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ISBN 978-85-365-1129-0
ISBN digital 978-85-365-1506-9
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ser utilizadas para qualquer fim legal. Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita,
de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado. Os nomes de sites e
empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo
vínculo nenhum com o livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão
disponíveis para download no site da Editora Érica.
Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de
janeiro de 2009.
A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>,
empresa com a qual se mantém contrato ativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da
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utilizadas neste livro. Eventuais omissões de crédito e copyright não são intencionais e serão
devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários contatem os editores.
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Apresentação
Cargas de baixa potência podem ser manobradas por meio de comando que
atua diretamente sobre o dispositivo de manobra. É o caso de um interruptor
que acende ou apaga uma lâmpada. Outro exemplo é a chave de fluxo que
aciona as resistências de um chuveiro elétrico. A Figura 1.2 ilustra esses
casos. No caso da lâmpada, o comando é manual. No chuveiro, o comando é
automático. Basta estabelecer o fluxo de água que a chave de fluxo promove
a ligação da carga.
1) diferença entre interruptor (ou seccionador) – fusível e fusível – interruptor (ou seccionador).
» interruptor (ou seccionador)-fusível: interruptor em que um ou mais polos tem um dispositivo
fusível em série numa unidade combinada.
» fusível-interruptor (ou seccionador): interruptor em que um dispositivo fusível ou um porta-
fusível forma o contato móvel.
2) um interruptor (ou seccionador) pode ser chamado de interruptor (ou seccionador) rotativo,
acionado por came, ou de faca.
3) a denominação interruptor também se aplica ao “comutador” destinado a modificar conexões
entre vários circuitos e transferir uma parte de um circuito para outro.
Tabela 2.1 – Capacidade nominal de corrente (A) para botões e comutadores – IEC
60947
Tensão (V) AC15 DC13
24 10 2,5
48 10 1,4
110 6 0,55
220 3 0,27
» Existem softwares que permitem simulação de circuitos de manobra e comando, alguns deles
gratuitos. Como sugestão propõe-se o software CADe_SIMU 1.0, de autoria do espanhol Juan
Luis Villanueva Montoto. Esse software permite a elaboração de circuitos que, depois de
desenhados, podem ter a operação simulada. Download disponível na página do autor:
http://personales.ya.com/canalPLC. Outro software dessa natureza foi desenvolvido pelo turco
Veppa Halliyev, EKTS – Electrical Control Techniques Simulator. Ele não segue a simbologia
IEC. Download disponível na página do autor: <http://veppa.com>
» Existem outros softwares muito apropriados para atividades práticas virtuais, especialmente para
identificação de defeitos e falhas de circuitos de manobra e comando. Alguns deles são muito
interessantes para treinamento em manutenção. Um bom exemplo disso são aqueles produzidos
pela empresa norte-americana Business Industrial Network – Electrical Troubleshooting Skills
Series – V4 (TEC, TCC e TMC). Disponível em: http://bin95.com. Consultar sobre softwares
dessa natureza na internet.
Inicialmente, foram apresentados os dispositivos básicos de circuitos de
comando, isto é, botões e sinalizadores, sobretudo de sinalização visual
(lâmpadas), e a simbologia adotada.
As formas de representação de associação (circuitos) de dispositivos de
comando e sinalização foram indicadas como funcional, esquemática e pictórica.
A associação de dispositivos de comando pode executar funções lógicas
combinacionais.
Foi dado grande destaque para os dispositivos auxiliares automáticos de
comandos, bem como foram apresentados conceitos básicos sobre chaves de curso,
termostatos, pressostatos, chaves de nível e de fluxo.
Por fim, foram introduzidos os elementos básicos dos parâmetros elétricos para
especificação dos dispositivos de comando.
Agora é com você!
Figura 3.3 – Relé com contatos (a) normalmente fechados, (b) reversíveis e (c)
múltiplos.
Potência de motor W
Capacidade de ruptura A
Características da bobina
Potência nominal W
Temperatura ambiente oC
Homologações (10)
3.1.2 Aplicações
Com as especificações técnicas de determinado relé eletromecânico em
mãos, tais como as características elétricas dos contatos, da bobina e outras
informações de interesse, bem como os aspectos mecânicos, entre os quais
tipo de fixação (em soquete ou por solda) e identificação dos terminais,
projetar circuitos envolvendo tais equipamentos depende do tipo de
necessidade e de criatividade. É oportuno salientar que o relé eletromecânico
é um dispositivo que está no cenário tecnológico há mais de um século, logo,
existem muitas soluções e aplicações já desenvolvidas que facilitam o
processo de desenvolvimento de circuitos de comandos envolvendo potências
elétricas de baixo a médio valor.
Várias operações realizadas por intermédio dos relés também podem ser feitas por meio de outras
tecnologias, tais como os sistemas digitais e os circuitos hidráulicos e pneumáticos. A opção entre
as tecnologias disponíveis depende de aspectos relacionados com a confiabilidade, robustez, espaço
necessário/disponível, velocidade de operação, força exercida, consumo de energia, custo e outros
que podem afetar direta ou indiretamente o funcionamento de um dado sistema.
3.2 Contatores
As partes constituintes e o princípio de funcionamento de um contator são
os mesmos de um relé eletromecânico; o que os diferencia um do outro é que
os contatos do primeiro suportam correntes elétricas elevadas, bem como sua
maior robustez estrutural. A Figura 3.8(a) apresenta uma ilustração didática
de um contator, enquanto na Figura 3.8(b) pode ser observado o aspecto
físico de um contator para cargas trifásicas.
Figura 3.8 – Contator (a) em sua representação esquemática e (b) seu aspecto físico.
