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CENTRO DE ENSINO TÉCNICO

ENFERMAGEM

ALINE PATRICIA DA SILVA


GERLANE LOURENÇO DE OLIVEIRA
JAQUELINE LOURENÇO DE OLIVEIRA
MARIA EDNERCIA EUGÊNIO MOREIRA
MARIA RAIRES PEREIRA DE ARAÚJO
ROSICLEIDE HORTENCIO DA SILVA

MEDICAMENTOS COAGULANTES E ANTICOAGULANTES

Maceió
2021
ALINE PATRICIA DA SILVA
GERLANE LOURENÇO DE OLIVEIRA
JAQUELINE LOURENÇO DE OLIVEIRA
MARIA EDNERCIA EUGÊNIO MOREIRA
MARIA RAIRES PEREIRA DE ARAÚJO
ROSICLEIDE HORTENCIO DA SILVA

MEDICAMENTOS COAGULANTES E ANTICOAGULANTES

Trabalho apresentado à instituição de ensino Grau


Técnico como requisito parcial para a obtenção de média
semestral na disciplina de Noções de Farmacologia, do
curso de Enfermagem, ministrada pelo professor Rhafael
Nascimento.

RESUMO
Maceió
O presente trabalho buscou discorrer, de forma concisa e completa, o que
2021
são os medicamentos coagulantes e anticoagulantes, bem como trazer exemplos e
apresentar como funcionam. Para isso, foi feita inicialmente uma descrição do que é
a coagulação sanguínea e como se dá esse processo. Partindo disso, foi realizada
uma busca em bases de conhecimento científico disponíveis na internet, como o
Scielo e o Google Acadêmico, tendo como fontes de informação artigos em revistas
especializadas, sites oficiais e dissertações de mestrado.

Palavras-chave: medicamentos; coagulantes; anticoagulantes; coagulação


sanguínea.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 3
2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................4
2.1 MEDICAMENTOS COAGULANTES.................................................................4
2.2 MEDICAMENTOS ANTICOAGULANTES.........................................................5
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................7
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 8
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1 INTRODUÇÃO

A coagulação sanguínea é um dos processos essenciais para a garantia da


homeostase corporal, partindo primeiramente de um bom funcionamento do sistema
circulatório, mais especificamente no campo hemostático. Por vezes, mesmo que
em níveis menores e imperceptíveis à consciência do indivíduo, ocorrem certas
lesões dentro do organismo que passam despercebidas. Um desses casos é o de
pequenas lesões em vasos sanguíneos situados mais profundamente no corpo, que
são resolvidos pelo processo de acumulação de plaquetas para evitar que um
sangramento se propague.
Nessas ocasiões, quando o corpo nota que há um rompimento da parede
interna dos vasos sanguíneos, o endotélio, há a formação de um tampão
plaquetário. Isso se dá pela ativação das plaquetas pelo colágeno que é ‘liberado”
pelo rompimento do endotélio, fazendo com que elas se desloquem até a área onde
há a lesão para que, de forma conjunta entre si, formem um grande contingente de
plaquetas que bloqueie a passagem do sangue para fora do vaso.
Contudo, nem sempre apenas o tampão plaquetário consegue ser o suficiente
para dar conta da saída indesejada de sangue. Para as situações em que é
necessário um reforço a mais, o corpo dispõe estrategicamente de uma série de
etapas, que incluem variadas substâncias e reações químicas, para realizar o
controle do dano. A esse processo se dá o nome de coagulação sanguínea.
Após a instalação do tampão plaquetário, inicia-se a cascata da coagulação.
Na tentativa de transformar o sangue líquido que passa por ali em um material mais
gelatinoso e que possua consistência suficiente para impedir a passagem, é que
surge o coágulo de fibrina, resultado de interações entre proteases plasmáticas e
seus cofatores, dão origem a enzima trombina, que depois de passar por proteólise,
transforma o fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel (FRANCO, 2001).
Quando o corpo não consegue resolver o problema sozinho, a farmacologia
entra como uma via possível para ajudar nesse processo quando ele ocorre de
maneira insuficiente ou exagerada, utilizando como recurso para tais circunstâncias
os medicamentos coagulantes e os anticoagulantes.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 MEDICAMENTOS COAGULANTES

