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SÍNTESE DE IDEIAS

ARTIGO: A CRIANÇA SOB A ÓTICA DA PSICANÁLISE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Freud descortina uma concepção de criança que sente e vive conflitos e é portadora de
sexualidade, escapando ao controle da educação. Como todas as representações, esta não
existe desde sempre, sujeita a aportes idiossincráticos e às modificações no espaço-tempo, é
literalmente uma invenção da Modernidade.

Philippe Ariès faz uma demonstração de como se alteram as posições que a criança
ocupa de acordo com o decorrer Histórico, considerando as idiossincrasias de determinadas
sociedades:

Na sociedade Medieval: A criança como “mini-adulto”

1. Não se encontra sentimento de infância ou consciência da particularidade


infantil que faça distinção entre a criança e o adulto;
2. À medida que se torna mais independente da mãe a criança vai se inserindo no
grupo dos adultos fazendo, a partir daí, seu aprendizado para a vida
a. Participa das mesmas atividades;
b. Frequenta os mesmo espaços.
3. A transmissão de conhecimento:
a. É separada de instituições especializadas e de textos escritos
b. Escola era exceção. A regra comum a todos era a aprendizagem (por
estamento??)

Na sociedade Moderna (séc. XVII) sob o escopo dos moralistas.

1. Neste período, “o apego à infância e à sua particularidade se exprimia por


meio do interesse psicológico e da preocupação moral”, visando a disciplina e
racionalidade dos costumes.
2. A criança é vista como imperfeita;
3. Surge a necessidade de corrigi-la e torna-la um adulto melhor, honrado;
4. A educação em estabelecimentos de ensino ganha importância para:
a. Proporcionar uma educação moral e intelectual valendo-se de:
i. Disciplina rígida
ii. Castigo corporal
iii. Surras quando necessário
b. Tendo como objetivo “fazer dessas crianças pessoas horadas e probas
e homens racionais”
5. A preocupação moral gera a ideia da inocência infantil;
a. Para proteger a criança representada por este ideal, proíbe-se:
i. Contatos e conversas associados a assuntos sexuais para não
as corromper.
6. Surgimento da preocupação em se separar e distinguir adultos de crianças:
a. Marcada pelo critério da humilhação: sentimento mais elementar de
sua fraqueza, que a rebaixa ao nível das camadas mais inferiores...
para distingui-la e melhorá-la.
i. O sentimento de que a criança é uma frágil criatura de Deus
que precisa ser, ao mesmo tempo, cuidada e disciplinada
passa a ser responsabilidade da família.
b. Surgimento da preocupação com o corpo que goza de boa saúde
(higiene e saúde).
c. A criança vai ocupando lugar central na família;
d. Para dar conta desta nova demanda originada dessas preocupações
temos a organização das escolas:
i. Início da separação de alunos por idade;
ii. Em classes regulares;
iii. Cada vez mais rigorosa nos anos subsequentes.
iv.

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