AC1 Cargas leves com FP ≥ 0,95; aquecedores e cargas resistivas pouco indutivas
Corrente contínua
Tempo de abertura s
Tempo de fechamento s
Características da bobina
Tensão de ligamento V
Tensão de desligamento V
Consumo VA
Características gerais
Tipo de fixação
3.2.2 Aplicações
Os contatores são dispositivos de manobra que dependem da ação de
outros componentes (dispositivos piloto), tais como botoeiras, chaves de fim
de curso, relés de nível, relés de sobrecarga, pressostatos, termostatos, entre
outros.
A seguir são mostrados alguns exemplos de aplicação dos contatores em
circuitos apenas de comando, visando a familiarização de certos arranjos
entre contatores e dispositivos pilotos. Em capítulos posteriores, serão
agregados os circuitos de potência.
Exemplo 3.5 − Selo e comando remoto
O circuito de comando ilustrado na Figura 3.12 permite acionar e
desacionar a bobina do contator K em dois locais. Ao pressionar o botão
pulsador S3 ou S4, energiza-se K e fecha-se um selo (contato auxiliar de K)
em paralelo com S3 e S4, mantendo K energizado, mesmo após a liberação
das botoeiras S3 e S4. Para desligar, basta pressionar S1 ou S2 (S1 faz par
com S3 e S2 faz par com S4).
L Proteção de linha;
c) Fusíveis ultrarrápidos
Os fusíveis ultrarrápidos são indicados para a proteção contra curtos-
circuitos em circuitos retificadores de tensão e conversores de frequência
(associação de circuito retificador com inversor de frequência). Nesta
categoria de equipamentos, os curtos-circuitos podem ocorrer nas seguintes
condições:
» curto-circuito interno, decorrente de algum componente defeituoso no
interior do equipamento;
» curto-circuito externo, devido à ocorrência de uma falha no equipamento
a jusante do retificador ou conversor;
» defeito de operação durante uma frenagem regenerativa envolvendo
conversores de frequência.
A instalação dos fusíveis para este tipo de aplicação deve ser realizada
entre o ramal de alimentação e os equipamentos a serem protegidos.
(4.2)
A restrição imposta pela Equação 4.2 diz respeito apenas à suportabilidade quanto à passagem de
corrente elétrica pelos contatos do contator e pela estrutura interna do relé de sobrecarga, não
estabelecendo relação com a corrente elétrica de ajuste do relé. O procedimento de ajuste do relé
térmico é discutido no item 4.2.2 − Dimensionamento de Relés de Sobrecarga.
IB ≤ IN ≤ IZ
(4.3)
(4.4)
(4.5)
4.3.1 Minidisjuntor
Os minidisjuntores encontram-se na categoria de disjuntores em caixa
moldada (apresentam correntes nominais que vão de 5 a 3.000 A e possuem
aplicação na proteção de circuitos de distribuição, circuitos terminais e
equipamentos), sendo estes de uso mais comum em baixa tensão.
Normalmente, são do tipo termomagnético (proteção contra sobrecarga e
curto-circuito) e apresentam valores nominais de 5 a 125 A. A Figura 4.17
apresenta o aspecto físico dos minidisjuntores monopolar, bipolar e tripolar, e
a Figura 4.18 mostra a representação simbólica de um disjuntor tripolar.
IB ≤ IN ≤ IZ
(4.6)
(4.7)
Para o funcionamento adequado do relé falta de fase, seus terminais sensores de tensão elétrica
devem ser ligados após os fusíveis e antes do contator do circuito principal, pois dessa forma, além
de identificar a ausência de uma das fases (ou mais de uma) por falha no circuito de alimentação,
permite também detectar a atuação de um ou mais fusíveis, desligando o circuito de comando.
4.6 Outros dispositivos de proteção
Conforme a aplicação do equipamento, normalmente surgem necessidades
específicas envolvendo a proteção tanto do circuito de potência quanto o de
comando, tais como os relés sequência de fase, relés de subtensão e
sobretensão, relés de nível, entre outros. Nesse contexto, o acesso aos
catálogos dos fabricantes é de fundamental importância, pois além de ampliar
o conhecimento sobre as soluções tecnológicas existentes para as mais
diversas situações, também se desenvolve a consciên- cia sobre as boas
práticas de execução dentro do setor elétrico. Outro aspecto de relevância a
ser observado, com relação aos fabricantes, consiste em identificar qual o
nível de suporte técnico dado na pré-venda e na pós-venda, juntamente com a
assistência técnica.
Acesse na internet as páginas de fabricantes de fusíveis, relés térmicos e disjuntores, como, por
exemplo, Siemens,Schneider, WEG e ABB; experimente também o uso de um buscador de sua
preferência para os dispositivos mencionados. Pesquise sobre modelos e aplicações típicas dos
referidos dispositivos de proteção; verifique se estão disponíveis material técnico e artigos para
download.
Este capítulo tratou dos dispositivos de proteção dos circuitos. Foram abordados
os seguintes temas:
1) Fusíveis: descrição física e princípio de funcionamento; apresentação das
categorias de emprego; tipos de fusíveis conforme seus aspectos estruturais,
operacionais e aplicação; aspectos conceituais para o dimensionamento e
escolha dos fusíveis; exemplo de aplicação na proteção de um motor de
indução trifásico.
2) Relé de sobrecarga: descrição física e princípio de funcionamento; aspectos
conceituais para o ajuste dos relés na proteção dos motores de indução
trifásicos; considerações sobre a aplicação dos relés de sobrecarga.
3) Disjuntores: aspectos estruturais e operacionais conforme o tipo: minidisjuntor
e disjuntor motor; apresentação de elementos conceituais no dimensionamento
dos disjuntores.
