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Escola Básica e Secundária D.

Lucinda Andrade, São Vicente

N.º do có digo do Estabelecimento de Ensino 3110 – 201

N.º de telefone 291840070 e-mail ebsdlandrade@edu.madeira.gov.pt

Português

Teste compreensã o escrita

GRUPO I
A
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Lê, atentamente, o seguinte texto.

[…] Na semana adiante, quando soube que o senhor Baltasar (raios o partam!) tinha saído de Viseu, fui
falar com o senhor corregedor, e contei-lhe tudo como se passara. O senhor corregedor esteve a cismar
um pouquinho, e disse-me, e vossa senhoria há de perdoar por eu lhe dizer o que seu pai me disse, tal e
qual.
– Diga.
– Seu pai começou a esfregar o nariz, e disse-me: – “Eu sei o que é isso. Se aquele brejeiro de meu
filho Simão tivesse honra, não olharia para a prima desse assassino. Cuida o patife que eu consentia que
meu filho se ligasse a uma filha de Tadeu de Albuquerque!…” Ainda disse mais coisas que me não
lembram; mas eu fiquei sabendo tudo. Ora aqui tem o que houve. Agora apareceu- me aqui vossa
senhoria, e a noite passada foi a Viseu. Perdoará a minha confiança: mas vossa senhoria foi falar com a
tal menina; e eu estive vai e não vai a segui-lo; mas, como ia meu cunhado, que é homem para três,
fiquei descansado. Ele contou-me um encontro que vossa senhoria teve à porta do quintal da menina.
Se lá torna, senhor Simão, vá preparado para alguma coisa de maior. Eu bem sei que vossa senhoria
não é medroso; mas duma traição ninguém se livra. Se quer que eu vá também, estou às suas ordens;
e a clavina que deu polícia ao almocreve ainda ali está, e dá fogo debaixo de água, como diz o outro.
Mas, se vossa senhoria dá licença que eu lhe diga a minha opinião, o melhor é não andar nessas
encamisadas. Se quer casar com ela, vá pedir a seu pai licença, e deixe o resto cá por minha conta;
ponto é que ela queira, que eu, num abrir e fechar de olhos, atiro com ela para cima duma égua de
chupeta, que ali tenho, e o pai e mais o primo ficam a ver navios.
– Obrigado, meu amigo – disse Simão – aproveitarei os seus bons serviços quando me forem
necessários. Esta noite hei de ir, como fui a noite passada, a Viseu. Se houver novidade, então veremos
o que se há de fazer. Conto com vossemecê, e creia que tem em mim um amigo.
Mestre João da Cruz não replicou. Dali foi examinar mudamente a fecharia da clavina, e entender-se
com o cunhado sobre cautelas necessárias, enquanto descarregava a arma, e a carregava de novo com
uns zagalotes especiais, que ele denominava “amêndoas de pimpões”. Neste intervalo, Mariana, a filha
do ferrador, entrou no sobrado, e disse com meiguice a Simão Botelho:
– Então sempre é certo ir?
– Vou; porque não hei de ir?!
– Pois Nossa Senhora vá na sua companhia – tornou ela, saindo logo para esconder as lágrimas.

Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição. 2015. Porto: Porto Editora.

“brejeiro”- vadio; “encamisadas”- embrulhadas; “clavina”- espingarda; “zagalote”- bala de chumbo