Em algumas patologias, a exemplo da hemofilia, o corpo do indivíduo não


consegue produzir nem um tampão plaquetário e nem realizar o processo de
coagulação sanguínea de forma eficaz, fazendo com que o sangue continue saindo
dos vasos de forma descontrolada.
Essa ausência de uma coagulação bem executada deixa livre o furo na lesão
e a passagem de sangue segue contínua, o que pode vir a caracterizar um quadro
de hemorragia, dependendo da gravidade do caso. Em cenários mais otimistas,
pode gerar náuseas, impactos na pressão arterial, cansaço, palidez, confusão
mental, dor na região do sangramento, desmaios e vômitos ou urina com sangue.
Para ajudar a conter isso é que entra a ação dos medicamentos coagulantes
ou pró-coagulantes, como também são conhecidos. Eles fornecem um aparato ao
corpo que o ajuda a deter o sangramento, sendo uma tática de fundo artificial para
realizar a coagulação que o corpo não conseguiu por si só.
O tempo é um componente chave na atuação desse tipo de medicamento,
pois, como o sangramento é uma ocorrência que leva a grandes efeitos em pouco
tempo, faz-se necessário agir com rapidez nesses casos. Assim, se a coagulação
sanguínea de um indivíduo acontece em um período X, que não é suficiente para ser
resolver o problema da saída de sangue, a medicação deve agir em um tempo
menor que o tempo X, para produzir a coagulação dentro de um prazo hábil. Ou
seja, essa categoria de remédios acelera o processo de coagulação.
A desmopressina é um dos exemplos de fármacos pró-coagulantes que
auxilia no processo ao fortalecer as plaquetas e a promover a liberação do fator de
Von Willebrand e do fator VIII secundário, ou seja, aumenta muito mais as chances
de que o corpo consiga formar a proteção na região lesionada com plaquetas mais
densas, melhorando também o início da coagulação extrínseca, quando a ativação
do fator VII, pelo fator tecidual, produz a ativação do fator X, e intrínseca nas fases
de contato; de ativação do fator X; de formação de trombina; e de formação de
fibrina insolúvel (CARLOS; FREITAS, 2007).
A importância das plaquetas é altíssima em todo o processo de reparo do
ferimento, como explica Carneiro e Junqueira (1999):
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A participação das plaquetas na coagulação sanguínea segue:


agregação primária – descontinuidade do endotélio produzidas por lesão
vascular são seguidas pela absorção de proteínas do plasma sobre o
colágeno adjacente, formando o tampão plaquetário; agregação
secundária – as plaquetas do tampão plaquetário liberam ADP, que é
um potente indutor da agregação plaquetária; coagulação do sangue –
durante a agregação das plaquetas, fatores do plasma
sanguíneo, dos vasos lesados e das plaquetas promovem a
interação sequencial (em cascata) de cerca de 13 proteínas plasmáticas,
formando assim coágulo sanguíneo, mais consistente que o tampão
plaquetário; retração do coágulo – o coágulo faz grande saliência para o
interior do vaso, mas logo se contrai, graças à ação da actina, miosina e
ATP das plaquetas; remoção do coágulo – protegida pelo coágulo, a
parede do vaso se restaura pela formação de tecido novo. Então o coágulo
é removido também pelas enzimas liberadas pelos lisossomos das
plaquetas (apud CARLOS; FREITAS, 2007)

Outro medicamento utilizado é o concentrado de complexo protombínico


(CCP), que possui uma concentração de vitamina K 25 vezes maior do que a do
plasma, sendo indicado para a reversão emergencial da anticoagulação induzida por
antagonistas da vitamina K, um poderoso coagulante. Além de poder ser aplicado de
forma rápida e em baixa dose, estudos demonstram que os concentrados de
complexos protombínicos possuem um considerável impacto positivo na proxilaxia
de sangramento no peroperatório de pacientes portadores de anticorpos inibidores.
Quando aliados ao concentrado de fibrinogênio, também foram percebidas a
redução do sangramento e a diminuição da necessidade de hemotransfusão. Os
sais de cálcio e a fitonadiona também aparece como exemplos de pró-coagulantes
(ABREU, 2014).

2.2 MEDICAMENTOS ANTICOAGULANTES

Por outro lado, mas permanecendo ainda na mesma seara temática, os


medicamentos anticoagulantes objetivam o inverso do que os medicamentos pró-
coagulantes desejam alcançar. Se, nos pró-coagulantes, o objetivo era aceleração
da coagulação, nos anticoagulantes, o foco é aumentar o tempo de coagulação para
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que o sangue não coagule tão rapidamente.


