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UNIDADE II
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AMBIENTES SIMULADOS
UNIDADE 2
Olá, estudante!
ORIENTAÇÕES DA UNIDADE
Vamos lá?
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PALAVRAS DO PROFESSOR
Que palavras vêm à mente quando você ouve falar em jogo? Você pode pensar
imediatamente em diversão, prazer, alegria e diversão... E outras sensações que foram
vivenciadas na sua infância? Sim, porque essas sensações estão relacionadas à sua
memória afetiva aos períodos em que brincava, sendo as principais referências do
lúdico que você e outras tantas pessoas possuem, a memória das brincadeiras e dos
jogos na infância.
https://cdn.pixabay.com/photo/2016/06/15/18/13/games-1459575_960_720.png
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??? VOCÊ SABIA?
Você sabia que Huizinga (2004) define jogo como: “Uma atividade ou ocupação
voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço,
segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de
um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria”. (p.33).
Então, querido(a) aluno(a), será através do jogo e das situações lúdicas que há a
possibilidade de se compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivo-
social dos sujeitos, pois por meio da ação ocorre o processo da estruturação mental
cognitiva e a aprendizagem, que visa garantir e otimizar a sua adaptação frente ao meio,
ampliando sua forma de pensar e de se comunicar com o grupo. O processo de ensino-
aprendizagem só se modifica de fato quando há a compreensão do conhecimento num
processo dinâmico e vivo.
Todas estas inúmeras possibilidades podem dar a você uma conotação interessante
ao processo de apropriação do conhecimento, tornando-o criativo, leve e diferenciado.
Assim, você percebe que: dar significado ao processo de aprendizagem é torná-
lo interessante, levando em consideração o conhecimento prévio somado
aos processos criativos, e nada mais interessante que a ludicidade desdobrada em
diversos jogos, permitindo que a ação seja contemplada através das relações cognitivas
estabelecidas através das estratégias equilibradas com as emoções.
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PALAVRAS DO PROFESSOR
Agora, não podemos deixar de falar para você que quando falamos de jogo, também
precisamos falar de ludicidade, até porque a palavra jogo se origina da palavra
“ludus” que vem do latim. Nesta palavra não tão conhecida existem vários termos
e significados importantes para o cenário atual da educação, tais como brincar,
transformação, criatividade, relações, confiança, inovação, liderança, atuação plena,
autoconhecimento, autoestima. Então, a ludicidade não se trata apenas de um produto
de uma atividade ou do que dela resulta, mas sim da própria ação como os momentos
de fantasia e realidade vividos por meio dela, pois o jogo é um dos campos de atividade
da ludicidade.
Entretanto, porque será que as atividades lúdicas são tão importantes em diversas
fases da vida?
Huizinga (2004) cita que a essência do lúdico está contida na frase “há alguma coisa
em jogo” (p.58), sendo o lúdico um dos eixos fundamentais para estimular:
Motivação e diversão;
Renovação e criação do ser humano;
Liberdade de expressão;
Encontro com os pares;
Reelaboração criativa de sentimentos e conhecimentos;
Novas possibilidades de interpretação e representação do real.
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PARA REFLETIR
Você conhece a origem da Teoria dos Jogos? Ela foi apresentada na década de 20 num
artigo pelo matemático Zermelo, afirmando alguns fatos sobre o jogo de xadrez, mas as
contribuições mais significativas foram divulgadas na década de 30 pelo matemático
Von Neumann, que cita especificamente que são os jogos os interesses de dois
jogadores que são estritamente opostos, que ficou conhecido como Teorema Minimax.
O Teorema Minimax foi o ponto de partida na teoria dos jogos, pois esse teorema
demonstrou que há sempre uma solução racional para um conflito bem definido entre
dois indivíduos, cujos interesses são completamente opostos, ou seja, cada jogador
tem seu interesse, mas dentro dessa concepção temos duas abordagens diferentes.
A primeira que teve sua apresentação no livro Von Neumann-Morgenstern, teoria dos
jogos e do comportamento econômico (1944), que é baseado especificamente na teoria
cooperativa, onde são adotados modelos matemáticos que descrevem interações
competitivas sujeitas a um conjunto de regras, onde a meta principal é determinar
quais são as estratégias racionais ótimas em situações onde os resultados dependem
também das estratégias escolhidas pelos demais oponentes, na segunda alguns anos
mais tarde Nash propôs um modelo não cooperativo, estendendo e formalizando ideias
anteriores levando ao conceito central do equilíbrio. Esta combinação de estratégias
escolhidas leva a um resultado no qual nenhum dos jogadores individualmente se
arrepende, ou seja, ambos os jogadores não poderiam melhorar a sua situação
unilateralmente, modificando a estratégia escolhida. Na Teoria dos Jogos, a utilização
do conceito de Nash indica que cada um dos jogadores escolheu a melhor estratégia,
independente da escolha do outro, isto é, cada um deles acha que não poderia ter agido
de maneira melhor. (LUCCHETTI, 2018)
PALAVRAS DO PROFESSOR
Você deve estar se perguntando por que preciso entender tudo isso?
