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A PRESENÇA DO SARS-COV-2 NO ESGOTO: POSSIBILIDADE DE


TRANSMISSÃO E MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO

Article · September 2020

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Karen Gonzaga Wolney Castilho Alves


Instituto de Pesquisas Tecnológicas Instituto de Pesquisas Tecnológicas
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Anais do I CoBICET - Trabalho completo
Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia
Evento online – 31 de agosto a 04 de setembro de 2020

A PRESENÇA DO SARS-COV-2 NO ESGOTO: POSSIBILIDADE DE


TRANSMISSÃO E MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO
Karen Gonzaga1, Wolney Castilho Alves2
1
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
(karen.gonzaga@email.com)
2
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil

Resumo: O SARS-CoV-2, foi detectado pela primeira vez na China e tem mobilizado a
comunidade científica em busca de respostas. Neste trabalho estão compiladas
informações sobre a possibilidade de transmissão orofecal do vírus e da presença de sua
carga genômica ou de seus fragmentos em águas residuárias, evidenciando a importância
do saneamento ambiental e avaliando o cenário favorável para a utilização dessa
verificação como uma ferramenta para monitoramento epidemiológico da doença.

Palavras-chave: SARS-CoV-2; novo coronavírus; esgoto; saneamento ambiental;


monitoramento.

