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Simulação de cenários de geração energética por meio de sistemas fotovoltaicos e

bancos de baterias para análise de viabilidade

César Lucas Caetano de Abreu Lopes 1, Maico Roris Severino 1 e Marcelo Nunes Fonseca 1

1Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) – Campus Aparecida de Goiânia (CAP)


Regional Goiânia – Universidade Federal de Goiás (UFG)

Resumo
Considerando que, hoje, as indústrias geram muitos impactos ambientais, durante todas
as atividades transformadoras que compõem o ciclo produtivo dos bens e dos serviços, e
o fato de que é notório o aumento da preocupação ambiental nas últimas décadas, as
indústrias aos poucos alteram sua estratégia para atender à exigência de seu mercado
consumidor, optando pela adoção do conceito de Green Supply Chain Management, e
dentre suas vertentes principais, destaca-se a produção sustentável ou Green
Manufacturing. Pensando mais propriamente na vertente consumo energético, o objetivo
geral deste trabalho é analisar a viabilidade da implantação de uma usina fotovoltaica para
suprimento da demanda energética de uma fábrica do ramo de agronegócio, localizada no
centro-oeste brasileiro. Para tanto, o estudo foi dividido em cinco etapas denominadas:
bibliometria, definição do objeto de estudo, dimensionamento de bancos de baterias,
dimensionamento de sistemas fotovoltaicos e, por fim, análise de viabilidade econômica.
Como resultados, foram desenvolvidos quatro cenários testes, um on-grid e três off-grid.
Para os cenários off-grid foram considerados armazenamentos em bancos de baterias.
Como conclusão, pode-se perceber que apenas o cenário on-grid apresentou valor
positivo para o VPL, além de TIR maior que a TMA considerada e um tempo de payback
de 20 anos. Os demais cenários se apresentaram alto custo de investimento em tecnologias
de baterias, instigando estudos futuros para desenvolvimento de trabalhos com
tecnologias de armazenamento distintas e verificação da viabilidade econômica diante do
tema proposto.

Palavras chave
Green Manufacturing, banco de baterias, sistemas fotovoltaicos, análise de viabilidade
econômica

1. Introdução

1
As indústrias geram muitos impactos ambientais durante suas atividades
transformadoras que compõem o ciclo produtivo dos bens e dos serviços. Estes são
gerados desde a extração de matérias-primas até o desenvolvimento do produto final, na
utilização de água e energia, emissões atmosféricas devido ao transporte de carga, além
dos impactos ambientais gerados durante a utilização dos produtos e, principalmente, o
descarte de resíduos por parte da empresa e dos consumidores (González-Benito;
González-Benito, 2006). A partir disso, nota-se a necessidade, por parte das organizações
empresariais, em manter a competitividade de mercado, contudo, desenvolvendo
atividades de cunho sustentável.
Para o desenvolvimento desta adequação, diversas práticas vêm sendo desenvolvidas
na área de Gestão de Operações, dentre elas, destaca-se a prática intitulada Green Supply
Chain Management (GSCM), tendo como possível tradução para a língua portuguesa
Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos.
O processo de implementação das práticas de GSCM nos sistemas produtivos é
cercado de desafios. Isto, pois, encontra-se de início uma agravante dificuldade em
relação às empresas, individualmente, adotarem medidas sustentáveis. Ao tratar-se de
práticas compartilhadas por diferentes empresas de uma mesma cadeia de suprimentos, o
problema torna-se ainda mais complexo.
Joshi (2012) destaca a importância desta prática para a eficiência dos recursos (eco
eficiência) e para a gestão do fluxo de resíduos de volta ao meio ambiente. Pode-se
afirmar que toda a GSCM tem como base a Green Manufacturing (GM), em que existem
investimentos em processos tecnológicos capazes de maximizar a utilização de recursos
e ao mesmo tempo reduzir consumo de energia e poluição, coordenando o tempo de
produção.
Uma das possibilidades da implementação do GM é partir do uso de energia
renovável, ou seja, buscar alternativas as fontes energéticas tradicionais, que conforme
(LUTHRA et al., 2016), fontes com origem fósseis como carvão, petróleo e gás natural
podem ser rotulados como os principais fatores relacionados a poluição ambiental e
aquecimento global. Mesmo que a grande maioria da energia elétrica no Brasil seja de
origem hidrelétrica (PENA, 2019), sabe-se que com o acobertamento permanente da
matéria orgânica existente em áreas antes do represamento da água desencadeia processos
químicos ao longo do tempo com consequências como acidulação da água e liberação de
gases estufas, dentre eles o metano.

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Uma alternativa as fontes comuns de geração de energia seria o sistema de módulos
fotovoltaicos, baseado na geração de energia elétrica por meio da radiação solar,
considerada, portanto, um método de geração de energia limpa. Contudo, Trepani e Millar
(2016) questionam a viabilidade do uso deste tipo de sistemas devido a variabilidade e
intermitência da energia gerada, dependendo de fatores como horas solar disponível e
condições climáticas, demandando sistemas híbridos ou auxílio de armazenamento de
energia em bancos de baterias, elevando o valor de investimento e dificultando a
viabilidade econômica do projeto.
Ainda, vale ressaltar que o conceito de GSCM ainda é recente e existem poucos
estudos referentes ao tema. Isso se torna um desafio ainda maior quando se limita o
universo de pesquisa a termos de Brasil e especificamente, sobre sua vertente, Green
Manufacturing. Existe, portanto, a necessidade de contribuir no preenchimento desta
lacuna da literatura, bem como, contribuir para que a indústria brasileira faça uso das
práticas relativas ao GM e uso de recursos energéticos de cunho renovável.
Desta forma o objetivo geral deste trabalho é analisar a viabilidade da implantação de
uma usina fotovoltaica para suprimento da demanda energética de uma fábrica do ramo
de agronegócio, localizada no centro-oeste brasileiro. Como objetivos secundários tem-
se: dimensionamento de sistemas fotovoltaicos com banco de bateria para diferentes
cenários off-grid, dimensionamento de sistema fotovoltaico para o caso de suprimento da
demanda total, cálculo dos indicadores Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR), análise de sensibilidade econômica e estudo bibliométrico.

