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Cartilha Propriedade Intelectual
Cartilha Propriedade Intelectual
1. Importância
Apenas para que possamos citar alguns exemplos, são objeto de proteção por
propriedade intelectual:
Assim, essa cartilha tem por objetivo munir o Franqueador de uma primeira “pincelada”
a respeito dos temas, os quais, evidentemente, merecerão ser aprofundados caso-a-
caso.
2. Propriedade Industrial
A. Marcas
i. No Brasil
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As marcas são essenciais para permitir que o consumidor possa distinguir os produtos
e serviços de uma rede de franquia dos produtos e serviços de seus concorrentes.
Além disso, a sua identificação pelo consumidor pode agregar valor aos produtos e
serviços oferecidos pela franquia.
A prorrogação deve ser pedida durante o último ano de vigência com o comprovante
de pagamento da respectiva taxa cobrada pelo INPI. Em caso de perda do prazo de
renovação, há a concessão de um prazo adicional de 6 meses (contados da data do
vencimento), mediante o pagamento de uma taxa extra, para a prorrogação do
registro. A comprovação do registro da marca é feita através de um Certificado de
Registro expedido pelo próprio INPI.
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Não há vedação na lei ao uso de uma marca não registrada ou mesmo não
depositada. Ocorre que a tal marca pode não ser conferida a devida proteção, pois no
Brasil, via de regra, aquele que primeiro apresenta a marca para registro consegue os
direitos de exclusividade sobre ela.
Existem algumas exceções, que podem conferir direitos àqueles que utilizam a marca
há certo tempo, ainda que ela não tenha sido depositada para registro. Entretanto, o
uso anterior de uma marca não é garantia de que aquele que a utiliza vai conseguir
obter o respectivo registro.
Por isso, e não obstante existirem essas exceções, o mais recomendável é que, criada
uma marca, ela seja imediatamente depositada pelo seu titular. Recomenda-se que
antes do depósito, realize-se uma busca de anterioridades de marcas, para se
confirmar que não há marcas registradas ou depositadas anteriormente que possam
ser consideradas como potenciais obstáculos à obtenção do respectivo registro.
Tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado
podem requerer o registro de marca. O depositante somente pode solicitar o registro
de marca relativo à atividade que exerce de forma lícita e de modo efetivo. A
declaração da atividade empresarial deve ser feita no próprio requerimento do registro,
ficando o declarante responsável pela veracidade das informações prestadas.
A perda dos direitos sobre a marca ocorre pela expiração do prazo de vigência, pela
renúncia total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela marca,
pela caducidade ou, no caso de pessoa domiciliada no exterior, pela ausência de
procurador devidamente qualificado e domiciliado no Brasil. A caducidade do registro
pode ser requerida por qualquer pessoa com legítimo interesse, se decorridos cinco
anos da concessão do registro o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil o uso
da marca tiver sido interrompido por mais de cinco anos consecutivos, ou se, no
mesmo prazo, a marca tiver sido usada com modificação que implique alteração de
seu caráter distintivo original, tal como constante do certificado de registro,
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Para a concessão da licença, entretanto, é necessário que a marca franqueada seja
objeto de registro ou pedido de registro. Importante lembrar, que o depósito de um
pedido de registro não garante que o respectivo registro para a marca será concedido,
gerando apenas uma expectativa de direito.
ii. No Exterior
É recomendável que o empresário que deseja expandir sua rede de franquias para o
exterior busque assessoria naquele país e realize uma busca prévia de marcas nos
países em que pretende conceder a franquia, com o intuito de verificar se a marca
franqueada não fere direito de terceiros, se pode ser registrada e utilizada no seu ramo
de atividade e se é possível licenciá-la ao franqueado.
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além de consistir exigência para a produção de efeitos perante terceiros, habilita o
franqueado a realizar as remessas de pagamentos ao franqueador domiciliado no
exterior. Desse modo, o registro do contrato pode ser necessário para que o
franqueado em outro país realize a transação financeira para a remessa da taxa inicial
de franquia e dos royalties para o franqueador brasileiro.
i. No Brasil
A LPI define desenho industrial como sendo toda forma plástica ornamental de um
objeto ou seu conjunto de linhas e cores que proporciona um resultado visual novo e
original na configuração externa do produto ao qual é aplicado e que pode servir de
tipo de fabricação industrial. O desenho industrial é usualmente conhecido como o
design de um produto, sendo responsável por torná-lo mais atraente e apelativo,
acrescendo ao seu valor comercial.
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Os desenhos industriais são aplicados a uma grande variedade de produtos, tanto na
indústria, como no artesanato: desde instrumentos técnicos e médicos até relógios,
jóias e outros artigos de luxo, de utensílios domésticos e aparelhos elétricos a veículos
e estruturas arquitetônicas; embalagens de produtos; estampas têxteis aos bens de
lazer. Neste sentido, o franqueador pode pedir o registro do design desses bens que
utiliza na sua franquia,
ii. No Exterior
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industrial em outros países é necessário depositá-los em cada um destes. Segundo a
Convenção da União de Paris para a proteção da Propriedade Intelectual, da qual o
Brasil é signatário, a data do depósito brasileiro pode ser considerada no caso de
depósito em países-membros, contanto que o depósito brasileiro tenha ocorrido nos
últimos seis meses. Decorrido este prazo, perde-se este direito de prioridade,
passando a valer a data de depósito no país de interesse.