INTRODUÇÃO como a bronquite e pneumonia (Carraturo et al.,


2020; Adelodun et al., 2020). O vírus também é
As mudanças climáticas, o crescimento populacional,
responsável por outras patologias no trato
a progressiva urbanização, dentre outros fenômenos
gastrointestinal, como vômito e diarreia (Ding e
primariamente antrópicos, impactam de forma
Liang, 2020; Randazzo e Truchado et al., 2020).
relevante os recursos hídricos, promovendo sua
degradação de forma cada vez mais acelerada A transmissão desse vírus ocorre principalmente
(Hoslett et al., 2018). Isso faz com que a escassez através do contato do indivíduo com gotículas e
hídrica e os impactos sobre a qualidade das coleções aerossóis durante a expiração, com ou sem tosse,
hídricas sejam uma preocupação mundial, que já é espirros e outras formas de exalação de pessoas que
uma realidade em diversos países, sendo observada estejam contaminadas. Contudo devido à observação
grande dificuldade em suprir as demandas de água de células do sistema digestório infectadas pelo vírus,
potável da população (Oliveira, 2017). existe a possibilidade de ocorrer a sua transmissão
por vias orofecal (Ding e Liang, 2020; Zaneti et al.,
Um dos conceitos associados à escassez é a
2020; Randazzo et al., 2020b, Gupta et al., 2020).
segurança hídrica, que associa disponibilidade e
Um esquema da transmissão e dos principais órgãos
qualidade de forma a garantir usos múltiplos, aí
prejudicados pelo coronavírus no organismo humano
incluídos a salubridade ambiental. Em particular, a
é apresentado na Figura 1.
manutenção de qualidade ambiental que evite ou
minore a propagação de doenças de veiculação
hídrica é de grande importância (Empinotti et al.,
2019).
A água como vetor de transmissão de doenças
contribui com o ciclo de contaminação pela via
orofecal de forma passiva, transportando os agentes
patogênicos e promovendo a contaminação dos
indivíduos através de sua ingestão ou contato.
Contudo a água participa de forma ativa, pois a
contaminação é evitada pelo uso da água nos
procedimentos de higiene doméstica e pessoal
(Heller et al., 2020).
O coronavírus, Sars-CoV-2 , causador da COVID-19,
foi identificado pela primeira vez na China, se Figura 1. Esquema ilustrativo da contaminação e dos
espalhando rapidamente por todo o globo, e está órgãos afetados pelo coronavírus. Adaptado de Ding
associado à inúmeras patologias do trato respiratório, e Liang (2020).
A primeira referência à presença do novo vírus em sociedade, como micropoluentes, os chamados
fezes humanas encontrada na revisão bibliográfica é compostos emergentes, entre os quais fármacos e
de 2 de fevereiro de 2020. A agência de notícias mesmo drogas ilícitas, funcionando como uma
chinesa Xinhua, divulgou o trabalho de ferramenta de análise diagnóstica em massa
pesquisadores de Wuhan, da província de Hubei, (Daughton, 2020). Com o surgimento da COVID-19,
China, epicentro da epidemia até então. O artigo se alguns pesquisadores passaram a utilizá-la para
baseou na pesquisa desenvolvida pelo Hospital verificar se a carga genômica do vírus SARS-CoV-2
Renmin de Wuhan, em conjunto com a Universidade estaria presente nas águas residuárias, principalmente
de Wuhan e o Instituto de Virologia de Wuhan, da pela falta de evidências quanto à transmissão por vias
Academia Chinesa de Ciências. Os pesquisadores orofecal desse vírus (Randazzo et al., 2020a).
verificaram a presença de ácidos nucleicos nas fezes
A identificação do SARS-CoV-2 se dá por meio da
e em cotonetes para amostragem anal. A investigação
análise da presença de sua carga genômica nas
foi conduzida após os pesquisadores terem
amostras, e para o monitoramento das águas
constatado que o sintoma inicial de alguns pacientes
residuárias ocorre a verificação da presença de alguns
infectados com o novo coronavírus era diarréia, em
primers específicos obtidos durante o
vez de febre, o sintoma mais comum (Xinhua, 2020).
sequenciamento genético.
Conforme o esquema da Figura 1, as dúvidas sobre a
O monitoramento da presença do coronavírus em
transmissão do SARS-CoV-2 via orofecal também se
águas residuárias é baseado na identificação e
estendem quanto à possibilidade de transmissão por
quantificação da sua carga genômica nas amostras
outros vetores, como pelo contato com animais
coletadas, que é possível por meio de marcadores que
contaminados. Outra via seria por meio de insetos
usam primers específicos para o SARS-CoV-2 e são
que circulam por ambientes possivelmente
detectáveis em testes de qRT-PCR (Sodré et al.,
contaminados, como os esgotos e resíduos
2020; Kitajima et al., 2020). Essa sigla se refere à
hospitalares, que poderiam transportar o vírus em seu
técnica da reação em cadeia da polimerase da
corpo e trato digestivo, contaminando as superfícies
transcrição reversa em tempo real, mundialmente
por onde passam e defecam (Heller et al., 2020). Essa
utilizada e bastante confiável, e pode ser vista com
possibilidade faz com que os estudos sobre a
mais detalhes no trabalho de Ribeiro et al. (2011).
transmissão do coronavírus via orofecal sejam ainda
mais complexos, assim como sua relação com o Randazzo et al. (2020b) analisaram amostras de
sistema de saneamento ambiental. Essas possíveis esgoto bruto e tratado de seis estações de tratamento
rotas de transmissão estão esquematizadas na Figura de águas residuárias na Espanha, confirmando a
2. presença da carga genômica do coronavírus na
alimentação da estação havendo eliminação total ou
parcial durante as fases de tratamento secundário.
Vestígios do vírus não foram detectados após o
tratamento terciário. Para esses pesquisadores o
potencial de contágio através de água residuárias é
