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CURSO PSICOTERAPIA BREVE

Saúde/Doença e Desenvolvimento e Psicoterapia Breve na Velhice

Profa Dra Carmen Maria Bueno Neme

Desenvolvimento - o que é?
• Conjunto de aquisições, manutenções e mudanças que ocorrem ao longo do tempo,
de maneira ordenada e relativamente duradoura
Afeta:
• Estruturas físicas e neurológicas
• Processos de pensamento e emoções
• Formas de interação social e outros aspectos do funcionamento biopsicossocial

As fases do desenvolvimento
• Relacionadas à idade, relativamente ordenadas, predizíeis e mensuráveis
• Mudanças universais e normativas (independentes da cultura)
• Mudanças qualitativas, com ordem relativamente fixa de sucessão, contínuas e
graduais
• Eventos de vida e diferenças individuais que afetam o desenvolvimento
Ex: doenças graves, hospitalizações, etc..

Teorias do desenvolvimento
Variam quanto às concepções:
• Importância dos aspectos biológicos X ambientais
• Da participação ativa X passiva do individuo
• Existência de continuidade X descontinuidade entre as etapas de desenvolvimento

Conceitos importantes
• Fatores de Risco – eventos que colocam em risco a saúde e/ou desenvolvimento
• Mecanismos de Proteção – condições e recursos utilizados para eliminar ou diminuir o
fator de risco
Intervenções no ciclo de vida
• Visam atender a problemas específicos evidentes em cada período

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO
VARIAM ENTRE DIFERENTES AUTORES
Certas mudanças de etapas representam,do ponto de vista psicossocial,uma CRISE
Exemplos:
• Crise normal da adolescência; Crise da envelhecença
A DOENÇA - Representa sempre uma crise
 Afeta diferentemente de acordo com a etapa do desenvolvimento
 É melhor enfrentada quando há maior compreensão, maior nível de escolaridade e de
informações disponíveis
 Redes de apoio social (mecanismo de proteção) são sempre importantes, da infância à
velhice

OS IDOSOS
• Segmento que mais cresce na população brasileira e no mundo, especialmente a partir
da década de 1960
• Entre 1991 e 2000: o número de habitantes com 60-69, 70-79 e 80+ anos de idade
cresceu duas a quatro vezes mais (28, 42 e 62%, respectivamente) do que o resto da
população brasileira (14%)

Consequências do crescimento da população idosa


• Uma delas: aumento da demanda por serviços médicos e sociais
Estudos epidemiológicos sobre as condições e determinantes da saúde do idoso
• São fundamentais para conhecer estas demandas e subsidiar políticas de saúde
voltadas a essa população

Estudos epidemiológicos:
Têm mostrado que:
• Doenças e limitações não são consequências inevitáveis do envelhecimento
• O uso de serviços preventivos, eliminação de fatores de risco e adoção de hábitos de
vida saudáveis são importantes determinantes do envelhecimento saudável

Principais formas de adoecimento e causas de morte na velhice:


• Doenças cardiovasculares: principal grupo de causas de mortalidade entre idosos, em
países como os EUA e o Brasil
• Hipertensão arterial, infartos, anginas, insuficiência cardíaca e AVC’s
• Fatores de risco: tabagismo, consumo excessivo de álcool, inatividade física, obesidade
e controle inadequado da hipertensão e do diabetes
• A redução do risco cardiovascular tem-se mostrado custo-efetiva e deveria ser
enfatizada ao longo da vida, da infância à velhice
Outras causas de morte:
• Pneumonia e influenza: importantes causas de hospitalização e morte entre a
população idosa
• Enfisemas e bronquites
• Diabetes
• Todos os idosos deveriam receber, anualmente, vacinação contra a gripe e vacinação
contra pneumonia – ou, pelo menos, uma vez na vida
• Câncer: a morbidade e a mortalidade associadas a diferentes tipos de câncer
aumentam com a idade
• Os cânceres de mama e da próstata: são os mais frequentes entre mulheres e homens
idosos, respectivamente
Na população acima de 60 anos - estudos mostram:
• 66% da população de mais de 60 anos apresentava pelo menos uma doença crônica,
sendo a hipertensão a mais prevalente (Pinelli et al.,2005)
• Maior prevalência de doenças do aparelho circulatório (51,7%), doenças no sistema
osteomuscular (37,9%) e problemas endócrinos, de nutrição ou metabolismo (26,2%) -
em terceiro lugar
• 10,3% dos idosos apresentaram problemas respiratórios
• Menos de 3%, problemas geniturinários, neoplasias, sistema nervoso, de sangue e
transtornos mentais

