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Sumário
01. Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira 3
02. Saúde: viver bem na terceira idade 6
03. Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 10
04. Evasão escolar no ensino médio brasileiro 13
05. O desafio da doação de sangue em questão no brasil 16
06. Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira 19
07. A criminalização do abandono afetivo 22
08. A cultura de consumo entre jovens no Brasil 26
09. A importância da qualificação da mão de obra brasileira 30
10. Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro 33
11. A valorização da música popular brasileira 37
12. Educação financeira na sociedade brasileira 42
13. Água: de quem é a responsabilidade? 44
14. A influência da cultura Indígena para identidade brasileira 47
15. As principais causas da crise nos presídios brasileiros 51
16. A questão do lixo no Brasil 55
17. Comida industrializada e obesidade entre jovens no Brasil 61
18. Caminhos para o combate à violência urbana no Brasil 64
19. Infraestrutura urbana e sua importância para o desenvolvimento do país 68
20. Caminhos para o combate ao uso de drogas entre jovens no Brasil 72
21. A necessidade de acesso democrático à internet no Brasil atual 76
22. A contribuição da tecnologia para a prática esportiva profissional no Brasil 79
23. A persistência da cultura de queimadas na sociedade brasileira 83
24. A diminuição da prática de exercícios entre jovens no Brasil 86
25. Violência nos estádios de futebol: como promover a paz nesse esporte? 89
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01 Efeitos da banalização de diagnósticos


de TDAH na educação brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “EFEITOS DA BANALIZAÇÃO
DE DIAGNÓSTICOS DE TDAH NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
O que é o TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha
o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês,
também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Existe mesmo o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos
pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados
médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica
realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles
que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente
as mesmas ideias sobre todos os aspectos de um transtorno.
https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/

TEXTO 2
Pais e professores enfrentam um dilema: quando a falta de atenção do estudante em sala
de aula é problema de saúde e quando é um problema com os métodos do professor?
Especialistas embatem sobre o aumento do uso de remédios, como a ritalina, no combate
de deficiências escolares e o diagnóstico preciso do TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção
com Hiperatividade). Os defensores da campanha contra a medicalização da educação
entendem que muitas vezes existe um tratamento de diferenças comportamentais como se
elas fossem doença. Para eles, o diagnóstico foi banalizado e problemas que são pedagógicos
– e deviam ser tratados com estratégias de ensino – vão parar no âmbito da saúde.
https://educacao.uol.com.br/noticias/2012/12/11/especialistas-veem-exagero-em-diagnosticos-do-tdah-e-
reclamam-de-medicacao-excessiva-em-criancas.htm

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01 • Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira

TEXTO 3

Estima-se que cerca de 12% dos estudantes universitários brasileiros sofram com transtorno
do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Mas os especialistas veem com desconfiança
esse número, considerado alto demais. Por isso, uma equipe liderada pelo psiquiatra Paulo
Mattos, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), decidiu experimentar pequenas alterações no método diagnóstico atualmente
utilizado. O resultado indica que a prevalência do TDAH pode ser, na verdade, bem menor
do que as estimativas atuais sugerem.

Caracterizado principalmente pelos elevados níveis de impulsividade e desatenção ou


hiperatividade que geram comprometimento em funções diárias do paciente, como
atividades escolares ou no trabalho e relações pessoais, o TDAH pode ser diagnosticado na
infância ou na vida adulta.

Mattos e seus colaboradores na UFRJ e no Hospital Pediátrico de Toronto, no Canadá,


desconfiaram que o diagnóstico, feito a partir do somatório dos sinais do transtorno
relatados pelo paciente, poderia estar superestimando a gravidade dos sintomas – afinal,
desatenção e impulsividade são características que a maioria das pessoas experimenta em
algum momento, sem que esse fato, isolado, caracterize TDAH.
http://www.idor.org/blog/deficit-de-atencao-e-hiperatividade-numero-de-casos-e-menor-do-que-se-pensa

TEXTO 4

https://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/deficit-de-atencao-por-que-deixei-a-
ritalina/

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01 • Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira

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Segundo o pensador iluminista Immanuel Kant: “o ser humano não é nada além
daquilo que a educação faz dele”. Diante dessa afirmação, de forma danosa, no Brasil, a
banalização e o estigma associado ao TDAH impedem o aproveitamento educacional
pleno de muitos estudantes no país. Nesse âmbito, a problemática em análise advém da
relativização do transtorno e repercute em malefícios às vítimas.
Sob esse viés, ressalta-se que o desconhecimento e a generalização do distúrbio em
pauta agravam o panorama hodierno. Partindo desse pressuposto, o documentário
“Take your pills” revela a busca de adolescentes, mesmo sem terem TDAH, por ritalina e
outros medicamentos restritos para melhorar nos estudos, o que indica a banalização de
uma doença séria em prol da medicação. Logo, tal comportamento corrobora, de modo
prejudicial, a ideologia de minimização da enfermidade no que tange à educação.
Ademais, convém salientar que as crianças portadoras de TDAH necessitam de amparo
diferencial nas salas de aula. Todavia, assim como retratado na série dinamarquesa “Rita“,
na qual um menino com déficit sofre a tentativa de “moldagem“ da escola e não recebe
atendimento psicológico, as pessoas, mesmo com o diagnóstico comprovado, não adquirem
o apoio escolar e familiar. Destarte, tal conjuntura prejudica a educação desses indivíduos,
os quais tendem a ter um desempenho ruim caso não haja acompanhamento e auxílio.
Tornam-se evidentes, portanto, os desafios perante os efeitos da banalização de
diagnósticos de TDAH na educação nacional. Visto isso, é imperiosa a ação do Estado, na
figura de promotor do bem-estar social, de assegurar o aproveitamento educacional por
todos, por meio da criação de políticas públicas que disponibilizem psicólogos nas escolas e
campanhas informativas, com o fito de atenuar o quadro danoso atual. Desse modo, o Brasil
superaria a problemática em questão e tornaria positiva afirmação de kant.

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02 Saúde:
viver bem na terceira idade

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “SAÚDE. VIVER BEM
NA TERCEIRA IDADE”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1

Velhice, qualidade de vida e felicidade

Com o aumento da qualidade e da expectativa de vida, e das mudanças de mentalidade


com respeito ao modo de viver, a velhice agora pode ser sinônimo de vida ativa, saudável
e feliz.
Por: Maria Terezinha Santellano - Aposentada, 74 anos, residente em Porto Alegre (RS), é colunista convidada
do Portal Terceira Idade

A velhice, de acordo com o pensamento de alguns, é uma estância de


recolhimento, anulação e privações. Pode ser uma longa espera para
o inevitável. Um tempo de sossego, imobilismo e meditação forçada.
Felizmente nem todos pensam assim. Desde a antiguidade, sábios,
serenos, e espirituosos pensam até ao contrário. Se observarmos a
vida dos idosos atualmente, podemos facilmente concluir que os
sábios de ontem estão mais próximos da realidade dos fatos de hoje. 

Com o aumento da  qualidade e da expectativa de vida  das


populações, e das mudanças de mentalidade com respeito
ao modo de viver, a velhice agora pode ser sinônimo de vida
ativa, saudável e feliz, em toda a sua plenitude. Ser velho
pode então ser interpretado como alguém que, depois de uma
parcela do tempo de vida empregado ao trabalho e à dedicação
à família, desfruta de uma etapa de lazer, interação social,
aprendizagem despreocupada, busca de conhecimento interior e felicidade desprendida.

É claro e evidente que todos esses benefícios só poderão ser conquistados se a velhice for
acompanhada necessariamente de boa saúde e lucidez. O segredo de uma velhice saudável,
todos nós sabemos, é baseado em uma regra simples, de três recomendações: alimentação
equilibrada, prática de atividades físicas compatíveis e períodos de repouso restauradores. 

Prolongar esse período importante da vida possui uma receita mais simples ainda: atividade
e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com atividades nobres. 

Cícero, o grande orador e literato romano, no seu conhecido tratado ‘Saber envelhecer’,


resume em quatro as razões possíveis para as pessoas pensarem a velhice como uma fase

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02 • Saúde: viver bem na terceira idade

da vida detestável: 1) ela nos afastaria da vida ativa; 2) ela enfraqueceria o nosso corpo; 3)
ela nos privaria dos melhores prazeres; e 4) ela nos aproximaria da morte. 

A  vida moderna  e o apoio institucional e social ao idoso transformaram a velhice em


um  período possível de vida ativa, onde podemos manter o nosso corpo fortalecido e
saudável, e continuar desfrutando os melhores prazeres da vida. Esses benefícios juntos
nos permitem manter afastada a trágica idéia da morte próxima. Atingimos assim a antítese
das condições detestáveis tão bem enumeradas por Cícero. 

De fato, a proximidade da morte ou a consciência da sua inevitabilidade não parecem ser


um problema maior da velhice. Esse é um dos grandes paradoxos da existência: vivemos
cada dia sem a lembrança constante de que a única certeza da vida é a morte. Como
apropriadamente nos afirmou Sêneca, outro dos grandes autores romanos e quase um
contemporâneo de Cícero, no tratado ‘Sobre a brevidade da vida’: “ninguém tem a morte
diante dos olhos, todos projetem longe as esperanças”. 

Na verdade, Cícero em seu primoroso texto trata mesmo é de refletir e afastar aquelas razões
do repúdio à velhice, com argumentos bem elaborados e exemplos de longas e fecundas vidas,
que contrastam ou mesmo refutam as razões apresentadas, defendendo que é possível, sim,
encontrar prazer na velhice, assim como em todas as etapas da vida. Prazer esse que hoje
podemos sentir facilmente, sem a necessidade de um exercício intelectual profundo e refinado
como o de Cícero, que na sua época era um privilégio de uns poucos sábios e abonados.
(Disponível em: http://www.portalterceiraidade.org.br/dialogo_aberto/arte_cultura/reflexao02.htm. Acedido
em: 18/2/2015)

TEXTO 2

Adaptar-se ao envelhecimento garante mais qualidade de vida na terceira idade

Para isso, é preciso saber conviver com problemas e limitações que podem surgir

Ter uma terceira idade feliz depende de vários fatores, mas principalmente da forma como
o idoso se percebe nessa fase da vida e da sua capacidade de se adaptar as mudanças e
transformações próprias do envelhecimento. 

A capacidade de poder realizar as atividades cotidianas, desde as mais básicas como


alimentar-se, tomar banho e andar, até as mais complexas como administrar as finanças e
realizar atividades de lazer, são fundamentais para uma vida plena. Para isso o idoso precisa
estar com suas plenas capacidades físicas, mentais e emocionais, a fim de poder cuidar da
própria vida e dar sentido para a própria existência. 

Para algumas pessoas há o medo da velhice, da solidão e o senso de sentir-se menos


competente para realizar suas atividades cotidianas ou sua capacidade de tomar decisões
e governar sua vida influencia na maneira como cada um enfrenta e vive o envelhecimento. 

Idosos que não conseguem se adaptar a essas mudanças acabam se isolando socialmente
diminuindo a interação com outras pessoas, o que pode levar a perda da satisfação com
a própria vida, do prazer e da motivação, comprometendo suas capacidades físicas,
intelectuais e emocionais. 

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02 • Saúde: viver bem na terceira idade

Para os indivíduos que apresentam alguma doença crônica, como  diabetes,


colesterol  alto,  artrite reumatoide,  hipertensão, adaptar-se ao processo de envelhecer
juntamente com essas doenças pode ser mais trabalhoso, mas não impossível, além de ajudar
a diminuir o impacto da doença na qualidade de vida e evitar maiores comprometimentos. 

É necessário reavaliar as possibilidades, redefinir metas e alterar estratégias de enfrentamento


do ambiente e dos próprios sentimentos para poder se adaptar as novas demandas dessa
fase da vida e vive-la da melhor maneira possível, mesmo que acompanhada de doenças
crônicas e limitações físicas. 

Com o aumento geral da população idosa, torna-se importante garantir aos idosos não
apenas maior longevidade, mas felicidade e satisfação com a vida. Pesquisas são realizadas
no mundo todo com o objetivo descrever os fatores associados ao grau de satisfação com a
vida entre a população de idosos. 

Um estudo recente publicado, em janeiro de 2014, no Canadian Medical Association Journal


pesquisou a relação entre o prazer com a vida e o declínio da função física em idades mais
avançadas. Participaram 3199 homens e mulheres com idade acima de 60 anos. 

Nesta pesquisa foi verificado que pessoas que tem mais safisfação com a vida, ou seja, que
expressam sentimentos de felicidade e prazer vivem até 8 anos mais e em condições físicas
melhores do que as pessoas que não estão satisfeitas com suas vidas. 

Em 2012, um estudo realizado por pesquisadores da University College London (UCL), no


Reino Unido, conclui que os idosos que gostam da vida tendem a viver mais e com uma
condição física melhor do que os indivíduos infelizes. Os pesquisadores avaliaram até que
ponto eles tinham dificuldade em realizar atividades diárias, como tomar banho ou se vestir,
o estudo descobriu que as pessoas que tinham um baixo senso de bem-estar foram três
vezes mais propensas a ter problemas em realizar atividades diárias. 

O estudo mostra que pessoas em idades avançadas e que estão felizes e aproveitam a
vida mostram declínios mais lentos na capacidade física. Ou seja, conseguir adaptar-se
as mudanças ao longo do processo de envelhecimento e encontrar formas alternativas de
aproveitar a vida e ficar feliz com o que realiza contribui para uma vida mais longa e saudável. 
Publicado em 28/02/2014 por Dr. Roberto Miranda GERIATRA - CRM 64140/SP

Escrito em conjunto com Mariela Besse, terapeuta ocupacional do Instituto Longevità. Especialista em


Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Mestre em Ciências pela Universidade
Federal de São Paulo. Afiliada à Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo.
Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

(Disponível em: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/17369-adaptar-se-ao-envelhecimento-


garante-mais-qualidade-de-vida-na-terceira-idade. Acedido em: 18/2/2015)

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02 • Saúde: viver bem na terceira idade

REDAÇÃO NOTA 1000

“O importante não é viver, mas viver bem”. Consoante ao pensamento do dualista


Platão, a qualidade de vida tem tal importância que é capaz de ultrapassar a própria
existência. Todavia, a realidade vivenciada pelos indivíduos da terceira idade no Brasil
é diferente da descrita por Platão, uma vez que os idosos sofrem com diversos entraves
sociais na contemporaneidade. Desse modo, a fim de combater tal cenário nefasto, convém
analisar o papel passivo do governo e a omissão familiar.
Sob esse viés, é fundamental destacar a inação do poder estatal como agravante da
problemática supracitada. Para entender essa lógica, alude-se ao contratualista Thomas
Hobbs, o qual afirma que o Estado deve garantir o bem-estar da população. No entanto,
infelizmente, tal ideal é deturpado no corpo social brasileiro, já que o governo investe
minimamente em estruturas adaptadas para os sujeitos com idades avançadas, com
áreas de lazer, profissionais especializados em cuidados de idosos. É inaceitável, pois, o
Brasil, signatário da Declaração Universal dos direitos humanos, permitir o avanço dessa
adversidade.
Ademais, é lícito postular, indubitavelmente, a ausência dos familiares sendo
impulsionadora desse viés. Isso porque, embora seja dever da família cuidar dos idosos,
inúmeras pessoas não seguem tal princípio. Assim, percebe-se que aqueles afetados
negativamente sofrem consequências ruins, posto que, geralmente, são dependentes de
alguém para realizar atividades essenciais, como na prática de exercícios físicos e ter uma
alimentação adequada. Nesse sentido, nota-se a imprescindibilidade da participação da
família na vida dos idosos.
Depreende-se, portanto, a necessidade da tomada de medidas para mudar essa atual
situação. Logo, o governo federal, como instância máxima de administração executiva,
pode promover projetos de inclusão dos idosos, por meio de investimentos na construção
de ambientes para os afetados, com a presença de médicos, profissionais da educação física
e psicólogos. Tal realização pode ser aplicada a fim de solucionar esse triste impasse.

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03 Direito e dignidade do trabalhador


doméstico no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “DIREITO E DIGNIDADE DO TRABALHADOR
DOMÉSTICO NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Considera-se trabalhador doméstico aquele maior de 18 anos que presta serviços de


natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família,
no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferenciador do emprego doméstico é o caráter
não-econômico da atividade exercida no âmbito residencial do empregador. Nesses termos,
integram a categoria os seguintes trabalhadores: empregado, cozinheiro, governanta, babá,
lavadeira, faxineiro, vigia, motorista particular, jardineiro, acompanhante de idosos, dentre
outras. O caseiro também é considerado trabalhador doméstico, quando o sítio ou local
onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa.
Disponível em: http://portal.mte.gov.br. Acesso em: 27/07/21

TEXTO II

Com a aprovação da Lei Complementar nº 150, de 2015, que regulamentou a Emenda


Constitucional n° 72, os empregados domésticos passaram a gozar de novos direitos.
Alguns desses novos direitos passaram a ser usufruídos logo após a edição da lei, como por
exemplo, o adicional noturno, intervalos para descanso e alimentação etc. Outros direitos
só passaram a ser usufruídos pelos empregados domésticos a partir de outubro de 2015:
FGTS, seguro-desemprego, salário família.
Disponível em: http://portal.esocial.gov.br. Acesso em: 27/07/21

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03 • Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil

TEXTO III

Disponível em: https://m.leiaja.com/. Acesso em: 27/07/21

TEXTO IV

As mudanças propostas na Reforma Trabalhista alteram mais de cem artigos da Consolidação


das Leis do Trabalho (CLT). O emprego doméstico também será afetado, porque tudo o
que não está previsto na Lei Complementar 150 (que regulamenta o trabalho doméstico)
obedecerá às novas regras. Já para as diaristas, que não têm vínculo empregatício, nada
muda. Segundo a Reforma Trabalhista, considera-se trabalho em regime de tempo parcial
aquele cuja duração não exceda a 30 horas semanais. No trabalho doméstico, o regime de
tempo parcial é aquele que não excede 25 horas semanais, e pode-s fazer até uma hora extra.
Por enquanto, as férias desses profissionais domésticos continuam sendo de no máximo 18
dias. A nova legislação prevê que as empresas paguem multas de R$ 800 (microempresas
ou de pequeno porte) e R$ 3 mil se não registrarem os funcionários. Por isso, patrões que
não assinarem carteira de trabalhadores domésticos terão, em uma fiscalização ou ação
trabalhista, além dos custos com advogados, mais o custo desta multa de R$ 800 ou R$ 3 mil
de acordo com o entendimento do juiz.
Disponível em: https://extra.globo.com. Acesso: 27/07/21

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03 • Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

A superexploração trabalhista e a desvalorização social são problemáticas vividas


por muitos trabalhadores domésticos no território nacional. Isso é causado, entre outros
fatores, pela pouca intervenção do estado em combater a exploração análoga à escravidão
no meio doméstico e pela precária atuação governamental em enaltecer os indivíduos que
atuam profissionalmente no reparo do lar. Portanto, é indispensável o respeito ao direito e
à dignidade desses servidores no Brasil.
Nesse viés, a superexploração da mão-de-obra doméstica é um fator alarmante na
contemporaneidade. Nessa perspectiva, segundo o jornal O Porco, uma mulher recebeu
uma indenização milionária após a patroa ter sido presa sob acusação de exploração
análoga à escravidão. Apesar do ressarcimento financeiro, essa realidade inadmissível
mostra que os empregados que atuam no lar, muitas vezes, não têm benefícios básicos,
como folga remunerada, reproduzindo, assim, barbáries sofridas há séculos por imigrantes
de origem africana no território brasileiro. Desse modo, é de suma importância a maior
atuação do Estado em garantir que esses indivíduos tenham os direitos preservados e,
consequentemente, em combater o retrocesso empregatício presente em grande parte da
história do Brasil.
Ademais, segundo o jornal Diário do Nordeste, Paulo Guedes, ministro da Economia,
disse que era inaceitável uma empregada doméstica receber um salário digno, pois isso
tornaria possível a ida dela à Disney — local frequentado por pessoas economicamente
favorecidas. Esse pensamento repugnante mostra a desvalorização social dos profissionais
que atuam na manutenção do lar, visto que, além de receberem pouco retorno financeiro
pelos serviços prestados, eles são continuamente humilhados pela classe mais abastada da
sociedade, colocando assim, em risco a dignidade dessas pessoas. Logo, é inquestionável
a necessidade da maior intervenção governamental no estímulo à valorização desses
trabalhadores.
Diante disso, o Ministério da Economia, em apoio ao Ministério da Justiça e Segurança
Pública, deve assegurar que os direitos da categoria de servidores domésticos sejam
respeitados, por meio do incentivo à realização de denúncias nos casos de descumprimento
das normas estabelecidas na Constituição Federal, em que serão realizadas campanhas,
nas quais serão exibidos alguns exemplos de exploração empregatícia, como ausência de
folgas semanais remuneradas. Essa iniciativa tem as finalidades de combater o trabalho
análogo à escravidão e, consequentemente, de proporcionar uma melhora na qualidade de
vida desses cidadãos. Além disso, o primeiro órgão anteriormente citado, em apoio à mídia,
deve estimular a maior valorização desses indivíduos, por meio da exibição de propagandas
exaltando a relevância dos profissionais domésticos na sociedade.