O funcionamento ideal de coagulação sanguínea não pode ter um nível tão
baixo quanto os casos em que o corpo não consegue conter nem mesmo os
sangramentos superficiais, mas também não pode produzir coágulos além do
necessário, com o risco de causar doenças graves que contribuem para quadros
ainda mais severos, como a trombose venosa profunda, o Acidente Vascular
Cerebral (AVC), complicações de próteses valvulares e enfarte agudo do miocárdio
anterior extenso. Isso se deve ao fato lógico de que a produção exacerbada de
coágulos dificulta a passagem do sangue dentro dos canais por onde o sangue
corre, diminuindo, dessa forma, a entrega de água, nutrientes, oxigênio etc. aos
órgãos vitais, comprometendo o estado de homeostase.
Para combater esse excesso é que os medicamentos anticoagulantes foram
desenvolvidos. Como a vitamina K é um fator altamente relevante para a coagulação
sanguínea, um dos mecanismos de ação desses remédios é justamente uma
desativação parcial da ativação e do efeito dessa substância, o que atinge
diretamente a formação da sequência da cascata de coagulação (PRAÇA, 2012).
Os anticoagulantes trabalham não apenas inibindo a geração de novos
coágulos, mas também facilitando a dissolução dos trombos já formados, sendo
geralmente divididos entre dois tipos de remédio: a heparina e os anticoagulantes
orais. A heparina costuma ser administrada de forma subcutânea ou intravenosa,
bloqueando não apenas um, mas alguns passos da cascata de coagulação ao inibir
a trombina e o Fator X ativado, comprometendo assim a conversão do fibrinogênio
em fibrina. Como ela possui um efeito mais ágil e forte, essa droga é bastante
aplicada em casos que envolve o perigo do risco de morte.
Já os anticoagulantes orais, ou antagonistas da vitamina K, agem no fígado,
impedindo a ação da vitamina K, o que reduz ativamente o desempenho que os
fatores de coagulação II, VII e X terão na sequência da cascata. Eles podem ser
utilizados em conjunto com a heparina devido a sua lentidão para produzir os
resultados. É interessante trazer que é possível um uso contínuo desse tipo de
remédio.
Há também uma outra classe que atua na força contra a coagulação, que são
os antiagregantes plaquetários. Esse fármaco age na fase inicial do processo de
coagulação, aquela em que as plaquetas ainda estão sendo atraídas pelo colágeno
liberado pelo endotélio na hora do rompimento para poder se agruparem e formarem
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uma barreira que obstrua a passagem sanguínea. Uma amostra desse tipo de
medicamento é o ácido acetilsalicílico AAS.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a elaboração deste trabalho, ficou mais nítido compreender como ocorre
o processo de coagulação sanguínea e como a farmacologia forneceu contribuições
importantes para a vida das pessoas em geral, não apenas as que sofrem com
patologias relativas ao sangue, ao desenvolver medicamentos que regulem uma
deficiência de reparo corporal ou uma produção desenfreada que gera um prejuízo
autoimune. Contudo, também é preciso ter muita cautela na administração desses
medicamentos, visto que a dosagem errada pode agravar sangramentos e
hemorragias, ou o bloqueio da passagem sanguínea.
Em suma, após as leituras e o exercício da capacidade crítica e a reunião de
informações aqui coletadas, pontua-se que esta atividade foi extremamente
enriquecedora para a formação da carreira profissional em Enfermagem,
aprofundando o conhecimento em mais um tema da área de Saúde, favorecendo a
concatenação de ideias teóricas com as suas respectivas aplicações práticas.
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REFERÊNCIAS

ABREU, Erick Martins Faria de et al. O Concentrado de Complexo Protrombínico e


suas aplicações na sala de cirurgia. Rev Med Minas Gerais, v. 24, n. Supl 3, p. S37-
S48, 2014. Disponível em: http://www.rmmg.org/exportar-pdf/783/v24s3a07.pdf
Acesso em: 07 dez. 2021.

CARLOS, Maria Marília Leite; FREITAS; Polyanna Dantas Fernandes de Sousa.


Estudo da cascata de coagulação sangüínea e seus valores de referência. Acta
Veterinaria Brasílica, v. 1, n. 2, p. 49-55, 2007. Disponível em:
https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/acta/article/view/393/202 Acesso em 07
dez. 2021.

FRANCO, Rendrik F. Fisiologia da coagulação, anticoagulação e


fibrinólise. Medicina (Ribeirão Preto), v. 34, n. 3/4, p. 229-237, 2001. Disponível
em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/3998/4689 Acesso em: 08
dez. 2021.

PRAÇA, Maria Isabel Fernandes et al. Hipocoagulados. In: Ias Jornadas Farmácia.
Farmácia de hoje, Fármacos de amanhã, p. 166-176, 2012. Disponível em:
http://hdl.handle.net/10198/7528 Acesso em: 08 dez. 2021.

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