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IGREJA E NA SOCIEDADE
SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO
(Mt 5,13-14)
Documento da CNBB – N.105
Aprovado na 54ª. Assembleia Geral
Aparecida-SP de 06 a 15 de abril de
2016
Apresentação – Secretário Geral
da CNBB
Características socioculturais:
Contradições: Inserção individual no mercado
Desenvolvimento x pobreza; Confiança das ofertas; Enfraquecimento das
no mercado x crises constantes; relações de mutualidade;
Enriquecimento de uns x degradação Afirmação de identidades grupais;
ambiental; Bem-estar de uns x exclusão Comportamento uniformizador,
da maioria; Busca de riqueza x autoritário e sectário;
corrupção e tráfico; Segregação dos A re-institucionalização: caminho
grupos sociais privilegiados x de afirmação de padrões e valores;
segregação em bolsões de pobreza e A pluralidade ética, cultural e
miséria; Redes sociais virtuais x religiosa.
indiferença real.
DISCERNIMENTOS NECESSÁRIOS AS TENTAÇÕES DA MISSÃO
A pluralidade do relativismo; A Ideologização da mensagem
secularidade do secularismo; evangélica A fé se torna meio e
instrumento de exclusão;
Os benefícios da tecnologia e a Reducionismo socializante
dependência da tecnologia; O Reduzir a Palavra de Deus a partir
uso das redes sociais da da ótica puramente social;
comunicação virtual isolada; O Ideologização psicológica O
uso do dinheiro e a idolatria do psicologismo afasta da missão;
dinheiro; A autonomia, a Funcionalismo A evangelização
liberdade e a responsabilidade se transforma em função
pessoal; O isolamento burocrática; Clericalismo O
individualista, que nega o dever padre centraliza tudo em seu poder
para com a vida comum; Os pessoal clericalizando os leigos que
valores e as instituições também buscam clericalização;
Individualismo organização a
tradicionais - o tradicionalismo ; partir de experiências espirituais
A vivência comunitária e o intimistas e individualizantes;
comunitarismo sectário . Comunitarismo sectário.
A necessária mudança de Mentalidade
A inserção na realidade do mundo globalizado exige de
todos uma mudança de mentalidade, mudanças
estruturais, e um modo de conceber a própria Igreja.
A Igreja é chamada a ser:
Comunidade de discípulos de Jesus Cristo; Escola de
vivência cristã onde o projeto do Reino encontra os meios
de sua realização e um sinal de contradição para o que não
condiz com o plano de Deus; Organização comunitária;
Comunidade inserida no mundo; Povo de Deus com os
sinais do Reino no mundo; Comunidade que se abre
permanentemente para as urgências do mundo;
Comunidade de ajuda e serviço mútuo; Igreja “em saída”,
de portas abertas para a missão.
CAPÍTULO II
SUJEITO ECLESIAL:
DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS E
CIDADÃOS DO MUNDO
“Vós
sois o sal da terra”. “Vós sois a luz do
mundo” (Mt 5,13-14).
Jesus nos ensina a ser sujeitos de
nossa vida
Jesus nos ensina a ser sujeitos de nossa
vida. Por palavras e ações, ele foi
verdadeiramente sujeito de sua vida e
de seu ministério. Ele é modelo para
todo cristão, chamado a ser sujeito livre
e responsável. Na eclesiologia de
comunhão-missão funda-se a concepção
dos cristãos leigos e leigas como sujeitos
eclesiais, discípulos missionários,
membros da Igreja e cidadãos do
mundo. A unidade da Igreja se realiza na
diversidade de rostos, carismas, funções
e ministérios.
A Igreja, povo e Deus peregrino e
evangelizador
Uma das compreensões centrais da Igreja
na tradição bíblico-eclesial e desenvolvida
de maneira privilegiada no Vaticano II é a
de Povo de Deus. Esta noção sugere a
importância de todos os membros da
Igreja. A noção da Igreja como povo de
Deus lembra que a salvação, embora
pessoal, não considera as pessoas de
maneira individualista, mas como inter-
relacionadas e interdependentes.
A noção de povo de Deus chama a atenção
para a totalidade dos batizados: todos
fazem parte do povo sacerdotal, profético
e real.