2. Referencial teórico

2.1 Sustentabilidade

No decorrer dos anos, tem se iniciado diversos debates com relação a questão
climática e ambiental. Um dos pontos tratados seriam as fontes tradicionais de energia
como carvão, petróleo e gás natural, assinaladas como principais contribuintes para o
aquecimento global (LUTHRA et al., 2016).
Com isso, as empresas vêm se preocupando com o posicionamento referente ao
desempenho sustentável e como isso pode refletir em sua imagem. Como alternativa a
este evento, tem-se a GSCM que segundo Zheng (2010) leva como fator preponderante

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as questões ambientais, envolvendo práticas relacionadas à compra, projeto, venda,
consumo, disposição de materiais e, conforme o enfoque do projeto, a produção
sustentável (Green Manufacturing).
Geralmente, ao utilizar o termo produção sustentável, remete-se a processos de
logística reversa, reaproveitamento de materiais no ciclo produtivo e diminuição ou
reaproveitamento de resíduos. Contudo, existe um forte fator, a fonte de geração de
energia do sistema, que dependendo da natureza e do quantitativo demandado, pode ser
classificado como um dos principais fatores poluentes no processo produtivo.
Ao se tratar de combustíveis fósseis, o principal fator seriam a liberação dos
chamados gases de efeito estufa (GEE), muitas vezes gerados pela queima incompleta do
combustível. Dentre eles, podemos destacar o CO (monóxido de carbono), CO2 (dióxido
de carbono) e CH4 (metano), considerado os piores agentes do aquecimento global.
Com base nisso, em dezembro de 2015, no período da Vigésima Primeira
Conferência das Partes (COP21) da Convenção Quadro das Nações Unidades com tema
referido a mudanças climáticas, o Brasil estipulou-se como meta a redução, em 2025, as
emissões de gases efeito estufa em 37% em relação aos níveis gerados no ano de 2005.
Ainda, para os anos seguintes, deveria reduzir até 2030, as emissões de GEE em 43%
também em relação ao ano de 2005 (EPE, 2019b).
Para tanto, medidas vêm sendo tomadas e houve implementações no cenário
brasileiro, no setor energético, do conceito de energia renovável como fator
preponderante para alcançar a meta proposta. Onde surgem temas como implementação
de fontes limpas como a eólica e solar. Contudo, na Figura 1 elaborada a partir dos dados
encontrados em EPE (2019d), nota-se evolução na emissão de GEE entre os anos de 2005
a 2025, de cerca de 43,34%, com previsão de certa estabilidade para os próximos anos.
Nota-se ainda que, o principal setor responsável pela emissão de GEE seria o de
transportes, representando 44,26% de toda a liberação de GEE do grupo em 2005 e
42,69% em 2015, e evolução de 38,27% no período de 2005 a 2015. Logo após, vem o
setor industrial, abordando 19,55% de toda emissão do grupo em 2005 e 19,37% em
20015, evoluindo os níveis de emissão em 41,96% no período de 2005 a 2015. É dizer,
juntando os dois setores, tem-se cerca de 62% de toda emissão de GEE em 2015 no Brasil
(EPE, 2019d).
Para melhor compreensão da importância da sustentabilidade neste setor, se faz
necessário entender como se dá o consumo energético no Brasil.

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No decorrer dos anos, tem se iniciado diversos debates com relação a questão climática e
ambiental. Um dos pontos tratados seriam as fontes tradicionais de energia como carvão,
petróleo e gás natural, assinaladas como principais contribuintes para o aquecimento
global (LUTHRA et al., 2016).

450

400

95
350 92

88 84
300
Industrial
250 Transportes
62
Agropecuário
200 233
219 Residencial
194 201
150 Setor Energético
140
100
20 21
16 18 19
50 22 22
26 19 20
23 32 32 36 38
0
2005 2015 2020 2025 2027

Figura 1: Evolução da participação setorial nas emissões de GEE pela produção e uso de energia
(milhões de toneladas de CO2)

2.2 Consumo energético no Brasil

Devido as sequentes crises no setor de energia brasileiro ao longo dos anos, o


consumo energético vem sendo tratado como uma importante variável a ser debatida
(TORRINI et al., 2016). Um dos principais fatores a ser levado em consideração ao tratar
de consumo seria distribuição e crescimento populacional, uma vez que, quanto maior o
número de pessoas, espera-se um maior consumo energético.
Segundo o EPE (2019d), a previsão para o ano de 2027 em milhões de habitantes
será de aproximadamente 220,9. Este número representa um aumento percentual de
5,99% com relação ao ano de 2017 e de 16,68% no número de residências, consideradas
focos do consumo de energia elétrica, uma vez que, cerca de 46% do consumo de energia
elétrica, em 2017, no setor residencial é de origem elétrica, podendo chegar a 55% em
2027, conforme apresentado nas Tabelas 1 e 2.

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Tabela 1: Evolução da população brasileira e do número de habitantes por domicílios

População Domicílios
Ano
(milhões) (milhões)
2017 208,4 67,6
2018 209,9 68,8
2019 211,4 69,9
2020 212,8 71,1
2021 214,1 72,2
2022 215,4 73,4
2023 216,6 74,5
2024 217,8 75,6
2025 218,9 76,7
2026 219,9 77,8
2027 220,9 78,9

Fonte: Adaptado de EPE (2019d)

Tabela 2: Consumo final percentual de energia no setor residencial

FONTE 2017 2027


Eletricidade 46 55
GLP 26 25
Lenha 24 16
Outros 3 3

Fonte: Adaptado de EPE (2019d)

O fato é que o consumo de eletricidade no Brasil não está relacionado apenas ao setor
residencial, conforme abordado na Tabela 2, verifica-se que no Brasil o setor com maior
consumo percentual é o industrial seguido do setor de transportes, conforme Figura 2
elaborada a partir de dados oriundos de EPE (2019d), sendo estes responsáveis por
33,26% e 32,51% consecutivamente, de todo o consumo energético do país no ano de
2017 e com previsão de aumento relativo em cada setor consecutivamente em Mtep de
20,9% e 22,65%.
Considerando o grande percentual de participação do setor industrial, faz-se
necessário evidenciar o representativo por fonte de energia. Destaca-se, portanto, o
consumo de energia elétrica em ambos os anos apresentado na Figura 3, que foi elaborado
a partir das informações de EPE (2019d), de modo que, apesar da redução do percentual
relativo total, é previsto um aumento do consumo de energia elétrica do setor em 2027 de
34,17%.

6
120,00 35,00

100,00 30,00

25,00
80,00
20,00
60,00
15,00
40,00
10,00
20,00 5,00

0,00 0,00

2017 Mpet 2027 Mpet 2017 Percent 2027 Percent

Figura 2: Participação do consumo final de energia nos anos de 2017 e 2027

25,0 25,0

20,0 20,0

15,0 15,0

10,0 10,0

5,0 5,0

0,0 0,0
Gás Natural Carvão Lenha e Derivados Eletricidade Demais Derivados
Mineral e Carvão da Cana Fontes de Petróleo
Derivados Vegetal

2017 Mpet 2027 Mpet 2017 percent 2027 percent

Figura 3: Fontes de energia para setor industrial nos anos de 2017 e 2027

Pensando necessariamente no consumo de energia elétrica por classe, pode-se


apresentar ainda a evolução dos últimos anos conforme Tabela 3, construída a partir de
dados de EPE (2019c) onde o maior consumo está relacionado exatamente como dito
anteriormente no setor industrial, seguido do setor residencial.

