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EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

UNIDADE 1 – HISTÓRIA E CONCEITO DAS ÉTNICO-RACIAIS


Atualmente, não é difícil percebermos que uma importante característica
da sociedade é a diversidade cultural. Quando frequentamos ambientes sociais,
como parques, praças, centros comerciais, igrejas, clubes, escolas etc, é
possível notar indivíduos que possuem uma infinidade de tradições, costumes,
condições sociais, aspectos físicos e opções religiosas totalmente diferentes dos
nossos. Essa globalização é um conceito fundamental para entendermos a
contemporaneidade, que permeia tanto os espaços sociais e culturais como o
político, econômico e tecnológico.
A diluição das barreiras geográficas promove um encontro entre todos
esses tipos de pessoas e se caracteriza num movimento constante de atração e
repulsa, ou seja, nos atraímos por aqueles que nos são semelhantes e criamos
um estranhamento aos que se apresentam diferentes, é possível compreender
que essa aversão está diretamente relacionada a um forte apelo pela
padronização de ser e estar no mundo, que é ser branco, euro-americano,
letrado, masculino, heterossexual e com determinado fenótipo como ser magro,
alto, forte, cabelos lisos e olhos claros, esse padrão está enraizado no imaginário
social e por sua vez é naturalizado no convívio entre os indivíduos.
A adoção desse padrão divide a população em pelo menos dois grupos
de oposição, como por exemplo, brancos/negros; homem/mulher; rico/pobre;
heterossexual/homossexual. Com a intenção de levantar luzes a essa questão,
Candau (2011) nos aponta que essa relação de dualidade é oriunda de uma
realidade sócio-histórica, isto é, são processos discriminatórios que
determinados grupos sociais atravessam em sua história e que ainda hoje se
encontram presentes na sociedade, e, que intrinsicamente possui relações de
poder que são produzidas em grande parte pelos discursos.
Esses discursos, influenciado em grande parte pela mídia de massa, tem
o poder de produzir formas de representação social, a fim de elucidar essa
declaração, quando tratamos da relação de gênero, tomemos como exemplo um
comercial de carros, é muito comum observarmos comerciais que, quando tem
uma família no carro, sempre a figura do homem está dirigindo, não é atoa que
vemos com frequência diversas mulheres sendo hostilizadas no trânsito e em
muitos casos é dito que o lugar dela não é dirigindo, ou quando ocorre um
acidente e uma mulher está envolvida nele, logo dizem “tinha que ser mulher”.
Quando trazemos essa discussão para o âmbito racial não fica para trás, na
medida em que as novelas raras vezes atribuem a um negro um papel principal,
na maioria das vezes o negro sempre exerce papéis secundários e são
associados a papeis socialmente desprivilegiados como sendo empregada
doméstica, pobre e que trabalham para servir um branco rico. Esses simples
exemplos nos mostram que muitas vezes essas associações que produzimos
são frutos de um discurso formado pela mídia e que acabam contribuindo para
rotular as pessoas.
Desse modo, existe uma forte tendência à naturalização das relações,
pois esse movimento de globalização, que se caracteriza pela liberdade
econômica dirigida pelo mercado, favorece o empoderamento de grandes
potências econômicas e de empresas multinacionais, tal ação resulta em uma
alta taxa de desemprego, baixos salários e um aumento das diferenças sociais.
Não é à toa que esse breve quadro traçado remonta o aparecimento de
um dos grandes problemas dos países pobres ou em vias de desenvolvimento,
a desigualdade. Estudos apontam que somos o quarto país do mundo no ranking
da desigualdade, assim, podemos constatar que definitivamente o Brasil ainda
não é um país de todos. Para termos uma idéia, dados divulgados recentemente
pelo IBGE reforçam o quadro social brasileiro, dos 190 milhões de habitantes 55
milhões, ou seja, aproximadamente 1/3 da população encontra-se na linha da
pobreza, outro importante marcador divulgado no ano de 2012 aponta que os
10% mais ricos eram responsáveis por quase a metade da renda do país.
Alguns autores como Henriques (2000), Jaccoud e Theodoro (2005) e
Barros et.al (2006) procuram explicar a característica da desigualdade em nosso
país, e, a definem como um processo amplo e complexo, devido ao seu caráter
histórico e social que pressupõe a organização de um sistema desumano. A
complexidade que ela se apresenta no Brasil é inquestionável a partir de seu
aspecto multifacetado.
