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Cultivo de Tulipa
O CULTIVO DA TULIPA
1. ORIGEM
3. TAXONOMIA E MORFOLOGIA
Família: Liliáceas.
Espécies: Tulipa gesneriana, de origem oriental, e Tulipa suaveolens, originária do
sul da Europa.
Planta: planta bulbosa de constituição herbácea e vivaz, com um curto período de
floração, normalmente na primavera e de bulbos tunicados.
Bulbo: é ou órgão de reserva e multiplicação, formado por um talo axial, curto e
carnoso e cuja parte inferior se denomina placa basal, e uma superior ou ápice que envolve
um meristema recoberto com escamas grossas, situado no eixo do bulbo que dará origem
ao ou talo aéreo. uma das principais características do bulbo são as escamas exteriores
secas chamadas "túnicas", cuja função é defendê-la contra lesões mecânicas e ou
ressecamento. As escamas interiores são carnosas, denominadas "lâminas", distribuídas em
capas contíguas e concêntricas, cuja função é armazenar as substâncias de reserva.
Folhas: folhas escassas, de cor verde a verde acinzentado, carnosas, de linear-
lanceoladas a largo ovaladas que carecem de pecíolo e nascem da parte baixa da planta,
decrescendo em tamanho até a parte superior do talo. A lâmina foliar é simples, inteiriça e
com nervuras paralelas.
Flores: geralmente solitárias, orientadas para cima, mais ou menos oblongas,
podendo ter pétalas duplas ou simples, dispostas em forma de cálice e geralmente em
número de seis, com uma ampla gama de coloridos. Perianto de seis segmentos livres
dispostos em dois verticilos, androceu com seis estames e estigma trilobado.
Fruto: é uma cápsula esférica ou elipsóide de três valvas eretas, contendo
numerosas sementes planas.
Ciclo da tulipa:
1.-Fase vegetativa: crescimento dos bulbos até chegar ao tamanho adequado para
florescer.
2.-Fase reprodutiva: esta fase compreende: indução floral, diferenciação das partes
florais, alargamento do talo floral e floração.
4. REQUISITOS EDAFOCLIMÁTICOS
4.1. Luz.
Não se considera um fator restritivo, já que para seu ótimo desenvolvimento requer
um baixo nível de iluminação.
O componente de cor azul nas lâmpadas fluorescentes de luz branca é
indispensável para conseguir uma boa formação das flores.
Em zonas com alta incidência de luz e temperaturas altas ocorre um adiantamento
da floração em detrimento da largura dos ramos, o que pode ser minimizado com o uso de
sombrites.
4.2. Temperatura.
É uma espécie que resiste às baixas temperaturas, sendo sensível a condições de
calor. Períodos com altas temperaturas produzem uma floração rápida com uma altura
deficiente.
A temperatura do solo tem incidência direta sobre a duração do cultivo, verificou-
se que temperaturas entre 13 e 16ºC são ótimas para o desenvolvimento da tulipa. Essas
temperaturas aumentam a possibilidade de ataque de Fusarium oxysporum.
4.4. Solo
Embora não seja uma espécie exigente, os solos soltos, fofos e ricos em matéria
orgânica lhe são favoráveis.
O pH ideal é entre 6.5 e 7.5, com uma profundidade efetiva de 20 cm.
Deve-se levar em consideração que as tulipas são muito sensíveis a concentrações
muito elevadas de sal no solo.
5. CLASSIFICAÇÃO HORTÍCOLA
6. TIPOS DE CULTIVO.
6.3. Forçado.
O forçado é empregado para:
-flor cortada, a partir de bulbos "preparados".
-os vasos com flores, a partir de bulbos normais mas empregando as variedades precoces
(simples e duplas).
*Flor cortada: os bulbos "preparados" passam por um tratamento térmico nas
instalações dos viveiristas especializados e em particular uma saída do repouso, realizada
em baixas temperaturas.
Distinguem-se duas técnicas de forçado quando se utilizam bulbos "preparados" a 9ºC ou a
5ºC.
-Fase preparatória:
O objetivo desta fase é provocar o alongamento dos gomos florais e o enraizamento
do bulbo.
Ocorre em vasos, caixas ou jardineiras que podem ser facilmente empilhadas.
Os bulbos são dispostos sobre um substrato drenante (terra franca, areia ou turfa),
geralmente não fertilizado, recobrindo-os 1 cm. Os recipientes são colocados em câmaras
de enraizamento a uma temperatura entre 5-12ºC.