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Tabela 3: Consumo nacional de energia elétrica na rede por classe

CONSUMO (GWh) 2013 2014 2015 2016 2017 2018

BRASIL 463.142 474.823 465.708 461.780 467.161 472.242

RESIDENCIAL 124.908 132.302 131.190 132.872 134.368 136.022

INDUSTRIAL 184.685 179.106 169.289 165.314 167.398 169.549

COMERCIAL 83.704 89.840 90.768 87.873 88.292 88.815

OUTROS 69.846 73.575 74.462 75.721 77.103 77.856

Fonte: Adaptado de EPE (2019c)

A partir deste cenário do consumo energético no Brasil, entende-se como necessário


maior foco para as fontes de energias consideradas renováveis e com menor nível de
agressão ao meio ambiente.

2.3 Energia renovável

De acordo com Santos e Legey (2013), o crescimento contínuo da demanda brasileira


por eletricidade exige uma forte atenção para expandir os sistemas de geração de energia.
Conforme EPE (2019d) a previsão de aumento na matriz energética brasileira até o ano
de 2027 é de aproximadamente 25,71%.
Com o aumento da demanda de energia e necessidade de ampliação das fontes
geradoras o setor de fornecimento de energia brasileiro vem se customizando com o
passar do tempo, e aderindo cada vez mais ao nicho de energia renovável. Conforme
apresentado nas Figuras 4 e 5, percebe-se evolução considerável da participação dos
recursos renováveis, chegando a quase igualar os percentuais de participação da matriz
energética em 2027 EPE (2019d).
Ainda se percebe que alguns itens apesar de não serem considerados fontes de geração
de energia limpa, são considerados renováveis pelo fato de o recurso fonte ser renovado
pela natureza ao longo dos anos, ou seja, não seria considerado finito por meio de seu
consumo, como por exemplo, o uso de lenha, carvão e hidrelétricas.

8
400,00 368,95

350,00 324,16
293,49
300,00

250,00
194,30
200,00 169,78
166,81

150,00

100,00 154,39 174,65


126,68
50,00

0,00
2017 2022 2027

Não Renovável Renovável Acumulado

Figura 4: Evolução da composição da oferta interna de energia por fonte em Mtep

2027 53 47

2022 52 48

2017 57 43

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Não Renovável Renovável

Figura 5: Matriz energética brasileira: energia renovável e não-renovável

Contudo, o segmento de energias renováveis e limpas no Brasil vem crescendo nos


últimos anos, assim como relatado no EPE (2019a), onde o segmento de geração eólica
vem ganhando espaço, apresentado na Figura 6, se alocando como segunda maior fonte
no ano de 2017 e crescimento de 14,41% no volume energético no período de 2017 a
2018, chegando a representar cerca de 21% de toda energia do grupo de fontes renováveis
como apresentado na Figura 7.

9
12000

10000 9553
8892

8000

6000
4169 4174 2017
3644
4000 3313 2018
1351
2000 1280
191 204 88 72
74 298
0
Lixívia Eólica Biodiesel Outras Biogás Gás Solar
biomassas industrial de
carvão
vegetal

Figura 6: Evolução da composição da oferta de energia por tipo de fonte (renovável)

Por outro lado, ainda no Figura 6, nota-se no ano de 2017 o setor de geração solar
com pouca expressividade, com apenas 72 Mtep produzidos no ano. Contudo, apresenta
313,89% de evolução no período de 2017 a 2018, sendo o segmento que mais evoluiu
percentualmente de todo o grupo, alcançando 1,5% da representatividade no segmento
das fontes renováveis no ano de 2018, assim como apontado na Figura 7.

1,03% 0,44%
1,50% Lixívia
6,81%
Eólica

Biodiesel
21,04%
48,16% Outras biomassas

Biogás

21,02% Gás industrial de carvão


vegetal
Solar

Figura 7: Repartição grupo de fontes renováveis ano de 2018

Como visto, os sistemas fotovoltaicos vêm ganhando expressividade como fonte de


geração de energia no Brasil, desenvolvendo o interesse de pesquisas na área, visando
maior acessibilidade delas.

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2.4 Sistemas fotovoltaicos

Considerando a crescente demanda de eletricidade e decorrentes preocupações do


ponto de vista ambiental, Queiroz et al. (2016) afirma ser essencial desenvolvimento de
novos investimentos no setor de energia renovável, visando atender a demanda sem
contribuir com o fator aquecimento global.
Dentre o nicho de fontes de energias consideradas renováveis, tem-se a energia solar
fotovoltaica (FV), composta basicamente por um sistema capaz de converter a luz solar
em corrente elétrica por meio de placas criadas a partir de fotocélulas, produzidas de um
material semicondutor como arsenieto de gálio e silício cristalino (Cabral e Vieira, 2012).
Segundo Silveira, Tuna e Lamas (2013), um sistema desenvolvido para geração de
energia a partir de painéis fotovoltaicos consiste em três componentes: módulos
fotovoltaicos, controladores de carga e baterias, quando necessário.
O princípio de geração de energia para o modelo, conforme Rezende e Pereira (2018),
ocorre a partir da incidência de luz ou irradiação eletromagnética sobre a célula composta
de materiais semicondutores, como apresentado na Figura 8. A célula deve ser conectada
a dois eletrodos, desta forma haverá tensão elétrica sobre eles. Por meio de um caminho
elétrico entre os eletrodos surgirá a corrente elétrica.

Figura 8: Efeito fotovoltaico em uma célula


Fonte: (HAUSCHILD, 2006)

Com o aumento da demanda global por energia fotovoltaica, acrescido ao interesse


a nível mundial de relações sustentáveis da sociedade, é notado também aumento no
desenvolvimento e implantação de tecnologias com utilização de painéis fotovoltaicos
(FLOWERS et al., 2016). Com isso, espera-se o fomento na área de pesquisa para
surgimento de novas tecnologias e com isso, maior facilidade de acesso aos painéis por
preços mais acessíveis.

