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A VAGA

É SUA
301 PERGUNTAS inteligentes
PARA VOCÊ FAZER na sua
próxima ENTREVISTA DE EMPREGO
JOHN KADOR
P R E FÁ C I O D E

PENELOPE TRUNK

A VAGA
É SUA
301 PERGUNTAS inteligentes
PARA VOCÊ FAZER na sua
próxima ENTREVISTA DE EMPREGO

tradu çã o
Bazán Tecnologia e Linguística
Rodrigo Sardenberg
Copyright © 2010 John Kador
Copyright © 2011 Editora Gutenberg

Título original
301 Best Questions to Ask on Your Interview
projeto gráfico de capa e De miolo
Diogo Droschi
editoração eletrônica
Conrado Esteves
Revisão técnica
Maria Augusta dos Santos Jorge
preparação
Fernanda Rizzo
Revisão de texto
Ana Carolina Lins
Cecília Martins
Gerente Editorial
Gabriela Nascimento

Revisado conforme o Novo Acordo Ortográfico.


Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta
publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos,
seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Kador, John
A vaga é sua : 301 perguntas inteligentes para você fazer na sua próxima
entrevista de emprego / John Kador ; prefácio de Penelope Trunk ; [tradução
Rodrigo Sardenberg] . – Belo Horizonte : Editora Gutenberg , 2011.
Título original : 301 Best Questions to Ask in Your Interview.
ISBN 978-85-89239-97-4
1. Entrevistas (Seleção de pessoal) 2. Administração 3. Carreira
4. Desenvolvimento profissional 5. Negociação. I.Trunk, Penelope. II. Título
11-07250 CDD-650.14
Índices para catálogo sistemático:
1. Entrevista de emprego : Administração 650.14
A meu pai,
por refletir tão bem as responsabilidades
e os contentamentos do trabalho autônomo.

A minha mãe,
por ter me ensinado as razões por que o
ser antecede o emprego.

E a toda a minha família,


por me lembrar que o trabalho é diversão
com uma finalidade social maior.
AGRADECIMENTOS

Profissionais do setor de colocação de pessoal podem estar entre


as pessoas que trabalham mais arduamente neste mundo. Fico feliz em
poder agradecer a tantas pessoas excelentes que acharam tempo nos seus
dias ocupados para me ajudar na elaboração deste livro.
A estas autoridades, todas elas profissionais de colocação de pessoal,
eu expresso minha gratidão: Kimberly Bedore, Janice Brookshier, Amy
Cavalleri, Robert Conlin, Susan Cucuzza, Eric Frost, Sandra Grabczynski,
Jeanette Grill, Scott Hagen, Anne Hallam, Joel Hamroff, Charles Handler,
Beau Harris, Jonathan Hilley, Bob Johnson, Robin M. Johnson, Kathi
Jones, Houston Landry, Grant Lehman, Nancy Levine, Sonja C. Parker,
Andrew Reese, Liz Reiersen, Jason Rodd, Eric Stamos, Tony Stanic, Susan
Trainer, Tom Thrower, Robin Upton e Jason Warner.
Agradeço especialmente a Penelope Trunk, por ter escrito um prefá-
cio muito pessoal. Há muito tempo admiro The Brazen Careerist, o livro
de Penelope, seu blog com o mesmo nome e seu compromisso inabalável
com a proposição de que coisas maravilhosas acontecem quando contamos
a verdade imaculada sobre nós mesmos.
Agradeço a Diane Asyre, diretora da Asyre Communications, por
ser tão generosa com seu tempo, sabedoria e perspectiva.
Agradeço a Melanie Mays pelo Levantamento da Cultura Empre-
sarial (início da Parte III). A Gary Ames e ao Dr. Wendell Williams pela
organização das perguntas dos Capítulos 9 a 12.
Mais uma vez agradeço ao Dr. John Sullivan, professor e chefe
de gestão de recursos humanos na San Francisco State University, por
compartilhar comigo sua experiência e sua perspectiva sobre todos os
aspectos do processo de colocação de pessoal. E especialmente por ter
compartilhado as perguntas para “superestrelas” do Capítulo 13.
Agradeço a Ana Beth Payne, diretora do Counseling and Student
Development Center, da Susquehanna University, Selinsgrove, na Pensil-
vânia, por ter lido o manuscrito e ter me dado várias sugestões valiosas.
E, finalmente, agradeço aos vários profissionais de RH e aos candi-
datos a emprego no mundo todo que entraram em contato comigo depois
de lerem meus posts cada vez mais desesperados em busca de perguntas
ótimas e péssimas a serem feitas em uma entrevista de emprego. Os
e-mails sempre me fizeram ganhar o dia. Espero ter notícias de todos
pelo e-mail jkador@jkador.com
11. Prefácio, por Penelope Trunk
17. Introdução