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04 Evasão escolar no ensino médio brasileiro

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “EVASÃO ESCOLAR NO
ENSINO MÉDIO BRASILEIRO”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

O desafio de manter jovens no ensino médio, principal obstáculo


à universalização da educação

Garantir que os adolescentes brasileiros permaneçam na escola nos anos finais do ensino
médio é o principal desafio para que o Brasil consiga universalizar o acesso à educação
básica. Isso porque, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), a evasão escolar continua a afetar, sobretudo, jovens na faixa etária dos
15 a 17.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados na


quarta-feira (19) mostram que no ano passado, 11,8% dos jovens nesta faixa etária estavam
fora da escola, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas, apesar de o Plano Nacional de Educação
(PNE), de 2014, ter estabelecido a meta de universalizar o atendimento à população de 15 a
17 anos até 2016. A pesquisa mostra também que a taxa de frequência escolar para alunos no
grupo etário aumentou um ponto percentual em relação aos dois anos anteriores, passando
para 88,2% em 2018, ou um total de 8,6 milhões de jovens de 15 a 17 anos.
(Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/06/20/o-desafio-de-manter-jovens-no-ensino-
medio-principal-obstaculo-a-universalizacao-da-educacao.ghtml)

TEXTO II

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04 • Evasão escolar no ensino médio brasileiro

TEXTO III

Índice de abandono escolar alcança 6,1% no ensino médio

O abandono escolar é um dos problemas persistentes e desafiadores na educação em todo


país. Apesar dos indicadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) apontarem para queda no número de desistências, a situação ainda
continua crítica e com taxas elevadas. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a taxa de
afastamento é de 0,7%, enquanto que nas etapas finais sobe para 2,4%. Já no ensino médio,
os dados têm oscilado pouco e estão em 6,1%. Buscando entender as principais causas e as
medidas necessárias para tentar resolver esse conflito, o Edição do Brasil conversou com
Thaiane Pereira, coordenadora de projetos do Todos pela Educação.

Existe diferença entre abandono e evasão escolar?

Pelo Inep são coisas distintas. O abandono é quando o aluno deixa de frequentar as aulas
durante o ano letivo, porém reaparece no ano seguinte. Às vezes, como repetente muda de
escola, mas continua estudando. Esses dados são catalogados anualmente.

Já a evasão escolar é a situação  na qual o estudante deixou a escola ou reprovou em


determinado ano letivo, mas não se matriculou novamente para continuar os estudos. É
preciso ficar atento, pois os casos de abandono podem virar uma evasão escolar.
(Disponível em: http://edicaodobrasil.com.br/2019/09/06/indice-de-abandono-escolar-alcanca-61-no-
ensino-medio/)

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04 • Evasão escolar no ensino médio brasileiro

REDAÇÃO NOTA 1000

A Constituição Federal de 1988, prevê em seu art. 6o, o direito à educação como
intrínseco a todo cidadão brasileiro. Entretanto, tal prerrogativa manteve-se unicamente
no papel, uma vez que a escassez de auxílio quanto à disseminação de uma educação
efetiva e acessível ocasiona a evasão escolar e, consequentemente, a impossibilidade da
consolidação desse direito social imprescindível. Dessa forma, faz- se necessário averiguar
os fatores que favorecem esse quadro.
Em face do exposto, convém ressaltar que a ineficiência do artigo 6o previsto na
Constituição é um coeficiente determinante para a prevalência da evasão escolar no Brasil,
visto que a Carta Magna não viabiliza na prática a concretização de um ensino alicerçado
na acessibilidade universal igualitária. Tal problemática fomenta a predominância da
desigualdade social e, por consequência, o trabalho infantil. A instabilidade financeira
tornou-se inerente a família brasileira e esta disparidade incentiva o acesso das crianças
e dos adolescentes ao trabalho de forma prematura, isto é, a necessidade dos menores
em complementar a renda familiar viabiliza a incapacidade de conciliar com os estudos, o
que suscita a desistência do âmbito escolar. Logo, torna-se evidente que tais conjecturas,
segundo as ideias do filósofo John Locke, configuram-se como uma violação do “contrato
social“, já que a ineficácia do Estado possibilita a ausência da garantia de uma boa qualidade
de educação firmada na democratização.
Ademais, a carência de estímulos quanto a participação dos alunos ante as aulas incita
a prevalência do abandono escolar, uma vez que as aulas se tornam mais difíceis e menos
acessíveis. Segundo a teoria do condicionamento operante, desenvolvido por Skinner, os
esforços são técnicas de modificação do comportamento. De maneira análoga, a aprovação
dos docentes funcionam como reforçadores. A utilização de materiais que sejam capazes
de ocasionar atenção e a motivação dos discentes suscita a impossibilidade do surgimento
de um campo que se repele, isto é, ao afastamento daquele que transfere para aquele que
o recebe. Assim, há de ratificar-se que a presença ativa dos professores no aprendizado dos
alunos, possibilita a eficiência do ensino, de tal forma que a possibilidade de um afastamento
acadêmico se tornaria inexistente.
Portanto, deliberações são necessárias para erradicar este impasse. Diante disso, o
governo, que é o responsável pelo bem estar da população, deve, por meio de leis eficientes,
promover políticas sociais e econômicas, as quais priorizem o acesso à educação de forma
igualitária e a extirpação do trabalho infantil, a fim de que essas políticas contenham a evasão
escolar no Brasil. Dessa forma, o art. 6º da Constituição será efetivamente consolidado e a
educação se tornará um direito inerente a todos.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

05 O desafio da doação de sangue


em questão no brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O DESAFIO DA DOAÇÃO
DE SANGUE EM QUESTÃO NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Doação de sangue: um desafio cada vez mais importante de vencer

O hábito da doação de sangue ainda não é forte no Brasil. As campanhas tentam conscientizar
a população sobre a importância, porém os resultados sempre ficam abaixo do esperado.
Quantas vezes você já leu ou ouviu que determinado banco estava precisando de doações?

O quadro é recorrente e a causa dessa escassez pode ser associada a uma série de questões
de cunho  cultural  e também relacionada às restrições da doação. É preciso entender o
motivo pelo qual os bancos de sangue se encontram constantemente com baixo estoque.
Esses fatores são muito variados e estão ligados a questões comportamentais, sociais e
estruturais.

O que motiva o cidadão a tirar um tempo de sua rotina para doar sangue? Analisar de uma
maneira fria é importante para compreender o pensamento geral. Segundo o Ministério da
Saúde, somente 1,8% dos brasileiros da faixa etária de 18 a 69 anos são doadores.

TEXTO II

Falta de doadores de sangue coloca em risco vida dos pacientes;


INTO faz campanha emergencial

Com média diária de 50 cirurgias ortopédicas de média e alta complexidade, o Instituto


Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO), do Ministério da Saúde,
lançou uma campanha emergencial de doação de sangue. Nesta época do ano, os estoques
diminuem pela falta de doadores e o hospital precisa de sangue para transfusões. 

A falta de doadores de sangue tem impacto principalmente no tratamento dos pacientes


graves que, às vezes, precisam de transfusão imediata. “E as cirurgias podem acabar sendo
suspensas por falta de sangue. Clientes que estão na fila há mais de três anos, por exemplo,
aguardando uma cirurgia, acabam suspendendo por falta de sangue. Por isso, a gente pede
a colaboração da população”, destacou Elizandra.
https://www.segurancadopaciente.com.br/ev-adversos-riscos/falta-de-doadores-de-sangue-coloca-em-
risco-vida-dos-pacientes-into-faz-campanha-emergencial/

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
05 • O desafio da doação de sangue em questão no brasil

TEXTO III

https://www.facebook.com/campanhaamigodoador

TEXTO IV

https://saude.gov.br/

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
05 • O desafio da doação de sangue em questão no brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

Em um dos episódios da série americana “Grey’s Anatomy“, é narrada a trajetória


de um paciente em estado grave, cuja melhora depende de uma transfusão sanguínea, a
qual ele não consegue receber devido à escassez dos estoques do hospital. Fora das telas
de TV, especificamente no Brasil, o cenário exposto é mais comum do que percebemos,
cabendo-nos, então, um maior debate sobre esse contexto, que pode causar distorções não
só pessoais, mas também em diversos aspectos sociais.
Diante desse cenário, a omissão do Estado frente à escassez de estoques sanguíneos
impossibilita o comprimento do 6º artigo — direito irrestrito à saúde — da Constituição
Federal. Nesse viés, nota-se que a ausência de ações de incentivo à doação de sangue não
somente dificultam a mobilização de doadores, mas também impossibilitam a asseguração
deste preceito constitucional na prática. É, portanto, inaceitável que um país membro
da ONU não seja, efetivamente, capaz de garantir na prática o acesso à saúde digna de
qualidade.
Além disso, o individualismo pregado pelo filósofo Adam Smith coloca-se como um
empecilho para o aumento do número de doadores de sangue. Isso se explica, pois, para o
pai do liberalismo, somente a busca pelos interesses pessoais poderia levar a sociedade ao
progresso. Assim, a falta de solidariedade do sujeito contemporâneo não somente colabora
com o esvaziamento dos bancos sanguíneos, bem como pode levar à morte de enfermos
que dependem de transfusões.
Em virtude disso, o governo federal deve criar campanhas publicitárias nas redes
sociais que detalhem a importância da doação de sangue no país, por meio de parcerias
público-privado, com participação do Ministério da Saúde e setores de mídia. Espera-se,
com isso, aumentar a quantidade de doadores e tornar a teoria constitucional uma prática
em nossos dias.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

06 Capacitismo: o estigma relacionado aos


deficientes físicos na sociedade brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “CAPACITISMO: O
ESTIGMA RELACIONADO AOS DEFICIENTES FÍSICOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA”,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.

TEXTO I

O consenso é que o capacitismo é uma forma de preconceito com pessoas com deficiência,
e está enraizado na sociedade. Como o termo diz, envolve uma pré-concepção sobre as
capacidades que uma pessoa tem ou não devido a uma deficiência, e geralmente reduz uma
pessoa a essa deficiência.

Na prática, o capacitismo não envolve apenas termos ofensivos, olhares de julgamento ou


invasões de privacidade. Ele está ligado à uma ausência de pessoas com deficiência em
diversos espaços da sociedade.
Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,capacitismo-pessoas-com-
deficiencia-explicam-o-que-e-e-como-evita-lo,70003478130#:~:text=O%20consenso%20%C3%A9%20
que%20o,uma%20pessoa%20a%20essa%20defici%C3%AAncia

TEXTO II

Apesar do avanço conquistado com a lei nº 8.213/91, conhecida como lei de cotas, que
exige que toda empresa de grande porte – com cem ou mais empregados – deve preencher
de 2% a 5% por cento dos seus cargos por profissionais com deficiência, ainda existe um
longo caminho para a inclusão. Isso porque as empresas oferecem posições de trabalho que
são mais operacionais e menos atrativas do ponto de vista de salário, responsabilidades
e oportunidades de carreira. “Quantos líderes com deficiência você vê nas empresas?”,
questiona Schwarz, que também é empresária e CEO na empresa iigual Inclusão e
Diversidade. Quase nenhum, ela afirma. “A representatividade de pessoas com deficiência
na alta liderança das empresas é praticamente nula, assim como em outros espaços
importantes como a mídia, a publicidade, a política, os influenciadores, entre outros”, diz.
Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/trip/capacitismo-o-que-e-e-porque-e-crime

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
06 • Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira

TEXTO III

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.

[...]

Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.

§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição


ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir
ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de
pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de
tecnologias assistivas.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
Texto IV

Disponível em: https://blog.handtalk.me/capacitismo/

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
06 • Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira

REDAÇÃO NOTA 1000

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um


“corpo biológico“ por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si.
Dessa forma, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os
direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre uma vez que o
estigma relacionado aos deficientes físicos ainda é um fator a ser discutido no país. Assim,
é relevante analisarmos as principais causas, consequências e uma possível medida desse
triste fenômeno social.
Frente a tal contexto, deve-se pontuar, antes de tudo, a nítida e péssima atenção
governamental dada aos indivíduos portadores de necessidades especiais. Sob esse viés,
segundo pesquisa publicada pelo portal de notícias G1, cerca de 2% das pessoas que portam
alguma deficiência física enfrentam dificuldades no processo de uma vaga pra trabalhar,
ressalta-se também que os índices aumentam a cada ano nos novos boletins, o que significa
um enorme desafio a ser enfrentado pelas autoridades na quebra da estigmatização que
envolve esses cidadãos no campo profissional, infelizmente. É, pois, inaceitável que em um
país que prega a socialização através da Carta Magna permita, de certa forma, a segregação
de minorias por algumas ideias pre-concebidas sobre a real capacidade do ser humano.
Além disso, é importante considerar os fortes impactos do preconceito latente no
tecido social, lamentavelmente. Nessa perspectiva, o filme americano “Como eu era Antes
de você“ suscita a importância da aceitação dos indivíduos no estágio da vida em que se
encontram, caso vivido pelo personagem principal Will, antes de conhecer seu grande amor
Emília, que encara a depressão e tenta até mesmo suicídio sem esperanças para viver,
por falta de alguém que o apoie em dias difíceis. Dessa maneira, tal como demonstra a
narrativa, observam-se, fora da ficção, casos e efeitos parecidos com o do ator principal na
vida de muitos brasileiros que são especiais e são subjugados tornando-os incapacitados
para grande parte da população. Logo, práticas e percepções que ferem o direito do outro
merecem ser repensadas perante a nação.
Urgem, portanto, medidas eficazes para que o “corpo biológico“ funcione em
equidade conforme o conceito de Duskheim. Desse modo, é necessária uma ação mais
efetiva do governo. Assim, o Ministério do Desenvolvimento deve promover o debate sobre
o acolhimento e oportunidades das pessoas com deficiência física seja qual for o ambiente,
por meio de projetos e leis que incluem essa minoria social, em praças públicas e redes
televisivas, com exposições que procedam ações de acolhimento desses cidadãos. Espera-
se, com isso, ampliar a cidadania, assim como mostrado no longa-metragem americano.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

07 A criminalização do abandono afetivo

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A CRIMINALIZAÇÃO DO
ABANDONO AFETIVO”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Abandono afetivo

Como é consabido, os pais têm o dever legal de cuidado e participação, material e afetiva no
processo de criação de seus filhos, sejam os pais casados ou separados.

A não participação na vida emocional das crianças e dos adolescentes pode trazer uma
série de consequências psicológicas e interferir no processo de desenvolvimento da
personalidade do indivíduo, bem como de suas capacidades sociais, visto que a família é o
primeiro ambiente em que o indivíduo tem contato com o meio social.

Deste modo, a não participação dos pais na vida de sua prole, de forma livre e consciente, sem
qualquer justificativa razoável, configura abandono afetivo e pode ensejar responsabilização
civil, inclusive indenização por danos morais, como tem entendido o Superior Tribunal de
Justiça em recentes julgamentos.

Nas palavras da doutrinadora Grace Costa, o abandono afetivo abandono afetivo consiste
na “omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral,
psíquica e social que o pai e a mãe devem ao filho quando criança ou adolescente”.
(Disponível em: https://www.mundoadvogados.com.br/artigos/abandono-afetivo)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
07 • A criminalização do abandono afetivo

TEXTO II

As causas do abandono afetivo parental, suas consequências e o dever de indenizar

Embora a certidão de nascimento declare o estado de filiação, essa relação transcende o


conceito jurídico e alcança o campo da afeição, por força da convivência familiar. Ele está
previsto na Constituição Federal de 88, artigo 227, § 6º, bem como no Código Civil, artigo
1.596, e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), artigo 27. Vale frisar que a previsão
jurídica cria, estritamente, uma garantia normativa. O afeto, por sua vez, condicionado às
leis do coração. 

Essa relação de afeto requer a aptidão em experimentar uma mescla de sentimentos


e emoções. É a partir dela que serão criados os laços de afetividade, com base no amor.
E o campo da análise da psique humana revela ainda mais; tal abandono causa danos
irreparáveis na construção da personalidade do indivíduo. 

As principais consequências são a ruptura das relações pessoais e da ligação de afeto,


sofrimento, sensação de abandono e desprezo, que pode resultar em problemas
comportamentais e extravasar às relações sociais e amorosas futuramente, podendo atingir
inclusive os pais. Quem pratica o abandono afetivo pode ser responsabilizado, podendo ter
que indenizar a vítima. 

O dano causado pode ser caracterizado como material, quando ocorrer a deterioração dos
bens e até mesmo dos lucros e vantagens obtidos em razão da prática. E pode ser considerado
dano moral quando forem comprovadas as consequências psíquicas do ato. O ‘abandono
afetivo’ acontece, muitas vezes, em decorrência de uma separação. 
(Disponível em: https://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?id=10926&artigo=as-causas-do-
abandono-afetivo-parental-suas-consequencias-e-o-dever-de-indenizar)

TEXTO III

A EPIDEMIA DE ABANDONO PARENTAL NO BRASIL

O abandono afetivo, talvez o que mais traga consequências a níveis psicológicos para a criança
e para o adolescente, pode ser definido como a indiferença afetiva do genitor com relação
ao filho. Mesmo que não haja o abandono material e o abandono intelectual, o abandono
afetivo ainda pode ocorrer. Algumas decisões recentes dos tribunais, principalmente do
STJ, têm concedido indenização a filhos vítimas de abandono afetivo, partindo da premissa
constitucional do descumprimento do dever legal de cuidado, educação e presença.
(Disponível em: https://paracatu.net/view/8603-a-epidemia-de-abandono-parental-no-brasil)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
07 • A criminalização do abandono afetivo

TEXTO IV

Disponível em: https://ianvarella.jusbrasil.com.br/artigos/305897669/o-abandono-afetivo-pode-gerar-


direito-a-reparacao-pelo-dano-causado

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
07 • A criminalização do abandono afetivo

REDAÇÃO NOTA 1000

De acordo com Émile Dorkhein, sociólogo do século XIX a sociedade funciona como um
organismo em homeostase, de modo que, para manter o equilíbrio, os direitos dos indivíduos
precisam ser assegurados. Todavia, a inoperância da criminalização do abandono afetivo,
no Brasil, rompe com essa harmonia, haja vista que não só fere o benefício de convivência
familiar saudável, como também afeta a saúde mental da população infanto-juvenil. Nesse
sentido, torna-se premente explicitar os principais impulsionadores dessa problemática: a
omissão das autoridades e da sociedade.
Diante desse cenário, a irresponsabilidade estatal se configura como um sustentáculo
para a negligência afetiva do genitor em relação ao filho. Nessa perspectiva, o sociólogo
Zygmunt Bauman evidencia, em “Modernidade Líquida”, que algumas instituições — dentre
elas, o Estado — perderam a sua função social, mas conservaram o seu formato a qualquer
custo, de modo a se caracterizarem como “instituições zumbis“. Sob tal ótica, os órgãos
públicos se enquadram no conceito criticado por Bauman, na medida em que se mostram
incapazes de fomentar políticas educativas e legislativas aos atos de omissão da assistência
que os pais devem aos filhos, prática que não apenas compromete o direito constitucional
de bem-estar familiar, como também interfere no desenvolvimento social, psicológico
e intelectual do público pueril. Desse modo, enquanto a negligência das autoridades se
mantiver, a criminalização do desamparo afetivo será uma realidade distante no país “verde-
amarelo”.
Além disso, não somente o Estado é silente: os indivíduos também são responsáveis
pela supressão de cuidados à menoridade. Nesse viés, o pensador Pierre Bourdieu elucida os
comportamentos humanos como naturalmente incorporados ao processo de socialização e,
inevitavelmente, reproduzidos ao longo das gerações. Nesse cenário, a aversão à participação
material e diligente no dia a dia dos filhos, quando incorporada desde cedo ao cotidiano
da sociedade, tende a se tornar um danoso hábito a ser perpetuado aos descendentes —
como defendido por Bourdieu —, de modo a não só fragilizar a dignidade humana, mas
também a longevidade social e psíquica das crianças e dos adolescentes. Dessa maneira,
Torna-se factual que proteger a população infantojuvenil é o caminho central para extinguir
a negligência afetiva.
É evidente, portanto, a importância da criminalização do abandono afetivo para
a promoção do pleno desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Sendo assim, o
Ministério Público deve fomentar leis de tipificação como crimes hediondos aos atos de
desamparo dos pais diante dos filhos  — seja ele material, intelectual ou afetivo —, por meio
de aplicação de multas e penas mais severas, com intuito de promover a responsabilidade
social e humanitária dos genitores. Ademais, os veículos mediático devem produzir
comerciais — exibidos em horários nobres das mídias sociais e televisivas —, por intermédio
de implementação nacional, a fim de elucidar a importância dos pais para o desenvolvimento
dos filhos, de modo a expandir essa corrente. Espera-se, com isso, alcançar uma sociedade
coesa.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

08 A cultura de consumo entre jovens no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A CULTURA DE CONSUMO
ENTRE JOVENS NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Pesquisa revela hábitos de consumo dos jovens

A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo – SBVC, realizou uma pesquisa para entender
os hábitos de consumo dos jovens. O estudo “Os Novos Consumidores Brasileiros”, traça o
perfil de compra de uma geração que já nasceu conectada e que pode mudar o mercado de
consumo nos próximos anos.