Para construirmos uma ideia do que isso representa se utilizarmos como
referência a questão regional encontraremos enormes diferenças em relação à
concentração de renda, por exemplo, entre a região do sul e nordeste, que,
segundo o IBGE correspondem respectivamente ao primeiro (0,771) e ao quinto
lugar (0,610) entre as cinco regiões do Brasil nos índices do IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano), que procura identificar como a população está
vivendo em determinado lugar, tendo como base a qualidade de vida, renda per
capita, mortalidade infantil, taxa de analfabetismo, expectativa de vida, nível de
escolaridade e qualidade dos serviços básicos (saúde, educação, saneamento).
Esses dados contribuem para fortalecer a mesma impressão que Euclides da
Cunha tinha a partir do contraste cultural desses “Brasis”, é infelizmente
atualmente existem cidades, principalmente no Nordeste e Norte que são
esquecidas, parecem não fazer parte de um único Brasil.
Se continuarmos a análise, agora local, vemos que não precisamos ir tão
longe, se nos atentarmos a própria cidade de São Paulo, notavelmente, já iremos
nos deparar com números assustadores, segundo uma pesquisa realizada pelo
Movimento Nossa São Paulo e o IBOPE, no item emprego a diferença entre o
melhor bairro (Itaim Bibi) e o pior (Marsilac) é de 2218, 6 vezes – cerca de
trezentos mil empregos no primeiro distrito contra apenas cento e trinta e seis no
segundo – em relação ao analfabetismo, a discrepância entre o melhor e o pior
bairro é de 2,4 vezes, no tocante a homicídio a diferença é de 28,5 vezes.
Porém, esse quadro brasileiro de desigualdade reserva certa
particularidade a determinados grupos sociais. Quando comparado à questão do
gênero existe uma parcela significativa das mulheres que se enquadra no extrato
de baixa renda. Verificando as condições sociais de homossexuais também não
são diferentes, pesquisas realizadas por Poty (2009) e Freitas (2011) retratam
que os números da evasão escolar entre esse grupo assustam, os motivos não
passam nem perto do fracasso escolar, sendo causado pela exclusão,
preconceito, discriminação e violência por parte de alunos e professores,
pensando no futuro dessa questão e, consequentemente, dessa população trará
enormes prejuízos quanto a sua formação e acesso ao mercado de trabalho.
Outro importante aspecto de manifestação do preconceito no Brasil,
assunto que a presente apostila pretende se debruçar, estão concentradas nas
diferenças em função da origem étnica-racial. Apesar da ingênua democracia
racial que somos cotidianamente forçados a acreditar em nosso país, não é
muito difícil nos depararmos com manifestações racistas, que em momentos se
apresentam de forma escancarada e evidente como em massacres ou de
maneira silenciosa e sutil. A perpetuação dessa desigualdade implica num
processo que em razão da cor da pele o indivíduo é diferenciado em toda a
esfera social, como no mercado de trabalho e na educação.
A partir desse cenário é possível perceber que a desigualdade racial é
desencadeada por uma reprodução de preconceitos e estereótipos, em relação
ao cabelo, lábios, tom de pele e apetite sexual, como usualmente escutamos,
esse complexidade que se configura nessa ação ainda pode ser identificada de
diferentes modos, muito embora, de uma maneira geral as pessoas pensam em
se tratar de sinônimos termos como o racismo, preconceito racial e discriminação
racial.
Hélio Santos (1997) em seus estudos define o racismo e o preconceito
como forma de ver determinadas pessoas ou grupos raciais, já a discriminação
ocorre no momento que existe uma ação concreta do racismo ou do preconceito,
em outras palavras o próprio autor explica que a discriminação racial é uma
manifestação cujo indivíduo externaliza uma atitude que tem como propósito ferir
pessoas em função da cor, sem dar qualquer chance de um tratamento
igualitário. Partindo desse pressuposto, Jaccoud e Theodoro (2005) classificam
duas formas de discriminação a direta e indireta. Entende-se por direta uma
prática mais explícita que utiliza a cor como determinante de exclusão ou
restrição. A indireta, como a pouco comentamos, se manifesta por sua
invisibilidade e por tons aparentemente neutros e naturais, sendo essa mais
difícil de ser enfrentada, um exemplo dessa manifestação, ocorre pelo pouco
sucesso do aluno negro no período escolar. Gomes (2001, p.20) em seus
estudos corrobora dizendo que “ora tornando-se banais e, portanto, indigna de
atenção salvo por aqueles que dela são vítimas, ora se dissimulando através de
procedimentos corriqueiros, aparentemente protegidos pelo Direito”.
