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Direito Administrativo - Aula 01
Direito Administrativo - Aula 01
: Rodrigo Motta
Disciplina: Direito Administrativo
Direito Público
• Desigualdade jurídica – regula os interesses estatais e sociais
Prevalência do interesse público; prerrogativas estatais
Direito Privado
• Igualdade Jurídica – regula os interesses individuais
Coexistência das pessoas em sociedade
OBS: Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público não significa dizer que seu objeto está restrito a relações
jurídicas regidas pelo direito público.
Elementos do Estado:
POVO
ESTADO TERRITÓRIO
GOVERNO SOBERANO
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (Art. 2º, CF)
FUNÇÕES DO ESTADO
01) Função Legislativa => elaboração das leis. Exercida tipicamente pelo Poder Legislativo.
02) Função Jurisdicional => aplicação da lei aos casos concretos. Exercida tipicamente pelo Poder Judiciário.
03) Função Administrativa => administração da máquina pública. Exercida tipicamente pelo Poder Executivo.
Considerações importantes
✓ Atipicamente os Poderes Legislativo e Judiciário também exercem uma função administrativa.
✓ O objeto de estudo do Direito Administrativo é a função administrativa.
✓ Embora o Poder Executivo também atue no desempenho de função política, tal função não é objeto de estudo do Direito
Administrativo.
Sistemas administrativos
➢ Jurisdição Una - sistema inglês – art. 5º, XXXV, CF (inafastabilidade da jurisdição). Sistema adotado no
Brasil.
➢ Dualidade de jurisdição - Sistema do contencioso administrativo – sistema francês
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013, p. 40.
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Disciplina: Direito Administrativo
Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus
fins, de natureza pública.2
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
➢ sentido subjetivo, orgânico ou formal: é o conjunto de órgãos, agentes e entidades que exercem a função
administrativa estatal.
Órgãos – unidades desprovidas de personalidade jurídica. Ex.: ministérios e secretarias
Entidades – estruturas dotadas de personalidade jurídica. Ex.: autarquias e fundações públicas.
Agentes – Pessoas que exercem atribuições públicas. Ex.: servidores públicos.
➢ sentido objetivo, funcional ou material: atividade administrativa desempenhada pelo Estado, visando satisfazer as
necessidades que a coletividade possui.
Polícia administrativa – limitações administrativas impostas por lei (ordens, autorizações, notificações, fiscalização e
sanções)
Serviço Público – prestações concretas visando satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade
(como o serviço postal e o serviço de telecomunicações)
Fomento – Incentivo à iniciativa privada (como favores fiscais e auxílios financeiros ou subvenções).
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Prerrogativas Sujeições
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
LEGALIDADE
✓ O administrador público está sujeitos aos mandamentos da lei no exercício da sua atividade funcional.
✓ Segundo Hely Lopes Meirelles, “na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na
administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que
a lei autoriza”.
✓ Não impede a prática de atos discricionários.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 48.
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Disciplina: Direito Administrativo
IMPESSOALIDADE
✓ Imparcialidade, neutralidade
✓ Vedação à promoção pessoal do agente público (art. 37, §1º CF)
Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
✓ Finalidade pública
✓ Teoria do órgão - Os atos não serão imputados ao agente que o pratica, mas ao órgão ou entidade em nome do qual ele
atua.
MORALIDADE
✓ Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé (art. 2º, § único, IV, Lei nº 9.784/99)
✓ Não se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como o conjunto de regras de conduta tiradas
da disciplina interior da Administração (Maurice Hauriou).
✓ A ação popular é um importante instrumento de controle da moralidade administrativa.
Art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
PUBLICIDADE
✓ Divulgação oficial dos atos para conhecimento público e início dos efeitos externos.
✓ Objetiva a transparência dos atos da Administração.
✓ Art. 5º, XXXIII, CF - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
✓ Lei de acesso à informação – Lei nº 12.527/2011
✓ Não possui natureza absoluta, pois o sigilo é exceção
✓ Requisito de eficácia.
EFICIÊNCIA
✓ Tornou-se expresso com a Emenda Constitucional nº 19/98
✓ Perfeição, presteza e rendimento funcional
✓ Modo de atuação do agente / modo de estruturar, organizar e disciplinar a Administração Pública
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Rol meramente exemplificativo
✓ Alguns princípios constitucionalmente implícitos estão expressos em normas infraconstitucionais, como a motivação,
razoabilidade, proporcionalidade e segurança jurídica.
Art. 2º, Lei 9.784/99 - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
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Disciplina: Direito Administrativo
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
✓ Proibição do excesso
✓ Compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da
Administração Pública.
Art. 2º, VI, Lei nº 9.784/99 – Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público
AUTOTUTELA
✓ Controle dos próprios atos. Permite à Administração Pública rever seus próprios atos, anulando os ilegais e revogando
os inconvenientes ou inoportunos.
✓ Anulação é extinção por razões de ilegalidade, com efeitos ex tunc. Revogação é extinção por razões de conveniência
e oportunidade, com efeitos ex nunc.