Caderno de Atenção Básica ao Idoso do Ministério da Saúde


• Destaca a Depressão como uma doença a ser cuidadosamente tratada na população
de idosos
• A depressão é mais frequente nos anos que precedem à aposentadoria, diminuem na
década seguinte e, outra vez, aumentam a prevalência após os 75 anos (BRASIL, 2007).

Doenças do envelhecimento
• Demências e certas doenças degenerativas
• Doença de Alzheimer
• Demências senis
• Demências devido a micro-infartos cerebrais
• Doença de Parkinson
• Esclerose Múltipla
• Outras demências e doenças musculoesqueléticas degenerativas e progressivas
Demência
• É uma prioridade de saúde pública” (OMS, 2012)
• As pessoas que cuidam de portadores de demência estão mais suscetíveis a
desenvolver problemas mentais, como ansiedade e depressão
• Muitos também sofrem com problemas financeiros: os cuidados com o doente geram
gastos excessivos e podem impedir a pessoa de trabalhar normalmente
• A OMS recomenda a existência de cuidadores treinados que possam ajudar os
familiares a lidar com o doente
• Também destaca: profissionais de saúde precisam dar mais atenção à demência e ao
que é necessário para ajudar o paciente e seus cuidadores a terem uma vida melhor

Como anda a saúde de nossos idosos?


• Estudos epidemiológicos de base populacional: ainda são raros no Brasil
• Existe uma evidente carência de informações sobre as condições de saúde da nossa
população idosa
A Epidemiologia
• É definida como o estudo da distribuição e dos determinantes das doenças ou
condições relacionadas à saúde em populações especificadas
• Mais recentemente: foi incorporada à definição de Epidemiologia a “aplicação desses
estudos para controlar problemas de saúde”
Precisamos conhecer
• A distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde, segundo o tempo, o
lugar e/ou as características dos indivíduos
• Ou seja, responder à pergunta: quando, como, onde e quem adoece?

A epidemiologia descritiva:
• Examina como a incidência (casos novos) ou a prevalência (casos existentes) de uma
doença ou condição relacionada à saúde varia de acordo com determinadas
características, como sexo, idade, escolaridade e renda, entre outras

O envelhecimento das populações:


• É um dos mais importantes desafios para a Saúde Pública contemporânea (nos países
em desenvolvimento, o envelhecimento ocorre em um ambiente de pobreza e
desigualdade social)
• No decorrer dos próximos 50 anos: haverá no mundo, mais pessoas acima de 60 anos
do que menores de 15 anos (pela primeira vez na história)
• Portanto: o fenômeno do envelhecimento já não é mais um problema de Primeiro
Mundo
• É um tema que passa a ter grande relevância e dominância no século XXI porque traz
consequências para todos os setores da vida humana

O envelhecimento da população brasileira:


• É reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à
redução da taxa de natalidade
• Ocorre não somente um aumento da população idosa, mas também um
envelhecimento dessa população, com um número maior de idosos nas faixas etárias
mais elevadas

AS CONDIÇÕES DE VIDA DOS IDOSOS


• Têm sido objeto de estudo em diversos campos e áreas científicas, principalmente
após o advento da Política Nacional do Idoso (Lei nº. 8.842 de 04.01.1994) e,
posteriormente, o Estatuto do Idoso (Lei nº. 10.741 de 01.10. 2003), constituindo-se
como uma das diretrizes a capacitação e a reciclagem dos recursos humanos nas áreas
de Geriatria e Gerontologia
• No entanto: muitas questões permanecem ainda em aberto