4) Outros dispositivos: entre os dispositivos de proteção, em complemento aos
fusíveis, relés e disjuntores, foram destacados a sonda térmica, no
monitoramento da temperatura no interior de motores elétricos, e o relé falta
de fase, o qual atua na ausência de uma ou mais fases na alimentação elétrica
de equipamentos, promovendo o desligamento dos sistemas elétricos de
interesse.
Agora é com você!
(5.1)
em que:
NS − rotação síncrona (rpm);
f − frequência (Hz);
p − número de polos.
Motores de indução em baixa tensão são comercialmente produzidos com
dois, quatro, seis e oito polos. Para uma frequência de 60 Hz, as rotações
síncronas disponíveis são: 3.600 rpm (2 polos); 1.800 rpm (4 polos); 1.200
rpm (6 polos) e 900 rpm (8 polos).
O rotor do motor é constituído por espiras em curto-circuito. Na verdade,
essas espiras são fabricadas em barras de cobre ou alumínio que são fundidas
em anéis frontal e traseiro. O aspecto desse rotor lembra uma gaiola de
esquilo, em inglês, squirrel cage. Essa gaiola é suportada por um cilindro
feito de lâminas de material magnético fixadas ao eixo do motor.
O campo girante produzido pelo enrolamento do estator induz tensão nas
espiras constituídas pelas barras da gaiola. Uma vez em curto-circuito, circula
corrente induzida. Dessa forma, aparece uma força de natureza
eletromagnética em cada barra percorrida por corrente e sujeita a um campo
magnético produzido pelo estator. Essa força produz um conjugado que
arrasta o rotor atrás do campo girante. Em resumo, o campo girante
produzido no estator “puxa” o rotor.
O rotor é arrastado numa velocidade um pouco menor que a do campo
girante. Essa velocidade é denominada velocidade assíncrona. Define-se
como escorregamento a relação entre a diferença das velocidades síncrona e
assíncrona e a velocidade síncrona. Assim, a velocidade assíncrona do motor
de indução é dada pela Equação 5.2.
(5.2)
em que:
N − rotação assíncrona (rpm).
Na prática, o escorregamento é baixo, entre 1% e 7%, fazendo com que a
rotação do motor seja pouco inferior que a rotação síncrona do campo
girante.
Na medida em que o rotor é “puxado” pelo campo girante, a rotação do
motor pode ser em qualquer sentido, isto é, horário ou anti-horário. O sentido
do campo girante impõe o sentido de rotação do motor. Por sua vez, o campo
girante gira de acordo com a sequência de fases imposta. Se uma sequência A
– B – C (ou BCA ou CAB) impõe o sentido horário, a sequência oposta C –
B – A (ou BAC ou ACB) imporá o sentido anti-horário. Essa possibilidade de
inversão do sentido de rotação mediante a alteração da sequência de fases é
uma característica importante do motor de indução.
Além disso, motores com bobinas para 220/380 V permitem que, em redes
de 220 V, o motor possa ter uma ligação em estrela durante o processo de
partida. Na ligação Y, as bobinas ficam sujeitas à tensão de 127 V (220/√3).
Após o motor ganhar velocidade, a ligação é manobrada para a ligação em
triângulo. Quando a tensão das bobinas é indicada como 380/660 V, significa
que o motor deve operar em triângulo sob tensão de 380 V, sendo permitida a
manobra Y/Δ na partida.
Motores com 12 terminais apresentam dois grupos de bobinas por fase.
Essas bobinas podem ser ligadas em série ou paralelo. Dessa forma, pode-se
ter um motor para as tensões de 220 V, 380 V ou 440 V, conforme mostra a
Figura 5.3. Nesses casos, a partida Y/Δ é possível nas tensões de 220 V e 440
V.
Figura 5.3 – Ligação 220/380/440 V – 12 terminais.
(5.3)
em que:
Pel − potência elétrica (W);
VL − tensão de linha da rede elétrica (V);
IL − corrente de linha (A);
cos φ − fator de potência.
No processo de conversão da potência elétrica em potência mecânica
existem perdas de diversas naturezas, entre elas: perdas por atrito, perdas
devido ao sistema de ventilação, perdas no cobre (efeito Joule), perdas
magnéticas (correntes parasitas e histerese magnética) e perdas por dispersão
no entreferro. O rendimento do motor indica a relação entre a potência de
saída (motriz) e a potência de entrada no motor (elétrica), de acordo com a
Equação 5.4.
(5.4)
(5.5)
em que:
ω − velocidade angular (rd/s);
C − conjugado desenvolvido (N.m);
N − rotação do motor (rpm).
Durante a operação normal do motor, isto é, depois de completado o
processo de partida, a carga mecânica exigida do motor pode variar. Na
verdade, o que varia é o conjugado de resistência. Essa variação implica na
variação da potência elétrica que o motor exige da rede elétrica. Uma vez que
a tensão da rede é fixa, essa variação implicará na variação dos demais
parâmetros das Equações 5.3 a 5.5, ou seja, corrente de linha, fator de
potência e rendimento. Os fabricantes fornecem tabelas ou gráficos das
características de desempenho em serviço de cada motor. A Figura 5.5 ilustra
uma curva característica típica para um motor de indução trifásico.
Figura 5.5 – Curva de desempenho em serviço de um motor de indução trifásico.
(5.6)
Uma observação importante precisa ser feita com relação aos níveis de tensão praticados no Brasil.
A tensão padrão é considerada de 127 V, entre fase e neutro, e de 220 V, entre fases. Infelizmente,
esse padrão ainda não é uniforme em todo o território nacional. Os seguintes níveis podem ser
encontrados pelo Brasil: 110/220 V; 115/230 V; 120/208 V; 120/240 V; 127/254 V; 220/380 V.
