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Magnetostricção - Revisão e Tendências

Aguinaldo Medici Severino


Departamento de Física - Universidade Federal de Santa Maria
97105-900 Santa Maria - RS (Brasil) - severino@ccne.ufsm.br

I. Introdução

O fenômeno magnetoelástico que chamamos de magnetostricção foi descoberto por Joule há


mais de 150 anos atrás e descreve genericamente a mudança nas dimensões dos materiais
ferromagnéticos quando sujeitos à campos magnéticos externos [1-3]. O efeito oposto, ou seja, a
geração de campo magnético quando sujeitamos um material ferromagnético a tensões mecânicas é
usualmente designada efeito Villary. Tanto para a ciência básica quanto na área de aplicações
industriais efeitos magnetostrictivos têm gerado intenso interesse e atividade. O desenvolvimento
crescente de tecnologias envolvendo a miniaturização de materiais magnéticos, produzido-os em
dimensões micro e nanométricas, e operacionalmente sujeitando-os à presença de altos campos
magnéticos produziu nos últimos dez anos um incremento ainda maior na pesquisa de novos
materiais magnetostrictivos [4]. Um exemplo desta nova classe de materiais é o Terfenol-D
(Tb0.3Dy0.7Fe2), material utilizado em várias aplicações industriais, como a geração de ultrason e
técnicas de controle e automação não-destrutivas. Também nas tecnologias associadas as memórias
magnéticas de alto desempenho (acima de 20 Gbits/in) e nas possíveis aplicações das perovskitas os
efeitos magnetostrictivos são levados em consideração [4,5]. O efeito magnetostrictivo mais
conhecido é o ruído de um transformador em operação. Este ruído vem da contração cíclica do
núcleo dos transformadores, que possuem um alto valor da constante de magnetostricção.
A origem microscópica da magnetostricção é o acoplamento spin-órbita, ou seja, entre os
spins eletrônicos e o movimento orbital dos elétrons em torno dos núcleos atômicos. A energia dos
estados eletrônicos em regiões onde há momento magnético é menor do que aquela que é verificada
nos orbitais atômicos de mesma espécie na ausência do campo magnético. Por conta desta diferença
de energia os spins eletrônicos se alinham ao campo, modificando os orbitais atômicos e
consequentemente, modificando a distância interatômica do material sujeito ao campo.
Macroscopicamente a variação das distâncias interatômicas produzem o deslocamento e rotação de
domínios magnéticos que, por sua vez, gera a deformação macroscópica nos materiais que
chamamos magnetostricção, usualmente entre uma parte em mil e uma parte em um milhão em
ligas binárias simples. Dependendo do tipo de material tais deformações podem implicar em
expansão e em encolhimento da dimensão na direção do campo magnético externo aplicado. Como
tais deformações são isovolumétricas as modificações nas dimensões transversais à direção do
campo magnético têm o sentido oposto. Em materiais sujeitos a altos campos magnéticos verifica-se
também efeitos de segunda ordem relacionados a magnetostricção (magnetostricção forçada) e,
abaixo da temperatura de Curie, verifica-se que a expansão volumétrica pode ser anisotrópica.
Portanto, a magnetostricção é um parâmetro importante que relaciona as propriedades magnéticas
macroscópicas básicas dos materiais com sua estrutura atômica.
Neste trabalho pretendemos fazer a descrição dos mecanismos microscópicos para o
entendimento genérico dos efeitos magnetoelásticos e, mais particularmente, da magnetostricção.
Apresentaremos uma revisão das técnicas experimentais desenvolvidas para sua determinação,
utilizadas nas diferentes geometrias em que podem ser produzidos materiais magnéticos e por fim
exemplificaremos algumas das aplicações industriais e científicas de dispositivos baseados em
fenômenos magnetoelásticos e em materiais magnetostrictivos.

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II. Fenômenos magnetoelásticos

A magnetização de um material ferromagnético usualmente faz com que suas dimensões


mudem. Chamamos de magnetostrição λ (Joule ou anisotrópica) esta mudança nas dimensões.
Existem dois tipos de magnetostrição. A deformação que um material sofre quando é resfriado de
seu estado paramagnético até o estado ferromagnético é chamada de magnetostrição espontânea. O
segundo tipo corresponde a mudança nas dimensões de um material quando submetido a campos
magnéticos externos. Esse fenômeno foi observado pela primeira vez por Joule em meados do
século XIX. Na figura 1 abaixo ilustramos este comportamento magnético dos materiais.