irrisório, pois o vírus é sensível às condições
ambientais e aos desinfetantes usuais, o que sugere
um baixo risco de transmissão.
La Rosa et al. (2020) avaliaram amostras coletadas
em três estações de tratamento de esgoto localizadas
Figura 2. Esquema ilustrativo com outras possíveis em Milão e Roma, na Itália, obtendo resultado
rotas de transmissão do SARS-CoV-2 . Adaptado de positivo para a carga genômica do vírus em metade
Heller et al. (2020). delas. A avaliação foi realizada apenas no afluente,
ou seja, no esgoto bruto. Os autores consideram que
Sabendo-se que a água é vetor de diversas doenças e o monitoramento do SARS-CoV-2 nas estações de
tendo em vista a importância e o impacto na tratamento deve ocorrer mesmo quando a fase aguda
sociedade causados pelo novo coronavírus, é da pandemia acabar, principalmente em áreas
proposto neste trabalho analisar publicações que urbanas, na tentativa de evitar uma nova onda de
tratem dessa relação e da importância do saneamento contágio em massa.
ambiental no combate ao SARS-CoV-2 e a utilização
da análise da presença do vírus ou de seus Na Austrália, Ahmed et al. (2020) coletaram
fragmentos no esgoto como uma ferramenta para o amostras de esgoto bruto de duas estações e
monitoramento epidemiológico. verificaram a presença da carga genômica do vírus
em apenas uma delas, entretanto os autores deixam
ANÁLISE E DISCUSSÃO DA LITERATURA claro que os resultados apresentaram algumas
O monitoramento do esgoto está sendo aplicado há inconsistências, ressaltando que existem poucos
mais de 20 anos em diversos países e é utilizado para dados sobre o tema.
estimar o consumo de produtos químicos pela
Para Carraturo (2020), apesar de não existirem Nacional de Águas (ANA), o Instituto Nacional de
evidências científicas que associem a transmissão do Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de
coronavírus através da água, esgoto ou outros meios Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis –
ambientais, é pouco provável que haja a UFMG), a Companhia de Saneamento de Minas
contaminação via oral-fecal. Para ele, a capa que Gerais (Copasa), o Instituto Mineiro de Gestão das
recobre o SARS-CoV-2, também chamada de Águas de Minas Gerais (Igam) e a Secretaria de
envelopamento, faz com que haja uma inativação Estado de Saúde de Minas Gerais (SES)
mais rápida neste do que em outros vírus que tem a (Chernicharo et al, 2020) que tem utilizado os dados
água como vetor de transmissão, como o Noravírus e obtidos em obtidos a partir da análise de amostras
o Rotavírus. colhidas em 24 pontos localizados nas bacias
hidrográficas dos ribeirões Arrudas e Onça,
Nghiem et al. (2020) citam que o coronavírus resiste
selecionados de modo a permitir o monitoramento do
a curtos períodos em água residuárias, 99,9% deles
esgoto de forma regionalizada, em pontos
são inativados em 2 ou 3 dias, mas não descartam a
representativos de diferentes estratos sociais da
possibilidade de contaminação via orofecal,
população e também de alguns hot spots como os
reiterando que esse potencial de transmissão precisa
hospitais de referência para tratamento da COVID-
ser mais explorado.
19. O monitoramento dos esgotos é considerado
A perspectiva desses autores, no entanto, pode estar pelos autores como uma forma de “testagem indireta”
levando em conta uma situação muito diferente do da circulação viral já que inclui tanto os portadores
que é observado no Brasil, que possui apenas 53% da sintomáticos quanto os assintomáticos da COVID-19.
população atendida quanto à coleta de esgoto e, deste
Projeto de vigilância epidemiológica do SARS-CoV-
total, apenas 46% tratados (SNIS, 2018). Com essa
2 está sendo desenvolvido em Niterói, estado do Rio
perspectiva, Adelodun et al. (2020) consideram que o
de Janeiro, por pesquisadores da Fundação Oswaldo
baixo nível de atendimento em saneamento ambiental
Cruz em parceria com a prefeitura de Niterói a partir
somado à alta densidade populacional e ao baixo
da análise de amostras do esgoto coletados
poder econômico, realidade observada no Brasil,
semanalmente em 29 pontos da rede coletora do
promovem condições facilitadas à propagação da
município. Houve detecção em 94% das amostras
doença. Outros pesquisadores concordam que regiões
coletadas nas quatro primeiras semanas de junho.
com estrutura precária de saneamento podem ser
mais afetadas com a possibilidade de transmissão via O monitoramento epidemiológico a partir do esgoto
oral-fecal do coronavírus (Zaneti et al., 2020; Heller pode ser uma ferramenta de vigilância
et al., 2020). epidemiológica e acompanhamento da evolução ou
ressurgimento da circulação do vírus em setores de
Seguindo essa linha, Guerrero-Latorre et al. (2020)
um município, principalmente a partir do
avaliaram a água de um dos rios que passa por Quito,
relaxamento das medidas de isolamento social, bem
no Equador, e que recebe esgoto sem tratamento.
como no auxílio ao estabelecimento de ações
Nessa análise foi observada a presença da carga
emergenciais e áreas prioritárias para o
genômica do SARS-CoV-2 em grandes quantidades,
enfrentamento da doença (Fiocruz, 2020).
sugerindo que havia a subnotificação de casos da
doença na cidade. O monitoramento da presença do vírus no esgoto
também pode servir como um alerta, após o
As análises de águas residuárias apontaram que o
estabelecimento de seu controle. Há indícios que a
coronavírus pode ser detectado antes da confirmação
circulação do vírus em diversas comunidades tenha
dos primeiros casos sintomáticos da infecção,
se iniciado meses antes do surgimento dos primeiros
podendo se tornar uma ferramenta de gestão valiosa,
