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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL
INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DO AMBIENTE

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

BELÉM/PA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL
INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DO AMBIENTE

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Trabalho produzido para obtenção
de nota parcial na disciplina de
Introdução a ciência do ambiente, da
Faculdade de Engenharia Naval.
Orientador: M.e. D.r. Neyson
Martins Mendonça.

BELÉM/PA
2019
SUMÁRIO
1 - AVALIAÇÃO DO CICLO BIOGEOQUÍMICO DO C, N, P E S EM UMA
PLATAFORMA DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E EXTRAÇÃO DE GÁS............10
2 - CICLOS BIOGEOQUÍMICOS NO TRANSPORTE DE CARGA EM
PORTOS..........................................................................................................................12
3 - ESTALEIRO RESPONSÁVEL PELA FABRICAÇÃO DE BALSAS E
CARGUEIROS................................................................................................................14
4 - HIDROVIA COM TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL E
FERTILIZANTE.............................................................................................................17
REFERÊNCIAS................................................................................................21
1 - HIDROVIA COM TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL E FERTILIZANTE
1) Ciclo natural do fósforo
O ciclo do fósforo comparado com outros ciclos biogeoquímicos é
considerado extremamente lento, ele é encontrado natureza em rochas sedimentares na
forma de íon fosfato, lentamente as rochas sofrem intemperismo e é lixiviado para as
águas superficiais, embora o fósforo não tenha uma forma gasosa ideal, cinzas
vulcânicas e poeira mineral pode ser fonte significativa de fosfato.
No solo, os compostos de fosfato podem ser incorporados por plantas e,
depois disso, são transferidos para os animais que comem as plantas, posteriormente as
plantas e animais excretam esses resíduos ou morrem, o fosfato pode ser incorporado
por detritívoros ou retornar ao solo. Compostos com fosfato podem ser lixiviados para
os rios e são incorporados por organismos aquáticos.
Em ambientes marinhos quando ocorrer a incorporação de fosfato aos
rios, eles descem até os assoalhos de rios ou oceanos e formam novas camadas
sedimentares e depois de um longo período essas rochas sedimentares podem ser
removidas do oceano para terra, por processos geológicos de levantamento tectônicos.
2) O ciclo do nitrogênio
Em ambientes marinhos o ciclo do nitrogênio é definido em três etapas
bem definidas sendo elas: amonificação, nitrificação e desnitrificação.
Em rios ou oceanos, a carga de nitrogênio vai através de escoamento e
dos fertilizantes para as cadeias alimentares marinhas, parte do nitrogênio orgânico do
oceano vai para o fundo do oceano como sedimentos, outra parte é convertida em íons
nitritos e nitrato e posteriormente através das bactérias desnitrificantes convertem
nitrato de volta ao gás nitrogênio.
O ciclo do nitrogênio pode ser afetado pelo homem, causando o processo
de eutrofização das águas como destacado anteriormente, mas também destacamos que
o nitrogênio em excesso na atmosfera geram efeitos nocivos ao meio ambiente, podendo
ocorrer chuva ácida com o composto ácido nítrico e o efeito estufa com o oxido nitroso.
3) O ciclo do Enxofre
Inicialmente ocorre a emissão do dióxido de enxofre, que naturalmente
deveria ocorrer por erupções vulcânicas, mas atualmente a principal fonte de emissão
desse elemento é através da queima de combustíveis fósseis, ocorrendo principalmente
em veículos que queimam diesel pesado, carvão e petróleo em usinas de energia.
O dióxido de enxofre na atmosfera pode sofrer oxidação e formar o
trióxido de enxofre, que por sua vez, em contato com a água da chuva irá formar o ácido
sulfúrico, aumentando a acidez da chuva, que quando caem sobre os rios e lagos
diminuem drasticamente o PH dos ambientes aquáticos comprometendo a concentração
populacional de peixes e crescimento das plantas e vegetais.
4) O ciclo do Carbono
O carbono é um elemento essencial para a nossa existência, ele entra em
todas as cadeias alimentares, tanto terrestres quanto aquática, através dos autótrofos que
em sua maioria são fotossintetizadores, como plantas e algas.