(a)

(b)

(c)

Figura 1. - Diagrama esquemático que ilustra a fenômeno magnetostrictivo. Acima da temperatura de Curie,
no estado paramagnético e desordenado o material tem dimensão L´ (a). Abaixo da temperatura de Curie o
material espontaneamente se deforma para a dimensão L = ∆L´ + L´ (b). Na presença de um campo externo
H o material é induzido pelo campo a deformar-se novamente, de forma que ∆L/L = λ (c). Figura retirada da
referência [3].

Topologicamente falando esta mudança nas dimensões é um deformação, ou seja, a variação


relativa da medida de uma das dimensões ∆L/L = λ. Na figura 2 abaixo apresentamos o
comportamento idealizado de uma amostra magnética policristalina sob a ação de um campo
externo H. Quando o campo é nulo a amostra esta em seu estado remanente, não magnetizado, com
os domínios magnéticos distribuídos aleatoriamente. Com a aplicação de um campo em uma
direção qualquer as paredes de domínios irão deslocar-se e posteriormente rodar na direção do
campo aplicado de tal forma que, na saturação, todos os momentos magnéticos fiquem alinhados.
Portanto ∆L/L = λ.

(a) (b)

Figura 2. - Crescimento e rotação da magnetização dos domínios magnéticos de um material desde o estado
desmagnetizado (a) até a saturação (b). O material sofre uma deformação ∆L/L = λ. Note que ocorre também
uma deformação transversal a direção do campo magnético aplicado. Figura retirada da referência [6].

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Observa-se experimentalmente que λ depende da direção do campo magnético externo
aplicado, ou seja, λ = f(φ), onde φ é o ângulo que o campo aplicado H faz com um eixo de
referência. Quando o campo magnético for alto o suficiente para saturar magneticamente a amostra
a magnetostricção atinge um máximo definido como magnetostricção de saturação λs, como pode
ser visto na figura 3 abaixo. Da mesma forma que a curva de magnetização virgem B vs. H, ou M
vs. H, para campos relativamente baixos ocorre deslocamento reversível e irreversível das paredes
de domínios magnéticos, o que provoca pouca mudança em λ. Posteriormente, para campos
magnéticos mais altos ocorre rotação reversível e irreversível das paredes de domínios, onde
observa-se variações bem maiores em λ. Para campos magnéticos bem altos o material tende a
tornar-se um monodomínio, aumentando o aclopamento entre os spins e fornecendo uma
contribuição adicional para λ. A partir daí temos a magnetostricção forçada.

Figura 3. - Curva típica da variação da magnetostricção λ com o campo magnético H aplicado. Figura
retirada da referência [7].

Um meio completamente isotrópico sob a ação de um campo é o exemplo mais simples onde
a dependência de λ com φ pode ser estimada. Mas como um sistema que tenha seus cristais
arranjados de forma inicialmente isotrópica dificilmente é obtido experimentalmente deve-se atentar
que a constante de magnetostricção é uma propriedade que caracteriza o estado inicial da amostra,
dependendo fortemente de sua forma e também de sua prévia história mecânica, térmica e
magnética. Na figura 4 mostramos esquematicamente a dependência da deformação (neste caso
anisotrópica) que um material pode apresentar.

Figura 4. - Curvas típica da variação da magnetostricção ∆L/L = λ com o campo magnético H aplicado para
uma amostra que constante de magnetostrição positiva. Quando a amostra desmagnetizada tem seu eixo de
magnetização M alinhado por um campo externo H a amostra deforma-se anisotropicamente. As duas
situações apresentadas (e e e⊥) correspondem a direção de medida da deformação, ou seja, paralela ou
perpendicular ao campo aplicado. Figura retirada da referência [5].

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Os valores usuais para ∆L/L = λ dependem fortemente do tipo de material estudado,
podendo variar desde valores bem próximos a zero (λ ≈ 10-8) até aproximadamente ±10-4 em metais
3d (de transição, como o Ferro, o Cobalto e o Níquel) e em ligas do tipo metal de transição e
metalóides. Nas ligas do tipo metal de transição e terras raras (MT-TR), em alguns metais 4f (como
Gadolínio e Térbio) e em compostos intermetálicos pode-se atingir ±10-3 [4,5]. Qualquer
deformação pode ser definida por um tensor de tensão magnética (coeficiente de acoplamento
magnetoelástico) que pode ser relacionado às deformações magnetostrictivas por analogia com a lei
de Hook, ou seja, suas 9 componenetes, os coeficientes de acoplamento magnetoelásticos Bij podem
ser escritos na forma: Bij = cijklλkl. Assim, para descrever a deformação anisotrópica
magnetostrictiva de uma material podemos alternativamente indicar a constante de magnetostricção
de um material λs, que é a própria deformação do material, ou ainda indicar quais são os
coeficientes de acoplamento magnetoelástico Bij, que são as tensões magnéticas que geram as
deformações λs.
O efeito inverso à magnetostricção, ou seja, a mudança na direção no eixo de magnetização
fácil produzida por tensão ou compressão mecânicas de um material magnético é chamado efeito
Joule inverso, efeito Villary, piezomagnetismo ou anisotropia induzida por tensão mecânica. Se λs é
positiva é mais fácil magnetizar um material na direção em que uma tensão mecânica for aplicada,
ou seja, σ > 0. Por outro lado, se λs é negativa é mais difícil magnetizar um material na direção em
que uma tensão mecânica for aplicada e, consequentemente, é mais fácil fazê-lo na direção
transversal. Situações opostas ocorrem quando compressão mecânica for aplicada ao material em
análise.