Súmula n° 346 STF - A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.
Súmula n°473 STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
MOTIVAÇÃO
✓ Indicação dos pressupostos de fato e de direito que serviram de fundamento a prática do ato.
✓ Possui fundamento constitucional, ainda que não esteja expresso na Constituição Federal
Art. 93, X, CF - As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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Disciplina: Direito Administrativo
Entidades políticas – pessoas jurídicas que compõem a Federação, possuindo autonomia política, o que as possibilita a auto-
organização (elaboração das próprias Constituições e Leis Orgânicas) e também capacidade de legislar, dentro das
competências constitucionais.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios são pessoas políticas. Possuem personalidade jurídica de direito público.
Entidades administrativas – pessoas jurídicas que não possuem autonomia política. Não possuem competências legislativas,
possuindo apenas atribuições de natureza administrativa.
Autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas administrativas.
Centralização – Execução direta, por meio de órgãos e agentes integrantes da Administração direta.
Descentralização – Distribuição de competência para outra pessoa. Entidades distintas.
Concentração – Aglutinação de órgãos.
Desconcentração – Distribuição interna de competência. Ocorre entre órgãos
DESCENTRALIZAÇÃO
Descentralização política – Ocorre quando o ente descentralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do ente
central; é a situação dos Estados-membros e Municípios. Possuem competência legislativa própria, que não decorre da União
nem a ela se subordina, pois possui fundamento constitucional.
Descentralização administrativa – Ocorre quando as atribuições que os entes descentralizados exercem só têm o valor jurídico
que lhes empresta o ente central; suas atribuições não decorrem, com força própria, da Constituição, mas do poder central.
OBS: Alguns doutrinadores também tratam da descentralização territorial ou geográfica (entidade dotada de personalidade
jurídica de direito público, com capacidade administrativa genérica).
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
OUTORGA DELEGAÇÃO
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Personalidade Jurídica
✓ Autarquias – Pessoas jurídicas de direito público
✓ Fundações públicas – Pessoas jurídicas de direito público ou privado
Segundo o STF, as fundações públicas de direito público são espécie do gênero autarquia. São as chamadas fundações
autárquicas ou autarquias fundacionais.
✓ Empresas públicas e Sociedades de economia mista – Pessoas jurídicas de direito privado
Art. 3º, Lei 13.303/2016 - “Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado...”
Art. 4º, Lei 13.303/2016 – “Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado...”
Atividades desempenhadas
✓ Autarquias – Atividades típicas do Estado
Art. 5º, DL 200/1967 – “Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.”
✓ Fundações públicas – Patrimônio personalizado, com finalidade não lucrativa, de caráter social
✓ Empresas públicas e Sociedades de economia mista – Prestam serviço público ou desempenham atividade econômica
OBS: Dependendo da atividade exercida (prestação de serviço público ou desempenho de atividade econômica), pode haver a
incidência de uma característica num caso e não no outro.
Exemplo2: Bens
Art. 98, CC – “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os
outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.”
OBS: Bens utilizados diretamente na prestação de serviço público sofrem restrições, como a impenhorabilidade.
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Disciplina: Direito Administrativo
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
OBS: Em diversas ocasiões, o STF decidiu que, quando as empresas públicas e sociedades de economia mista prestassem
serviços públicos, fariam jus à imunidade tributária, como no caso dos Correios (ECT) e Infraero.
Criação
Art. 37, XIX, CF – “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.”
✓ Autarquias – Criadas por lei específica
✓ Fundações públicas – Depende da natureza. Se for de direito público, será criada por lei específica. Caso não, sendo
de direito privado, a lei específica apenas autorizará a criação. Lei complementar definirá as áreas de atuação.
✓ Empresas públicas e Sociedades de economia mista – Lei específica apenas autoriza a criação. (Art. 3º e 4º da Lei
13.303/2016)
OBS: Sobre a criação de subsidiárias – art. 37, XX, CF - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
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FORO PROCESSUAL
EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Justiça Federal (Art. 109, I, CF, se federais) Justiça Estadual (súmula 556 STF)
OBS:
1) Autarquias corporativas ou profissionais: Conselhos federais e regionais, fiscalizadores de profissões.
*Segundo o STF, a OAB não se enquadra. Natureza “sui generis”
2) Consórcios públicos – Lei 11.107/05 – quando possuírem personalidade jurídica de direito público (associação pública),
integrarão a administração indireta de cada um dos entes consorciados.
3) Agências Reguladoras – Autarquias em regime especial, que atuam na regulação de setor específico, como a ANATEL, ANEEL
e ANP.
*Não confundir agência reguladora com agência executiva (autarquia ou fundação que celebra contrato de gestão com órgão
da administração pública direta, com fixação de metas de desempenho, baseadas no princípio da eficiência - art. 37, §8º, CF)
IMPORTANTE!
Entidades paraestatais não integram a Administração Pública direta nem indireta. Portanto, Organizações Sociais, OSCIP,
Serviços sociais autônomos e Fundações de apoio são entidades do Terceiro Setor, e não da Administração Pública.
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