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Escola Técnica Imperador

Curso: Técnico em Óptica


Disciplina: PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS
Aluno(a): Raynnaria Costa dos Santos

I. CAPITULO:

CHOQUE ELÉTRICO

Conceito

O choque elétrico é o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma


corrente elétrica, chamada de corrente de choque, através do organismo humano,
podendo provocar efeitos de importância e gravidades variáveis, bem como fatais.
Como a corrente circula pelo organismo, é possível afirmar que o corpo humano se
comporta como um condutor elétrico, desta forma possui uma resistência. Pois o corpo
humano é considerado um condutor de eletricidade e quando colocado em contato com
uma fonte elétrica deixa a eletricidade passar através de si, transmitindo-a a outros
corpos condutores. Essa condução de corrente varia de acordo com a intensidade de
volts com que a pessoa é submetida no choque elétrico, pode gerar desde um pequeno
susto, contração muscular tônica contínua, parada respiratória, queimaduras, até
uma fibrilação cardíaca, o qual desorganiza o arranjo fisiológico dos elementos
químicos das células, com consequências às vezes mortais.

Principais Causas

Os riscos de choques elétricos, podem se originar em decorrência de diversas


situações, onde verifica-se que nessas situações ocorrem erros inicialmente na
concepção de projetos e também durante a execução e manutenção das instalações
elétricas e, entre elas, é possível citar:

 Instalações mal projetadas e dimensionadas;

 Contatos acidentais devido à falta de barreiras adequadas;

 Falta de aterramento ou aterramento deficiente ou inadequado;


 Utilização de equipamentos elétricos danificados;

 Falta ou deficiência dos isolamentos de emendas de fios;

 Falta de utilização de EPI’s e ferramentas adequadas;

 Ligações inadequadas sem a utilização de plugues e tomadas;

 Utilização de materiais de baixa qualidade;

 Rompimento de fiações aéreas por caminhões e equipamentos;

 Ligação errada de equipamentos;

 Falta de sinalização e orientação;

 Execução de manutenções em circuitos energizados;

 Quedas de materiais e pessoas por obstrução em passagens e circulação pelos


condutores;

 Incêndios e explosões devido a curto-circuito ou má conservação das


instalações;

 Acidentes provocados por equipamentos ou aparelhos deixados ligados no


momento do religamento de chaves;

 Queda de trabalhador (eletricista) em decorrência da utilização de escadas


inadequadas ou por falta de cinto de segurança.

Efeitos do Choque Elétrico no Corpo Humano

Ao passar pelo corpo humano, a corrente elétrica causa uma série de


perturbações que o organismo reage desde uma ligeira contração superficial até uma
violenta contração muscular. Perturbações como inibição do centro nervoso com parada
respiratória, alteração do ritmo cardíaco, podendo produzir fibrilação ventricular e até
parada cardíaca, queimaduras profundas, inclusive com a necrose dos tecidos, alterações
do sangue produzidas por efeitos térmicos eletrolíticos da corrente elétrica. As partes do
corpo humano que normalmente são afetadas são as mãos, pés e pernas, tronco e tórax.
Quando a corrente perfaz o caminho entre os braços, existe um risco maior, pois ela
poderá afetar diretamente o coração. Para que um efeito fisiológico ocorra, o corpo, ou
parte dele, tem que fazer parte do circuito elétrico, podendo ocorrer os seguintes
fenômenos no tecido biológico:
 Contrações Musculares

Ao ser percorrido por uma corrente elétrica, são desenvolvidos, no músculo,


potenciais eletroquímicos, que podem ocasionar a contração muscular.
Dependendo da corrente, o indivíduo perde o controle muscular e não pode mais
se afastar voluntariamente. Se esta contração for forte e prolongada, ela pode
resultar em dores intensas e no estado de fadiga muscular, podendo ocasionar a
tetanização das fibras musculares, onde, mesmo cessando o estímulo, o músculo
permanece contraído.

 Fibrilação e Parada cardíaca

Quando o coração é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade elevada,


ocorre a parada cardíaca, que tem como principal característica a total inibição
do coração. Porém, quando esta corrente elétrica é de intensidade menor do que
a capaz de produzir parada cardíaca, ela pode provocar a despolarização de
partes do músculo cardíaco, ocasionando o fenômeno conhecido como fibrilação
cardíaca.