A pesquisa foi realizada com 623 jovens de 16 a 22 anos de todo o Brasil. Confira os principais
resultados:

 Compras

Entre os hábitos de consumo relacionados a compras, cerca de 75% dos entrevistados afirmou
já realizar compras online, sendo roupas, calçados e acessórios as categorias mais buscadas:

• 76% Roupas, calçados e acessórios


• 53% – Eletrônicos e eletrodomésticos
• 35% – Fast food
• A maior parte dessas compras está concentrada em grandes e-commerces e sites de
revenda:
• 68% – Sites de lojas virtuais (submarino, americanas.com)
• 57% – Sites de revenda (OLX, Mercado Livre)
• 40% – Aplicativos de compra (Uber, iFood)
• Um dado interessante e que reflete bem os tempos atuais é a presença das redes sociais
como plataforma de compra. 21% dos jovens dizem utilizar redes como Facebook,
Instagram e Whatsapp para fazer compras online. Sendo o Instagram a rede que mais
causa impacto nas decisões de compra:
• 12% – Instagram
• 10% – Facebook
• 8% – Whastapp

Sobre os métodos de pagamento mais utilizados, o cartão de crédito (49%) e o boleto (40%)
são os mais utilizados.
(Disponível em: https://blog.shoppub.com.br/pesquisa-habitos-de-consumo-jovens/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
08 • A cultura de consumo entre jovens no Brasil

TEXTO II

Os jovens e suas relações com o consumo e o consumismo (fragmento)

A corrida pela distinção social

A ideia de juventude é uma construção social que existe mais como representação social
do que como realidade. As ideias atribuídas a eles, de  revoltados, descolados, viris são
construções sociais nas quais alguns se reconhecem como parte delas e outros não.

Com o  desenvolvimento do capitalismo  o lucro passou a ser o objetivo final, e para isso
alguns meios foram sendo criados para alcança-lo. Com o desenvolvimento das tecnologias
de produção tornou-se necessário ampliar o consumo na mesma proporção. Inicialmente
isso se deu com o fim da escravidão; depois com a inclusão das mulheres no mercado de
trabalho e, quase que concomitantemente, à descoberta do mercado infanto-juvenil.

O sistema econômico baseado no lucro criou e desenvolveu estratégias poderosas de


marketing que capturam praticamente todos os possíveis consumidores. Nossas crianças e
jovens são vítimas de campanhas publicitárias milionárias que produzem um consumismo
que maximiza o lucro empresarial. Outro elemento que leva os jovens à busca do consumo
cada vez mais cedo é a busca pela distinção social.

Pertencer a um dado grupo, por exemplo, significa quase que o mesmo que consumir o
que o grupo consome. A indústria e o marketing são responsáveis diretos por tal jogo de
pertencimento, usando isso ao seu favor e promovendo a venda de seus produtos marcados
por significados simbólicos.

Além disso, os jovens sofrem influência da grande mídia e das redes sociais, onde se
configuram e fortalecem estilos de vida. Há uma corrida pela posse de determinados bens
que dão distinção aos indivíduos em uma espécie de concurso promovido pela própria
concorrência que ele produz. O valor do produto, uma roupa de marca, por exemplo, não
está baseado apenas no custo de produção, distribuição e de marketing, mas também pela
própria corrida para obtê-lo e o valor simbólico distintivo que ele possui, como bem abordou
o sociólogo francês  Pierre Bourdieu. Questionar sua utilidade entre os amigos seria uma
barbárie e um risco de ser excluído do grupo social.
(Disponível em: https://cafecomsociologia.com/os-jovens-e-suas-relacoes-com-o-consumo-e-o-
consumismo/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
08 • A cultura de consumo entre jovens no Brasil

TEXTO III

Jovens chegam ao mercado de consumo com alto grau de endividamento (fragmento)

A inadimplência, que atinge mais de 60 milhões de brasileiros, é um dos maiores problemas


do país. Essa situação de não pagamento dos compromissos financeiros é ainda mais
alarmante nas gerações mais jovens, que já entram no mercado de consumo com alto grau
de endividamento.

Essa é a constatação de estudo inédito realizado pela ANBC (Associação Nacional dos
Bureaus de Crédito), que descobriu que 32% da Geração Z, faixa de idade entre zero e 21
anos com população total de 13,8 milhões, está inadimplente. Em números absolutos, são
4,4 milhões de endividados. Ainda de acordo com a pesquisa, que se baseou nos dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o valor médio da dívida é de R$ 1.676,00.

Na geração seguinte, dos chamados millennials, faixa de idade entre 22 e 37 anos que
concentra 51,5 milhões de pessoas, a situação é ainda pior. O percentual de endividados
é de 40%, ou 20,6 milhões, com uma dívida média de R$ 3.737,00, mais do que o dobro do
tíquete médio apresentado pela geração Z.

Apenas nessas duas gerações, que representam a população jovem do país, há 25 milhões
de pessoas. Isso significa dizer que a cada dez brasileiros endividados, quatro pertencem às
gerações Z e millennials.
(Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/dino/jovens-chegam-ao-mercado-de-consumo-com-
alto-grau-de-endividamento/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
08 • A cultura de consumo entre jovens no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

No decorrer do filme estadunidense “Clube da Luta”, é narrada a história de Jack, um


homem que busca preencher o vazio de sua vida a partir do consumismo exacerbado. Diante
disso, é possível relacionar a obra com o Brasil atual, haja vista que a cultura do consumo
causa grandes óbices na vida dos jovens. Dentro desse contexto, há dois importantes
fatores que devem ser levados em consideração: a massificação de tendências e a influência
midiática.
Nessa perspectiva, é notório salientar que a padronização de hábitos consumistas
impulsiona a problemática. De acordo com o escritor Jean Baudrillard, em seu livro “A
Sociedade do Consumo“, a aquisição excessiva de produtos, com influenciação externa, gera
malefícios para o povo. Nesse viés, os jovens, para se adequarem a determinados padrões
impostos e serem inseridos no meio social, adquirem, de forma contínua, as “mercadorias
da moda”, vide que os habitantes que não seguem tais modelos tendem a ser excluídos das
interações sociais, como os moradores das periferias do país, que não possuem as condições
financeiras necessárias para cumprir com as imposições das entidades capitalistas, podendo
ocasionar, concordante com Baudrillard, problemas para a saúde mental dessas pessoas.
Desse modo, sem uma mudança de postura da sociedade, enfermidades, por exemplo a
depressão irá, por conseguinte, atingir uma gama maior de indivíduos.
Ademais, vale ressaltar a mídia como um mecanismo popular do consumo. Conforme
os filósofos Adorno e Horkheimer, membros da escola de frankfurt, os meios de comunicação
visam a obtenção de lucro por intermédio dos conceitos e itens por eles propagados. Nesse
sentido, com o forte investimento da indústria cultural em propagandas de TV e em anúncios
nas redes sociais, cria-se um desejo de consumo nos jovens, os quais são alienados e
controlados pelo sistema capitalista, comprando exorbitantemente determinados produtos
e, por isso, prejudicando a situação financeira presente e futura, uma vez que, segundo o
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), cerca de 65% dos brasileiros com idade entre 18 e 29
anos estão inadimplentes. Dessa forma, sem o maior senso crítico da população, os índices
de suicídio podem, por consequência, aumentar.
Portanto, medidas são necessárias para atenuar o quadro atual. Logo, cabe ao
Ministério da Cidadania, órgão responsável pelo bem-estar populacional, promover a
educação financeira e de consumo, por meio de palestras e seminários gratuitos nas escolas,
ministrada por psicólogos e economistas, que expliquem a importância de consumir com
responsabilidade, além de fazer a divulgação de orientações sobre o tema em TV aberta.Tais
ações têm como fito o amparo dos cidadãos. Assim, haverá menos casos no Brasil, como
exibido em “Clube da Luta”.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

09 A importância da qualificação
da mão de obra brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA MÃO
DE OBRA BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Um trabalhador brasileiro produz, em média, somente um quarto do que produz um


trabalhador americano. De um ponto de vista meramente contábil, essa diferença de
produtividade pode ser explicada por três fatores: nossos trabalhadores são menos educados
e menos qualificados; esses trabalhadores têm a seu dispor menos máquinas, equipamentos,
estruturas e infraestrutura; a ineficiência da economia é tal que trabalhadores com mesmo
capital humano e físico que trabalhadores em países avançados produzem menos que estes
últimos. Durante séculos o Brasil basicamente ignorou educação e a formação adequada de
mão de obra. Embora o quadro hoje seja outro, a média de escolaridade do brasileiro ainda
é baixa, e a qualidade da educação, sofrível.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 28/07/21

TEXTO II

O setor industrial brasileiro enfrenta um paradoxo. Num país com 11,6 milhões de desempregados,
metade das fábricas do país diz ter dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. Os dados
integram um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta terça-feira
(11). Em 2011 e 2013, quando um levantamento similar foi realizado, 66% das empresas do setor
industrial reclamavam de falta de trabalhadores qualificados. A redução na fatia das fábricas
que diz não encontrar mão de obra qualificada de 2011 para cá é explicada pela crise econômica,
segundo a CNI. Com a recessão em 2015 e 2016 e a lenta da economia nos anos seguintes, muitas
indústrias reduziram o quadro de funcionários e deixaram de contratar.

Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 28/07/21

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
09 • A importância da qualificação da mão de obra brasileira

TEXTO III

No Brasil, o ensino técnico profissionalizante  — aquele voltado para estudantes de nível


médio e que capacita os jovens em uma profissão — sempre foi visto com certo desdém.
Por muito tempo, vigorou a ideia de que era algo destinado às classes menos favorecidas.
Nos tempos do Império, escolas técnicas eram vistas como uma “benesse” para órfãos de
famílias pobres ou crianças com alguma deficiência física. Durante o governo de Getúlio
Vargas, a Reforma Capanema, liderada pelo ministro da Educação, Gustavo Capanema,
fundou as bases do ensino industrial com a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) e corroborou a ideia de que o ensino técnico era “destinado às classes
menos favorecidas”. Felizmente, essa visão, aos poucos, vai sendo superada — e o Brasil só
tem a ganhar com isso.
Disponível em: https://exame.com/. Acesso em: 28/07/21

TEXTO IV

A pandemia gerou um quadro heterogêneo no mercado de trabalho. A disparidade não se


restringe a trabalhadores no setor privado versus o funcionalismo – este preservado na crise.
Há também diferenças dentro do setor privado, de acordo com a carreira e o grau de preparo
da mão de obra. Pelo grau de escolaridade, nota-se que o número de ocupados com maior
instrução (ensino superior completo e incompleto) cresceu 1,8% ante recuo de 12,4% entre
os menos instruídos (ensino fundamental incompleto em diante); e houve sensível aumento
do rendimento efetivo, de 10% ante 3,6% na média dos menos escolarizados – segundo a
PNAD-IBGE.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/. Acesso em: 28/07/21

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
09 • A importância da qualificação da mão de obra brasileira

REDAÇÃO NOTA 1000

Na obra “Vigiar e Punir“, do filósofo Michel Foucault, é mostrada a relação de poder


que o meio tecnológico exerce sobre os indivíduos. Entretanto, apesar das evoluções das
máquinas ainda há necessidade de mão de obra humana nas fábricas, principalmente as
mas qualificadas. No Brasil, as taxas de desemprego só aumentam, uma vez que a população
tem baixa escolaridade e qualificação, o que afeta a economia em um panorama geral. Nesse
sentido, convém analisarmos as principais causas e consequências desse triste fenômeno.
A partir desse contexto é nítida a negligência do Estado, que não fornece uma
educação de qualidade para o povo. Segundo o site de notícias UOL, os brasileiros produzem
quatro vezes menos que as pessoas dos países desenvolvidos, isso é um reflexo da falta de
qualificação e se mostra um entrave em relação ao avanço da nossa economia. De acordo
com o romantista Victor Hugo, quem conduz o mundo são as ideias e não as máquinas, o
que revela a importância da competência no trabalho.
Além disso, essa situação gera consequências em cadeia, visto que sem as habilidades
necessárias, o número de desempregados aumentam. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia Estatística (IBGE), mais de 13 milhões de brasileiros estão sem trabalho e ainda
assim as fábricas encontram dificuldades em contratar novos funcionários. Portanto,
aprimorar a educação e a qualificação dessas pessoas irá inverter esse crítico cenário.
Diante disso, é dever do Estado, através do Ministério da Educação, fornecer uma boa
formação aos indivíduos e disponibilizar cursos — para aperfeiçoar suas habilidades — em
todas as escolas. Isso por meio do redirecionamento do dinheiro dos impostos, que serve
para atender as necessidades da população. Espera-se, assim, reduzir o número de pessoas
desempregadas e elevar a economia do país.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

10 Os Influenciadores digitais e a formação


do jovem brasileiro

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “OS INFLUENCIADORES
DIGITAIS E A FORMAÇÃO DO JOVEM BRASILEIRO”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

A cada minuto são geradas 500 novas horas de conteúdo no YouTube mundial. Não se sabe
quanto dessa produção é brasileira. O Google, dono da plataforma, não divulga dados
regionais, mas informa que o país ocupa o segundo lugar mundial em tempo de visualização
de vídeos on-line, atrás apenas dos EUA.

Chamados de criadores pelo YouTube e de influenciadores digitais pelo mercado (que inclui
também instagramers, facebookers e afins), os produtores de conteúdo digital cresceram
em número e fama; muitos ganharam status de celebridade.

O fenômeno ganhou força por aqui há três anos, e sua curva continua ascendente. Segundo
a Rede Snack, rede multiplataforma de canais reconhecida e homologada pelo YouTube, há
cerca de 310 mil canais de vídeo on-line no país.
(Disponível em: http://temas.folha.uol.com.br/influenciadores-digitais/a-fama/brasil-so-perde-para-os-eua-
em-tempo-de-visualizacao-de-videos-on-line.shtml)

TEXTO II

Um rapaz chamado Júlio Cocielo decidiu falar sobre o jogador francês Mbappé, um dos
maiores destaques da Copa da Rússia. “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na
praia hein”. Sua piada grassou as redes sociais debaixo de uma avalanche de acusações de
racismo. A bola de neve aumentou quando “brincadeiras” antigas do mocinho começaram
a ser desencavadas(...). DEZESSEIS MILHÕES DE SEGUIDORES. A repercussão negativa de
seus posts racistas chegaram às empresas que associaram suas marcas a ele: Submarino,
Coca-cola e Itaú emitiram declarações rompendo relações com o rapaz chamado Júlio
Cocielo, com o discurso de que repudiam discriminação etc.

No dia seguinte, a devassa continuou: outro “influenciador digital”, Cauê Moura, perdeu
seu patrocínio com a fintech Warren por tuítes que faziam graça com necrofilia, estupro,
homofobia, transfobia e, de novo, racismo. Porque, claro, a Warren repudia “todo e
qualquer discurso de ódio, segregação, machista e homofóbico”. Graças a seu comunicado
oficial, agora sabemos que a empresa gosta mesmo é de “amor, respeito e união”, yeah.
Faz tempo que eu profetizo que o período de glória dos influenciadores digitais vai acabar em
escândalo. Na verdade, nem tanto tempo assim: em 2017, quando a Câmara dos Deputados
aprovou a comercialização de remédios para emagrecer que a Anvisa afirma causarem

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
10 • Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro

problemas cardíacos. Imaginei aquela youtuber fitness recebendo um caminhão de dinheiro


para fazer “unboxing” de sibutramina, aquela fashion discontroller tomando femproporex
no café da manhã ou aquele xovem youtuber mergulhando a avó numa banheira cheia de
anfepramona. E pessoas morrendo por causa de sua publicidade disfarçada de conteúdo,
de sua irresponsabilidade para com o que produzem e a relação de intimidade devassada
que é a base do conteúdo youtuber.

Mas parece que o escândalo está chegando de forma paulatina, matando os peixes por
aquilo que lhes deram fama: a “ousadia”, a “coragem” de falar e fazer o que lhes dá na telha,
na maior veleidade e cara-de-pau.

Fica claro que a pretensa “ousadia” nada mais é do que aquilo que há 20 anos chamávamos
de “apelação”. A banheira do Gugu de ontem é o banho de geleia de hoje. A “liberdade de
expressão” de hoje é o Homem do Sapato Branco de ontem. O merchan durante o café da
manhã da novela de ontem é o “influenciador digital” fazendo cara de surpresa com as
porcarias que seu patrocinador lhe enviou hoje. Mesmo que seja ilegal, como a publicidade
para crianças feita pelo rei dos youtubers brasileiros, Felipe Neto.
(Disponível em: http://www.ricardoalexandre.jor.br/artigos/deu-ruim-para-os-influenciadores-digitais-e-vai-
piorar/)

TEXTO III

Como ‘comportamento de manada’ permite manipulação da opinião pública por fakes


Juliana GragnaniDa BBC Brasil em Londres

A estratégia que vem sendo usada por perfis falsos no Brasil e no mundo para influenciar
a opinião pública nas redes sociais se aproveita de uma característica psicológica
conhecida como “comportamento de manada”.

O conceito faz referência ao comportamento de animais que se juntam para se proteger ou


fugir de um predador. Aplicado aos seres humanos, refere-se à tendência das pessoas de
seguirem um grande influenciador ou mesmo um determinado grupo, sem que a decisão
passe, necessariamente, por uma reflexão individual.

“Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à
escolha de um restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está vazio
e que outro tem três casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita
que, se outros já escolheram, deve ter algum fundamento nisso”, diz Fabrício Benevenuto,
professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre a atuação de usuários nas
redes sociais.

Ele estuda desinformação nas redes e testou sua teoria com um experimento: controlou
quais comentários apareciam em um vídeo do YouTube e monitorou a reação de diferentes
pessoas.

Quanto mais elas eram expostas só a comentários negativos, mais tendiam a ter uma reação
negativa em relação àquele vídeo, e vice-versa.

“Um vai com a opinião do outro”, conclui Benevenuto. Em seu experimento, os pesquisadores

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
10 • Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro

chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a níveis de escolaridade:


quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42243930

TEXTO IV

Disponível em: http://www.vendamais.com.br/investir-em-influenciadores-digitais-realmente-da-retorno/

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
10 • Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro

REDAÇÃO NOTA 1000

A terceira revolução industrial, ou Revolução Técno-Informacional possibilitou o


advento da internet junto as novas formas de comunicação. Apesar dessa tecnologia
ter significado um avanço nas relações interpessoais, por ter aproximado as pessoas
geograficamente distantes, nota-se, hodiernamente a sua limitação social, em virtude do
surgimento de influenciadores digitais, ou seja, formadores de opinião. Essa adversidade,
além de abrir caminho para uma nova forma de manipulação mental, mostra-se perigosa
para os jovens. Logo, convém analisar essa conjuntura, com propósito de encontrar soluções
viáveis para questão.
De antemão, é impreterível enfatizar que os influenciadores digitais são direcionados
pelas grandes marcas, por meio de altas remunerações, a convencer seu público a escolher
a favor delas. Desse modo a indústria cultural, de acordo com a teoria dos filósofos Adorno
e Horkheimer, tem como objetivo manipular o pensamento dos indivíduos e impedir que
estes desenvolvam o pensamento crítico. Por essa lógica, a ação dos formadores de opinião
se mostra como mais uma estratégia por parte da indústria, para vender seus produtos e
trazer lucro extra. Com isso, as pessoas são instigadas a consumirem itens desnecessários
para poder sentirem-se próximos de seus influenciadores.
Ademais, torna-se fundamental ressaltar que o controle de opinião só é possível se
os seres não tiverem capacidade de pensar sozinhos. Nesse modo, a educação, conforme
a teoria de Immanuel Kant, é o único caminho que possibilita a criação de autonomia, ou
seja, conseguir guiar-se sozinho no processo de tomada de decisões. Desse jeito, a forte
ação dos “digital influencers” sobre jovens evidencia uma falha no sistema educacional do
país, pois esses não analisam as situações e se deixam levar pela decisão das massas. Logo,
caso nenhuma providência seja tomada, a sociedade não conseguirá evoluir, em vista que o
pensamento crítico de será característica rara.
Depreende-se, portanto, a importância da educação para combater o impacto dos
influenciadores digitais sobre os adolescentes. A fim de que tal fato seja concretizado, é dever
do Ministério da Educação orientar os jovens, por intermédio da implementação de tópicos
do assunto retratado na matéria de sociologia, com o objetivo de evitar a dominação mental
exercida pela indústria cultural e, por conseguinte, estimular a autonomia estabelecida pela
teoria Kantiana.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

11 A valorização da música popular brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A MÚSICA BRASILEIRA”,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.

TEXTO I

Uma rota musical para conhecer o Brasil e seus ritmos

O Brasil está longe de ser homogêneo. O país é um verdadeiro mosaico de diferentes


vertentes culturais influenciadas por muitos povos. E isso pode ser ouvido e sentido em
nossa música.

Um fato curioso é que alguns estilos são tão representativos que podem ser relacionados
diretamente a determinada região. Com ajuda do pessoal da  momondo, buscador de
passagens aéreas e reservas de hotéis, listamos oito cidades brasileiras que deixaram sua
assinatura no mundo com muita melodia e ritmo. Confira abaixo:

Salvador (BA) – Axé

Uma coisa é certa: poucos lugares oferecem tanta energia como o Pelourinho. Local bonito,
cheio de história e agito, é o rito turístico imperdível para quem visita a região.