5) Ciclo biológico
Tratando-se do ciclo em regiões aquáticas, observamos que o dióxido de
carbono se dissolve na água e reage com as moléculas de água para produzir o
bicarbonato, os organismos autótrofos capturam esse bicabornato e transformam em
matéria orgânica através da fotossíntese e assim são passados através das cadeias
alimentares, onde na etapa da respiração celular ocorre a conversão do carbono orgânico
de volta ao gás dióxido de carbono. Os decompositores também conseguem liberar
compostos orgânicos e dióxido de carbono quando decompõem organismos mortos
6) Ciclo geológico
Geologicamente o carbono leva milhões de ano para completar o seu
ciclo, ele pode ser armazenado por longos períodos, tanto em reservas atmosférica como
no fundo dos oceanos (sedimentos oceânicos). Sendo que o nível de dióxido de carbono
nos oceanos é influenciado pelo carbono atmosférico e vice-versa. Quando o dióxido de
carbono é dissolvido nos oceanos, o carbonato é liberado neste processo e combina-se
com íons para formar o carbonato de cálcio, um componente essencial das conchas
marinhas. Quando esses organismos morrem eles ficam depositados no fundo dos
oceanos podendo se transformar em rocha calcária, que é o maior reservatório de
carbono da terra.
7) Impactos gerados pelo manejo inadequado de fertilizantes
Em nossas hidrovias o transporte de fertilizantes é intermitente, pois
existe uma grande demanda na produção agrícola brasileira e, para atender toda a
necessidade do campo se utiliza um grande conglomerado de pesticidas para aumentar a
disponibilidade de recursos nutritivos para as plantas que são cultivadas, principalmente
em áreas de cultivo que possuem solos pobres em nutrientes. Os fertilizantes artificiais
utilizados na agricultura contêm nitrogênio e fósforo, onde esses elementos quando
usado em excesso, ou quando despejados através de vazamentos de embarcação acabam
indo para lagos, riachos e rios por escoamento superficial causando o efeito da
eutrofização das águas salgadas e doces. Nesse processo, o escoamento de nutrientes
provoca crescimento excessivo de algas ou outros microrganismos.
A eutrofização nos rios e lagos podem levar à alteração no sabor, no
odor, na turbidez e na cor da água, à redução do oxigênio dissolvido, provocando
crescimento excessivo de plantas aquáticas, mortandade de peixes e outras espécies
aquáticas, além do comprometimento das condições mínimas para o lazer na água, onde
as grandes populações de algas resultantes da eutrofização constroem uma cortina verde
na lamina d’água, impedindo a passagem de luz, dessa forma, às plantas que ficam no
leito do rio não conseguem realizar a fotossíntese e o nível de oxigênio dissolvido torna-
se cada vez menor, causando a morte de muitos organismos, como peixes, por exemplo.
O processo de decomposição dos organismos também utiliza oxigênio, o que deixa a
situação ainda mais alarmante, podendo causar a morte do ecossistema, disseminando
populações aquáticas e criando zonas mortas.
Em hidrovias, o enxofre pode causar sérios danos através da chuva ácida
que iria gerar a acidificação de lagos e rios, principalmente os de pequeno porte, onde o
pH com valor de 5,5 já começa a matar larvas e pequenas algas e insetos, prejudicando
os animais que dependem desse organismo para se alimentar, ainda existem casos mais
extremos em que o pH chega por volta dos 4 e 4,5 ocasionando a intoxicação da maioria
das espécies sendo levados até a morte.
8) Controle da eutrofização
Para realizar o controle podem ser usadas técnicas preventivas ou
corretivas. As corretivas atuam sobre a superfície da água já eutrofizada, são utilizados
reagentes para diminuir a disponibilidade de fósforo e colheita das algas da superfície,
como técnica preventiva tem-se como objetivo diminuir o fornecimento dos nutrientes
danosos para o lago por uma fonte externa, controlando o esgoto urbano, tratando os
efluentes industriais e diminuindo o uso de agrotóxicos.
9) Impactos gerados pelo manejo inadequado de combustíveis
A partir da revolução industrial tem sido alarmante os níveis de
combustíveis fósseis queimados e liberados no ar que juntamente com o desmatamento
contribuem para o aumento da concentração de C02 na atmosfera, causando o efeito
estufa.