Existem alguns municípios com tensões de até 220/440 V.
(5.7)
(5.8)
Figura 5.13 – Partida Y/Δ.
Muita atenção deve ser voltada para a conexão em triângulo. Nos dois
casos representados na Figura 5.15, o sentido de rotação é o mesmo.
Entretanto, na comutação de Y para Δ, a corrente de surto transitório no
segundo caso é muito maior em razão da resultante dos campos girantes antes
e depois do estabelecimento da conexão Δ. Essa maior corrente leva a um
maior desgaste dos contatos e da cabeça do enrolamento. Outro cuidado
importante é não promover a inversão da rotação por meio da inversão da
sequência de fases.
5.4.4 Soft-starter
A tensão aplicada nos enrolamentos durante o processo de partida é
controlado eletronicamente. Nos casos anteriores, a tensão aplicada era
reduzida para certo nível e, após o ganho de velocidade, seu valor normal era
restituído. O soft-starter é uma chave eletrônica para partida suave de
motores trifásicos. Durante o processo de partida, a tensão sobe
continuamente, desde um valor mínimo até atingir o valor nominal, quando o
processo de partida estará encerrado. Com isso, não existem choques, ou seja,
variações súbitas de corrente e conjugado. A Figura 5.18 ilustra esse
conceito. Além do controle do processo de partida, o soft-starter é capaz de
realizar um processo de parada controlada. Nesse caso, a tensão é reduzida
num tempo ajustado. Ambos os tempos, de partida e parada, podem ser
ajustados conforme ilustra a Figura 5.19.
Tensão nominal (Vn) Tensão de operação do dispositivo, isto é, a tensão da rede elétrica.
Corrente nominal de
Corrente nominal de acordo com o regime de operação.
operação (Ie)
Capacidade suportável
Máxima corrente de impulso de curto-circuito que o dispositivo suporta
de corrente de curto-
sem se danificar.
circuito (Icc)
Corrente de
Máxima corrente que o dispositivo suporta se ele for ligado numa situação
estabelecimento de
de curto-circuito.
curto-circuito (Icm)
Categoria de utilização Indica o tipo de carga e regime de operação que o dispositivo manobra.
Neste capítulo, foi feita uma revisão sumária sobre motores de indução –
trifásicos e monofásicos. Foram abordadas suas principais características
operacionais e de partida. Foi dado destaque para a padronização dos terminais de
ambos os tipos de motores.
Foram apresentadas as técnicas de redução de tensão normalmente aplicadas
para a partida de motores de indução trifásica. Foram discutidas as características
mais relevantes de cada uma delas e as condições para sua aplicação.
Foram abordados os motores de dupla velocidade. Esse tópico até pode ser
dispensado sem pre-juízo de continuidade do assunto.
Foram apresentadas as topologias dos circuitos mais comuns para alimentação
de motores.
Por fim, foram destacados os fatores mais relevantes para a especificação de
dispositivos de manobra para motores.
Agora é com você!
11) Calcule a corrente nominal, IN (A), para cada motor da Tabela 5.2 e
para cada nível de tensão de operação.
12) Calcule a corrente de partida, IP (A), para cada caso do exercício 11.
13) A Figura 5.31 mostra os terminais de ligação de um motor
monofásico conforme seus “dados de placa”. Interprete os diagramas
de ligação.
O circuito principal da Figura 6.14 mostra o arranjo de uma chave Y/Δ que
permite a partida nos dois sentidos de rotação mediante a inversão de fases.
Figura 6.14 – Chave Y – Δ com inversão de rotação.
6.3 Chave compensadora
A Figura 6.15 mostra o circuito de força de uma chave compensadora para
um único nível de redução da tensão de partida. Geralmente, essas chaves são
produzidas para três níveis de redução de tensão. Para uma dada instalação,
deve-se selecionar apenas um “tap”, ou seja, um único nível de tensão
reduzida para a partida. Esse nível dependerá da carga de partida. A Figura
6.16 mostra o diagrama esquemático do circuito de comando.
Figura 6.17 – Circuito principal de uma chave para ligação Dahlander Δ/YY.
Figura 6.18 – Circuito de comando para a chave da ligação Dahlander.
6.5 Chave série – paralela
Esse tipo de chave é considerado mais simples em relação às anteriores.
6.6 Soft –starter
A Figura 6.19 mostra um circuito com soft-starter simples e algumas
variações de comando. O dispositivo traz incorporadas todas as proteções
necessárias para si mesmo e para o motor. Tais proteções são habilitadas,
uma a uma, por meio de dip-switches. Os ajustes da tensão inicial de partida,
tempo de aceleração (1 s a 20 s) e desaceleração (até 20 s), e a corrente do
motor (0,30 a 1,0 x Inom) são feitos no próprio soft-starter. Nesse modelo
mais simples existem duas portas para entrada de sinais digitais (D0 e D1),
utilizadas por botões, por exemplo. Também existem duas saídas digitais a
relés, um para função “operação” (13 – 14/23) e outro para “tensão plena”
(14 /23 – 24). O relé de operação permanece ligado enquanto o soft-starter se
mantiver energizado. Já o relé de “tensão plena” fica ligado apenas enquanto
a tensão plena estiver sendo aplicada ao motor, ou seja, ele fica desligado nos
processos de partida e parada. Os terminais A1 e A2 são para a alimentação,
em CA para este modelo.