(a) (b)

Figura 5. - Curvas de magnetização típicas de amostras sujeitas a tensão ou compressão mecânica. No caso
(a) a tensão muda a direção de magnetização fácil do material, gerando a curva  se a amostra tiver
constante de magnetostricção de saturação λs positiva ou a curva ⊥ se a amostra tem constante
magnetostricção de saturação λs negativa. O oposto ocorre no caso (b), onde a compressão mecânica muda a
direção de magnetização fácil do material, gerando a curva ⊥ se a amostra tiver constante de magnetostricção
de saturação λs positiva ou a curva  se a amostra tem constante magnetostricção de saturação λs negativa.
Figura retirada da referência [4].
Torções mecânicas também podem gerar deformações magnetostrictivas mas, em geral,
decompomos as torções nos eixos de simetria do material, para podermos associá-las às
distribuições de magnetização de cada material estudado. Correntes elétricas que passam por um
material magnético, na direção de sua magnetização interna M, provocam a precessão da
magnetização ao longo do eixo da corrente elétrica e, portanto, se λs ≠ 0, geram uma torção
mecânica da amostra. Este fenômeno é conhecido como efeito Wiedemann [1-3]. O efeito oposto é
chamado de Matteucci e corresponde a voltagem induzida em pontos de uma amostra magnética por
efeito de sua torção mecânica.

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III. Fenomenologia e dependências da magnetostricção

Um sistema que tenha sua estrutura cristalina distribuída inicialmente de forma isotrópica
pode ter sua deformação magnetostrictiva anisotrópica expressa pela relação:

∆L/L = e = (3λs/2).(cos2 θ - 1/3), (1)

onde ∆L/L ou e corresponde a deformação medida na direção que faz um ângulo θ entre a direção
da magnetização M (ou do campo magnético aplicado H). A magnetostricção de saturação λs é
portanto uma propriedade intrínseca do material, enquanto que a deformação varia com o ângulo de
medida, conforme pode ser observado na figura 4 acima. A diferença no valor da deformação
magnetostrictiva entre as duas situações apresentadas nesta figura (onde e e e⊥ correspondem as
direções de medida da deformação paralela ou perpendicular ao campo aplicado implica que, para um
material isotrópico, (e - e⊥) = 3λs/2, ou seja λs = (2/3).(e - e⊥). Assim, o valor da constante de
magnetostricção de saturação pode ser medido pela diferença observada nas duas configurações.
Para o caso particular de materiais com baixa simetria, como filmes e fios finos medidas da
deformação e em duas ou mais direções são necessárias para correta determinação dos coeficientes
λij. Para materiais que não são isotrópicos as constantes de magnetostricção variam para cada
direção. No caso de estruturas cristalinas simples como monocristais cúbicos ou hexagonais
expressões analíticas para λijk podem ser obtidas. Para um cristal cúbico, com eixos cristalográficos
definidos pelos cossenos diretores (β1, β2 e β3)e sob a ação de um campo magnético H aplicado na
direção definida pelos cossenos diretores (α1, α2 e α3), a magnetostricção de saturação λs é definida
por:

λs = λ100 + 3.(λ111 - λ100 ).(α12 + α22 + α32) + ... (2)

Já no caso de um cristal hexagonal obtém-se:

λs = λA [(α1β1 + α2β2)2 - (α1β1 + α2β2).α3β3] +


+ λB [(1 - α32).(1 - β32) - (α1β1 + α2β2)2] +
+ λC [(1 - α32). β32 - (α1β1 + α2β2).α3β3] +
+ 4.λD.[(α1β1 + α2β2).α3β3] + ... (3)

Observa-se que tanto a equação 2 quanto a equação 3 convergem para a equação 1 se o


material em questão for isotrópico. Portanto, materiais policristalinos podem ser estudados com
equações deste tipo, apesar dos cálculos teóricos para calcular exatamente as constantes de
magnetostricção em cada uma das direções não ser fácil [8]. Usualmente o cálculo parte de um
Hamiltoniano com contribuições puramente magnéticas, puramente elásticas e uma contribuição
magnetoelástica (proporcional a magnetostrição). Ao mesmo tempo, a energia livre do sistema
estudado deve conter termos que acoplam a direção da magnetização, especificada pelos cossenos
diretores αi, às componentes do tensor de deformações eij. Usando as propriedades de simetria de
cada sistema estudado e minimizando sua energia livre em relação às tensões aplicadas em cada
eixo cristalográfico obtém-se as deformações de equilíbrio [5,8,9].