Organismos marinhos como plantas e algas retêm o dióxido de carbono
em determinado percentual, mas estes processos não contrabalançam completamente o
que está sendo emitido atualmente para atmosfera. Existe ainda outras questões a serem
analisadas no que diz respeito a absorção de dióxido de carbono por plantas marinhas,
pois se tratando do combate ao efeito estufa pode ser tratado como positivo a atuação
desses organismos, mas como vimos anteriormente Co2 dissolvido na água do mar pode
reagir com moléculas de água e liberar íons H+, deixando a água mais ácida, reduzindo
as concentrações de carbonato e tornando difícil a situação dos animais marinhos,
principalmente dos quais necessitam do carbonato para manter suas conchas de CaCO3,
dessa forma, tanto o aumento da temperatura causado pelo efeito estufa quanto o
aumento de acidez das aguas marinhas podem prejudicar a vida marinha e ambos
possuem relação com o branqueamento de corais.
O transporte de combustível em hidrovias e oceanos deve ser
severamente analisados e vistoriados para que não ocorra nenhuma espécie de
vazamento ou contaminação, pois em caso de um desastre ambiental é imensurável
calcular os danos a fauna e flora costeira e marinha, sendo que a medida que o óleo vai
se dispersando através das correntezas oceânicas, a área de contaminação vai crescendo
e mais espécies vão se tornando sujeita a contaminação.
Em caso de desastre ecológico por contaminação de petróleo as primeiras
vítimas são os fitoplânctons, pois os mesmos não possuem o poder de locomoção
própria ficando facilmente vulneráveis a contaminação e acabam morrendo. Tendo em
vista essa situação e relacionando com o que foi visto anteriormente a respeito das algas
marinhas, conhecidas também como fitoplânctons, destacamos que com a morte dos
fitoplânctons perdemos um importante protagonista para a retirada dos gases estufas,
além do mesmo ser o principal responsável pelo sustento de toda a comunidade
oceânica e ainda é o maior produtor de oxigênio mundial.

2 - AVALIAÇÃO DO CICLO BIOGEOQUÍMICO DO C, N, P E S EM UMA


PLATAFORMA DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E EXTRAÇÃO DE GÁS.
A partir das transformações humanas sobre a terra, foram geradas
diversas variações na composição química do planeta, devido principalmente à
industrialização. Tais mudanças acarretaram no que hoje conhecemos por aquecimento
global, por exemplo. Dessa forma, torna-se extremamente importante para nós
engenheiros em formação conhecermos de forma considerável os ciclos biogeoquímicos
dos elementos fundamentais terrestres e as alterações feitas pelos processos humanos,
como neste caso em uma plataforma de extração de petróleo e gás, pois além de
transportar uma quantidade considerável de energia e matérias, estes ciclos são
responsáveis pela manutenção da biosfera e sua alteração gera consequências diretas a
própria humanidade.
Na atmosfera terrestre, o carbono se encontra em uma de suas formas
mais simples, o C O2. O carbono é movimentado por processos naturais entre a
atmosfera e os continentes, o oceano. Os processos naturais envolvidos são: a
fotossíntese, realizada por organismos autotróficos como as plantas terrestres e o
plâncton oceânico, a respiração realizada por todos os seres vivos e pelo material morto
em decomposição e a dissolução oceânica. Essa movimentação pode ser denominada de
o ciclo global de carbono.
Além disso, temos o ciclo do nitrogênio, que constitui cerca de 78% do ar
atmosférico. Sendo um dos elementos mais vitais e necessários sua falta limita a
produtividade de grande parte dos ecossistemas terrestres e marinhos. Sua utilização
pelo biossistema é feita em geral por moléculas mais reativas como amônia e nitrato,
apesar de encontrado em sua forma mais simples como N 2, ele passa por um processo
chamado de disponibilização por microrganismos.
Dentro do ciclo do fósforo, podemos analisar que possui um processo
lento de deposição, completando o seu ciclo total em uma escala de centenas de milhões
de anos, apesar de sua grande significância para manutenção de ecossistemas florestais
e atividades planctônicas, o seu ciclo é consideravelmente exercido pelo transporte
fluvial.
