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Cada um dos planos de CARTAS PARA SI MESMO estão cobertos de mistério e decadência numa história
onde imergimos numa realidade volátil. O mundo é visto pelos olhos de uma protagonista alucinada. Uma
cidade e um personagem em ruínas. Tudo é decadência e destruição. Como diz o personagem, tudo está
morto, já não existe história, não existe psicologia, não existe filosofia, me atreveria dizer que não existe
vida. Onde está a vida se não há amor? Cartas Para Si Mesmo não é uma historia linear, é uma historia que
se expande para os lados, que cresce em todas as dimensões. É puro cinema carregado de imagens
explosivas, que mostram o desespero dos personagens. Há boas imagens ligadas à vídeo-arte e a
vídeo-dança. O corpo é utilizado como veículo de sentimentos, a densidade do mar, a câmera lenta, o
tempo paralisado, quebrado em mil pedaços, o homem que se arrasta e dança entre vidros e ruínas de
edifícios. Cartas para Si Mesmo é um filme que te arrasta como espectador, passeia por caminhos úmidos,
por Pablo Arellano sujos e desconhecidos.
cineasta e professor
Talvez a grande descoberta de MIRAGEM não seja unicamente construir uma historia através de fotografi-
Os seis filmes aqui descritos buscam um as, que foram encontradas pela diretora, fotografias sem referente. E não seja haver criado, com estas
caminho na diversidade de um mar de fotografias encontradas, uma historia presente unicamente no som, nas pequenas narrações que dão
imagens e sons. São seis filmes que sentido a estas imagens. A grande descoberta deste trabalho é, sobretudo, realizar uma reflexão sobre a
transmitem uma paixão pelo cinema, que memória, sobre o ouvido, sobre a desaparição das lembranças. Tudo é realizado através de fotografias e
permitem criar novas sensações e sons, imagens que vão perdendo sua cor, que vão deixando de ser palpáveis, imagens molhadas, que se
olhares. Uma porta que se abre para derretem, evaporam com o passo do tempo. Miragem repousa sua beleza no ato de olhar e relembrar, por
novas emoções. Obrigado todos pelos mais que estas lembranças sejam uma mentira, estão vivas. Miragem é um belo trabalho sobre o passo do
seis belos presentes. tempo, o vazio, o desvanecimento de tudo, a perda da imagem, na tela em negro.