Para podermos entender que, a teoria dos jogos partiu da observação e da análise
de como os jogadores se posicionam frente às situações, quais estratégias e quais
os processos de tomada de decisão, de negociação e/ou de conflito direto com um
concorrente. Então, o jogo é um modelo eficiente de interações entre as pessoas,
pois possuem regras fixas, os jogadores têm interesses em todos nos resultados, o
resultado final não depende apenas das escolhas realizadas individualmente, mas da
equipe envolvida.
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PARA RESUMIR
Então, podemos perceber que na realidade numa situação de jogo existem vários
agentes envolvidos, além de que, no momento do jogo podemos verificar que existe a
relação de um modelo simplificado, mas muito eficiente, das situações cotidianas da
vida real, ou seja, efetivamente o foco da teoria dos jogos é o estudo de observar e
analisar as tomadas de decisões na presença de múltiplos fatores, além dos jogadores
que estão envolvidos.
Mas é fato que aprendemos melhor “brincando”. Então, por que não aproveitar isso
para o ambiente corporativo e educacional?
A questão principal, querido(a) aluno(a), é que se você der uma pequena passada
sobre o panorama atual do mundo dos negócios, corporativos empresarial, irá perceber
que esse cenário normalmente está recheado de alta competitividade com grande
pressão por resultados e redução de custos que muitas vezes não estão atreladas as
analises das decisões estratégicas, pois sobreviver em momentos de crise poderá gerar
atitudes equivocadas ou inconsistentes, estresse, insegurança e medo por parte dos
colaboradores e dos cargos de alta gestão.
Até porque você pode perceber que a velocidade atual tem sido munida e gerida pela
globalização, e como consequência tem demandado dos profissionais formações e
atitudes mais generalistas, afinal, os gestores em especial, precisam ser assertivos em
suas decisões, pois o mundo empresarial é um cenário que prima pelas decisões por
excelência, justamente pelo fato de que a decisão assertiva será responsável em fazer
toda a diferença frente ao mercado competitivo.
Essa é a chave da questão que tem sido como preparar melhor os colaboradores diante
desse cenário de decisões rápidas? Como acertar no alvo e não perder a direção? Como
estabelecer a equilibração entre a razão e a emoção na tomada de decisões?
Ufa, para esses questionamentos e diante das metodologias existentes você sabe
quais as estratégias que as empresas vêm adotando?
Os jogos de empresas, que são nada menos que jogos de tabuleiro que você jogou na
sua infância, uma estratégia barata, eficaz e bastante lúdica.
Então, vamos dar uma rápida paradinha para você assistir ao vídeo abaixo. Você poderá
entender melhor como essa estratégia está sendo utilizada e, já voltamos.
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VEJA O VÍDEO!
Bom, retomando, você pode perceber que esse tipo de metodologia ou treinamento proporciona meios
para que os novos gestores possam aprender, por meio da observação e com o exercício prático de
simulação, lidar com problemas surgidos no processo de gestão empresarial, com todos os colaboradores.
A tomada de decisão neste tipo de exercício tem influência tanto nos aspectos internos de uma empresa
como nos aspectos externos, tais como: a participação do mercado, concorrência direta com concorrentes
potenciais, perdas e ganhos sem afetar os resultados das empresas, entre os novos conhecimentos
adquiridos durante a simulação, pois embora seja uma simulação ela de fato estará preparando os
colaboradores para a ação no momento real.
EXEMPLO
Além do mais, muitas vezes numa situação de jogo percebe-se uma relação
colaborativa ou competitiva, que sempre precisa ser utilizada nas situações do dia a
dia nas empresas, por exemplo, no fechamento de um contrato de parcerias para um
grande empreendimento, para que esse fechamento seja estabelecido será necessária
uma negociação, nas situações de jogo, a negociação também aparece. Então essa
simulação poderá estabelecer as diretrizes necessárias para a negociação final, pois é
considerada uma negociação eficaz quando pelo menos um dos interlocutores decide
pela alternativa que favorece os melhores resultados possíveis. Isto é, independente do
posicionamento dos interlocutores na negociação, a obtenção de resultados de cada um
dependerá das ações e da decisão tomada pelo interlocutor oponente. Assim, a melhor
alternativa a ser decidida diante as condições propiciam embasamento necessário para
a análise adequada das condições de conflito, por sua vez, apresentando caminhos
possíveis para uma decisão eficaz, ou seja, a decisão que será melhor para ambas as
partes.