Entretanto, sabemos que estes ciclos atualmente não estão em equilíbrio,
fato decorrente principalmente da queima de combustíveis fósseis, gerando assim uma
dificuldade de o ecossistema absorver a alta taxa oriunda da emissão destes elementos,
em visão atual e futura. Com isso, é nítido que em uma extração de petróleo, são
geradas consequências gigantescas ao meio ambiente e que devem ser analisadas em
grande escala tanto de espaço quanto de tempo.
O petróleo é atualmente a principal fonte de energia mundial, sendo
formado essencialmente por hidrocarbonetos e outros elementos como nitrogênio,
enxofre e oxigênio. Como se sabe, a extração e processamento de petróleo e gás
demandam muitas discussões ambientais e microbiológicas. No que tange a este
assunto, pode-se dividir os impactos ambientais em dois tipos: danos inerentes à
extração e danos causados por derramamento de petróleo. Os impactos ambientais da
extração de petróleo se estendem à fauna e flora, pois esta atividade requer a remoção
da vegetação local onde será perfurado o poço, provoca erosão pela destruição da
vegetação e libera resíduos dos fluidos de perfuração e fragmentos de rochas perfuradas
que contaminam os lençóis freáticos. Assim, tem-se que a necessidade de conhecer os
riscos do processo e identificar as melhores formas de prevenir acidentes advindos da
própria perfuração.
Quanto aos riscos potenciais de acidentes, em especial o vazamento de óleo em
ambientes costeiros e manguezais, notamos que os impactos ambientais são tremendos e
precisam ser analisados de forma correta. A forma de tratar o óleo derramado varia
conforme a extensão e velocidade do vazamento e o comportamento do óleo, além de
outros fatores. Atualmente, uma forma que tem se mostrado eficaz no processo de
remediação de ambientes contaminados é a biorremediação, a qual representa a
aceleração do processo de degradação natural do petróleo, em suma, a ação se dá por
procariotos que agem em conjunto com microbianos que utilizem os hidrocarbonetos
como fonte de carbono em seus processos metabólicos, reduzindo os poluentes do solo
por biodegradação.
Um exemplo do risco ambiental e civil gerado por vazamento de óleo é o caso
recente de derramamento de petróleo cru na costa brasileira em setembro de 2019.
Apesar dos planos de tentativa de contingência, a União se mostra omissa ao protelar
medidas que sejam realmente efetivas dada a magnitude do acidente. As manchas de
petróleo se estendem por nove estados nordestinos e afetam 201 localidades e até a
segunda semana de outubro de 2019, conforme noticiado no site da Câmara dos
Deputados, cerca de 525 toneladas de resíduos foram retiradas das praias pela Marinha
Brasileira. Contudo, o caso o chama atenção justamente para os danos aos ciclos
naturais existentes nas áreas afetadas e como é de suma importância ter ciência de como
os ciclos biogeoquímicos estão sendo afetados e como remediar tal acidente.
Assim, é importante entendermos que os ciclos de todos os elementos
afetam diretamente os organismos responsáveis pela necessária manutenção dos
ecossistemas utilizados pelo próprio ser humano. A queima do petróleo e utilização de
gás aumentam as taxas de C, N, S e outros elementos, depositando no ecossistema um
nível antes não absorvido e assim sobrecarregando os ecossistemas. Existem já estudos
que buscam pela chamada biorremediação dos hidrocarbonetos e gases utilizados pelo
homem, que pode assim ser aplicado no caso de uma plataforma de petróleo e gás
proposto. Além disso, outro fator que diretamente podemos ligar a extração destes
hidrocarbonetos e gases é a geração do que conhecemos hoje como aquecimento global,
diretamente ligado a queima dos combustíveis fóssil.
3 - CICLOS BIOGEOQUÍMICOS NO TRANSPORTE DE CARGA EM PORTOS
Os ciclos biogeoquímicos são importantes processos que regem o meio
ambiente, cada um deles é importante para a manutenção da vida no planeta terra, em
que cada um dos ciclos de cada substância, é importante para a manutenção da vida, e
por processos de cunho benéficos ou muita das vezes nocivos para nós seres humanos,
que é o caso quando a interrupção de um desses ciclos, ou um aumento de uma das fases
do ciclo de uma determinada substância, onde pode-se citar como exemplo o ciclo do
carbono, que quando acumulado na atmosfera como CO2 agrava o fenômeno do efeito
estufa, que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.
