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Revista AMAzônica, LAPESAM/GMPEPPE/UFAM/CNPq/EDUA

ISSN 1983-3415 (versão impressa) - ISSN 2318-8774 (versão digital)

Ano 6, Vol XI, número 2, 2013, Jul-Dez, pág. 451-461.

ACERCA DA LINGUAGEM INTERNA1

Pietr Y. Galperin, Universidade de Moscou2

RESUMO: O texto registra uma dimensão da teoria das ações mentais descrevendo
resultados de pesquisas acerca da linguagem interna. Destaca que linguagem interna
pressupõe, por um lado, uma linguagem-comunicação e, por outro, tudo aquilo que „se
subentende” e sobre o que se pensa sem a ajuda da linguagem, que dizer, ideias e
pensamentos liberados da linguagem. Conclui sinalizando que o estudo destas ações
mentais durante o processo de formação abre novas possibilidades metodológicas para
a investigação do pensamento verbal oculto.

Palavras-chave: Linguagem interna; Ações mentais; Galperin.

ABOUT THE INTERNAL LANGUAGE

ABSTRACT: The text records a dimension of the theory of mental actions describing
results of research about the internal language. Stresses that internal language
presupposes, on the one hand, a language-communication and, on the other hand, all
that ' meaning "and about what you think without the help of the language, that is
freed ideas and thoughts of language. Concludes signaling that the study of these
mental actions during the process of methodological training opens up new
possibilities for the investigation of hidden verbal thought.
Keywords : Internal Language; Mental actions; Galperin

Na psicologia soviética, os conhecimentos acerca da linguagem interna devem-

se principalmente a L. S. Vigotsky. De acordo com suas investigações, a

linguagem interna se forma a partir da linguagem externa mediante a mudança

de sua função e como consequência deste de sua estrutura. Por ser meio de

comunicação das ideias a outras pessoas, a linguagem se converte em um meio

de pensamento “para si”. Desta linguagem se elimina tudo o que “eu já sei” e

se converte em uma linguagem abreviada e descontínua, “elíptica” e

predicativa (L. S. Rubinstein não considera geral esta ultima característica;

1946:414). Regularmente a linguagem interna tem lugar “para si” “no interior”,

1
Informes da Academia de Ciências Pedagógicas da URSS, núm.4, 1957.
2
Tradução: Suely Aparecida do Nascimento Mascarenhas- Universidade Federal do Amazonas-Brasil,
revisão final Isauro Beltrán Nuñez, UFRN, Brasil &Gloria Fariñas León, Universidade de Havana- Cuba.

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porém também pode ser realizada em voz alta, por exemplo, ao ter dificuldades

no pensamento, quando nos encontramos sós ou quando esquecemos aos que

nos rodeiam. Esta saída natural da linguagem interna ao exterior, L. S.

Vigostiksy utilizou como método de investigação que em seu tempo teve uma

grande importância, ao mostrar a origem externa da linguagem interna e suas

relações naturais com o pensamento.

De acordo com esta concepção, a linguagem interna pressupõe, por um lado,

uma linguagem-comunicação e, por outro, tudo aquilo que „se subentende” e

sobre o que se pensa sem a ajuda da linguagem, que dizer, ideias e

pensamentos liberados da linguagem. Precisamente a confrontação com eles

permite explicar e definir a linguagem, porém em comparação com a

comunicação verbal, é uma linguagem especial, uma forma de pensamento. A

linguagem interna surge a partir da linguagem externa e graças ao pensamento

que se oculta por trás dessa linguagem, suas partículas sem conexão realizam

um papel consciente e a referida linguagem serve genérica e funcionalmente

como meio para passar da linguagem externa à pura ideia e dela à linguagem

externa. Sem isto ( linguagem externa e pensamento) e sem a vinculação direta

com eles, a linguagem interna ( como comprovou Vigotsky) não pode existir

nem ser compreendida. Sem dúvida, desde os tempos de Vigotsky à atualidade,

nossos conhecimentos acerca do pensamento e da linguagem, assim como

nossa compreensão de suas relações, progrediram muito.

