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BOLETIM SEMANAL

DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO
DA BACIA DO ITAPECURU
BOLETIM Nº 02/2021
22 DE FEVEREIRO DE 2021
APRESENTAÇÃO
O Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Itapecuru (SAH Itapecuru) apresenta o
Boletim Semanal de Monitoramento de Hidrológico do Rio Itapecuru. Os dados das estações
de monitoramento apresentados estão disponíveis em www.cprm.gov.br/sace/itapecuru,
assim como todos os boletins emitidos. As estações fluviométricas utilizadas no
monitoramento são apresentadas na Figura 1 e detalhada na Tabela 1.

Figura 1. Mapa das estações que compõe o SAH/Itapecuru.


Tabela 1. Estações que compõe o Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do rio Itapecuru.
Área da bacia
Nome Código Rio Município
(km²)
GOV. EUGÊNIO
MONTEVIDÉU 33530000 ITAPECURU 27.280
BARROS/MA
CAXIAS 33550000 ITAPECURU CAXIAS/MA 32.648
CODÓ 33590000 ITAPECURU CODÓ/MA 37.140
COROATÁ 33630000 ITAPECURU COROATÁ/MA 43.739
CANTANHEDE 33680000 ITAPECURU CANTANHEDE/MA 49.834
ITAPECURU-MIRIM 33690100 ITAPECURU ITAPECURU-MIRIM 51.129

SÍNTESE DO BOLETIM
O mês de janeiro apresentou acentuados desvios negativos nas chuvas acumuladas. Observa-se,
entretanto, uma aumento generalizado das precipitações em toda a bacia, especialmente nas
últimas duas semanas. Apesar disso, como os totais anuais precipitados ainda se encontram
abaixo da média em boa parte da área de contribuição, especialmente nas cabeceiras, tem-se
como reflexo a manutenção de níveis do rio Itapecuru abaixo do esperado em todas as regiões
da bacia. É possível notar, entretanto, um aumento consistente das cotas nesta mês de
fevereiro, reduzindo a defasagem em relação à faixa de valores mais frequentes (aqueles com
probabilidade de ocorrência entre 25% e 75% - faixa amarela nos gráficos das Figuras 3 a 8) .
Em Caxias/MA, a cota observada às 09:45 h do dia 22 de fevereiro de 2021 foi de 1,66m.
Historicamente, os valores mais frequentes de cota neste período ficam entre 2,11m e 3,42m,
com valor médio de 2,77m). Em relação à cota de inundação, definida em 6,00m, a situação é
extremamente confortável (folga de 4,34m), não se vislumbrando nenhum risco de inundação
no curto prazo.
Na cidade de Codó/MA, a cota mantida pelo rio Itapecuru às 09:45 h do dia de hoje foi de
1,04m, bem abaixo dos valores mais frequentes para o período (entre 1,90m e 3,80m, com
média de 2,85m). Nesta cidade também é significativa a diferença para a cota de inundação,
definida em 6,80m (folga de 5,76 m), também sem risco de inundação no curto prazo.
Para a cidade de Coroatá/MA, a diferença entre a cota de inundação, 8,60m, e o valor registrado
às 09:45 h do dia de hoje, 22/02/2021, 1,95m, também é muito expressiva, chegando a 6,65m.
Neste ponto de monitoramento os valores também se encontram abaixo do esperado (valores
mais frequentes entre 2,88m e 5,14m, com média de 4,01m), não sendo esperados problemas
de inundações ribeirinhas nos próximos dias.
Uma cota abaixo da esperada também é observada em Cantanhede/MA, com valor de 2,89m às
09:45 h de hoje contra valores frequentes entre 4,76m e 7,80m e média de 6,28m.
Na estação Montevidéu (33530000), localizada no município Gov. Eugênio Barros, a estação
mais rio acima, o quadro também é de valores abaixo da faixa de normalidade. Já em Itapecuru-
Mirim, a cota observada foi de 5,33m, entretanto não se tem dados históricos para comparação.
SITUAÇÃO PLUVIOMÉTICA ATUAL
A Figura 2 apresenta a comparação entre a precipitação acumulada até o dia 22/02/2021 em
vários pontos de monitoramento da bacia e o total esperado historicamente. Para a análise
foram considerados os dados históricos disponibilizados pela Agência Nacional de Águas – ANA,
e os dados registrados pelas estações automáticas operadas pela CPRM e pelo CEMADEN.
Conforme pode ser observado, a regiões central e sul da bacia vêm apresentando precipitações
abaixo da média histórica, enquanto a porção mais ao norte, a partir de Coroatá/MA, se
encontra ou próximo ou acima da média histórica. Os maiores desvios negativos foram
observados na porção central, mais especificamente em Montevidéu (186,4mm acumulados,
desvio de -35,4%), Caxias (233,7mm, -35,0%) e Codó (230,9mm, -32,9%) . Ressalta-se que
grande parte desse desvio negativo se deve aos acumulados no mês de janeiro, sendo
observado um aumento da chuva no mês de fevereiro em toda a bacia, mas ainda insuficiente
para que se alcance os valores médios esperados, com exceção da porção mais ao norte.

