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Valle Noronha, Julia


Moda autoral: pela compreensão de um modo de fazer (roupas)

Published in:
Encontro Nacional de Pesquisa em Moda

Julkaistu: 01/01/2017

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Valle Noronha, J. (2017). Moda autoral: pela compreensão de um modo de fazer (roupas). ???in??? Encontro
Nacional de Pesquisa em Moda (1 ???edition???, ???pages??? 63-72). (Anais do Encontro Nacional de
Pesquisa em Moda)..

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J. Noronha.Gerais1
63

Moda autoral: pela compreensão de um modo de fazer (roupas).


Authorial fashion: towards the understanding of an alternative mode of making (clothes).

VALLE NORONHA, Julia, AALTO1

Resumo
Este texto conceitual tem como intenção iniciar o delineamento de uma re-conceituação do termo “moda
autoral”. O termo é amplamente utilizado nas línguas português (moda de autor ou moda autoral) e espanhol
(‘ropa de autor’ ou ‘indumentária de autor’) mas ainda não foi claramente delineado ou explorado na literatura
acadêmica. A busca por uma compreensão mais plena surge de um interesse pessoal em definir o trabalho de
criadores de roupas autorais, onde se encontra também meu próprio trabalho, e visa fortalecer a imagem do
criador e deste modo de fazer em particular. O termo será investigado aqui através da análise de textos
acadêmicos e jornalísticos que tratam desde modo de fazer, como um exemplar deste universo criativo em moda.
Palavras-chave: moda autoral, moda, processos criativos

Abstract
This conceptual paper intends to start the delineation of a re-conceptualization of the term “authorial fashion”.
The ter mis broadly used in Portuguese (as ‘moda de autor’ or ‘moda autoral’) and Spanish (as ‘ropa de autor’
or ‘indumentária de autor’) languages but has not yet been clearly delineated or explored in academic literature.
The quest for a fuller understanding arises from a personal interest in defining the work of authorial fashion
creators, where lies my own production, and aims at strenghtening the image of this particular mode of making.
The term will be investigated here through the analysis of academic and journalistic texts that develop this
specific mode of making, as an specimen of this creative universe in fashion.
Keywords: authorial fashion, fashion, creative processes

1
Doutoranda do programa de Design da Aalto University School of Arts, Design and Architecture, onde participa do grupo de pesquisa
‘Fashion & Textiles Futures’. Mestre em Artes Visuais pela UFRJ (2014) e bacharel em Comunicação Social pela UFMG (2005).

MENDES, F. D. et al.
64 Moda Autoral:

Introdução
Este texto conceitual tem como intenção iniciar o delineamento de uma re-
conceituação do termo ‘moda autoral’. Apesar de amplamente utilizado nas línguas português
(‘moda autoral’ ou ‘roupa de autor’) e espanhol (‘ropa de autor’ ou ‘indumentária de autor’),
o termo é restrito às línguas latinas e ainda não foi precisamente delineado ou explorado na
literatura acadêmica. A busca por uma re-conceituação mais clara surge de um interesse
pessoal em definir o trabalho de criadores de roupas autorais, onde também se encontra meu
próprio trabalho, e visa fortalecer a imagem do criador e da produção deste específico modo
de fazer. Curta, porém complexa, a pergunta inicial “O que é moda autoral”? direciona este
trabalho.
Apesar de parecer demasiado simples, uma resposta capaz de abranger esta questão
como um todo alcança complexidade e amplitude além dos limites deste texto. O que é
proposto, no entanto, é iniciar uma investigação sobre o termo, tomando como exemplos
práticas dentro do conjunto ‘moda autoral’.
Enquanto a primeira seção traz como exemplos algumas práticas já estabelecidas e
definidas dentro dos estudos em moda e tenta localizar a moda autoral dentro deste sistema,
na segunda seção a atenção se volta para a roupa de autor e reúne exemplos de definições
coletadas em publicações digitais e impressas, nas quais criadores e jornalistas expressam
suas impressões. Em seguida, possíveis caminhos para se consolidar esta re-conceituação
serão discutidos e atuarão como conclusão deste estudo.