A entrada na estufa deverá ser feita quando os brotos atingem de 5 a 6 cm,
geralmente dois meses depois.
Neste caso são mais apropriados os diâmetros superiores a 12 cm.
-Forçado em estufa:
Durante dez dias o forçado se realiza no escuro para favorecer o aumento das
folhas e dos pedúnculos florais.
Os recipientes são recobertos com polietileno negro ou são colocados debaixo da
bandejas da estufa. A temperatura será de 18ºC, realizando regas regulares.
Depois o forçado é continuado em plena luz; em dezembro costuma durar 3 a 4
semanas.
Esta mesma técnica é empregada na produção como planta de interiores,
empregando híbridos de floração precoce, tanto de flores simples como duplas; todos eles
com folhas pequenas e flores grandes sustentadas por talos curtos, colocando 3 bulbos por
maceta de 12.
-Colheita de flores:
Se realiza no estado "botão floral em começo de coloração ", quando a cor das
pétalas é pouco visível.
Normalmente se costuma arrancar a planta, seu bulbo e suas raízes, e se corta o
pedúnculo floral o mais perto possível da base do bulbo, para ter um bom comprimento de
flor.
São colocadas em recipientes com água dentro de câmaras frigoríficas a 4-5ºC.
7. PARTICULARIDADES DO CULTIVO.
7.1. Plantação
Primeiro recomenda-se desinfetar os bulbos em uma solução de Benomilo e
Captan, para prevenir o ataque de Fusarium oxysporum, Rhizoctonia solani, Botrytis
tulipae e Phytium sp; além de realizar uma esterilização do solo.
O cultivo deve ser iniciado com a importação dos bulbos, normalmente com um
tamanho de 10/12, com uma combinação de cores e precocidade.
Será feito em mesas de 25 cm de altura e um metro de largura, com corredores de
40-50 cm.
A densidade de plantação aproximada é de 100 bulbos/m2, embora dependa do
cultivar, do diâmetro e da época de plantação.
-Marco de plantação: os bulbos são plantados a 8 cm, na fileira, e a 12,5 cm entre
as fileiras, enterrando-os a uns 10 cm de profundidade, apertando bem a terra para que não
se formem bolsas de ar ao redor.
-Época de plantação: devido às técnicas de preparação e conservação dos bulbos, a
plantação dos bulbos de tulipa pode ser feita em diferentes momentos, dependendo
fundamentalmente das condições climáticas.
7.2. Rega
Deve-se freqüentemente até a floração; a partir deste momento a rega deverá ser
moderada.
Recomenda-se a rega localizada com 3 ou 4 linhas de escoamento por mesa de
plantação com emissores de 2 l/h, separados 30-40 cm entre si. A quantidade de água pode
ser reduzida quando as raízes já estiverem formadas.
O déficit hídrico pode fazer que as folhas se formem antes das raízes, favorecendo
o aborto dos botões florais.
7.3. Fertilização
O nitrogênio provoca um desenvolvimento excessivo das folhas em detrimento da
rigidez do talo, favorecido pelo potássio.
O excesso de N produz um desenvolvimento exagerado das folhas prejudicando as
flores, no caso da produção da flor cortada.
A tulipa é sobretudo exigente em K2O, pois o potássio melhora a síntese e a
migração dos glucídios até o bulbo e melhora a coloração das flores.
O P2O5 favorece o crescimento e evita os inconvenientes de um excesso de N.
Para o cultivo de bulbos normalmente se aplica o seguinte equilíbrio: 1-0,5-2.
Deve-se evitar, a todo momento, que o esterco esteja fresco, já que aumenta o risco
de contaminação por diversos fungos, especialmente Fusarium.
7.4. Multiplicação.
A tulipa é renovada anualmente por bulbilhos (pequenos bulbos que se
desenvolvem na base do "velho" bulbo), um dos bulbilhos toma maior importância, e o
velho bulbo seca, sendo substituído pelo novo. É conhecido como bulbo de renovação
anual.
A multiplicação se faz por separação dos bulbilhos no momento da colheita (de 2 a
5 ou mais por bulbo). A multiplicação por sementes só é feita para obter novos cultivos,
que florescerão em 5 ou 6 anos.
A propagação comercial da tulipa está fundamentalmente nas mãos dos produtores
holandeses, devido, por um lado a um elevado grau de tecnicidade e, por outro, por terem
as condições meio ambientais adequadas.
8. PRAGAS e ENFERMIDADES.
8.1. Pragas.
-PULGÔES (Dysaphis tulipae, Myzus persicae, Aphis fabae...).