A Igreja é chamada a ser
Corpo de Cristo na História
A imagem do Corpo de Cristo
implica num forte compromisso “A tomada de consciência desta
responsabilidade laical, que nasce
ético de cuidado e do Batismo e da Confirmação, não
solidariedade dos membros se manifesta de igual modo em
uns para com os outros, toda a parte; em alguns casos,
porque não se formaram para
especialmente para com os assumir responsabilidades
mais fracos (1Cor 12,12-27) importantes, em outros por não
Apesar do crescimento da encontrarem espaço nas suas
Igrejas particulares para poderem
consciência da identidade e da exprimir-se e agir, por causa de um
missão dos cristãos leigos e excessivo clericalismo que os
leigas na Igreja e no mundo, mantém à margem das decisões”
(EG, n. 102).
ainda há longo caminho a
percorrer:
Identidade e Dignidade da
vocação laical
Sacerdócio Comum
Os cristãos leigos e leigas são
portadores da cidadania batismal,
participantes do sacerdócio comum,
fundado no único sacerdócio de “Os fiéis leigos estão na linha
Cristo. mais avançada da vida da Igreja:
por eles, a Igreja é o princípio
“É necessário que os leigos se vital da sociedade. Por isso, eles
conscientizem de sua dignidade de devem ter uma consciência cada
batizados e os pastores tenham
profunda estima por eles. A vez mais clara, não somente de
renovação da Igreja na América que pertencem à Igreja, mas de
Latina não será possível sem a que são Igreja, isto é,
presença dos leigos; por isso, lhes comunidade dos fiéis na terra sob
compete, em grande parte, a a direção do chefe comum, o
responsabilidade do futuro da Igreja” Papa, e dos bispos em comunhão
(EA, n. 44). com ele. Eles são Igreja”(Pio XII)
Vocação Universal à Santidade
A reflexão sobre o perfil
mariano da Igreja abre muitos
horizontes e oferece luzes para
Os cristãos leigos e leigas
maior e melhor compreensão se santificam de forma
do ser e da missão dos leigos e peculiar na sua inserção
leigas no seio do povo de nas realidades temporais,
Deus na sua participação nas
atividades terrenas.
(doc 116-118)
O cristão leigo como sujeito eclesial
Ser sujeito eclesial significa ser O cristão leigo é verdadeiro
maduro na fé, testemunhar amor sujeito na medida em que:
à Igreja, servir os irmãos e irmãs,
permanecer no seguimento de cresce na consciência de sua
Jesus, na escuta obediente à dignidade de batizado,
inspiração do Espírito Santo e ter
coragem, criatividade e ousadia assume de maneira pessoal e
para dar testemunho de Cristo. livre as interpelações da sua fé,
abre-se de maneira integrada
“A maior parte dos batizados às relações fundamentais (com
ainda não tomou plena Deus, com o mundo, consigo
consciência de sua pertença à mesmo e com os demais),
Igreja. Sentem-se católicos, mas contribui efetivamente na
não Igreja” (DSD, 96). humanização do mundo, rumo a
um futuro em que Deus seja tudo
em todos.
Entraves à vivência do cristão como
sujeito na Igreja e no mundo
O cristão encontra alguns “Apesar de se notar a
entraves para a vivência de participação de muitos nos
sua fé de modo integral e ministérios laicais, este
integrado. Eis algumas delas: compromisso não se reflete na
– a) Oposição entre a fé e a penetração dos valores
vida cristãos no mundo social,
– b) Oposição entre sagrado político e econômico; limita-se
e profano muitas vezes a tarefas no seio
– c) Oposição entre a Igreja da Igreja, sem um
e o mundo empenhamento real pela
– d) Oposição entre aplicação do Evangelho na
identidade eclesial e transformação da sociedade”
ecumenismo (EG, n. 102).
Âmbitos de comunhão eclesial e
atuação do leigo como sujeito
A Família Critérios de Eclesialidade
A Paróquia e as – A primazia dada à
comunidades eclesiais vocação de cada cristão
à santidade
Os Conselhos pastorais e os – A responsabilidade em
Conselhos de assuntos econômicos professar a fé católica no
As Assembleias seu conteúdo integral
e reuniões pastorais – O testemunho de uma
As Comunidades Eclesiais de comunhão sólida com o
Papa e com o bispo
Base e as pequenas comunidades
– A conformidade e a
Movimentos eclesiais, participação na
Associação de Fiéis e Novas finalidade apostólica da
Comunidades Igreja.
– O empenho de uma
presença na sociedade
Carismas, Serviços e Ministérios
na Igreja
Por meio dos carismas,
serviços e ministérios, o
Espírito Santo capacita a
todos na Igreja para o bem
comum, a missão
evangelizadora e a
transformação social, em
vista do Reino de Deus. Os
carismas devem ser
acolhidos e valorizados.