Figura 2. Precipitação acumulada até 22/02/2201 x média histórica.


MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DOS RIOS
Os níveis atuais dos rios, assim como as cotas de referência de cada estação e a faixa de
valores esperados, encontram-se apresentados nas Figuras de 3 a 8.

Figura 3. Variação do nível do rio Itapecuru em Montevidéu.


*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
Figura 4. Variação do nível do rio Itapecuru em Caxias.

Figura 5. Variação do nível do rio Itapecuru em Codó.


Figura 6. Variação do nível do rio Itapecuru em Coroatá.

Figura 7. Variação do nível do rio Itapecuru em Cantanhede.


*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
.
Figura 8. Variação do nível do rio Itapecuru em Itapecuru-Mirim.
*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
**Obs.: Estação sem dados históricos.
.

PREVISÃO DE CHUVAS
A previsão de chuva para a bacia do rio Itapecuru, e para suas sub-bacias, realizada pelo
National Center for Environmental Prediction (NCEP) da NOAA (National Oceanic and
Atmospheric Administration), denominado de Sistema de Previsão Global (GFS na sigla em
inglês) pode ser observada na Figura 9. À esquerda é apresenta a previsão para os próximos 7
dias e à direita a previsão estendida de 7 a 15 dias. Já o gráfico traz os valores de precipitação
previstos dia a dia para a sub-bacia de contribuição da estação de Itapecuru-Mirim (33690100),
a localizada mais ao norte, e que cobre quase a integralidade da bacia.
Como se pode perceber, a tendência é que nas próximas duas semanas a precipitação
acumulada se mantenha na casa dos 60mm por semana, totalizando 137,7mm no período. Na
semana de 23 a 01 de março as chuvas devem se concentrar mais na porção sul da bacia
enquanto na semana seguinte, de 02 a 08 de março, os maiores acumulados devem ser
observados na porção central e norte da bacia (tons de azul mais escuros nas imagens
localizadas na parte mais de cima da Figura 9).
Chuva Prevista Acumulada de 68.1 mm para 7 dias Chuva Prevista Acumulada de 63.6 mm para 7 - 15 dias

- 46.0 44.0 - 46.0 - 44.0

Itapecuru-Mirim Itapecuru-Mirim
Santa Inês Santa Inês
Chapadinha Chapadinha
Cantanhede Cantanhede

Santa Luzia Santa Luzia Coroatá


- 4.0 Bacabal
Coroatá
Bacabal - 4.0
Buriticupu Buriticupu
Codó Codó

Caxias Caxias

Teresina Teresina

Montevidéu Montevidéu
Barra do Corda Barra do Corda

- 6.0 - 6.0

Floriano Floriano

mm

0.0 21.0 42.0 63.0 84.0 105.0


Chuva prevista média na AD (mm)