Moda no plural

Definir uma única moda é tarefa impossível. O que parece mais próximo da realidade,
especialmente hoje, é que uma rede complexa de centenas de diferentes práticas conforma o
que entendemos como ‘moda contemporânea’. Atualmente, como sugere Svendsen (2006, p.
33) “a moda contemporânea é caracterizada por uma contemponeidade geral de todos os
estilos”. Algumas destas praticas tem sido intensamente discutidas tanto na esfera acadêmica
quanto através de seus criadores e mídia. Como exemplos, é possível citar; moda sustentável,
slow fashion, alta costura e fast fashion. As contribuições acadêmicas acerca destas praticas
têm sido essencial na conceituação e entendimento dos termos não apenas dentro da
academia, mas também fora dela.
O recente surgimento de alguns dos modos de fazer citados acima provocou imediatas
respostas dentro da academia. Com crescimento exponencial, as contribuições e discussões

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através da pesquisa auxiliaram na compreensão e popularização acerca de cada um desses


modos de fazer. Além disso, também permitiram abrir espaço para novos entendimentos e
promovem conexões entre as diferentes estruturas que compõem cada um dos universos. A
tabela abaixo mostra os resultados para os termos acima citados (incluindo ‘moda autoral’,
nas línguas inglês e português) em uma simples busca através da ferramenta virtual Google
Scholar (scholar.google.com) no dia 29 de janeiro de 2016:

authorial-fashion slow fashion haute-couture fast fashion sustainable


/ moda de autor fashion / moda
sustentável
Resultado da 23 2,140 18,300 8,310 9,550
busca (quant.)

Através da tabela acima, é possível perceber que termos mais consolidados (pela
história ou pesquisa) acumulam um número superior de resultados, enquanto termos mais
recentemente forjados ou discutidos, apresentam um quantidade inferior de resultados. A
‘moda de autor’ no entanto se difere radicalmente, com apenas 23 resultados, dos quais
apenas dois tratam do assunto aqui abordado, ambos na língua portuguesa. Como a discussão
de um termo tão específico pode beneficiar a pesquisa acadêmica ou o campo da prática como
um todo?
O design sustentável ganhou novas compreensões com estudos que o associam
diretamente a uma vida útil mais longa (Niinimäki 2011, Cooper 2010, Chapman 2009) e
fortalecimento de relações entre usuários e roupas (Niinimäki 2011, Mugge 2007,
Schifferstein & Zwartkruis-Pelgrim 2008) promovendo mudanças em preconcepções estéticas
sobre sustentabilidade em moda. A noção de slow fashion também foi beneficiada pela
pesquisa (Fletcher 2010, Clark 2008, Pookulangara & Sheperd 2013), especialmente com o
trabalho de Kate Fletcher, responsável por pesquisas que alcançaram o grande público e
permitiram questionar a relevância de se alterar a forma como a indústria da moda lida com
seus produtores e percebe seus lucros. Sobre o fast-fashion no entanto a pesquisa conseguiu
intencionar investigações e aos poucos, o que a princípio era visto como uma resposta rápida
(e positiva) da indústria para os desejos dos consumidores (Barnes and Lea-Greenwood 2006;
Gabrielli, Baghiard and Codeluppi 2013; Sull and Turconi 2008), se clarificou como
verdadeira máquina exploratória em busca de maiores lucros. Na maior parte das vezes em
detrimento de qualidade não só dos produtos mas também de vida (dos produtores e

MENDES, F. D. et al.
66 Moda Autoral:

consumidores) e do sistema da moda como um todo (Fletcher 2010; Kim, Choo and Yoon
2013).
Outras formas de se produzir moda tem recebido crescentes contribuições de
pesquisadores e praticantes no intuito de gerar não apenas esclarecimento, mas também novas
conexões e de se promover enfim uma rede mais sustentável na produção destes bens com os
quais nos relacionamos tão intimamente; as roupas. Alguns exemplos são fashion hacktivism
(von Busch 2008), open-ended fashion (Fuad-Luke, Hirscher, Moebus 2015), moda artesanal
(Aakko 2015) e fashion upcycling (Ainamo 2014). Essas discussões tem movimentado a
produção de moda alternativa e/ou independente em todo o mundo e apresenta interessantes
respostas em torno de uma moda mais consciente socialmente e mais inclusiva, quebrando
paradigmas do estilista como ‘estrela’ (Kawamura, 2009) e aproximando criadores e
comunidades.
Quando olhamos para a moda autoral, no entanto, é possível perceber que a discussão
ainda se encontra em seus passos iniciais, e pouco tem sido publicado a respeito do tema. Na
próxima seção este estudo tenta delinear o que seria uma ‘moda autoral’, o que a difere de
outras práticas e busca exemplos para ilustrar este fazer.