A magnetostricção varia muito com a composição, de forma que não é muito fácil
estabelecer um comportamento padrão [9,10]. As ligas que têm λs ≈ 0 são interessantes do ponto de
vista tecnológico, pois possuem alta permeabilidade magnética e baixos valores de perdas
magnéticas. Nas ligas ricas em Ferro λs é geralmente grande e positiva. Nas ligas ricas em Cobalto
ou Níquel λs é pequeno em módulo e negativa. A adição de Fe, Mn e Mo em ligas ricas em Co
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desloca λs para valores positivos, enquanto que a adição de Ni tem o efeito contrário. A
dependência de λs com a temperatura de medida λs (T) também é complexa [5,11]. A
magnetostricção de saturação pode variar também com tensões mecânicas, ou seja, há efeitos de
segunda ordem no valor da magnetostricção de saturação λs [12]. A magnetostrição λs pode ter seu
valor modificado por tratamentos térmicos que envolvam tensão mecânica, campo magnético,
corrente elétrica ou uma combinação deles. As relações entre anisotropias magnéticas induzidas e a
magnetostricção também são objeto de estudo [4-6, 11-13]. Uma revisão bastante detalhada dos
modelos microscópicos para a magnetostricção, de resultados experimentais da influência de
campos magnéticos, tensões mecânicas e tratamentos térmicos pode ser encontrada nas referências
[13-17].

IV. Metodos para a determinação da magnetostricção

A determinação da magnetostricção pode ser feita através de métodos diretos ou indiretos.


[4-7, 13-17]. Os métodos diretos são aqueles a deformação em seus deslocamentos microscópicos é
observada por meio de um princípio mecânico ou óptico. Entretanto, dado que os efeitos
magnetostrictivos são em geral bastante pequenos, o uso destes métodos é limitado a amostras onde
λs é relativamente grande (monocristais, ligas com terras-raras). A precisão típica destes métodos é
da ordem de 10-6. Deve-se lembrar que os valores usuais de λs vai de 10-9 a 10-3, ou seja, em
amostras que podem ter de 1mm a 10 cm a ordem de grandeza do deslocamento que deve ser
medido fica entre 10-11 a 10-4 metros (0,001 nm a 10 µm). Para o caso de valores menores que 1 nm
apenas técnicas envolvendo interferometria, tunelamento eletrônico ou dilatometria capacitiva
poder ser úteis. Deslocamentos maiores podem ser determinados por métodos mecânicos ou ópticos
[14, 15]. Na figura 6 abaixo apresentamos alguns dos métodos diretos de medida.

(a) (b) (c)

Figura 6. - Montagens esquemáticas de três métodos diretos para a medida da magnetostricção.


Estensômetros (a), Dilatômetro capacitivo de três terminais (b), Método óptico (c). Retirado da referência
[15].

1. Estensômetros (strain-gauge) / figura 6(a): Estensômetros são essencialmente condutores ou


semicondutores de pequena seção reta, usualmente produzidos por deposição sobre um substrato
plástico. Estes dispositivos são por sua vez montados (colados) no material que se pretende estudar.
Quando o material é deformado sua resistência elétrica varia, fornecendo um sinal que é
proporcional a magnetostricção. Apesar de muito práticos e relativamente baratos os strain gauge
são adaptados para medidas em sistemas macroscópicos ou em materiais na forma de fitas delgadas,
não sendo úteis em fios ou filmes finos. Este método pode ser utilizado em configurações que
envolvam variação na temperatura e a aplicação de tensão mecânica. A influência da cola utiliza
deve ser estimada no caso de estensômetros muito grandes comparadas com a amostra. A resolução
típica deste método é 10-8.