A linguística e a psicologia soviética não reconhecem a existência de “ideias

puras”, de pensamentos liberados de linguagemi. A esta posição geral da

psicologia se inclui uma série de fatos especiais; por exemplo, resultou que

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inclusive as representações visuais não podem ser um apoio seguro da

atividade mental se não são previamente processadas sobre a base da

linguagem (Ignatiev, 1954, 1957).ii O segundo sistema de sinais é uma

condição indispensável para a formação de um plano independente e interno da

consciência à par com o plano da percepção externa ( Galperin & Talizina,

1957). Não há dúvida de que em todos os casos o pensamento humano é

totalmente verbal e se este aparece “liberado” da linguagem ( em determinada

forma interna, isto deve ser motivo de uma explicação especial. O ponto de

vista de que existe o “ pensamento puro” e ideias que são difíceis de expressar

com palavras tem uma origem muito remota e foi reconhecida por quase todos

nos tempos de Vigotsky. Esta opinião se baseou na experiência amplamente

difundida do “martírio da palavra”, sobre a qual frequentemente também falam

de um modo pitoresco os poetas e escritores, sem dados experimentais. No que

respeita os últimos, estes são resultados de investigações realizadas utilizando a

“introspecção sistemática “ sobre o processo de solução de problemas (

incluindo os mais simples e com material sensorial direto). Estes resultados se

confirmavam cada vez que o processo mental era observado “ a partir de

dentro” ( o que se considerava equivalente a seu estudo em sua forma própria),

por outro lado, as tentativas por registrar a participação dos órgãos

articulatórios motores no processo de pensamento ( vejam por exemplo as

interessantes investigações de A. N. Sokolov, 1956, 1957), nos leva à

conclusão de que sem a tarefa se refere a um campo bem assimilado, então o

trabalho intelectual realizado mentalmente não é acompanhado com a

participação destes órgãos (pelo menos na forma como se pode registrar com

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os meios atuais). A dedução que se faz destas investigações assinala que

quando a atividade intelectual não tem dificuldades, então nem a introspecção

nem o registro do estado dos órgãos articulatórios motores revelam a

participação da linguagem no processo de pensamento.

Evidentemente não podemos ignorar esses fatos, porém por si mesmos são

insuficientes para chegar a uma conclusão bem fundamentada acerca da

existência de “um pensamento puro” e de “ideias puras”. Para isso se requer

uma suposição a mais: que pela via da introspecção as observações revelem

diretamente a natureza dos fenômenos psíquicos e que , pela via dos órgãos

periféricos de linguagem, este estado esteja relacionado em uma só direção

com o processo central de pensamento verbal.

É verdade que esta valoração da introspecção está amplamente difundida na

psicologia burguesa, embora a inclusão neste campo não seja aceita por todos.

Na psicologia soviética é considerada incorreta; os dados da introspecção, do

mesmo modo que em qualquer outro fenômeno, são reconhecidos somente

como fenômenos e não como a essência dos processos observados (Teplov,

1953). Em nosso caso, estes fenômenos expressam como transcorre o

pensamento (na introspecção), porém não qual é o pensamento na realidade.

Assim mesmo a fisiologia e a psicologia soviética não considera que entre os

órgãos periféricos e os processos do córtex cerebral exista sempre a mesma

relação. Pelo contrário, um critério elementar é que, dadas certas condições,

estas relações variam, particularmente quando se forma um estereotipo

dinâmico, quer dizer, ao formar-se o hábito. Por isso é que se em certos casos o

pensamento, “para si “ tem lugar sem a participação dos órgãos articulatórios,

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isso não quer dizer que o processo central de pensamento não esteja