 Queimaduras

Os efeitos térmicos provocados pelo choque elétrico no organismo humano,


devem-se à passagem da corrente elétrica pelo tecido biológico, que funciona
como uma resistência, fazendo com que haja liberação de energia calorífica,
fenômeno conhecido por efeito Joule, produzindo queimaduras na parte atingida
do corpo.

 Eletrólise no Sangue

Ao ser submetido a um choque elétrico em corrente contínua, os sais minerais


presentes no sangue se aglutinam, podendo provocar a mudança de concentração
de alguns sais, como o íon potássio responsável pelo funcionamento do modo
sinoatrial, ou formar coágulos, resultando na redução da circulação sanguínea.

 Danos a Outros Órgãos

Durante a ocorrência de um choque elétrico pode haver a liberação de toxinas,


como a mioglobina, responsável pela insuficiência renal, ou então podem
ocorrer o deslocamento de estruturas ou órgãos, fenômeno este conhecido por
prolapso, que pode comprometer, parcial ou totalmente, o funcionamento de
alguns órgãos.

Primeiros Socorros

No caso de estar presenciando o momento do ocorrido, a primeira medida é


interromper o contato da pessoa com a fonte elétrica. Desligue a chave geral. Se isso
não for possível, procurar imediatamente afastar a vítima com a fonte da corrente
elétrica, desligando o interruptor próximo. Caso seja um fio, afaste da pessoa com um
instrumento de material não condutor que esteja seco (madeira, plástico, pano grosso,
borracha, com exceção de materiais de metal), procure locomover a vítima também com
algum desses instrumentos, uma vez que ela estará energizada e poderá assim, transmitir
o choque a você.

Aguarde uns segundos e inicie os procedimentos de socorro, já tendo acionado


um serviço especializado antes. Observe os sinais e se a vítima estiver inconsciente, sem
pulso ou respiração, aplique as técnicas de ressuscitação com massagem cardíaca e
respiração artificial. O ideal é que sejam feitos cem movimentos por minuto: 30
compressões torácicas aplicadas bem no centro do tórax na altura de uma linha
imaginária traçada entre os dois mamilos e intercaladas com duas respirações boca a
boca.  

Deve-se desapertar as roupas e ficar atento aos sinais vitais, ainda que a vítima
tenha recuperado a pulsação e a respiração. Em casos de choques, essas variações de
quadro são comuns, e pode ser necessária nova intervenção de reanimação.

Se a vítima apresentar inconsciência; porém, estiver respirando e com pulsação,


deve-se colocá-la na PLS (Posição Lateral de Segurança) descrita anteriormente e
aguardar a chegada do socorro especializado.

Medidas Preventivas

1. Medidas protetivas em casa:

 Mantenha os fios elétricos de sua casa em ordem, encapados e isolados, de


preferência embutidos. Chame um especialista no assunto quando os serviços
forem mais complexos;
 Desligue a chave geral antes de fazer qualquer reparo na instalação elétrica da
casa;
 Tire os aparelhos elétricos da tomada antes de limpá-los;
 Coloque protetores (esparadrapos, fitas isolantes, fitas crepes ou protetores de
plástico à disposição em estabelecimentos comerciais) nas tomadas para evitar
que as crianças enfiem os dedos ou introduzam objetos no seu interior;
 Nunca toque em equipamentos ou circuitos elétricos com as mãos, roupas,
calçados ou pés molhados;
 Não utilize benjamins para ligar vários aparelhos elétricos na mesma tomada.