Foi em pleno Carnaval de Salvador que nasceu o axé, espécie de assinatura musical da
cidade, nos anos 80. Mesclando ritmos como reggae, forró, maracatu e merengue, explodiu
na década seguinte, com nomes como Ivete Sangalo, É o Tchan e Daniela Mercury. Opções
bacanas para curtir música na região são o Commons Studio Bar, envolvente espaço boêmio,
e o próprio Pelourinho, que é verdadeira comprovação da capital ser conhecida como a terra
do batuque e do tambor.

Olinda (PE) – Frevo

O frevo, que mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira, foi declarado patrimônio
mundial da Unesco em 2012. Mas também pudera. A dança é um verdadeiro espetáculo. No
entanto, não é somente durante o Carnaval que o ritmo toma as ladeiras de Olinda com seu
som cativante e cores fortes. A festa acontece nas ruas do centro, criando uma atmosfera
pitoresca que mescla a fluidez das batidas e passos rápidos, com a solidez do casario colonial
e igrejas barrocas ali instalados. A sonoridade local é completa com as melodias de grupos
de seresteiros. O frevo foi incorporado na música de Alceu Valença nos anos 80 e se espalhou
rapidamente para outras praças.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
11 • A valorização da música popular brasileira

Caruaru (PE) – Forró

Apreciado e dançado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular na cidade de Caruaru,


conhecida como a capital do gênero e famosa por seu São João, festival que acontece entre
os meses de maio e junho na região. Também chamado de arrasta-pé, o ritmo é geralmente
associado a uma mescla de vários gêneros nordestinos, como o baião, a quadrilha e o xote,
que por sua vez foi influenciado pela cultura portuguesa. Mesmo fora do período junino,
não é difícil encontrar música sendo tocada ao vivo e observar o gingado tão característico
do forró nas ruas da cidade. O movimento foi iniciado por nomes de peso da música como
Luiz Gonzaga e ganhou o Brasil nos últimos anos por meio do trabalho de bandas populares
como Falamansa e Calcinha Preta.

São Luís (MA) – Reggae

O reggae nasceu na Jamaica no final dos anos 60, mas ressoou intensamente na periferia de
São Luís e foi adquirindo cores e movimentos bem locais, tornando a cidade maranhense
a capital brasileira do gênero. A mescla incluiu manifestações tipicamente maranhenses,
como o tambor de criola e a dança do lelê, criando uma vertente inédita. Os principais pontos
para curtir a música são o Roots Bar, localizado em um dos casarões do centro histórico, e
a Chama Maré, que fica na praia da Ponta d’ Areia, oferecendo uma belíssima vista do mar.
Artistas como Toty e Rosy Valença fazem sucesso por lá.

Belém (PA) – Tecnobrega

A imponência das icônicas construções erguidas entre os séculos 17 e 19 no centro de Belém


impressionam. A natureza se faz presente pelo movimento da Baía do Guajará e o sabor
inesquecível dos ingredientes regionais. Entretanto, o aspecto que mais se sobressai por
ali tem a ver com muito ritmo e som. Surgido na década passada e influenciado por uma
infinidade de gêneros como brega tradicional, calypso e música eletrônica, o tecnobrega é a
perfeita representação da nova Belém. Energético e inesquecível, o ritmo, reverberado por
artistas como Gaby Amarantos e Felipe Cordeiro, ganhou o Brasil. Para quem quer curtir uma
experiência completa, uma boa opção é visitar o Fiteiro, barzinho charmoso com música ao
vivo de terça a domingo, e se perder nas canções com um copo de chopp bem gelado na
mão.

Goiânia (GO) – Sertanejo

Verdadeiro berço do sertanejo, Goiânia possui uma atmosfera social bastante agradável.
O estilo musical foi originado da música caipira e da moda de viola, nasceu nos anos 80 e
obteve seu auge na década seguinte, por meio de duplas como Chitãozinho e Xororó e Zezé
di Camargo e Luciano. Hoje, uma nova vertente, conhecida como “sertanejo universitário”,
mudou a cara do gênero e continua sendo adorada pelos brasileiros. Para curtir um bom
som na região, as melhores pedidas são grandes casas como Villa Mix e Woods, que também
contam com unidades em São Paulo.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
11 • A valorização da música popular brasileira

Rio de Janeiro (RJ) – Funk carioca

O ritmo intenso e a batida repetitiva funcionam como um perfeito contraste para os espaços
destinados às comunidades cariocas. As letras normalmente falam sobre desigualdade
social e a vida cotidiana nesses locais, mas ganhou força por uma vertente mais melódica e
popular, que hoje é representada por vozes femininas, como Anitta, Valesca e Ludmilla. Para
curtir um verdadeiro “batidão” no Rio, opções atraentes para turistas incluem casas como o
Circo Voador, Barra Music e o baile Castelo das Pedras.

Porto Alegre (RS) – Tchê Music

Ninguém duvida que Poa impressiona por seus restaurantes refinados, rica programação
cultural e bons parques arborizados. Mas, a cidade também se destaca por um estilo musical
assinatura. No Rio Grande do Sul foi originada a Tchê music, variação da música gaúcha
tradicional, popularizada por bandas como Tchê Garotos. Em churrascarias na região é
fácil observar a mistura das duas gerações: os passos e figurino característico do gênero
tradicional com a charmosa musicalidade do atual. Imperdível!
(Disponível em: https://catracalivre.com.br/viagem-livre/uma-rota-musical-para-conhecer-o-brasil-e-seus-
ritmos/)

TEXTO II

Levantamento mostra os ritmos preferidos dos brasileiros; confira!

A música sertaneja vive, há alguns anos, um momento de destaque no cenário musical. O


ritmo domina as paradas nas plataformas digitais, nas rádios e também na televisão, onde
é constante a presença dos artistas do gênero como convidados nos programas de tevê.
Estudo divulgado neste ano pela agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello
Research corrobora com essa hegemonia do gênero.

O projeto Hello Monitor Brasil analisou o gosto musical da população brasileira. A pesquisa
foi dividida pelas cinco regiões do país, onde foram entrevistadas 1.230 pessoas em 75
municípios. Essas pessoas responderam a seguinte pergunta: “Que gêneros musicais você
costuma ouvir?”. Cada participante, respondeu, em média, três estilos musicais. O resultado
final da pesquisa mostra que o sertanejo está entre os estilos musicais preferidos pelos
brasileiros.

No Centro-Oeste, a região que mais abriga representantes do estilo, a exemplo de nomes


como Jorge & Mateus (GO - foto), Marília Mendonça (GO) e Luan Santana (MS), a música
sertaneja foi citada por 87% dos entrevistados. O ritmo é seguido da MPB, com 47%, e do
gospel, com 39%. “A música sertaneja prevalece para quase nove de cada 10 pessoas no
Centro-Oeste. Mas, outras cenas bem importantes aparecem, como o interesse pela MPB
e pela música gospel. Também tivemos menções interessantes para o rock (lembrado
por 33%), o reggae (24%) e a música eletrônica (21%)”, comenta Davi Bertoncello, CEO da
agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello Research.

A música sertaneja também esteve na preferência do Sudeste, região em que o estilo


musical conseguiu uma inserção nos últimos anos. O Rio de Janeiro, por exemplo, foi

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
11 • A valorização da música popular brasileira

cenário de gravações de DVDs de artistas do estilo, como Matheus & Kauan, Wesley Safadão,
Felipe Araújo, Naiara Azevedo e Henrique & Diego. De acordo com a pesquisa, o sertanejo
foi apontado por 55% dos entrevistados como o preferido, ocupando a primeira posição.
Em seguida, aparecem o pagode, com 24%, e o pop, com 23%, sempre lembrando que os
entrevistados tinham pelo menos três opções para escolher.

“A gente ainda está vivendo o auge do sertanejo, no formato de popularização, muito


diferente do original e criado muitos anos atrás no Centro-Oeste. A pesquisa também
mostra que há uma preferência ainda pelo “radinho”, por mais que os streamings tenham
crescido de forma vertiginosamente”, completa Bertoncello, mostrando que a preferência
do sertanejo também pode ter a ver com a dominação do ritmo nas rádios populares.

Para a dupla Hugo, da dupla Hugo & Guilherme conhecida pelo hit Namorada reserva, a força
do sertanejo tem a ver com a mensagem do estilo musical, que consegue atingir grande
parte do público: “A música sertaneja tem a cara do Brasil, é um ritmo muito nosso, que fala
da nossa realidade”.

Outros ritmos

No Norte do Brasil, a música sertaneja foi escolhida como a preferida por 45%, ficando atrás
apenas da música gospel, que, na região, tem preferência de 52%. O gospel também tem
força no Centro-Oeste, onde ocupa o terceiro lugar do ranking. “A gente percebe essa grande
diferença no Norte, onde o gospel passou o sertanejo. Na primeira posição, ele é o mais
ouvido, principalmente, por mulheres”.

Esse bom momento da música gospel pode ter a ver com a maior popularização dos artistas
do gênero. A cantora Priscilla Alcântara é uma dessas artistas. Conhecida primeiramente pela
apresentação em programas infantojuvenis no SBT, ela se dedica há alguns anos à música
gospel e tem se tornado cada vez mais popular. Neste ano, ela foi indicada ao Grammy
Latino. “Enquanto artista, faço e promovo um discurso sobre as questões emocionais, que é
a realidade de muita gente e da maioria dos jovens. Não me limito à temática religiosa. Uma
das ferramentas principais é a escolha dos temas. Gosto de fazer as pessoas pensarem a vida,
a totalidade dela, não só espiritual. Gosto de me comunicar com a realidade das pessoas,
mesmo as que possuem sistemas de crenças diferentes do meu. Busco esses pontos que
temos em comum”, afirma.

Nas regiões Nordeste e Sul, o cenário muda. No Nordeste, o sertanejo não aparece como
ritmo preferido. Lá, os entrevistados escolheram a MPB. Ela é a preferida de 68%. Na região,
a pesquisa demonstra outra alteração. Os entrevistados consideram dentro da MPB, ritmos
como axé e forró, estilos considerados populares na região. O segundo preferido é o pop
(35%), seguido pela música eletrônica (18%). Já no Sul, a preferência é pelo pop (36%), em
ascendência no Brasil com artistas como Vitor Kley, Anavitória e Melim. O estilo, inclusive,
também mostra força em outras regiões, como o Sudeste, onde ficou na terceira posição, e
no Nordeste, onde está em segundo lugar.
(Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/viver/2019/11/levantamento-mostra-os-ritmos-preferidos-dos-
brasileiros-confira.html)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
11 • A valorização da música popular brasileira

REDAÇÃO NOTA 1000

Samba, funk, forró e choro são alguns dos gêneros musicais brasileiros mais
representativos da cultura local. Essa vasta diferença nos campos melódicos denota que
a valorização da música popular brasileira é uma questão importante para assegurar
a diversidade cultural. Contudo, essa heterogeneidade tem sido desvalorizada pelas
nações elitistas perpetradoras de preconceito e pelas posturas empresariais pautadas na
homogeneidade.
Nesse sentido, entende-se que a atribuição depreciativa de certos modelos de
música corrobora a inexistência de uma arte plenamente valorizada no Brasil. Isso porque,
sobretudo nas regiões geográficas periféricas, músicas de funk, por exemplo, foram,
historicamente, estigmatizadas por deturpadas noções de marginalidade.Tal panorama
pode ser comprovado pela crítica social presente na música “Som de Preto”, de Amilcka
e Chocolate, nos versos:“ É som de preto, de favelado […] essa história de porrada é coisa
banal”. Nessa obra, os artistas exemplificam como a sua arte é vista por ideais classicistas e
preconceituosos relativos à raça preta. Logo, fica claro que, infelizmente, a plena valorização
musical só deixará de ser uma utopia, quando posturas populares forem revistas.
Ademais, a indústria musical, majoritariamente, atende ao panorama capitalista,
priorizando um estilo musical. Essa manobra lucrativa, entretanto, distorce a ideia
heterogênea que o Brasil possui nos parâmetros de música, haja vista que pode, desse
modo, ocultar outros estilos facilmente. De fato, os teóricos Adorno e Horkheimer disseram
que este é o principal desígnio da indústria cultural: a massificação de segmentos culturais
mercantilizados, sem nenhum compromisso social, além do viés pecuniário. Nessa feita,
evidencia-se que, industrialmente, a música popular brasileira é incorporada a padrões
unitários, o que dificulta a representação e a circulação de outros eixos melódicos.
Portanto, cabe ao Ministério da Educação — órgão executivo —, o investimento em
projetos de inclusão social, por meio de erários, destinados à expansão da qualificação
das disciplinas sociais e artísticas, nas instituições educativas, com fito de associar
propriamente, o amplo debate musical às temáticas inclusivas de combate às manifestações
preconceituosas. Em consonância a isso, o governo federal pode, ainda, propor uma
parceria entre as empresas musicais e as mídias televisivas, mediada por incentivos fiscais
com intuito de dar maior visibilidade a jovens musicistas despercebidos, muitas vezes, pela
estética padronizada da referida indústria. Assim, a música popular brasileira será mais
valorizada.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

12 Educação financeira na sociedade brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “EDUCAÇÃO FINANCEIRA
NA SOCIEDADE BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Segundo a OCDE (2005), educação financeira é “o processo mediante o qual os indivíduos e as


sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros,
de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as
competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles
envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar
outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente
para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro”.
(Disponível: http://www.vidaedinheiro.gov.br/. Acesso em: 27 de mai. 2021)

TEXTO II

(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/. Acesso em: 27 de mai. 2021)

TEXTO III

O número de brasileiros com pelo menos uma conta em atraso bateu recorde. Historicamente,
a inadimplência tende a crescer mais no primeiro trimestre, pela concentração de despesas e
gastos adicionais nessa época. Mas, desta vez, os números surpreenderam: em um trimestre,
mais de dois milhões de novos nomes na lista de inadimplentes. No total, 60 milhões, no fim
de março, contra menos de 58 milhões em dezembro. A primeira vez que essa marca foi
atingida, desde o início da pesquisa, em 2012.
(Disponível em: http://g1.globo.com/. Acesso em: 27 de mai. 2021)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
12 • Educação financeira na sociedade brasileira

REDAÇÃO NOTA 1000

A grande depressão, ocorrida em 1929 nos Estados Unidos da América, é um claro


exemplo de que a má gestão financeira pode acarretar, até mesmo em cenários globais,
diversos problemas para a sociedade como um todo. De forma análoga, no Brasil hodierno, a
educação financeira ainda é precária e necessita de melhorias. Nesse sentido, cabe analisar
a falta de instrução e suas consequências.
Diante desse cenário, é possível observar que o tecido social brasileiro não gerencia,
por falta de estudo, seu dinheiro de forma inteligente. A escassez de aprendizagem sobre
economia nas escolas brasileiras certamente é, por deixar o indivíduo financeiramente
vulnerável, uma problemática, o que afronta a Constituição federativa, de 1988, que além
de informação e segurança, também prevê educação seja econômica ou não. Logo, é
inadmissível que um país de progresso,permita que sua população não tenha seus direitos,
garantidos por lei, respeitados.
Ademais, as consequências dessa situação são graves e não passam despercebidas.
No filme Oriental “Tokyo: the godfather’s”, um dos personagens, por não saber lidar com a
situação, acumula dívidas extremas, e por não conseguir pagar prefere abandonar sua família
e viver nas ruas, isso revela que indivíduos que não tem o conhecimento de administração
econômica estão, infelizmente, sujeitos a problemas familiares e até mesmo psicológicos.
Desse modo, é inviável que o governo brasileiro não tome medidas para evitar ocorrências
como essas na organização social.
Portanto, medidas cabíveis devem ser elencadas para resolver ou atenuar o impasse.
Dessa maneira, o Ministério da Educação deve garantir que a sociedade seja educada
financeiramente, por meio da implantação da disciplina economia nas escolas, com
professores especializados, psicólogos e empresários. Espera-se, com isso, que a população
aprenda administrar o seu dinheiro. Dessa maneira reger um país de progresso econômico.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

13 Água: de quem é a responsabilidade?

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “ÁGUA: DE QUEM É A
RESPONSABILIDADE?”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Dia Mundial da Água ressalta a importância da preservação dos recursos hídricos


(fragmento)

A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a resolução A/RES/47/193 de 22 de fevereiro


de 1993, através da qual 22 de março de cada ano seria declarado Dia Mundial da Água, de
acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (sobre recursos hídricos) da Agenda 21, informa
Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).

Os países comemoram esta data, dedicando ao Dia Mundial da Água atividades concretas que
promovem a conscientização pública através de publicações e difusão de documentários
e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à
conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos.

A água é uma substância excepcional, essencial para a vida, alimenta nações, alimenta
nossa indústria, atenua nossos problemas, sacia nossa sede e traz beleza e prazer a nossa
vida. Água e saúde são interconectadas de muitas maneiras e, é importante considerar a
crescente necessidade por água adequada e saudável, para proteger tanto as pessoas
quanto o planeta. A água é um dos recursos ameaçados mais preciosos da Terra. Saúde é
um dos recursos mais preciosos de cada pessoa.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que cada pessoa precisa de pelo menos 40
litros diários de água, para beber, tomar banho, cozinhar e outras necessidades. Atualmente,
mais de 1,1 bilhão de pessoas já não contam com este mínimo. No Brasil gasta-se cerca de
cinco vezes mais água do que o necessário. Nosso consumo é de cerca de 200 litros por dia
por pessoa.”Este desperdício todo preocupa, afinal, o ser humano é capaz de ficar 60 dias
sem comer, mas só resiste cinco sem água”, ressalta Vininha F. Carvalho.
(Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/dia-mundial-da-agua-ressalta-a-importancia-da-
preservacao-dos-recursos-hidricos,2af3900acf5c514b4d921fd5145ca57149wr1zvz.html)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
13 • Água: de quem é a responsabilidade?

TEXTO II

Consumo consciente de água: uso correto evita desperdício (fragmento)

A água é um recurso fundamental para a sobrevivência do ser humano. Ainda que 70% do
planeta Terra seja coberto por água, apenas 1% desse volume é considerado potável. Da
pequena parte hídrica que é apropriada para consumo humano, 12% fica no Brasil, sendo
70% dessa água doce concentrada na Bacia Amazônica. O restante está distribuído de forma
desigual - o Nordeste, por exemplo, possui apenas 5% das reservas brasileiras de  água
doce, sendo que boa parte desse volume é subterrâneo e com alto teor de sal. As reservas
de água doce  estão distribuídas de modo desigual em todo o mundo e, além disso, são
constantemente ameaçadas de escassez e contaminação. Tudo isso faz com que seja muito
importante praticar o consumo consciente de água.

Praticar o consumo consciente de água  não significa deixar de usar o recurso, mas sim
repensar as suas formas de uso da água. Evitar desperdícios, reduzir o consumo sempre
que possível, fazer a captação da água da chuva e reaproveitar a água cinza gerada pelo
chuveiro e pela máquina de lavar roupas são algumas atitudes que podem ser tomadas para
ter um consumo consciente da água.

Essas são formas de poupar a água potável do planeta e de ajudar a preservar os mananciais,
além de economizar com a conta de água. Outra atitude de consumo consciente de água é
estar atento ao gasto hídrico dos produtos e serviços que você consome. Esse mapeamento
da quantidade de água que a sua rotina de vida consome é chamado de pegada hídrica,
que representa o volume total de água doce que é utilizado para produzir os bens e serviços
consumidos por um indivíduo - a mesma conta também pode ser aplicada a comunidades
ou empresas.
(Disponível em: https://www.ecycle.com.br/3646-consumo-consciente-de-agua)

TEXTO III

Evolução da retirada de água no Brasil, por setor (1931-2030), em m³/s


(Disponível em: https://www.ana.gov.br/noticias/estudo-da-ana-aponta-perspectiva-de-aumento-do-uso-
de-agua-no-brasil-ate-2030)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
13 • Água: de quem é a responsabilidade?