Mesmo sendo compreendido por Hélio como ações parecidas o racismo
e o preconceito possuem diferentes significados, isto é, o racismo pressupõe
uma superioridade de uma raça em detrimento de outra, um exemplo prático que
podemos aplicar nesse caso é o mito, que até hoje muitos acreditam, que o negro
possui uma defasagem intelectual, é importante salientar que o racismo tornou-
se reconhecido no processo de colonização. Segue o autor dizendo, que o
preconceito racial é a construção de uma ideia sempre negativa produzida a
partir de um padrão, quando consideramos que o padrão socialmente aceito e
valorizado é ser branco, tendemos sempre a associar determinadas culturas
originárias da África como sendo sem nenhum valor, como exemplo, o
candomblé, Funk, ter cabelo “ruim” etc.
A discriminação racial, em relação aos negros, em nosso país adquire
determinada especificidade se comparada a outras nações, primeiro porque
fomos à nação que trouxe o maior número de negros no período escravocrata;
segundo, porque fomos o último país cristão no mundo a acabar com a
escravidão dos negros; e terceiro, por atualmente possuirmos o local com o
maior número de negros fora do continente africano.
Em seus estudos Luciana Jaccoud (2008) aponta que o racismo é iniciado
no Brasil na escravidão, ganhando um novo formato, como discurso. Segue a
autora dizendo que após a abolição ocorre um considerável aumentou nos
fenômenos de preconceitos e discriminações em função da ideia do “racismo
científico”, ou seja, surgem às primeiras classificações raciais mais
sistematizadas, sempre tendo como referência a inferioridade biológica dos
negros, o elemento branco, por sua vez, carregava um aspecto positivo
socialmente, pois eram mais próximos da cultura europeia.
Com o nascimento da República em 1889 foram propagadas ideias de
igualdade e cidadania, porém houve um choque contextual a partir do momento
em que era muito difícil efetivar os interesses pessoais numa sociedade
fortemente marcada pelo hierarquismo, assim, a impossibilidade de firmar ações
que visassem uma ideologia antirracista resultou em sua reafirmação, agora em
outro ambiente político e social, onde ao invés dessas diferenciações se darem
por meio de propriedades, história, religião ou cultura o racismo apareceria por
desigualdades naturais (JACCOUD, 2008). Nesse contexto, onde o progresso
só seria capaz através de um país branco, o negro começou a ter restrições em
sua participação nos espaços públicos.
Outro fato que a autora destaca, nessa época, é a grande influência das
teorias “científicas” racialistas, oriundas da Europa, que quando chegaram no
Brasil ganharam outro significado, a adoção de uma racionalidade que aceitava
a existência de um superioridade racial atrelada ao reconhecimento da
dificuldade de convivência numa sociedade marcada pela diversidade,
possibilitou a criação de uma ideia que a miscigenação, mistura entre as raças,
poderia futuramente alcançar a predominância dos brancos, dessa forma, esse
projeto de branqueamento buscava o progresso do país a partir do progressivo
desaparecimento dos negros, já que esses eram vistos como um mal para o
futuro.
Contudo, o período republicano favoreceu para a manutenção e aumento
das desigualdades raciais, o progresso e o avanço econômico, social e político
dependia de um projeto de branqueamento, que ocorreria pela miscigenação.
Essa mistura produziu o indivíduo mulato, que em sua essência se vê mais como
um branco do que como um negro, e socialmente, é mais aceito pelo branco.