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Dentre as vantagens da utilização do sistema, Silveira, Tuna e Lamas (2013),
afirmam que apesar de altos custos iniciais, o sistema apresenta alta confiabilidade e baixa
manutenção e custos operacionais. Já para Hernandez et al. (2012), além dessas
vantagens, a energia solar é limpa e está livre para uso. Ainda, Ameen, Pasupuleti e
Khatib (2015) destaca que estes tipos de sistemas são considerados de energia
relativamente simples, confiável, econômica, ambientalmente amigável e com baixos
custos de manutenção.
Ao mencionar sistemas fotovoltaicos, podemos caracterizá-los em dois grupos: on-
grid e off-gride. O primeiro funciona com conexão à rede de transmissão, como abordado
na Figura 9, de maneira que a energia produzida em excesso e não consumida é
direcionado à rede e é convertida em créditos, os quais tem validade de até 3 anos (Boso,
2015). Em contrapartida, o sistema off-grid, apresentado na Figura 10, é um sistema
autônomo que necessita de baterias para armazenar a energia produzidas pelas placas
fotovoltaicas.
Como em sistemas fotovoltaicos do tipo off-grid são necessárias baterias para
armazenamento de energia, entende-se necessário a estruturação de como desenvolver os
cálculos matemáticos para dimensionamento de bancos de baterias.

Figura 9: Sistema On-Grid


Fonte: Ecomais, 2019

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Figura 10: Sistema Off-Grid
Fonte: Ecomais, 2019

2.5 Baterias
Segundo Rezende e Pereira (2018), um dos problemas relacionados a geração de
energia fotovoltaica está relacionado a não coincidência dos fatores geração e consumo,
devido a fatores aleatórios da irradiação solar, desta forma uma alternativa seria o uso de
baterias.
Cada tipo de bateria possui parâmetros elétricos diferentes que dependem do tamanho,
tipologia da ligação das células e elementos constituintes. Disto isto, as principais
variáveis a serem levadas em consideração seriam: Corrente Elétrica, fluxo de cargas
elétricas medidas na unidade Ampére (A); Tensão Elétrica, definido como diferença de
potencial entre dois pontos mensurada em Volts (V); Capacidade, identificada como a
quantidade de energia que pode ser retirada da bateria e é medida usualmente em Ampére-
hora (Ah) (OLIVEIRA, 2019).
Ao mencionar o uso de baterias em sistemas fotovoltaicos, deve-se focar no
dimensionamento do banco de baterias. Os instrumentos podem ser posicionados em série
ou em paralelo, de forma que, ao associá-las em série o resultado é um valor de tensão
maior enquanto a associação em paralelo fornece mais corrente com o mesmo valor de
tensão (VILLALVA; GAZOLI, 2012).
Primeiramente define-se o número de baterias em série por meio da relação entre a
tensão das baterias usadas e a tensão do banco de baterias (VILLALVA; GAZOLI, 2012).

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Desta forma, o a quantidade de baterias em série pode ser mensurada por meio da Equação
2.5.1:

𝑉 banco
NBS = (2.5.1)
𝑉𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎

Onde:
• NBS = Número de baterias ligadas em série;
• Vbanco = Tensão desejada do banco de baterias (V);
• Vbateria = Tensão das baterias utilizadas para compor o banco (V).
Posteriormente, deve-se medir a quantidade de energia que o banco deve armazenar,
Equação 2.5.2, para isto relaciona-se o quantitativo de energia consumido pelo sistema a
ser alimentado e um fator conhecido como profundidade de descarga. Conforme Rezende
e Pereira (2018), um valor a ser considerado para a profundidade é de 20% uma vez que
se busca maximizar a vida útil da mesma.

𝐸𝑐
EA = (2.5.2)
𝑃𝐷
Onde:
• EA = Energia a ser armazenada no banco (Wh);
• Ec = Energia a ser consumida (Wh);
• PD = Profundidade de descarga (20%).
Ainda, tem-se a capacidade do banco (Cbanco), calculada por meio da relação entre
EA e a tensão do banco (Vbanco), conforme a equação 2.5.3:

𝐸𝑎
Cbanco = (2.5.3)
𝑉 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑜
Por fim, deve-se determinar o tipo e bateria a ser empregado no sistema levando em
consideração a capacidade da bateria empregada (Cbateria). Assim, relacionando este
fator com a Cbanco temos o número de baterias em paralelo (NBP), conforme Equação
2.5.4:

𝐶 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑜
NBP = (2.5.4)
𝐶 𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎
Para ter exatamente o número de baterias empregadas no banco, basta multiplicar o
número de baterias em série pelo número de baterias em paralelo, resultando, portanto,
na matriz de baterias.

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Após, dimensionamento do projeto como um todo, abordando tanto o sistema
fotovoltaico quanto o banco de baterias e os equipamentos necessários para instalação, é
necessário análise sólida para verificar a viabilidade econômica, o que irá apoiar a decisão
de execução ou não do projeto.

2.6 Análise de investimento em energia renovável

Ao se tratar de qualquer projeto, indicadores são utilizados para mensurar o


desempenho antes, durante e depois de seu desenvolvimento. Um dos principais fatores
seria estudar a viabilidade econômica do projeto, para auxílio na tomada de decisão de se
realmente é rentável o projeto. Filho e Kopittke (2011) definiram os seguintes
indicadores:
• Taxa Mínima de Atratividade (TMA): É a taxa utilizada nos comparativos dos
indicadores e o seu valor é baseado no custo de oportunidade.
• Valor Presente Líquido (VPL): É a soma algébrica de todas as receitas e despesas
transcorridas no tempo do projeto, descontadas à data inicial segundo a TMA;
• Taxa Interna de Retorno (TIR): É uma taxa de desconto que iguala o valor presente
das receitas e o investimento inicial;
• Payback: Esse índice fornece o tempo necessário para que um investimento seja
recuperado.
Por outro lado, Rosa e Gonçalves (2017) apresentam os indicadores econômicos pela
seguinte ótica: o VPL mede o impacto do valor futuro nos investimentos, de forma que,
as arrecadações futuras são trazidas e somadas no instante inicial, subtraídas do
investimento inicial, em caso de o valor resultante ser positivo, considera-se atrativo o
projeto. A TMA é definida como a porcentagem mínima que o investidor determina ser
suficiente para compensar o risco do investimento. A TIR é a taxa de juros que torna o
valor presente do fluxo de caixa igual à zero. A TIR obtida deve ser comparada a TMA,
se o resultado for maior, o projeto é considerado rentável.
Por outro lado, Arnold e Crack (2004) apresentam a WACC (weighted-average cost
of capital), definida como o custo médio ponderado de capital, e afirma envolver um
aumento marginal na complexidade matemática, mas um método fácil de implementar
em uma planilha e fácil de apresentar aos gerentes, clientes e colegas da empresa.
Além dos valores econômicos, vale ressaltar que nem sempre o valor do investimento
é de origem do investidor, é dizer, podem ser desenvolvidos financiamentos para