relacionado com a representação central da linguagem. Do fato de que em

determinadas condições nem a introspecção nem o registro objetivo dos

órgãos articulatórios revelem a participação da linguagem no processo de

pensamento, não se deduz que exista o “ pensamento puro” e as ideias

desprovidas da envoltura verbal. Não há evidencia científica que demonstre sua

existência. Porém o que pode dizer de positivo a psicologia ( a psicologia não a

linguística) acerca da natureza verbal do pensamento que antes se considerava

desprovido de linguagem? É evidente que para isso se necessita conhecimentos

que se obtenham de outras fontes que não sejam a introspecção ou o registro da

atividade dos órgãos periféricos. Aí aparece em toda sua significação o

problema da metodologia da investigação. O ponto de vista acerca da

existência do “pensamento puro” sempre esteve determinado pelo fato de que

os conhecimentos psicológicos sobre o pensamento ( em seu extremo

subjetivo) e aos fenômenos de linguagem ( em seu extremo executor ). Sem

dúvida, os processos centrais do pensamento e da linguagem ficaram fora dos

limites da investigação objetiva.

As investigações realizadas anteriormente acerca da formação das ações

mentais ( Galperin, 1954, 1957) revelam novas possibilidades neste sentido. De

acordo com estes estudos, a ultima etapa, a conclusão da ação mental, constitui

um tipo especial de linguagem que de acordo com suas características deve ser

denominada “linguagem interna” e vai acompanhada pelo fenômeno chamado

“pensamento puro”. Sem dúvida, devido ao que agora sabemos de e que forma

se obtém, compreendemos também o conteúdo real dos processos e a causa

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pela qual esse conteúdo adquire tal aparência. Estas transformações têm lugar

da seguinte maneira:

A formação da ação mental passa por cinco etapas: a primeira pode-se

denominar a criação de algum assim como um “projeto de ação”, a base

orientadora com a que depois o sujeito se guia para realizar a ação. Na segunda

etapa, se cria de forma material ( ou materializada) essa criação, a primeira

forma real no sujeito. Na terceira etapa a ação se separa das coisas ( ou de suas

imagens materiais) e passa ao plano da linguagem em voz alta. Na quarta etapa

a ação se realiza mediante a conversação “para si‟, todavia, imprecisa em seus

componentes verbais e conceituais. Esta ação no plano da “linguagem para si”

na seguinte etapa se transforma em um processo automático, e a consequência

dele, precisamente em sua parte verbal se alia à da consciência, assim o

processo verbal se converte em um processo oculto e, em seu sentido mais

completo, em um processo interno.

Desta forma, a linguagem participa em todas as etapas da formação da ação

mental, porém de deferente modo. Nas primeiras etapas de formação da ação

mental, porém de diferente modo. Nas primeiras etapas “ diante dos objetos” e

a ação material, a linguagem server somente como sistema de indicações desta

realidade material; ao impregnar-se da experiência desta ultima, a linguagem

nas três etapas seguintes se converte na única base de ação material, a

linguagem serve somente como sistema de indicação desta realidade material;

ao impregnar-se da experiência desta ultima, a linguagem nas três etapas

seguintes se converte na única base da ação, que daí em diante se realiza

somente na consciência. Não obstante, também em cada uma destas etapas o

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mesmo forma um tipo especial de linguagem. A ação em um plano de

“linguagem em voz alta sem objetos” se forma sob o controle de outra pessoa

e, sobretudo, como informação acerca dessa ação. Para o que aprende a realiza-

la isto significa a formação da consciência objetivo-social da ação dada,

moldada com a linguagem estabelecida, que dizer, a formação do pensamento

objetivo-social acerca da ação. Deste modo, na primeira etapa propriamente

verbal o pensamento e a informação constituem aspectos indivisíveis de um

processo único, que dizer, da ação teórica conjunta. J já aí o acento psicológico

pode se por em um e outro aspecto e, de acordo com isto, as formas de

linguagem modificam de linguagem-informação para outra pessoa à

linguagem-informação para si mesmo ( neste último o objetivo é a exposição

da atividade de modo independente à construção ideal de seu conteúdo

objetivo). Depois esta “ação linguagem sem objetos” começa a realizar-se para

si, silenciosamente, e como resultado disto se obtém a “ linguagem para si”.