PARTE I
AS REGRAS DO JOGO
25. Capítulo 1
Por que você precisa fazer perguntas?
Perguntas não são uma opção

51. Capítulo 2
Assuntos sobre os quais você não deve fazer perguntas
Não toque neles

63. Capítulo 3
Quando perguntar
Não é preciso esperar por um convite

71. Capítulo 4
Faça seu dever de casa
Conheça antes de perguntar

79. Capítulo 5
Você se importa que eu faça anotações?
Porque fazer anotações é fundamental

PARTE II
ENTREVISTE O ENTREVISTADOR
89. Capítulo 6
Perguntas para headhunters, recrutadores e agências
de colocação de pessoal
Intermediários importantes na sua busca por emprego

99. Capítulo 7
Perguntas para o pessoal de recursos humanos
Faça com que o RH trabalhe a seu favor
113. Capítulo 8
Perguntas para o gerente responsável pela contratação
A única pessoa que pode lhe dar o que você quer

PARTE III
O CICLO DE VIDA DA PERGUNTA
151. Capítulo 9
Perguntas exploratórias
Mostram que você investiu na função e nivelam
o campo de jogo

165. Capítulo 10
Perguntas defensivas
Fazem você saber onde está pisando e o ajudam
a não cometer erros

175. Capítulo 11
Perguntas de feedback
Indagam sobre possíveis divergências

185. Capítulo 12
Perguntas que incitam uma ação
Vinte perguntas que pedem o emprego

199. Capítulo 13
Perguntas para superestrelas
Quarenta perguntas “que quase intimidam”,
para quando você sabe que é o melhor

213. Capítulo 14
Você conseguiu a proposta de emprego. Parabéns!
Agora é a hora para fazer todas aquelas perguntas
que você queria

217. Capítulo 15
Você foi mal na entrevista. E agora?
Transforme a rejeição em uma experiência de aprendizagem
PREFÁCIO

PENELOPE TRUNK
CEO, Brazen Careerist
www.penelopetrunk.com

O lugar onde você consegue chegar em quase tudo o que faz é limi-
tado principalmente pela sua capacidade de fazer perguntas. E isso é, sem
sombra de dúvida, verdade se você quiser chegar até o fim na entrevista de
emprego. Ali, sua capacidade de fazer boas perguntas costuma determinar
a diferença entre “parabéns” e “talvez da próxima vez”.
No entanto, o problema é que não aprendemos a fazer boas pergun-
tas. Somos treinados a respondê-las. Mas apenas responder perguntas não
ajuda muito a tornar uma vida interessante nem impressiona o entrevis-
tador. Afinal, se você tiver todas as respostas e as estiver despejando o
tempo todo, você então não estará aprendendo nada de novo.
Tenho obsessão por fazer boas perguntas. Não, não apenas boas,
mas ótimas perguntas. Perguntas que me permitem ficar mais inteligente.
Perguntas que sinalizam o quanto eu respeito a outra pessoa, demons-
trando que o que ela tem a dizer tem valor para mim.
Em nenhum outro lugar o poder de fazer ótimas perguntas tem
um valor mais imediato e capaz de mudar uma vida do que em uma
entrevista de emprego. Ali, a capacidade de um candidato sintetizar a
troca de energia da entrevista de emprego em um conjunto de perguntas
coordenadas separa as superestrelas dos demais concorrentes.
Felizmente, John Kador compilou 301 dessas ótimas perguntas
neste livro. Tenho certeza de que elas serão úteis para você. Mas qualquer
lista, até mesmo uma tão abrangente quanto a que este livro oferece,
não substitui o uso dos seus instintos. As perguntas contidas aqui são
mais bem utilizadas como pontos de partida para aquelas que você
tornará ótimas se falar de acordo com sua personalidade, sua ambição e

