INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL
INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DO AMBIENTE
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
BELÉM/PA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL
INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DO AMBIENTE
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Trabalho produzido para obtenção
de nota parcial na disciplina de
Introdução a ciência do ambiente, da
Faculdade de Engenharia Naval.
Orientador: M.e. D.r. Neyson
Martins Mendonça.
BELÉM/PA
2019
SUMÁRIO
1 - AVALIAÇÃO DO CICLO BIOGEOQUÍMICO DO C, N, P E S EM UMA
PLATAFORMA DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E EXTRAÇÃO DE GÁS............10
2 - CICLOS BIOGEOQUÍMICOS NO TRANSPORTE DE CARGA EM
PORTOS..........................................................................................................................12
3 - ESTALEIRO RESPONSÁVEL PELA FABRICAÇÃO DE BALSAS E
CARGUEIROS................................................................................................................14
4 - HIDROVIA COM TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL E
FERTILIZANTE.............................................................................................................17
REFERÊNCIAS................................................................................................21
1 - HIDROVIA COM TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL E FERTILIZANTE
1) Ciclo natural do fósforo
O ciclo do fósforo comparado com outros ciclos biogeoquímicos é
considerado extremamente lento, ele é encontrado natureza em rochas sedimentares na
forma de íon fosfato, lentamente as rochas sofrem intemperismo e é lixiviado para as
águas superficiais, embora o fósforo não tenha uma forma gasosa ideal, cinzas
vulcânicas e poeira mineral pode ser fonte significativa de fosfato.
No solo, os compostos de fosfato podem ser incorporados por plantas e,
depois disso, são transferidos para os animais que comem as plantas, posteriormente as
plantas e animais excretam esses resíduos ou morrem, o fosfato pode ser incorporado
por detritívoros ou retornar ao solo. Compostos com fosfato podem ser lixiviados para
os rios e são incorporados por organismos aquáticos.
Em ambientes marinhos quando ocorrer a incorporação de fosfato aos
rios, eles descem até os assoalhos de rios ou oceanos e formam novas camadas
sedimentares e depois de um longo período essas rochas sedimentares podem ser
removidas do oceano para terra, por processos geológicos de levantamento tectônicos.
2) O ciclo do nitrogênio
Em ambientes marinhos o ciclo do nitrogênio é definido em três etapas
bem definidas sendo elas: amonificação, nitrificação e desnitrificação.
Em rios ou oceanos, a carga de nitrogênio vai através de escoamento e
dos fertilizantes para as cadeias alimentares marinhas, parte do nitrogênio orgânico do
oceano vai para o fundo do oceano como sedimentos, outra parte é convertida em íons
nitritos e nitrato e posteriormente através das bactérias desnitrificantes convertem
nitrato de volta ao gás nitrogênio.
O ciclo do nitrogênio pode ser afetado pelo homem, causando o processo
de eutrofização das águas como destacado anteriormente, mas também destacamos que
o nitrogênio em excesso na atmosfera geram efeitos nocivos ao meio ambiente, podendo
ocorrer chuva ácida com o composto ácido nítrico e o efeito estufa com o oxido nitroso.
3) O ciclo do Enxofre
Inicialmente ocorre a emissão do dióxido de enxofre, que naturalmente
deveria ocorrer por erupções vulcânicas, mas atualmente a principal fonte de emissão
desse elemento é através da queima de combustíveis fósseis, ocorrendo principalmente
em veículos que queimam diesel pesado, carvão e petróleo em usinas de energia.
O dióxido de enxofre na atmosfera pode sofrer oxidação e formar o
trióxido de enxofre, que por sua vez, em contato com a água da chuva irá formar o ácido
sulfúrico, aumentando a acidez da chuva, que quando caem sobre os rios e lagos
diminuem drasticamente o PH dos ambientes aquáticos comprometendo a concentração
populacional de peixes e crescimento das plantas e vegetais.
4) O ciclo do Carbono
O carbono é um elemento essencial para a nossa existência, ele entra em
todas as cadeias alimentares, tanto terrestres quanto aquática, através dos autótrofos que
em sua maioria são fotossintetizadores, como plantas e algas.
5) Ciclo biológico
Tratando-se do ciclo em regiões aquáticas, observamos que o dióxido de
carbono se dissolve na água e reage com as moléculas de água para produzir o
bicarbonato, os organismos autótrofos capturam esse bicabornato e transformam em
matéria orgânica através da fotossíntese e assim são passados através das cadeias
alimentares, onde na etapa da respiração celular ocorre a conversão do carbono orgânico
de volta ao gás dióxido de carbono. Os decompositores também conseguem liberar
compostos orgânicos e dióxido de carbono quando decompõem organismos mortos
6) Ciclo geológico
Geologicamente o carbono leva milhões de ano para completar o seu
ciclo, ele pode ser armazenado por longos períodos, tanto em reservas atmosférica como
no fundo dos oceanos (sedimentos oceânicos). Sendo que o nível de dióxido de carbono
nos oceanos é influenciado pelo carbono atmosférico e vice-versa. Quando o dióxido de
carbono é dissolvido nos oceanos, o carbonato é liberado neste processo e combina-se
com íons para formar o carbonato de cálcio, um componente essencial das conchas
marinhas. Quando esses organismos morrem eles ficam depositados no fundo dos
oceanos podendo se transformar em rocha calcária, que é o maior reservatório de
carbono da terra.