C. Direito Autoral
Para todos os fins e efeitos de Direito, o autor é a pessoa física criadora da obra
(artigo 11 da Lei de Direitos Autorais – n. 9.610/98 - LDA). Além disso, somente
podem ser transferidos os direitos patrimoniais (direito de reprodução,
comercialização, licença, autorização de modificações e utilização da obra por
qualquer meio), sendo que os morais (reivindicação de autoria, conservação da obra
inédita, Defesa da integridade da obra e oposição a modificações que denigram sua
reputação ou honra, modificação, retirada de circulação e acesso a exemplar único de
obra rara) são inalienáveis e irrenunciáveis. A proteção aos direitos patrimoniais, por
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sua vez, perduram por setenta anos contados de primeiro de janeiro do ano
subseqüente ao do falecimento do autor, obedecida a ordem sucessória da lei civil.
A pessoa jurídica poderá ser titular de direitos patrimoniais relacionados a uma obra
através do competente instrumento que lhe determine a transferência. Caso o cedente
de tais direitos seja uma pessoa jurídica, recomenda-se verificar se está legitimada a
tal ato, visto que a obra originou-se de pessoa(s) física(s).
Importante lembrar, ainda, que a cessão dos direitos de autor sobre obras futuras
abrangerá, no máximo, o período de 5 anos (art. 51, LDA), o que afeta enormemente
as contratações para execução de obras não específicas.
Ao contrário dos demais bens protegidos por direito autoral que não contam com esta
disposição expressa, os softwares, através de legislação própria (Lei n. 9.609/98),
pertencerão exclusivamente ao empregador ou contratante se desenvolvidos durante
a vigência do contrato ou vínculo (art. 4º). No entanto, não se deve esquecer que este
artigo é válido para aquela contratação que estava assim destinada,
comprovadamente, ou se o desenvolvimento do software tenha decorrido da própria
natureza do encargo ou vínculo.
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prazo de cinqüenta anos, contados a partir de primeiro de janeiro do ano subseqüente
ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.
D. Direitos Personalíssimos
Sua proteção no direito brasileiro pode ocorrer por seus elementos isolados ou pelo
seu conjunto. No primeiro caso pode haver proteção pelo Direito de Marca Direito
Autoral ou Desenho Industrial. No segundo caso, a proteção somente se dá através
dos mecanismos da concorrência desleal.
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O êxito na proteção de um Conjunto-Imagem estará diretamente ligado à estratégia,
bem criada e projetada com este fim. Assim, quanto mais distintivo e amparado por
recursos técnico-jurídicos (registros, contratos, etc.), maior a chance de êxito,
considerando o caráter, muitas vezes, subjetivo deste tema.
O Segredo, por sua vez, é protegido no âmbito da concorrência desleal, e possui dois
subgrupos: o Segredo de Indústria e o Segredo de Negócio. O primeiro abrange as
inovações tecnológicas de aplicação industrial, enquanto o segundo, estratégias
comerciais ou administrativas. As informações protegidas podem ser de qualquer
natureza, contanto que possam conferir alguma vantagem competitiva ao seu titular
dentro do mercado de sua atuação.
Novamente a proteção, a nosso ver, estará ligada à estratégia criada. Não do acaso!
Não se poderá defender como segredo de Negócio aquela informação que circulou
sem o devido cuidado (contratos/cláusulas de sigilo, cuidados na circulação, etc.).
A LPI, novamente (art. 195, XI, XII) é uma forte base para a correspondente defesa.
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É essencial o cuidado estratégico que as Franqueadoras devem ter na seara da
Propriedade Intelectual, na medida em que ela hoje está em qualquer fase dos
negócios.
De fato, ao se cogitar escolher uma marca para identificar seus produtos, serviços ou
negócio, a Franqueadora já deve se preocupar em proteger seus direitos sem violar
direito de terceiros. Dessa forma, uma busca para se identificar possíveis
anterioridades ou obstáculos, como mencionado acima é essencial, com o intuito,
assim de se tentar evitar ou mitigar dores de cabeça futuras com possíveis demandas
judiciais. Quando uma empresa se preocupa em ser localizada por ferramentas de
busca na internet, deve considerar a proteção às suas marcas e sinais distintivos, de
forma que se possa garantir seu uso exclusivo e afastar os “caroneiros”.
Neste contexto, os eventos esportivos, tão esperados para os próximos anos, e que
tantos planejamentos de marketing devem exigir, não pode olvidar dos direitos de
imagem ou sinais distintivos de terceiros que devem ser respeitados, sob pena de
vultosas indenizações.
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