O fato é que cada entrada ou saída tem uma função específica. O exemplo
que se segue é bastante simplificado e não guarda qualquer relação com
inversores disponíveis no mercado. Sua única finalidade é didática. Na Figura
6.22, o terminal (1) disponibiliza uma tensão de +24 VCC. Os terminais (2) e
(3) são para entradas digitais, específicas para a seleção do sentido de
rotação, horário (H) ou anti-horário (AH). Os terminais (4) e (5) recebem
sinais de entrada que selecionam dois níveis de frequência do inversor (f1 ou
f2). Caso as duas entradas estejam presentes, a frequência resultante será a
soma delas (f1+f2). O terminal (12) recebe um sinal de entrada analógica do
potenciômetro, alimentado pelos terminais (11 → +10 V) e (13 → 0 V). Essa
entrada serviria para ajustar a frequência de setup, ou seja, a frequência
fornecida pelo inversor na ausência de outros sinais (4 e/ou 5).
Os terminais de potência L1, L2 e L3 devem ser conectados ao circuito
principal, enquanto os terminais U, V e W são conectados ao motor. Tanto
faz se o motor estiver ligado em estrela ou triângulo. Como no caso dos soft-
starters, os inversores trazem proteções eletrônicas embutidas para o motor e
para si mesmos. Todavia, o circuito principal deve contar com dispositivos
para seccionamento e proteção dos cabos de alimentação. Usualmente,
utiliza-se o disjuntor com disparo térmico e magnético, conforme mostrado
na Figura 6.22. Essa figura ainda mostra um contator para ligar e desligar o
inversor de frequência − tarefa que poderia ser feita pelo próprio disjuntor.
Figura 6.22 – Exemplo de ligação de terminais de inversor de frequência.
12) Elabore um circuito de comando para uma chave Y/Δ não automática.
Um botão B1 aciona a ligação Y, e outro botão B2 faz a comutação
para a ligação Δ.
13) Elabore um circuito de comando para uma chave Y/Δ com inversão
de rotação. Um botão B1 aciona a partida automática no sentido
horário, e outro botão B2 aciona a partida no sentido anti-horário.
Utilize um único relé de tempo. Para a inversão, o motor deve ser
desligado por meio de um botão B0.
14) Elabore um circuito principal para uma chave série-paralela para um
motor trifásico com ligação em Δ/ΔΔ e 12 terminais.
15) Elabore um circuito de comando para o exercício 14.
16) Interprete a função de cada uma das chaves comutadoras na Figura
6.27.
(7.1)
em que:
Phid − potência hidráulica (W);
Δpb − pressão diferencial na bomba (Pa);
Q − vazão volumétrica (m3/s);
Δpb = γ.Hb,
com γ, o peso específico do fluido (N/m3), e Hb, a altura útil de elevação da
bomba (m).
Todas as bombas têm perdas hidráulicas, volumétricas, hidromecânicas e
mecânicas. Assim, a potência motriz (potência fornecida pelo motor) é dada
pela Equação 7.2.
(7.2)
em que:
ηb , rendimento total da bomba;
Pmec , potência motriz (W).
Entre as turbobombas, o maior interesse reside nas de geometria radial,
chamadas de bombas centrífugas, posto que são as mais amplamente
utilizadas. As bombas oferecem vazão e altura de elevação (ou pressão) na
exata exigência dos sistemas hidráulicos por elas alimentadas. Tanto a bomba
quanto o sistema hidráulico têm suas próprias curvas características (H x Q).
O ponto de funcionamento será no cruzamento das duas curvas, conforme
mostrado na Figura 7.1. Observar que a curva da bomba centrífuga é muito
diferente da bomba de deslocamento positivo. Notar que a bomba de
deslocamento positivo mantém a vazão praticamente constante para qualquer
altura (ou pressão) exigida pelo sistema. Já a bomba centrífuga desenvolve a
maior altura no ponto de fechamento, quando a vazão é nula. A curva do
sistema hidráulico pode ser aproximada pela Equação 7.3.
(7.3)
em que:
Hman , altura manométrica da instalação (m);
hest , altura estática de elevação (m);
k , coeficiente de perdas de carga do sistema e dependente da geometria;
tipo de tubos e acessórios (válvulas, conexões, instrumentos etc.) da
instalação.
Altura estática tanto pode ser uma altura geométrica a ser vencida ou uma altura piezométrica
(alimentação de vaso de pressão).
Figura 7.1 – Curvas características – bombas e sistema.
(7.4)
em que:
tf − tempo de aceleração do fluído (s);
v − velocidade do fluido em regime permanente, v = Q/A, (m/s);
L − extensão da tubulação de recalque (m);
g − aceleração da gravidade (9,81 m/s2);
H0 − altura de fechamento da bomba (m);
hest − a altura estática da instalação (m).
Altura de fechamento é a altura desenvolvida pela bomba com vazão nula, ou seja, com a descarga
bloqueada.
Existe outra situação de partida que também exige atenção muito especial.
Trata-se de instalações consideradas de grande porte. Como grande porte
devem ser entendidas instalações de grandes extensões (L) e de grande
descarga (Q). Em regra, o diâmetro das tubulações também é elevado. Nesses
casos o tempo de transitório eletromecânico é inferior ao transitório
hidráulico – Equação 7.4. O processo de partida é considerado uma manobra
hidráulica rápida, com possibilidade de ocorrência de golpe de aríete de
grande amplitude. Esse tipo de partida se assemelha ao caso representado na
Figura 7.7 (c). Nesses casos, o método de partida preferido tem sido pelo uso
de soft-starters. A aplicação de uma rampa suave de aceleração pode tornar o
tempo de transitório eletromecânico superior ao do transitório hidráulico, o
que reduz a intensidade do golpe de aríete.
(7.5)
em que:
CR − conjugado resistente (N.m);
ω − velocidade angular (rd/s);
Δp − elevação de pressão da bomba (Pa);
Vd − volume deslocado (m3/rotação);
N − rotação por segundo (rps). Nesse caso, ω = 2πN.