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PALAVRAS DO PROFESSOR
FIQUE ATENTO!
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??? VOCÊ SABIA?
Você sabia que os jogos empresariais tratam de uma atividade planejada previamente
estabelecida pelo facilitador, na qual os jogadores são convidados a enfrentar desafios
que reproduzem a realidade de seu dia a dia? Pois é, todas as decisões são de
responsabilidade do grupo e as tentativas são estimuladas. Nesta espécie de jogo se
identifica todas as características do jogo real, ou seja, regras definidas, presença do
espírito competitivo, possibilidade de identificar vencedores e perdedores, ludicidade,
fascinação e tensão.
A diferença entre o que é real do jogo simulado está efetivamente nas relações de
perdas e ganhos reais, haja vista que, é que no cenário real as sanções são reais
e podem custar a perda de cargos, confiança, prestígio e resultados, enquanto que,
no jogo simulado, as pessoas que erram podem e devem ser estimuladas a tentar
novamente, para aprender com os erros.
Para a autora Gramigna (2007), não há um referencial único para classificar os métodos
de jogos de empresas, mas ela apresenta como sugestão três temáticas.
Jogos de processo a ênfase será sempre com relação às habilidades técnicas, que
são especificamente as habilidades para o atingimento dos objetivos, as equipes
passam por processos simulados, como negociar, liderar grupos, montar estratégias,
administrar finanças e outros.
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GUARDE ESSA IDEIA!
Quanto mais “difícil” é o jogo, maior a tensão entre os que a ele assistem, por exemplo,
em um jogo de xadrez é possível fascinar os jogadores, somente pela sagacidade da
estratégia e da atividade de planejamento que cada jogada exige, bem como, da
consonância de antecipação de jogadas pelo oponente, isso permite aos jogadores
enfrentar desafios que reproduzam a realidade de seu dia a dia, no mercado competitivo.
a) Criar estratégias;
b) Trabalhar processos heurísticos;
c) Lidar com contradições;
d) Coordenar e antecipar ações;
e) Ter tomada de consciência;
f) Abstrair.
VISITE A PÁGINA
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ESTUDO DE CASO (CASE)
Para finalizarmos traremos para a apreciação de vocês o vídeo abaixo, que nos demonstra
como as aprendizagens vivenciais, ou até mesmo as experiências são importantes. A
empresa em questão traz ao mercado uma atitude bastante inovadora, aproveitando
as vivências reais de mães que possam auxiliar outras mães, ou seja, é como terem
passado por uma simulação que poderão auxiliar pessoas que estão entrando nesse
novo cenário. E como destaque a chamada para a vaga: “Para essa nova vaga, é preciso
primeiro que tenha paixão pela maternidade e goste de compartilhar conhecimento.
Precisa ser antenada, com empatia, ativa em redes sociais, curiosa e acolhedora.
Portanto, se você entende bastante sobre maternidade e quer ajudar outras mães,
chegou a hora de conciliar o melhor dos dois mundos. Venha com a gente e seja uma
dessas pioneiras”.
https://www.youtube.com/watch?v=soCzEXAPXsY
PALAVRAS FINAIS
Chegamos ao fim desta unidade com gosto de quero mais, espero que você tenha
aproveitado bastante, na outra unidade com certeza as informações serão diferenciadas
e ricas para seu andamento acadêmico.
Nessa unidade pudemos entender como nos dias atuais é altamente relevante que,
educadores, instrutores, coordenadores e gerentes saibam utilizar adequadamente
jogos como ferramenta de trabalho. Portanto, com base nessa premissa, “jogos de
empresas” vêm ao encontro de uma nova forma de aprender através das vivências,
auxiliando as pessoas na capacidade e nos processos de aprendizagem, tanto em sala
de aula quanto em ambientes de recreação, e até mesmo nos espaços corporativos,
pois incitam a interação entre os alunos e o conteúdo aprendido. De acordo com a
pesquisadora Dohme (2003) “As atividades lúdicas estimulam a participação, criam
um ambiente agradável, de cumplicidade entre o educador e o aluno, aumentando a
aceitação e o interesse”. (p.12)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOHME, V. O valor educacional dos jogos. São Paulo: Editora Informal, 2003.
GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresa. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva,
2004.
LUCCHETTI Roberto. A Primer in Game: Theory With Solved Exercises.
http://www.robertolucchetti.com/public/uploads/2018/09/Esculapio18Ottobre.pdf
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