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A VAG A É S UA

o conjunto de circunstâncias que lhe são peculiares. O truque é sempre


honrar sua identidade.
Talvez todos os meus livros e posts no blog sejam efetivamente sobre
a minha obsessão por uma ótima pergunta. Por exemplo, um dos meus
recentes discursos retóricos sobre como os blogs precisam de assuntos
é, na verdade, sobre como todo ótimo blog se baseia em uma ótima
pergunta. Você quer um exemplo de uma ótima pergunta? Tente esta:
“Como podemos melhorar a encruzilhada entre o trabalho e a vida?”.
Ótimas perguntas nos motivam a agir ou motivam a outra pessoa
a agir. E é isso que alguém que está procurando um emprego quer. Ele
quer que o entrevistador aja de forma a promovê-lo na sua condição
de candidato. Sei, com certeza, que as perguntas certas podem fazer o
ponteiro girar na direção do candidato. É claro que não existe nenhuma
garantia, mas, quando dois candidatos são iguais em todos os aspectos,
a balança penderá para o candidato que fizer as melhores perguntas. Eu
já abri três empresas e é assim que eu contrato.

QUANDO FAZER PERGUNTAS


O lugar onde você consegue chegar, em quase tudo, também é limi-
tado pela sua capacidade de fazer suas perguntas no momento certo. Às
vezes, elas se tornam ótimas em função de quando você as faz.
A primeira vez que vi isso na prática foi quando eu estava entre-
vistando uma candidata. Eu comecei com: “Então, por que você não me
conta um pouco sobre você mesma?”. Ela disse: “Bem, primeiro por que
você não me fala um pouco sobre o cargo para que eu possa ajustar minha
resposta às suas necessidades específicas?”.
Fiquei surpresa, mas isso fez muito sentido para mim. Eu lhe falei
sobre o cargo, ela ajustou sua resposta, e eu acabei lhe fazendo uma pro-
posta. Isso mudou a forma de eu pensar sobre entrevistas de emprego.
Esta é a estrutura da entrevista de emprego tradicional: o entrevistador
lhe faz várias perguntas sobre você, descobre do que você gosta e no que
você é bom e personaliza seu comentário à medida que expõe a empresa e o
emprego para você. Esse esquema funciona bem se você não estiver muito
interessado no emprego. Mas, se você chegar na entrevista sabendo que você
quer a vaga, essa estrutura não lhe será benéfica. Isso ocorre porque, se você

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P R E FÁ C I O

realmente quer o emprego, durante a entrevista você estará se esforçando


ao máximo para convencer a pessoa de que você se encaixa nele. Mas a
estrutura da entrevista tradicional só lhe dá a chance de descobrir muita
coisa sobre o que eles estão procurando quando chega ao fim.
Então, ao término da entrevista, o selecionador questiona: “Você
tem alguma pergunta para mim?”. As perguntas que todos recomendam
que você faça são as que vão ajudá-lo a descobrir o que a empresa está
buscando no novo contratado e estão relacionadas às metas e às filoso-
fias da empresa, aos parâmetros do cargo para o qual você está sendo
entrevistado e às expectativas em relação à pessoa que se está buscando.
As respostas a essas perguntas vão ajudá-lo a explicar o motivo pelo
qual você é o candidato ideal para o emprego. Então por que esperar e
deixar para o final? Em vez disso, faça-as o mais perto possível do início.
Não monopolize a conversa, mas tente perguntar um pouco sobre o
cargo no começo da entrevista, para que você também possa ajustar suas
respostas às exigências da empresa.