2. Medidas protetivas no trabalho:


 Ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho durante o tempo
necessário à sua execução (Desenergização);
 Interligação de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade
necessária para os fins desejados (Equipotencialização);
 Corte da energia elétrica por intermédio de equipamentos e deve ser acionado
sempre que uma falta no circuito ou equipamento der origem a uma corrente
superior ao valor ajustado no equipamento de proteção (Seccionamento
Automático);
 Ligação intencional com a terra e equipamentos elétricos por onde a corrente
elétrica pode fluir e se difundir (Aterramento);
 Isolar as partes vivas impedindo o contato entre o trabalhador e a instalação
elétrica. É feita com o recobrimento total por uma isolação, com as mesmas
características do isolamento original do cabo e que possa ser removida somente
após sua destruição.
II. CAPITULO:

AFOGAMENTO

Conceito

Afogamento (drowning) é o resultado da asfixia por imersão ou submersão em


qualquer meio líquido, provocado pela entrada de água em vias aéreas, dificultando
parcialmente ou por completo a ventilação ou a troca de oxigênio com o ar atmosférico.
O órgão alvo de maior comprometimento durante o afogamento é o pulmão. A
aspiração de água promove insuficiência respiratória e conseqüentes alterações na troca
gasosa alvéolo-capilar e distúrbios no equilíbrio ácido-básico, edema pulmonar não
cardiogênico e aumento do shunt intrapulmonar, que levam à hipoxemia. As alterações
fisiopatológicas que ocorrem dependem da composição e da quantidade de líquido
aspirado.

O processo de afogamento é um processo continuo, que começa quando a via


aérea do paciente está abaixo do nível da superfície líquida, geralmente água, que, se
ininterrupta, pode levar ou não à morte. O paciente pode ser resgatado a qualquer
momento durante o processo e a ele ser fornecida medida apropriada de ressuscitação,
quando, então, o processo de afogamento é interrompido. Além disso, qualquer
incidente de submersão ou imersão sem evidência de aspiração de líquidos deve ser
considerado um resgate aquático.

Principais Causas

 Afogamento primário – É o tipo mais comum, não apresentando em seu


mecanismo nenhum fator desencadeante do acidente.
 Afogamento secundário – Causado por patologia associada que precipita o
afogamento, já que possibilita a aspiração de água pela dificuldade da vítima em
manter-se na superfície da água. Ocorre em 13% dos casos de afogamento,
como, por exemplo: uso de drogas (36,2%) (quase sempre por álcool), crise
convulsiva (18,1%), traumas (16,3%), doenças cardiopulmonares (14,1%),
mergulho livre ou autônomo (3,7%), e outros (homicídio, suicídio, lipotimias,
cãimbras, hidrocussão) (11,6%). O uso do álcool é considerado como o fator
mais importante na causa de afogamento secundário
Primeiros Socorros

Durante o afogamento a função respiratória fica prejudicada devido a entrada de


água pelo nariz e boca. Se não houver resgate rapidamente, pode acontecer obstrução
das vias respiratórias e consequentemente, ocorre o acúmulo de água nos pulmões,
colocando a vida em risco. 
Algumas medidas podem ser feitas para salvar uma pessoa que esteja se
afogando, sendo que é necessário, primeiramente, garantir a própria segurança e
verificar se o local não oferece riscos ao socorrista. Caso alguma pessoa esteja se
afogando é importante seguir os passos:
 Reconhecer o afogamento, observando se a pessoa está com os braços
estendidos, lutando para não ficar debaixo da água, pois muitas vezes, por causa
do desespero a pessoa nem sempre consegue gritar ou chamar por ajuda;
 Pedir ajuda para outra pessoa que esteja próxima ao local, para que ambas
possam seguir com o socorro;
 Ligar imediatamente para a ambulância dos bombeiros no 193, caso não seja
possível, deve-se ligar para SAMU no 192;
 Fornecer algum material flutuante para a pessoa que esteja se afogando, com
auxílio de garrafas de plástico, pranchas de surf e materiais de isopor ou de
espumas;
 Tentar realizar o socorro sem entrar na água. Caso a pessoa se encontre a menos
de 4 metros de distância, é possível estender um galho ou cabo de vassoura,
entretanto, se a vítima tiver entre 4 e 10 metros de distância, pode-se jogar uma
boia com uma corda, segurando na extremidade oposta. Porém, se a vítima
estiver bem próxima, é importante oferecer sempre o pé ao invés da mão, pois
com o nervosismo, a vítima pode puxar a outra pessoa para dentro da água;
 Apenas entrar na água se souber nadar;
 Caso a pessoa seja retirada da água, é importante verificar a respiração,
observando os movimentos do tórax, ouvindo o som do ar saindo pelo nariz e
sentindo o ar que sai pelo nariz. Se estiver respirando, é importante deixar a
pessoa na posição lateral de segurança até que os bombeiros cheguem no local.

