infiltrações nos poros da estrutura do
material. Os respectivos pesos úmidos e imersos foram obtidos em balança
analítica.
Para determinar o peso imerso, foi feita a construção de um arranjo esquemático
constituídos por uma vareta, uma mesa, um balde com água, uma correia com
alça fixa e a balança. A correia foi fixada à vareta e foi colocada no balde com
água, permitindo que os corpos de prova fossem alocados em sua alça.

Tabela 2- Peso dos corpos de prova.


Corpos de prova Peso seco(g) Peso úmido(g) Peso imerso(g)

1 25,44 30,16 15,86

2 25,73 28,15 15,01

3 25,40 28,4 14,76

4 25,20 36,97 19,31

5 24,48 27,15 14,36

POROSIDADE:

PA= PU-PSX(PU – PI)-1

P1= (30,16 – 25,44) x (30,16 – 15,86)-1 x 100= 33%


P2= (28,15 – 25,73) x (28,15 – 15,01) -1 x 100= 18%
P3= (28,40 – 25,40) x (28,40 – 14,76)-1 x 100= 21,99%
P4= (36,97 – 25, 20) x (36,97 – 19,31)-1 x 100= 66,64%
P5= (27,15 – 24,48) x (27,5 – 14,36)-1 x 100= 20,87%

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ABSORÇÃO DE ÁGUA:

Abs(%)= PU – PS/ PS

Abs01= (30,16 – 25,44) x (25,44)-1 x 100= 18,55%


Abs02= (28,15 – 25,73) x ( 25,73)-1 x 100= 9,405%
Abs03= (28,4 – 25,40) x (25,40)-1 x 100= 11,81%
Abs04= (36,97 – 25,20) x (25,20)-1 x 100= 46,70%
Abs05= (27,15 – 24,48) x (24,48)-1 x 100= 10.9%

Após isso, os corpos de prova foram submetidos ao ensaio mecânico de


compressão com uma força até o momento de fratura do material .

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A tensão de escoamento, no gráfico, mostrou um elevado desvio nas amostras
CP02 CP05. Isso ocorre pelo baixo nível de absorção de água e pela pouca
quantidade de poros, esses fatores fragilizam a estrutura da cerâmica,
diminuindo a sua resistência a esforços mecânicos concentrados e uma
determinada região.

CONCLUSÃO

O objetivo do trabalho foi colocar em prática conceitos apresentados em sala de


aula, para uma melhor compreensão da indústria da cerâmica, levando em
consideração o alto potencial do estado do Amapá para essa indústria.

Com os experimentos, foi possível identificar as propriedades físicas da


cerâmica e da argila vermelha extraída do município de Amapá.

No experimento foi possível verificar que os corpos de prova que tiveram maior
resistência mecânica a compressão foram os que apresentaram menor
porosidade e absorção de água.

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REFERÊNCIAS

http://www.scielo.br/pdf/ce/v62n361/1678-4553-ce-62-361-00021.pdf

https://www.cscarimbos.com.br/realizar-ensaios-caracterizacao-

https://inis.iaea.org/collection/NCLCollectionStore/_Public/47/078/47078222.pdf

https://inis.iaea.org/collection/NCLCollectionStore/_Public/47/078/47078222.pdf

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