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aplicação do montante desejável. Neste sentido, os representantes do projeto devem
realizar pagamentos periódicos para a instituição financeira, e em cada pagamento é pago
uma parte do salvo devedor (amortização) e juros incidentes deste saldo. Casarotto e
Kopittke (2010) definem este fenômeno de devolução do montante adquirido somado aos
juros como “sistemas de amortização”.
Existem dois principais sistemas de amortização da dívida, o SAC e o PRICE, sendo
que o primeiro consiste em um plano de amortização de uma dívida em prestações
periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, dentro do conceito de
termos vencidos, em que o valor de cada prestação é composto por uma parcela de juros
e outra parcela de capital. (SANTOS et al., 2007)
A parcela de capital é obtida dividindo-se o valor do financiamento pelo número do
tempo de amortização das dívidas, enquanto o valor da parcela de juros é obtido pela
multiplicação da taxa de juros pelo saldo devedor existente no período imediatamente
anterior Vieira Sobrinho (1997).
Já no sistema PRICE, um Sistema Francês de Amortização, as prestações são
constantes e correspondem a uma série de pagamentos uniforme. Sendo assim é diferente
o modo de cálculo da incidência de juros, segundo Nogueira (2002) o saldo devedor nunca
deduz o juro que foi pago e para cada parcela paga, deve-se deduzir do total pago somente
uma parte que é a amortização, obtida através da diferença entre a prestação e o juro.

3 . Metodologia

Para o desenvolvimento desta pesquisa foram utilizados os métodos: bibliométrico,


revisão da literatura, elaboração de modelo e estudo de cenários. Para melhor
apresentação do passo a passo foi desenvolvida a Figura 11, que aborda as etapas do
estudo, de modo que, este capítulo é dividido em cinco seções, uma para cada etapada
apresentada na imagem.

16
Figura 11: Framework da pesquisa

3.1 Bibliometria

Em um primeiro momento, as técnicas do estudo bibliométrico permitiram a fixação


de tendências em relação a parâmetros como: número de publicações ao longo dos anos,
número de citações, estabelecimento dos principais contribuintes em termos de pesquisa
e suas principais obras (MORIOKA; CARVALHO, 2016).
Para o desenvolvimento do banco de dados que viabiliza a análise bibliométrica,
foram realizadas extrações de dados nas bases Web of Science e Scopus no dia
16/09/2019. Com relação a primeira base, foram utilizadas as expressões “Green
Manufacturing” em título, e “implementation” em tópico, extraindo os dados no formato
“TXT” bloco de notas e posteriormente para o software Excel. Já a segunda, por conter
um montante maior de arquivos, estabeleceu-se o seguinte critério: “Green
Manufacturing” e “implementation” ambos nas categorias title, abstract e keyword, de
forma que os dados foram extraídos no formato “CSV”, depois direcionados também para
o Excel.
Desta forma, obteve-se um montante inicial de 159 artigos oriundos da Scopus e 50
da Web of Science. Contudo, o primeiro filtro foi realizado retirando artigos duplicados,
ou seja, aqueles que eram contidos por ambos as plataformas, e que caso não retirados,
interfeririam de maneira errônea nos resultados da pesquisa, resultando em um montante
de 176 artigos. Em um segundo momento, teve-se nova filtragem, excluindo trabalhos

17
sem nomes e duplicados dentro das próprias bases, de forma que foram selecionados 168
artigos para análise bibliométrica.
Com a base consolidada, é possível utilizando o software Excel o desenvolvimento de
análises estatísticas dos dados, apresentando o estado da arte do tema do trabalho ao longo
dos anos. As principais evidências foram: publicações por ano, número de trabalhos por
autor, publicações por país, tipo de trabalhos, principais revistas da área, fator de impacto
das revistas.

3.2 Definir objeto de estudo

Com todo o apanhado reunido, foi possível, então, perceber as diretrizes necessárias
para o desenvolvimento da pesquisa, direcionando a para uma das áreas do GM (consumo
energético). Nesta etapa, o desafio foi identificar uma empresa parceira para fornecer as
informações referentes ao consumo e pagamento de tarifas energéticas.
Foi estabelecido contato com 4 indústrias localizadas na região centro-oeste do país.
A primeira atua no ramo de cartonagem, contudo apresentava demanda energética muito
elevada e atuam no mercado livre de energia. Desta forma, não apresentaram interesse
em formalizar parceria para desenvolvimento do estudo.
A segunda empresa atua no ramo de moveleiros, se disponbilizou a ceder as
informações necessários, porém devido ao porte da empresa, possuem turno único no
horário comercial, inviabilizando a análise nos períodos de ponta energética.
Ainda, conseguiu-se o apoio de uma empresa alimentícia, mas também devido ao
porte da mesma, obteve-se dificuldades para seguimento, uma vez que, o contrato com a
conssessora não apresenta variação na tarifa entre os horários de ponta e fora de ponta.
Por fim, foi firmado acordo com uma empresa do ramo de agronegócio com atuação
em todas as regiões do Brasil. Foi cedido o valor tarifário de uma de suas indústrias
produtoras e o consumo energético dos últimos 12 meses, considerada a data de
fornecimento. Contudo, foi requisitado o não fornecimento do nome da empresa.

3.3 Dimensionar banco de baterias

A próxima etapa se iniciou com a mensuração da demanda energética pela fábrica nos
horários de ponta ao longo do período fornecido. Considerando uma demanda instável ao
longo do ano, desenvolveu-se 3 cenários diferentes para análise. O primeiro baseado na

18
média anual em kWh, somou-se os 12 meses fornecidos e dividiu-se o montante pela
quantidade de meses. O segundo cenário foi baseado no valor de maior consumo do
período e o terceiro o de menor consumo.
Com os valores fixados, utilizou-se as equações da seção 2.5 do referencial teórico
para calcular o número de baterias que constituiriam o banco de armazenamento de
energia para os cenários citados acima, utilizado para fornecimento de energia durante o
período de ponta.

3.4 Dimensionar sistema fotovoltaico

Além dos cenários off-grid citados no tópico anterior, tem-se o cenário “full”
considerando a demanda energética tanto no horário de ponta quanto fora de ponta. Nesta
fase do trabalho, o objetivo foi dimensionar a usina fotovoltaica para cada um dos 4
cenários apresentados.
Para tanto, utilizou-se como marco referencial a capacidade do banco de bateria em
cada cenário e, no caso do cenário full, a demanda energética média anual. Desta maneira,
considerando o valor média de horas solares disponíveis na região , conforme Cresesb
(2019), desenvolveu-se uma planilha em Excel para dimensionamento dos diferentes
cenários, de maneira que, para os casos que envolvem armazenamento: ao longo do dia
fosse capaz de alimentar o banco de baterias, para a demanda do horário de ponta; para o
sistema ligado na rede: ao longo do dia gerasse energia para alimentar a demanda da
fábrica nos horários de ponta e fora de ponta.