Serviço Cristão ao Mundo
É missão do Povo de Deus assumir o
compromisso sócio-político transformador, que
nasce do amor apaixonado por Cristo. Desse modo,
se incultura o Evangelho. A atuação cristã no social e
no político não deve ser considerada "ministério",
mas "serviço cristão ao mundo“, respeitando a
legítima autonomia das realidades terrestres e do
cristão nelas envolvido (CNBB, Doc. 62, n. 91).
Assim, a participação consciente e decisiva
dos cristãos em movimentos sociais, entidades de
classe, partidos políticos, conselhos de políticas
públicas e outros, sempre à luz da Doutrina Social
da Igreja, constitui-se num inestimável serviço à
humanidade e é parte integrante da missão de todo
o Povo de Deus.
Capitulo III
A AÇÃO TRANFORMADORA
NA IGREJA E NO MUNDO
E a massa toda fica fermentada (Mt 13,33)
“ Ide pelo mundo inteiro e anunciai a boa nova a toda
criatura!” (Mc 16,15)
Igreja Comunidade Missionária
Igreja em “chave de missão” significa estar a
serviço do reino, em diálogo com o mundo, “Ao início do ser cristão,
inculturada na realidade histórica, inserida na não há uma decisão ética
sociedade, encarnada na vida do povo. ou uma grande ideia, mas
o encontro com um
“A Igreja é comunhão no amor” acontecimento, com uma
Ela é chamada a tornar-se, cada vez mais, na Pessoa que dá à vida um
prática aquilo que já é na sua essência: novo horizonte e, desta
Comunidade que reflete na terra o amor e a forma, um rumo decisivo’
comunhão das pessoas da Santíssima Trindade. (EG, n. 7; DCE, n. 1).
– O Papa Francisco quer uma Igreja de
portas abertas.
– Mais forte no querigma do que no
legalismo;
– Igreja da misericórdia mais do que da
severidade;
– Igreja que “não cresce por proselitismo,
mas, por atração” (Bento XVI)D.I. de Ap.
A Igreja missionária é
semeadora de esperança
Fortalecido pelo profetismo do Papa Francisco, Por outro lado o mesmo discípulo
o cristão discípulo missionário enfrentará, como missionário gritará:
profeta, as realidades que contradizem o Reino
de Deus e insistirá em dizer:
“Não nos roubem o entusiasmo
missionário” (EG, n. 80).
“Não a uma economia de exclusão”. “Não nos roubem a alegria da
“Não à cultura descartável” (EG, n. 53). evangelização” (EG, n. 83).
“Não nos roubem a esperança” (EG, n. 86).
“Não à globalização da indiferença” (EG, n. 54).
“Não deixemos que nos roubem a
“Não à idolatria do dinheiro” (EG, n. 55). comunidade” (EG, n.92).
“Não à especulação financeira” (EG, n. 56). “Não deixemos que nos roubem o
“Não ao dinheiro que domina ao invés de Evangelho” (EG, n. 97).
servir” (EG, n. 57). “Não deixemos que nos roubem o ideal de
amor fraterno” (EG, n. 101).
“Não à desigualdade social que gera violência”
(EG, n. 59).
“Não à fuga dos compromissos” (EG, n. 81).
Eis o que significa ser missionário
“Não ao pessimismo estéril” (EG, n. 84). no mundo globalizado, consumista
“Não ao mundanismo espiritual” (EG, n. 93). e secularizado.
“Não à guerra entre nós” (EG, n. 98).
Igreja pobre, para os pobres
e com os pobres
Papa Francisco:
O Doc. de Ap. nos diz que é preciso que • nenhuma família sem casa,
estejamos atentos às novas formas de • nenhum camponês sem terra,
pobreza e fragilidade: • nenhum trabalhador sem direitos,
os sem-abrigo • nenhum povo sem soberania,
• nenhuma pessoa sem dignidade.
os refugiados
os povos indígenas “Há que afirmar sem rodeios que existe
os negros um vínculo indissolúvel entre a fé e os
pobres. Não os deixemos jamais
os nômades sozinhos” (EG, n. 48).
os idosos
aos que sofrem formas de tráfico, A Igreja se propõe a trabalhar na
construção de uma “cultura do encontro”.
as mulheres que padecem situações Isso implica não se fechar na própria
absurdas de violência e maus tratos comunidade, na própria instituição
os menores em situação de risco paroquial ou diocesana, no grupo de
amigos, na própria religião, em si mesmo
os deficientes (cf. EG, n. 220)
os nascituros (os mais indefesos de todos)
Uma Espiritualidade Encarnada
Uma espiritualidade encarnada
caracteriza-se pelo seguimento
de Jesus, pela vida no Espírito,
pela comunhão fraterna e pela
inserção no mundo.