7) Impactos gerados pelo manejo inadequado de fertilizantes
Em nossas hidrovias o transporte de fertilizantes é intermitente, pois
existe uma grande demanda na produção agrícola brasileira e, para atender toda a
necessidade do campo se utiliza um grande conglomerado de pesticidas para aumentar a
disponibilidade de recursos nutritivos para as plantas que são cultivadas, principalmente
em áreas de cultivo que possuem solos pobres em nutrientes. Os fertilizantes artificiais
utilizados na agricultura contêm nitrogênio e fósforo, onde esses elementos quando
usado em excesso, ou quando despejados através de vazamentos de embarcação acabam
indo para lagos, riachos e rios por escoamento superficial causando o efeito da
eutrofização das águas salgadas e doces. Nesse processo, o escoamento de nutrientes
provoca crescimento excessivo de algas ou outros microrganismos.
A eutrofização nos rios e lagos podem levar à alteração no sabor, no
odor, na turbidez e na cor da água, à redução do oxigênio dissolvido, provocando
crescimento excessivo de plantas aquáticas, mortandade de peixes e outras espécies
aquáticas, além do comprometimento das condições mínimas para o lazer na água, onde
as grandes populações de algas resultantes da eutrofização constroem uma cortina verde
na lamina d’água, impedindo a passagem de luz, dessa forma, às plantas que ficam no
leito do rio não conseguem realizar a fotossíntese e o nível de oxigênio dissolvido torna-
se cada vez menor, causando a morte de muitos organismos, como peixes, por exemplo.
O processo de decomposição dos organismos também utiliza oxigênio, o que deixa a
situação ainda mais alarmante, podendo causar a morte do ecossistema, disseminando
populações aquáticas e criando zonas mortas.
Em hidrovias, o enxofre pode causar sérios danos através da chuva ácida
que iria gerar a acidificação de lagos e rios, principalmente os de pequeno porte, onde o
pH com valor de 5,5 já começa a matar larvas e pequenas algas e insetos, prejudicando
os animais que dependem desse organismo para se alimentar, ainda existem casos mais
extremos em que o pH chega por volta dos 4 e 4,5 ocasionando a intoxicação da maioria
das espécies sendo levados até a morte.
8) Controle da eutrofização
Para realizar o controle podem ser usadas técnicas preventivas ou
corretivas. As corretivas atuam sobre a superfície da água já eutrofizada, são utilizados
reagentes para diminuir a disponibilidade de fósforo e colheita das algas da superfície,
como técnica preventiva tem-se como objetivo diminuir o fornecimento dos nutrientes
danosos para o lago por uma fonte externa, controlando o esgoto urbano, tratando os
efluentes industriais e diminuindo o uso de agrotóxicos.
9) Impactos gerados pelo manejo inadequado de combustíveis
A partir da revolução industrial tem sido alarmante os níveis de
combustíveis fósseis queimados e liberados no ar que juntamente com o desmatamento
contribuem para o aumento da concentração de C02 na atmosfera, causando o efeito
estufa.
Organismos marinhos como plantas e algas retêm o dióxido de carbono
em determinado percentual, mas estes processos não contrabalançam completamente o
que está sendo emitido atualmente para atmosfera. Existe ainda outras questões a serem
analisadas no que diz respeito a absorção de dióxido de carbono por plantas marinhas,
pois se tratando do combate ao efeito estufa pode ser tratado como positivo a atuação
desses organismos, mas como vimos anteriormente Co2 dissolvido na água do mar pode
reagir com moléculas de água e liberar íons H+, deixando a água mais ácida, reduzindo
as concentrações de carbonato e tornando difícil a situação dos animais marinhos,
principalmente dos quais necessitam do carbonato para manter suas conchas de CaCO3,
dessa forma, tanto o aumento da temperatura causado pelo efeito estufa quanto o
aumento de acidez das aguas marinhas podem prejudicar a vida marinha e ambos
possuem relação com o branqueamento de corais.
O transporte de combustível em hidrovias e oceanos deve ser
severamente analisados e vistoriados para que não ocorra nenhuma espécie de
vazamento ou contaminação, pois em caso de um desastre ambiental é imensurável
calcular os danos a fauna e flora costeira e marinha, sendo que a medida que o óleo vai
se dispersando através das correntezas oceânicas, a área de contaminação vai crescendo
e mais espécies vão se tornando sujeita a contaminação.
Em caso de desastre ecológico por contaminação de petróleo as primeiras
vítimas são os fitoplânctons, pois os mesmos não possuem o poder de locomoção
própria ficando facilmente vulneráveis a contaminação e acabam morrendo. Tendo em
vista essa situação e relacionando com o que foi visto anteriormente a respeito das algas
marinhas, conhecidas também como fitoplânctons, destacamos que com a morte dos
fitoplânctons perdemos um importante protagonista para a retirada dos gases estufas,
além do mesmo ser o principal responsável pelo sustento de toda a comunidade
oceânica e ainda é o maior produtor de oxigênio mundial.