Estes processos estão presentes em todos os âmbitos da atividade humana,
mesmo que direta ou indiretamente, pois estes processos podem estar ocorrendo em
escala global, regional, macro e micro, em todas as fases da vida na terra, onde alguns
desses processos, são os responsáveis para a manutenção da vida na terra, que após
interrompido de alguma forma, por meio natural ou por atividade humana, pode trazer
consequências em certos casos irreversíveis para a vida humana ou outras formas de
vida.
Durante a atividade voltada a área naval, é possível observar cada um
desses ciclos de forma direta ou indireta, onde estes ciclos podem afetar ou serem
afetados pela atividade naval que está sendo realizada, e cabe aos profissionais que
estão ligados a essa atividade, saberem minimizar os efeitos que a atividade vai afetar
nestes ciclos que estão em volta de modo a não agravar o desenvolvimento do mesmo
ou se adaptar a eles.
Nesta etapa serão explanadas consequências e os problemas que um
porto pode afetar ou ser afetado pelos ciclos biogeoquímicos durante a sua atividade,
tanto em escala reservada e inerente ao porto, como também na questão de afetar todo o
ambiente ao redor, onde esta atividade pode ocasionar danos a nível superficial, ou
mudança drástica em um sistema, principalmente ao rio onde se encontra o porto.
1) Problemas ocasionados por atividades portuárias
Os portos fomentam a eutrofização dos rios, pois estes depositam todos os
dejetos produzidos por ele, em redes de esgotos que são despejadas no rio onde o
mesmo está localizado, logo, a partir desse depósito irregular, há a ocorrência de
aumento de algumas substâncias no rio, principalmente o nitrogênio e fósforo.
Este aumento de concentração desses elementos nos rios, faz com o ambiente
se torne propício para o aumento de uma determinada espécie, e o desaparecimento de
outras espécies, o que causa um desiquilíbrio no ambiente aquático. As espécies que
aumentam a sua população neste ambiente, pode-se citar as algas, cianobactérias e as
bactérias aeróbicas.
Onde com a deposição desses dejetos nos rios, afeta diretamente os ciclos
biogeoquímicos, pois ao concentrar a substância como o nitrogênio e o fósforo nos rios
prejudica diretamente o ciclo dos mesmos pois interfere em um dos seus processos que
compõem o seu ciclo. Também tem ação direta em outros ciclos, como a do carbono,
que devido a poluição da agua pela eutrofização faz com que afete diretamente os seres
que realizam a fotossíntese, e são responsáveis por tirar parte do carbono que se
encontra em grande quantidade no ar atmosférico, que agrava ainda mais a concentração
do CO2 na atmosfera, agravando o efeito estufa.
Com o transporte de cargas vivas realizadas nos portos, há um grande aumento
na emissão de gases como o metano (CH 4) que são emitidos pela carga viva, que são
gases que afetam diretamente o efeito estufa, devido a emissão de carbono na atmosfera,
que tem efeito direto nas mudanças climáticas que estão ocorrendo em escala global.
Além da emissão de gases por animais, também há o acúmulo de fezes do
mesmo, devido os portos não possuírem espaço ou um sistema de controle desses
dejetos, muitas vezes este é jogado na beira do rio em que se encontra o porto, devido
estes dejetos serem ricos em nitrogênio dentre outras substâncias, que faz com que haja
o aumento dessa substância no leito do rio em torno do porto, que agrava ainda mais o
processo de eutrofização do rio, como já fora mencionado anteriormente.
A movimentação de cargas nos portos, como adubos, fertilizantes, pesticidas,
dentre outros tipos de carga que são ricas em nutrientes, onde dentre esses nutrientes,
está presente o enxofre, que é uma substância, que quando presente em grandes
quantidades no ar, se mistura com a água, e ocorre o fenômeno da chuva ácida, que é
responsável por danificar estruturas com o tempo, principalmente as estruturas
portuárias. Com o tempo, as estruturas portuárias, principalmente as compostas por
concretos, vão perdendo propriedades como rigidez e resistência, devido este fenômeno
da chuva ácida.
