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Transplantados e os conhecimentos que o Psicólogo deve ter

Psicologia de Ligação:
Auxílio de pacientes com doença física grave, que os incapacita, que apresentam
sintomatologia psicopatológica prévia, ou que advém do problema físico lidamos
com doentes que apresentam sofrimento psíquico sobreposto ao sofrimento físico.

Transplantação de órgãos:
Os transplantes de órgãos são práticas cirúrgicas capazes de salvar vidas e,
consecutivamente, trazer esperança para os pacientes que têm as mais variadas doenças
(p.e cirroses alcoólicas, insuficiências renais, problemas cardíacos graves)

No hospital interagimos com a equipa de saúde do doente, estabelecendo contactos de


comunicação, com o intuito de reunir as informações necessárias sobre o caso de cada
doente, para que cada um de nós (psicólogo, medico, psiquiatra) seja capaz de trabalhar
da forma mais adequada com o mesmo. Para tal, existem as Reuniões de Transplante
(renais, hepáticos e cardiacos), onde estão reunidos todos os os médicos, cirurgiões,
psicólogos, psiquiatras que estão envolvidos em cada caso que será discutido nessa
mesma reunião.

O papel do psicólogo:
É realmente necessário o acompanhamento psicológico do doente que recebeu a noticia
que a sua condição de saúde exige uma cirurgia de transplante de órgão.
Há a necessidade de preparar o doente para o transplante, uma vez que estes doentes
acartam pensamentos de duvida relativamente à cirurgia em si, medos, receios de não
ficar curado, inquietações relativamente ao pós transplante, questões de possíveis
adaptações ás futuras condições de vida sendo que, a maioria das vezes, estes doentes
apresentam reações adversas com o desenrolar deste processo. Muitas vezes, estes
doentes não têm o conhecimento real acerca do que está a acontecer e acabam por
fantasiar, ficando então mais vulneráveis a estas reações adversas.

Primeiramente, quando o doente se apresenta à consulta pela primeira vez, é necessário


que o psicólogo faça uma avaliação do doente, a que podemos chamar como fase de
entrevista, onde este tenta recolher alguma informação acerca do doente. O desenvolver
da relação terapêutica é imprescindível, pois só quando desenvolvida conseguimos
recolher a informação necessária para conseguirmos traçar um plano de ajuda para o
doente. Há a necessidade de perceber a problemática, se efetivamente os doentes têm
algum tipo de doença psiquiátrica, se existe má adesão terapêutica (medicação), se há
um bom ambiente/apoio familiar. O psicólogo deve ter a sensibilidade de perceber, a
partir do seu discurso e das suas manifestações emocionais, se o doente compreende
todos os esclarecimentos procedidos, tanto pelo médico como por qualquer elemento da
equipa, relativos ao processo cirúrgico e cuidado pós-transplante e, no caso de existir
alguma duvida, tentar esclarecer de forma a tranquilizar o doente e diminuir a ansiedade
diante do processo cirúrgico.
Há, efetivamente, a necessidade do psicólogo perceber se o doente é merecedor do
transplante, se realmente cumpre todos os requisitos para entrar na lista de espera para
transplante, uma vez que existem imensos doentes em lista de espera que necessitam
igualmente de um. Este acompanhamento deve ser realizado ao longo de todas as
consultas.
Em suma, o objetivo é perceber as suas expectativas e confiança relativamente ao
processo, esclarecer suas dúvidas, com o objetivo da diminuição dos sintomas de
ansiedade e medo.
No que diz respeito à primeira consulta psicológica com o dador, o objetivo da mesma é
informar o dador sobre os processos pelos quais irá passar e explorar as questões
emocionais e níveis de consciencialização relativos à doação.

http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v22n4/v22n4a10.pdf

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
89082016000200015&lng=en&tlng=en

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932005000300011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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