Aparecem nas plantas durante sua vegetação e nos bulbos durante sua conservação.
Os pulgões danificam o broto das plantas, deformando-o. Os ataques de pulgões são mais
freqüentes durante a primavera tanto em cultivo ao ar livre como em estufa.
O dano mais importante dos pulgões é indireto pois eles são transmissores de vírus.
Controle.
-Pulverização com Lindano, Paration, etc, depois do aparecimento dos primeiros
sintomas de invasão, antes que a planta sofra danos importantes.
-Controle.
-Realizar uma rotação de três anos sem cultivar tulipas.
-Destruição das plantas afetadas.
-Colocar os bulbos de molho em água quente por três horas e meia, a 43.5ºC de 15-20 dias
depois da colheita.
-A pasteurização com vapor é o tratamento mais seguro e efetivo.
-Não desinfetar com bromuro de metilo, pois é fitotóxico para as Liliáceas.
8.2. DOENÇAS
-FOGO DA TULIPA (Botrytis tulipae).
Trata-se de uma enfermidade muito freqüente e a de maior gravidade, pois ataca
todos os órgãos da planta.
Este fungo se dissemina através de bulbos infectados, acolchoados, vento e chuva.
Seu desenvolvimento é favorecido por umidades relativas altas.
Os sintomas se manifestam como folhas curvas e deformadas, detenção do
surgimento de brotos e manchas circulares acinzentadas em folhas e flores que avançam
rapidamente sob condições de elevada umidade relativa e temperatura.
Controle.
-Rotações de 4-5 anos sem tulipas.
-Não reutilizar os acolchoados vegetais.
-Tratamento dos bulbos por pulverização com Tiram.
-Pulverizações preventivas com Captan ou Diclofluanida desde o momento da brotação até
a floração, pelo menos duas ou três vezes.
Controle.
-Realizar rotações.
-Classificação e secagem dos bulbos.
-Armazenar os bulbos em locais bem ventilados e evitar ferimentos durante a conservação.
-Tratamento com Benomil, Procloraz, etc.
Controle.
-Desinfecção dos bulbos e do solo.
-Recomenda-se não cultivar no mesmo terreno onde ocorreu uma bulbosa.
-VIROSE.
Desde muito tempo que as enfermidades causadas por vírus estão associadas ao
cultivo da tulipa por causa do efeito decorativo sobre vários outros tipos de cultivos. Os
horticultores holandeses o exploraram muito, transmitindo a variação floral aos bulbos
sadios. Finalmente os indesejados efeitos dos vírus que conduzem, a longo prazo, à
degeneração das plantas enfermas, perderam seu interesse pelas tulipas viróticas,
justificando sua eliminação dos cultivos.
-Potyvirus.
A família dos Potyviridae compreende vários gêneros, embora o gênero mais
importante seja o dos Potyvirus; este gênero compreende mais de 200 vírus, estando
amplamente representados nas plantas ornamentais.
La sintomatologia da variação das tulipas é a seguinte:
-Nas flores os sintomas são perceptíveis desde o nascimento na primavera, as
gemas florais se descolorem e o escapo floral pode manifestar estrias anormalmente
pigmentadas As alterações de pigmentação modificam as cores específicas das
variedades e os lotes contaminados perdem seu valor comercial.
- Nas folhas, os sintomas são geralmente moderados. as plantas infectadas
apresentam jaspeados mais ou menos discretos ou estrias longitudinais descoloradas. Estas
manifestações variam em função do cultivo, das condições culturais e do estado de
desenvolvimento da planta.
-As plantas viróticas são de um tamanho mais reduzido e os talos e as flores são
mais curtos. Esta diminuição de vigor se traduz também sobre o engrossamento dos bulbos
por uma redução do peso que pode atingir até 50%.
-A conservação em vaso das flores cortadas é de curta duração.
Estudos recentes realizados nos Países Baixos permitiram identificar e caracterizar
os diferentes Potyvirus responsáveis pelas variações da tulipa:
Tulip Breaking Potyvirus (TBV).
Tulip Top Breaking Potyvirus (TTBV).
Tulip Band Breaking Potyvirus (TBBV).
Rembrandt Tulip Breaking Potyvirus (ReTBV).
Lily Mottle Potyvirus (LiMV).
Controle.
-Realizar controles visuais e testes de ELISA depois de colocadas em cultivo em
estufas.
-Isolar as parcelas a um mínimo de 300 m de cultivos de tulipa suscetíveis de
suportar lotes contaminados.