Já se pessoa não estiver respirando, significa que ficou muito tempo submersa, e


pode apresentar hipoxemia, que é a pele fica arroxeada, perda de consciência e sofrer
uma parada cardiorrespiratória. Se acontecer isso, antes da equipe de socorro chegar no
local, é preciso iniciar a massagem cardíaca.

Suporte avançado de vida no afogamento

 Resgate

SINAIS E S INTOMAS

Ausculta pulmonar normal, sem tosse, espuma na boca e/ou nariz, dificuldade
respiratória, parada respiratória ou PCR.

PROCEDIMENTOS

Avaliar e liberar para casa do próprio local. Não há necessidade de encaminhar


para o hospital e atendimento médico.

 Grau 1

SINAIS E S INTOMAS

Ausculta pulmonar normal, com tosse (sem espuma na boca ou nariz).

PROCEDIMENTOS

Tranquilizar, aquecer e promover medidas de conforto ao banhista.

Não há necessidade de ofertar O2 ou encaminhar ao hospital.

 Grau 2

SINAIS E S INTOMAS

Ausculta pulmonar com estertores de intensidade leve a moderada (presença de


pouca quantidade de espuma na boca e/ou nariz).

PROCEDIMENTOS

Ofertar O2 por cateter nasal (5 L/min).

Aquecer, tranquilizar e promover repouso.

Colocar o afogado em posição lateral de segurança (sob o lado direito).


Observação hospitalar por 6 a 24 horas. (Solicitar radiografia de tórax e
gasometria arterial).
 Grau 3

SINAIS E S INTOMAS

Edema agudo de pulmão (muita espuma na boca e/ou nariz). Não apresenta
hipotensão/choque (pulso radial palpável).

PROCEDIMENTOS

Ofertar O2 por máscara facial ou TOT a 15 L/min no local do incidente.

Posição lateral de segurança (lado direito).

Internação hospitalar (UTI). - Assistência respiratória (TOT + ventilação


mecânica com 5 a 10 cm H2O de PEEP. O uso precoce do PEEP e por 48h
encurta o tempo de hospitalização). - Sedação por 48 h (se em ventilação
mecânica) – drogas de ação rápida como midazolam (pode associar relaxantes
musculares, se necessário). - Corrigir a acidose metabólica - Solicitar radiografia
de tórax, gasometria arterial, eletrólitos, ureia, creatinina, glicose, EAS e, se
houver alteração do nível de consciência, TC de crânio.

 Grau 4

SINAIS E SINTOMAS

Edema agudo de pulmão (muita espuma na boca e/ou nariz). Apresenta


hipotensão/choque (sem pulso radial). Respiração está presente.

PROCEDIMENTOS

Observar atentamente a respiração (pode haver parada respiratória).

Seguir o tratamento para o grau 3 e associar a infusão venosa de cristaloides por


acesso venoso periférico para restabelecer a pressão arterial (infundir
cristaloides independente do tipo de água que ocorreu o afogamento). Restringir
a reposição hídrica orientada pelo débito urinário de 0,5 a 1 ml/kg/h e
parâmetros hemodinâmicos.

Internação hospitalar urgente (UTI).

 Grau 5

SINAIS E S INTOMAS
Parada respiratória isolada com pulso carotídeo presente (ou sinais de
circulação).

PROCEDIMENTOS

Usualmente reverte com até 10 ventilações artificiais (boca a boca ou boca-


máscara). Não realizar compressões torácicas.

Continuar a ventilação artificial (12/min) com 15 L de O2 a até retorno


espontâneo da respiração.

Após retorno da respiração espontânea – tratar como grau 4.

 Grau 6

SINAIS E S INTOMAS

Parada cardiorrespiratória (PCR).