REDAÇÃO NOTA 1000

O documentário “Cowspiracy”, reproduzido pela Netflix, retrata os impactos que a


atividade humana causa ao meio ambiente, especialmente sobre a água. De forma análoga,
no Brasil, o contexto não diverge da atualidade, visto que a crise hídrica bem como o
desperdício nocivo desse recurso imprescindível ao homem, tem favorecido, negativamente,
um cenário de segurança. Nesse sentido, convém analisar as principais causas implicadas
nesse fenômeno.
A partir dessa perspectiva, é possível destacar a negligência estatal relacionada às
alterações das mudanças climáticas — devido ao desmatamento, queimadas, poluição de
rios, mares e oceanos — Como fator operante da escassez de água ao longo do território
brasileiro. Em nações desenvolvidas, como Austrália e China, a seca fez com que a
administração pública otimizasse a preservação de água e diminuísse o excesso de gases
poluentes — o que altera o ciclo da chuva — .Nessa ótica, pode-se afirmar que a falta de
políticas eficazes afeta, diretamente, a vida da sociedade. É, portanto, inadmissível a
ausência de responsabilidade do Estado diante de um patrimônio natural importante.
Outrossim, consoante ao pensamento de Hans Jonas, importante sociólogo alemão,
a ética se concretiza com o princípio do ato nas gerações futuras. Nesse sentido, nota-
se que o desperdício de água tem aumentado de maneira alarmante nos últimos anos,
principalmente no agronegócio, de acordo com o portal G1. A pouca eficiência em tecnologia
e o uso de agrotóxicos, colaboram para a diminuição de tal recurso no espaço rural, uma
vez que contaminam o solo e os mananciais. Lê-se, pois, como inadmissível que o Brasil,
país membro e defensor das metas de sustentabilidade da ONU para 2030, permita que a
intervenção do setor agrário cause tais danos à população.
Desse modo, evidencia-se a urgência de medidas efetivas do Ministério do Meio
Ambiente — responsável por promover a proteção dos recursos naturais — que, em
parceria com o Ministério da Agricultura, deve, por meio de verbas oriundas do cofre
público, criar leis de punição aos grandes poluidores de água, assim como fiscalizar locais
de produção agrícola, através do projeto “Pró-Sustentabilidade“, com o fito de incentivar
ideias sustentáveis, como, reutilização da água da chuva, diminuição de queimadas e
desmatamento de áreas florestais. Espera-se, com isso, garantir qualidade de vida aos
brasileiros e tornar a cinematografia “Cowspiracy” irrealidade no Brasil.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

14 A influência da cultura Indígena


para identidade brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A INFLUÊNCIA DA
CULTURA INDÍGENA PARA IDENTIDADE BRASILEIRA”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Dia do índio: Uma herança cultural e étnica

Uma data especial para relembrar a importância cultural e histórica dos índios, o dia 19 de
abril foi escolhido graças ao 1° Congresso Indigenista Interamericano que ocorreu em 1940

Quando pensamos no âmago do nosso País e nos primeiros povos que habitaram o Brasil,
lembramos de Pedro Álvares Cabral e todos os outros colonizadores europeus, que chegaram
nesta terra no Século XV. Porém, nossas verdadeiras raízes foram criadas por uma cultura
que já ocupava o solo nacional muito antes da chegada dos portugueses: a cultura indígena.
Essa que deixou uma enorme influência nos costumes brasileiros, e que ao longo do tempo
tornou-se parte do dia a dia do nosso povo.

Apesar de todo o esforço dos europeus para impor seus próprios hábitos sobre esses povos,
a cultura indígena sempre permaneceu forte em todos os aspectos. Seja ela na culinária, na
arte, na língua ou no folclore, ainda temos as raízes deles muito presentes fazendo parte da
sociedade na qual estamos inseridas.

No dia 19 de Abril, comemora-se o Dia do Índio. Poucos sabem, mas a origem da data remete
ao protesto dos povos indígenas do Continente americano na década de 1940, quando
um Congresso, organizado no México, propôs debater medidas para proteger os índios
no território. Então, nesse dia, foi feito o 1° Congresso Indigenista Interamericano e, dessa
forma, durante o governo de Getúlio Vargas (1883-1954), escolheram essa data para celebrar
o Dia do Índio, por meio do Decreto-Lei n.º 5.540, de 1943.

Herança cultural indígena

Os costumes do povo brasileiro guardam muitas marcas da cultura indígena, pois eles
foram muito importantes para a formação cultural do país. Sua influência destaca-se nos
costumes, alimentação, na língua e na mistura étnica da população brasileira.

Em meio às heranças deixadas por eles, sobrepõe-se, dentre muitas: o uso da rede de dormir,
habilidades de fabricações artesanais, agricultura, descobertas de raízes e plantas, crenças,
músicas, vitalidade, pesca, curas de doenças, respeito em grupo. Além disso, na culinária
temos comidas feitas com milho, mandioca, e outros frutos nativos como o guaraná, sem
contatar o destaque da utilização de várias ervas medicinais.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
14 • A influência da cultura Indígena para identidade brasileira

Outro legado são as próprias palavras da língua portuguesa, que possui uma infinidade de
termos de origem indígena como, por exemplo, Iara, Jaci, Itu, Itapetininga, Anhanguera,
tapioca, beiju, pamonha, arapuca, dentre outros. Os índios contribuíram e contribuem
muito para a formação do País, e a união entre índios e brancos, a princípio considerada
ilegítima, deu origem ao “caboclo”. A nossa História jamais poderá ser esquecida.
(Disponível em: https://cliquediario.com.br/artigos/dia-do-indio-uma-heranca-cultural-e-etnica)

TEXTO II

A influência da cultura indígena na sociedade brasileira

A cultura indígena está presente em nosso dia a dia. Nesta matéria sugerimos uma
reflexão sobre estas influências.

Quando pensamos nas raízes do nosso país e nos primeiros povoadores que habitaram o
Brasil, lembramos de Pedro Álvares Cabral e todos os outros colonizadores europeus que
chegaram nesta terra no século XV. Porém, nossas verdadeiras raízes foram criadas por uma
cultura que já ocupava o solo brasileiro muito antes da chegada dos portugueses: a cultura
indígena, que deixou uma enorme influência nos costumes brasileiros, e que ao longo do
tempo se tornou parte do dia a dia do nosso povo.

Apesar de todo o esforço dos europeus para impor seus próprios hábitos sobre os índios (que
hoje são uma minoria em nosso país, ocupando só 0,4 da população brasileira) a cultura
indígena sempre permaneceu forte, e em todos os aspectos intacta em nossas vidas, seja
ela na culinária, na arte, na língua ou no folclore, temos as raízes indígenas muito presente
em tudo que fazemos.

Culinária

A culinária brasileira traz de herança muitos costumes de diversos povos indígenas, que se
alimentavam principalmente de ingredientes como a mandioca (também conhecida como
macaxeira ou aipim), castanhas, coco, milhos, raízes e algumas folhas e frutos.

Além  desses ingredientes, os índios caçavam animais como anta, veados, capivaras e tatus
para sua alimentação e também praticavam a pesca para se alimentar dos mais variados
tipos de peixes (alguns são o pirarucu, tucunaré, traíra) tanto de água salgada como de água
doce.
(Disponível em: https://terravistabrasil.com.br/a-influencia-da-cultura-indigena-na-sociedade-brasileira/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
14 • A influência da cultura Indígena para identidade brasileira

TEXTO III

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
14 • A influência da cultura Indígena para identidade brasileira

REDAÇÃO NOTA 1000

A Constituição Federal, promulgada em 1988, prevê a todo cidadão o pleno direito


à cultura no Brasil, entretanto, a desvalorização da cultura indígena para a identidade
brasileira representa um entrave a ser solucionado de forma mais organizada pelo Estado.
Nesse sentido, faz-se necessário analisar as principais causas, consequências e possível
medida para combater essa problemática.
Diante desse cenário, nota-se o preconceito como grave motivador para esse impasse.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010,
cerca de 20% da população indígena vivia nas cidades. Entretanto, muitos indivíduos ainda
sofrem discriminação ao procurar empregos e ingressarem aos estudos, por exemplo,
devido ao estigma que restringe a permanência desses povos apenas nas aldeias. Lê-se,
com isso, como nociva a negligência do poder público à condição humana, uma vez que se
torna necessário a inserção dos indígenas na conjuntura hodierna brasileira.
Em segunda análise, observa-se a invasão dos portugueses no Brasil, em 1500, e
posterior subestimação da cultura dos índios como principal legado desse problema social.
Segundo dados da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), de uma estimativa de 1200 línguas
indígenas faladas em 1800, hoje restam apenas aproximadamente 100. Dessa forma, é
inaceitável que um país defensor dos Direitos Humanos não  garanta a continuidade da
cultura dos nativos no país.
Desse modo, para que as prescrições constitucionais não sejam apenas teóricas, mas
se tornem medida prática, é necessária uma ação mais efetiva do Estado. Nesse contexto, o
Poder Executivo em parceria com a FUNAI, deve criar um projeto de integração dos índios
nas cidades, por meio de mais vagas de emprego e cursos, com a participação e apoio de
empresas que receberão bonificações para esse processo. Além disso, é importante que o
Poder Legislativo estimule a valorização e manutenção da cultura indígena na sociedade,
por meio de ações educacionais em escolas e praças públicas, para que as pessoas tenham
ciência dessa importância. Espera-se, com isso, que os direitos previstos na Constituição de
88 sejam efetivados e que a cultura indígena seja mais valorizada na sociedade brasileira.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

15 As principais causas da crise


nos presídios brasileiros

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ”AS PRINCIPAIS CAUSAS
DA CRISE NOS PRESÍDIOS BRASILEIROS”, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Prisões e insegurança no Brasil: efeito dominó

A mesma sociedade que julga aceitáveis as violações sistemáticas dos direitos humanos nas
prisões, acaba sofrendo as consequências da falta de segurança

A recente chacina de presos em Altamira (PA) evidenciou uma realidade chocante de


condições subumanas, caos, crime organizado, tortura e morte. É uma situação impactante,
mas dificilmente surpreendente: Manaus, Pedrinhas, Boa Vista, Alcaçuz, Carandiru, a lista
de tragédias em centros prisionais brasileiros é comprida. E na ausência de uma mudança
radical, é provável que Altamira não seja a última delas.

O fato de que vários dos casos mais brutais de violência carcerária derivem de confrontos
entre internos —relacionados a causas estruturais mais amplas e abrangentes— não
dispensa o Estado de sua responsabilidade de proteger a vida e integridade das pessoas
presas e, certamente, a de seus agentes penitenciários.

O Brasil conhece muito bem suas obrigações com a dignidade humana, não apenas conforme
o direito internacional mas à luz de sua Constituição: o próprio Supremo Tribunal Federal
reconheceu o estado de coisas inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro (ADPF
347).

O país também recebeu inúmeras recomendações de especialistas internacionais de direitos


humanos (como o relator da ONU sobre a tortura e o sub-comitê da ONU para a prevenção
da tortura) sobre ações concretas para erradicar de seu sistema prisional a superlotação, a
perda de controle sobre a disciplina do pessoal, o crime organizado ou a corrupção.

Mas apesar de todos os diagnósticos, o Brasil tem reagido com lentidão ou mesmo adotado
medidas na contramão destas obrigações e recomendações —baseadas no direito doméstico
e internacional, bem como na evidência empírica. Por exemplo, ao alterar o funcionamento
do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate a Tortura, peça-chave para melhorar
qualquer sistema carcerário.

Por sua vez, existe um senso comum que tende a banalizar as violações de direitos humanos
contra as pessoas presas, como uma espécie de castigo pelos crimes que podem ter
cometido, ou como punição adicional à privação de liberdade estabelecida pela Justiça.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
15 • As principais causas da crise nos presídios brasileiros

Esta ideia tão frequente torna mais fácil para o Estado esquivar-se de sua responsabilidade
de melhorar as condições nas prisões, não investir em alternativas à privação de liberdade
ou em políticas criminais de longo prazo, ou não apostar na reabilitação e reinserção social.
Ou privilegiar uma abordagem punitiva em vez de fortalecer a prevenção, com ênfase nas
parcelas mais vulneráveis da população.

Mas, afinal, é como o efeito dominó, pois todas essas ações ou omissões do Estado produzem
um alto custo para a sociedade. A mesma sociedade que julga aceitáveis as violações
sistemáticas dos direitos humanos nas prisões, acaba sofrendo as consequências da falta
de segurança, da criminalização da pobreza e da perda do potencial produtivo daqueles
grupos mais discriminados e estigmatizados, como jovens e afrodescendentes.

Popular ou não, o Estado tem a obrigação de proteger os direitos humanos, principalmente


das pessoas que estão sob sua custódia. Caso contrário, a sociedade toda acaba pagando o
preço de um sistema prisional e criminal falido, que contribui para enfraquecer a segurança
pública, a paz social, a governabilidade, o desenvolvimento e a plena vigência dos direitos
humanos.
(Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/13/opinion/1565727743_717605.html)

TEXTO II

Entendendo o básico para opinar sobre a crise no sistema penitenciário brasileiro

Imagem: Parente de uma das vítimas se desespera do lado de fora de um dos presídios em
Manaus. Desde o dia 26, morreram 55 pessoas no massacre ocorrido em quatro cadeias do
sistema penitenciário da cidade

O sistema prisional brasileiro tem apresentado um número de presos muito maior do que
o de vagas. Segundo dados do Monitor da violência, são 700 mil presos em regime fechado,
enquanto nos presídios a capacidade é de 415 mil. O Brasil tem a quarta maior população
carcerária do mundo, perdendo apenas dos EUA, da China e Rússia, sendo tal população
encarcerada constituída, em sua maioria, por pessoas negras, jovens, pobres e com baixa
escolaridade que respondem por crimes contra o patrimônio (roubos e furtos) e pela lei de
drogas (porte ou tráfico).

Manaus (AM) já havia passado pela experiência em 2017 de episódios de violência extrema
em suas unidades prisionais e, nos últimos dias, passou a ocupar as pautas dos principais
veículos da mídia. De modo geral, o massacre tem sido noticiado como uma chacina
protagonizada pelos próprios presos, uma “guerra entre facções rivais”.

Porém, a força das facções criminosas se intensifica quanto mais degradantes são as condições
do encarceramento. Ao mesmo tempo em que faltam vagas, observamos a precariedade
das condições de encarceramento e a ação violenta de grupos criminais. Em grande parte,
a superlotação é agravada em razão do excessivo número de presos provisórios, cerca de
40% (quarenta por cento) do total de internos, enquanto a média mundial encontra-se por
volta de 25%, ou seja no Brasil há presos provisórios em percentual muito superior àquilo
que seria o razoável.

Diante desse quadro caótico, caracterizado sobretudo pelo déficit de vagas e da ausência de

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
15 • As principais causas da crise nos presídios brasileiros

estrutura adequada, reafirmamos a necessidade do Estado cumprir as normas estabelecidas


na Lei de Execução Penal (Lei n° 7.210/1984) que em seu art. 10 dispõe:

art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime
e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Assim, em conformidade com a norma acima, é dever do Estado assegurar esses direitos
instituídos pela Lei de Execução Penal, com vistas à superação do quadro de violação de
direitos e degradação da dignidade da vida. O sistema prisional precisa garantir condições
que assegurem a dignidade da pessoa humana, sendo este, um princípio constitucional.

A Lei de Execução Penal (LEP) visa regulamentar os regimes prisionais, assim como elencar
sobre os direitos e deveres do apenado, dos estabelecimentos penais e sobre a integração
social do egresso. Contudo, é difícil falar em ressocialização quando o sistema prisional não
oferece as condições para a aplicação do que está estabelecido no artigo 83 da LEP, que prevê,
“o estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências
com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática
esportiva”. Na realidade, as condições precárias do sistema prisional acabam acarretando
uma difícil probabilidade de ressocialização.

Nesse sentido, Zaffaroni afirma que “colocar uma pessoa numa prisão e esperar que ela
aprenda a viver em sociedade é como ensinar alguém a jogar futebol dentro de um elevador”.
Logo, os conceitos de ressocialização e os princípios fundamentais não têm se efetivado,
falta também uma articulação efetiva entre os três poderes para a implementação de
políticas de segurança.

A conjugação de todos esses fatores acima mencionados, aliados à falta de segurança das
prisões e atividades aos detentos, leva ao surgimento de rebeliões e chacinas no interior das
unidades. Outro importante tema que cerca este debate é a privatização e terceirização de
presídios, elemento que coloca em cheque a eficiência das ações realizadas das empresas
nas unidades com a lógica lucrativa da iniciativa privada. 

Desse modo, o Sistema Penitenciário Brasileiro, tem se mostrado falho, sendo visto como
como um depósito de indivíduos “indesejáveis” (Simon, 2007) uma vez que não há como
se falar em ressocialização em um ambiente degradante como se encontra na maioria
das prisões pelo Brasil. Assim podemos concluir que a Lei de Execução Penal, no âmbito
prático não tem sido cumprida como deveria e a sua ineficiência tem levado ao aumento da
violência.
(Disponível em: https://www.justificando.com/2019/05/30/entendendo-o-basico-para-opinar-sobre-a-crise-
no-sistema-penitenciario-brasileiro/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
15 • As principais causas da crise nos presídios brasileiros

REDAÇÃO NOTA 1000

Orange Is The New Black, produzido pela plataforma da Netflix, retrata o cotidiano
das mulheres carcerárias que, ao longo da trama, se rebelaram, ocasionando na morte
de uma detenta. Fora da ficção, percebemos no Brasil, analogamente, que o corpo social,
tradicionalmente, menospreza os deveres básicos da população carcerária, dessa maneira
é preciso compreender as principais causas da crise nos presídios. Nesse sentido, nota-se a
ausência de segurança nas penitenciárias e precariedade no sistema de reclusão. 
Em primeiro lugar, é importante destacar que a ausência de segurança nas
penitenciárias pode ocasionar rebeliões pela falta de administração pública e operacional.
Segundo o jornal G1, fugiram da penitenciária de Presidente Prudente, zona oeste do
estado, 21 detentos, devido à diminuição no número de agentes de segurança. Assim sendo,
percebe-se que a ausência de ação de gestores públicos, provoca uma insuficiência efetiva
para interromper as rebeliões causadas pela insegurança.
Além disso, a precariedade no sistema de reclusão pode provocar uma sensação
de abandono do setor penitenciário, visto que inúmeros detentos vivem em péssimas
condições de higiene, celas superlotadas e torturas, o que facilita a frequência de rebeliões.
Conforme o art. 5º, inciso III da Constituição Federal “Ninguém será submetido à tortura
nem a tratamento desumano ou degradante.” Portanto, nota-se que o Estado descumpre
a Constituição Federal, fazendo com que os presos tenham um tratamento desumano e
degradante.
Diante do exposto, é preciso que o governo intervenha com a finalidade de coordenar
o cenário atual. Para compreender as principais causas da crise nos presídios, urge que o
Ministério da Cidadania implemente um sistema de saúde mais eficiente aos presos, por
meio de fundo de investimento, um programa para garantir saúde, anseio e comodidade. O
programa vai incluir, também, mais contratação de agentes penitenciários para uma maior
segurança. Assim, será possível o mundo como “Orange Is The New Black“ seja evitado.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

16 A questão do lixo no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A QUESTÃO DO LIXO
NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Mais de 50% das cidades brasileiros descartam o lixo de modo incorreto


De acordo com pesquisa, o índice de reciclagem no Brasil é de apenas 3,7%

O Brasil ainda enfrenta dificuldades para descartar seu lixo de maneira adequada: de acordo
com estudo, 53% dos resíduos são descartados de maneira inadequada em lixões a céu
aberto — Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovada em 2010 previa que esses locais
deveriam ser extintos em 2014. 

Desenvolvido a partir de pesquisas desenvolvidas em uma parceria do Sindicato Nacional das


Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) com a consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), o Índice
de Sustentabilidade da Limpeza Urbana também indica que 24% dos domicílios brasileiros não
contam com coleta de lixo e que o índice nacional de reciclagem é de apenas 3,7%. 

A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que o descarte de lixo no país deve ser
readequado, com a implantação da coleta seletiva, instalação de usinas de reciclagem e
depósito do material orgânico em aterros sanitários. Quando a lei foi aprovada, em 2010,
estipulava-se uma multa de até R$ 50 milhões aos municípios que continuassem a descartar
os resíduos em lixões após agosto de 2014. As prefeituras, no entanto, afirmaram que o
prazo era muto curto para uma adequação. 

A situação não parece melhor após oito anos. De acordo com estudo, o Sul é a região
brasileira onde melhor se depositam os resíduos do ponto de vista ambiental: 88,5% do lixo
é destinado de maneira correta. O Sudeste fica em segundo lugar, com 51,1% de destinação
correta dos resíduos. No Norte e no Centro-Oeste, a taxa de descarte adequado é de,
respectivamente, 14,1% e 14,4%. A região Nordeste do país conta com um índice de 11,4%. 

Uma das justificativas pela dificuldade de implantar uma política concreta de descarte
adequado do lixo seria o financiamento: 61,6% dos municípios do país não contam com
arrecadação para concretizar essa política. Na região Nordeste, por exemplo, apenas 4,9%
das cidades têm aprovada uma medida de arrecadação de recursos para o transporte e
alocação dos resíduos de acordo com as diretrizes da lei. 

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
16 • A questão do lixo no Brasil

Se há dificuldades para o descarte adequado do lixo em locais que não sejam a céu aberto,
o Brasil caminha a passos ainda mais lentos quando o assunto é reciclagem: a média de
reaproveitamento no país é de apenas 3,7%. No Nordeste, 0,5% do lixo é reciclado de acordo
com a pesquisa divulgada. Entre as cidades brasileiras, Viamão (RS) é o município com maior
índice de reciclagem, com 9,9%. 
(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2018/08/mais-de-50-das-
cidades-brasileiros-descartam-o-lixo-de-modo-incorreto.html)

TEXTO II

Brasil tem quase 3 mil lixões em 1.600 cidades, diz relatório


Prazo para que todos os municípios dessem destino correto ao lixo venceu há 4 anos, de
acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos

O Brasil tem quase 3 mil lixões funcionando em 1.600 cidades, segundo relatório da
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Por
lei, todos os lixões do Brasil deveriam ter sido fechados até 2014, prazo dado pela Política
Nacional dos Resíduos Sólidos.

O levantamento da Abrelpe mostra que, de 2016 para 2017, o despejo inadequado do lixo
aumentou 3%. A produção de lixo no Brasil também aumentou no ano passado. Cada
brasileiro gerou 378 kg de resíduos no ano, um volume que daria para cobrir um campo e
meio de futebol.