Em sua pesquisa de mestrado Eneida de Almeida dos Reis (2002) procura
discutir a questão de ser mulato, intitulado de “Mulato: Negro-não-Negro e/ou
Branco-não-Branco” a autora procura analisar e compreender essa contradição
na teia social. Logo nas primeiras páginas a autora deixa clara a idéia pejorativa
do termo mulato, que é fruto de uma relação entre um indivíduo branco e outro
negro, só que na verdade significa o cruzamento de jumento com égua ou cavalo
com jumenta. Uma de suas importantes reflexões nessa obra gira em torno de
um impasse político e cultural de uma identidade que não se define nem em ser
negro e nem em ser branco, porém, entre tantos relatos de experiência que a
obra traz, fica evidente que o indivíduo mestiço, como a autora defende, convive
na sociedade de uma maneira política um pouco mais confortável quando
comparado aos negros, pois, sua cor permite que os negros o veem como negro
e os brancos os veem como não negros, fato que possibilita um acesso a
diversas áreas das camadas sociais e uma atitude não discriminatória e
preconceituosa.
É nesse sentido que Munanga (2008) associa que alguns indivíduos
mestiços ou pardos se transformam em negros alienados na medida em que não
percebem o perverso impacto da discriminação racial, mesmo considerando que
em determinadas pesquisas não existe uma diferenciação entre pardos e
negros, sendo o pardo classificado no grupo dos negros. Porém, esse
agrupamento acaba sendo muito superficial frente à realidade vivida por um
negro e um pardo, como a autora retrata em algumas passagens de sua vida,
em alguns casos e dependendo do ambiente em que se encontravam as
pessoas diziam que ela não era tão escura assim, ou seja, isso pode simbolizar
uma maneira das pessoas aceitarem uma pessoa não branca e também não
negra.
Na década de 30 esses discursos racistas que circulavam sobre a
sociedade deram lugar para uma conotação diferente, hibridização de raças
passou a ser vista como uma característica importante da população brasileira,
e foi dessa harmoniosa relação elas que o país escapou dos problemas raciais
enfrentados em outros lugares do mundo, além disso, destaca-se que a
desigualdade começou a ser menos discutida e explicada pelos conceitos
biológicos, sendo substituída pelas dimensões sociais e culturais (JACOUUD,
2008). De fato o discurso mudou, porém os efeitos na prática continua o mesmo,
pois a valorização do branqueamento ainda estava intrinsecamente no ideal da
nação.
Com esse contexto, entra em cena o conceito de democracia racial, esse
termo surgido na década de 40 repousa numa intenção benevolente da
escravidão e uma visão otimista da tolerância e da miscigenação, em outras
palavras, pode-se dizer que a democracia racial reconta a história brasileira
atribuindo tons de paz e de uma boa convivência social entre a população. A
democracia social passou de mito para uma doutrina no período de ditatura
militar, em meados de 70, nessa mesma época o Ministro das Relações
Exteriores declara que “não há discriminação racial no Brasil, não há
necessidade de tomar quaisquer medidas esporádicas de natureza legislativa,
judicial ou administrativa para assegurar a igualdade de raças no Brasil” (apud
TELLES, 2003, p. 58).
Jaccoud (2002) elucida que os avanços conquistados até o momento em
favor da população negra, como o contínuo aumento do índice de pessoas que
se autodeclaram negra, os investimentos em pesquisas, os constantes debates
na mídia e as inúmeras iniciativas de políticas públicas por parte do governo, são
resultados obtidos pelo Movimento Negro. Reverter esse quadro, garantir a
igualdade de direitos e recuperar a autoestima são os grandes desafios do
Movimento Negro em nosso país.
Segue dizendo que a partir da década de 70 o Movimento Negro inicia
uma série de questionamentos sobre o mito de que em nosso país vivemos numa
democracia racial, ou seja, nos fazem cotidianamente acreditar que em nossa
sociedade não existe um conflito de raças, e que por conta do desenvolvimento
econômico todos esses resquícios de preconceitos e racismos, simplesmente,
deixaram de existir, além desse movimento, a questão racial passou a fazer parte
de inúmeras pesquisas que se debruçavam em pesquisar a desigualdade racial
e a mobilidade social.
Destaca-se nesse contexto o estudo de Hasenbalg (1979) que se dedicou
a compreender a mobilidade social, em diversos casos é possível notar a mesma
tendência, os indivíduos negros possuem os menores índices numa
possibilidade de ascensão social, essas barreiras aumentam a medida que se
aumenta a classe social.
Esse cenário carrega um agravante na medida em que, assim como Sylvia
Nunes (2006) destaca, o Estado sempre foi omisso em relação à situação do
negro, pois todas as injustiças e humilhações sofridas são revertidas à culpa do
próprio afrodescendente, nessa dinâmica, por conta de manobras ideológicas as
relações de poder passam a ser concebidas em algo natural, sem qualquer
relação com a raça. Além disso, Carvalho e Canen (2010) acrescentam que a
marginalização da identidade negra também está associada à interconexão de
fatores sociais, situação diaspórica, culturas locais, gênero e linguagem.