PROCEDIMENTOS

Reanimação cardiopulmonar - Monitorizar (ECG) para desfibrilação. Inserir um


TOT se possível e acessar via venosa periférica para início de adrenalina IV a
0,01 mg/kg após 3 min e 0,1 mg/kg a cada 3 min de PCR.

Após sucesso da RCP – tratar como grau 4.

 Cadáver

SINAIS E S INTOMAS

PCR com tempo de submersão maior que 1 hora ou sinais óbvios de morte
(rigidez cadavérica, decomposição corporal e/ou presença de livores)

PROCEDIMENTOS

Não iniciar a RCP.

Acionar o Instituto Médico Legal (IML).

Em todos os graus, incluindo a fase de “resgate”, as vítimas podem apresentar


taquicardia, taquipneia, tremores, palidez e intensa vasoconstricção periférica,
provavelmente sinais e sintomas associados à liberação de catecolaminas, hipotermia,
reflexo de mergulho ou, provavelmente, à combinação destes fatores.

Medidas Preventivas

Algumas orientações simples, porém valiosas, podem salvar vidas. Educar a


população para uma postura não somente preventiva, mas proativa em relação ao
afogamento, diminuiria significativamente o número de ocorrências e óbitos. Nas
palavras do Dr David Szpilman, um dos maiores especialistas do mundo nesse assunto,
“Afogamento não é acidente, não acontece por acaso, tem prevenção e esta é a melhor
forma de tratamento. Ela pode reduzir, em média, de 85% a 90% o número de
afogamentos”.

PRAIAS

 Nade sempre perto a um posto de guarda-vidas.


 Pergunte ao guarda-vidas o local mais seguro e apropriado para o banho.
 Não superestime sua capacidade de nadar; 46,6% dos afogados achavam que
sabiam nadar.
 Tenha sempre atenção às crianças.
 Nade longe de pedras, estacas e píeres.
 Evite ingerir bebidas alcóolicas e alimentos pesados antes de entrar no mar.
 Leve as crianças perdidas ao posto de guardavidas.
 Mais de 80% dos afogamentos ocorrem em valas: * A vala (corrente de retorno)
é o local de maior correnteza, que aparenta uma falsa calmaria e leva para o alto-
mar. * Se entrar em uma vala, mantenha a calma e nada transversalmente a ela
até conseguir escapar ou peça socorro imediatamente.
 Nunca tente salvar alguém se não tiver condições e treinamento para fazê-lo.
Muitas pessoas morrem dessa forma.
 Ao pescar em pedras, observe antes se a onda pode alcançá-lo.
 Antes de mergulhar no mar, certifique-se da profundidade.
 Afaste-se de animais marinhos, como águasvivas e caravelas.
 Tome conhecimento e obedeça às sinalizações de perigo na praia.
PISCINAS

 Mais de 65% das mortes por afogamento ocorrem em água doce, mesmo em
áreas quentes da costa.
 Crianças devem estar sempre sob a supervisão de um adulto (89% dos
afogamentos ocorrem por falta de supervisão, principalmente na hora do almoço
ou logo após)
 Se necessitar afastar-se da piscina (por exemplo, para atender o telefone), leve
sempre a criança consigo (utilize telefone sem fio ou celular).
 Isole a piscina com grades (altura de 1,50 m e 12 cm nas verticais). Elas
reduzem o afogamento em 50 a 70%.
 Cuidado com as boias de braço. Elas transmitem uma falsa sensação de
segurança.
 Evite brinquedos ao redor da piscina. Isso atrai as crianças.
 Desligue o filtro da piscina em caso de uso, pois diminui o risco de sucção.
 A prática da hiperventilação para aumentar o fôlego, sem supervisão confiável,
não é recomendada.
 Cuidado ao mergulhar em locais rasos. Coloque um aviso sobre a profundidade.
Mergulho de cabeça somente em águas profundas.
 Mais de 40% dos proprietários de piscina não sabem realizar os primeiros
socorros. Cuidado.