Junto com esse aumento do lixo produzido, também subiu a quantidade de resíduos que
vão parar em lixões, com impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde pública.
Estudo afirma que o país gasta R$ 3 bilhões por ano com o tratamento de saúde de pessoas
que ficaram doentes por causa da contaminação provocada pelos lixões.

“Os impactos dos lixões, que contaminam a água, contaminam o solo e poluem o ar, afetam
diretamente a saúde de 95 milhões de pessoas, sejam as que vivem no entorno desses lixões,
muito próximos, ou aquelas que consomem ou a água ou os alimentos produzidos nessas
áreas que estão contaminadas, trazendo uma série de problemas de saúde”, afirma Carlos
Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe.

Segundo os dados da Abrelpe, 90% das cidades brasileiras têm coleta de lixo, mas só 59%
usam aterros adequados.

O Ministério do Meio Ambiente disse que o maior impedimento para tratar o lixo é a falta
de recursos dos municípios e sugere medidas como a cobrança de uma taxa de lixo, o
agrupamento das cidades em consórcios para ratear as despesas.

Disse ainda que existem ações previstas para ajudar os municípios nos Ministérios da Saúde
e das Cidades, mas não há perspectivas de que os recursos federais sejam suficientes para
suprir as demandas.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
16 • A questão do lixo no Brasil

Dados do IBGE

Quase metade das 5.570 cidades brasileiras não tem atualmente um plano integrado
para o manejo do lixo, segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic 2017), divulgado
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em julho deste ano.

Segundo a legislação brasileira, o plano integrado tem 19 itens obrigatórios que incluem
metas de redução da quantidade de rejeitos por meio de reciclagem e reutilização de
materiais, diagnóstico da situação dos resíduos sólidos no município, além de regras para
transporte e outras etapas do gerenciamento do lixo e limpeza urbana.

O estudo do IBGE apontou que a existência de um plano é mais frequente nas cidades mais
populosas. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, 83,3% possuem um plano de
manejo do lixo. Naquelas entre 5.001 e 10 mil habitantes, são 49,1%.

Em uma análise por população, o IBGE identificou que nas cidades com mais de 50 mil
habitantes, em termos relativos, ocorrem mais impactos ambientais causados por falta de
saneamento básico e destinação inadequada de esgoto doméstico.

(Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2018/09/14/brasil-tem-quase-3-mil-lixoes-em-1600-


cidades-diz-relatorio.ghtml)

TEXTO III

5 FORMAS DE GANHAR DINHEIRO COM A RECICLAGEM

Você separa o seu lixo para reciclagem? Sim? Isso é ótimo! Além de auxiliar na diminuição de
lixo descartado erroneamente, a reciclagem traz diversos benefícios para o meio ambiente
e para a sociedade:

• Diminuição da contaminação do solo;

Com o descarte correto, milhares de quilos de resíduos são encaminhados para centros
de reciclagem, o que diminui a chance de contaminação do solo dos aterros sanitários.

• Diminuição do uso de recursos naturais;

Quando reciclamos o lixo, aquele material é reutilizado, diminuindo a exploração de


matérias-primas.

• Diminuição dos impactos no meio ambiente

Reciclar também significa diminuir a chance de que a fauna e a flora sejam prejudicadas
por causa do descarte incorreto.

• Consciência ambiental

Quando temos o hábito da reciclagem, criamos uma cultura que ajuda na consciência
ambiental, ou seja, aumentamos a nossa capacidade de compreender o ambiente em
que vivemos e, consequentemente, começamos a nos atentar sobre nossas ações e
como isso pode impactar o planeta nos próximos anos e décadas.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
16 • A questão do lixo no Brasil

• Geração de emprego

Para que a reciclagem aconteça, é preciso que existam empresas especialistas no trato
desse tipo de lixo. Com isso, há a criação de diversas vagas nessa área, que, direta e
indiretamente, ajudam a melhorar a economia do país.

• Ter a chance de economizar e gerar lucro

Além de todos esses benefícios já citados, reciclar também pode ser sinônimo de lucro,
algo que ainda não é muito feito no Brasil. Segundo dados do Compromisso Empresarial
para Reciclagem (Cempre), o país perde mais de 120 bilhões de reais em produtos que
poderiam ser reciclados, mas que acabam sendo deixados no lixo.

Ou seja, essa é a receita perfeita para conseguir se dar bem: é preciso reciclar o lixo brasileiro
e não há muita exploração desse mercado! Que tal começar a mudar sua vida e começar a
ganhar dinheiro com seu lixo reciclável?

5 formas para começar reciclar e ganhar dinheiro

1 – Artesanato

Que tal investir em artesanato? É algo fácil e que você não gasta nada para produzir. Há
diversos sites e canais no Youtube que ensinam a transformar materiais em artigos bem
interessantes.

2 – Lixo eletrônico

Nos dias de hoje, aumentamos muito a produção de lixo eletrônico, entretanto são poucos
que fazem o descarte correto e isso é muito necessário, visto que eles podem liberar diversas
substâncias tóxicas.

Uma boa forma de ajudar o meio ambiente e conseguir juntar algum dinheiro é vendendo as
peças do seu aparelho eletrônico quando não for mais útil para você. Por exemplo, quando
seu celular ou tablet parar de funcionar e não for possível realizar o conserto, é possível
vender separadamente cada parte, seja em lojas físicas ou até mesmo online.

3 – Reciclagem de roupas

É muito importante saber que roupas não devem ser descartadas no lixo comum. Os
componentes que dão cor aos tecidos podem agredir o meio ambiente. Por isso, você tem a
chance de entrar no mercado de reciclagem de roupas.

Esse tipo de reutilização implica em algumas possibilidades, são elas:

• Abrir um brechó;

Dessa forma, você pode ter o seu próprio negócio, vender o que você não usa mais,
comprar outras roupas e vendê-las novamente.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
16 • A questão do lixo no Brasil

• Bazar de roupas;

O bazar é uma ótima oportunidade para se livrar das roupas que você não usa mais de
uma vez só. É possível fazer na sua própria casa e ainda conseguir um dinheirinho!

• Customização;

Se você gosta de corte e costura, a customização pode ser uma ótima opção. Afinal,
você tem a chance de desenvolver os seus talentos melhorando uma peça de roupa que
você deixou de usar e pode, inclusive, agregar valor a ela. Como no caso do brechó, a
customização de peças pode se tornar um empreendimento.

4 – Venda de resíduos

Essa dica você já deve conhecer e não há falhas: comece a vender os seus resíduos. A maioria
das cidades possui locais que recolhem e compram todo e qualquer tipo de lixo reciclável.

Basta fazer uma pesquisa para descobrir quais são os melhores preços e começar a juntar
tudo que você puder. Lembre-se que, de qualquer forma, você irá produzir esse tipo de
resíduo, então não há nenhum problema acumulá-lo para receber um retorno no futuro.

Uma dica é acessar o site  soulambiental.com.br  e conhecer um pouquinho do


projeto  Sementes do Plástico, que foi desenvolvido em parceria com o SIMPERJ. É uma
ótima oportunidade de geração de renda!

5 – Crie seu próprio negócio de reciclagem

Como você deve ter percebido, o mundo da reciclagem é mercadologicamente pouco


explorado. Por isso, há diversas oportunidades para crescer nessa área e conseguir ser bem-
sucedido.

Por exemplo, que tal começar uma empresa de reciclagem para a sua cidade? Será preciso
investir algum capital no começo, assim como em qualquer empresa, porém é possível
receber um retorno rápido caso tudo seja muito bem planejado.
(Disponível em: https://www.simperj.org.br/blog/2018/07/17/5-formas-de-ganhar-dinheiro-com-a-
reciclagem/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
16 • A questão do lixo no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

De acordo com filósofo inglês Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir o bem-
estar social da população. Entretanto, no Brasil, a realidade é outra, uma vez que inúmeros
cidadãos enfrentam problemas, como doenças, com o lixo produzido nas cidades. Sabe-
se que, nesse sentido, existem inúmeras causas para isso, dentre elas estão a negligência
governamental juntamente com a falta de interesse das pessoas para com o descarte dos
seus resíduos.
Em primeiro plano, é preciso observar a falta de interesse do governo em relação
as políticas de armazenamento do lixo. Nesse viés, de acordo com a Política Nacional dos
Resíduos Sólidos, é estritamente proibido armazenar despejos em lixões a céu aberto, desde
2014. Porém, incontáveis cidades brasileiras não têm acesso aos aterros sanitários, porque
os comandantes dos Estados não disponibilizam recursos para a construção dessas obras.
Desse modo, isso pode causar doenças, que podem levar até a morte, na população.
Em segundo plano, deve-se analisar o descuido dos brasileiros no momento do
descarte desses materiais. Nesse sentido, é correto afirmar que a população também é a
principal culpada quando se fala sobre esse assunto, pois as pessoas jogam lixo no chão,
não reciclam e geram toneladas de resíduos todos os anos. No contexto histórico, isso pode
ser associado a enorme doença que dizimou um terço da Europa, a Peste Bulbônica, que
surgiu pela falta de higiene do povo medieval, que descartava seu lixo no meio da rua.
Desse modo, o Brasil tem muito a melhorar quando se fala sobre lixo. Para isso, cabe
ao governo construir mais aterros sanitários em todos os Estados brasileiros, por meio da
verba pública, para que os cidadãos não sofram com doenças oriundas desse problema e,
como consequência, passem a se importar mais com as suas cidades, deixando de descartar
seu lixo em local inapropriado, como a rua. Feito isso, a tese de Hobbes se tornará fiel a
realidade.

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17 Comida industrializada e obesidade


entre jovens no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “COMIDA INDUSTRIALIZADA
E OBESIDADE ENTRE JOVENS NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Alimentos processados e industrializados contribuem para a obesidade porque possuem


um alto valor calórico, devido à quantidade de carboidratos simples e gorduras ruins em sua
composição. Além disso, são pobres em vitaminas e minerais, fundamentais para regular
todos os processos metabólicos do corpo.

“Outro ponto que deve ser destacado é que os alimentos processados são conservados
com alto teor de sódio em sua composição, o que contribui para a retenção de líquidos,
gerando um maior acúmulo de peso. Portanto, não favorecem o emagrecimento. O excesso
de sódio traz ainda o risco de desenvolver hipertensão, junto com a obesidade”, explica a
nutricionista Ana Paula Moura.

Inserindo alimentos industrializados na dieta de forma saudável

Mesmo com esses pontos negativos, os alimentos industrializados não deixam de fazer parte
da rotina da maioria das pessoas, então é preciso achar um jeito de se manter saudável
mesmo consumindo-os. “É melhor que eles sejam consumidos eventualmente, não como
uma regra”, recomenda Ana. “Ter um olhar mais atento na hora de escolher os produtos
também é importante nesse contexto”.

De acordo com a nutricionista, ter o hábito de ler os rótulos dos produtos é essencial para
escolher os mais saudáveis. Nesse sentido, vale saber que os alimentos que têm menos
ingredientes são os melhores. Outra dica: o primeiro ingrediente que aparece é o que está
em maior quantidade em um produto. Então, se o primeiro for prejudicial, você já pode
descartar. “Por exemplo: pão integral deve começar com farinha de trigo integral e não com
farinha de trigo fortificada”, exemplifica.
https://cuidadospelavida.com.br/cuidados-e-bem-estar/alimentacao/alimentos-processados-obesidade

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
17 • Comida industrializada e obesidade entre jovens no Brasil

TEXTO II

Estimativas da Opas apontam que, em uma década, o consumo de ultraprocessados


aumentou 30%, por pessoa, em países latino-americanos, enquanto cai na América do
Norte.

A obesidade alcança 8,4% dos jovens brasileiros entre 12 e 17 anos. Além disso, 17% deles
estão acima do peso ideal, segundo o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes
(Erica), do Ministério da Saúde. O levantamento também mostra que um em cada cinco
adolescentes hipertensos, cerca de 200 mil, poderia não ter esse problema caso não fosse
obeso. O levantamento foi feito de 2013 para 2014, com base em entrevistas a 85 mil
adolescentes de escolas públicas e privadas de 124 municípios acima de 100 mil habitantes.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-05/regulacao-de-alimentos-industrializados-e-desafio-
no-combate-obesidade

TEXTO III

Número de crianças e adolescentes obesos aumenta dez vezes em 40 anos


A obesidade infantil atinge atualmente dez vezes mais crianças e adolescentes do que na
década de 1970. Isso significa que o grupo de indivíduos entre 5 e 19 anos que estão acima
do peso saltou de 11 milhões naquela época para 124 milhões. É um contingente de jovens
equivalente a quase toda a população do México, estimada hoje em 127 milhões segundo o
Banco Mundial, que sofre de uma condição que pode prejudicar a saúde na vida adulta.
https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/numero-de-criancas-adolescentes-obesos-aumenta-dez-vezes-
em-40-anos-21934113

TEXTO IV

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2018/05/13/interna_ciencia_
saude,680303/obesidade-e-segunda-principal-causa-de-morte-no-mundo.shtml

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
17 • Comida industrializada e obesidade entre jovens no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

A sociedade contemporânea, a alimentação baseada em produtos industrializados


tornou-se um hábito regular em nosso cotidiano. No Brasil, do mesmo modo, o consumo
exacerbado desses alimentos pelo público jovem está ocasionando um aumento alarmante
dos casos de obesidade entre os pertencentes a esse grupo. Nesse sentido, isso se evidencia
pela presença tortuosa do consumismo na comunidade e pela ganância das empresas
alimentícias.
Diante dessa perspectiva, o crescente consumismo vigente no dia a dia social figura
como agente determinante da alta da obesidade entre os jovens brasileiros. Sob esse
aspecto, no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolates“, Augustin é um menino que consome
quantidades exorbitantes de chocolate, o que favorece o sobrepeso que desenvolve, fato
criticado na trama. Da mesma forma, na realidade brasileira, a má alimentação gerada
pelo consumismo imensurável de comida industrializada pela juventude é capaz de causar
mazelas inconcebíveis ao bem-estar e ao desenvolvimento dos jovens, tal como na ficção.
Além disso, a supervalorização do dinheiro por grandes proprietários de indústrias de
comida no Brasil faz com que busquem por meios de aumentar sua lucratividade, nos quais
diminuir a qualidade nutricional dos produtos, para maior durabilidade, é o mais atrativo.
De acordo com Arthur Schopenhauer, filósofo alemão: “O maior erro que um homem pode
cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem“. Assim, ao permitir que a
omissão assuma um papel mais importante que a preocupação com bem-estar do próximo,
tais empresários geram um cenário caótico de alienação de seus consumidores, que fazem
uso de produtos maléficos à sua saúde inconscientemente.
Portanto, o governo federal deve criar normas mais rígidas para produção de
comida, por meio da reformulação nutricional desses alimentos e consequente retirada
dos produtos que apresentem potencial de causar a obesidade, com a participação das
empresas alimentícias, do Ministério da Saúde e da sociedade. Espera-se, com isso, que
toda a população jovem do Brasil possa usufruir de uma alimentação de boa qualidade sem
causar danos à sua saúde.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

18 Caminhos para o combate à violência


urbana no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ”CAMINHOS PARA O
COMBATE À VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção,
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Violência Urbana

A violência que ocorre no meio urbano pode ter como motivação a fraca presença do
Estado e a falta de seguridade social de seus indivíduos.

Entendendo a violência urbana

A violência, ao ser abordada pela sociologia, é considerada como um aspecto inerente


a qualquer tipo de sociedade. Dentro dessa perspectiva, a violência é a manifestação
do conflito de desejos, vontades e exercício de poder entre os sujeitos que vivem uma
realidade assimétrica, em que a divisão desse poder é inerentemente desigual. Dentro dos
motivos para essa assimetria, encontram-se os fatores que determinam as posições sociais
dos indivíduos – economia, influência política etc – e ainda o poder que o Estado detém na
legitimidade do uso da violência como mecanismo de coerção, como é o caso da polícia.

A violência, embora exista em todos os meios, apresenta-se de forma mais frequente nos
meios urbanos. Portanto, as ciências sociais têm se encarregado de tentar compreender
melhor esse fenômeno e contribuir na luta pela diminuição da incidência da violência
urbana. O desafio está na complexidade das relações do meio urbano e das infinitas
motivações para a violência que, como dito antes, pode vir do contato entre indivíduos ou
mesmo ser institucionalizada.

Dentre os fatores que motivam a violência no meio urbano, alguns se destacam pelo grau
de influência que exercem sobre a vida cotidiana do indivíduo social. Entre elas estão a
pobreza, a segregação étnica ou o racismo, o nível de criminalidade e a insegurança, que
não se resume apenas na estruturação ou na existência da segurança pública apoiada nos
órgãos de policiamento, mas tem mais relação com a situação de não seguridade do bem-
estar próprio daqueles que não possuem meios para isso.

Nesse sentido, a violência urbana está estreitamente ligada ao enfraquecimento do Estado,


que não consegue assegurar uma condição de vida digna àqueles que governa. Esse fato é
particularmente sentido pelas pessoas em condição de pobreza, que se veem desamparadas
em suas necessidades básicas sem ter a quem recorrer e sem nenhum meio de reparação
para sua situação. Neste caso, a exclusão social pode ser claramente percebida como fator
contribuinte.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
18 • Caminhos para o combate à violência urbana no Brasil

Violência e segurança pública

Existe o argumento que entende que a criminalidade e a violência são frutos do


enfraquecimento do artifício de coerção direta do Estado: a polícia. Contudo, embora seja
necessária, estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a polícia
brasileira é a que mais mata, chegando a matar 6 pessoas por dia no período de 2009 a
2013, chegando ao número total de 11.197 mortes. O número conta de execuções sumárias
e as mortes em conflito armado. Em paralelo a isso, os números dos índices de violência
aumentaram segundo o Mapa da Violência de 2014, que traça um panorama sobre a
evolução da violência no país, o que mostra que apenas o escalamento da força policial não
serve como remediação da situação da violência urbana.

O investimento em seguridade social ainda é visto como a melhor forma de combate ao


crime e à violência urbana. Justiça social e igualdade de direitos representam segurança
e presença do Estado na vida da população em situação vulnerável. É preciso que o
policiamento esteja acompanhado da melhor preparação dos profissionais da área da
segurança, da melhoria da qualidade da educação oferecida e da ampliação das ações que
promovam maior igualdade social.
(Disponível em: https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/violencia-urbana.html)

TEXTO II

Atlas da Violência 2018: Brasil tem taxa de homicídio 30 vezes maior do que Europa
Segundo relatório, mais de meio milhão de pessoas foram assassinadas
no país na última década

RIO — Em 2016, pela primeira vez na história, o número de homicídios no Brasil superou a
casa dos 60 mil em um ano. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP), o número de 62.517 assassinatos cometidos no país em 2016 coloca o Brasil em
um patamar 30 vezes maior do que o da Europa. Só na última década, 553 mil brasileiros
perderam a vida por morte violenta. Ou seja, um total de 153 mortes por dia.

Os homicídios, segundo o Ipea, equivalem à queda de um Boieng 737 lotado diariamente.


Representam quase 10% do total das mortes no país e atingem principalmente os homens
jovens: 56,5% de óbitos dos brasileiros entre 15 e 19 anos foram mortes violentas.

O número de mortes violentas é também um retrato da desigualdade racial no país, onde


71,5% das pessoas assassinadas são negras ou pardas.

O impacto das armas de fogo também chega a níveis elevados no país, que tem medições
sobre mortes causadas por disparos desde 1980. Se naquela época a proporção dos
homicídios causados por armas de fogo girava na casa dos 40%, desde 2003 o número se
mantém em 71,6%.

REALIDADES DISTINTAS

Apesar dos números alarmantes em nível nacional, a disparidade entre as Unidades da


Federação chama mais atenção ainda. Basta comparar a redução da taxa de homicídios na

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
18 • Caminhos para o combate à violência urbana no Brasil

última década em estados como São Paulo (-46,7%), Espírito Santo (-37,2%) e Rio de Janeiro
(-23,4%) com o crescimento de outros como Rio Grande do Norte (256,9%), Acre (93,2%), Rio
Grande do Sul (58,8%) e Maranhão (121,0%).

As diferenças se dão também em níveis regionais. Em 2016, a taxa de homicídios por 100 mil
habitantes chegou a quase 45 nos estados do Nordeste e Norte. No Sudeste, por outro lado,
o valor ficava na casa dos 20, um pouco abaixo dos 25 alcançados pelos estados do Sul.

As reduções, porém, não significam que a situação em todos os estados seja de declínio
constante. Basta analisar o caso do Rio de Janeiro, que entre 2015 e 2016 viu crescer em
18,8% a taxa dos homicídios. Ou do Ceará, que, apesar de ter aumentado em 86,3% nos
últimos 10 anos, conseguiu uma diminuição percentual 13,1% na taxa de homicídios durante
o último ano analisado.

JUVENTUDE PERDIDA

Dentre os afetados pela crescente no número de homicídios no Brasil, um grupo de destaca:


o dos jovens. Representando 53,7% das vítimas totais no país (ou seja, 33.590 óbitos), eles
ainda são majoritariamente homens. Mais especificamente, 94,6% deles são homens.