QUATRO ÓTIMAS PERGUNTAS A FAZER

Com essa estratégia, pensar em perguntas a fazer será fácil, porque


você naturalmente desejará saber o que o gerente que solicitou a con-
tratação está buscando, para que você possa ser a pessoa certa. A seguir,
quatro perguntas que me chamam a atenção:

Quais seriam as três primeiras metas para


a pessoa que assumir este cargo?
Quais são as maiores barreiras a serem superadas neste cargo?

Que tipo de pessoa você acha que terá mais sucesso neste cargo?

Você tem alguma reserva em relação às minhas qualificações?

Se você fizer uma variação dessas perguntas perto do início da entre-


vista – mesmo que você faça apenas uma ou duas delas – você estará em
uma posição muito melhor para brilhar no decorrer de toda a entrevista.
Apesar de ser pouco convencional fazer perguntas perto do início,
em vez de no fim da entrevista, considere que você parecerá mais autêntico

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A VAG A É S UA

procedendo assim. Depois de passar toda a entrevista convencendo o en-


trevistador de que você se encaixa bem no emprego, você provavelmente
não terá mais nenhuma pergunta a fazer.
Então, quando chegar ao término da entrevista e o entrevistador
perguntar: “Você tem alguma pergunta para mim?”, você poderá se
sentir à vontade para dizer: “Não, acho que já fiz perguntas suficientes
para compreender como eu me encaixarei bem neste cargo. Estou muito
empolgado em trabalhar com vocês. Acho que combinamos bem. Você
tem alguma ressalva?”.

QUATRO PERGUNTAS A EVITAR


Nem todas as perguntas são criadas da mesma maneira. Eu men-
cionei quatro ótimas perguntas que candidatos inteligentes podem fazer
nas suas entrevistas de emprego. Então, nada mais justo que mencionar
também as quatro perguntas que devem ser evitadas.

Quantas horas por dia vocês trabalham?


Essa é uma pergunta sobre qualidade de vida. Qualidade de vida é
importante, e se você precisar sair às 17 horas todos os dias, isso é justo,
mas não é algo que o torna automaticamente mais atraente como em-
pregado, então não faça esta pergunta diretamente.
Se você passar por uma entrevista completa e o gerente que solicitou
a contratação não revelar que ele tem uma vida fora do trabalho, não é
necessário perguntar: ele realmente pode não ter. Se você não tem certeza
sobre o horário de trabalho, faça um pouco de pesquisa independente.
Deixe seu carro no estacionamento da empresa e siga funcionários que
não suspeitem de nada para ver quando eles vêm e vão ou vá até um
telefone público e ligue anonimamente para o entrevistador, às 19 horas,
durante quatro noites seguidas, para ver se ele ainda está no escritório.
Mas nunca faça essa pergunta na entrevista.

Se você fosse um animal, qual seria?

Nada abstrato, por favor. Essa pergunta louca acaba com um entre-
vistador. Em casos extremos, pode ser adequado fazer essa pergunta para
testar o que uma pessoa faz sob pressão. Mas, na maior parte das vezes,
como entrevistado, não cabe a você pressionar.

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A maioria das decisões sobre contratação baseia-se na química. Sua


meta principal, quando você passa por uma entrevista para conseguir um
emprego, é fazer com que o entrevistador goste de você. Então, só faça
perguntas que o deixem à vontade.
Se você conseguir fazer isso sem parecer bajulador, pergunte alguma
coisa sobre como o entrevistador se tornou tão incrível. Algo como: “Por
que você decidiu trabalhar para esta empresa?”. Essa pergunta implica
que você se interessa por outras pessoas e que respeita o selecionador.