É preciso discernir e rejeitar a:
“tentação de uma
espiritualidade intimista e
individualista, que dificilmente
se coaduna com as exigências da
caridade, com a lógica da
encarnação” (NMI, n. 52).
Místicas que não servem
Alerta o Papa Francisco:
Na conjuntura atual da Igreja
despontam tendências ao subjetivismo “não servem as propostas místicas
sentimental, ao devocionismo, ao desprovidas de um vigoroso
demonismo, às “revelações privadas”.
compromisso social e missionário,
Escreve o Papa Francisco: nem os discursos e ações sociais e
“Certo é também que, às vezes, se pastorais sem uma espiritualidade
dá maior realce a formas exteriores que transforme o coração. Estas
das tradições de grupos concretos propostas parciais e desagregadoras
ou a supostas revelações privadas
que se absolutizam, do que ao alcançam só pequenos grupos e não
impulso da piedade popular cristã. têm força de ampla penetração,
Há certo cristianismo feito de porque mutilam o Evangelho. É
devoções, próprio de uma vivência preciso cultivar sempre um espaço
individual e sentimental da fé, que
na realidade não corresponde a interior que dê sentido cristão ao
uma autêntica “piedade popular”. compromisso e à atividade”
(EG, n. 262).
O Mundanismo Espiritual
Uma forma de “mundanismo “O mundanismo espiritual
espiritual” segundo o Papa – esconde-se por detrás de fascínio de
Francisco consiste em “só confiar poder mostrar conquistas sociais e
nas próprias forças e se sentir políticas, ou em uma vanglória ligada à
superior aos outros por cumprir questão de assuntos práticos, ou atração
determinadas normas ou por ser pelas dinâmicas de autoestima e de
irredutivelmente fiel a um certo realização auto-referencial” (EG, n. 95).
estilo católico, próprio do – “em uma densa vida social cheia de
passado. viagens, reuniões, jantares, recepções.
– desdobra-se num funcionalismo
empresarial carregado de estatísticas,
planificações e avaliações (...)
– Encerra-se em grupos de elite, não sai
realmente à procura dos que andam
perdidos nem das imensas multidões
sedentas de Cristo.
– Já não há ardor evangélico, mas, o gozo
espúrio duma autocomplacência
egocêntrica” (cf. EG, n. 95).
A presença e organização dos
cristãos leigos e leigas no Brasil
Durante a primeira metade do século XX, constatamos a
presença das irmandades, das confrarias e associações, algumas
delas herdadas de séculos anteriores, numa dimensão mais
espiritual e/ou de assistência. Em geral, eram conduzidas pelo
clero.
Em 1935, no Brasil, foi oficializada a Ação Católica Geral e, mais
tarde, a Ação Católica Especializada (ACE): Juventude Agrária
Católica (JAC), Juventude Estudantil Católica (JEC), Juventude
Independente Católica (JIC), Juventude Operária Católica (JOC),
Juventude Universitária Católica (JUC) e Ação Católica Operária
(ACO), que se transformou em Movimento de Trabalhadores
Cristãos (MTC).
Os leigos Pré e pós Vaticano II
A Ação Católica teve presença Nos anos que se seguem ao
significativa na realidade eclesial e Concílio emergiu a consciência
social daquele período.
Esta nova consciência gerava o dos cristãos leigos e leigas
compromisso com a ação como Povo de Deus e sujeitos
transformadora da sociedade, eclesiais.
buscando impregná-la dos valores
evangélicos. Nesse horizonte, constatamos a
Na Ação Católica foram se definindo busca de atualização das entidades
as relações da Igreja com o mundo existentes, o crescimento da sua
em bases renovadas, numa presença e o surgimento de
superação dos esquemas da antiga inúmeras iniciativas que brotaram
cristandade.
na vida da Igreja no Brasil e outras
Também foram se delineando os
traços da teologia do laicato e por vindas de Igrejas de outros países.
conseguinte o estatuto próprio do Certamente é uma tarefa difícil
leigo na Igreja como iria aparecer mais abordar a riqueza e a diversidade
tarde. dessa presença e atuação.