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2. Dilatômetro capacitivo de três terminais / figura 6(b): Neste método de alta sensibilidade é
utilizada a mudança na capacitância de um capacitor com tensões mecânicas aplicadas. Uma das
placas do capacitor é a própria amostra que se pretende estudar. A capacitância pode ser medida
diretamente com uma ponte capacitiva de alta resolução. Este método é utilizado com muito
sucesso em amostras delgadas como fitas amorfas ou mesmo filmes finos e tem a vantagem de
poder ser utilizado em uma faixa grande de temperaturas. Várias configurações para a montagem
experimental têm sido feitas ao longo das últimas três décadas. A sensibilidade pode alcançar até
10-9, mas pode ser limitada pela ponte capacitiva e por variações na temperatura da célula
capacitiva.

3. Método do eletrodo capacitivo: Este método foi projetado para determinação de λs de filmes
finos ou multicamadas depositados em substratos não magnéticos. O princípio utilizado neste
método é similar ao método capacitivo de três terminais. A deformação no filme provoca uma
variação na capacitância de um capacitor que é formado pela superfície do filme e um eletrodo fixo.
Este método é útil para determinar-se tanto valores positivos quanto negativos de λs. A
sensibilidade padrão tipicamente alcançada é de 10-8 - 10-7.

4. Métodos ópticos / figura 6(c): Neste método a potência da luz transmitida pela extremidade de
uma fibra óptica é modificada pela interposição de uma amostra (fita, filme ou fio) no caminho do
feixe de luz (He-Ne laser). Na configuração inicial apenas metade da seção reta da fibra óptica é
bloqueada pela fita ou filme, portanto metade da potência total atinge um detetor de luz colocado na
parte inferior do aparato experimental. Por meio de um campo magnético externo produz-se uma
oscilação não ressonante da fita ou fio que é proporcional a λs. Com a dilatação ou compressão
magnetostrictiva da fita a área de transmissão é modificada e pode-se relacionar a potência
transmitida com a deformação da amostra. Tal método pode atingir a sensibilidade de 10-8.

5. Tunelamento. O uso da microscopia de tunelamento para estudar rugosidades e defeitos em


superfícies já é uma técnica razoavelmente bem conhecida. No início dos anos 90 este método foi
adaptado para a determinação da magnetostricção. A superfície da amostra que se pretende estudar
é percorrida por uma fina ponta metálica onde um potencial elétrico baixo (frações de Volts) é
mantido. A aproximação da ponta metálica na superfície gera uma corrente de tunelamento que
depende inversamente da exponencial da separação entre elas. A ponta metálica é montada sobre
uma sensor piezoelétrico de modo a controlar a separação e manter a corrente de tunelamento fixa.
Controlando-se adequadamente possíveis interferências elétricas e obtendo uma boa blindagem
térmica e acústica do sistema pode-se atingir sensibilidades da ordem de 10-8.

Os métodos indiretos de medida envolvem a determinação de algum parâmetro que, por sua
vez, é modificado pela magnetostricção. Em geral estes métodos são ditos genericamente como
baseados no efeito Villary que é, conforme discutimos anteriormente, a modificação do eixo fácil de
magnetização de um material por tensão ou compressão mecânica. De fato, através do acoplamento
magnetoelástico Kσ = (3/2)λs.σ qualquer propriedade que dependa da anisotropia de um material (e
que tenha magnetostricção não nula) pode ser modificada pela aplicação de uma tensão mecânica,
portanto pode ser útizado para a determinação de λs. Estes métodos têm a vantagem de não
envolverem a interação mecânica direta com as amostras. De fato boa parte da história dos métodos
de medida de λs ao longo das últimas três décadas envolvem o controle da geometria e do modo de
fixação da amostra ao sistema de medida. Outras considerações importantes envolvem a
temperatura de medida de λs, já que a expansão térmica da amostra pode interferir na medida. No
caso específico de materiais desordenados, para a determinação λs com valor absoluto
aproximadamente igual a 10-8 é necessário que a temperatura esteja estável em ao menos na ordem
de 0,1 mK. Cada um dos métodos indiretos utilizados têm seu desenvolvimento calcado na

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necessidade de adequação a uma geometria particular das amostras estudadas. Na figura 7 abaixo
apresentamos dois dos métodos indiretos de medida mais utilizados.