Nesta linguagem, ao princípio, é como se dirigisse a um interlocutor

imaginário, sem dúvida, à medida em que a ação se assimila, o controle

imaginário de outra pessoa cada vez mais se afasta mais e um plano posterior e

a transformação mental do material inicial, que dizer, o pensamento

propriamente dito, se torna cada vez mais predominante. O mesmo ocorre com

todas as etapas, a ação na “linguagem para si” se assimila a partir de diferentes

aspectos: com material variado, com expressões verbais diversas e com

integridade diferencial das operações que compõem a ação. Gradualmente se

passa a formas cada vez mais abreviadas da ação e, por ultimo, à sua forma

mais abreviada, ou seja a ação mediante a formula, em que da ação ficam, em

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realidade, somente os dados iniciais e o resultado já conhecido pela

experiência anterior. Nestas condições se desenvolve o estereotipo natural da

ação e, com ele, sua rápida automatização. Por sua vez esta ultima dá lugar ao

passo da ação e a periferia da consciência e posteriormente mais além de seus

limites. Está claro que o pensamento para si se converte em um pensamento

verbal oculto “ na mente”. Agora seu resultado aparece como “instantâneo” e

sem relação aparente com o processo verbal, já que fica fora dos limites da

consciência. De acordo com um agudo experimento de I. Pavov (1951), o

transcurso do processo automatizado ( do estereotipo dinâmico) se reflete na

consciência em forma de sensação. Esta sensação tem uma significação de

controle, já que tanto durante o processo verbal com a forma assinalada como

durante qualquer processo automatizado, a sensação mantém o controle. Por

essa mesma razão ( ausência do processo verbal na consciência), dita sensação

de nossa atividade se relaciona diretamente com seu produto e se percebe como

uma ação ideal a respeito dele, como ideia acerca do mesmo. Ao final de todas

estas mudanças, a ação verbal oculta aparece na introspecção de um

“pensamento puro.”

O aspecto fisiológico deste processo reveste um interesse especial. A

automatização da ação verbal implica a formação de seu estereotipo dinâmico e

este ultimo, é a formação de uma relação direta entre os elementos centrais do

processo verbal, que antes foram separados pelo trabalho dos órgãos

executores. Previamente a formação do estereotipo dinâmico foi necessário

pronunciar a palavra para que na consciência apareceria claramente seu

significado; agora entre a forma sonora da palavra e seu significado se

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estabelece uma relação direta e um estímulo que passa diretamente do ponto

nervoso, relacionado com a forma sonora da palavra, ao ponto nervoso

responsável pelo seu significado, invadindo a rota através da periferia verbal

motora P. K. Anojin (1949; 1955) presta especial atenção a esta abreviação do

processo fisiológico. Evidentemente, neste caso o processo verbal central pode

também não ir acompanhado por mudanças nos órgãos verbais motores. Desta

maneira, as propriedades da ultima forma da ação mental aclara aquelas

particularidades do pensamento verbal oculto, que provoca tantas confusões na

compreensão do pensamento e da linguagem quando se analisam sem ter em

conta sua origem como fenômenos existentes já preparados.

O processo de automatização não abarca de imediato toda a composição da

ação verbal porque inclusive depois, quando este processo tenha terminado, a

ação tem lugar em forma de descrição somente assim a nova tarefa encontra

obstáculos. Se tais obstáculos se apresentam, então o reflexo de orientação, a

atenção, se dirige para a dificuldade, o que provoca na zona dada o passo da

ação ao nível mais simples e elementar ( em nosso caso, à realização não

automatizada “ na linguagem externa para si”). Este fato conhecido há muito

tempo da psicologia, tem sido também explicado a partir do ponto de vista

psicofisiológico por A. N. Leontiev (1954) como o resultado da excitação das

zonas antes inibidas como consequência de uma indução negativa a partir de

um novo foco que corresponde ao novo objeto de atenção. Porém como isto se

refere a aspectos isolados de um processo mais amplo, as partículas da

“linguagem interna para si” que correspondem a essas zonas aparecem soltas,

sem conexão e o observador as percebe por fragmentos verbais sem conexão.