E somente a partir de meados da década de 80, com redemocratização,
ocorrendo especificamente em São Paulo no governo Franco Montoro, é criado
pelo estado o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade
Negra, cujo objetivo é trabalhar na inserção qualificada da população negra
através da implantação de políticas. Em outras palavras podemos dizer que tal
ação do estado foi à pioneira em assumir, após de sempre ter negado, a
desvantagem sofrida pelos negros, e, sendo constatado esse fato, se faz
necessárias ações reparadoras. É importante destacar que o ressurgimento do
debate sobre a questão racial aparece sempre atrelado às discussões sobre
justiça social, assim a temática da desigualdade racial torna-se problema, quase
que exclusivamente, de uma má distribuição de renda.
Essa nova experiência logo se espalhou para outros cantos do Brasil
(como Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito
Federal), porém, algumas avaliações registradas apontavam diversas
dificuldades que esses movimentos enfrentavam para dialogar com as estruturas
do governo, primeiro, diziam que era difícil a relação entre militantes e os
funcionários públicos. Outras barreiras enfrentadas acorriam na falta de
estratégia comum entre as duas entidades, não continuidade dos projetos frente
a mudanças administrativas, não definição clara dos papeis dos envolvidos e
pequeno recurso orçamentário.
Os rumos da cidadania do individuo negro começa a ganhar novos rumos,
pelo menos formalmente, com a aprovação da Constituição Federal, onde é
constituída o Estado Democrático de Direito que credita, a qualquer cidadão,
direitos sociais e individuais, liberdade, segurança, bem estar, desenvolvimento,
justiça com valores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos de
origem, raça, cor, idade e sem quaisquer discriminação, ainda tal esse Estado
Democrático de Direitos reforça a defesa aos direitos humanos e repudia todas
as formas de racismo.
De fato, é evidente que existe um enorme abismo entre o que diz os
aparatos legais e o nosso cotidiano, ainda é muito insuficiente à legislação
criminal brasileira que age em defesa das reproduções de práticas
discriminatórias, principalmente contra os negros. Jaccoud (2002) elenca alguns
dos principais motivos dessa ineficácia como, por exemplo, a resistência do
Poder Judiciário em implementar leis de combate ao racismo devido a questões
ideológica (já que muitos acreditam na democracia racial); a ambiguidade e
imprecisão dos termos legais dificultam as interpretações, desse modo, é
perceptível que existe um enfrentamento em relação ao resultado da
discriminação, afetando pouco a sua causa (preconceito, esteriótipo, intolerância
e racismo).
Mesmo ineficiente, a década de 1990 contribuiu sobremaneira para
desvendar a invisibilidade do negro, no Rio de Janeiro é criada no governo de
Leonel Brizola a Secretaria de Defesa e Promoção das Populações Negras, em
meio a dificuldades e falta de experiência em lidar com a temática no ano de
1994 a secretaria foi fechada, no mesmo governo, também foi inaugurada a
primeira Delegacia Especializada em Crimes Raciais, outros estados como São
Paulo, Sergipe e o Distrito Federal participaram posteriormente dessa mesma
iniciativa, no entanto, ambas não tiveram vida longa devido à dificuldade em
combater o racismo no Brasil. Ainda nesse período, no governo Fernando
Henrique Cardoso, em função da “Marcha Zumbi dos Palmares contra o
Racismo, pela Cidadania e a Vida” um documento que descrevia a situação no
cidadão negro no país, além disso, constava nessa declaração varias ações de
combate ao racismo, dessas recomendações nasce um decreto do presidente
instituindo a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial de Valorização da
População negra (GTI População Negra) que possuía como diretriz o combate à
discriminação racial, promoção de politicas governamentais, estimular iniciativas
de empresas privadas, apoiar a produção de estudos e estimular iniciativas
públicas e privadas que valorizem os negros nos meios de comunicação, de
maneira geral as discussões desse grupo giravam em torno da defesa de uma
maior participação do governo federal na criação de politicas públicas. Outra
importante denúncia levantada na época, pelas organizações sindicais dos
trabalhadores, foi à adoção de práticas políticas que promovam a igualdade de
oportunidade e tratamento e o combate à discriminação no emprego e na
profissão, assim, foram criados Núcleos Regionais de Promoção da Igualdade
de Oportunidades e de Combate à Discriminação no Emprego e na Profissão
sua atuação se dava no âmbito das denúncias, ações preventivas, educativas e
conciliadoras. Um marco dessa década foi o reconhecimento, pelo governo, do
Zumbi dos Palmares como um Héroi Nacional, tendo o seu nome inscrito no
Phanteon dos Hérois Nacionais, monumento em Brasília, onde até o momento
só constava o nome de Tiradentes.