Acidentes que ocorrem em portos, causam grandes problemas tanto para o
porto, quanto para a população e o ambiente que está em volta dele. Onde com esses
acidentes, causa um grande desiquilíbrio no ambiente e no ciclo que ocorre ao redor do
porto, que após desequilibrado, afeta diretamente a atividade e a vida do porto.
Dentre esse caso de acidentes que ocorreram em portos e afetaram o ambiente,
vida da população ao seu redor, pode-se citar um que ocorreu no porto de Vila do
Conde, localizado na cidade de Barcarena, no ano de 2015 houve o naufrágio de uma
embarcação de carga viva, em que esta, afundou em um píer do porto, com mais de
5.000 cabeças de gado.
Boa parte dessa carga morreu e ficou à deriva no rio Pará, além dos animais
mortos que foram espalhados pelas praias e localidades próximas, houve também o
derramamento de óleo, no rio, que em junção a putrefação do gado, que estava em beira
as praias próximas e no próprio rio contribuíram para a emissão de gases nocivos no ar.
Assim como afetar a produção do porto e da população ao redor, afetou diretamente o
ambiente aquático ao redor, ocasionando perdas na biodiversidade do rio, e contribuir
para os danos como eutrofização do rio Pará.
4 - ESTALEIRO RESPONSÁVEL PELA FABRICAÇÃO DE BALSAS E
CARGUEIROS
1) Efeitos da Liberação de Enxofre no Processo de Fabricação nos Estaleiros
Ao que diz respeito aos Estaleiros de modo geral, segundo um estudo técnico
do RIMA ( Relatório De Impacto Ambiental ), as atividades em um Estaleiro podem
prejudicar tanto o Meio Ambiente quanto à questão social da comunidade local, visto
que de forma geral, a implantação desta Indústria pode atingir de maneira irreversível à
fauna e à flora de uma dada região.
Contemporaneamente, pode-se afirmar sem margem de dúvidas que o
homem possui direta influência no ciclo biogeoquímico de diversos elementos à
exemplo o enxofre, causando dessa maneira, sérios problemas ao Meio Ambiente e aos
que nele habitam.
A energia utilizada nas indústrias é gerada a partir da queima de
combustíveis fósseis, no qual este processo lança na atmosfera dióxido de enxofre em
excesso, o qual se funde com moléculas de água suspensas no ar, transformando-se em
ácido Sulfúrico, causando assim, a chuva ácida.
Quanto à população afetada, têm-se as Comunidades Urbanas, Moradores do
entorno de Zonas portuárias, pescadores e ao que tange aos Impactos Socioambientais,
O dióxido de Enxofre é extremamente prejudicial à saúde humana, podendo causar à
comunidade local, intoxicação, problemas cardiovasculares e respiratórios.
Em relação aos danos à Fauna e Flora a chuva ácida pode afetar a vegetação
queimando suas folhas e impedindo de forma o processo de fotossíntese e, por
conseguinte seu crescimento. O solo por sua vez, pode se tornar infértil devido à
destruição de nutrientes e micro-organismos essenciais. Nos rios e lagos a chuva ácida
altera o seu ph, podendo matar peixes e plantas aquáticas e outros organismos,
evidenciando assim, os danos causados à fauna.
2) Efeitos da Liberação de Nitrogênio no Processo de Fabricação nos
Estaleiros
A respeito do Ciclo Do Nitrogênio, de modo geral, pode-se afirmar que se
divide em algumas etapas sendo a fixação, amonificação, nitrificação e desnitrificação.
Na construção naval, impila-se dizer que há uma parcela de liberação do gás Nitrogênio
em uma das etapas de fabricação, mais especificamente no processamento do aço (corte
de chapas), começando assim seu ciclo.
Para o corte de chapas, é válido destacar que o corte de plasma adiciona uma
grande quantidade de energia a vapor, o vapor se transforma em vários gases
componentes básicos de corte com plasma. Para este tipo de corte, é utilizado uma união
de dois gases, um para o corte (plasma) e outro para proteção. Como exemplo de alguns
gases como principais e mais utilizados, têm-se para plasma: ar, Nitrogênio, oxigênio e
mistura de Argônio e hidrogênio; para proteção, os principais gases são: ar, CO 2,
Nitrogênio e água.