A única forma de reduzir o conjugado resistente na partida é pela redução
da pressão de descarga. No processo de partida direta ou por tensão reduzida,
é preciso verificar se o conjugado motor é superior ao resistente ao longo da
aceleração do conjunto motor e bomba. Em alguns casos, a partida pode ser
executada com o desvio da descarga de volta para o reservatório com vistas a
minimizar o conjugado resistente no processo de partida.
Note que nos diagramas da Figura 7.24 utiliza-se a letra “C” para o
terminal comum dos enrolamentos principal e auxiliar. A letra “S” é utilizada
para o outro terminal do enrolamento auxiliar, e a letra “R”, para o outro
terminal do enrolamento principal.
Basicamente, o controle de compressores herméticos para equipamentos
padronizados de refrigeração é do tipo liga – desliga automático. O comando
é feito a partir de pressostatos ou termostatos. A Figura 7.25 mostra um
exemplo básico de comando para um aparelho de ar–condicionado, na qual
estão representados os ventiladores interno (evaporador) e externo
(condensador). O ventilador interno tem acionamento independente, enquanto
o externo opera em conjunto com o compressor. O comando automático é
feito por pressostato de baixa pressão no circuito de refrigeração.
Os sistemas de grandes unidades de refrigeração podem apresentar muitos outros recursos, entre
eles: operações temporizadas, variação de velocidade dos ventiladores do condensador e do
evaporador em função da carga, controle da umidade em unidades de ar-condicionado e assim por
diante. Nesses casos, o fabricante fornece todo o sistema de controle junto com a unidade. É
comum a aplicação de CLPs para essas funções. Aqui foram apresentados apenas os conceitos
básicos.
(7.6)
em que:
» V − tensão sobre a resistência (V);
» I − corrente que percorre a resistência (A);
» R − valor da resistência (Ω).
As resistências de aquecimento mais comuns são produzidas com ligas
metálicas à base de níquel (Ni-Cr) ou de ferro (Fe-Cr-Al) no formato de fios.
Geralmente, esses fios são espiralados para formar a resistência propriamente
dita. São muito utilizadas em variados tipos de fornos e estufas,
especialmente para as indústrias metalúrgicas e cerâmicas. As resistências são
acomodadas em canaletas de materiais refratários. Em fornos, as
temperaturas podem atingir temperaturas de até 1.200 °C. Para temperaturas
maiores que essa, são utilizadas resistências moldadas em materiais
compostos tipo cermets (compostos de cerâmica e metal), como o carbeto de
silício (SiC). Nesses casos, são possíveis temperaturas de até 1.600 °C.
As resistências metálicas também podem ser utilizadas em diversos tipos
de aquecedores. Nesse tipo de aplicação, as resistências ficam totalmente
expostas ao ambiente, sustentadas por suportes e não depositadas em
canaletas, como no caso dos fornos. O ambiente mencionado quase sempre é
o ar, que pode circular por elas de forma natural ou forçada, ou seja, com
auxílio de ventilador.
As resistências também podem aquecer fluidos, seja por imersão em
tanques ou como aquecedores de passagem. Nesses casos, as resistências
costumam ser blindadas, isto é, a própria resistência espiralada é envolta por
uma massa refratária e o conjunto é protegido por um tubo metálico. Caso o
fluido a ser aquecido esteja na forma de vapor ou gás, o tubo protetor pode
ser afetado. Além dessas resistências tubulares, também são comuns as
resistências na forma de fitas.
Existem outras formas de aquecimento por resistências bastante
específicas, entre elas as resistências tipo cartucho, muito utilizadas para
aquecimento de moldes, bocais e outras partes de máquinas de fabricação,
como prensas. Resistências tipo colar são utilizadas no aquecimento de
injetoras de plástico. Também existem resistências para aquecimento de
superfícies, como tubos (traceamento) e tanques. Em última análise, o
aquecimento por radiação infravermelha é considerado um caso particular de
aquecimento por resistência.
Em regra, as resistências são arranjadas em bancos, com alimentação mono
ou trifásica. Na ligação trifásica, é dada preferência para a conexão em
triângulo, posto que ela permite a dissipação do triplo de potência em relação
à ligação estrela, conforme mostra a Equação 7.7. Tipicamente, o controle de
potência é feito pelo esquema ‘liga-desliga” de bancos de resistências. Em
certos casos, também se aplica a comutação Y/Δ para controle de potência.
(7.7)
(7.8)
em que:,
» ERE − valor da multa por excedente de energia reativa (R$);
» DRE − valor da multa por excedente de demanda reativa (R$);
» EEAM − valor medido da energia ativa consumida no intervalo
considerado (MWh);
» PAM e PAF − demanda de energia ativa medida e faturável no intervalo
considerado (kW);
» FP − fator de potência apurado conforme Equação 7.8;
» VRERE − valor da tarifa de energia para o subgrupo A1 (R$/MWh);
» VDRE − valor da tarifa de demanda “fora de ponta” para o intervalo
considerado (R$/kW).
ERE e DRE são apurados para o intervalo mensal para unidades sem
medição adequada, inclusive para unidades em baixa tensão. Para unidades
em média e alta tensões, ERE é apurado a cada hora, e a multa se constitui
pelo somatório de todos os intervalos horários que compõem o período de
faturamento. A parcela DRE é apurada a cada hora, e a multa se aplica para os
valores máximos obtidos entre todos os intervalos de cada posto, ou seja,
ponta e fora de ponta. Portanto, a multa será dada pela soma de duas parcelas:
DRE = DRE(p)+DRE(fp).