O ENVELHECIMENTO
• É uma condição pertencente ao homem e aos seres vivos
• É entendido como um fenômeno que se insere num processo de desenvolvimento, de
crescimento, de aprendizagem, de amadurecimento e de aperfeiçoamento humanos
• Assim: o idoso precisa ter atitudes positivas na vida, dentre estas, a primeira: a de
aprender a viver consigo mesmo, a conhecer-se tal como é em todas as dimensões
• Tais atitudes: são necessárias porque não há uma existência humana plenamente feliz
e completamente protegida das intempéries e incertezas da vida
O modelo do desenvolvimento humano em Erikson (1972 e 1982)
• Desenvolvimento: uma sequencia de oito estágios ou idades
• Cada estágio: envolve a superação de um conflito
• A última etapa: corresponde ao culminar do progressivo amadurecimento da pessoa
humana
• A velhice: é última crise, denominada de integridade X desespero
• Nesta fase: se o indivíduo olha para trás e vê o quanto zelou pelas coisas e pessoas e
se adaptou aos triunfos e desapontamentos, ele se integra; se não, se desespera

Um postulado da geragogia (= pedagogia do idoso)


• Desde que se nasce, o processo do envelhecimento se desencadeia
• A velhice deve ser preparada antes da sua chegada, portanto, também pelos mais
jovens
• Um provérbio africano afirma que: “na velhice, se esquenta com a lenha recolhida
durante a juventude”

Condições de vida dos idosos na sociedade atual


• Sentimentos de solidão
• Isolamento social e emocional
• Apatia
• Insatisfação
• Depressão
• Altos índices de asilamento
MOTIVOS: poucos contatos com vizinhos e comunidade em geral, relações interpessoais
limitadas ou ausentes, famílias mais reduzidas, pouca valorização do idoso pela família e
sociedade

Modificações inerentes ao envelhecimento


• Levam a mudanças significativas na personalidade
• Geram sentimentos crescentes de insegurança, medo e tensão
• Levam à baixa autoestima e autoconceito enfraquecido
• Podem conduzir a comportamentos mais rígidos, conservadores e pouco adaptativos

O conceito de velhice
• É de difícil definição pois depende da maneira como o idoso se vê e é visto pelos
outros
• Não existe “a velhice” mas diferentes “velhices”
• Mas: a conotação sociocultural de velhice ainda é preconceituosa, identificando-a
como fase de decrepitude física, feiura e inutilidade
A velhice
• É mais ou menos sofrida e difícil dependendo de como se dá o confronto de valores e
representações sobre a velhice
• Philip Roth em seu livro “Homem comum”(2007), afirma: “A velhice não é uma
batalha; a velhice é um massacre”
A literatura, a prosa e a poesia nos aproximam dos fatos da velhice:
Simone de Beauvoir (1990, p. 35):
“É uma surpresa, um assombro, perceber-se velho. O espelho mostra o que os outros
percebem, mas a pessoa reluta em aceitar a mudança em si própria. Dessa forma, velho é
sempre o outro ...”

PSICANÁLISE E ENVELHECIMENTO
• Freud não elaborou nenhum trabalho especifico sobre o envelhecimento, mas tratou
de alguns temas que contribuíram para se pensar sobre ele
• Ao abordar o luto e a melancolia (1917/1974), Freud contribuiu para a compreensão
das perdas vivenciadas no envelhecimento
• Em seu trabalho “Sobre a Psicoterapia” 1905/1977), Freud diz que a idade do paciente
é importante para o processo de análise
• Ele não recomendava a analise para pessoas com mais de 50 anos (considerado velho,
na época de Freud), tendo em vista a pouca elasticidade mental do idoso

Após 15 anos destas declarações “preconceituosas” de Freud:


Abraham (1919/1970) publicou artigo sobre a aplicabilidade da analise para idosos
• Ressaltou que a idade da neurose era mais importante do que a idade do paciente
• Atualmente: a velhice mudou e a psicanálise também