Acabei de ler que as ações da empresa tiveram


uma queda de 15%. Como estão reagindo?
A não ser que você esteja sendo entrevistado para ser um analista de
mercado de capitais, esqueça as metaperguntas. Se você estiver interessado
no declínio recente da empresa, leia os relatórios do analista.
Uma pergunta como essa revela para um chefe potencial que você
ou está preocupado com a ideia de a empresa estar afundando ou com
detalhes da empresa muito além do âmbito do cargo em questão. De um
jeito ou de outro, a metapergunta definitivamente não grita: “Contrate-
me! Eu serei fácil de gerenciar!”.
Você poderia perguntar: “Quais são as principais metas da empresa
para os próximos trimestres?”. Essa pergunta mostra que você se preo-
cupa com o futuro da companhia de forma relevante para os negócios
imediatos da chefia.

O que precisará ser realizado


neste cargo nos próximos seis meses?
Essa é uma pergunta inútil a se fazer no fim de uma entrevista, mas
essencial para o início. Então a faça durante os cinco primeiros minutos da
entrevista. E depois ajuste tudo o que disser para abordar as metas do cargo.
A regra geral que deve orientar suas preparações é que você nunca
pare de se vender em uma entrevista, mesmo quando fingir que parou de
se vender para fazer uma pergunta.
Boa sorte na sua busca por um emprego!

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INTRODUÇÃO

A situação para quem busca um emprego piorou desde que 201 Best
Questions to Ask on Your Interview foi publicado pela primeira vez em
2002 (sem edição em português). A crise econômica mundial tornou o
processo de encontrar um emprego mais desafiador do que em qualquer
outra época desde a Grande Depressão dos Estados Unidos, após 1929. É
fato que, atualmente, existem no Brasil mais oportunidades de emprego,
mas em todos os níveis a concorrência está mais intensa.
É por esse motivo que as dicas deste livro nunca foram tão fun-
damentais. Já não basta ser simplesmente qualificado. Até mesmo can-
didatos com currículos excepcionais continuam a ter seus esforços
frustrados. Entrevistas de emprego são cada vez mais utilizadas para
eliminar candidatos.
Para ter a chance de conseguir os ótimos empregos que existem
por aí, você precisa se distinguir de muitas maneiras. É necessário fazer
com que sua candidatura se destaque, exatamente porque a maioria dos
outros candidatos não fará isso. É essencial transmitir confiança e segu-
rança, além de mostrar sua capacidade de aprender com terceiros e sua
ousadia – você precisa brilhar na entrevista.
É aí que entra este livro.
Se você quer um emprego no ambiente de negócios atual, é preciso
se diferenciar da concorrência. Isso significa sinalizar o mais rápido e
o mais diretamente possível que você, sozinho, é a solução para o pro-
blema do empregador. Uma das melhores maneiras de fazer isso é pela
qualidade e inteligência das suas perguntas. Talvez a melhor maneira de
se diferenciar seja exatamente fazendo perguntas diferenciadas. Boas

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A VAG A É S UA

perguntas demonstram que você é curioso, capaz de se desenvolver por


meio de coaching, atento e engajado – em outras palavras, que é a solução
ideal para o problema do empregador. Este livro vai muni-lo com novas
perguntas e técnicas de entrevista para que você se venda e consiga o
emprego que deseja.
Bem-vindo a A vaga é sua – 301 perguntas inteligentes para você
fazer na sua próxima entrevista de emprego, agora lançado no Brasil.
Reconhecendo o mercado de emprego cada vez mais competitivo,
este livro foi expandido com 100 perguntas inéditas, projetadas para
posicioná-lo na vanguarda, e as que já constavam da primeira edição
foram atualizadas e incrementadas, para fazer com que sua candidatura
seja um sucesso.

UMA NOVA DEFINIÇÃO DE PERGUNTA


Em primeiro lugar, abandone a noção do que convencionalmente se
considera uma pergunta. Neste livro, não estou falando da definição da
palavra no dicionário: “Uma sentença, frase ou gesto interrogativo que
requer uma resposta factual”.
No contexto de entrevistas de emprego, deixe-me sugerir esta defi-
nição funcional de pergunta:

Uma expressão de investigação que comunica sua curiosidade


com foco no problema a ser solucionado, sua confiança, inteligência
prática e capacidade de desenvolvimento, e uma atitude positiva
que aumenta a probabilidade de lhe oferecerem um emprego.