Outras formas de organização
dos cristãos leigos
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) vêm • Os trabalhos pastorais com a
sendo espaço privilegiado de participação de juventude se reorganizaram por meio
cristãos leigos e leigas em comunhão com os das Pastorais da Juventude:
pastores.
juventude do meio popular – PJMP;
Outro espaço importante, de ação dos juventude de base – PJ;
cristãos leigos e leigas, são as pastorais
sociais significam a solicitude e o cuidado juventude estudantil – PJE;
de toda a Igreja missionária diante de juventude rural – PJR),
situações reais de marginalização, • A partir de carismas no seio do Povo de
exclusão e injustiça. Deus nasceram, como frutos do Concílio
Vaticano II, novos movimentos, novas
Nesse conjunto, podemos situar, também, comunidades e associações de leigos,
várias entidades : serviços e pastorais. São dons do Espírito
– Comissão Brasileira de Justiça e Paz para Igreja e o mundo.
(CBJP);
– Conselho Indigenista Missionário “Um idêntico espírito de colaboração e
(CIMI); corresponsabilidade (...) se difundiu também
– Comissão Pastoral da Terra (CPT); entre os leigos, não apenas confirmando as
– Pastoral Operária, organizações de apostolado já existentes,
– Instituto Brasileiro de mas criando outras novas, que não raro se
Desenvolvimento (IBRADES); apresentam com um aspecto diferente e uma
dinâmica especial” (cf. RH, n. 5).
– Centro Nacional de Fé e Política
“Dom Helder Câmara” (CEFEP)
•
• A
O CONSELHO NACIONAL DO
LAICATO DO BRASIL
No ano de 1970, como fruto da O engajamento dos militantes
eclesiologia do Concílio Vaticano da Ação Católica (AC) na
II, na Igreja no Brasil, a política, no começo da década
Assembleia dos Bispos, cujo tema de 1960, e os conflitos com a
foi “Leigos”, sugeriu a criação de hierarquia e outros segmentos
organismo de articulação do
laicato, o então Conselho
leigos, bem como o golpe
Nacional dos Leigos (CNL), hoje militar em 1964, com sua
Conselho Nacional do Laicato do repressão, levaram os
Brasil (CNLB). movimentos, em particular a
Esta Assembleia de 1970 AC, a viver um período de crise
significou um momento de que resultou na extinção da
reconciliação dos Bispos do Brasil JUC e da JEC.
com o laicato após 1964.
CAMINHADA DO CNL
Na 11ª Assembleia Geral da CNBB, 1975, foi aprovada a
criação de um futuro organismo de leigos que culminou na
criação do Conselho Nacional de Leigos(CNL).
Ao longo da sua história, o CNL foi se estruturando em
Conselhos Regionais e Diocesanos e agregando movimentos
e associações laicais. A CNBB tem expressado o
reconhecimento dessa articulação do laicato brasileiro em
suas Diretrizes e Planos.
Na 23ª Assembleia, em 1985, foi analisado o tema “Leigos”,
como contribuição à preparação do Sínodo sobre os leigos
em 1987.
O documento de Aparecida destaca:
“Reconhecemos o valor e a eficácia dos conselhos
paroquiais, conselhos diocesanos e nacionais de fiéis
leigos, porque incentivam a comunhão e a participação na
Igreja e sua presença no mundo” (DAp, n. 215).
Formação dos Leigos e Leigas
Dever-se-á distinguir diferentes níveis O Documento de Aparecida dedica
de formação no âmbito da comunidade especial atenção à temática da formação,
eclesial, de forma a oferecer aos ressaltando:
distintos sujeitos o que for conveniente • os aspectos do processo
e necessário à sua compreensão e formativo: caminho longo que
vivência da fé em sua faixa etária requer itinerários diversificados,
biológica ou eclesial, começando com a respeite os processos individuais e
iniciação à vida cristã e continuando comunitários e que sejam graduais
com a formação bíblico-teológica e com (DAp, n. 281);
as diversas formações específicas. • o acompanhamento do
A formação de sujeitos eclesiais, discípulo: na perspectiva do diálogo e
que implica em amadurecimento da transformação social e atendendo
contínuo da consciência, da liberdade e a questões especificas (DAp, n. 283);
da capacidade de exercer o discipulado • a espiritualidade: que
e a missão no mundo, deve ser um transforme a vida de cada discípulo
compromisso e uma paixão das em resposta aos impulsos do Espírito
comunidades eclesiais. (DAp, n. 284).
Fundamentos da Formação
Os cristãos leigos e leigas são eles chamados a ser ramos da videira,
chamados a “crescer, amadurecer continuamente, dar cada vez mais fruto”
(CfL, n. 57).