Nos anos 2000 com a participação do Brasil na III Conferência Mundial
contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia, e Intolerância Correlata
promovida pela Organização das Nações Unidas - ONU na África do Sul,
provocou no Brasil um intenso debate interno com diversos encontros,
conferências e a divulgação de pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada – IPEA com esses dados em mãos o governo adquire a extensão da
diferença que existe entre negros e brancos. Esses indicadores possibilitam um
passo fundamental do Supremo Tribunal Federal ao considerar
constitucionalmente a politicas de ações afirmativas. Mesma iniciativa tomada
pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST que garante no mínimo de 20% na
participação de afrodescendentes nos contratos de serviços.
Depois de muitos governos negligenciarem a participação igualitária do
cidadão negro em nosso país, não podemos negar que nos últimos anos
houveram inúmeros avanços que caminharam no sentido contrário, ou seja, de
reconhecer que a existência de uma profunda desigualdade que recai sobre essa
população. No entanto, a velocidade que tais medidas alcançam, em função da
violência, descaso e invisibilidade que cotidianamente o afrodescendente sofre
ainda estão muito distante do desejável.
Para termos uma ideia de quão longe estamos, quando temos acesso a
dados recentes nos deparamos com uma situação alarmante, segundo o Censo
2010, produzido pela IPEA e o IBGE, se declararam negros - inclui-se pretos e
pardos – noventa e sete milhões de habitantes, e o número de brancos foi de
noventa e um milhões. Comparada à década passada, obteve-se um
crescimento de 2,5%, fato que pode ser explicado, em parte, pela fecundidade
das mulheres negras e também, em parte, pela crescente tentativa de
reconhecimento por meio de políticas públicas que fazem os negros se
autodeclararem como negros.
Seguindo com os dados, a Secretaria de Assuntos Estratégicos do
Governo Federal em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares, com a
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Fundação Getúlio
Vargas produziu o primeiro banco de dados da população negra; com isso,
seguem alguns deles: a renda média domiciliar per capita da população negra é
metade, se comparada à população branca; dos vinte e quatro milhões de
indivíduos que se localizam na “linha de indigência” 70% são negros; possuem
as piores posições no mercado de trabalho; lideram a lista nos índices do
desemprego e no trabalho informal; entre os negros está o maior índice de
trabalho infantil; a menor cobertura do fator previdenciário; e é a população mais
carente habitando em áreas com baixa ou nenhuma infraestrutura básica – como
saúde, saneamento, transporte, segurança e etc. Desse modo, torna-se evidente
que a cor de pele está totalmente associada à probabilidade de ser pobre, essa
realidade é representada através de uma porcentagem, ou seja, a chance de um
branco ser pobre é de cerca de 22%, já de um negro é mais que o dobro, 48%.
Quando aprofundamos na temática educacional, esse quadro permanece
irreversível, ou seja, dos negros liderando os piores dados e em último nos
melhores. Dados de 2010 do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) indicam que o índice de analfabetismo entre os negros é de 13,3%
enquanto dos brancos é mais que a metade, 5,9%; a partir dos quinze anos a
população branca possui uma média de 8,4 anos de estudos contra 6,7 anos dos
negros, representado quase dois anos de diferença; na faixa dos quinze a
dezessete anos de idade, 60% dos alunos brancos estão no ensino médio,
enquanto apenas dos negros 32%. Pesquisas do Censo Escolar de 2007
mostram que os negros representam 13% dos matriculados em escola privada.
