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Sistemas Fotovoltaicos

O Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico foi observado pela primeira vez pelo físico francês Alexandre
Edmond Becquerel em 1839 (utilizando o primeiro componente eletrônico da história), e
confundido com o efeito fotoelétrico. O efeito fotoelétrico foi confirmado por Heinrich
Hertz em 1887 (recebendo também o nome de efeito Hertz, que não é muito utilizado), e
posteriormente explicado por Albert Einstein, em 1905.

O efeito fotoelétrico é a emissão de elétrons por um material, geralmente métálico,


quando exposto à radiação eletromagnética de frequência alta o suficiente para que os
seus fótons energizem os elétrons do material. A frequência frequência exata para a
liberação dos elétrons depende do material.

O efeito fotovoltaico é o surgimento de uma tensão elétrica entre dois extremos em um


material semicondutor, quando é exposto à luz visível. Os dois efeitos estão relacionados,
mas são processos diferentes.

Para entender como funciona o efeito fotovoltaico, devemos conhecer o modelo atômico,
que demonstra o comportamento das partículas que compõem um átomo. Mas para
simplificar o que precisamos aqui, é necessário saber que os semicondutores tem a banda
de valência completamente cheia e a banda de condução vazia, mas o band-gap dos
semicondutores é de 1 eV (elétron-volt). Isso faz com que um semicondutor se comporte

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como um isolante a zero Kelvin mas, com o aumento da temperatura, comece a
conduzir eletricidade, agindo como um condutor. Por isso o nome: semicondutor.

Ao receber fótons de radiação eletromagnética com frequência dentro do espectro da luz


visível, os elétrons da banda de valência podem saltar pra banda de condução, produzindo
uma corrente elétrica no interior da estrutura cristalina do semicondutor. Quando um
elétron deixa o seu lugar de origem, fica um buraco que é preenchido por outro elétron,

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pelo efeito da recombinação. Essa recombinação de elétrons faz com que o cristal fique
eletricamente neutro. Um semicondutor puro, que não tem impurezas é chamado de
intrínseco.

Para que seja possível aproveitar essa corrente elétrica do interior de um semicondutor
intrínseco, é necessário perturbar a sua formação cristalina. Isso é feito adicionando-se
elementos químicos que atrapalharão a ligação atômica do semicondutor. Esse processo
se chama dopagem. Para exemplificar, vamos detalhar o processo de dopagem do
semicondutor de silício:

O silício possui quatro elétrons de valência e necessita de mais quatro átomos vizinhos
para formar uma ligação covalente. Se inserirmos um elemento de 5 elétrons
de valência (ex.: fósforo ou arsênio) o quinto elétron ficará fracamente ligado ao átomo de
origem e, quando o semicondutor estiver à temperatura ambiente, esse elétron ficará
livre, fazendo com que o cristal de silício dopado com esse material fique negativamente
carregado. Esse é um semicondutor do Tipo N, que conduz eletricidade através dos
portadores de carga negativa.

Se ao silício for adicionado um dopante com 3 elétrons de valência, ficará faltando um


elétron na estrutura cristalina. Em temperatura ambiente, com a liberação de elétrons, o
semicondutor ficarápositivamente carregado se tornando um semicondutor do Tipo P,
que conduz eletricidade através dos portadores de carga positiva (os buracos deixados
pelos elétrons liberados).

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Para formar uma célula fotovoltaica (ou um diodo) são unidos os dois tipos de
semicondutor. Não área da união, chamada de Junção-PN, os elétrons livres do
semicondutor tipo N migrarão para o semicondutor tipo P para ocuparem esses espaços.
Essa migração não ocorre indefinidamente, pois forma-se um campo elétrico na área de
junção que impede que os elétrons continuem fluindo.

Ao receberem fótons de luz visível os elétrons são energizados, mas não conseguem fluir
da camada N para a camada P por dentro. Se ligarmos as duas camadas externamente,
podemos aproveitar a corrente elétrica que se forma na passagem dos elétrons de uma
camada para outra. É assim que funciona uma célula fotovoltaica.

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