3) Efeitos da Liberação de Fosforo no Processo de Fabricação nos Estaleiros
Conforme as atividades do homem, pode-se afirmar que o ciclo natural do
Fosforo e tem sido alterado, seja mediante as atividades de mineração e para o caso dos
estaleiros, na implantação dos mesmos ou nas dragagens nos canais de acessos para as
embarcações produzidas navegarem.
Quando lixiviado, o excesso de fósforo nos cursos d’água ocasiona o aumento
da biodisponibilidade deste nutriente no meio aquático, tendo como consequência a
intensificação do desenvolvimento de algas, causando a eutrofização e por conseguinte,
mortandade de peixes.
O excesso de fósforo no organismo humano e de alguns outros animais é
chamado de Hiperfosfatemia, Hipertensão, confusão mental, pode induzir hipocalcemia,
deficiência de cálcio, redução da capacidade de excreção do rim, entre outros. A
elevação fosfato pode levar a eutrofização das águas, levando à proliferação de algas,
que possuem nutrientes em excesso. Bactérias consomem as algas, a respiração bacterial
e decompositores utilizam todo o oxigênio na água, fazendo com que morressem muitos
peixes e outros organismos.
4) Efeitos da Liberação de Potássio no Processo de Fabricação nos Estaleiros
O Potássio é o sétimo elemento mais comum na crosta terrestre, está
largamente distribuído. Na indústria naval, o potássio está presente na composição de
unidades estruturais, bem como, em unidades de proteção catódica para as embarcações.
A elevada liberação de potássio no meio pode causar uma série de danos a
fauna e a flora. Infecção por Potássio no humano pode causar hipercalemia, que é a
elevação do K na corrente sanguínea, causando, arritmia e insuficiência cardíaca, falha
dos músculos estriados, além da hipertensão. O corpo humano, saudável, consegue
processar rapidamente o Potássio, no entanto, o pouco tempo que ele fica no corpo é
suficiente para causar sérios danos.
O K também causa a má formação do leite em animais mamíferos, além da
redução da absorção do Magnésio, causando a Tetania Hipomagnética. Em plantas, o
Potássio também provoca o desequilíbrio na absorção do Cálcio e do magnésio,
apresentando sinais de Clorose Internerval, além de podridão apical.
5) Efeitos da Liberação do Carbono no Processo de Fabricação nos Estaleiros
O Carbono é um elemento químico presente no meio ambiente, amplamente
utilizado na sua forma de hidrocarboneto, utilizado principalmente em combustíveis, na
fabricação de aço e outros mais. Na construção naval, o Carbono é amplamente
utilizado na composição de chapas e perfis estruturais, além de ser usado na forma de
Gás Carbônico na proteção de soldas e outras mais.
A elevação da concentração do carbono, na forma do gás carbônico, no sangue
humano faz com que este tende a ficar mais ácido, com a hemoglobina ocupada com o
transporte do CO2, o corpo começa a sofrer asfixia pela ausência do oxigênio, que pode
a vir causar a falha dos sistemas do corpo. Outro vilão é o Monóxido de Carbono, a
toxidade deste é maior que a do primeiro, de modo que este pode causar a falha do
sistema nervoso central, o coração e, eventualmente, a morte. A contaminação por parte
destes gases é simplória para a água e o solo, concentrando principalmente em causar o
efeito estufa, que é a elevação da temperatura no ambiente, de modo que esta elevação
pode causar a morte de inúmeras comunidades biológicas.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Eliana Soares de. TRIGUIS, Jorge Alberto. Degradação do Petróleo
em derrames no mar-intemperismo x biorremediação. Instituto Brasileiro de
Petróleo e Gás – IBP. 2004.
Derramamento de petróleo em praias brasileiras é tema de audiência
amanhã. Disponível em < https://www.camara.leg.br/noticias/602123-derramamento-
de-petroleo-em-praias-brasileiras-e-tema-de-audiencia-amanha/>. Acessado em:
21/10/2019.
MPF solicita plano contra derramamento de petróleo na costa do
nordeste. Disponível em: < https://www.opetroleo.com.br/mpf-solicita-plano-contra-
derramamento-de-petroleo-na-costa-do-nordeste/>. Acessado em: 21/10/2019.

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