casos oficialmente relatados de infecção, como
alertando as autoridades sobre o perigo iminente e
demonstra o estudo realizado pela UFSC a partir de
conseguindo tempo para ações de mitigação da
amostras de esgoto coletadas entre outubro de 2019 e
propagação da doença (Randazzo et al., 2020b).
março de 2020 na cidade de Florianópolis, em Santa
Orive et al. (2020) também acreditam que o
Catarina. As amostras haviam sido congeladas, o que
monitoramento contínuo da presença do coronavírus
permitiu a análise posterior quanto à presença da
no esgoto pode promover uma intervenção rápida,
carga genômica do SARS-CoV-2 neste período que
evitando o colapso do sistema de saúde e salvando
precede o registro oficial do primeiro caso de
vidas.
COVID-19 na cidade. Neste estudo, Fongaro et al.
A verificação da ocorrência do coronavírus a partir (2020) confirmaram a presença do vírus nas amostras
do monitoramento do esgoto no Brasil encontra analisadas, demonstrando a importância do
iniciativas pioneiras em Minas Gerais e no Rio de monitoramento do esgoto em tomadas de decisão,
Janeiro. visto que a detecção do SARS-CoV-2 ocorreu em
amostras coletadas 90 dias antes do primeiro caso
A detecção e quantificação do coronavírus em
registrado em território nacional.
amostras de esgoto nas cidades de Belo Horizonte e
Contagem conta com a colaboração entre a Agência
Dessa forma, o monitoramento do SARS-CoV-2 em considerada devido à potencial importância que
águas residuais a implementação de estações de poderá assumir na identificação de casos futuros.
tratamento de esgoto e a melhoria do saneamento e
A falta de saneamento no país pode não ser um fator
da qualidade da água, podem ser significativos ao
primário para o aumento de casos da COVID-19,
combate deste e outros agentes patogênicos
entretanto esse fato não deve ser negligenciado, pois
transmitidos pela água (Adelodun et al., 2020).
outras doenças encontram nesse déficit as condições
CONSIDERAÇÕES FINAIS ideais de proliferação.
Os recursos hídricos e os sistemas de saneamento são REFERÊNCIAS
de extrema importância para a sociedade e podem
ADELODUN, B.; AJIBADE, F. O.; IBRAHIM, R.
estar sendo negligenciados em temáticas tão
G.; BAKARE, H. O.; CHOI, K.-S. Snowballing
importantes como o monitoramento e a transmissão
transmission of COVID-19 (SARS-CoV-2) through
potencial do coronavírus.
wastewater: Any sustainable preventive measures to
A contaminação via oral-fecal, embora ainda curtail the scourge in low-income countries? Science
comprovada cientificamente, é uma possibilidade não of the Total Environment, v. 742, 2020.
descartada. Diversos autores reiteram que essa
AHMED, W.; ANGEL, N.; EDSON, J.; et al. First
temática deve ser mais explorada devido à
confirmed detection of SARS-CoV-2 in untreated
importância potencial dessa rota de transmissão. Em
wastewater in Australia: A proof of concept for the
países desenvolvidos, onde o nível de atendimento
wastewater surveillance of COVID-19 in the
dos serviços de saneamento é elevado, atingindo a
community. Science of the Total Environment, v.
universalização dos serviços de abastecimento de
728, 2020.
água e tratamento de esgoto, os pesquisadores
tendem a concordar com a baixa probabilidade de CARRATURO, F.; GIUDICE, C. DEL; MORELLI,
contaminação pelo SARS-CoV-2 por essa via, M.; et al. Persistence of SARS-CoV-2 in the
entretanto pesquisadores que convivem com uma environment and COVID-19 transmission risk from
realidade diferente quanto à abrangência universal environmental matrices and surfaces.
desses serviços preferem ser mais cuidadosos em Environmental Pollution, v. 265, 2020.
relação a essa possibilidade.
DAUGHTON, C. G. Wastewater surveillance for
Existe a preocupação de que o lançamento de esgotos population-wide COVID-19: The present and future.
sem tratamento adequado em corpos hídricos possa Science of the Total Environment, v. 736, 2020.
contribuir para o crescimento da transmissão do
coronavírus a partir do contato de indivíduos com a DING, S.; LIANG, T. J. Is SARS-CoV-2 Also an
água contaminada ou que sirva como um meio Enteric Pathogen With Potential Fecal–Oral
Transmission? A COVID-19 Virological and Clinical
intermediário de transmissão, contaminando outros
Review. Gastroenterology, 2020.
seres vivos que podem transmitir à população. Por se
tratar de uma situação recente, de um vírus até então EMPINOTTI, V. L.; BUDDS, J.; AVERSA, M.
desconhecido, essas hipóteses ainda não foram Governance and water security: The role of the water
verificadas adequadamente o que ainda deixa o tema institutional framework in the 2013–15 water crisis in
longe de um ponto de consenso. São Paulo, Brazil. Geoforum, v. 98, p. 46–54, 2019.
O monitoramento das águas residuárias se apresenta FIOCRUZ. Divulgados novos resultados sobre a
como uma importante ferramenta de gestão presença da COVID-19 na rede de esgoto de Niterói.
epidemiológica, permitindo o acompanhamento da Portal da Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em:
circulação do vírus, servindo como uma forma https://portal.fiocruz.br/noticia/divulgados-novos-
indireta de testagem em massa da população já que a resultados-sobre-presenca-da-covid-19-na-rede-de-
carga genômica do SARS-CoV-2 pode ser detectada esgoto-de-niteroi. Acesso em 14/07/2020.
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COVID-19 em áreas específicas. water: Implications in low sanitation countries.
É importante salientar que o mundo está em Science of the Total Environment , 2020.
constante transformação. O surgimento de novas GUPTA, S.; PARKER, J.; UNDERWOOD, J.,
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