Atuação do Psicólogo na idade adulta avançada


• Os psicólogos clínicos: depararam-se com uma nova área de intervenção
• Hoje: é consensual a importância da integração dos psicólogos nas equipas
multidisciplinares que trabalham nas unidades de geriatria dos hospitais gerais e
especializados
A Associação Americana de Psicologia (APA)
• Reconhecendo as circunstâncias especiais que envolvem a prática profissional com
este setor populacional, publicou documento que define as principais linhas de
atuação do psicólogo (Guidelines for Psychological Practice with Older Adults, 2004)
O documento da APA (2004: 249):
Reconhece a importância do trabalho psicoterapêutico com adultos seniores – “estas
intervenções podem incluir técnicas individuais, de grupo, conjugais e familiares [...]
Exemplos de intervenções usadas com esta população:
• Revisão de vida e trabalho das reminiscências
• Trabalho de luto
• Psicoterapia focalizada nas tarefas de desenvolvimento e adaptação às mudanças na
idade adulta avançada
• Terapias expressivas para aqueles(as) com maiores dificuldades de comunicação
• Métodos para a promoção das competências cognitivas e programas psicoeducativos
orientados para os idosos, membros das suas famílias e/ou cuidadores”

O envelhecimento é um processo natural, inevitável e contínuo


De acordo com Birren e Schaie (cit. in Lima, 2004a: 134) existem três concepções teóricas
diferentes sobre a natureza da velhice:
• Uma perspectiva: encontrada em muitos estudos psiquiátricos, que encara a terceira
idade como um período de perdas [...]
• Na psicologia social e da personalidade: há descrições abertamente positivas sobre o
processo de envelhecimento [...]
• Posição intermédia: é a proposta do modelo do desenvolvimento coextensivo à
duração da vida = aceita a existência de um desenvolvimento com aspectos positivos e
negativos = em alguns indivíduos, há, sobretudo, perdas, enquanto em outros, há
ganhos”
Independentemente dos modelos teóricos:
• A maioria das representações sociais sobre a velhice estão globalmente povoadas por
atribuições negativas
• Discursos frequentes: o idoso é visto como ser frágil, dependente, pobre, assexuado,
infantil e esquecido

Porem: tal como acontece noutras etapas do ciclo vital


“A velhice é um tempo de exposição a acontecimentos de vida e a transições – cada
um(a) reunindo em si mesmo(a) riscos e oportunidades para o desenvolvimento
psicológico – mas também como um tempo de implementação de estratégias de
confronto e de resolução dos desafios que o decorrer do curso de vida vai lançando ao
potencial adaptativo de cada indivíduo” (Fonseca, 2005: 223).

Todas as transições de vida:


• Colocam o sujeito perante o risco e a oportunidade de mudança, não se devendo
atribuir à velhice um risco acrescido
• As vivências destas transformações são de natureza individual e influenciadas pelo
contexto de vida
• O envelhecimento é um fenômeno universal, mas profundamente heterogêneo
A TERCEIRA IDADE
• Para a maioria dos indivíduos, é um período relativamente longo
• Erikson: considerou que a última etapa do ciclo vital seria aquela em que o sujeito
teria uma maior necessidade de interioridade
• O idoso conseguiria a integridade do ego se fosse capaz de integrar imagens do
passado através da aceitação do sentido vital, tornando-se mais capaz de
compreender os outros
• Caso contrário, seria uma etapa marcada pelo desespero
O envelhecimento bem sucedido:
• Não pode ser encarado apenas em termos de procura de ganhos e evitação de perdas
• É necessário considerar as formas por meio das quais as pessoas respondem às
divergências entre os resultados desenvolvimentais desejáveis e a trajetória efetiva
das suas vidas (cit. in Fonseca, 2005: 230-232).