(a) (b)

Figura 7. - Montagens esquemáticas de 2 métodos indiretos de medida. Rotação da magnetização por


pequenos ângulos (a) e Ressonância ferromagnética modulada por deformações (b). Figuras retiradas das
referências [5 e 15]

1. Rotação da magnetização por pequenos ângulos / figura 7(a): Este método é o mais largamente
utilizado para determinação de λs em materiais na forma de fitas delgadas e fios. As amostras são
saturadas magneticamente por aplicação de um campo H longitudinal. Um campo magnético
alternado, transversal ao primeiro, faz com que o eixo da magnetização oscile da direção
longitudinal por um pequeno ângulo ±θ. Uma forma alternativa de geral o campo transversal é
aplicar uma corrente na amostra. A oscilação da magnetização induz uma tensão em uma bobina
sensora ao redor da amostra. A tensão induzida é proporcional a variação no tempo da componente
longitudinal da magnetização. Aplicando-se tensões mecânicas na amostra verifica-se que, por meio
do acoplamento magnetoelástico, o ângulo aumenta (no caso de λs positiva) ou diminui (no caso de
λs negativa). As mudanças no ângulo podem ser compensadas adequadamente pela variação do
campo magnético transversal. Apesar do método original não considerar complexas estruturas de
domínios e ser de fácil montagem experimental a sensibilidade do método é bastante alta (10-9).

2. Susceptibilidae inicial, Permeabilidade ou Energia de anisotropia: Este é um dos métodos mais


antigos que utilizam o efeito Villary para determinar λs. A magnetostricção é determinada pela
variação de parâmetros como a susceptibilidade magnética inicial, a permeabilidade magnética ou a
energia de anisotropia magnética por efeito da aplicação de tensões mecânicas. A simplicidade da
montagem experimental, a facilidade com que a montagem pode ser adaptada para medir
modificações com a temperatura e a sua alta sensibilidade (10-8) fizeram deste um dos métodos
mais utilizados.

3. Efeito Wiedemann: Através da passagem de uma corrente em uma amostra que está submetida a
um campo magnético externo verifica-se que a amostra sofre uma torção ao redor de seu eixo de
simetria. O ângulo da torção ζ por unidade de comprimento é proporcional a magnetostricção λs.
Uma das limitações deste método é a corrente que se faz passar pela amostra. Apesar disto precisão
de até 10-7 podem ser alcançadas.

4. Ressonância ferromagnética modulada por deformação / figura 7(b): Na montagem clássica deste
métodos, muito utilizada em estudos de ferrites e "garnets", uma tensão aplicada a amostra desloca
as linhas de ressonância característica de cada material por mudança nos termos de sua energia
magnetoelástica. Se na configuração inicial o sistema já estava na condição de ressonância, o
deslocamento da linha de ressonância pela aplicação da tensão pode ser compensada por um campo
magnético. Alternativamente a deformação pode ser modulada, ou seja, a posição das linhas de
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ressonância ou o valor do campo magnético onde ocorre a ressonância pode ser modulada pela
aplicação periódica , por meio de piezoelétricos, de tensões mecânias. Os sinais detectados são
proporcional a amplitude de modulação. Comparando-se as intensidades do sinal modulado na
presença ou na ausência de tensão mecânica obtém-se diretamente λs. com precisão de até 10-9.
Uma das limitações deste método está no fato da medida ser apenas na superfície das amostras,
devido a pequena profundidade de penetração observada na faixa de freqüência de ressonância
utilizada.

5. Magnetoresistência: Este também é um método baseado no efeito Villary, adequado


principalmente para filmes bastante finos. A anisotropia magnetoelástica do sistema é determinada
pela medida direta dos picos de magnetoresistência das amostras. Por meio de tensões mecânicas
aplicadas a amostra observa-se variação na resistividade. O valor de λs. é obtido dos valores
experimentais do campo de anisotropia com a deflexão mecânica do substrado da amostra,
modulado pela razão entre a deformação da amostra e a anisotropia magnetoelástica induzida pela
tensão.

Além da magnetostricção outras grandezas magnetoelásticas, como os coeficientes do


módulos de cizalhamento e de elasticidade Bij (associados as deformações de origem puramente
elástica) e o fator de acoplamento magnetomecânico (que mede a eficiência do acoplamento entre
os modos de energia magnética e elástica), podem ser determinados experimentalmente. Uma
revisão detalhada destes métodos pode ser encontrada na referência [15].

V. Novos materiais, dispositivos e aplicações industriais

Apesar da magnetostricção e dos materiais magnetostrictivos serem estudados já há muitos