Você percebe a diferença? Não se trata mais de receber informações,


mas de fornecer informações.
É pura perda de tempo e de oportunidade fazer perguntas cujas
respostas você pode obter sozinho, com uma simples pesquisa. Fazer
perguntas como “Quando a empresa foi fundada?” ou “Quem é o prin-
cipal concorrente da empresa?” sugere ao entrevistador que você pode
ser curioso, o que é bom, mas prova que você é preguiçoso, o que vai lhe
custar uma oportunidade de se destacar entre outros candidatos. Uma visita
ao site da empresa e uma busca na internet podem revelar rapidamente as

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INTRODUÇÃO

respostas. Além do mais, de que forma essas duas questões o ajudariam


a avaliar o emprego?
Considere o quanto as seguintes perguntas são mais fortes e focadas:

Que soluções vocês esperam


de mim nos primeiros 60 dias?
Perceba quanta força está contida nessa pergunta de dez palavras.
Ela comunica imediatamente ao entrevistador que você está voltado para
a solução, focado em resultados rápidos e disposto a ser responsável por
esses resultados. A resposta à pergunta é importante se o entrevistador
conseguir articulá-la. Anote-a. Mas, independentemente de a pergunta
estimular uma resposta que gere uma ação ou não, fazê-la fará com que
sua candidatura avance.

Eu quero muito este emprego. Agora que


já conversamos, você tem absolutamente
qualquer ressalva em relação às minhas
qualificações ou à minha experiência?
Que tipo de pergunta é esta? Parece perigoso questionar o entre-
vistador sobre o que ele não gosta em você. Mas pense nisso por um
momento. Essa pergunta emana uma grande segurança e faz com que
você se destaque. Tenha a certeza que poucos dos seus concorrentes
farão uma pergunta tão ousada. E talvez, apenas talvez, o entrevistador
responda revelando uma divergência à qual você possa responder. Se você
não tivesse feito a pergunta, isso não teria sido resolvido.

Até aqui, tudo nesta entrevista me dá a impressão de


que minha experiência e minhas qualificações combinam
perfeitamente com o cargo que você descreveu. Eu sei
que sua recomendação do melhor candidato tem
muito peso no processo de seleção. Posso ter seu apoio?
Outra pergunta ousada. Você está comunicando seu desejo pelo
emprego, mas perceba que não está pedindo o emprego em si. Você está
pedindo o apoio do entrevistador. É pouco provável que o entrevistador
responda a pergunta diretamente, e é possível que você obtenha uma

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A VAG A É S UA

resposta como: “Bem, ainda temos vários candidatos a serem entrevis-


tados”. Não importa. Você alcançou sua meta. Nenhum outro candidato
comunicou uma confiança tão voltada para a ação. E, se o emprego tiver
qualquer elemento de vendas, você terá comunicado sua capacidade
de “fechar a venda”, um requisito fundamental que qualquer gerente de
vendas exige de candidatos para cargos relacionados a vendas.