A PSICOTERAPIA DO IDOSO
• Requer um psicoterapeuta preparado, sem representações negativas quanto à velhice
e que conheça bem a psicologia do desenvolvimento
• O setting terapêutico deve ser flexível
• Os objetivos terapêuticos devem ser definidos
• As expectativas devem ser ajustadas
• Deve haver abertura para contatos com familiares
• O processo terapêutico deve reforçar a independência do individuo
• Os idosos são bastante receptivos a terapias breves e focalizadas na resolução de
problemas
Temáticas frequentes na psicoterapia com idosos:
• Conflitos relacionados a transformações na estrutura familiar
• Mudanças de papeis familiares e sociais
• Ansiedade frente ao envelhecimento e à morte
• Luto
• Falhas narcísicas
• Medo da dependência
• Inseguranças associadas ao declínio físico e cognitivo

A psicoterapia na idade adulta avançada


• Nem sempre tem caráter apenas de apoio
• Deve considerar e integrar as questões desenvolvimentais que caracterizam esta
transição de vida e a diversidade/heterogeneidade inerente a todos os processos do
desenvolvimento

Possibilidades psicoterapêuticas

Psicoterapias de inspiração psicanalítica (hoje flexiveis)- para autoconhecimento e cura

• Contra-indicações: pessoas com perturbações graves de personalidade, na medida em


que pequenos movimentos interpretativos podem desencadear mecanismos de
regressão e agravar os sintomas pré-existentes

• Boa evolução terapêutica: tensões narcísicas (perdas e lutos, adaptações a mudanças,


adaptações a doenças crônicas pessoais ou de familiares, medo de ficar dependente,
medo do envelhecimento e da morte)

• Assemelha-se mais a uma psicoterapia de apoio, realizada com cuidado, respeitando


os limites da vulnerabilidade do idoso

Psicoterapias de inspiração psicanalítica do idoso = O terapeuta deve:

• Escutar e proteger as defesas do paciente, fortalecendo o ego


• Avaliar a forma como a vivencia do envelhecimento influencia os estilos de coping
• Devolver uma imagem reparadora da velhice, em contraposição à imagem social que
mostra a velhice como um fardo difícil de suportar
• Lidar com a transferência sem tornar confuso, para o paciente, a diferenciação entre
seu self e o do terapeuta
• Estar atento a reações que possam sinalizar sentimentos de inferioridade e declínio
por parte do paciente, que devem ser rapidamente cuidadas
• Cuidar para não ser sentido como um cuidador “abandonador”
• Estar atento a movimentos de competição e rivalidade
• Propor a revisão da historia de vida sempre que esta ferramenta terapêutica se revele
útil
As Psicoterapias de inspiração psicanalítica do idoso
• Contribuem para a compreensão do fenômeno do envelhecimento e para a
intervenção terapêutica
• Esta psicoterapia contemporânea: não se resume à interpretação e análise da historia
precoce do sujeito, mas integra a forma como ele resolve e se adapta às diferentes
tarefas da vida adulta e atuais

As Psicoterapias Cognitivo- Comportamentais


• São muito uteis na intervenção com idosos
• Mostram-se eficazes na resolução de sintomas psíquicos e no aumento da satisfação
com a vida
• Não produzem ou aumentam a tensão presente em outras abordagens de psicoterapia
• Reúnem um amplo conjunto de propostas terapêuticas
• Focalizam-se num clima de otimismo e mudança, o que favorece a abordagem das
questões do envelhecimento

O tratamento cognitivo-comportamental requer:


• Avaliação multidimensional dos comportamentos,emoções e cognições
• Estabelecimento de relações funcionais entre o meio, comportamentos,emoções e
cognições
• Definição de áreas problemáticas a intervir
• Intervenções mais centradas no aqui e agora (modelo de Beck)
• Utilizam: questionários de auto-preenchimento, registros escritos, confronto de
distorções cognitivas, treino de competências e propostas de tarefas de casa

Psicoterapias de Grupo:
São extremamente uteis, pois:
• Ajuda a mudar a crença de que nossos problemas são únicos e imutáveis
• Instalar a esperança
• Promover a interação social, a aprendizagem de novas habilidades relacionais,
fomentar a coesão e a aceitação
• Aumentar a autoestima por meio da empatia e altruísmo (um pode apoiar o outro, se
valorizando)
• Desenvolver a auto-aceitação incondicional
• Fornecer modelos adaptativos
• Aprender e treinar varias competências
• Desenvolver a independência com relação ao terapeuta
• Obter e partilhar informações