3.5 Analisar viabilidade econômica

Montado o projeto, tem-se a análise de viabilidade econômica, de maneira que, a


planilha em excel desenvolvida nos retorna os indicadores VPL e TIR automaticamente,
para sinalizar se o investimento para colocar o projeto em marcha é interessante para a
empresa ou não (VPL > 0 e TIR > TMA).
Além destes, foram calculados o tempo de retorno financeiro do projeto para cada
cenário, utilizando diferentes possibilidades: capital próprio, financiamento tipo SAC ou
PRICE, além de diferentes combinações entre financiamento e capital próprio.
Para casos de inviabilidade, desenvolveu-se a análise de sensibilidade por meio de
teste de hipóteses para indicar quanto a tecnologia deveria ser mais barata para o projeto

19
se tornar viável, ou quanto a tarifa energética deveria ser mais cara para também ser viável
o projeto.

4 Resultados e discussões

4.1 Análise bibliométrica

Ao relacionar os termos “green manufacturing” e “implementation” nas plataformas


de pesquisa Web of Science e Scopus, obtém-se um aglomerado de informações em
relação a como a pesquisa vem se desenvolvendo com relação ao tema proposto. Com
esta amostra, é possível iniciar uma análise de dados, a qual permite visualizar, por meio
da Figura 12, o número de publicações desenvolvidas ao longo dos anos.
Primeiramente, verifica-se que a primeira publicação da amostra se dá no ano de 1997.
A partir de então, nota-se tímida expressão, chegando a não constarem publicações na
amostra em alguns anos como: 2002 e 2003. Contudo, o tema mostrou ascendência
expressiva a partir do ano de 2009, seguida de uma relevante queda em 2012, mas
chegando ao ápice em 2018 com 24 publicações.
O número relativamente baixo de publicações, quando comparado com temas mais
consolidados e difundidos, reafirma o conceito de ser uma área nova da pesquisa e pouco
explorado, mas que vem ganhando expressão ao longo dos anos. É importante ressaltar
que o número de publicações com relação ao ano de 2019 pode ser maior, uma vez que a
amostra foi extraída no mês de setembro, logo antes do término do ano.

Figura 12: Número de publicações ao longo dos anos

20
Outro fator importante a ser abordado seria a contribuição dos autores para o
desenvolvimento do tema, um indicador interessante desenvolvido com a amostra é o
número de publicações por autor, assim como apresentado na Figura 13. Para construção
do indicador, trabalhos com mais de um autor foram considerados pontuados a cada autor,
somando assim a cada autor artigos exclusivos e em grupo. Além disso, foram abordados
na imagem autores com pelo menos 4 trabalhos. Ainda, deve-se destacar o principal
contribuinte da amostra Sangwan K.S. com 11 trabalhos publicados.

Figura 13: Número de artigos por autor

Com respeito aos países onde foram desenvolvidas as pesquisas, fator importante para
analisarmos quais regiões ao longo do globo estão sendo influenciadas pela tendência do
GM e engajadas com o tema, apresenta-se na Figura 14 o quantitativo de trabalhos por
país com o critério de pelo menos quatro trabalhos na amostra.

Figura 14: Número de publicações por país

21
Analisando a Figura 15, é interessante destacar a expressão no principal contribuinte
a China, com 60 publicações, correspondendo a quase 36% dos trabalhos de toda a
amostra e a quase 46% do montante apresentado na imagem. Em sequência tem-se a Índia
com 39 trabalhos, juntos estes dois países correspondem a quase 60% de todos os
trabalhos da amostra, o que nos leva a perceber um forte interesse daquela região para
com o tema em análise.

Figura 15: Número de trabalhos por tipo

Ainda, pode-se apresentar as principais revistas e que, portanto, apresentaram maior


número de publicações, conforme Figura 16, com critério de pelo menos 4 publicações
na revista dentro da amostra. Destaca-se a revista Journal of Cleaner Production, que
apresentou 12 artigos publicados, seguida das revistas Journal of Manufacturing
Technology Management com 9 artigos publicados. Novamente, enxerga-se o fator que
apresenta a juventude relativa do tema, com poucas publicações em suas principais
revistas.

Figure 16: Número de publicações por revista

22
Além do número de publicações por revista, é interessante ressaltar o fator de impacto
das mesmas, evidenciando o nível de expressividade das revistas. Mesmo que a
quantidade de publicações não seja alta, as principais revistas apresentadas têm fator de
impacto interessante, tal como a Journal Of Cleaner Production, com 6,39 que são fatores
cobiçados e de expressividade no meio acadêmico, evidenciando alta qualidade das
publicações e grande reconhecimento pelo meio científico para com o tema em análise.
Por fim, apresenta-se a Figura 17, abordando a contribuição de cada base para a
construção do banco de dados e, portanto, a origem dos trabalhos que constituem a
bibliometria apresentada. Nota-se que a grande maioria tem como origem a base Scopus
com 118 itens exclusivos, um representativo de 70% da amostra. Já a base Web of Science
teve como resultado 33 trabalhos exclusivos, com um montante de 20% da amostra.
Ainda, havia aqueles trabalhos que se apresentavam em ambas as bases, totalizando 17
itens que correspondem a 10% da amostra construída.

Figure 17: Participação por base

4.2 Dimensionamento do banco de baterias

Ao mencionar dimensionamento do banco de baterias, refere-se ao montante de


baterias agrupadas em série e em paralelo de forma a fornecer as condições desejadas de
capacidade de armazenamento, com base na corrente, voltagem e profundidade
apresentados.

23
O primeiro passo para o dimensionamento é estabelecer a demanda energética da
fábrica nos horários de ponta. Desta maneira, apresenta-se na Figura 18 os valores do
consumo energético, no horário de ponta, da fábrica em análise.