Fica evidente a necessidade de ensinar natação para adultos e crianças, assim


como noções básicas que minimizem ou, melhor ainda, eliminem os riscos de
afogamentos, seja em praias, rios, lagos, piscinas e outros meios.
III. CAPITULO:

PCR EM BEBÊ

Conceito

A parada cardiorrespiratória (PCR) constitui-se numa condição de


emergênciamais severa que pode acometer um ser humano. É definida como a
interrupção das atividades respiratórias e circulatórias efetivas. A intervenção para
reverter o quadro tem como princípios fundamentais a aplicação de um conjunto de
procedimentos para restabelecer a circulação e a oxigenação

Nos adultos, a maioria das paradas cardíacas são provenientes de alguma


arritmia cardiológica que vai ocasionar em uma PCR (Parada Cardiorrespiratória) e, em
alguns casos, é consequência de um processo de deterioração. Quando falamos em
Pediatria, raramente a etiologia, ou seja, o motivo principal da parada cardíaca é
cardiológico. A causa mais comum de PCR em bebês e crianças é a hipóxia, mas a
parada cardiorrespiratória também pode surgir por conta de algum outro quadro que
vem se arrastando, infeccioso, respiratório ou de outro tipo.

Principais Causas

Nos indivíduos menores de 10 anos, apenas cerca de 10 a 15% dos casos de PCR
são devidos à fibrilação ventricular. A parada cardiorrespiratória na criança raramente é
um evento inesperado, sendo tipicamente o resultado final da deterioração progressiva
das funções respiratória e/ou circulatória (choque), levando à insuficiência
cardiopulmonar com hipoxemia e acidose, culminando em parada cardíaca (atividade
elétrica sem pulso ou assistolia).

Primeiros Socorros

Infelizmente as taxas de mortalidade por parada cardiorrespiratórias em


crianças e bebês fora do hospitais são altas. Indo de 80 a 97% segundo dados da
University of Virginia School of Medicine. Um número que poderia ser revertido se
mais pessoas tivessem contato com os devidos procedimentos de ressuscitação
cardiopulmonar – RCP em recém-nascidos. 
Afinal, mais do que controle emocional, em situações de parada
cardiorrespiratória em crianças e recém-nascidos é necessário conhecimento sobre os
procedimentos de RCP, e nem todo mundo sabe que eles sofrem alterações com base na
faixa etária.

 RCP (Ressuscitação CardioPulmonar) :

A ressuscitação cardiopulmonar, também chamada de RCP ou mesmo


reanimação cardiorrespiratória, é um conjunto de técnicas emergenciais que
possibilitam o restabelecimento da ventilação pulmonar e fluxo sanguíneo em uma
pessoa que sofreu uma parada cardiorrespiratória – PCR.

Suas manobras comprimem a região torácica, e assim o coração da vítima,


bombeando o sangue novamente para as partes do corpo, fornecendo oxigênio ao
cérebro até que haja o devido atendimento médico.

Desse modo, saber efetuar esse procedimento de forma correta pode ser um fator
decisivo no atendimento imediato de pessoas em PCR. Não apenas salvando-a como
evitando danos neurológicos.

 Como identificar a necessidade de RCP em um recém-nascido

A hipóxia, ou seja, privação de oxigênio, é a causa mais comum


de paradas cardiorrespiratórias em recém-nascidos. Mas a PCR pode também acontecer
devido a quadros prolongados de infecção, dificuldade respiratória ou de outro tipo. 

Além disso a bradicardia, ou seja, a diminuição de frequência cardíaca (menos


de 60 vezes por minuto) é um sinal iminente de PCR. E dessa forma a reanimação
neonatal é indicada e necessária.

Nesses casos o monitoramento é a prioridade. Sendo possível evitar a PCR ao


observar com atenção seus sinais e gatilhos.

Assim sendo, qualquer comportamento atípico em crianças recém-nascidas pode


ser um sinal e deve ser levado em consideração. A observação é ainda mais crucial em
bebês já doentes.

 Como realizar RCP em recém-nascidos?

Como reforçamos logo na introdução desse post, todo procedimento deve passar
primeiramente pelo contato imediato com o serviço de emergência local da sua cidade.
Mas infelizmente mesmo com esse contato é preciso agir com rapidez e calma,
por isso separamos as orientações para realizar a ressuscitação cardiopulmonar em
recém-nascidos de forma correta.