PSICOTERAPIA BREVE DE APOIO - OBJETIVOS


• Promover uma relação paciente-terapeuta positiva
• Reforçar aspectos sadios do paciente (habilidades e capacidades para usar recursos do
ambiente)
• Reduzir o desconforto subjetivo e comportamento disfuncional
• Auxiliar a atingir o grau máximo de independência
• Promover a autonomia

A técnica da Psicoterapia de Apoio (Cordioli, 1998):


• Exige cuidadosa avaliação clínica:
• Diagnóstico clínico (história clínica)
• Diagnóstico de personalidade (déficits no funcionamento do ego; mecanismos de
defesa patológicos; aspectos sadios e defesas maduras)
• Diagnóstico dinâmico (lacunas em processos evolutivos – autonomia, identidade de
ego, controle de impulsos; capacidade avaliar a realidade; aspectos sadios do ego;
habilidades e capacidades do paciente)
• Predisposição genética; e fatores ambientais

Intervenções na Psicoterapia de Apoio - Cordioli (1998)


Principal função: fortalecer as funções egóicas do paciente
Algumas intervenções:
• Sugestão: induzir uma ideia, sentimento ou alterar a vontade do paciente;
• Situações em que o paciente não consegue perceber as alternativas e selecionar a
mais conveniente, em função da realidade;
• Utilização provisória – risco de favorecer dependência e não propiciar a autonomia
• Persuasão: mais diretiva e firme do que a sugestão
• Controle ativo: terapeuta – ego auxiliar – executa funções que o paciente é incapaz de
desempenhar (psicóticos, situações de grande descontrole emocional)
• Reafirmação e melhora da auto-estima: terapeuta demonstra aprovação sobre
determinadas atitudes ou ideias do paciente, estimulando-o a tomar decisões difíceis
• Uso de elogios
• Aconselhamento: recomendações sobre atitudes que o terapeuta dá ao paciente, com
a finalidade de reforçar os aspectos sadios de sua personalidade para evitar crises ou
estresse;
• Ventilação: comunicação por parte do paciente de sentimentos reprimidos, os quais
são revividos de uma forma emocionalmente carregada, superando, assim, a
repressão a que conflitos e situações traumáticas estavam submetidos.
• Importância – clima de confiança, empatia
• Educação: terapeuta dá informações ao paciente sobre a gênese de seus sintomas e o
ensina como controlá-los, suprimi-los ou evitá-los
• Propicia o autoconhecimento
O Terapeuta:
• Não deve manter uma posição neutra na relação terapêutica
• Deve mostrar envolvimento, simpatia e atitude de apoio

Intervenções de Apoio em situação de CRISE


 Utilização de técnicas supressivas de ansiedade como reasseguramento, sugestão,
manipulação do ambiente, uso de psicotrópicos
 A frequência das sessões e a duração devem ser mais flexíveis de acordo com a
resposta do paciente. Ex: pode haver sessões de 15 minutos diariamente

PB operacionalizada (PBO) com pessoas idosas


• Objetivo: verificar a eficácia da Psicoterapia Breve Operacionalizada com uma pessoa
idosa.
• Instrumento para diagnóstico: a EDAO, Escala Diagnóstica Operacionalizada
• Técnica: Psicoterapia Breve num total de três entrevistas e doze sessões
• A paciente: casada, 92 anos, filhos adultos e independentes que a ajudam muito
• Sua queixa: é que não conseguia adaptar-se à situação atual, em função de uma
paralisia que culminou na impossibilidade de executar movimentos importantes. Sofria
muito, pois a impedia de exercer sua autonomia, como cozinhar e limpar a casa
Resultados = considerados positivos:
• Entrou em contato com novas alternativas ocupacionais, diminuindo sua hostilidade
em relação ao fato de depender dos familiares
• Conclusão: a PBO pode ser útil para pessoas dessa faixa etária, contribuindo para que
elas encontrem formas mais adequadas de lidar com seus conflitos

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