-Realizar tratamentos inseticidas contra os pulgões vetores.
-No momento das floração deve-se fazer regularmente e com atenção, uma
inspeção visual seguida da eliminação das plantas infectadas.
-Vírus do "rattle" do tabaco ou Tobbaco Rattle Tobravirus (TRV).
Este vírus mostra uma sintomatologia do tipo variação sobre as flores de tulipa,
dando lugar a manchas curtas, freqüentemente retilíneas ou placas descoloradas vítreas
dispersadas sobre as pétalas; se o ataque for grave, as flores podem se deformar.
Os sintomas florais são acompanhados de manchas cinza-esverdeadas nas folhas,
oblongas ou ligeiramente estreladas que se desenvolvem preferencialmente nas aurículas.
Não afeta muito o vigor das planta nem o engrossamento do bulbo.
O TRV é transmitido ao solo através de nematóides pertencentes aos gêneros
Trichodorus, que freqüentemente infectam os solos arenosos.
Controle.
-Desinfetar o solo com ajuda de nematicidas (Dicloropropano/Dicloropropeno).
-Em cultivos sensíveis, recomenda-se plantação tardia, em novembro ou dezembro.
Controle.
-Plantação de bulbos sadios.
-Isolamento dos cultivos (200 m).
-Eliminar e queimar as plantas viróticas.
-Enfermidade de Augusta.
Chamada assim porque foi na variedade Augusta em que ela se manifestou pela
primeira vez na Holanda, sendo o vírus das necroses do tabaco ou Tobacco Necrosis
Necrovirus (TNV) o agente acusador da enfermidade.
Os ataques podem ser visíveis desde o começo da vegetação. As plantas nascem
com dificuldade, algumas permanecem anãs e morrem prematuramente. As folhas
infectadas apresentam manchas e estrias necróticas de forma arredondada u oval, dando
lugar a um enrolamento característico da aurícula. Também aparecem longas estrias de cor
parda na base das folhas e ao longo dos talos. Nas flores deformadas aparecem pequenas
manchas necróticas em forma de estrias. Nos bulbos as manchas se tornam necróticas,
dando lugar ao total ressecamento das escamas.
As contaminações pelo TNV acontecem no solo, sendo o fungo Olpidium brassicae
através de suas esporas flageladas, quem dissemina o vírus no nível das raízes.
Controle.
-Produção de bulbos classificados.
-Eliminação do material infectado.
-Desinfecção do solo para eliminar o fungo vetor do vírus.
-Recomenda-se não cultivar nos solos onde houve um cultivo hospedeiro (tabaco, batatas,
feijão e várias ervas daninhas) nem onde houve tulipas atacadas por este vírus.
9. FISIOPATIAS.
10. COLHEITA
11. CONSERVAÇÃO.
11.1. Bulbos.
No caso dos cultivos de bulbos, a colheita acontecerá quando as folhas se tornarem
de cor .
-Secagem: pode se realizar sobre no próprio terreno de cultivo, embora
normalmente se realiza em câmaras climatizadas, durante uma semana a 20-25ºC com uma
umidade relativa de 70-80%.
-Classificação manual, limpeza e calibração: se realizará com calibradores
especiais de alvéolos ou com arcos metálicos.
-Armazenamento: deverá ser em um local seco e bem ventilado, a uma temperatura
de 20ºC e 70% de umidade relativa.
-Tratamento térmico: se destina ao preparo dos bulbos e acontece logo depois da
calibração.
11.2. Flores.
Depois do corte e antes da embalagem deve ser feita a classificação das varas
florais segundo as normas de qualidade vigentes.
As tulipas costumam ser apresentadas em pacotes de 10 talos, protegidos em papel.
Sendo as varas uniformes em grau de abertura, rigidez e comprimento.
Previamente as flores são colocadas em água, já que a tulipa, neste meio, continua
crescendo tanto em comprimento como em diâmetro, embora isso pode fazer com que os
talos se curvem.
O transporte se realizará a 4-5ºC, mantendo-se as tulipas em posição horizontal,
para evitar que os talos se dobrem.
12. Bibliografia
LARSON, R.A. Introducción a la floricultura. AGT editor, S.A. México. 1988. 551 pp
SALINGER, J.P. Producción commercial de flores. Ed. Acribia, S.A. Zaragoza. 1991.
371pp.
http://www.flowerbulbs.nl/ tulipa.html
http://www.taturanaflores.hpg.ig.com.br/flores/tulipas/tulipas_index.htm
http://www.editora.ufla.br/revista/25_5/art05.htm