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IV – TRATAMENTO DO CALDO:
O tratamento do caldo misto tem por objetivo eliminar a maior parte das impurezas
(terra, areia, bagacilho e materiais corantes), que interferem na qualidade do açúcar
(cor, resíduos insolúveis, cinzas, etc). Como produto resultante e desejado deste
processo, temos o caldo clarificado; como resíduo, temos a torta de filtro, onde se
encontram todas as impurezas separadas durante a decantação.
O caldo que chega à seção de clarificação de uma usina é uma mistura complexa
dos componentes da cana-de-açúcar, bagacilho e dos materiais estranhos que
acompanham a cana, tais como: terra, areia e outros sólidos suspensos.
A composição química do caldo de cana pode variar largamente segundo uma série
de fatores, tais como: variedade e grau de maturação da cana, clima, tipo de solo,
adubação, tipo de colheita, demora entre o corte da cana e seu processamento.
Assim, haverá sempre um comportamento diferenciado do caldo quando submetido
aos processos de clarificação.
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PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL
A maioria das partículas dispersas no caldo carregam uma carga negativa, o que
provoca uma repulsão entre elas, impedindo o surgimento de coagulação espontânea
e mantendo a dispersão estável.
a) Reduzir o potencial zeta das partículas dispersas para valores próximos de zero
(atingir o ponto isoelétrico), para garantir máxima coagulação.
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Estes estágios visam atingir um objetivo maior no tratamento do caldo, ou seja:
Discutiremos a partir de agora, cada uma das etapas que constituem o tratamento do
caldo:
1) Pré-Aquecimento do Caldo:
Esta etapa tem por objetivo tornar o caldo misto mais apropriado para receber o
tratamento químico, visto que o aumento da temperatura, normalmente aumenta a
velocidade das reações químicas.
O sulfito de cálcio que se formará na reação da cal com SO2 (gás sulfito) é mais
solúvel à temperatura ambiente do que a quente, sendo que solubilização mínima
ocorre a 75ºC. Nos casos em que a sulfitação do caldo é realizada a frio, o sulfito
de cálcio formado fica mais solúvel e se deposita nas paredes dos tubos dos
aquecedores, causando maiores incrustações, diminuindo a eficiência dos
aquecedores.
CONTROLES DO PRÉ-AQUECIMENTO:
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Temperatura = 50 a 70ºC
2) Tratamento Químico:
a) Sulfitação:
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HSO3 SO3 + H+
A reação do gás SO2 com o caldo pode se dar em dois tipos diferentes de
equipamentos: em colunas de sulfitação (muito cara, por ser inteiramente de
inox) ou em ejetores tipo multijato, muito mais simples e baratos, mas que
exigem um controle rigoroso da vazão do caldo, que deve ser mantida
constante e uniforme na entrada dos mesmos.
b) Caleação:
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O ponto isoelétrico de uma solução também pode ser atingido pela adição de
uma certa quantidade de cátion metálico (Al+3, Ca+2, Mg+2, K+1, etc), até que o
excesso de carga negativa carregada pelas partículas seja balanceado pela
carga positiva do cátion absorvido.
c) Fosfatação:
Portanto é preciso que se tenha um teor ótimo de fosfato no caldo para uma
clarificação bem sucedida, sendo que vários autores citam o valor mínimo de
200 mg de P2O5/litro de caldo. Para teores abaixo deste valor, a floculação fica
prejudicada devido à deficiência de fosfato. Em alguns casos (cana velha, por
exemplo), mesmo a adição normal de cálcio não é suficiente para garantir uma
boa floculação. Nestas situações complementa-se a quantidade de fosfato,
dosando-se uma fonte de P2O5. O produto normalmente utilizado é o ácido
fosfórico.
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☞pH do caldo dosado = 6,9 a 7,3
Observações:
- o pH do caldo dosado não deve ultrapassar 7,40, pois causa destruição de
açúcares, diminuindo a eficiência industrial, e promovendo a formação de cor no
açúcar.
3) Aquecimento:
CONTROLES DO AQUECIMENTO:
4) Flasheamento:
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Sabe-se que a temperatura de ebulição dos líquidos depende da pressão em que
este se encontra, ou seja, quanto maior for a pressão, maior será o seu ponto de
ebulição. E quanto menor for a pressão, menor o ponto de ebulição.
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☞Dosagem recomendada = 3 a 5 gramas / ton. de cana.
6) Decantação:
CONTROLES DA DECANTAÇÃO:
☞ Teor de P2O5 do Caldo Clarificado = menor que 50 ppm (teores mais altos
indicam que não houve um bom tratamento químico do caldo).
7) Filtração:
O filtro é um tambor rotativo, onde a parte inferior está imersa no cocho do lodo. O
tambor é feito com seções de filtragens independentes, cobertas por tela
perfurada, usualmente de aço inox, com furos de a 0,6 mm. As seções do filtro
estão conectadas por encanamentos a um cabeçote na extremidade do tambor. O
cabeçote abre para uma válvula de espelhos que controla a conexão com o
sistema de vácuo.
É usual nas usinas a adição de leite de cal ao lodo antes da filtração. Isto justifica-
se pois a cal melhora as características físicas do lodo, tornando os flocos mais
densos por aglomeração. Procura-se trabalhar com pH entre 6,0 a 8,0. Algumas
usinas utilizam adicionar floculantes, juntamente com a cal, para melhorar a
aglomeração do lodo, numa dosagem de aproximadamente 10 gramas/tonelada
de lodo.
CONTROLES DA FILTRAÇÃO:
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