45.0
36.0
27.0
18.0
9.0
0.0
22 23 24 25 26 27 28 01 02 03 04 05 06 07 08 09
FEB MAR
Chuva prevista GEFS (NCEPNOAA) para os próximos 15 dias para area de drenagem (AD) ITAPECURU-MIRIM (33691000)

Figura 9. Previsão de chuva utilizando o modelo GFS. Acima, à esquerda, a distribuição


espacial da chuva prevista para os próximos 7 dias, e à direita para os próximos 7-15 dias.
Abaixo, o total médio a ser precipitado em toda a sub-bacia da estação Itapecuru-Mirim nos
próximos 15 dias.
PROGNÓSTICO FLUVIOMÉTRICO
Considerando as condições atuais observadas no rio Itapecuru e a previsão pluviométrica
tem-se a tendência de subida progressiva do nível do rio em todos os pontos monitorados.
Ainda assim, não é observado risco iminente de inundação dado que o total precipitado em
praticamente toda a bacia ainda está abaixo do valor histórico esperado.
Caso se confirmem as previsões gerais para todo o período chuvoso da ocorrência de chuvas
acima da média na bacia é possível que o rio atinja cotas mais significativas, provavelmente
dentro do período histórico da ocorrência de cheias do Itapecuru, de meados de março a
meados de maio, com maior predominância no mês de abril.
A CPRM permanecerá acompanhando o comportamento do rio Itapecuru nos seis pontos de
monitoramento (Montevidéu, Caxias, Codó, Coroatá, Cantanhede e Itapecuru-Mirim),
emitindo boletins com previsões de curto prazo do comportamento futuro do rio caso o
mesmo suplante o nível de Alerta em alguma das cidades beneficiadas, de forma a ajudar os
órgãos de salvaguarda com suas medidas de prevenção e remediação, bem como publicará
boletins semanais de monitoramento semelhantes a este até a conclusão do período
chuvoso.

OBSERVAÇÕES GERAIS
Os dados hidrológicos utilizados nos boletins são provenientes da Rede Hidrometeorológica
Nacional (RHN) de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo
Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Os dados de monitoramento de chuvas também têm origem na rede de monitoramento
pluviométrico mantida pelo CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais.
Os dados de previsão de chuva apresentados são do modelo GFS, gerados pelo NOAA
(National Oceanic and Atmospheric Administration), disponíveis em
http://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/people/mchen/CFSv2FCST/weekly/. Os dados de
monitoramento e previsão foram baixados, organizados e interpretados pela CPRM.
As previsões apresentadas nos Boletins do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do
Itapecuru são baseadas em modelos hidrológicos e estão sujeitas às incertezas inerentes aos
mesmos. Além disso, as previsões feitas utilizam-se de previsões meteorológicas de outros
órgãos, também sujeitas a erros, que acabam sendo incorporados às previsões aqui
apresentadas. Esses erros são permanentemente avaliados pela equipe da CPRM que opera o
SAH Itapecuru.
Agradecemos à Agência Nacional das Águas pela parceria no contexto da RHN, ao INPE pelo
fornecimento dos dados de precipitação do MERGE/GPM, à USGS pelos dados de
evapotranspiração utilizados no modelo hidrológico e à NOAA pelas previsões meteorológicas
do modelo CFS.
É importante ressaltar que nossas estações de monitoramento, disponibilizadas no site e
utilizadas na elaboração dos boletins, são em grande parte equipamentos automáticos, que
transmitem informações através de satélites. Portanto, embora nossa equipe esteja sempre
atenta, é possível que ocorram falhas, inclusive em momentos de cheias dos rios. Nossa
responsabilidade é sempre a de fazer as reparações no menor tempo possível, mas não
podemos evitar que as falhas eventualmente ocorram devido a condições ambientais.

Salientamos que os dados das estações de monitoramento e previsões de níveis operadas pela
CPRM estão disponíveis no site: http://sace.cprm.gov.br/itapecuru/.

PARCERIA
Roberto José Amorim Rufino Fernandes
Pesquisadores em Geociências

SISTEMA DE ALERTA HIDROLÓGICO


DA BACIA DO RIO ITAPECURU

12 DE JANEIRO DE 2021

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