1. Comenta a perspetiva do pai de Simão sobre o seu filho.
O pai de Simão chama-o de “brejeiro”, considerando-o sem honra. Mas também não respeita a
relação de Simão (seu filho), por causa de confusões entre as famílias de Simão e sua amada.
2. Compara o posicionamento de João da Cruz e de Mariana sobre um possível novo encontro de Simão
com Teresa.
João da Cruz admirava a força de vontade de Simão, pois ele oferece-lhe a sua ajuda e avisa-o
sobre os perigos que acontecerão, sendo um bom amigo para Simão. No entanto, Mariana não
concordava que Simão caminhasse de novo, assim ficando assustada prevendo os perigos que
poderiam acontecer e para isso pediu ajuda a Nossa Senhora para protege-lo.
3. Apresenta três traços caracterizadores de Simão, fundamentando a tua resposta com expressões
textuais.
Simão era um homem muito corajoso, porque iria voltar de novo para Viseu (“Esta noite hei de ir,
como fui a noite passada, a Viseu”), ele também mostra um certo respeito por aceitar a ajuda de
seu amigo João da Cruz (“aproveitarei os seus bons serviços”) e Simão sente-se feliz por sentir que
tem um amigo a seu lado para apoiá-lo e ajudá-lo (“e creia que tem em mim um amigo”).
B
4. Escreve uma exposição de centro e trinta palavras a cento e setenta palavras sobre o “Amor de
Perdição como crónica da mudança social”, tendo em conta os seguintes tópicos:
✓ família;
✓√igreja;
✓ justiça.
Nesta obra podemos dizer que Simão e Teresa não tiveram uma vida fácil, tiveram que
enfrentar vários obstáculos, para que no fim ficassem juntos.
O que separa a relação deles é devido aos conflitos que ambas as famílias de Simão e
Teresa têm. O pai de Simão e o pai de Teresa são tão passionais em seu comportamento, quanto
Simão e Teresa. A construção da família apresenta-se em um padrão que não se aproxima do
contato pelo afeto. No entanto, a igreja é vista de forma negativa. Teresa quando pensa que vai
encontrar a salvação no convento, depara-se como a falsidade com as intrigas e, sobretudo, com os
vícios das freiras. Nesta obra, também, foi discutido o poder da burguesia que tinha força para
poder mudar as leis, ao seu bel-prazer. Isso foi evidenciado ao longo do processo de prisão e
julgamento de Simão, onde tanto Domingos como Tadeu usam o seu prestígio.

GRUPO III

Algumas pessoas pensam que a influência mais importante na vida dos jovens e a família.
Outras pensam que são os amigos.

Apresenta o teu ponto de vista sobre este assunto, num texto de opinião de duzentas a
duzentas e cinquenta palavras.

No meu ponto de vista, eu acho que amigos e família influenciam na nossa vida, porque
ambas exercem um papel importante nas nossas vidas, tanto que nos podem ajudar ou influenciar.
Em primeiro lugar, podemos dizer que a família nos influencia por um bom lado, como nos
educar pela melhor forma, para que possamos ter uma personalidade adequada e que possamos
conseguir ultrapassar os nossos obstáculos e conseguir concretizar os nossos objetivos, nos ajudam
a perceber as dificuldades que a vida pode nos trazer e no futuro já termos uma consciência do que
estamos a fazer, e se repararmos a família está sempre la para os bons e maus momentos. No
entanto, tem um lado mau que pode nos prejudicar na nossa vida, devido aos conflitos ou confusões
que pode haver entre famílias, e isso pode nos trazer insegurança, ódio, solidão, tratar as pessoas
sem respeito, entre outros.
Assim como os amigos, é preciso ter consciência para escolhermos um grupo de amigos
com qualidades favoráveis que possamos ter confiança, segurança, sempre prontos a nos ajudar, a
nos aconselhar o melhor na vida para que não possamos ir pelo mau caminho, por outro lado
existem alguns que nos influenciam pelo mal, como por exemplo andar com más companhias, isso
nos obriga a andar em maus caminhos e depois pode nos trazer um futuro indesejado, e por vezes
necessitamos da ajuda deles e eles ignoram.
Portanto, ambas são influenciadores nas nossas vidas pelo o bem e pelo mal, pois família e
amigos assumem papéis diferentes e isso resulta para que possamos ter uma vida cheia de
aprendizagens e um grande crescimento moral na nossa vida.

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