Moda, autor e corpo


“[…] o usuário/autor de moda, aquele que não se contenta em vestir uma marca, um nome.”
( Solomon 2009, pp. 58)

Como sugerido por Yuniya Kawamura (2009), a moda não existe sem seus criadores.
E ainda, é natural acrescentar que a moda não existe sem os corpos que a vestem (Entwistle,
2000). Talvez o termo deva a Charles Frederik Worth sua existência, que em meados dos
século XVI começou a assinar suas roupas, como um criador livre (Svendsen, pp. 90). No
entanto, a ‘autoria’ de um objeto de vestir ainda parece ser questionada em esferas jurídicas e
criativas, como sugere o trabalho de Stina Teilmann-Lock (2012) que investiga o caso de um
desenho de camiseta pelo designer Jørgen Nørgaard. O criador, ao constatar uma produção
extremamente similar à sua clássica t-shirt alongada (Nørgaard 2016) levou o caso à justiça, e
após um controverso desenvolver da ação teve sua causa perdida com a alegação de que a
peça era ‘apenas uma camiseta’. A discussão neste trabalho não pretende alcançar esferas
legais acerca da autoria na moda, no entanto, compreender a extensão do problema é
interessante para adicionar corpo à ela. Além de trazer a questão da autoria essencialmente na
própria denominação, a ‘moda de autor’ parece abordar interessante complexidade que inclui

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também o corpo que habita estas vestes. Esta seção inicia uma re-conceituação do termo
através da ponto de vista de uma produtora de ‘roupas de autor’ e ao mesmo tempo intenciona
seguir como um convite para outros criadores e pesquisadores a intensificar esta investigação.
O que seria então, esta ‘moda de autor’?
Apesar das diversas proximidades entre ‘roupa de autor’ e ‘roupa de artista’ (Costa
2009), por ambas os termos trazerem consigo as questões da criação e expressão plástica, elas
se diferem no que se trata de uso ou função. Enquanto a ‘roupa de artista’ não
necessariamente pressupõe a função utilitária como vestimenta, a ‘roupa de autor’ convida a
uma intensificação desta mesma função. A função vestir é proposta como ampliada pela
experiência. Os artigos de Solomon (2009) e Pinheiro et al. (2015) sugerem que uma moda
autoral ressalta, acima de tudo, a identidade daqueles que fazem e ocupam a peça de roupa. E
é em ressonância com estes trabalhos que a moda autoral é vista aqui. Solomon entende que a
moda autoral não está alinhada a um fazer mais comercial, onde tendências direcionam a
produção, para ela, este modo de fazer tem como produto “um trabalho claramente elaborado
por meio de uma pesquisa séria e profundo, conectado a bem mais que o tom da estação […]
(p. 59)”. Dessa forma, a individualidade e expressão do criador e do usuário ganham papeis
importantes nesse sistema de relações criador-roupa-corpo.
Na formulação desta proposta, levo em consideração a ideia de individuação de
Simondon (1980), que sugere que o fato de nos alterarmos a cada instante pelo que nos cerca
(tanto objetos quanto pessoas) é exatamente o que nos torna indivíduos, dotados de um
conjunto de características que nos tornam únicos. Por exemplo, se opto por vestir uma peça
específica em um dia chuvoso, logo pela manhã, esse conjunto de fatores me alterará e serei,
ainda que em uma pequena fração, diferente do que seria caso houvesse optado por outra
vestimenta. As peças de roupa, portanto, como sugere Gill (2011) são capazes de nos alterar
conformando, a cada experiência de vestir, uma nova pessoa. É o que propõe também Bennett
(2010) em suas interpretações acerca de um novo materialismo, que distingue dois tipos de
atores no mundo, os humanos e os não humanos. Dessa forma, ela nos chama a perceber os
objetos que nos cercam como dotados uma certa ‘vivacidade’, ainda que não sejam seres
vivos (ou individuados).

Desse processo faz parte também a relação de alterização do criador com a criatura, daquilo
que o transforma em outro, algo que antes foi construído envolto nos significados e
significantes do criador e que perde sua força unificadora e, também, importa uma
ressignificação por parte do usuário. O criador vê que o que era .eu. passa a ser .outro. e o
usuário se sente também outro através de um objeto/moda que não pode mais carregar sua

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significação originária pura ao passar a fazer parte dessa coleção particular formada pelo
armazenamento gradual de peças escolhidas e compradas separadamente, também em
tempo e espaços diversos. (Solomon p. 60-61)

Nesse tipo de produção, então, o que o criador entrega ao usuário vai além de uma
roupa. O que o criador de roupas de autor produz são não apenas peças de vestir como
também significados, incorporados através do fazer no objeto (Dewey 2005). O objeto, por
sua vez, passa a funcionar como espaço para diálogos entre as três estruturas (criador – corpo
– roupa).

A roupa de autor por seus autores


“O papel do designer será então transformado em algo que expande os espaços de ação, luta
contra a passividade e fornece ferramentas para engajar os seres humanos na moda”2 (von Busch
2008 pp. 33).