O caso é histórico, com os jovens entre 15 e 29 anos sendo a principal fatia da população
afetada pelos assassinatos violentos, o que não significa que o número não tem sofrido
aumentos no período analisado pelo Atlas da Violência.

Na década entre 2006 e 2016, o Brasil assistiu a um aumento de 23,3% nos assassinatos de
seus jovens. Homicídio é a causa de 49,1% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos, e 46%
das mortes entre 20 a 24 anos. Esse índice é bem diferente do grupo de brasileiros entre 45
e 49 anos, por exemplo, que é de 5,5%.

MAIS MORTES POR TIROS

De 1980 até 2016, quase um milhão de brasileiros perdeu a vida por conta de armas de fogo.
As 910 mil pessoas mortas por perfuração causada por disparos são, segundo o Atlas da
Violência, vítimas de uma questão “central” do país.

Com um total de 71,1% de homicídios cometidos com uso de armas de fogo (taxa que
cresceu por décadas até 2003, ano da criação do estatuto do desarmamento), o Brasil deixou
de ocupar um patamar próximo ao dos vizinhos Chile (37,3%) e Uruguai (46,5%) e hoje se
aproxima à El Salvador (76,9%) e Honduras (83,4%). Na Europa, a média é 19,3%.

A relação entre o número de armas de fogo e as mortes violentas, segundo o relatório, é


clara. Para ele, sem a atual legislação que impõe restrições às armas, “a taxa de homicídios
seria ainda maior que a observada”. Isso porque as cidades que mais tiveram aumentos nos
homicídios totais também foram que sofreram com maior crescimento de óbitos causados
por disparos.
(Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/atlas-da-violencia-2018-brasil-tem-taxa-de-homicidio-30-
vezes-maior-do-que-europa-22747176)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
18 • Caminhos para o combate à violência urbana no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, prevê a todo cidadão o pleno


direito à segurança, à diversidade e ao bem-estar social. No Brasil, entretanto, os caminhos
para combater a violência urbana tem diminuído nos últimos anos, devido à falta de
mobilização efetiva do Estado. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas,
consequências relativas ao descaso do Governo e a falta de empatia.
Nesse cenário, é possível evidenciar a falta de medidas públicas para combater a
violência. Essa conjuntura atual, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke
, configura-se como uma violação do “contrato social“, já que o Estado deixa de garantir o
direito básico da segurança. Desse modo, é inaceitável que um país democrático deixe a
sociedade desprotegida e acabe diminuindo os valores constitucionais.
Ademais, o individualismo como um dos fundamentais fatores para degra dação da
sociedade, permeada pela violência. Segundo pesquisa da UOL, o Brasil é 51º em ranking de
empatia. Em virtude disso, as pessoas não se colocam uma nos lugares da outra, de modo
que é preciso deixar de olhar apenas para si.
Depreende-se, portanto, a necessidade de combater esses obstáculos. Por isso, é
imprescindível que o Ministério da Segurança Pública, por intermédio das Forças Policiais,
realize medidas de proteção do povo. Com o maior número de agentes de defesa do sistema
urbano, a fim de proporcionar um aumento gradativo da segurança nas cidades brasileiras.
Assim, se construiria uma sociedade mais justa e organizada, onde o Estado desempenha
corretamente seu “contrato social”, tal como afirmação de John Locke.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

19 Infraestrutura urbana e sua importância


para o desenvolvimento do país

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “INFRAESTRUTURA URBANA E SUA
IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

“Governar é construir estradas”. A afirmação de Washington Luís, Presidente do Brasil


entre 1926-1930, procurava destacar a importância da infraestrutura de transportes para
o desenvolvimento da economia. Obviamente quando se fala em infraestrutura não se
está falando apenas em estradas. A construção de usinas hidrelétricas aumenta a oferta
de energia no país e viabiliza a expansão das indústrias. Sistemas de irrigação facilitam a
expansão da agricultura para terras antes consideradas impróprias para cultivo.

Os investimentos em infraestrutura também podem ter importante impacto na redução


da pobreza e na melhoria da qualidade de vida da população de menor renda. Há um
efeito direto de aumento da oferta de empregos e salários quando a economia cresce e se
torna mais eficiente e competitiva. Mas há, também, um aumento no valor de mercado do
patrimônio da população pobre quando a sua residência passa a ser servida por rede de
esgoto, água e telefone. Da mesma forma, a propriedade rural passa a valer mais quando
uma estrada facilita seu acesso à cidade mais próxima.
Disponível em: http://www.brasil-economia-governo.org.br/. Acesso em: 20 mai. 2021

TEXTO II

O caminho para a modernização da infraestrutura no Brasil é longo. Demandará um esforço


de duas décadas e investimentos pelo menos duas vezes maiores que os atuais R$ 132
bilhões, que correspondem a 2% do PIB nacional. É preciso alcançar os aportes na área para
um patamar mínimo de 4,15% do PIB, o equivalente a R$ 274 bilhões. As estimativas são do
estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) “Privatizações na Infraestrutura: o que
falta fazer”, que lista as medidas prioritárias para o avanço do país nas áreas de transporte,
mobilidade urbana, energia, saneamento e telecomunicações.

De acordo com o estudo da CNI, o fator que mais contribuiu para o atraso da infraestrutura no
país foi a reduzida capacidade do setor público de investir.  O trabalho aponta que a solução
é que o país se contraponha às deficiências do Estado a partir de uma maior participação do
setor privado.
Disponível em: https://noticias.portaldaindustria.com.br/. Acesso em: 20 mai. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
19 • Infraestrutura urbana e sua importância para o desenvolvimento do país

TEXTO III

Os investimentos públicos em infraestrutura (rodovias, portos, aeroportos, energia,


telecomunicações, entre outros) somaram R$ 27,875 bilhões em 2018, ou 0,4% do Produto
Interno Bruto (PIB), de acordo com números corrigidos pela inflação da Secretaria do
Tesouro Nacional. É o menor patamar em dez anos.

Nos últimos dois anos, os investimentos do governo estão sendo afetados pela regra do teto
de gastos públicos, pelo qual as despesas totais (com algumas exceções, como capitalização
de estatais) não podem crescer acima da variação da inflação em 12 meses até junho do
ano anterior. A medida visa conter os sucessivos déficits nas contas públicas desde 2014.
Nos últimos quatros anos, o valor do rombo nas contas superou R$ 100 bilhões, e, em 2018,
o déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública)
somou R$ 120 bilhões.

Disponível em: https://g1.globo.com/. Acesso em 20 mai. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
19 • Infraestrutura urbana e sua importância para o desenvolvimento do país

TEXTO IV

O governo desperdiça dinheiro público com obras que não são concluídas. Auditoria
do Tribunal de Contas da União (TCU) revela que mais de um terço das obras públicas
bancadas com recursos da União estão paralisadas. Essas obras já consumiram R$ 10,8
bilhões dos cofres públicos, mas ainda não geraram nenhum benefício à população, pois
estão inacabadas.O levantamento foi feito em 38.412 obras financiadas com recursos da
União, incluindo escolas, creches, postos de saúde, edifícios administrativos, instalações
esportivas, rodovias, ferrovias, portos e usinas, entre outros.

Das quase 39 mil obras verificadas, 14.403 estão paralisadas ou inacabadas, pouco mais
de um terço do total (37%). Essas obras demandam um investimento público de R$ 144
bilhões para serem concluídas, mas isso não aconteceu. As três principais causas para
não conclusão são erros técnicos, problemas orçamentários e financeiros, e abandono da
empresa contratada para a execução da obra.
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/. Acesso em 20 mai. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
19 • Infraestrutura urbana e sua importância para o desenvolvimento do país

REDAÇÃO NOTA 1000

Muitos países ao redor do mundo, como os europeus, contam com uma infraestrutura
diversificada e eficiente em seus centros urbanos, fato que proporciona conforto aos
cidadãos e facilidade às trocas comerciais. O Brasil, no entanto, negligência a importância
do investimento em serviços urbanos, o que resulta em um precário sistema de transportes,
saneamento básico e telecomunicações. Isso se evidencia não só pela falta de diversidade e
integração dos modais, como também pela ausência de interesse do governo.
Nesse contexto, pode se dizer que o legado de governos anteriores, principalmente
o forte investimento em rodovias no período de Juscelino Kubitschek, faz com que o país
tenha hoje uma dependência do transporte rodoviário, que, apesar de ser relativamente
barato, traz muitos prejuízos a longo prazo, devido à necessidade constante de manutenção.
Tal cenário representa um verdadeiro desperdício de aproveitamento dos recursos naturais
do Brasil, detentor de rios que poderiam ser espaço para ótimas hidrovias.
Outrossim, a falta de verba e o desinteresse do governo são um impasse para a
construção de infraestrutura nas diversas cidades brasileiras. Isso pode ser percebido,
por exemplo, com a quantidade de obras governamentais que não são concluídas, mas já
utilizaram cerca de 11 bilhões de reais de dinheiro público, segundo a Auditoria do Tribunal
de Contas da União. Essa situação é lamentável e revoltante, pois é inadmissível que a
população, sujeita a  impostos altíssimos, não tenha o mínimo de benefício retornado.
Portanto, é necessário que o governo tome algumas medidas, a fim de mudar esse
cenário e deixar um legado que queira ser lembrado pela sociedade. Para tanto, deve-se
investir de forma eficiente em infraestrutura, por meio da implantação de sistemas de
transporte e telecomunicações diversos, bem como a integração entre eles. Espera-se, com
isso, reduzir o preço dos serviços públicos, facilitar o fluxo de pessoas e trazer um retorno
condizente com os impostos pagos pela população.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

20 Caminhos para o combate ao uso de drogas


entre jovens no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “CAMINHOS PARA
DIMINUIÇÃO DA POBREZA NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Brasil alcança recorde de 13,5 milhões de miseráveis, aponta IBGE

Número é superior à população de países como Bélgica, Portugal, Cuba e Bolívia

O Brasil atingiu nível recorde de pessoas vivendo em situação de miséria. Em 2018, o país


tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capta inferior a 145 reais, ou 1,9 dólares
por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de pobreza extrema.
Esse número é equivalente a 6,5% dos brasileiros e maior que a população de países como
Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal.

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira, 6,


pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total de miseráveis no
país vem crescendo desde que começou a crise econômica, em 2015. Em 2014, 4,5% dos
brasileiros viviam abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2018, esse porcentual subiu ao
patamar recorde de 6,5%. Em quatro anos de piora na pobreza extrema, mais 4,504 milhões
de brasileiros passaram a viver na miséria. Antes de 2012, o recorde de pessoas em situação
de extrema pobreza havia sido registrado em 2012, com 5,8% dos brasileiros vivendo nesta
situação. 
(Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/brasil-alcanca-recorde-de-135-milhoes-de-miseraveis-
aponta-ibge/)

TEXTO II

Brasil congela combate à pobreza por 15 anos; meta da ONU não deve ser cumprida
(fragmento)

Para especialista da FGV, saída é ‘unir o País em agenda econômica e social consistente’

Dos maiores retrocessos que o Brasil enfrenta, o crescimento acelerado da miséria e da


desigualdade pegou de surpresa mesmo os mais pessimistas. O país que tirou mais de 30
milhões de pessoas da pobreza em dez anos e se tornou referência em políticas de combate
à fome de repente jogou de volta na miséria 6,3 milhões – praticamente um Paraguai.

As sequelas da recessão que devastou o mercado de trabalho e interrompeu o ciclo

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
20 • Caminhos para o combate ao uso de drogas entre jovens no Brasil

de redução da miséria não dão sinais de trégua. A menos que governo e sociedade civil
se esforcem para redistribuir renda, o quadro social será de estagnação na melhor das
hipóteses, alerta Marcelo Neri, diretor da FGV Social, braço da Fundação Getúlio Vargas para
esta área.

Em 2030, quando vence o prazo para o cumprimento da primeira meta de desenvolvimento


sustentável — erradicar a pobreza extrema –, o Brasil deve no máximo retornar ao patamar
de antes da crise, projeta Neri. Foi quando o Brasil conseguiu sair do mapa da fome.

Na ocasião o País superou com folga a meta do milênio que era reduzir a pobreza à metade
num prazo de 25 anos. A implementação do Bolsa-Família para milhões de famílias acelerou
esta tarefa no começo do milênio e inspirou outros países a fazerem o mesmo. Mas do final
de 2014 a 2017, os indicadores dispararam, seja qual for o critério adotado para a definição
de pobreza.

Está em condições de extrema pobreza quem ganha até US$ 1,90 por dia segundo a linha do
Banco Mundial. Em pesquisa recente sobre o tema, a FGV Social calculou linha de pobreza
de R$ 233 por mês. Por esta definição, o total de pobres no Brasil cresceu 33% em três anos
de crise. Em 2018 pesquisadores estimam estabilidade do indicador – nada bom para um
ano eleitoral, que historicamente exibe resultados positivos.

Com a substituição da carteira assinada por bicos, cresce o contingente de trabalhadores


sem acesso aos mecanismos de proteção social que estão relacionados à formalização,
como salário mínimo e aposentadoria.

Se nada for feito, a concentração de renda, que já cresce desde o último trimestre de 2014
sem parar, continuará aumentando. O aumento do índice de Gini, que mede a concentração
de riqueza, segue num ritmo acelerado não visto desde 1989.

Neri, por outro lado, avalia que existe saída. É preciso olhar tanto para a questão econômica,
buscando soluções para o equilíbrio fiscal, como para o social. “Hoje o debate está dividido
em dois polos, como se uma coisa excluísse a outra … Mas tudo pode virar a favor se for
dado um choque de confiança no sistema. E para isso vai ser preciso unir o país em uma
agenda econômica e social consistente”.
(Disponível em: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/brasil-congela-combate-a-pobreza-por-15-
anos-meta-da-onu-nao-deve-ser-cumprida/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
20 • Caminhos para o combate ao uso de drogas entre jovens no Brasil

TEXTO III

(Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/10/17/pobreza-recua-apos-tres-anos-mas-miseria-no-brasil-nao-cede.


ghtml)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
20 • Caminhos para o combate ao uso de drogas entre jovens no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

Na série “Grey’s Anatomy”, Amélia recorre às drogas como um recurso mais fácil de
amenizar as angústias. Em conformidade com isso, ao analisar o cenário brasileiro, no que
tange aos caminhos para o combate ao uso de drogas entre os jovens, depreende-se que
a juventude, por viver uma fase de muitos conflitos, busca drogas ilícitas para fugir dos
problemas, o que resulta em graves vícios e transtornos futuros. Nessa lógica, a insuficiente
disseminação de conhecimento e a influência social emergem como os principais impactos
dessa problemática.
Decerto, a escassa informação compartilhada sobre os danos causados pelas drogas
na vida dos indivíduos é um fator a ser combatido. Paralelamente a isso, o filósofo John
Locke afirma que o pensamento é oriundo da experiência. Sob essa concepção, nota-se que
a população jovem recorre aos narcóticos, por conta dos poucos contatos esclarecedores
sobre as graves dependências e riscos ao organismo após o uso. Dessa forma, é mister
observar a negligência estatal, pois o Estado deveria promover aulas sobre a importância
de combater a utilização de substâncias químicas, mas não o faz. Assim, é crucial que haja
uma maior propagação de informações sobre os perigos das drogas, a fim de promover o
bem-estar da comunidade.
Ademais, a influência do meio social figura como mais um entrave desse contexto.
Consoante a isso, o filósofo Arthur Schopenhauer contribui de forma relevante ao dizer que
nada mais é mais prejudicial ao pensamento próprio do que a influência muito forte de
alheios. Nessa perspectiva, é importante perceber a interferência do corpo social, posto
que, ao incentivar o uso de substâncias químicas como fuga dos problemas diários, os
jovens estarão contribuindo para o avanço das drogas, de modo a influenciar o pensamento
da sociedade ao hábito inconsciente e prejudicial. Por conseguinte, as pessoas se tornarão
dependentes químicos como Amélia da série “Greys”.
Infere-se, portanto, que providências devem ser tomadas para combater o uso de
narcóticos entre os jovens. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação, aliado à mídia,
providenciar a disseminação de conteúdos sobre os efeitos causados pelos vícios químicos,
por meio de campanhas, de propagandas e de palestras educacionais, em locais públicos e
nas instituições de ensino, com o objetivo de melhorar a vida da população jovem. A partir
desses atos, espera-se, enfim, acabar com os casos como o de Amélia, para que, dessa
forma, seja combatido o problema.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

21 A necessidade de acesso democrático


à internet no Brasil atual

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “A NECESSIDADE DE ACESSO DEMOCRÁTICO
À INTERNET NO BRASIL ATUAL”, apresentando proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

À medida que o engajamento político ocorre cada vez mais on-line, liberdades básicas que
muitos consideram garantidas - incluindo liberdade de expressão, liberdade de informação
e liberdade de reunião - são prejudicadas se alguns cidadãos têm acesso à Internet e outros
não. Novas pesquisas revelam que a Internet pode ser uma maneira fundamental de proteger
outros direitos humanos básicos, como a vida, a liberdade e a integridade corporal - um
meio de permitir que bilhões de pessoas tenham vidas minimamente decentes. O acesso
gratuito à Internet deve ser considerado um direito humano, pois as pessoas incapazes de
se conectar carecem de maneiras de influenciar os governos e instituições que moldam seu
dia a dia.
Disponível em: https://olhardigital.com.br/. Acesso em: 05 abr. 2021.

TEXTO II

A falta de infraestrutura para acesso à internet e o custo da conexão são os principais


desafios para a conectividade das escolas em áreas rurais, conforme apontou a pesquisa
TIC Educação 2018, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br)
do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). 

Apenas 34% das escolas possuem ao menos um computador com acesso à internet e a
velocidade de conexão é baixa para permitir uso pedagógico, na faixa de 2 Mbps. Para 43%
das escolas rurais, a falta de acesso à internet deve-se à falta de infraestrutura na região
onde a instituição se localiza e para 24% é devido ao alto custo da conexão. inda nas escolas
rurais, 52% dos responsáveis afirmam que os professores levam o próprio dispositivo para
desenvolver atividades com os alunos. A maioria dos responsáveis (58%) usam o telefone
celular particular, sendo que 52% afirmaram que se tratava de um dispositivo próprio, não
custeado pela instituição, para atividades administrativas, tais como acessar a páginas ou
sites (49%), enviar mensagens por aplicativo (49%) e comunicar-se com a secretaria de
educação (51%).
Disponível em: http://www.abranet.org.br/. Acesso em: 05 abr. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
21 • A necessidade de acesso democrático à internet no Brasil atual

TEXTO III

Disponível em: https://g1.globo.com/. Acesso em 05 abr. 2021

TEXTO IV

A banda larga e a fibra óptica têm avançado, mas ainda estão fora do alcance de quem vive em
áreas mais isoladas e daqueles que não conseguem arcar com os preços dos pacotes, segundo
analistas e representantes do setor. Para analistas e associações do setor, a dificuldade para
ampliar o acesso à rede está ligada à rápida mudança tecnológica das telecomunicações,
que não foi acompanhada por atualizações nas regras, ainda pensadas para outra realidade.
Uma das medidas apontadas como essenciais para destravar os investimentos na expansão
da infraestrutura é a alteração da Lei Geral das Telecomunicações, que completa 21 anos
em 2018. A principal mudança defendida pelas empresas seria isentar as concessionárias
de fazer investimentos em telefonia fixa e transferir esses recursos à expansão da internet.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/. Acesso em 05 abr. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
21 • A necessidade de acesso democrático à internet no Brasil atual

REDAÇÃO NOTA 1000

O século XXI foi marcado por um grande avanço tecnológico mundial: a consolidação
do capitalismo informacional no setor de comunicação. Esse advento, embora de extrema
relevância para o desenvolvimento social do Brasil é, ainda hoje, lamentavelmente,
negligenciado no país ao passo que inúmeros cidadãos não possuem efetivo acesso ao
ambiente virtual. Sob esse viés, diversos fatores existentes no espaço nacional contribuem
para a falta de democratização do acesso à internet, dentre os quais, a disparidade econômica
da população e o baixo investimento estatal nas esferas públicas fazem jus ao destaque.
É relevante abordar, nesse contexto, que a desigualdade social interfere negativamente
no acesso digno dos cidadãos aos meios de comunicação. Nesse sentido, muitos brasileiros
não possuem um recurso financeiro básico para manter a sua integridade física e, dessa
maneira, não conseguem consumir produtos tecnológicos que, por seu lado, lhes inserirão
no âmbito virtual. Nessa perspectiva, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da
Cidadania, cerca de 40 milhões de pessoas vivem em situação de extrema pobreza no Brasil.
Desse modo, é inadmissível que a internet que, por sua parte, deveria corroborar para uma
sociedade mais informatizada e atualizada seja, na verdade, um fato a somar para reclusão
informacional.
Paralelo a isso, vale ressaltar que a precária presença de aparatos tecnológicos nos
setores públicos do Brasil é uma realidade alarmante. Nesse ínterim, as pessoas estão cada
vez mais conectadas com o âmbito virtual em lugares como escolas e hospitais, uma vez que
o baixo investimento financeiro governamental omite a inserção da inteligência artificial
nesses setores. De maneira antagônica ao cenário brasileiro, o pesquisador britânico
“Kevin Ashton”   inventou em 1999, a relação de interdependência entre o espaço e seus
componentes à medida que os objetos se comunicam entre si gerando a famosa “internet
das coisas”. Destarte, é irrefutável que os lugares públicos precisam se adequar às novas
tecnologias e, dessa forma, tornar o convívio com a internet uma realidade do dia-a-dia.
Fica indubitável, portanto, a necessidade de fomentar o acesso democrático a internet
no Brasil. Para isso, o Ministério da Economia, em parceria com empresas privadas de
tecnologias — por serem as fornecedoras de internet — deve redirecionar verbas destinadas
à construção de espaços de lazer como praças e quadras poliesportivas que, por sua parte,
passarão a financiar a instalação de Wifi em ambientes públicos como escolas e hospitais.
Logo, realidades como as idealizadas por Kevin passarão a ser gradualmente parte do
cotidiano brasileiro.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

22 A contribuição da tecnologia para a prática


esportiva profissional no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A CONTRIBUIÇÃO DA
TECNOLOGIA PARA A PRÁTICA ESPORTIVA PROFISSIONAL NO BRASIL”, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

É comum vermos hoje em jogo esportivo pela televisão, não só o show dos atletas em suas
performances, mas também um alto nível de interação e detalhamento tecnológico que
traz dados milimetricamente computados para o expectador. A tecnologia tem se mostrado
uma verdadeira aliada ao meio esportivo. As novidades tecnológicas ajudam os atletas a
superarem limites e acabam dando uma força ao juiz, quando o olho humano falha, elas
contribuem para mostrar um resultado mais justo.