anos e de muitos dispositivos terem sido baseados e neles patenteados o mercado destes materiais
não é grande [18]. Esta é uma situação curiosa, pois os primeiros dispositivos a utilizarem o
acoplamento magnetoelástico tiveram rápida aceitação industrial e pública, como os telefones e os
sonares. Posteriormente os materiais magnetostrictivos nestes dispositivos foram gradativamente
substituídos. De fato hoje, dentre todos a classe de materiais considerados importantes no mercado
de atuadores, sensores, transdutores e dispositivos eletro-eletrônicos (chamados genericamente de
"smart-materials", como os materiais piezoelétricos, as ligas com memória de forma, os fluídos
eletroreológicos, os materiais magnetostrictivos e materiais com memória de forma
ferromagnética), os materiais magnetostrictivos envolvem a menor fração do mercado consumidor
[5, 18, 19]. Isto se deve basicamente porque os dispositivos piezoelétricos e os dispositivos
eletrostictivos podem oferecer em geral um relação entre deformações mecânicas e amplitude de
força com o consumo de potência elétrica muito melhor que o obtido com os dispositivos
magnetostrictivos. Este quadro de desvantagem técnica fundamental foi significantemente
modificado há pouco mais de uma década com o desenvolvimento da classe de materiais de alta
magnetostricção (da ordem de uma parte em 103), principalmente o Terfenol-D (TbxDy1-xFey).
Estes materiais podem ser deformados uma ordem de magnitude mais que as cerâmicas
piezoelétricas convencionais e oferecem amplitude de força de saída do dispositivo similares com o
mesmo consumo de energia. As deformações típicas obtidas em dispositivos são da ordem de 1000
a 2000 x 10-6 para campos magnéticos de 1000 Oe, o que pode ser obtido por solenóides e fontes de
tensão simples a temperatura ambiente. Atuadores encontrados comercialmente trabalham com
deslocamentos mecânicos de aproximadamente 0.1% (100x10-6) e são capazes de produzir forças
de até 1800 N e operar em até 20 kHz. Este materiais podem ser produzidos na forma de cilindros
macroscópicos (até 20 mm de diâmetro), compósitos na forma de pó, filmes finos e microfios.
Transdutores baseados nestas ligas são utilizados hoje em microposicionadores, sonares (500-2000
Hz), supressores de vibrações, isoladores (15-20 Hz), absorvedores acústicos e de choque, técnicas
de controle não destrutivas, medidores de volume em processos contínuos, sensores pneumáticos,
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acelerômetros, controle de temperatura, sensores de torque, magnetômetros, controle de qualidade e
sensores de alarme e também em uma série de dispositivos na área de instrumentação cirúrgica em
física média [18-21]. Em geral verifica-se que controle analógico simples de atuadores baseados
nestas ligas podem reduzir significantemente vibrações de pistões e serem utilizados para reduzir a
atenuação de ruídos das peças móveis de máquinas-ferramentas e motores [20].
Dispositivos baseados nestas ligas podem ser divididos hoje em três grupos nos quais as
propriedades magnetomecânicas podem ser utilizadas para a medida do parãmetro de interesse. Os
grupos são: (a) sensores passivos; (b) sensores ativos (ou atuadores); e (c) sensores híbridos.
Basicamente trata-se da utilização dos sensores em dois modos de operação. No primeiro grupo a
energia mecânica é transformada em energia magnética (sensores) e no segundo grupo a energia
magnética é transformada em energia mecânica (atuadores). Entretanto, da mesma forma que os nos
transdutores piezoelétricos e eletromecânicos os transdutores magnetostrictivos podem ser
utilizados para simultaneamente atuarem e medirem um determinada propriedade.
Um outro fator que deve ser considerado nestes dispositivos é o preço. Estas ligas, baseadas
em compostos intermetálicos de Terra-Raras são ainda relativamente caras, o que encarece os
dispositivos nelas baseados. Entretanto, por poderem estes materiais ser produzidos na forma de
filmes finos (com baixo custo, comparado com os transdutores massivos) podemos utilizá-los na
industria de sistemas micro-integrados. A otimização das propriedades magnéticas e elásticas destes
materiais é uma área bastante ativa academicamente, assim como o número de patentes de
dispositivos baseados nestes materiais tem aumentado [4, 5, 17-21]. Os principais requisitos para
um material na forma de filme fino poder ser utilizado em dispositivos magnetostrictivos são: (a)
alta susceptibilidade e baixa coercividade; (b) alta temperatura de Curie (tão alta quanto as ligas
massivas, onde Tc ~ 500 K); (c) resistência a corrosão alta; (d) anisotropia magnética planar, para
gerar grande deformação magnetostrictiva em baixos campos aplicados.
Na figura 8 abaixo apresentamos o princípio de funcionamento de um sensor de
posicionamento magnetostrictivo típico. O dispositivo é baeado no efeito Wiedemann,. ou seja,
utiliza o fato de um material magnético sofrer uma torção quando submetido a corrente elétrica.
Nesta configuração um material magnetostrictivo na forma de casca cilíndrica é exposto
simultaneamente a dois campos magnéticos, um circular, produzido por uma corrente elétrica que
flui na direção longitudinal de um fio de cobre interno ao cilindro e outro longitudinal, produzido
por um ímã permanente.