 Cuidados necessário:
 Primeiramente, é preciso posicionar as mãos sobre a barriga do recém-
nascido para verificar a frequência da sua respiração e se ele está respirando
ou não. Não havendo movimento abdominal e torácico é porque ele está em
parada cardiorrespiratória. Contudo, no caso de bebês, primeiro é preciso
verificar se não há sangramentos antes de começar as manobras de
reanimação.
 Se algum sangramento for percebido é preciso estancá-lo imediatamente.
Uma vez que o corpo de um bebê recém-nascido tem uma quantidade muito
pequena de sangue. Dessa forma, antes de começar os procedimentos de
RCP é preciso estancar a fonte de sangramento.
 Partindo para o RCP, é importante saber que no procedimento em recém-
nascidos é indicado o uso de polegares lado a lado para a compressão
torácica. Em caso de neonatos muito pequenos, os polegares devem ser
sobrepostos, ou seja, deve-se colocar um polegar sobre o outro para realizar
as compressões necessárias.
 Já em caso de recém-nascidos com mais peso, a utilização de dois ou três
dedos pode ser recomendada. Durante a compressão os dedos devem ser
mantidos em um ângulo de 90º graus em direção ao tórax da criança.
 Para a compressão, os dedos devem ser posicionados logo abaixo da linha
dos mamilos do bebê.
 Pressione o pequeno tórax da criança com os dedos em uma profundidade de
4 cm em um ritmo de 100 a 120 compressões por minuto.
 Havendo um socorrista é importante que ele intercale as compressões com
ventilações. Ou seja, que ele realize sopros para incentivar a respiração do
recém-nascido. Sendo 30 compressões de alta pressão para duas ventilações
(30:2). 
 Mesmo depois do bebê recém-nascido voltar a respirar, é importante que a
pessoa a socorrê-lo continue com os movimentos e manobras pelo menos até
que o socorro médico chegue. Isso porque o corpo do bebê neonato é frágil e
ainda não tem capacidade para reagir com vigor. O estímulo precisa
continuar para garantir que o bebê se mantenha respirando e oxigenando o
cérebro até que o atendimento especializado chegue.
 Durante todo o procedimento é recomendado que a pessoa pare mais vezes
para avaliar se o bebê voltou a respirar, pois as reações do recém-nascido
podem ser muito sutis.

Medidas Preventivas

No caso de crianças e bebês o que vale muito é a monitorização dos sinais de


PCR; assim não deixamos esse paciente deteriorar por muito tempo (por conta de uma
febre, taquicardia, falta de ar ou quadro infeccioso prolongados, por exemplo) e
observamos os sinais que são gatilhos para a PCR, podendo evitá-la.

Bebês doentes precisam ser monitorados para evitar a PCR. E aí vem a questão
mais crítica: a maioria dos bebês e crianças que são acometidos pela parada
cardiorrespiratória desenvolvem uma lesão cerebral grave por conta da necessidade de
oxigenação que uma criança tem. Portanto, nesses casos é mais importante ainda evitar
essa intercorrência e a possível sequela neurológica.

Além da monitorização, é preciso estar atento à fala dos pais, pois ninguém
melhor do que a mãe para conhecer a criança. Se uma mãe pede para o profissional de
saúde olhar a sua criança porque ela não está bem, ele deve atender ao pedido e ficar
atento aos sinais.
Já presenciamos casos em que a mãe comentou que o filho estava prostrado e o
profissional respondeu que a criança está bem porque está “quietinha”. Mas não é
assim. Se essa é uma criança agitada e está agora prostrada, esse é um sinal de alerta e
temos que considerar tal comportamento na nossa tomada de decisões.

A ventilação mecânica deve ser priorizada no atendimento a bebês e crianças


O foco é sempre prevenir, mas infelizmente a PCR acontece e, apesar de ninguém
gostar de presenciar um caso crítico desses, temos que saber atender para minimizar os
danos.
Algumas partes do procedimento são diferentes do que é feito nos adultos.
Primeiramente, nas crianças e bebês temos que priorizar a ventilação
mecânica exatamente porque nesses casos a causa não é cardíaca (a não ser em
pacientes congênitos e outras exceções).

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