9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0

Figura 18: Consumo energético da fábrica em análise

Com valores que apresentam grande oscilação ao longo do ano devido período de
safra e entressafra produtiva, foi decidido ampliar a análise em 3 cenários diferentes,
nomeando-os em 1, 2 e 3, com relação ao menor valor de consumo anual, a média anual
e o maior valor, respectivamente, os quais são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4: Demanda energética para cada cenário do tipo off-grid

Cenário Demanda (kWh)


1 2800,00
2 5323,08
3 8750,00

Para todos os cenários off-grid, foram consideradas baterias da marca Victron,


com carga padrão de 300 Ah e tensão de 12V. Ainda, foi considerado no projeto uma
profundidade de 20% de descarga, visando alcançar o melhor desempenho da vida útil
das baterias. Ainda, estipulou-se a tensão desejada do banco de baterias em 48 V.
Na Tabela 5 são apresentados os resultados alcançados para o banco de baterias
em cada cenário do tipo off-grid, baseado na profundidade estabelecido:

24
Tabela 5: Resultados do dimensionamento do banco de baterias por cenário

Tópico Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3


Demanda Diária (kWh) 122,73 237,41 393,18
Energia Banco (kWh) 613,64 1187,06 1965,91
Carga Banco (Ah) 12784,09 24730,48 40956,44
Nº Série 4 4 4
Nº Paralelo 43 83 137
Total baterias 172 332 548

4.3 Dimensionamento dos sistemas fotovoltaicos

Tratando-se de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos, o objetivo principal é


apresentar a potência efetiva do sistema em kWp, respeitando todos as variáveis
condicionantes do sistema, como rendimento das placas, inversor e horas solar diária da
região.
Nesta fase do trabalho, partiu-se para um projeto que considera 4 cenários, os três
citados no tópico anterior relacionados a sistemas do tipo off-grid, e agora também o
cenário 4, caracterizado pela demanda energética média da fábrica no horário de ponta e
fora de ponta, 49.261,54 kWh. Ressalta-se que devido ao ramo da empresa atuante as
características de corrosão ou de deterioração do sistema foram desconsideradas a título
de análise.
A respeito dos painéis solares, foram considerados painéis da marca BYD, modelo
BYD 335PHK-36 POLICRISTALINO 144 CEL, com potência de 335 W. Com respeito
ao inversor, foi considerado da marca VICTRON e modelo VICTRON QUA481030010
QUATTRO 10.000VA 48V/230V SENOIDAL PURA+CARREGADOR.
Com relação ao rendimento das placas, a Tabela 6 apresenta a faixa de perdas
possíveis para cada item apresentado e o valor adotado pelos autores do trabalho,
resumindo, portanto, uma redução de 21% da eficiência, trabalhando, portanto, com 79%.
Ainda, com relação a disponibilidade de horas solar na região em que a fábrica está
localizada, utilizou-se a média anual de 5,14 horas por dia conforme Cresesb (2019).
Contudo, deste valor foi deduzido 21%, perdas consideradas na Tabela 6, apresentando
um valor efetivo considerado de 4,07 horas disponíveis por dia.

25
Tabela 6: Redução de eficiência

Tipo Faixa Valor


Perdas por Temperatura 7 a 18 % 11,5
Incompatibilidade Elétrica 1 a 2 % 1,5
Acúmulo de sujeira 1a8% 2
Cabeamento CC 0,5 a 1% 1
Cabeamento CA 0,5 a 1% 1
Inversor 2,5 a 5 % 4

Ao dividir o consumo mensal considerado por cada cenário, pela quantidade de dias
no mês e pelas horas corrigidas disponíveis diárias, tem-se a potência corrigida, conforme
Tabela 7:
Tabela 7: Potência calculada por cenário

Cenário Potência (kWp)


1 30,15
2 58,625
3 96,815
4 551,41

Pensando nos benefícios oriundos da implantação dos sistemas propostos em cada


cenário, temos como principais fatores: redução da emissão de gases como CO2 na
atmosfera, por não utilizar, neste caso, energia convencional de fonte hidrelétrica, e ainda,
redução do custo ou isenção das tarifas com energia.
Pensando nisso, MCTIC (2019) apresenta, para o ano de 2018, o fator de 0,074
toneladas de CO2 para cada MWh gerado de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional do Brasil. Por outro lado, Oliveira et al. (2017), levanta uma taxa de 0,035
toneladas de CO2 para cada MWh gerado de energia a partir de sistemas fotovoltaicos.
Portanto, para saber a redução efetiva, deve-se subtrair o montante geral pela liberação
pelos sistemas fotovoltaicos, assim como apresentado na Figura 19:
Ainda, ao mencionarmos redução de tarifa, tem-se a Figura 20, retratando por cenário
proposto a redução mensal efetiva da tarifa. Quando em cenário off-grid, o valor original
pago por kWh consumido é de R$ 1,48; quando em cenário on-grid, tem-se o abate da
parcela no mês caso a geração seja menor ou igual ao consumo, ou criação de crédito
junto a empresa fornecedora quando a geração for maior que o consumo, e a tarifa por
kWh consumido no horário fora de ponta é de R$ 0,31.

26
60,00

50,00 47,96

40,00

30,00 27,42

20,55
20,00

8,42
10,00
3,61 4,81 5,10
2,18 2,91 2,62 1,12 1,50
0,00
4 3 2 1

Elétrica Fotovoltaica Redução

Figura 19: Níveis de liberação em toneladas de CO2 por fonte e nível de redução anual

1 R$ 47.455,26

2 R$ 79.596,88

3 R$ 104.882,81

4 R$ 255.577,37

R$ - R$ 50.000,00 R$ 100.000,00R$ 150.000,00R$ 200.000,00R$ 250.000,00R$ 300.000,00

Figura 20: Receita anual gerada para cada cenário

4.4 Análise de viabilidade econômica

Em uma etapa pós dimensionamento, a maior preocupação seria a factibilidade do


projeto, sendo este o marco de decisão se é realmente satisfatório colocar em ação o
projeto ou não.

27
O horizonte de avalição do projeto é de 25 anos, tempo de utilização do sistema
fotovoltaico. Os valores de investimento para cada cenário proposto estão apresentados
na Tabela 8, considerando já a troca do inversor após 12 anos de execução e do banco de
baterias a cada cinco anos:
Tabela 8: Relações de investimento por cenário proposto

Cenário Potência (kWp) Investimento R$/kWp


1 30,15 R$ 639.929,25 R$ 21.224,85
2 58,625 R$ 1.549.479,17 R$ 26.430,35
3 96,815 R$ 2.257.812,50 R$ 23.320,90
4 551,41 R$ 2.167.633,82 R$ 3.931,07

Nota-se maior expressividade na taxa de investimento por kWp nos cenários que
envolvem utilização dos bancos de baterias, em média 5 vezes maior, comprovando que
ainda há um alto custo no investimento em sistemas off-grid dada a tecnologia atual.

Para tanto, a análise de viabilidade de cada cenário proposto foi realizada. Com
relação aos cálculos, foi levado em consideração o investimento, apresentado por meio
de orçamento com fornecedor real de acordo com a dimensão do projeto para cada
cenário; custo de operação e manutenção de 3% a.a, conforme fornecedor; depreciação
do sistema fotovoltaico de 4% a.a e 20% a.a para as baterias, conforme ANEEL (2019);
30% a.a de impostos (IRPJ e CSLL), uma vez que a empresa se enquadra no grupo lucro
real; redução de eficiência do sistema em 0,08% a.a; inflação tarifária do fornecedor de
energia de 4%.