Essa defasagem do negro no sistema educacional não pode ser justificada
apenas pelas diferenças sócioeconômicas, pesquisas como o de Soares et.al
(2002), Jaccoud e Beghin (2002) e Albenarez (2002) corroboram com essa
questão a partir de comparações realizadas entre o desempenho de alunos
brancos e negros, mesmo controlando os níveis sócioeconomicos, isto é,
simulando que os negros fossem oriundos de condições de escolaridades de
pais do mesmo nível que dos brancos, ainda assim, obtiveram resultados
inferiores. Tal fato pode sugerir que haja dentro das escolas um tratamento
discriminatório ou abordagens temáticas raciais que inferiorizam e provocam um
impacto negativo no aluno negro.
Quando levamos essa discussão para o ensino superior, essa situação
não é diferente. A negritude representa uma parcela mínima nesse nível de
ensino, segundo os dados do Censo no Ensino Superior de 2011, os negros
representam apenas 19,8%, ou seja, ainda 80% da população negra do Brasil
não frequenta os bancos universitários. Vale destacar que esses números
expressam apenas o acesso dessa população a essa modalidade de ensino, se
considerarmos a porcentagem de conclusão desses que ingressaram nas
universidades, pesquisas apontam que gira em torno de 5%.
Esses argumentos se somam e demostram a necessidade e urgência de
implementação de propostas que visem à valorização do direito a igualdade da
população negra. O termo “ações afirmativas” ocorreu pela primeira vez nos
Estados Unidos da América no ano de 1961, na ocasião os termos da lei diziam
que “o contratante não discriminará nenhum funcionário ou candidato a emprego
devido à raça, credo, cor ou nacionalidade” e “[...] adotará uma ação afirmativa
para assegurar que os candidatos sejam empregados, como também tratados
durante o emprego, sem consideração a sua raça, credo, cor ou nacionalidade”
(MENEZES, 2001, p.88). Segundo Medeiros (2005) essa expressão ganharia
mais força no final da década em função do aumento da violência racial entre a
população americana, um das soluções encontradas para a promoção desses
grupos foi à implementação de ações especiais que visam promover os negros,
depois de algum tempo tais medidas também se estenderam a outros grupos
minoritários como os hispânicos, indígenas, asiáticos e as mulheres.
É importante ressalta que na medida em que qualquer nação toma essa
postura, por si só ela sai de uma posição de neutralidade, e passa a encarar a
responsabilidade de conduzir a nação a superação da discriminação racial.
Corroborando com esse propósito o ministro Marco Antônio de Mello diz que:
[...] É preciso buscar-se a ação afirmativa. A neutralidade
estatal mostrou se
nesses anos um grande fracasso; é necessário fomentar-
se o acesso à educação; urge contar-se com programa
voltado aos menos favorecidos, a abranger horário integral,
de modo a tirar o menor da rua, dando-se-lhe condições
que o levem a ombrear com as demais crianças. O Estado
tem enorme responsabilidade nessa área e pode muito
bem liberar verbas para os imprescindíveis financiamentos
nesse setor; pode estimular, mediante tal liberação, as
contratações. E o Poder Público deve, desde já,
independentemente da vinda de qualquer diploma legal,
dar à prestação de serviços por terceiros outra conotação,
estabelecendo, em editais, quotas que visem a contemplar
as minorias. O setor público tem à sua disposição, ainda,
as funções comissionadas que, a serem preenchidas por
integrantes do quadro, podem e devem ser ocupadas
também consideradas as minorias nele existentes
(MELLO, 2001, p.5).

No Brasil a ações afirmativas sempre esteve associada à experiência


americana, porém a questão desse termo fica restringida a população negra e a
politicas de cotas, de qualquer modo, em nosso país foi encaminhado pelo Grupo
de Trabalho Interministerial politicas de ações afirmativas, criado pelo governo,
que tinha como objetivo eliminar qualquer forma de desigualdade acumulada
historicamente, garantindo a igualdade de tratamento e oportunidades, assim
como, compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização
oriunda de questões raciais, étnicos, religiosos, gênero etc (SANTOS et.al,
1999). Neste sentido, o parecer CNE/CP n. 003/2004 teve como proposta:
oferecer uma resposta, entre outras, à demanda da
população afrodescendente, no sentido de políticas de
ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações e de
reconhecimento e valorização de sua história, cultura,
identidade. Trata, ele, de política curricular, fundada em
dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da
realidade brasileira, e busca combater o racismo e as
discriminações que atingem particularmente os negros
(BRASIL, 2004, p. 3).