Para as unidades com equipamentos de medição horária, o fator de
potência apurado durante o período da madrugada, tipicamente entre meia-
noite e seis horas da manhã, será capacitivo (FPcap < 0,92), e para o restante
do dia será indutivo (FPind < 0,92). Isso é feito para evitar um excesso de
carga reativa capacitiva no período de baixa carga do sistema elétrico. Em
regra, os capacitores ficam ligados permanentemente nas unidades
consumidoras menores. Nas maiores, em razão da condição exposta
anteriormente, é comum o desligamento de parte dos bancos de capacitores
nas madrugadas.
A manobra de capacitor envolve elevadas correntes transitórias. O pico
dessas correntes transitórias pode atingir cerca de 100 vezes a corrente
nominal do capacitor. Sob manobras frequentes, essa elevada corrente pode
danificar o capacitor e o contator de manobra. Lembre-se que os contatores
para manobra de capacitores devem atender a categoria de emprego AC 6.
Uma vez que o capacitor seja desligado, ele permanece carregado, o que pode
causar acidentes.
A melhor forma de limitar a corrente do capacitor é introduzir resistências
em série com eles no instante da ligação e, depois, neutralizá-los durante a
operação normal. Alguns fabricantes oferecem contatores com resistências de
pré-carga, como ilustra a Figura 7.38. Os contatos da resistência se fecham
um instante antes dos contatos principais, e se desligam logo após.
8.1.1 Ensaios
Os ensaios são testes realizados em produtos ou sistemas, tanto pelos
fabricantes quanto por órgãos externos (agentes certificadores), a fim de
verificar a qualidade e a confiabilidade mediante determinadas solicitações
elétricas, mecânicas e térmicas. Conforme as etapas do processo de
fabricação e/ou execução, os ensaios são identificados com nomes
específicos, entre os quais, no que diz respeito aos conjuntos de manobra e
controle, são de interesse os ensaios de tipo e de rotina.
Ensaio de tipo
Do ponto de vista conceitual, um ensaio de tipo, também conhecido como
ensaio de conformidade, serve para determinar se um produto ou sistema
atende a um determinado padrão, mediante procedimentos de teste
decorrentes da aplicação da norma técnica associada ao referido produto ou
sistema. O ensaio de tipo geralmente relaciona-se com a primeira unidade
fabricada por uma empresa para determinada especificação (protótipo) e, na
maioria das vezes, possui caráter destrutivo e requer laboratórios
especializados, o que torna o processo oneroso do ponto de vista econômico.
De acordo com a NBR IEC 60439-1/2003,
os ensaios de tipo são destinados para verificar a conformidade com os
requisitos para um determinado tipo de conjunto, os quais são realizados em
uma amostra definida do conjunto ou em partes do conjunto fabricadas com
base no próprio projeto ou de um projeto semelhante. Os ensaios de tipo
devem ser realizados sob a iniciativa do fabricante.
Para os conjuntos, os ensaios de tipo incluem as seguintes verificações:
» limites de elevação da temperatura;
» propriedades dielétricas;
» corrente suportável de curto-circuito;
» eficácia do circuito de proteção;
» distâncias de escoamento e de isolação;
» funcionamento mecânico;
» grau de proteção.
Ainda em relação à norma, “se forem feitas modificações em componentes
do conjunto, novos ensaios de tipo têm de ser realizados, na parte em que tais
modificações possam alterar os resultados destes ensaios”.
Ensaio de rotina
Os ensaios de rotina são destinados a detectar falhas em materiais e na
execução da montagem, a fim de verificar o bom funcionamento do produto
ou sistema no todo ou em suas partes constituintes, cujo procedimento deve
resguardar a vida útil do equipamento ensaiado (ensaio de caráter não
destrutivo).
De acordo com a NBR IEC 60439-1/2003,
os ensaios de rotina são destinados para detectar falhas em materiais e na
fabricação. Eles são realizados em todo conjunto, depois que for finalizada a
montagem, ou em cada unidade do conjunto. Não é requerido outro ensaio
de rotina no local de instalação. Os conjuntos que são montados a partir de
componentes padronizados, fora da fábrica do produtor destes componentes,
pelo uso exclusivo de partes e acessórios especificados ou fornecidos pelo
produtor para este propósito, deve ser realizado ensaio de rotina pela
empresa que montou o conjunto.
Para os conjuntos, os ensaios de rotina incluem as seguintes verificações:
» inspeção do conjunto, inclusive inspeção da instalação elétrica e, se
necessário, ensaio de funcionamento elétrico;
» um ensaio dielétrico;
» medidas de proteção e da continuidade elétrica do circuito de proteção.
8.1.2 Tipos de ensaios para os conjuntos conforme a NBR IEC
60439-1
Para entender os conceitos que definem os conjuntos TTA e PTTA,
primeiramente, deve estar bem entendido o que é um ensaio de tipo, pois tal
condição determina a correta interpretação da norma NBR IEC 60439-
1/2003, conforme descrito em suas definições iniciais:
Conjuntos com ensaio de tipo totalmente testados (TTA)
A norma NBR IEC 60439-1/2003 define TTA
como conjunto de manobra e controle de baixa tensão em conformidade com
um tipo ou sistema estabelecidos, sem desvios que influenciem
significativamente o desempenho em relação àquele conjunto típico
verificado que está em conformidade com a norma.
Conjuntos com ensaio de tipo parcialmente testado (PTTA)
A norma NBR IEC 60439-1/2003 define PTTA como
conjunto de manobra e controle de baixa tensão contendo disposições de tipo
ensaiado e disposições de tipo não ensaiado, contanto que o último seja
derivado (por exemplo, por meio de cálculo) de disposições de tipo ensaiado
que satisfizeram os ensaios pertinentes.