Ainda, foi utilizado dos fatores de alavancagem financeira ao considerarmos


investimento de 100% do investimento a uma taxa de 7,5% a.a pelo BNDES específico
para implantação de sistemas solares, sendo o modelo de financiamento do tipo SAC e
quitação da dívida em 10 anos.

O primeiro indicador seria tempo de payback, ou seja, o primeiro ano do horizonte de


avaliação, onde o fluxo de caixa seja positivo. Dados os valores e condições já
mencionados, os valores alcançados são: para o cenário 1, no ano 20; para os cenários 2
e 3 não houve tempo de payback dentre os 25 anos.

Contudo, apenas o tempo de payback não é satisfatório para dizer se o projeto é viável,
caso exista payback, a única informação seria que o projeto se paga dentro de alguns anos.
Desta maneira, é necessário analisar pelo menos dois cenários e comparar os rendimentos

28
destes para afirmarmos qual seria mais rentável. Para isto, adotamos o WACC descontado
pela inflação de 10,35% ao ano, conforme calculado por Fonseca (2017).

Com base na TMA apresentada, temos o valor de VPL e TIR calculados para cada
cenário apresentado na Tabela 9.

Tabela 9: Indicadores do projeto

Cenário VPL TIR


4 R$ 109.389,64 11,66%
3 -R$ 1.166.116,72 -2,55%
2 -R$ 739.827,04 -1,43%
1 -R$ 189.844,11 3,20%

Considerando os valores apresentados, verifica-se que apenas o cenário 4 se


apresentou viável considerando a TMA apresentada, isto pois, o valor do VPL foi maior
que 0 e a TIR levemente maior que a TMA. Já para os cenários off-grid, todos os VPLs
foram negativos, de maneira que, não seria considerado vantajoso investir nestes
sistemas, uma vez que, existiria uma alternativa mais rentável.

Aprofundando a análise, tem-se que apesar de negativos, dentre o grupo dos off-grids,
o cenário 1 obteve o maior VPL, seguido do cenário 2 e por fim cenário 3. Há indícios de
correlação para o efeito estar diretamente relacionado ao volume de baterias apresentado
para composição do banco, visto que, o valor de investimento por kwp foram similares,
contudo, o maior agravante seria a quantidade de energia a ser armazenada, e
consequentemente, o número de baterias.

Pensando nisso, considera-se relevante obter respostas para o quanto a tecnologia


relacionada a baterias deveria reduzir para que os cenários off-grids começassem a fazer
sentido. Para tanto, tem-se a análise de sensibilidade com auxílio do software Excel na
funcionalidade teste de hipóteses.

A primeira variável a ser analisada seria o investimento, como mencionado


anteriormente. Portanto, na Tabela 10 apresenta-se o valor mínimo para o kWp do sistema
para cada cenário onde o VPL do projeto se igualaria a 0, encontrando o ponto de
equilíbrio.

29
Tabela 10: Valores mínimos do investimento para VPL igual a 0

Cenário R$/kWp Investimento


1 R$ 14.110,52 R$ 425.432,20
2 R$ 12.171,92 R$ 713.579,03
3 R$ 9.711,98 R$ 940.265,19

Conforme os dados da Tabela 10, verifica-se a necessidade de redução de 33,52% do


valor inicial de investimento proposto pelo fornecedor para o cenário 1, 53,95% para o
cenário 2 e 58,36% para o cenário 3.

Pensando no valor da tarifa no horário de ponta, pode-se calcular o quanto deveria ser
de custo mais elevado para que o sistema proposto atingisse o ponto de equilíbrio. Desta
maneira, apresenta-se na Tabela 11 os dados das novas tarifas para cada cenário.

Tabela 11: Valores mínimos da tarifa para VPL igual a 0

Cenário R$/kWh
1 R$ 2,23
2 R$ 3,29
3 R$ 3,84

De acordo com os dados apresentados na Tabela 11, verifica-se a necessidade de


aumento da tarifa por kWh consumido pela fábrica em 50,68% para o cenário 1, 122,30%
para o cenário 2 e de 159,46% para o cenário 3.

5. Conclusão

Este trabalho teve por objetivo geral propor diferentes simulações de cenários de
dimensionamento de usinas fotovoltaicos, de maneira a avaliar as condições de
viabilidade econômico para cada cenário proposto. Para tanto, dividiu-se a pesquisa com
foco em: desenvolvimento de material bibliométrico referente ao tema abordado;
dimensionamento de bancos de baterias; dimensionamento de sistemas fotovoltaicos e
ganhos com a implantação; análise de viabilidade econômica.

Em relação ao primeiro objetivo, verificou-se uma nítida dispersão da literatura


existente referente ao tema, portanto, almeja-se com esta pesquisa o incentivo de
produções futuras, de forma que, neste estudo foi reunido satisfatoriamente o material
necessário para direcionamento de futuras pesquisas em relação ao tema. A formulação
do material se baseou no estudo teórico e bibliométrico, apresentando e confirmando as

30
diretrizes dos principais autores que publicaram na área, visando o direcionamento
consistente para o estudo.

Para os demais objetivos relacionados diretamente a formulação e avaliação dos


sistemas, obteve-se êxito no desenvolvimento das mesmas, concluindo-se como viável
apenas o cenário 4, com menor tempo de payback dentre todos os cenários, e único VPL
positivo, da ordem de R$109.389,64, e TIR maior que a TMA, com valor de 12%.

Já os demais cenários, apenas o cenário 2 obteve tempo de payback factível dentre os


25 anos de análise, contudo, assim como os demais valores de VPL negativo e TIR menor
que a TMA, inviabilizando a implantação destes sistemas. Dadas as circunstâncias foi
calculado o valor mínimo do investimento para factibilidade do projeto retornando, uma
redução de 33,52%, 53,95% e 58,36% para os cenários 1, 2 e 3, respectivamente.

Ainda dentro da análise de sensibilidade, calculou-se o valor mínimo da tarifa pago a


empresa fornecedora de energia para também tornar o projeto rentável. Como resultado
a tarifa deveria ser acrescida em 50,68%, 122,30% e 159,46% para os cenários 1, 2 e 3,
respectivamente.

Dadas as circunstâncias, verifica-se fases de inviabilidade de investimentos no Brasil


com a tecnologia e preço em vigor. Contudo, espera-se redução futura do valor desta
tecnologia e o estudo contribui para expor valores os quais se apresentam como ponto de
equilíbrio para apresentação e desenvolvimento de projetos na área, visando, portanto,
instigar novas pesquisas, utilização e consumo de energias consideradas limpas,
impactando em maior difusão de práticas de Green Manufacturing.

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