PERGUNTAS PARA VOCÊ SE DIFERENCIAR


Atualmente, os entrevistadores querem ter uma evidência imediata
de que você é voltado para a ação, engajado para o longo prazo, compro-
metido e curioso. Esses são os atributos que farão com que você consiga
um emprego. Se você agir passivamente, não for engajado, for centrado
em si mesmo e demonstrar apatia, você será rejeitado. Sua capacidade de
fazer perguntas significativas informará ao entrevistador se você espelha
o primeiro conjunto de atributos ou o segundo.
As organizações fortaleceram todo o processo de seleção de pessoal
para eliminar amadores, impostores e outros curiosos. A entrevista de
emprego recebeu muita atenção como um veículo fundamental para
alcançar metas organizacionais. Se você já foi entrevistado, sabe que os
empregadores desenvolveram drasticamente técnicas de entrevista e de
seleção mais sofisticadas, e isso está claro em todos os aspectos do processo
de seleção, desde a entrevista de emprego até as verificações minuciosas
do seu passado profissional.
Muitas pessoas que buscam um emprego pensam que a meta princi-
pal é chegar à entrevista. Estão erradas! Se você acha que a meta principal
de quem busca um emprego é conseguir uma proposta de emprego, você
está ficando mais quente, mas continua um pouco atrás. Na realidade, a
meta principal é conseguir uma proposta para um emprego que combine
bem com seus requisitos de curto e longo prazos.
Para tornar o livro mais realista, solicitei a centenas de recrutadores,
orientadores de emprego (job coaches) e gerentes responsáveis por con-
tratações que expressassem as perguntas boas e ruins mais memoráveis
que eles já ouviram de candidatos a emprego. Algumas são brilhantes em
termos do seu insight, da sua profundidade e da sua elegância. Já outras
são igualmente eficazes na direção oposta – fazem com que a entrevista
termine mal para você. Sendo as perguntas memoravelmente boas ou

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INTRODUÇÃO

memoravelmente ruins, você pode aprender com as primeiras e evitar


as últimas. As melhores perguntas, com comentários dos recrutadores,
estão espalhadas ao longo do livro.

COMO ESTE LIVRO É ORGANIZADO


O livro divide-se em três seções. A Parte I discute as regras para se
fazer as melhores perguntas. O Capítulo 1, “Por que você precisa fazer
perguntas?”, analisa por que é de suma importância fazer perguntas, e
oferece algumas diretrizes para fazê-las da maneira mais contundente
possível. O Capítulo 2, “Assuntos sobre os quais você não deve fazer
perguntas”, mostra quais assuntos você deve evitar. Os Capítulos 3, 4 e 5,
“Quando perguntar”, “Faça seu dever de casa” e “Você se importa que eu
faça anotações?”, lidam com as questões de tempo oportuno, de pesquisa
e anotações, respectivamente.
A Parte II lista a maioria das 301 melhores perguntas prometidas
no título do livro. Trata-se das questões que você utilizará para formar
a base de perguntas que você deverá fazer na sua próxima entrevista de
emprego. Algumas são mais adequadas para diferentes tipos de situações
de entrevista. O Capítulo 6 traz perguntas a serem feitas a headhunters,
recrutadores e a agências de colocação de pessoal. O Capítulo 7 tem
perguntas a serem feitas ao pessoal de recursos humanos. E o Capítulo 8
fornece perguntas a serem feitas ao gerente responsável pela contratação.
Espero que você considere a Parte III especialmente útil. Ela tra-
ta dos cenários mais comuns em entrevistas de emprego e recomenda
perguntas cruciais para cada um deles. Por exemplo, o Capítulo 9, “Per-
guntas exploratórias”, analisa perguntas que demonstram seu interesse,
tanto pelo emprego quanto pela empresa. O Capítulo 10, “Perguntas
defensivas”, protege-o contra aceitar o emprego errado. O Capítulo 11,
“Perguntas de feedback”, concentra-se em questões que permitem que o
entrevistador identifique divergências para que você possa lidar com elas.
O Capítulo 12, “Perguntas que incitam uma ação”, sugere maneiras de
enunciar a sua pergunta de forma a efetivamente pedir o emprego, um
passo importante que a maioria dos candidatos não percebe. O Capítulo
13, “Perguntas para superestrelas”, lista as perguntas mais ousadas com
as quais apenas os candidatos mais qualificados conseguem lidar. Mas
como você é altamente qualificado, essas perguntas também poderão ser