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Desta maneira, esses fragmentos verbais constituem em si o resultado da

transição parcial do pensamento verbal oculto e automatizado do pensamento

manifestadamente verbal e “voluntário”, que dizer, o retorno parcial da

linguagem interna à “linguagem externa para si”. Tanto por sua função como

por seus mecanismos e a forma como se realizam, ditos fragmentos pertencem

à “linguagem externa para si”. Ao não dispor de dados acerca deste tipo de

linguagem, nem acerca da natureza real do que se representa como

“pensamento puro”, Vigotsky considerava estes fragmentos como um tipo

especial de linguagem, como a linguagem interna. Porém, agora vemos que

eles não formam nem a linguagem interna nem em, em geral, um tipo especial

de linguagem.

Se pode e se deve chamar “linguagem interna, no verdadeiro sentido da

palavra, àquele processo verbal oculto que não se pode revelar nem pela

introspecção nem pelo registro dos órgãos motores da fala. Essa linguagem

interna se caracteriza não por sua fragmentação e incompreensividade externa,

mas por uma estrutura interna nova, quer dizer, pela relação diretado aspecto

sonoro da palavra com seu significado e pelo fluxo automático durante o qual o

processo propriamente verbal fica fora dos limites da consciência,

conservando-se nesta ultima somente seus distintos componentes (que

aparecem por ele sem uma relação aparente com a linguagem restante) em cujo

fundo estão os significados aparentemente liberados daquela linguagem, em

uma palavra, em forma de “pensamento puro”.

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O estudo destas ações mentais durante o processo de formação abre novas

possibilidades metodológicas para a investigação do pensamento verbal oculto.

Em geral, essas possibilidades se limitam a dois procedimentos mediante os

quais dirigimos regularmente a marcha desse processo. Estes consistem na

mudança sistemática das condições na quais se propõe que se realize a ação e

na elaboração sistemática das condições nas quais essa ação se faz possível.

Em ambos os casos o sistema está determinado pela sucessão das propriedades

fundamentais da ação, de seus parâmetros e, dentro de cada um destes, de seus

índices. Sobre a base do conhecimento de tal sucessão construímos a ação

mental, a qual possui determinadas propriedades que se manifestam em

condições bem definidas. Devido a que nós mesmos construímos a ação,

sabemos com exatidão de que e por que meio se forma dita ação e o que esta

ação representa em cada nova forma sua a conhecemos, isto pelo resultado da

ação, quando não a vemos.

Referência:

GALPERIN, P.Y. Informes da Academia de Ciências Pedagógicas da URSS,


núm.4, 1957.
GALPERIN, Piotr Iakovlevitch , Acerca del lenguaje interno , páginas 91-97.
In: QUINTANAR, R. L & SOLOVIEVA, Y. Las funciones psicológica en el
desarrollo del niño, México, Trillas, 2011.
Recebido em 30/6/2013. Aceito em 30/9/2013.
____
Contatos: Suely Mascarenhas-UFAM – E-mail:suelyanm@ufam.edu.br
Isauro Beltrán – UFRN – E-mail:Isaurobeltran@yahoo.com.br
Gloria Fariñas León – UH, Cuba – E-mail:Glofaleon2009@gmail.com

i
Aqui nos referimos ao pensamento em imagens, o qual constitui um tipo totalmente diferente de pensamento.
ii
Este é um fenômeno especial e ademais confuso pelo fato da dependência das imagens eidéticas ao caráter do
processamento verbal.

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