Figura 8. - Montagem esquemática de um sensor de posição comercial. Retirado da referência [4].

A magnetização do material torna-se portanto helicoidal. A interação entre estes dois


campos produz um pulso de torção que percorre o cilindro a aproximadamente 3000 m/s. Esta
deformação magnetostrictiva pode ser detectada por bobinas sensoras colocadas nas extremidades
do cilindro. O ímã permanente é utilizado também para detectar a diferença entre o tempo de
passagem do pulso de corrente e a chegado do pulso de deformação magnetostrictiva. A principal
vantagem deste método é que não há contato mecânico entre o cilindro e o fio de cobre interno. Os
parâmetros técnicos deste dispositivo indicam que o deslocamento mecânico ser detectado em

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dispositivos entre 25mm e 7, 5 m, com resolução de 0,02 mm, taxa de medida de 1 kHz, resistência
a choques de 100 G e temperatura de operação entre -400 e 750 C. A otimização destas propriedades
envolvem o controle da geometria, da eletrônica e das condições de trabalho externas do
dispositivo. As vantagens destes dispositivos comparados com análogos piezoelétricos são: (a)
maior precisão absoluta na posição; (b) ausência de contato mecânico com o material
magnetostrictivo; (c) estabilidade no tempo e com a temperatura; (d) repetibilidade e precisão.
Adicionalmente, novas técnicas de fabricação em série destes dispositivos reduziram em muito os
custos básicos [4, 5, 18-20].

VI. Conclusões

A compreensão dos fenômenos magnetoelásticos é importante apesar de ser uma área do


conhecimento onde basicamente descrições fenomenológicas são feitas. A descrição das interações
magnetoelásticas em estruturas mono e policristalinas clássicas, heterogêneas, amorfas ou
nanoestruturadas é complexa e implica na continuidade dos desenvolvimentos teóricos e
experimentais. A miniaturização de dispositivos eletro-eletrônicos e a consequente necessidade de
estimar efeitos magnetostrictivos superfíciais e nas interfaces entre os materiais e o substrato é
grande. No caso dos materiais ferromagnéticos amorfos os efeitos magnetostrictivos são
relativamente bem conhecidos. Para os materiais na forma de filmes finos e multicamadas
magnéticas muitos avanços no entendimento dos acoplamentos magnetoelásticos foram feitos
recentemente. Verifica-se atualmente que na área de materiais supercondures e de Manganitas, os
estudos das propriedades de transporte eletrônico e sua conexão com as propriedades da rede
(distorções Jahn-Teller e pólarons, por exemplo) tem sido beneficiados pelo melhor entendimento
do fenômeno da magnetostricção. A aplicação industrial de dispositivos baseados em fenômenos
magnetoelásticos tem crescido significantemente na última década. Ênfase tem sido dada nos
dispositivos para atuação e sensoriamento remoto de alto desempenho. A expectativa é que os
sensores magnetoelásticos terão futuramente melhor desempenho que seus equivalentes
semicondutores. Uma revisão abrangente do estado da arte nas áreas de aplicação e estudos de
efeitos magnetoelásticas pode ser encontrado na referência [4], resultado do seminário da OTAN
"Modern trends in magnetostriction and application", realizado em junho de 2000 em Kiev, na
Ucrânia.

Referências

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Doutoramento, IFUSP, São Paulo, 1993.
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[9] O´Handley, R.C., J. Appl. Phys. 62(10), R15, 1987.
[10] Severino, A.M., Magnetostricção e Relaxação Térmica em Ligas Amorfas Ferromagnéticas,
Dissertação de Mestrado, IFUSP, São Paulo, 1987.
[11] O´Handley, R.C., Phys. Rev. B 18, 930, 1978.
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Alegre, 1993.
[18] Jones, L.D. e Garcia, E., Adaptive Structures and Composite Materials: Analysis and
Application, Garcia, E., Cudney, H. e Dasgupta, A. (ed.), ASME International Mechanical
Engineering Congress and Exposition Proceedings, Chicago, 1994.
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Materials: Analysis and Application, Garcia, E., Cudney, H. e Dasgupta, A. (ed.), ASME
International Mechanical Engineering Congress and Exposition Proceedings, Chicago, 1994.
[21] MTS Systems Corporation, Temposonics Magnetostrictive Technology Catalogs,
http://www.mtssensor.de, Germany, 2001.

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Prof. Dr. Aguinaldo Medici Severino
Departamento de Física - CCNE
Universidade Federal de Santa Maria
97105-900 Santa Maria - RS
severino@ccne.ufsm.br
http://lmmm.ccne.ufsm.br/users/guina
0xx55 220.8137 (fone)
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