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A VAG A É S UA

apropriadas para você. O Capítulo 14, “Você conseguiu a proposta de


emprego. Parabéns!”, lida com o desfecho feliz: você recebeu uma pro-
posta e quer o emprego. Naturalmente, você ainda terá várias perguntas
a fazer. O Capítulo 15, “Você foi mal na entrevista. E agora?”, examina a
quase certeza de que pelo menos algumas das suas entrevistas não foram
bem encaminhadas. Não desanime. Ainda há esperança, se não de outra
oportunidade na empresa, então pelo menos de uma oportunidade de
aprendizagem poderosa.
A novidade desta edição são as perguntas “Do campo”. Contatei
vários profissionais de RH e recrutadores para que eles pudessem falar
diretamente com você sobre a importância de fazer perguntas e pudessem
contribuir com aquelas que eles consideram as melhores dentre as que já
lhes foram feitas. Deixe esses profissionais serem seu guia.
Agora estamos prontos para formular as perguntas que resultarão
nas entrevistas de emprego mais memoráveis e eficazes. Vamos começar.

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PARTE I
AS REGRAS DO JOGO

A pergunta mais importante do entrevistador


em uma entrevista de emprego costuma ser a última.

A última pergunta do entrevistador geralmente (mas não sempre)


demora a ser feita na entrevista de emprego. É nesse momento que o
entrevistador dá um sorriso, inclina-se para a frente e diz: “Agora, você
tem alguma pergunta para mim?”.
Não deixe que o sorriso o engane. Esse é um momento sério na en-
trevista. Sua resposta pode determinar se você será excluído da triagem
ou se vai continuar um candidato viável. Se você lidar corretamente com
a situação, sua atitude pode lhe ser favorável.
Algumas pessoas dizem que não existe pergunta estúpida, apenas
respostas estúpidas. Nenhum entrevistador acredita nisso. Como tão a
propósito demonstrado neste livro, com exemplos retirados de entrevistas
reais, perguntas absurdamente estúpidas são feitas todos os dias. Parale-
lamente, os candidatos também podem fazer perguntas brilhantes. Fazer
uma pergunta interessante não requer um esforço tão maior do que fazer
uma pergunta estúpida. Então a escolha é sua. Você poderá ser lembrado
por fazer perguntas realmente estúpidas, tediosas, nenhuma pergunta ou
perguntas realmente incríveis. A escolha depende de você.
Este livro o prepara para a parte mais desprezada da entrevista de
emprego: sua oportunidade de fazer perguntas. A Parte I esboça algumas
regras e princípios que você pode aplicar às suas indagações, de forma a

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A VAG A É S UA

fazer mais perguntas ótimas e menos perguntas ruins. Contudo, primeiro


vamos fazer um teste rápido.
Dos cinco comportamentos a seguir, qual deles você acha que os
recrutadores consideram o mais imperdoável?

1. Exibir uma aparência pessoal desleixada


2. Enfatizar demais o dinheiro
3. Não olhar para o entrevistador durante a entrevista
4. Não fazer perguntas
5. Chegar atrasado para a entrevista

A resposta é a de número 4: não fazer perguntas. Você está surpre-


so? Não perguntar nada representa o principal comportamento que faz
com que os recrutadores percam a confiança nos candidatos, de acordo
com um levantamento, evidentemente não científico, com mais de 150
recrutadores, orientadores de emprego (job coaches) e gerentes responsá-
veis pelas contratações. Ainda assim, não é ousado demais afirmar: não
é possível ter êxito em uma entrevista de emprego sem fazer algumas
perguntas bem-consideradas.
É claro que até mesmo ótimas perguntas não farão com que você
consiga uma proposta de trabalho, caso cometa erros. A seguir, pela
ordem decrescente, as atitudes que quase sempre condenam candidatos:

1. Não fazer perguntas


2. Condenar o antigo empregador
3. Ser incapaz de aceitar críticas
4. Exibir aparência pessoal desleixada
5. Mostrar-se indeciso, descrente, preguiçoso
6. Ter uma atitude arrogante, agressiva demais, ser um “sabe-tudo”
7. Chegar atrasado para a entrevista
8. Não olhar para o entrevistador durante a entrevista
9. Não conseguir se expressar claramente
10. Enfatizar excessivamente o dinheiro

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