Para exemplificar, se um conjunto TTA (está inicialmente em
conformidade com os ensaios de tipo) receber, adicionalmente, algum
acessório ou equipamento que interfira em um ou mais resultados dos ensaios
de tipo, estes estão comprometidos. Entretanto, visando resolver tal situação,
se a solução for obtida a partir de cálculos (consultando-se as informações
contidas nos catálogos do acessório ou equipamento) que permitam colocar
os parâmetros dentro dos valores previstos nos ensaios de tipo, o conjunto
ficará em conformidade com a norma, todavia, assumirá a condição de
PTTA. Outra situação seria a terceirização da montagem de um conjunto
enquadrado como TTA, na qual a empresa contratada tenha que fazer alguma
alteração ou adaptação (por exemplo, a pedido do cliente); se a montadora
tiver que avaliar algum parâmetro do ensaio de tipo por cálculos, o produto
final será um conjunto PTTA. Entretanto, se for realizado um ensaio de tipo
contemplando a alteração ou adaptação (teria que existir uma primeira
unidade montada somente para o ensaio de tipo) e os parâmetros estarem
conformidade com a norma, o conjunto continua sendo TTA.
8.2 Classificação dos conjuntos
Os conjuntos são montados de acordo com as necessidades das instalações
elétricas, dependendo da aplicação, das condições ambientais e da
organização do espaço físico (layout). As definições que se seguem estão
contidas em detalhes na NBR IEC 60439-1/2003.
Tipo multicolunas
A Figura 8.2 ilustra um conjunto do tipo multicoluna, o qual consiste na
combinação de várias colunas unidas mecanicamente.
Figura 8.2 – Conjunto do tipo multicolunas.
Figura 8.6 – Conjunto executado em (a) placa de montagem (em cinza) e (b) estrutura
de montagem.
Forma
Nenhuma separação. 8.9(a)
1
2e3 0,9
4e5 0,8
6a9 0,7
³ 10 0,6
Grau de
Não ocorre poluição ou somente uma poluição seca não condutora.
poluição 1
Grau de Ocorre, normalmente, apenas poluição não condutora. Porém, ocasionalmente, pode
poluição 2 ser esperada uma condutividade temporária causada por condensação.
Grau de Ocorre poluição condutora ou poluição seca não condutora que se torna condutora
poluição 3(1) devido à condensação.
Grau de A poluição provoca uma condutividade persistente causada, por exemplo, por pó
poluição 4 condutivo ou pela chuva ou neve.
Vermelho Ligado
Verde Desligado
Azul Outras
Tabela 8.5 – Significado das cores para as botoeiras
Cor Condição
Conforme o ambiente onde se encontra o conjunto de manobra e controle, podem haver condições
críticas para a integridade das estruturas e seu conteúdo. Por exemplo, em locais expostos à
umidade, as estruturas e os invólucros podem ser executados em material polimérico, como, por
exemplo, o policarbonato. Diante do exposto, sempre é recomendável realizar uma avaliação
detalhada do local que irá receber os conjuntos de manobra e controle elétricos, a fim de realizar a
escolha mais acertada sobre o material de fabricação de tais equipamentos.
8.5 Algumas considerações sobre os conjuntos
Na elaboração de projetos e execução de conjuntos de manobras e
comandos requer-se, primeiramente, completo domínio sobre as normas em
vigor, bem como das normas regulamentadoras do Ministério de Trabalho,
em particular a NR 10, e legislação correlata. Neste contexto, existe uma
significativa quantidade de informações sob o domínio dos fabricantes e
montadores, decorrente da experiência acumulada (know-how) na construção
dos conjuntos e, diante do exposto, a busca por suporte técnico pode
significar escolhas mais acertadas.
A abordagem sobre os conjuntos de manobra é extensa e requer a busca
constante de informações em fontes confiáveis, respeitando-se sempre as
normas em vigor e as boas práticas de engenharia. Não esgotando o assunto,
mas chamando a atenção para alguns detalhes, os itens a seguir são dignos de
observação:
» identificação de conjuntos e equipamentos: acessórios como placas e
anéis de identificação, rótulos, adesivos e etiquetas, conhecidos como tag
(termo em inglês que significa etiqueta), os quais seguem determinadas
regras estabelecidas, seguindo, normalmente, uma codificação
estabelecida por quem encomenda o projeto, visando à identificação e
localização do conjunto (tanto externa quanto interna), por exemplo,
dentro de uma área industrial;
» acompanhamento dos ensaios: uma vez o conjunto projetado e
construído, é recomendável que o solicitante do projeto acompanhe os
chamados ensaios de entrega realizados pelo fabricante, antes da
embalagem e entrega, a fim de verificar se existem ou não
conformidades;
» norma IEC 61439/2011 (partes 1 e 2): esta norma está valendo para os
países que seguem diretamente a IEC (substitui a IEC 60439/2004),
intitulada Low-voltage switchgear and controlgear assemblies, enquanto
isso no Brasil continua valendo a NBR IEC 60439-1/2003, todavia, este
assunto está em discussão na ABNT pelo comitê CB-3 Eletricidade. A
IEC 61439/2011 surgiu do fato de que 80% dos conjuntos montados no
mundo não cumpriam as exigências contidas em norma, devido às
dificuldades de interpretação e da definição pouco clara das
responsabilidades entre fabricantes e montadores. Nesta norma, os
conceitos de TTA e PTTA são substituídos pelo conceito de conjunto
testado, o qual visa eliminar os abusos e o mau uso da norma anterior na
aplicação nos conjuntos PTTA. Resumidamente, a IEC 61439/2011
proporciona condições para que haja maior segurança e confiabilidade
nos conjuntos de manobra e comando.