As novas ferramentas como a Internet e a comunicação digital de alta velocidade tornam


possível a análise e integração de informações e recursos de maneira eficiente e efetiva para
aperfeiçoamento do treinamento e também para a tomada de decisões. Importante saber
que já é possível que todos recursos sejam acessados em tempo real.

Mais do que tecnologias para as roupas que os atletas usam, essa nova ‘ciência’ esportiva
traz dados essenciais para a criação e cruzamento de informações para a reprodução de
estatísticas individuais ou coletivas.
https://helabs.com/blog/esporte-e-tecnologia-a-combinacao-perfeita-para-grandes-resultados/

TEXTO II

A Copa do Mundo da Rússia chegou ao fim e, até então, pouco se falava sobre um tal de
VAR. Mas depois que a bola rolou de junho a julho, a sigla de apenas três letras foi um dos
assuntos mais debatidos no mundo: Video Assistant Referee. Enquanto o futebol ainda dá
os primeiros passos com o árbitro de vídeo, diversas modalidades já atuam há décadas com
o auxílio da tecnologia para tentar diminuir os erros de arbitragem. O recurso do uso do
vídeo na decisão das jogadas tem evoluído rapidamente em diversas modalidades, como
tênis, vôlei, futebol americano, basquete, Fórmula 1...
https://globoesporte.globo.com/outros-esportes/noticia/pode-isso-arnaldo-saiba-como-tenis-volei-e-
outros-esportes-se-adaptaram-ao-var.ghtml

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
22 • A contribuição da tecnologia para a prática esportiva profissional no Brasil

TEXO III

Mas onde está a tecnologia?

Podemos encontrar esses mecanismos evolutivos em todos os espaços, desde o que o atleta
veste até o monitoramento da performance via computadores. Exemplos disso:

Roupas sob medida: alguns atletas já podem ter o seu corpo analisado por pesquisadores
e cientistas por meio de scanners 3D que analisam a geometria e a cinética do corpo.
Cientistas da Universidade de Cornell estão usando os boddy scanner que chega a detectar
cerca de 300 mil pontos do corpo da pessoa para desenvolver roupas e equipamentos feitos
sob medida

Robótica: os robôs criados com essa finalidade simulam movimentos de esportes como
tênis ou golfe, possibilitando o teste com equipamentos. Um exemplo é o TrainerBot um
robô que auxilia o treino do tênis de mesa e recebeu mais de US$ 280 mil de aporte para a
sua criação

Nanotecnologia: músculos artificiais que operam em altas temperaturas feitos com


nanotubos de carbono já foram desenvolvidos por pesquisadores da Universidade do Texas
para testes

Tecnologias da informação: famoso Big Data que junta todas as informações sobre esportes
e pode direcionar o treino. O grande exemplo na modalidade do basquete é o 94 Fifty que
chega a capturar até 6.000 informações diferentes em um segundo

Biomimética: em resumo é a ciência imitando a natureza e para isso pesquisadores estão


olhando para animais em busca de soluções esportivas. O caso mais famoso foi quando a
Speedo desenvolveu um maiô depois de um estudo da pele do tubarão, em que água flui de
maneira mais rápida pela vestimenta

Tecnologia ‘comestível’: foi desenvolvida uma “pílula termômetro” pela NASA para
monitorar os astronautas. Dentro dela está um sensor e uma microbateria envolta em
solício. Quando engolida, é possível transmitir a temperatura e os batimentos cardíacos
para um computador.
https://helabs.com/blog/esporte-e-tecnologia-a-combinacao-perfeita-para-grandes-resultados/

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
22 • A contribuição da tecnologia para a prática esportiva profissional no Brasil

TEXTO IV

https://ianalitica.com.br/a-tecnologia-nos-esportes/

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
22 • A contribuição da tecnologia para a prática esportiva profissional no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

Roupas sob medida, ampla analise de dados, robôs para treinamento. Tudo isso é
apenas uma fração do universo que a tecnologia possibilita para os praticantes profissionais
de esportes. Entretanto, no Brasil o acesso a essas novidades não é tão comum, o que
prejudica aqueles que praticam esportes de maneira profissional em nosso país. Sendo
assim, é importante analisar a falta de equipamentos tecnológicos e sua consequência.
De início, a ausência de aparatos de ponta prejudica o rendimento dos treinos.
Nesse viés, com o surgimento da indústria 4.0, e de inteligências artificiais, se tornou
comum a utilização dessas para análise e monitoramento de dados, que posteriormente se
transformam em estatísticas com o objetivo de melhorar alguma situação. Desse modo, o
atleta que não possui acesso a esses meios no campo esportivo, que visam melhorar algum
aspecto, está sempre atrás daquele que possui.
Ademais, a consequência desse cenário é o mal aproveitamento do treino. Nessa
perspectiva, no sistema de produção fordista, o trabalho é organizado de modo a obter
a maior produtividade e, consequentemente, maior lucro. De forma análoga, o uso de
aparatos de alta tecnologia também visa o mesmo para com o aproveitamento do treino
e a melhora do profissional. Todavia, sem esses recursos de ponta, o atleta fica limitado a
um treino convencional, sem a criação de nenhuma estatística que maximize seu potencial.
Portanto, a falta de acesso aos meios modernos de auxílio nos treinos é um problema
para o cenário esportivo no Brasil. Dessa forma, o Estado deve garantir o acesso a novas
tecnologias, que precisam ser focadas em tornar mais produtivo os treinos, por meio de
parcerias com empresas privadas, com a finalidade de melhorar o cenário profissional de
esportes no Brasil.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

23 A persistência da cultura de queimadas


na sociedade brasileira

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A PERSISTÊNCIA DA
CULTURA DE QUEIMADAS NA SOCIEDADE BRASILEIRA”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Desmatamento no Brasil: qual a situação?


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é vinculado ao Ministério da Ciência e
Tecnologia. Desde 1988, faz o monitoramento dos diversos biomas nacionais. Ainda assim,
o principal projeto do Instituto está relacionado ao monitoramento do desmatamento na
Amazônia Legal.
Por meio dos sistemas  PRODES  (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica
Brasileira) e DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), o instituto gera taxas de
desmatamento anual e alertas diários de fiscalização da Amazônia respectivamente.
Assim, em termos anuais, entre 2018-2019, os dados mostraram um aumento de 29,54% de
área desmatada com relação ao período anterior (2017-2018). Isso representou uma área de
9.762km² de desflorestamento.
Como pode ser visto no mapa abaixo, o Pará é nos últimos anos o estado com maior índice
de desmatamento da Amazônia Legal.
Além deste  dado, em julho de 2019, o INPE  divulgou  um aumento de 278%  no número
de alertas para área devastada na Amazônia em comparação ao mês de julho de 2018.
(Disponível em: https://www.politize.com.br/desmatamento-no-brasil/)

TEXTO II

Como desmate, ação humana e clima influenciam na alta das queimadas?

As queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, se compararmos


o mesmo período de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano
passado. Esta é a maior alta e também o maior número de registros em 7 anos no país,
de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
gerados com com base em análises de satélites.

A Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019. O Cerrado é responsável


por 30,1%, seguido pela Mata Atlântica, com 10,9%.
(Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/21/aumento-das-queimadas-no-brasil-veja-
12-perguntas-e-respostas-sobre-o-tema.ghtml)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
23 • A persistência da cultura de queimadas na sociedade brasileira

TEXTO III

(Disponível em: https://aosfatos.org/noticias/o-que-realmente-se-sabe-sobre-queimadas-no-brasil/)

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
23 • A persistência da cultura de queimadas na sociedade brasileira

REDAÇÃO NOTA 1000

No cenário da Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, houve o desenvolvimento


e exploração ambiental baseada no pensamento iluminista de que a natureza é um bem
inesgotável e sempre renovável. Analogamente, a persistência da cultura de queimadas é
um desafio vigente no país. Isso se evidencia não só pela expansão do agronegócio, mas
também pela especulação fundiária.Sob esse viés, convém analisar tais fatores. 
A partir disso, a expansão do agronegócio é um dos motivos que mais influenciam
na problemática. Conforme a Revolução Verde, que aconteceu a criação de sementes
geneticamente modificadas com a intenção de aumentar a produção e mercados
consumidores. Segundo os pesquisadores da USP, mais da metade do bioma Cerrado foi
desmatado para ampliar a agricultura transgênica em solo nacional, tendo em vista as
demandas do mundo “imediatista“ e o grande lucro.Dessa forma, a população precisa estar
atenta quanto as queimadas recorrentes, já que acarreta consequências como doenças
respiratórias, liberação de gases tóxicos e degradação ambiental.
Outro sim, a especulação fundiária é outro prisma a ser enfrentado. De acordo com o
filósofo alemão Habermas, a Teoria da Ação Comunista visa a utilização da razão para fins
benéficos estabelecendo um consenso de ideias, isto é, os cidadãos necessitam chegar a um
acordo em relação a concentração de terras nas mãos de poucos, haja vista que contribui
para o desmatamento da Amazônia Legal, dado que o interesse econômico nessa área é
perceptível. Desse modo, é primordial que a sociedade reveja as circunstâncias nas quais se
encontram para redimir esse impasse, assim evitando a grilagem e as queimadas na Floresta
Tropical.
Portanto, são cruciais planos estratégicos para modificar essa conjuntura. Em suma, o
Estado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente devem promover projetos eficazes,
por meio de reformulação nas leis ambientais e maiores investimentos na fiscalização, por
exemplo, independente do dano causado na natureza tem de aplicar uma punição severa e
aumento de fiscais nos ecossistemas. Espera-se, com isso, mitigar esse empecilho no Brasil.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

24 A diminuição da prática de exercícios


entre jovens no Brasil

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A DIMINUIÇÃO DA
PRÁTICA DE EXERCÍCIOS ENTRE JOVENS NO BRASIL”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em todo o mundo, 80% dos adolescentes
não praticam exercícios com frequência e intensidade adequadas para sua faixa etária.
Quatro em cada cinco jovens de 11 a 17 anos são considerados insuficientemente ativos.

Atualmente, a recomendação é que crianças e adolescentes de cinco a 17 anos pratiquem


pelo menos 60 minutos diários de atividade física — moderada a intensa. Pelo menos três
vezes na semana, os exercícios devem incluir atividades que fortaleçam os músculos e os
ossos.

Para o médico homeopata e psicólogo Roberto Debski, o esporte traz benefícios


importantíssimos para o adolescente, como melhora do condicionamento cardiorrespiratório,
aumento do fôlego, aprimoramento da resistência física e mental, correção da postura.

- Mas o esporte também socializa as pessoas e, no caso dos adolescentes, auxilia a reduzir o
estresse e equilibrar o emocional nessa fase de alterações hormonais, picos de crescimento
e identificação da personalidade, conta Debski.

Praticar esportes regularmente desde cedo e também manter bons hábitos de vida, priorizar
uma vida ativa e saudável auxilia no tratamento e na cura da depressão, da ansiedade e do
estresse.
https://globoesporte.globo.com/pr/puro-esporte/noticia/organizacao-mundial-de-saude-alerta-80-dos-
adolescentes-nao-praticam-atividade-fisica.ghtml

TEXTO II

O sinal de alerta já está ligado. Fernando Vitor Lima, doutor e professor do Departamento
de Esportes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador do Laboratório do Treinamento
na Musculação da instituição, afirma que vários profissionais de educação física relatam
que os jovens e as crianças estão aparecendo para as aulas com redução das capacidades
físicas e déficits motores básicos, como correr, deslocar-se com destreza, entre outros, o
que provavelmente é consequência da falta de exercícios físicos. O sedentarismo desta nova
geração está ligado à tecnologia.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
24 • A diminuição da prática de exercícios entre jovens no Brasil

Sofá, smartphone e videogame são mais atraentes para eles do que pedalar, bater bola,
correr ou surfar. Até mesmo brincar nas áreas de convivência dos condomínios ou no quintal
de casa. “Sem dúvida, a tecnologia, neste ponto, é um problema. O risco de não praticar
uma atividade física é muito preocupante. Agora, os pais têm de assumir a responsabilidade
em primeiro lugar. Eles são responsáveis pela educação, o que inclui a educação para a
atividade física e a saúde, e se não tomarem uma atitude o problema só tende a aumentar.”
https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2017/02/02/noticias-saude,201259/sedentarismo-da-nova-
geracao-esta-ligado-a-tecnologia-alertam-especia.shtml

TEXTO III

Durante essa fase da vida ocorrem muitas mudanças físicas e emocionais, e a importância
da atividade física na adolescência é ainda maior. Além de promover diversos benefícios
à saúde, ela auxilia a aliviar sintomas de doenças físicas e psicológicas do jovem em
construção, tais como:

• Melhora na autoestima;

• Ajuda no desenvolvimento de ossos e músculos;

• Diminui a pressão arterial;

• Previne doenças como diabetes e osteoporose;

• Reduz a dor;

• Ajuda no combate a transtornos psiquiátricos, como a depressão.


https://www.omo.com/br/se-sujar-faz-bem/aprender-brincando/a-importancia-da-atividade-fisica-para-
criancas-e-adolescentes-mais-felizes.html

TEXTO IV

http://www.nutrindoideais.com.br/2015/07/confira-a-taxa-de-sedentarismo-por-idade/
vezes-mais-que-mulheres-no-esporte.shtml

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
24 • A diminuição da prática de exercícios entre jovens no Brasil

REDAÇÃO NOTA 1000

É irrefutável que a revolução industrial trouxe grandiosas inovações para humanidade.


Entretanto, com a vida mais fácil e tecnológica, alguns cuidados são esquecidos. A diminuição
da prática de exercícios entre jovens no Brasil é um dos inúmeros efeitos negativos dessa
nova realidade. Sob essa ótica, é possível observar que a era digital e a ausência de incentivos
primários são barreiras de gigantes para a solução da problemática.
A princípio, é importante reconhecer o lado negativo de um mundo tão tecnológico.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 84% dos jovens brasileiros não praticavam
nenhum tipo de exercício em 2016. Destarte disso, apesar da internet ser uma ferramenta
indispensável, hábitos ruins também podem derivar dela. Logo, por ficarem tão conectados,
diversos adolescentes escolhem um dia com redes sociais ao invés de uma leve caminhada,
o que contribui para jovens sedentários e com problemas de saúde.
Além disso, o incentivo atual não é suficiente. De acordo com o sociólogo alemão Max
Weber, a família e a escola são agentes de socialização muito importantes para a aquisição
de boas práticas. Contudo, a maioria das esferas familiares estão imersas na cultura do
sedentarismo, transmitindo isso para os descendentes. Por outro lado, o costume ganha
força com a negligência escolar sobre a forma de ministrar aulas e a falta de verbas reservadas
pelo Governo para a infraestrutura de espaços adequados da educação física.
Portanto, a diminuição do hábito de exercícios entre jovens no Brasil é preocupante.
O Ministério da Educação deve destinar recursos maiores para escolas e faculdades, com a
finalidade de incentivar as práticas esportivas por meio da construção de ginásios e campos,
que são os principais locais de atividades físicas. É importante, também, debates sobre os
benefícios adquiridos, para que uma sociedade saudável possa surgir.

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25 REDAÇÕES NOTA 1000

25 Violência nos estádios de futebol:


como promover a paz nesse esporte?

INSTRUÇÕES

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL:
COMO PROMOVER A PAZ NESSE ESPORTE?”, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

LEI No 10.671, DE 15 DE MAIO DE 2003.


Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor e dá outras providências.

Art. 1o-A.  A prevenção da violência nos esportes é de responsabilidade do poder público, das
confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades esportivas, entidades
recreativas e associações de torcedores, inclusive de seus respectivos dirigentes, bem como
daqueles que, de qualquer forma, promovem, organizam, coordenam ou participam dos
eventos esportivos. 

Art. 2o  Torcedor é toda pessoa que aprecie, apóie ou se associe a qualquer entidade de
prática desportiva do País e acompanhe a prática de determinada modalidade esportiva.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/. Acesso em: 05 mai. 2021

TEXTO II

Vandalismo, preconceito, brigas, depredações do bem público, mortes.  Há muitos anos,


as torcidas de futebol têm feito muito mais do que simplesmente torcer. E para comprovar
essa tese, não é preciso ir longe. O Brasil é o país que ocupa o primeiro lugar nas estatísticas
de mortes comprovadas de torcedores, causadas por conflitos entre grupos violentos.

Festa, cantos de apoio e papéis picados, em pouco tempo e sem qualquer explicação, são
capazes de se tornar bombas de efeito moral, pedaços de madeira e briga generalizada. Não
há dúvidas de que as torcidas organizadas tomam conta do futebol brasileiro e são essenciais
na campanha de qualquer equipe. No entanto, o problema começa quando a paixão pelo
clube deixa de ser o elemento principal e muitos dos integrantes acabam esquecendo de
sua real função nas arquibancadas.
Disponível em: https://www.vavel.com/br//. Acesso em: 05 mai. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
25 • Violência nos estádios de futebol: como promover a paz nesse esporte?

TEXTO III

Fonte: URBS, IPEA, Livro Para entender a violência no Futebol, de Maurício Murad e Violência no Futebol, de
André Luís Nery. Infografia: Gazeta do Povo

TEXTO IV

Os governos do Brasil e da Argentina firmaram um acordo para proibir a entrada de 5 mil


torcedores argentinos violentos durante a Copa América 2019 ou em quaisquer outros
eventos esportivos. O governo argentino, por meio do seu Ministério da Segurança, passou
ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, uma relação com 5 mil nomes com
histórico criminal ligado a torcidas organizadas no país vizinho.

Os nomes foram entregues à Divisão de Imigração da Polícia Federal para garantir a barração
dessas pessoas na fronteira. As informações prestadas pelo governo argentino vão de
documentação a dados biométricos. Caso eles, ainda assim, consigam entrar em território
brasileiro, serão barrados na porta dos estádios da Copa América a pedido do governo
argentino.
Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/. Acesso em: 05 mai. 2021

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25 REDAÇÕES NOTA 1000
25 • Violência nos estádios de futebol: como promover a paz nesse esporte?

REDAÇÃO NOTA 1000

É indubitável que o Brasil é conhecido mundialmente como “o país do futebol”.


Entretanto, apesar de o esporte ser muito presente em nossa cultura, a promoção da paz nos
estádios é fundamental e representa um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada
pela sociedade. Isso se evidencia não só pela incapacidade de alguns cidadãos de saber
enxergar o momento como entretenimento, como também pela intensa violência que existe
nos locais dos jogos.
Diante desse contexto, é notório que os espectadores que frequentam esses lugares
de competição são admiradores da atividade, mas nem todos sabem usufruir com leveza
do passatempo. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a segurança e o lazer são
direitos sociais. Em contraposição ao que é assegurado pelo documento, observa-se que
a diversão, num ambiente citado, tem se tornado sinônimo de perigo. Torna-se, portanto,
inaceitável que o Estado continue a neglicenciar o cumprimento da lei de maneira integral.
Outro sim, é importante ressaltar que, em muitos casos, a falta de maturidade para
lidar com os resultados dos jogos culmina em ira e agressões. Segundo Jean-Paul Sartre, a
violência, independentemente de como se manifesta, é sempre uma derrota. Em consonância
com o pensamento do escritor francês, é evidente que os conflitos nesses locais prejudicam
o clima alegre que deveria existir. Logo, é fundamental que as pessoas cultivem o espírito
esportivo além de se esforçarem sempre para serem torcedores responsáveis. 
Sendo assim, o governo federal deve divulgar reportagens que mostrem como a queda
nos espantosos índices de violência nos estádios pode tornar o espaço mais acolhedor e
agradável.Tal ação é capaz de ser realizada através da TV, do rádio e das redes sociais, por
serem meios de grande abrangência na disseminação informacional no Brasil. Espera-se,
com isso, que a paz se torne a cada dia mais presente nesses locais de jogos de futebol.

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