Segundo Joaquim Barbosa Gomes, presidente do Superior Tribunal


Federal – STF- as ações afirmativas provocam um considerável impacto na
sociedade e, além disso, se configuram como um importante instrumento jurídico
em favor da comunidade negra:
As ações afirmativas se definem como políticas públicas (e
privadas) voltadas à concretização do princípio da
constitucional da igualdade material e a neutralização dos
efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de
origem nacional e de compleição física. Na sua
compreensão, a igualdade deixa de ser simplesmente um
princípio jurídico a ser respeitados por todos, e passa a ser
um objetivo institucional a ser alcançado pelo Estado e pela
sociedade (GOMES, 2005, p.45).

A desinformação é uma das características que marcam o debate das


ações afirmativas em nosso país, como já dissemos, a maioria acredita que tal
ação é um sinônimo de cotas, existe ainda nesse debate um grande tendência à
negação dessa proposta devido às pessoas, depois de quase 70 anos
acreditarem no mito da democracia racial, classifica-se ao menos dois tipos de
opositores as ações afirmativas no Brasil, primeiro são aqueles que não
acreditam que o país atravessa esse problema, e o segundo tipo, assume em
certa medida, no entanto, defende a promoção de ações universais como a
melhoria da escola pública e a introdução de campanhas publicitárias que
ajudariam a melhorar a imagem do negro (MEDEIROS, 2005).
Além desses tipos de opositores o próprio autor ainda elenca seis
argumentos que constantemente são utilizados para rebater a política de ações
afirmativas: primeiro, fere o princípio da igualdade; segundo, subverte o princípio
do mérito; terceiro, dificulta a aplicação devido a alta miscigenação; quarto, é
ruim para o próprio negro, pois muitos serão vítima de um estigma de serem
incapaz; quinto, desvia a questão do problema social; sexto, não deu certo nos
Estados Unidos.
Ainda nesse debate, Sabrina Moehlecke (2004) nos ajuda elucidando que
está em jogo uma relação muito complexa de igualdade, pois, possibilita a
criação de uma tensão sobre o paradigma da sociedade neoliberal, burguesa e
branca na medida em que se busca uma redefinição da igualdade de
oportunidade, tendo como suporte as particularidades de um grupo social.
A partir desse momento, diversas políticas públicas, direcionadas a
população negra, se manifestaram pelo Brasil. Guimarães (1997) nos mostra
que as ações afirmativas, visando à questão racial, surgem articuladas com os
movimentos sociais exigindo condições de equidade nos acesso a bens e
produtos, dessa forma, procura combater os processos democráticos de uma
sociedade que só reproduz formas desiguais de tratamento.
Esse movimento é fortemente marcado por diversas manifestações
sociais que incluem em seus planos de luta o acesso e permanência na
educação. Uma das ações políticas que integram o PDE (Plano de
Desenvolvimento da Educação) e que contribuiu sobremaneira para o
crescimento do ensino superior, foi à criação do REUNI (Programa de Apoio a
Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que dentre
outros objetivo visa: aumentar o número de vagas na graduação; a ampliação da
oferta de cursos noturnos; a promoção de inovações pedagógicas e o combate
à evasão. Ações que possuem como meta diminuir a desigualdade social no
país.
Heringer e Ferreira (2012) ressaltam que a adoção das ações afirmativas
gerou um grande movimento de opiniões, que se polarizaram em quatro áreas
de disputas. A primeira, na opinião pública onde surgem pensamentos de artistas
e intelectuais contra essa política; a segunda, na universidade, onde
sustentavam a ideia que tal ação feriria o mérito do ingresso e provocaria a
queda na qualidade do ensino; a terceira, no Poder Legislativo Federal que era
palco de um conflito em torno da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e a
lei que cria as cotas; e por fim, no Poder Judiciário, que recebeu diversas ações
que acusando a inconstitucionalidade dessa política.
O fato é que independente das opiniões contrárias à polêmica que gira
em torno das ações afirmativas tem possibilitado à elite intelectual brasileira um
intenso debate sobre um assunto que incomoda e é desconfortável, o que há
algumas décadas não era nem debatido sendo visto como um dado consumado,
hoje através dessas discussões nos é oferecido um espaço para discutirmos um
histórico problema que depois de mais de 120 ainda assola uma grande parte da
população brasileira.

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