A citação acima, do pesquisador e artista Otto von Busch, não trata especificamente da
moda de autor, mas de uma forma mais geral do trabalho de novos criadores em moda, que de
forma independente lutam por uma moda mais sustentável e carregada de significados, e que
não seja apenas direcionada por interesses estritamente comerciais. O que os criadores que
denominam suas produções como ‘roupa de autor’ ou ‘moda autoral’ pensam sobre suas
criações está alinhado a estas reflexões e nos fornece dados para um melhor delineamento do
termo, mais próximo do que acreditam os atores envolvidos. Abaixo, textos extraídos de
publicações digitais acerca do tema, apresentam o posicionamento de criadores:

“É roupa de autor, sempre com o cuidado de ser uma roupa que tenha algum
aspecto couture, mas a preocupação deles, além da abordagem muito pessoal de
cada um, foi realmente ser uma roupa muito simbólica […]” (Adelaide Borges
apud. Garcia 2015)

“[Máxima] Como define a roupa de autor?


[Quaresma] Primeiro, há todo um conceito por trás da peça. Segundo, a peça não
é feita em série, a edição é limitada. (Máxima, 2012)”

“Normalmente crio peças simples com um background intenso em processos e


conceitos, suponho que é parte do meu estilo[...]. Tento promover a importância
de uma moda mais lenta, da qualidade dos produtos, e o reconhecimento de um
2
No original “The role of the designer will thus be transformed into one that expands action spaces, fights passivity and provides tools to
engage our fellow human beings in fashion.” (von Busch, 2009, p. 33)

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bom design, o que não é permitido em uma grande empresa, pela necessidade da
comerciabilidade. As pessoas querem vender mais sem se importar com os custos,
independente dos efeitos que podem gerar no futuro [...]”3 (Valle apud Mensh
2010).

Pode-se perceber, portanto, que uma elaboração mais complexa para a conceituação
das peças e projetos, além da unicidade de cada objeto, são característica de alta relevância na
conformação das produções desses criadores. O que estes estilistas parecem desejar entregar a
seus clientes, então, vai além da roupa e engloba também valores abstratos e significados.
Estes valores e significados podem ser incorporados nos objetos ao longo do processo de
produção, como sugere Dewey (2005[1934]), tornando as peças de roupa carregadas de algo
para além de suas materialidades, de qualidades intangíveis. Seria, portanto, a moda autoral
uma forma de produção que dá origem à roupas e usuários mais ativos?

Discussão e Conclusão

Através das considerações levantadas aqui, conclui-se então que uma moda autoral tem
na imagem dos autores que dialogam com a peça criada sua principal fundação. Autor e
usuário escrevem, em co-autoria, novas significações para corpos e objetos através da
experiência do vestir. Dessa forma, a personalidade de cada indivíduo pode ser melhor
expressa através das roupas que traja. Esta dinâmica e ativa relação também é sugerida por
von Busch (2008) como um caminho mais ético e sustentável para a moda. Neste modo de
fazer, não há intenção de produção em grandes escalas e tendências de formas, cores e estilos
não direcionam o trabalho do criador. Ao invés, pequenas escalas são priorizadas e as
produções são motivadas por questões expressivas e que refletem sua própria individualidade
do autor.
Enquanto questões relacionadas à tendências e escalas produtivas são claramente
opostas àquelas praticadas pela moda industrial (Svendsen 2006), outras práticas absorvidas
da moda industrial e amplamente utilizadas pelos criadores de roupas de autor merecem re-
avaliação. Algumas delas são a questão do lançamento de ‘coleções’, que etimologicamente
pressupõem acumulação (Noronha, 2013), e também os métodos que regem as precificações,

3
No original “Usualmente creo piezas simples con un background intenso en cuanto a proceso y concepto, supongo que es parte de mi estilo
[...]. Trato de promover la conciencia de la importancia del slow fashion la calidad de los productos, el reconocimiento del buen diseño,
pero aveces la comerciabilidad lo pierde todo en una compañia grande. La gente quiere vender más y volverse cada vez más rica, sin
importar los costos, independiente de lo que le traerá en el futuro [...].” (Valle apud Mensh 2010)

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70 Moda Autoral:

incluindo liquidações, que partem do princípio que as roupas são bens perecíveis ou com
curta vida útil (Noronha, 2015). Investigar e discutir a moda autoral, portanto, se faz
necessário não apenas para se melhor definir o termo e as praticas que compõem o fazer, mas
também para promover sua difusão, tornando o usuário mais ciente dos processos envolvidos
e auxiliar no crescimento deste mercado, que ainda luta por sobrevivência.
Este trabalho não tem como intenção apontar a moda autoral como um modo de fazer de
qualidade superior ou inferior. No entanto, contempla com satisfação a pluralidade de modos
alternativos que caminham juntos em direção a uma moda mais sustentável e convida agentes
do complexo sistema da moda a co-conceituar este termo.

Agradecimentos

A autora agradece o apoio recebido do CNPq por financiar esta pesquisa de doutoramento.

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